BR102020026297A2

BR102020026297A2 - Equipamento e método para recolhimento de dutos flexíveis sem o uso de embarcações especiais

Info

Publication number: BR102020026297A2
Application number: BR102020026297-1A
Authority: BR
Inventors: Henri Fiorenza De Lima; Gustavo Geraldo Pappen
Original assignee: Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras
Priority date: 2020-12-21
Filing date: 2020-12-21
Publication date: 2022-07-05
Also published as: US20240044423A1; CA3202859A1; CN116940502A; MX2023007424A; AU2021408146A1; WO2022133559A1

Abstract

EQUIPAMENTO E MÉTODO PARA RECOLHIMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS SEM O USO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS. A presente invenção trata de um equipamento para recolhimento de dutos flexíveis sem o uso de embarcações especiais, utilizando recursos menos custosos e que não tem o compromisso de não danificar tais equipamentos durante seu manuseio, uma vez que se aplica a dutos em final de vida útil ou que já estejam danificados. Esses tipos de dutos representam um grande passivo para algumas operadoras da indústria de petróleo. A tecnologia a ser utilizada, em fases de desmobilização de campos ou mesmo para recolhimento de dutos sem perspectiva de uso, utiliza embarcações com adaptações mínimas que contam com a presença de rodas de recolhimento/lançamento com diâmetro muito menor quando comparada com as rodas utilizadas em embarcações convencionais ou, alternativamente, o lançamento de uma bobina especial de recolhimento com meio de tração próprio para possibilitar o bobinamento dos dutos abandonados, no próprio local onde estão lançados, com posterior recolhimento do conjunto e transbordo para a própria embarcação.

Description

EQUIPAMENTO E MÉTODO PARA RECOLHIMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS SEM O USO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS

Campo da Invenção

[0001] A presente invenção trata de um equipamento para recolhimento de dutos flexíveis sem o uso de embarcações especiais, utilizado na área de exploração e produção de petróleo, principalmente em embarcações, plataformas, sondas e facilidades de produção, visando utilizar recursos menos custosos e que não tem o compromisso de não danificar os dutos flexíveis durante seu manuseio, em função do não reaproveitamento de tais dutos.

Descrição do Estado da Técnica

[0002] Tipicamente, os recursos navais empregados no lançamento e recolhimento de dutos flexíveis submarinos são bastante dispendiosos e com baixa disponibilidade. Seja para dutos que serão reaproveitados ou para dutos que serão descartados, o recurso usual (1) é o PLSV (Pipe Line Supply Vessel), recurso bastante demandado e que poderia se dedicar apenas para atividades nobres e que agregam valor, como a instalação ou remanejamento de dutos. O recolhimento de dutos com vida útil comprometida faz parte de compromissos assumidos com o órgão ambiental quando da solicitação das licenças de instalação e de operação, motivo pelo qual estes dutos não são abandonados em suas locações, simplesmente. Com o passivo de dutos a serem recolhidos para descarte, seja por danos à sua estrutura, seja por já terem atingido sua vida útil operacional, seja por não possuírem características requeridas por novos projetos, surge a necessidade de utilização de recursos menos custosos e que não tem o compromisso de não danificar tais equipamentos durante seu manuseio.

[0003] O documento AU2014397727B2 trata de um método para instalar e remover uma linha flexível implantada entre uma plataforma offshore e uma estrutura submarina posicionada abaixo da plataforma de forma que os movimentos relativos fiquem desacoplados entre as estruturas. O método compreende etapas intermediárias de apoio da própria plataforma em que o duto está sendo instalado, seguidas do lançamento do duto e sua interligação no equipamento submarino correspondente. O sistema faz uso de guinchos montados na plataforma e na embarcação de apoio e armazenamento do duto nesta segunda embarcação. Ademais, o documento descreve as movimentações relativas da embarcação e da plataforma de forma a viabilizar a configuração proposta. Apesar de também ser utilizada para a remoção de dutos flexíveis, assim como a presente invenção, o documento trata de uma metodologia alternativa para instalação de configurações não convencionais de sistemas submarinos, mas que utilizam os mesmos meios que a invenção proposta substitui.

[0004] O documento PI 1003096-4 A2 trata de um sistema flutuante para instalação ou retirada de equipamentos e estruturas submarinas. Em uma das suas concretizações, o documento foi estabelecido com um sistema flutuante, tipo balsa, ponto de casco no formato U invertido, onde é suportado e transportado uma ou mais estruturas ou equipamentos submarinos, tanto em operações de instalação como remoção. Em outra concretização, é possível utilizar dois barcos de serviço e projetados e construídos para trabalhar com montagem ou solidária, interligados por uma estrutura removível, resultando em um sistema flutuante, único, com uma capacidade de carga dobrada e com maior disponibilidade de espaço para operações de transporte ou recuperação de equipamentos submarinos de grandes dimensões; além da otimização da tripulação embarcada. Esse sistema ainda pode ter uma estrutura removível com torre de perfuração e execução de operações de início de poço, além da otimização da tripulação embarcada. Um dos objetivos revelados no documento é o desenvolvimento de sistemas flutuantes e embarcações de baixo custo e com alta flexibilidade operacional, de forma que possam ser alocadas tanto em contratos de longo prazo como em contratos de oportunidade, com capacidade para executar uma ampla variedade de operações de instalação e intervenção em equipamentos submarinos. É também objetivo do documento desenvolver novos conceitos de sistemas flutuantes, embarcações e métodos de instalação ou recuperação, que dispensam ou usam sondas ou grandes barcos dedicados a operações de lançamento de cargas, mais flexíveis a diferentes tipos de operação e com menor custo, sendo fundamental para o desenvolvimento de campos de petróleo em águas profundas. O documento apesar de tratar de um sistema para remoção de equipamentos do mar, não cita a utilização de bobinas e carretéis para o enrolamento de dutos e armazenamento na embarcação, nem tampouco a operação de recolhimento de dutos.

[0005] O documento WO2012056132A1 trata de um equipamento para carregar, transportar e instalar linhas flexíveis, como dutos, umbilicais de controle ou cabos elétricos, colocados a bordo de um suporte flutuante para instalação no mar. Mais particularmente, o objetivo do documento é fornecer um dispositivo para armazenar e manusear tubos flexíveis a bordo de embarcações de assentamento, o que torna possível realizar as operações de assentamento no mar dos referidos tubos flexíveis mais longos e isso é mais fácil e mais rápido; e, mais particularmente, o que possibilita liberar o convés do navio com mais facilidade e rapidez após a conclusão das operações de instalação de tubos e reinstalar o dispositivo conforme necessário para uma nova instalação de tubos, o mais fácil e o mais rápido possível e com meios de manuseio relativamente pequenos, permitindo, se necessário, manuseio no local. Apesar de também revelar um equipamento que realiza o recolhimento e enrolamento de um duto flexível, não cita o desenvolvimento de uma bobina especial para ser lançada no leito marinho e conectada ao tramo a ser recolhido, tratando-se ainda, da tecnologia comumente utilizada, para a qual se busca oferecer uma alternativa.

[0006] A presente invenção trata de um equipamento para recolhimento de dutos flexíveis sem o uso de embarcações especiais, diferente do que é divulgado pelos documentos do estado da técnica.

Descrição Resumida da Invenção

[0007] A presente invenção trata de um equipamento para recolhimento de dutos flexíveis sem o uso de embarcações especiais, utilizando recursos menos custosos e que não tem o compromisso de não danificar tais equipamentos durante seu manuseio, uma vez que se aplica a dutos em final de vida útil ou que já estejam danificados. Esses tipos de dutos representam um grande passivo para algumas operadoras da indústria de petróleo. A tecnologia a ser utilizada, em fases de desmobilização de campos ou mesmo para recolhimento de dutos sem perspectiva de uso, utiliza embarcações com adaptações mínimas que contam com a presença de rodas de recolhimento/lançamento com diâmetro muito menor, quando comparada com as rodas utilizadas em embarcações convencionais, possuindo, ainda, um espaço no convés para o posicionamento de carretéis verticais acionados hidraulicamente.

[0008] Tal recolhimento poderá se dar diretamente a partir do convés da embarcação ou, alternativamente, com o uso de uma bobina especial para ser lançada no leito marinho e conectada à extremidade do tramo a ser recolhido.

Objetivos da invenção

[0009] A presente invenção tem como objetivo utilizar recursos menos custosos para recolher os dutos flexíveis submarinos que serão descartados.

[0010] A presente invenção tem como objetivo utilizar recursos que não tem o compromisso de não danificar os dutos flexíveis durante seu manuseio.

[0011] A presente invenção tem como objetivo permitir que o PLSV (Pipe Line Supply Vessel) seja utilizado em outras atividades mais nobres, por ser um recurso bastante demandado e de alto custo e muito mais sofisticado que o exigido para a operação em questão.

[0012] É ainda um objetivo da invenção reduzir o custo operacional de recolhimento por quilômetro de dutos flexíveis que não tem perspectiva de reutilização.

Breve Descrição dos Desenhos

[0013] A presente invenção será descrita com mais detalhes a seguir, com referência às figuras em anexo que, de uma forma esquemática e não limitativa do escopo inventivo, representam exemplos da mesma. Nos desenhos, têm-se que:

- A Figura 1 ilustra uma embarcação com um sistema de recolhimento simplificado (b), comparado com uma embarcação convencional (a);
- A Figura 2 detalha uma configuração ainda mais sofisticada, tipicamente utilizada para lançamento e recolhimento de dutos;
- A Figura 3 mostra um típico tensionador utilizado no lançamento e recolhimento de dutos flexíveis;
- A Figura 4 ilustra bobinas convencionais de armazenagem, transporte e manuseio de dutos flexíveis;
- A Figura 5 detalha o equipamento para recolhimento de dutos flexíveis no leito marinho, proposto por esta invenção;
- A Figura 6 detalha o sistema auxiliar de bobinamento do equipamento a ser utilizado tanto de forma submarina como de forma emersa;
- A Figura 7 detalha acessórios para adaptação do item mostrado na Figura 6 para diferentes diâmetros de dutos;
- A Figura 8 mostra um conector típico de um duto flexível, com uma cabeça de tração instalada.
- A Figura 9 mostra um colar de batente a ser utilizado nos casos de recolhimento de dutos que sofreram corte em uma de suas extremidades e que não apresentam um dos conectores em suas extremidades.

Descrição Detalhada da Invenção

[0014] Preliminarmente, ressalta-se que a descrição que se segue partirá de concretizações preferenciais da invenção. Como ficará evidente para qualquer técnico no assunto, no entanto, a invenção não está limitada a essas concretizações particulares, mas sim ao escopo definido nas reivindicações.

[0015] A embarcação de suporte (2), com espaço de convés suficiente para a acomodação da bobina vertical (40), alinhada longitudinalmente com esta embarcação (2), para permitir o lançamento de cabo, acessório residente na bobina, quando utilizada a bordo da embarcação, conexão a uma cabeça de tração (72) (acessório para conexão com o duto a ser recolhido), com auxílio de ROV (veículo submarino operado remotamente) disponibilizado pela própria embarcação, preferencialmente, ou por embarcação específica, puxamento através da roda de recolhimento (61) até a chegada da extremidade recolhida na bobina vertical (40); conexão desta extremidade à bobina vertical (40) que passa a recolher o duto (7). A bobina (40) deverá estar solidamente interligada ao convés da embarcação de suporte (2), tendo em vista os carregamentos observados no recolhimento. O acionamento hidráulico, através de motores (4) e, possivelmente, caixas de redução, deverá ser capaz de tracionar o duto (7) a serem recolhido até que a bobina vertical (40) ou conjunto de bobinas similares estejam carregadas.

[0016] O controle de velocidade é feito de forma semelhante ao convencional, porém sem a necessidade do uso de tensionadores (ou “lagartas”) (5) ou outras estruturas ou equipamentos voltados à garantia de integridade dos dutos (6, 62), durante seu manuseio, equipamentos típicos das embarcações convencionais (PLSVs) (1). Dentre estes equipamentos, também se observam estruturas ainda mais sofisticadas, que não se limitam a simples rodas de lançamento, mas estruturas basculantes (63) dotadas de uma polia de lançamento (62) com tensionadores residentes (51).

[0017] É desejável que haja capacidade e arranjo de convés para acomodar mais de uma bobina vertical (40), de forma que a autonomia seja ampliada, reduzindo os tempos de navegação para descarga de material. A bobina vertical (40) poderá ser desembarcada carregada ou mesmo realizar o descarregamento em terra ainda no convés da embarcação de suporte (2).

[0018] Esta configuração é preferencial para recolhimento de dutos em águas rasas, devido aos baixos carregamentos observados, além de ser totalmente realizada de forma emersa, acima do nível do mar (8).

[0019] Alternativamente, devido ao peso dos dutos e a simplicidade da embarcação de suporte (2), seja em águas rasas ou águas profundas, esta mesma embarcação de suporte (2) poderá lançar uma bobina especial de recolhimento (9) sobre o duto (7) repousado sobre o leito marinho, nas proximidades de uma de suas extremidades. Este será conectado à estrutura da bobina especial de recolhimento (9), com auxílio de cabos presentes na própria bobina especial de recolhimento (9) e com auxílio de ROV, o qual guia o duto (7) para passar por um mecanismo auxiliar de bobinamento (13), qua atua como guia e que, com auxílio de um eixo (14), permite o correto alinhamento e, consequentemente, o enrolamento do duto, aproveitando ao máximo a capacidade de enrolamento da bobina especial de recolhimento (9). A bobina especial de recolhimento (9) deve contar com hastes radiais (11) embutidas em uma estrutura circular de reforço (10), tipicamente observada em bobinas convencionais (3) de armazenamento.

[0020] O mecanismo auxiliar para bobinamento (13) possui um furo com cavidades (17) que atuam em conjunto com a haste transversal (14), fazendo com que, a cada volta completa da bobina (9) o mecanismo auxiliar para bobinamento (13) se desloque lateralmente o equivalente a um diâmetro do duto (7), para que, na próxima volta da bobina, o duto seja enrolado em posição lateral à última volta.

[0021] O mecanismo auxiliar para bobinamento (13) deverá ter um componente bipartido (18), para abraçar o duto (7), alinhando o seu traçado com o que se deseja para um correto enrolamento. Estes componentes bipartidos (18) devem possuir facilidades para serem atuados pelo ROV, para abertura (181) e fechamento, bem como travamento através de uma trava (20), que manterá as partes do componente bipartido (18) unidas.

[0022] Caso seja necessário adaptar o mecanismo auxiliar para bobinamento (13) para diferentes diâmetros, poderá ser montado um inserto (31, 32) na cavidade (19), através de fixadores (33). O diâmetro da cavidade (19) deverá ser compatível com o máximo diâmetro externo do duto (7), na faixa de 35 cm. Cada inserto (31, 32) deverá atender uma faixa de diâmetros externos que permitam a passagem do duto (7) através do mesmo e a fixação do conector de extremidade (71) quando do término do recolhimento. Os menores diâmetros esperados estão na faixa de 10 cm.

[0023] As hastes radiais (11) devem apresentar uma configuração telescópica acionada por molas ou hidraulicamente, para que possam se estender à medida em que a bobina especial de recolhimento (9) é preenchida pelo duto recolhido. O motivo pelo qual não se utiliza uma bobina convencional (3) adaptada, onde a estrutura circular de reforço (10) assume toda a extensão radial compreendida pelo volume útil de tal bobina, é que a mesma teria uma alta probabilidade de ficar presa, atolando no leito marinho. A estrutura circular de reforço também serve como guia para as hastes radiais (11). Tais hastes radiais (11) atuam como batentes para estabilizar o posicionamento do duto (7) durante e após o recolhimento. A curvatura da superfície da bobina especial de recolhimento (9), sobre a qual o duto será depositado, pode ser bem mais acentuada que a observada em uma estrutura convencional, ou seja, enquanto uma bobina convencional (3) possui um diâmetro interno na ordem de 2 a 3 metros, para que não haja dano ao duto ao ser bobinado, a bobina especial de recolhimento (9) da presente invenção poderia ter diâmetro interno de em torno de 1 metro, uma vez que não há requisitos de não danificar o duto (7) a ser recolhido. Isto também aumenta sua capacidade de carga.

[0024] Para o recolhimento do duto (7), o motor hidráulico (4), residente na bobina especial de recolhimento (9), é alimentado através de um cabo umbilical composto por mangueiras hidráulicas que irão permitir a circulação de fluidos nos dois sentidos (superfície/motor e motor/superfície), acionando a movimentação da bobina especial de recolhimento (9) e mantendo o duto tracionado, para um correto bobinamento e recolhimento do mesmo. O motor hidráulico (4) pode ter um conjunto de válvulas para melhor controle da velocidade, e auxiliar no roteamento para outros componentes hidráulicos que venham a ser utilizados na bobina especial para recolhimento (9), como, por exemplo, as hastes radiais (11).

[0025] O giro da haste transversal (14) está acoplado com o giro do eixo da bobina especial para recolhimento (9) através de uma correia sincronizadora, permitindo configurar o giro da haste transversal (14) de acordo com o diâmetro do duto a ser recolhido e o passo de translado do mecanismo auxiliar para bobinamento (13). Podem ser adotadas diferentes configurações de ranhuras na haste transversal (14) de forma a se adequar a diferentes faixas de diâmetros externos dos dutos (7) a serem recolhidos. A grande maioria dos dutos a serem recolhidos tem diâmetros na faixa de 4 pol a 6 pol, sendo necessário um número reduzido de configurações da haste transversal (14).

[0026] É desejável um sistema de embreagem que irá permitir o movimento relativo da parte interna da bobina (9) em relação às hastes radiais (11) de forma a manter o tensionamento do duto (7).

[0027] No caso de acionamento hidráulico das hastes radiais (11), é necessária a previsão de um número maior de mangueiras hidráulicas no umbilical ou a previsão de se embarcar um conjunto de válvulas direcionais hidráulicas no bloco que contém o motor (4), que neste caso incorporaria, além do motor hidráulico, um circuito hidráulico para atuação do próprio motor e dos cilindros que atuarão nas hastes (11).

[0028] Para corrigir a posição da bobina de forma a seguir o trajeto do duto (7), cabos de aço oriundos da embarcação (2) deverão ser conectados aos olhais (16). Tais olhais estão solidários às hastes longitudinais (12) e ao eixo das rodas (15), componentes estes que auxiliam no deslocamento da bobina especial de recolhimento (9) sobre o leito marinho. As rodas (15) são compostas por uma estrutura metálica e pneus maciços, devido à necessidade de atuação em grandes profundidades. Tais pneus possuem largura suficiente para distribuir a pressão exercida sobre o leito marinho, de forma que não venham a atolar, dificultando seu deslocamento e a operação, como um todo.

[0029] Com auxílio de cabos, o ROV trava a cabeça de tração (72) ou, no caso da ausência desta, o conector (71) da primeira extremidade, na bobina especial de recolhimento (9), para iniciar o bobinamento, com o acionamento do motor hidráulico (4). O duto (7) deve ser acomodado no interior do mecanismo auxiliar para bobinamento (13), que será montado ao redor do duto (7), com auxílio do ROV. Após esta montagem, a embarcação (2) auxilia na direção do deslocamento da bobina especial de recolhimento (9). Ao chegar no conector (71), da segunda extremidade, caso haja um segundo tramo conectado, o componente bipartido (18) deverá ser aberto com o destravamento da trava (20) e, logo depois, fechado para prosseguir com o recolhimento do duto (7), até seu completo recolhimento. Haverá manutenção do tensionamentno do duto (7), após recolhido, com o conector de extremidade (71) sendo forçado contra a cavidade (19) ou um de seus insertos (31, 32).

[0030] Para viabilizar o travamento de dutos que não contenham o conector de extremidade (71) na segunda extremidade, o que é comum em dutos que sofreram cortes, é necessário a instalação de um colar batente (50) pelo ROV.

[0031] Ao final do recolhimento, o conector de extremidade (71) relativo à segunda extremidade do duto (7) ou o colar batente (50) é fixado no componente bipartido (18), evitando-se que o duto (7) desenrole durante a transferência para bordo do navio, com auxílio de guindaste ou A-Frame. A bobina especial de recolhimento (9) é puxada para o convés da embarcação (2), sendo suspensa pelo conjunto de olhais (16 e 161), podendo ocorrer a transferência do duto (7) para uma bobina convencional (3), para reaproveitamento da bobina especial de recolhimento (9). Para tal suspensão, todos os olhais (16 e 161) devem ser utilizado, ou seja, os dois pontos conendo olhais (16) e dois pontos contendo olhais (161).

[0032] A capacidade da bobina especial de recolhimento (9) está relacionada com a capacidade de carga dos equipamentos instalados no recurso naval. Se houver dois ou mais tramos conectados entre si o equipamento deve ser capaz de recolher até o segundo conector do último tramo, passando pelo mecanismo auxiliar de bobinamento (13), que serve como guia do duto (7). A metodologia de recolhimento pode prever o descarregamento da bobina especial de recolhimento (9) a bordo da própria embarcação ou em embarcação auxiliar para reutilização da bobina. Os meios de acionamento dos acessórios da bobina especial de recolhimento (9) devem possuir facilidade para serem atuados por ROV.

[0033] Para que o equipamento seja corretamente utilizado, recomenda-se utilizar as ações, dado a sequência nas seguintes etapas:

[0034] - Interligar a cabeça de tração (72) do conector de extremidade (71) na bobina especial de recolhimento (9) com auxílio do ROV;

[0035] - Acomodar o corpo tubular do duto (7) no interior do mecanismo auxiliar para bobinamento (13), que será montado ao redor do duto (7) com o auxílio do ROV;

[0036] - Tracionar a bobina especial de recolhimento (9), com a embarcação (2), na direção do recolhimento do duto (7);

[0037] - Rodar a bobina especial de recolhimento (9) para recolher o duto (7) à medida que o barco se desloca, com as hastes (11) cravadas na areia, sendo que a bobina especial de recolhimento (9) recolhe o duto através do acionamento hidráulico do motor (4) até carregar totalmente a bobina.

[0038] - Alternativamente o mecanismo auxiliar para bobinamento (13) deverá ser desarmado e rearmado até o final do recolhimento do duto (7) devido à passagem de conectores que interligam diferentes tramos, caso eles ocorram.

Claims

EQUIPAMENTO PARA RECOLHIMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS SEM O USO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS, caracterizado por compreender pelo menos uma embarcação de suporte (2) com pelo menos uma bobina vertical (40), sendo a bobina vertical (40) interligada ao convés desta mesma embarcação e alinhada longitudinalmente com seu convés; um ROV e meios de controlá-lo e uma roda de recolhimento com diâmetro reduzido (61).
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pela bobina vertical (40) recolher um duto flexível (7) através de um acionamento hidráulico do motor (4).
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo controle de velocidade, durante o acionamento hidráulico do motor (4), dispensar a utilização de “lagartas” (5) ou outras estruturas ou equipamentos voltados à garantia de integridade dos dutos (7) durante seu manuseio.
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por, opcionalmente, a embarcação de suporte (2) possuir a capacidade e arranjo de convés para acomodar mais de uma bobina (40).
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por alternativamente a embarcação suporte (2) lançar uma bobina especial de recolhimento (9) nas proximidades de uma das extremidades do duto que repousa sobre o leito marinho.
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pela bobina especial de recolhimento (9) compreender uma estrutura circular de reforço (10), hastes radiais (11) sem reforços circulares.
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pela bobina especial de recolhimento (9) ter diâmetro interno menor do que o convencional.
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelas hastes radiais (11) permitirem a tração nas hastes longitudinais (12) da bobina especial de recolhimento (9), forçando o seu giro para mudanças de direção, seguindo a rota do duto (7) a ser recolhido.
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelas hastes radiais (11) permitirem a estabilização do posicionamento do duto (7) durante e após o recolhimento.
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pela bobina especial de recolhimento (9) ter um mecanismo auxiliar para bobinamento (13) acoplado para garantir o posicionamento adequado e enrolamento do duto (7) na bobina especial de recolhimento (9); um sistema de apoio e pontos de amarração composto por olhais (16) e (161), com um sistema hidráulico embarcado composto pelo motor (4) para permitir o enrolamento do duto (7) na bobina especial de recolhimento (9).
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo motor hidráulico (4) alternativamente possuir um conjunto de válvulas para auxiliar o uso das hastes radiais (11).
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo uso de uma correia sincronizadora que une o eixo da bobina especial de recolhimento (9) com a haste transversal (14).
EQUIPAMENTO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pela haste transversal (14) ter diferentes ranhuras para poder transladar o mecanismo auxiliar de bobinamento (13) conforme o diâmetro externo do duto (7) a ser recolhido.
MÉTODO PARA RECOLHIMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS SEM O USO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS, utilizando o a bobina especial de recolhimento (9), conforme definido na reivindicação 1, caracterizado por possuir as seguintes etapas:
- - Interligar a cabeça de tração (72) do conector de extremidade (71) na bobina especial de recolhimento (9) com auxílio de ROV;
- - Acomodar o tramo no interior do mecanismo auxiliar para bobinamento (13) que será montado ao redor do duto (7) com o auxílio do ROV;
- - Tracionar a bobina especial de recolhimento (9), com a embarcação (2), na direção do recolhimento do duto (7);
- - Rodar a bobina especial de recolhimento (9) para recolher o duto (7) à medida que o barco se desloca, com as hastes (11) cravadas na areia;
- - Alternativamente, o mecanismo auxiliar para bobinamento (13) deverá ser desarmado e rearmado até o recolhimento do duto (7) devido a passagem de conectores que interligam diferentes tramos, caso ocorram.
MÉTODO, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pela bobina especial de recolhimento (9) recolher o duto (7) através de acionamento hidráulico do motor (4) até carregar totalmente a bobina especial de recolhimento (9).
MÉTODO PARA RECOLHIMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS SEM O USO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS, de acordo com a reivindicação 15, caracterizado pelo ROV auxiliar na conexão dos cabos para o recolhimento do duto (7).
MÉTODO PARA RECOLHIMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS SEM O USO DE EMBARCAÇÕES ESPECIAIS, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado por, ao final do recolhimento, o conector de extremidade (71) ou colar batente (50) ser fixado e a bobina especial de recolhimento (9) ser puxada para o convés da embarcação (2) através dos olhais (16) e (161).