BR102019024459A2

BR102019024459A2 - Maquete multimodal para treinamento laparoscópico

Info

Publication number: BR102019024459A2
Application number: BR102019024459-3A
Authority: BR
Inventors: Pedro Henrique Alves De Morais
Original assignee: Pedro Henrique Alves De Morais
Priority date: 2019-11-21
Filing date: 2019-11-21
Publication date: 2021-06-01
Also published as: WO2021097546A1

Abstract

"maquete multimodal para treinamento laparoscópico". a presente invenção refere-se a um dispositivo multifuncional para uso em simuladores cirúrgicos, que permite o treinamento de habilidades hápticas em cirurgia laparoscópica. o equipamento possibilita a execução de tarefas com complexidade e dificuldade crescentes, e permite a aquisição de todas as habilidades motoras necessárias para a execução de cirurgias de laparoscopia avançada: desde a coordenação motora básica até as endosuturas.

Description

MAQUETE MULTIMODAL PARA TREINAMENTO LAPAROSCÓPICO

[001] A presente invenção se refere a um dispositivo para treinamento de múltiplas habilidades hápticas em laparoscopia, baseado em um método progressivo e hierarquizado para aquisição de habilidades motoras necessárias para a proficiência na técnica laparoscópica. O dispositivo é composto por uma base rígida em ABS, que serve para dar apoio a uma placa de silicone com formato hexagonal, a qual dispõe de diversas regiões onde são desenvolvidas as seguintes habilidades por meio dos exercícios: ergonomia, noções de tridimensionalidade e profundidade, tato, controle de força, coordenação motora básica, coordenação motora fina, coordenação integrada das mãos, coordenação com tesoura, tração e contra-tração, exposição e auxílio entre as pinças, habilidade de movimentação giratória da ponta das pinças; de manipulação e posicionamento de agulha; de manipulação de fio e nó; e de endossutura; O equipamento deve ser utilizado de acordo com o método preconizado, que é hierarquizado e composto por 6 estratos progressivos de complexidade. A base rígida em ABS possui na sua face posterior uma região com velcro para se fixar ao interior do simulador mecânico de bancada (“caixa-preta”), para fornecer estabilidade a mesma, evitando que se mova durante a execução dos exercícios; o dispositivo possui uma angulação anterior, de modo a melhorar a apresentação das superfícies operadas. O dispositivo possui em sua extremidade inferior uma região que permite guardar os objetos utilizados no treinamento (halteres); assim como uma fenda superior que permite guardar as placas de EVA, que serão recortadas e descartadas, sendo o único item consumível da presente invenção.

[002] Já são conhecidas maquetes para treinamento de habilidades em laparoscopia para uso em simuladores cirúrgicos de bancada, que dispõem de modelos individuais para treinamento de habilidades específicas, o que em geral não permite a sistematização do aprendizado na técnica. A não-sistematização no aprendizado da técnica acelera de modo precipitado a realização de tarefas mais complexas (como a sutura laparoscópica), enquanto as habilidades básicas ainda não foram adquiridas, o que provoca inúmeros efeitos deletérios nas habilidades de um cirurgião em treinamento, pois permite a deterioração na arte da técnica.

[003] Tendo em vista tais limitações da técnica foi desenvolvido um dispositivo que permite a sistematização da técnica e a unificação das habilidades necessárias em um único dispositivo. O dispositivo permite a realização de 6 tarefas com complexidade e graus de dificuldade progressivos. A maquete para treinamento é composta por duas unidades, sendo uma base de ABS rígido e uma placa de silicone. A placa de silicone tem densidade 0.33 e apresenta resistência, dureza e textura aproximadas do tecido biológico humano, o que oferece grande grau de realismo no treinamento, havendo a necessidade de discreta adaptação motora, quando da aplicação real da técnica no paciente.

[004] As figuras a seguir ilustram a presente invenção requerida:

[005] Figura 1 - Ilustra a maquete em visão frontal com a placa de silicone (2), devidamente ajustada à base rígida de ABS (1). São mostrados os orifícios dos vértices, numerados de 3 a 7 e as estruturas para treinamento das técnicas de sutura e de passagem de agulha.

[006] Figura 2 - Ilustra a angulação anterior da maquete de treinamento laparoscópico.

[007] Figura 3 - Ilustra a fenda superior para armazenar as folhas de EVA.

[008] Figura 4 - Ilustra a face posterior da maquete e o sistema para fixação à base do simulador de bancada.

[009] Figura 5 - Ilustra o haltere colorido preconizado.

[010] Como mostrado na figura 1, temos a maquete para treinamento em laparoscopia, composta por uma base rígida em ABS (1) e a placa de silicone (2). Os buracos nos vértices são numerados de 3 a 7 e servem para o treinamento de habilidades motoras, pois são utilizados para a inserção alternada dos halteres(15). O exercício é metrificado quanto à eficácia e eficiência técnica, pois existe um sistema de pontuação o qual garante que o aluno seja proficiente em um exercício antes de progredir ao próximo. Erros cometidos no exercício de colocação dos halteres nos buracos englobam a negligência de uma das mãos (leia-se dominância de uma mão), sair da área operatória, tocar a base de silicone ou errar os buracos. O exercício além de treinar a coordenação motora fina, proporciona a ambidestria, movimentação giratória das pontas das pinças, sensação de tato, controle de força de preensão das pinças, noção de tridimensionalidade e profundidade. O conjunto de orifícios centrais (9) é utilizado, primeiramente, para o exercício de passagem de agulha, no qual essa é introduzida em um dos pequenos orifícios; em seguida é retirada pela fissura longitudinal e por fim é introduzida na fissura até o outro orifício contralateral. Os diversos conjuntos de orifícios (9) situados as margens do sulco vertical (11) e horizontal (10), formam uma cruz, que permitem ao aluno treinar o exercício de passagem de agulha em todas as direções possíveis, e assim possibilita a aquisição de habilidades motoras necessárias para suturas em qualquer localização no campo cirúrgico. O mesmo conjunto de orifícios (9) é utilizado para a realização de pontos simples por laparoscopia, de forma calibrada, pois é preciso controlar de forma exata o local de entrada e de saída da agulha cirúrgica. O pivô central (8) é utilizado para a realização da técnica de endoloop e possui um ressalto da placa de silicone, de modo a permitir a correta inserção do fio de sutura para treinamento dessa técnica de nó. A região para armazenamento dos halteres (15) possui uma tampa (14) que se encaixa na base rígida de ABS, o qual é responsável por guardar os objetos de forma segura e organizada. As abas de silicone laterais (12) são utilizadas para treinamento de técnicas de sutura; as fissuras laterais (13) são tais que simulem o distanciamento real de estruturas a serem suturadas.

[011] A figura 2 ilustra a angulação anterior do dispositivo, de modo a melhor apresentar as estruturas durante o treinamento; tal angulação é proporcionada pela estrutura de ABS rígido (1) que possui a extremidade superior mais espessa que a inferior.

[012] A figura 3 ilustra a fenda superior (16) no qual são inseridas as placas de EVA, que serão utilizadas no exercício de corte com uso de tesoura; nesse exercício a placa é cortada em regiões específicas, fornecendo aptidão na técnica de uso do instrumento.

[013] A figura 4 mostra a região posterior do dispositivo dotado de velcro (17), que permite a fixação do dispositivo à bancada de treinamento laparoscópico. A sua correta fixação na caixa proporciona rigidez e estabilidade no uso do mesmo.

[014] A figura 5 ilustra o haltere (15). O haltere é formado por uma extremidade hexagonal (18) e uma haste central (19). A extremidade hexagonal possui dimensão que simula o tamanho aproximado de um cálculo biliar (aproximadamente 3 milímetros); isso é importante, pois na colescistectomia laparoscópica a vesícula biliar poderá se romper, e caso se rompa o cirurgião deverá coletar todos os cálculos biliares na cavidade, sendo que quando isso ocorre, muitos cirurgiões acabam convertendo a operação em “aberta”, o que ocasiona além de problemas estéticos (grande cicatriz), possibilidade de hérnias na parede abdominal.

Claims

Dispositivo para treinamento em laparoscopia caracterizado por ser composto por base de ABS rígido (1) e placa de silicone (2). A maquete possui uma angulação anterior de modo a melhor apresentar as estruturas de treinamento ao operador. Os orifícios (3-7) são utilizados para a inserção de halteres e servem para treinamento de habilidades motoras. Os orifícios centrais (9) são utilizados para treinamento de técnicas de passagem de agulha e nó calibrado; as abas laterais de silicone (12) são utilizadas para treinamento de técnicas de sutura simples e contínua.
Dispositivo para treinamento em laparoscopia de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por possuir uma região inferior para armazenamento dos halteres, dotada de uma tampa (14) que se encaixa por pressão.
Dispositivo para treinamento em laparoscopia de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por possuir uma região posterior com velcro (17) para melhor fixação à base da caixa de treinamento laparoscópico.
Dispositivo para treinamento em laparoscopia de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por possuir uma fenda superior (16) que abriga as placas de EVA que serão recortadas com a tesoura, sendo um item consumível.
Dispositivo para treinamento em laparoscopia caracterizado por possuir halteres, compostos por extremidade hexagonal (18), com dimensões que simulem o tamanho de um cálculo biliar (3 milímetros) e haste central (19).