BR102018014697B1 - Sistema de cames deslizantes, trem de válvulas variável, veículo, e método para operação de um motor de combustão interna - Google Patents

Abstract

SISTEMA DE CAME DESLIZANTE E MÉTODO PARA OPERAÇÃO DE UM MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA. A invenção diz respeito a um sistema de cames deslizantes (11) para um trem de válvulas variável (10). O sistema de cames deslizantes (11) compreende uma árvore de cames (12), um porta-cames (14), um seguidor do came (16A) e um primeiro atuador (24). Um primeiro came (32) do porta-cames (14) e um segundo came (34) do porta-cames (14) são dispostos deslocados em relação um ao outro ao longo de um eixo longitudinal da árvore de cames (12). O primeiro came (32) compreende uma região de círculo de base (32A) e uma região de levantamento de válvula (32B) com uma seção limitante (32C) que é adjacente à região de círculo de base (32A) do primeiro came (32). O segundo came (34) possui uma região de círculo de base (34A) e uma região de levantamento de válvula (34D) com uma seção limitante (34E) que é adjacente à região de círculo de base (34A) do segundo came (34). A seção limitante (32C) do primeiro came (32) e a seção limitante (34E) do segundo came (34) são de configuração idêntica e são dispostos em uma posição circunferencial idêntica em torno do eixo longitudinal da árvore de cames (12). O primeiro atuador (24), o seguidor do came (...).

Description

[0001] A invenção diz respeito a um sistema de cames deslizantes para um trem de válvulas variável, para um trem de válvulas variável, para um veículo a motor e a um método para operação de um motor de combustão interna.

[0002] Motor de combustão interna controlados por válvulas compreendem uma ou várias válvulas de admissão e escape controlável por cilindro. Sistemas de controle de válvulas variável possibilitam a atuação flexível das válvulas a fim de alterar o tempo de abertura, tempo de fechamento e/ou o levantamento de válvula. Como resultado, a operação do motor pode ser adaptada, por exemplo, a uma situação de carga específica.

[0003] A DE 196 11 641 C1 divulgou um trem de válvulas, por meio do qual a atuação de uma válvula de troca de gás torna-se possível usando uma pluralidade de curvas de levantamento diferentes. Para essa finalidade, um came deslizante com pelo menos uma seção de came que compreende uma pluralidade de faixas de came é montada fixamente na árvore de cames de modo a rotacionar com a mesma, mas de modo a ser deslocado axialmente, cujo came deslizante compreende um contorno de levantamento, no qual um atuador na forma de um pino é introduzido radialmente a partir de fora a fim de produzir um deslocamento axial do came deslizante. Por meio do deslocamento axial do came deslizante, um levantamento de válvula diferente é ajustado na respectiva válvula de troca de gás. Após o deslocamento axial do came deslizante em relação à árvore de cames, o referido came deslizante é travado em sua posição relativa axial na árvore de cames em virtude do fato de que pelo menos uma esfera de trava passível de carga elástica, admitida e montada na árvore de cames, engata em pelo menos uma ranhura de travamento, de maneira que é dependente de sua posição axial relativa. O deslocamento axial do came deslizante a fim de alterar o levantamento de válvula ocorre exclusivamente no que é conhecido como o círculo de base do ou de cada seção de came ou faixas de came do mesmo. Como resultado, a velocidade de rotação de troca do trem de válvulas é limitada.

[0004] Quanto menor os círculos de base dos cames que coincidem uns com os outros, menor o tempo disponível para o deslocamento axial do came deslizante. Quanto menos tempo estiver disponível para o deslocamento axial do sistema de cames deslizantes, mais íngreme a rampa da placa de guiamento de troca (pista de engate) tem de ser configurada. No caso do deslocamento axial do came deslizante, forças consideráveis podem ocorrer, em parte, no caso do contato entre o pino do atuador e a placa de guiamento de troca. Particularmente grandes forças podem ocorrer, particularmente, no caso de rampas íngremes, cujas forças particularmente grandes podem ter uma influência negativa na vida útil do sistema de cames deslizantes e/ou limitam uma velocidade de rotação de troca máxima.

[0005] A DE 10 2012 112 482 A1 divulgou um método para operação de um motor de combustão interna com uma pluralidade de cilindros. A fim de acionar as válvulas de troca de gás, o motor de combustão interna compreende um trem de válvulas com pelo menos uma árvore de cames montado rotativamente e com pelo menos um came deslizante que pode ser deslocado axialmente na respectiva árvore de cames. O respectivo came deslizante compreende pelo menos uma seção de placa de guiamento com pelo uma ranhura que é configurada em uma face circunferencial externa da respectiva seção de placa de guiamento, o respectivo came deslizante compreende pelo menos uma seção de came com uma pluralidade de faixas de came para configuração de diferentes levantamentos de válvula. A fim de provocar um deslocamento axial do respectivo came deslizante, um pino atuável de um atuador é introduzido radialmente a partir do exterior em uma ranhura da seção de placa de guiamento. O deslocamento axial do respectivo came deslizante é realizado de uma maneira que é dependente da direção de deslocamento axial do referido came deslizante e/ou de uma maneira que é dependente de uma folga da válvula fora de um círculo de base da ou de cada seção de came do respectivo came deslizante.

[0006] A invenção é baseada no objeto de prover um sistema de cames deslizantes alternativo ou melhorado e um método para operação de um motor de combustão interna, no caso do qual as forças que ocorrem durante a operação de deslocamento do porta-cames são reduzidas em comparação com sistemas convencionais.

[0007] O objeto é alcançado por meio de um sistema de cames deslizantes e um método como reivindicado nas reivindicações independentes. Desenvolvimentos vantajosos são especificados nas reivindicações dependentes e na descrição.

[0008] O sistema de cames deslizantes é configurado para um trem de válvulas variável de um motor de combustão interna de um veículo a motor, particularmente um veículo comercial. O sistema de cames deslizantes compreende uma árvore de cames e um porta-cames. O portacames é disposto fixamente sobre a árvore de cames de modo a rotacionar com a mesma e de modo que possa ser deslocado axialmente entre uma primeira posição axial e uma segunda posição axial, e compreende um primeiro came, um segundo came e uma primeira pista de engate para o deslocamento axial do porta-cames. O sistema de cames deslizantes compreende um seguidor do came que é conectado operativamente ao primeiro came na primeira posição axial do porta-cames e é conectado operativamente ao segundo came na segunda posição axial do portacames. O sistema de cames deslizantes compreende um primeiro atuador que compreende um elemento que pode ser retraído e estendido, particularmente um pino, para engate na primeira pista de engate para o deslocamento axial do porta-cames. O primeiro came e o segundo came são dispostos deslocados em relação um ao outro ao longo de um eixo longitudinal da árvore de cames. O primeiro came compreende uma região de círculo de base e uma região de levantamento de válvula com uma seção limitante que é adjacente à região de círculo de base do primeiro came. O segundo came compreende uma região de círculo de base e uma região de levantamento de válvula com uma seção limitante que é adjacente à região de círculo de base do segundo came. A seção limitante do primeiro came e a seção limitante do segundo came são de configuração idêntica e são dispostos em uma posição circunferencial idêntica em torno do eixo longitudinal da árvore de cames. O primeiro atuador, o seguidor do came e a primeira pista de engate são dispostos e configurados de modo que um deslocamento axial do porta-cames pode ser realizado enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came e/ou à seção limitante do segundo came.

[0009] O sistema de cames deslizantes permite uma extensão do período de tempo disponível para o deslocamento axial do porta-cames por meio de uma expansão nas seções limitantes dos cames. Devido à região de troca maior, as acelerações e, portanto, as forças de massa, podem ser reduzidas no caso de uma velocidade de rotação de troca idêntica para o deslocamento axial. Primeiramente, isso pode ser utilizado, por exemplo, para aumentar a confiabilidade funcional e a vida útil devido a forças e pressões mais baixas. Em segundo lugar, isso pode ser utilizado, por exemplo, para aumentar a velocidade de rotação de troca máxima do sistema.

[0010] Particularmente, o primeiro came pode ser configurado de modo a ser diretamente adjacente ao segundo came.

[0011] Em uma modalidade particularmente preferencial, o primeiro atuador, o seguidor do came e a primeira pista de engate são dispostos e configurados de modo que um deslocamento axial do porta- cames inicia e/ou termina enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came ou à seção limitante do segundo came. Desta forma, particularmente, o início e/ou o término do deslocamento axial do porta-cames pode ser movido para as regiões limitantes. Deste modo, a duração de tempo disponível para o deslocamento axial do porta-cames pode ser estendida.

[0012] Em uma modalidade, as seções limitantes se estendem ao longo de uma região maior ou igual a 1° do ângulo da árvore de cames.

[0013] Em um desenvolvimento, as seções limitantes se estendem sobre uma região entre 5° e 45° do ângulo da árvore de cames, particularmente entre 15° e 30° do ângulo da árvore de cames.

[0014] Em uma modalidade adicional, as seções limitantes formam uma rampa plana comum.

[0015] Em uma variante da modalidade, as seções limitantes são dispostas em uma região de saída do primeiro e do segundo came. Adicional ou alternativamente, o deslocamento axial do porta-cames inicia quando o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came ou do segundo came. O deslocamento axial termina preferencialmente enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à região de círculo de base do primeiro came e/ou do segundo came. No entanto, é possível também que o deslocamento axial não termine em uma seção limitante adicional em uma região de entrada do primeiro ou segundo came, as seções limitantes adicionais do primeiro e segundo came são, por sua vez, de configuração idêntica e são dispostos em uma posição circunferencial idêntica em torno do eixo longitudinal da árvore de cames.

[0016] Em uma outra variante da modalidade, as seções limitantes são dispostas em uma região de entrada do primeiro e segundo came. Adicional ou alternativamente, o deslocamento axial do porta-cames termina quando o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came ou do segundo came. O deslocamento axial do porta-cames inicia preferencialmente enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à região de círculo de base do primeiro came ou do segundo came. No entanto, também é possível que o deslocamento axial já tenha sido iniciado em outra seção limitante em uma região de saída do primeiro ou segundo came, as outras seções limitantes do primeiro e segundo came são, por sua vez, de configuração idêntica e são dispostos em uma posição circunferencial idêntica em torno do eixo longitudinal da árvore de cames.

[0017] Em uma modalidade exemplar, o porta-cames compreende uma segunda pista de engate para o deslocamento axial do porta-cames em uma direção oposta em relação a um deslocamento axial que é provocado por meio da primeira pista de engate. Além disso, o sistema de cames deslizantes compreende um segundo atuador que compreende um elemento que pode ser retraído e estendido, particularmente um pino, para engate na segunda pista de engate para o deslocamento axial do porta-cames. O segundo atuador, o seguidor do came e a segunda pista de engate são dispostos e configurados de modo que um deslocamento axial do transportador pode ser realizado (particularmente, inicia e/ou termina) enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came ou à seção limitante do segundo came.

[0018] Particularmente, o primeiro atuador e o segundo atuador podem ser providos separadamente um do outro. Também é possível, no entanto, que o primeiro atuador e o segundo atuador sejam providos em um mesmo alojamento.

[0019] A primeira pista de engate e a segunda pista de engate são providas preferencialmente separadamente uma da outra. Também é possível, no entanto, que a primeira pista de engate e a segunda pista de engate sejam dispostas em uma região idêntica do porta-cames. Preferencialmente, a primeira pista de engate e a segunda pista de engate podem se cruzar.

[0020] Em uma outra modalidade preferencial, a primeira pista de engate possui uma constrição transversal para a redução da folga entre a primeira pista de engate e esse elemento do primeiro atuador, que pode ser retraído e estendido durante o engate (do elemento estendido na primeira pista de engate). A constrição transversal é disposta de modo que a redução na folga ocorre antes que o seguidor do came passe para uma conexão operativa com a seção limitante do primeiro came ou do segundo came. Desta forma, essa seção da pista de engate que é provida para a redução da folga não encurte essa seção da pista de engate que é provida para o deslocamento axial do porta-cames.

[0021] A fim de alcançar as mesmas vantagens, é possível também que a segunda pista de engate compreenda uma constrição transversal para a redução da folga entre a segunda pista de engate e esse elemento do segundo atuador que pode ser retraído e estendido durante o engate (do elemento estendido na primeira pista de engate). A constrição transversal é disposta de modo que a redução na folga ocorre antes que o seguidor do came passe para uma conexão operativa com a seção limitante do primeiro came ou do segundo came.

[0022] Em uma modalidade particularmente preferencial, a primeira pista de engate e/ou a segunda pista de engate se estende/se estendem com formato em espiral em torno do eixo longitudinal da árvore de cames.

[0023] Em uma modalidade preferencial, esse elemento do primeiro atuador e/ou do segundo atuador que pode ser retraído e estendido, pode ser movido radialmente em relação ao eixo longitudinal da árvore de cames.

[0024] A invenção diz respeito também a um trem de válvulas variável para um motor de combustão interna. O trem de válvulas variável compreende um sistema de cames deslizantes como divulgado neste documento. O trem de válvulas variável compreende uma válvula de troca de gás, particularmente, uma válvula de entrada ou uma válvula de saída, que é conectada operativamente ao seguidor do came. O primeiro came e o segundo came provocam diferentes levantamentos de válvula, tempos de abertura e/ou tempos de fechamento das válvulas de troca de gás.

[0025] Em um desenvolvimento, a válvula de troca de gás é uma válvula de saída. O primeiro came é configurado para um modo de operação normal do motor de combustão interna, no caso de que o modo de operação normal do primeiro came mantém a válvula de saída aberta no curso de escape. O segundo came é configurado para um modo de operação de frenagem do motor do motor de combustão interna, no caso de cujo modo de operação de frenagem do motor a válvula de saída é preferencialmente fechada no curso de compressão e no curso de escape, e é aberta antes que um ponto morto superior de um movimento de pistão seja atingido.

[0026] Em uma modalidade exemplar preferencial, o segundo came é configurado de modo que a válvula de saída abra entre 100° do ângulo de manivela e 60° do ângulo de manivela (ângulo de virabrequim) antes que o ponto morto superior seja alcançado. Adicional ou alternativamente, o segundo came é configurado de modo que a válvula de saída fecha após a abertura no curso de escape na região entre o ponto morto superior e a 30° do ângulo de manivela após o ponto morto superior. Adicional ou alternativamente, o segundo came é configurado de modo que a válvula de saída fecha antes da abertura no curso de compressão na região entre o ponto morto inferior e a 30° do ângulo de manivela após o ponto morto inferior.

[0027] A invenção também diz respeito a um veículo a motor, particularmente um veículo comercial (por exemplo, um caminhão ou ônibus), compreendendo um trem de válvulas variável como divulgado neste documento ou a um sistema de cames deslizantes como divulgado neste documento.

[0028] A invenção também diz respeito a um método para operação de um motor de combustão interna com um sistema de cames deslizantes. O sistema de cames deslizantes compreende um porta-cames que é disposto fixamente em uma árvore de cames de modo a rotacionar com a mesma, que pode ser deslocado axialmente e que compreende um primeiro came e um segundo came. O primeiro came e o segundo came compreendem, respectivamente, uma região de círculo de base e uma região de levantamento de válvula com uma seção limitante que é disposta de maneira adjacente em relação à respectiva região de círculo de base. A seção limitante do primeiro came e a seção limitante do segundo came são de configuração idêntica e são dispostos em uma posição circunferencial idêntica em torno de um eixo longitudinal da árvore de cames. O sistema de cames deslizantes compreende um seguidor do came que é conectado operativamente de maneira seletiva em relação ao primeiro came ou ao segundo came. O método compreende o deslocamento axial do porta- cames, o deslocamento axial do porta-cames é realizado, particularmente ao iniciar ou terminar, enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came e/ou do segundo came.

[0029] O método oferece as mesmas vantagens que o sistema de cames deslizantes que é divulgado neste documento. Além disso, o método possui uma alta flexibilidade, desde que não seja restrito ao deslocamento axial do porta-cames por meio dos atuadores e pistas de engate como divulgados neste documento.

[0030] Particularmente, o método pode usar o sistema de cames deslizantes divulgado neste documento, preferencialmente com elementos de atuadores que podem ser retraídos e estendidos radialmente e que engatam nas pistas de engate com formato em espiral, para deslocamento axial do porta-cames. Também é possível, no entanto, que o método usa um sistema de deslocamento diferente para o deslocamento axial do porta- cames.

[0031] Em uma modalidade preferencial, o deslocamento axial do porta-cames inicia enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came ou do segundo came, e/ou termina enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à região de círculo de base do primeiro came ou do segundo came.

[0032] Adicional ou alternativamente, o deslocamento axial do porta-cames inicia enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à região de círculo de base do primeiro came ou do segundo came e/ou termina enquanto o seguidor do came é conectado operativamente à seção limitante do primeiro came ou do segundo came.

[0033] As modalidades e recursos preferenciais descritos acima da invenção podem ser combinadas entre si de qualquer maneira desejada. Detalhes e vantagens adicionais da invenção serão descritos no texto a seguir com referência aos desenhos anexos, nos quais: Figura 1 mostra uma vista em perspectiva de um trem de válvulas variável, Figura 2 mostra uma outra vista em perspectiva de um trem de válvulas variável exemplar, Figura 3 mostra uma vista plana de uma árvore de cames de um trem de válvulas variável exemplar, Figura 4 mostra uma vista transversal longitudinal da árvore de cames da Figura 3 ao longo da linha A-A, Figura 5A mostra uma vista transversal da árvore de cames da Figura 4 ao longo da linha B-B, Figura 5B mostra uma segunda vista transversal da árvore de cames da Figura 4 ao longo da linha C C, Figura 6 mostra um diagrama de ângulo de curso/árvore de cames, e Figura 7 mostra uma ampliação de uma região do diagrama de curso/ângulo da árvore de cames da Figura 6.

[0034] As modalidades que são mostradas nas Figuras correspondem uma a outra, pelo menos parcialmente, com o resultado que as peças semelhantes ou idênticas são providas com os mesmos números de referência e a referência é feita também à descrição de outras modalidades ou figuras, a fim de evitar repetições.

[0035] No seguinte texto, um trem de válvulas variável com um sistema de cames deslizantes é descrito, em primeiro lugar, com referência da Figura 1 à Figura 4. O sistema de cames deslizantes possibilita uma troca entre diferentes curvas de controle de válvula das válvulas de troca de gás. O sistema que é divulgado neste documento pode meio de exemplo diz respeito à atuação das válvulas de escape de um motor de combustão interna. Os princípios que são divulgados neste documento também podem ser aplicados, no entanto, no caso de um trem de válvulas variável para uma ou várias válvulas de admissão.

[0036] As Figuras 1 e 2 mostram um trem de válvula variável 10. O trem de válvulas variável 10 compreende uma árvore de cames 12 e um porta-cames 14. Além disso, o trem de válvulas variável 10 compreende um primeiro e um segundo dispositivo de transmissão 16 e 18, e uma primeira e uma segunda válvula de saída 20 e 22. Além disso, o trem de válvulas variável 10 compreende um primeiro atuador 24 e um segundo atuador 26. O porta-cames 14, os dispositivos de transmissão 16 e 18 e os atuadores 24 e 26 formam um sistema de cames deslizantes 11.

[0037] A árvore de cames 12 é configurada com uma árvore de cames de saída que atua nas válvulas de escape 20 e 22. A árvore de cames 12 é parte de um sistema de árvore de cames duplo (não mostrado em detalhes), que compreende adicionalmente uma árvore de cames de entrada (não mostrada) para atuação de uma ou mais válvulas de admissão. A árvore de cames 12 é disposta junta com a árvore de cames de entrada como uma árvore de cames no cabeçote. A árvore de cames 12 e a árvore de cames de entrada formam, portanto, o que é conhecido como um sistema DOHC (árvore de cames no cabeçote duplo). Alternativamente, a árvore de cames 12 pode formar também o que é conhecido como um sistema SOHC (árvore de cames no cabeçote superior). Em outras modalidades, a árvore de cames 12 pode ser disposta também como uma árvore de cames OHV.

[0038] O porta-cames 14 é disposto fixamente na árvore de cames 12 de modo a rotacionar com a mesma. O porta-cames 14 é disposto adicionalmente de modo que pode ser deslocado axialmente ao longo de um eixo longitudinal da árvore de cames 12. O porta-cames 14 pode ser deslocado axialmente entre um primeiro batente 28 e um segundo batente 30.

[0039] No seguinte texto, o porta-cames 14 é descrito com referência às Figuras de 1 a 4. O porta-cames 14 compreende três cames 32, 34 e 36, que são deslocados um do outro em uma direção longitudinal do porta-cames 14 e da árvore de cames 12. O primeiro came 32 é disposto em uma primeira extremidade do porta-cames 14 e é configurado para um modo de operação normal, como descrito em detalhes por meio do exemplo posterior. O segundo came 34 é disposto adjacentemente em relação ao primeiro came 32 e é configurado para um modo de operação de frenagem do motor, como igualmente descrito em detalhes por meio do exemplo posterior. O terceiro came 36 é disposto afastado do segundo came 34 e da segunda extremidade do porta-cames 14. O terceiro came 36 é configurado para o modo de operação normal. O terceiro came 36 tem o formato semelhante ao primeiro came 32.

[0040] Além disso, o porta-cames 14 possui uma primeira seção livre de came 38 e uma segunda seção livre de came 40. A primeira seção livre de came 38 é disposta na segunda extremidade do porta-cames 14. A segunda seção livre de came 40 é disposta entre o segundo came 34 e o terceiro came 36. Na primeira seção livre de came 38, uma primeira pista de engate (placa de guiamento de troca) 42 se estende com formato em espiral em torno de um eixo longitudinal do porta-cames 14. Na segunda seção livre de came 40, uma segunda pista de engate (placa de guiamento de troca) 44) se estende com formato em espiral em torno do eixo longitudinal do porta-cames 14.

[0041] A fim de deslocar o porta-cames 14 entre os batentes 28 e 30, os atuadores 24 e 26 (Figuras 1 e 2) podem engatar por meio de elementos extensíveis (por exemplo, parafuso ou pino, não mostrado em detalhes) seletivamente nas pistas de engate 42, 44. Em detalhe, o primeiro atuador 24 pode se engatar seletivamente na primeira pista de engate 42 para o deslocamento do porta-cames 14 de uma posição axial para outra posição axial. Em uma primeira posição axial, o porta-cames 14 apoia-se contra o segundo batente 30. Em uma segunda posição axial, o porta- cames 14 apoia-se contra o primeiro batente 28. As figuras de 1 a 4 mostram o porta-cames na primeira posição axial. O segundo atuador 26, por sua vez, pode se engatar seletivamente na segunda pista de engate 44. O porta-cames 14 é então deslocado da primeira posição axial para a segunda posição axial. O primeiro atuador 24 e o segundo atuador 26 são atuados por meio de uma unidade de controle 27 mostrada em diagrama (Figuras 1 e 2).

[0042] O deslocamento é acionado em virtude do fato de que o pino estendido do respectivo atuador 24, 26 é estacionário em relação a uma direção axial da árvore de cames 12. Como consequência, o porta- cames deslocável 14 é deslocado em uma direção longitudinal da árvore de cames 12 devido ao formato em espiral das pistas de engate 42, 44 quando o pino estendido engata na respectiva pista de engate 42, 44. Ao final da operação de deslocamento, o pino do respectivo atuador 24, 26 é guiado por meio da respectiva pista de engate 42, 44 de uma maneira oposta em relação à direção de extensão e, portanto, é retraída. O pino do atuador respectivo 24, 26 passa fora do engate com a respectiva pista de engate 42, 44.

[0043] O primeiro dispositivo de transmissão 16 e o segundo dispositivo de transmissão 18 (Figuras 1 e 2) estabelecem uma conexão operativa entre o porta-cames 14 e as válvulas de admissão 20, 22. A primeira válvula de saída 20 é acionada (aberta) quando o primeiro came 32 ou o segundo came 34 pressiona o primeiro dispositivo de transmissão 16 para baixo. A segunda válvula de saída 22 é acionada (aberta) quando o terceiro came 36 pressiona o segundo dispositivo de transmissão 18 para baixo.

[0044] Se o porta-cames 14 situa-se na primeira posição axial (como mostrado nas Figuras de 1 a 4), o primeiro dispositivo de transmissão 16 é conectado operativamente através de um seguidor do came 16A entre o primeiro came 32 e a primeira válvula de saída 20. Em outras palavras, o primeiro dispositivo de transmissão 16 não é conectado operativamente entre o segundo came 34 e a primeira válvula de saída 20 na primeira posição axial do porta-cames 14. A primeira válvula de saída 20 é acionada de acordo com um contorno do primeiro came 32. Na segunda posição axial do porta-cames 14, o primeiro dispositivo de transmissão 16 é conectado operativamente entre o segundo came 34 e a primeira válvula de saída 20, através do seguidor do came 16A. A primeira válvula de saída 20 é acionada de acordo com um contorno do segundo came 34.

[0045] Na primeira posição axial do porta-cames 14, o segundo dispositivo de transmissão 18 é conectado operativamente entre o terceiro came 36 e a segunda válvula de saída 22, através de um seguidor do came 18A. A segunda válvula de saída 22 é acionada de acordo com um contorno do terceiro came 36. Na segunda posição axial do porta-cames 14, o segundo dispositivo de transmissão 18 não aciona a segunda válvula de saída 22. Na segunda posição axial do porta-cames 14, o seguidor do came 18A do segundo dispositivo de transmissão 18 se encontra na mesma posição axial em relação à árvore de cames 12 como a primeira seção livre de came 38. A primeira seção livre de came 38 não tem uma elevação para acionar o segundo dispositivo de transmissão 18. Se o porta- cames 14 estiver na segunda posição axial, a segunda válvula de saída 22 não é acionada.

[0046] A primeira seção livre de came 38, portanto, tem duas funções. Primeiramente, a primeira seção livre de came 38 acomoda a primeira pista de engate 42. Em segundo lugar, a primeira seção livre de came 38 serve para assegurar que nenhum acionamento da segunda válvula de saída 22 ocorre na segunda posição axial do porta-cames 14. Essa integração funcional é favorável por razões de espaço de instalação.

[0047] Na modalidade mostrada, o primeiro dispositivo de transmissão 16 e o segundo dispositivo de transmissão 18 são configurados em cada caso como uma alavanca de suspensão. Em outras modalidades, os dispositivos de transmissão 16 e 18 podem ser configurados como balancins ou tuchos. Em algumas modalidades, os dispositivos de transmissão 16 e 18 podem compreender, por exemplo, rolos montados rotativamente, como seguidores do came 16A, 18A.

[0048] Um dispositivo de bloqueio 46 é mostrado com referência à Figura 4. O dispositivo de bloqueio 46 compreende um elemento elástico 48 e um corpo de bloqueio 50. O elemento elástico 48 é disposto em um furo cego da árvore de cames 12. O elemento elástico 48 pré-tensiona o corpo de bloqueio 50 contra o porta-cames 14. Um primeiro e um segundo recesso 52 e 54 são dispostos em uma face circunferencial interna do porta-cames 14. A fim de travar o porta-cames 14, o corpo de bloqueio 50 é pressionado no primeiro recesso 52, quando o porta-cames 14 está na primeira posição axial. Na segunda posição axial do porta-cames 14, o corpo de bloqueio 50 é pressionado no segundo recesso 54.

[0049] A Figura 5A mostra uma seção através do segundo came 34 ao longo da linha B-B da Figura 4. O segundo came 34 compreende uma primeira região de círculo de base 34A e uma segunda região de círculo de base 34C. As regiões de círculo de base 34A, 34C são separadas uma da outra primeiramente por meio de uma primeira região de levantamento de válvula 34B e, em segundo lugar, por meio de uma segunda região de levantamento de válvula 34D. A segunda região de levantamento de válvula 34D compreende uma seção limitante 34E que é adjacente à primeira região de círculo de base 34A. A seção limitante 34E forma um flanco de saída (rampa) do segundo came 34.

[0050] A Figura 5B mostra uma seção através do primeiro came 32 ao longo da linha C-C na Figura 4. O primeiro came 32 compreende uma região de círculo de base 32A e uma região de levantamento de válvula 32B. A região de levantamento de válvula 32B compreende uma seção limitante 32C que é diretamente adjacente à região de círculo de base 32A. A seção limitante 32C forma um flanco de saída (rampa) do primeiro came 32.

[0051] A seção limitante 32C do primeiro came 32 e a seção limitante 34E do segundo came 34 são de configuração idêntica. A seção limitante 32C do primeiro came 32 e a seção limitante 34E do segundo came 34 são dispostas em uma posição circunferencial idêntica em relação a um eixo longitudinal da árvore de cames 12. As seções limitantes 32C, 34E formam uma rampa plana comum. Desta forma, as seções limitantes 32C, 34E tornam possível que um deslocamento axial do porta-cames 14 ocorre não apenas na região de círculo de base 32A, 34A, mas adicionalmente na seção limitante 32C, 34E.

[0052] A Figura 6 mostra curvas diferentes de A a E em um diagrama de curso/ângulo da árvore de cames. A Figura 7 mostra uma ampliação de uma região do diagrama da Figura 6, na qual particularmente as seções limitantes 32C, 34E são mostradas.

[0053] Uma curva pontilhada A indica um levantamento de válvula da válvula de saída 20 de acordo com um modo de operação normal, como provocado pelo primeiro came 32. A curva A, portanto, corresponde a um perfil de seguidor do came do primeiro came 32. No modo de operação normal, a válvula de saída 20 é aberta por meio da região de levantamento de válvula 32B durante o tempo de saída (curso de escape) a fim de expelir o gás de escape. Caso contrário, a válvula de saída 20 permanece fechada devido à região de círculo de base 32A do primeiro came 32.

[0054] Uma curva contínua B indica um levantamento de válvula da válvula de saída 20 de acordo com um modo de operação de frenagem do motor, como provocado pelo segundo came 34. A curva B, portanto, corresponde a um perfil de seguidor do came do segundo came 34. No modo de operação de frenagem do motor, a válvula de saída 20 é levemente aberta por meio da primeira região de levantamento de válvula 34B em relação ao final do curso de compressão na região do ponto morto superior em aproximadamente 60° do ângulo de manivela a 100° do ângulo de manivela antes do ponto morto superior. Isso é mostrado na Figura 6, em cada caso em aproximadamente -225° do ângulo da árvore de cames e em aproximadamente 135° do ângulo da árvore de cames. No ponto morto superior, a válvula de saída 20 é aberta adicionalmente por meio da região de levantamento de válvula 34B e fecha no final do curso de expansão aproximadamente no ponto morto inferior. A abertura da válvula de saída 20 em relação ao final do curso de compressão faz com que o ar comprimido no cilindro seja deslocado para o sistema de gás de escape através da válvula de saída 20 aberta por meio do pistão que é movido na direção do ponto morto superior. A compressão realizada anteriormente freia o virabrequim e, portanto, o motor de combustão interna. A válvula de saída aberta 20 durante o curso de expansão, faz com o que o ar seja sugado a partir das linhas de gás de escape de volta para o cilindro. Ao final do curso de exaustão, o cilindro é preenchido substancialmente com ar a partir do sistema de gás de escape.

[0055] No modo de operação de frenagem do motor, a válvula de saída 20 pode ser mantida fechada, em primeiro lugar, por meio da segunda região de círculo de base 34C depois que o ponto morto inferior é atingido no final do curso de expansão. No final do curso de escape (curso de saída), a válvula de saída 20 se abre na região do ponto morto superior por meio da segunda região de levantamento de válvula 34D. A abertura ocorre novamente em aproximadamente 60° do ângulo de manivela a 100° do ângulo de manivela antes do ponto morto superior. Isso é mostrado na Figura 6, em cada caso em aproximadamente -45° do ângulo da árvore de cames e em aproximadamente 315° do ângulo da árvore de cames. A válvula de escape 20 fechada durante a primeira seção do ciclo de escape faz com que o ar que é aspirado no ciclo de expansão seja comprimido com o desempenho do trabalho. A pressão do cilindro aumenta. O trabalho de compressão freia o virabrequim e, portanto, o motor de combustão interna. A abertura da válvula de escape 20 no final do curso de escape faz com que o ar seja deslocado para o sistema de gás de escape através da válvula de escape 20 aberta. No curso de admissão, o cilindro é preenchido novamente com ar através da válvula ou das válvulas de entrada abertas. O ciclo inicia novamente.

[0056] Como foi descrito no texto acima, uma compressão dupla com uma descompressão subsequente ocorre como um resultado do uso do segundo came 34 para controlar a válvula de escape 20, com o resultado que uma funcionalidade de frenagem do motor é assegurada.

[0057] Como pode ser entendido particularmente a partir da Figura 7, o primeiro came 32 e o segundo came 34 são adaptados um ao outro de modo que a seção limitante 32C do primeiro came 32 e a seção limitante 34E do segundo came 34 são da mesma configuração (idêntica). Isso permite que um deslocamento axial do porta-cames 14 possa ser realizado não apenas dentro das regiões de círculo de base 32A, 34A. Em vez disso, o deslocamento axial pode ocorrer adicionalmente enquanto o seguidor de came 16A é conectado operativamente a uma das seções limitantes 32C, 34E. Desta forma, o deslocamento axial pode iniciar mais cedo. Isso pode ser seguido usando as curvas C, D e E.

[0058] A curva pontilhada C se refere a um movimento do pino móvel por meio de um dos atuadores 24 ou 26 em relação ao porta-cames 14. A curva tracejada D se refere a um movimento da respectiva pista de engate 42 ou 44 e, portanto, do porta-cames 14 ao longo do eixo longitudinal da árvore de cames 12. A curva pontilhada dupla E mostra um curso de um contorno de profundidade da respectiva pista de engate 42 ou 44 (mostrada apenas na Figura 6). No texto a seguir, é descrito um deslocamento axial do porta cames 14 na primeira posição axial para a segunda posição axial. Um deslocamento axial do porta-cames 14 da segunda posição axial para a primeira posição axial ocorre de maneira análoga.

[0059] Em primeiro lugar, o pino móvel do primeiro atuador 24 é estendido na direção da primeira pista de engate 42 e, durante o processo, engata na primeira pista de engate 42. O engate é possível por meio do contorno de profundidade configurado da primeira pista de engate 42 (vide curva E). Após o engate, uma redução na folga entre o pino do primeiro atuador 24 e da primeira pista de engate 24 ocorre como resultado de uma constrição transversal da primeira pista de engate 42. A redução da folga ocorre em uma região S (vide Figura 7). A região S é alcançada e passada através do pino do primeiro atuador 24 antes que o seguidor do came 16A atinja a seção limitante 32C do primeiro came 32. Quando o seguidor do came 16A finalmente atinge a seção limitante 32C do primeiro came, o formato em espiral inicia na primeira pista de engate 42, pelo qual é provocado um deslocamento axial do porta-cames 14. Um deslocamento do porta-cames 14 em uma primeira região de deslocamento V1, portando, já ocorre enquanto o seguidor do came 16A está em contato com a seção limitante 32C. O deslocamento axial do porta-cames 14, portanto, inicia antes que o seguidor do came 16A atinja a região de círculo de base 32A. Na região de círculo de base 32A, 34A, o deslocamento axial do seguidor do came 16A é adicionalmente realizado (região de deslocamento V2) e finalmente termina antes que o seguidor do came 16A atinja a primeira região de levantamento de válvula 34B.

[0060] O deslocamento axial do porta-cames 14, portanto, também ocorre fora das regiões de círculo de base 32A, 34A na seção limitante 32C do primeiro came 32 e na seção limitante 34E do segundo came 34. Como resultado, o período de tempo para o deslocamento axial do porta-cames 14 é aumentado. Devido à região de deslocamento aumentada, as acelerações e, portanto, as forças de massa, podem ser reduzidas no caso de uma velocidade de rotação de troca idêntica para o deslocamento axial do porta-cames 14. Isso pode ser utilizado primeiramente para aumentar a confiabilidade funcional e a vida útil devido a forças e pressões mais baixas. Em segundo lugar, isso pode ser utilizado para aumentar a velocidade de rotação de troca máxima do sistema.

[0061] No exemplo mostrado, a região de deslocamento adicional V1 possível por meio das seções limitantes 32C, 34E de configuração idêntica se estende sobre um ângulo da árvore de cames de aproximadamente 22°.

[0062] A fim de possibilitar um deslocamento axial do porta- cames 14, que é mostrado nas Figuras, pode ser necessário configurar a seção livre de came 38 que serve tanto como um came zero e é provido com a segunda pista de engate 42 com uma região de tolerância axial adicional (região de folga). Correspondentemente, o came adjacente 36 é de configuração mais estreita. Durante o deslocamento axial dentro das seções limitantes 32C, 34E da segunda posição axial para a primeira posição axial, o seguidor do came 18A é então deslocado axialmente dentro da referida região de tolerância adicional. Uma colisão do seguidor do came 18A com uma parte de saída de came do terceiro came 36 é assim evitada.

[0063] Os versados na técnica reconhecerão, entretanto, que o sistema de cames deslizantes que é descrito neste documento não se restringe à aplicação que é descrita neste documento. Por exemplo, adicional ou alternativamente em relação à configuração idêntica das regiões de escoamento (regiões de saída), uma configuração idêntica das regiões de partida (regiões de entrada) dos cames pode ser provida para realização das seções limitantes de configuração idêntica. É possível usar também os princípios descritos neste documento no caso de trens de válvulas variável para válvulas de admissão para um motor de combustão interna. Assim, por exemplo, uma região de partida de um primeiro came para um modo de operação normal, pode ser de configuração idêntica a uma região de partida de um segundo came para um modo de operação Miller, e pode ser posicionado na mesma posição circunferencial em relação ao eixo longitudinal da árvore de cames.

[0064] Além disso, deve ser enfatizado que o dispositivo de deslocamento que é divulgado neste documento (primeiro atuador, segundo atuador, primeira pista de engate, segunda pista de engate) não necessariamente tem que ser usado para estender a região de troca para o deslocamento axial do porta-cames. Em vez disso, por exemplo, um método para operação de um motor de combustão interna com qualquer dispositivo de deslocamento para o porta-cames pode compreender o deslocamento do porta-cames enquanto o seguidor do came estiver em contato com a região ou as regiões limitantes. Particularmente, um deslocamento axial pode iniciar e/ou terminar quando o seguidor do came estiver em contato com uma região limitante.

[0065] A invenção não é restrita às modalidades exemplares preferenciais descritas acima. Certamente, um grande número de variantes e modificações são possíveis que igualmente utiliza o conceito da invenção e, portanto, abrange o escopo de proteção. Em particular, a invenção também reivindica proteção para o assunto e os recursos das sub- reivindicações independentemente das reivindicações as quais se referem. Lista de Números de Referência 10 Trem de válvulas variável 11 Sistema de cames deslizantes 12 Árvore de cames 14 Porta-cames 16 Primeiro dispositivo de transmissão (primeira alavanca de suspensão) 16A Seguidor do came 18 Segundo dispositivo de transmissão (segunda alavanca de suspensão) 18A Seguidor do came 20 Primeira válvula de escape 22 Segunda válvula de escape 24 Primeiro atuador 26 Segundo atuador 27 Unidade de controle 28 Primeiro batente 30 Segundo batente 32 Primeiro came 32A Região de círculo de base 32B Região de levantamento de válvula 32C Seção limitante da região de levantamento de válvula 32B 34 Segundo came 34A Primeira região de círculo de base 34B Primeira região de levantamento de válvula 34C Segunda região de círculo de base 34D Segunda região de levantamento de válvula 34E Seção limitante com a segunda região de levantamento de válvula 34D 36 Terceiro came 38 Primeira seção livre de came 40 Segunda seção livre de came A invenção diz respeito a um módulo de mecanismo de transmissão para um automóvel, especialmente a um arranjo a partir de um volante de motor e de um gerador de partida / virabrequim. Primeira pista de engate 44 Segunda pista de engate 46 Dispositivo de bloqueio 48 Elemento elástico 50 Corpo de bloqueio 52 Primeiro recesso 54 Segundo recesso A Curva de controle da válvula de acordo com o came 32 B Curva de controle de válvula de acordo com o came 34 C Movimento de pino D Movimento da pista de engate/porta-cames E Contorno de profundidade da pista de engate S Região de redução de folga V1 Primeira região de deslocamento (axial) V2 Segunda região de deslocamento (axial)

Claims (15)

1. Sistema de cames deslizantes (11) para um trem de válvulas variável (10) de um motor de combustão interna de um veículo a motor, particularmente um veículo comercial, compreendendo: uma árvore de cames (12); um porta-cames (14), que é disposto fixamente na árvore de cames (12) de modo a rotacionar com a mesma e ser deslocável axialmente entre uma primeira posição axial e uma segunda posição axial, e que compreende um primeiro came (32), um segundo came (34) e uma primeira pista de engate (42) para o deslocamento axial do porta-cames (14); um seguidor do came (16A), que é conectado operativamente ao primeiro came (32) na primeira posição axial do porta-cames (14) e é conectado operativamente ao segundo came (34) na segunda posição axial do porta-cames (14); e um primeiro atuador (24), que compreende um elemento que pode ser retraído e estendido, particularmente um pino, para engate na primeira pista de engate (42) para o deslocamento axial do porta-cames (14); o primeiro came (32) e o segundo came (34) são dispostos deslocados em relação um ao outro ao longo de um eixo longitudinal da árvore de cames (12); o primeiro came (32) compreende uma região de círculo de base (32A) e uma região de levantamento de válvula (32B) com uma seção limitante (32C) que é adjacente à região de círculo de base (32A) do primeiro came (32); o segundo came (34) compreende uma região de círculo de base (34A) e uma região de levantamento de válvula (34D) com uma seção limitante (34E) que é adjacente à região de círculo de base (34A) do segundo came (34); a seção limitante (32C) do primeiro came (32) e a seção limitante (34E) do segundo came (34) são de configuração idêntica e são dispostas em uma posição circunferencial idêntica em torno do eixo longitudinal da árvore de cames (12); e o primeiro atuador (24), o seguidor do came (16A) e a primeira pista de engate (42) são dispostos e configurados de modo que um deslocamento axial do porta-cames (14) pode ser realizado enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) e/ou à seção limitante (34E) do segundo came (34), caracterizado pelo fato de que a primeira pista de engate (42) compreende uma constrição transversal para a redução da folga entre a primeira pista de engate (42) e esse elemento do primeiro atuador (24), que pode ser retraído e estendido durante o engate, cuja constrição transversal é disposta de modo que a redução da folga ocorra antes que o seguidor do came (16A) passe para uma conexão operativa com a seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou com a seção limitante (34E) do segundo came (34).

2. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro atuador (24), o seguidor do came (16A) e a primeira pista de engate (42) são dispostos e configurados de modo que um deslocamento axial do porta-cames (14) inicia e termina enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou à seção limitante (34E) do segundo came (34).

3. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com a reivindicação 1 ou reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que: A seção limitante (32C) do primeiro came (32) e a seção limitante (34E) do segundo came (34) se estendem ao longo de uma região maior ou igual a 1° do ângulo da árvore de cames; e/ou a seção limitante (32C) do primeiro came (32) e a seção limitante (34E) do segundo came (34) se estendem ao longo de uma região entre 5° e 45° do ângulo da árvore de cames, particularmente entre 15° e 30° do ângulo da árvore de cames.

4. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que a seção limitante (32C) do primeiro came (32) e a seção limitante (34E) do segundo came (34) formam uma rampa plana comum.

5. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que: a seção limitante (32C) do primeiro came (32) é disposta em uma região de saída do primeiro came (32) e a seção limitante (34E) do segundo came (34) é disposta em uma região de saída do segundo came (34); e/ou o deslocamento axial do porta-cames (14) inicia quando o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou à seção limitante (34E) do segundo came (34), e termina preferencialmente enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à região de círculo de base (32A) do primeiro came (32) ou à região de círculo de base (34A) do segundo came (34).

6. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que: a seção limitante (32C) do primeiro came (32) é disposta em uma região de entrada do primeiro came (32) e a seção limitante (34E) do segundo came (34) é disposta em uma região de entrada do segundo came (34); e/ou o deslocamento axial do porta-cames (14) termina quando o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou à seção limitante (34E) do segundo came (34), e preferencialmente inicia enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à região de círculo de base (32A) do primeiro came (32) ou à região de círculo de base (34A) do segundo came (34).

7. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que o porta- cames (14) compreende uma segunda pista de engate (44) para o deslocamento axial do porta-cames (14) em uma direção oposta em relação a um deslocamento axial que é provocado por meio da primeira pista de engate (42), e o sistema de cames deslizantes (11) compreende, adicionalmente: um segundo atuador (26), que compreende um elemento que pode ser retraído e estendido, particularmente um pino, para engate na segunda pista de engate (44) para o deslocamento axial do porta-cames (14); o segundo atuador (26), o seguidor do came (16A) e a segunda pista de engate (44) são dispostos e configurados de modo que um deslocamento axial do porta-cames (14) pode ser realizado enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou à seção limitante (34E) do segundo came (34).

8. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que: a segunda pista de engate (44) compreende uma constrição transversal para a redução da folga entre a segunda pista de engate (44) e esse elemento do segundo atuador (26), que pode ser retraído e estendido durante o engate, cuja constrição transversal é disposta de modo que a redução da folga ocorra antes que o seguidor do came (16A) passe para uma conexão operativa com a seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou com a seção limitante (34E) do segundo came (34).

9. Sistema de cames deslizantes (11), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que: a primeira pista de engate (42) e/ou a segunda pista de engate (44) se estendem de maneira em espiral em torno do eixo longitudinal da árvore de cames (12); e/ou torna possível que esse elemento do primeiro atuador (24) e/ou do segundo atuador (26), que pode ser retraído e estendido, seja movido radialmente em relação ao eixo longitudinal da árvore de cames (12).

10. Trem de válvulas variável (10) para um motor de combustão interna, caracterizado pelo fato de que possui: um sistema de cames deslizantes (11), conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 9; e uma válvula de troca de gás (20), particularmente uma válvula de entrada ou uma válvula de saída, que é conectada operativamente ao seguidor do came (16A), o primeiro came (32) e o segundo came (34) provocam diferentes levantamentos de válvula, tempos de abertura e/ou tempos de fechamento da válvula de troca de gás (20).

11. Trem de válvulas variável (10), de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de que: a válvula de troca de gás (20) é uma válvula de saída; o primeiro came (32) é configurado para um modo de operação normal do motor de combustão interna, no caso em que o primeiro came (32) mantém a válvula de saída aberta no curso de escape; e o segundo came (34) é configurado para um modo de operação de frenagem a motor do motor de combustão interna, no caso em que a válvula de saída seja primeiramente mantida fechada no curso de compressão e no curso de escape e seja aberta antes que um ponto morto superior de um movimento do pistão seja atingido.

12. Trem de válvulas variável (10), de acordo com a reivindicação 10 ou 11, caracterizado pelo fato de que o segundo came (34) é configurado de modo que: a válvula de saída abre entre 100° do ângulo de manivela e 60° do ângulo de manivela antes que o ponto morto superior seja atingido; e/ou após a abertura no curso de escape, a válvula de saída se fecha na região entre o ponto morto superior e 30° do ângulo de manivela após o ponto morto superior; e/ou, após a abertura no curso de compressão, a válvula de saída se fecha na região entre o ponto morto inferior e 30° do ângulo de manivela após o ponto morto inferior.

13. Veículo a motor, particularmente um veículo comercial, caracterizado pelo fato de que compreende o trem de válvulas variável (10), conforme definido em qualquer uma das reivindicações de 10 a 12, ou o sistema de cames deslizantes (11), conforme definido em qualquer uma das reivindicações de 1 a 9.

14. Método para operação de um motor de combustão interna que tem um sistema de cames deslizantes (11), conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 9, o método caracterizado pelo fato de que compreende: deslocamento axial do porta-cames (14), o deslocamento axial do porta-cames (14) sendo realizado, particularmente ao iniciar ou ao terminar, enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) e/ou à seção limitante (34E) do segundo came (34).

15. Método, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato de que: o deslocamento axial do porta-cames (14) inicia enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou à seção limitante (34E) do segundo came (34), e/ou termina enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à região de círculo de base (32A) do primeiro came (32) ou à região de círculo de base (34A) do segundo came (34); e/ou o deslocamento axial do porta-cames (14) inicia enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à região de círculo de base (32A) do primeiro came (32) ou à região de círculo de base (34A) do segundo came (34), e/ou termina enquanto o seguidor do came (16A) é conectado operativamente à seção limitante (32C) do primeiro came (32) ou à seção limitante (34E) do segundo came (34).

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