BR102017017779A2 - Composição pre e probiótica para alimentação de animal monogástrico - Google Patents

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Abstract

trata-se a presente patente de invenção, de uma composição pré e probiótica para ser utilizada na alimentação de animais monogástricos; mais particularmente trata-se de uma composição de bactérias benéficas e mananoligossacarídeos para melhorar a absorção de nutrientes pelo trato gástrico intestinal de animais monogástricos, pertencente ao setor técnico de biotecnologia agrícola, essa composição está relacionada com a reposição da microbiota intestinal, principalmente após traumas prolongados, diminuindo, assim, o efeito de estresses ocorridos em situações adversas, como desmama, mudanças na alimentação e transporte. particularmente, a formulação trata de uma composição com quantidade de bacillus subtilis ou seus mutantes, bacillus licheniformis ou seus mutantes, bacillus amyloliquefaciensou seus mutantes e mananoligossacarideos, concomitantemente com aditivos e excipientes para melhorar a palatabilidade do produto. a composição dos microrganismos apresenta, mas não se limita a uma concentração final de bacillus subtilis ? 1,0 x 109u.f.c./g, bacillus licheniformis ? 1,0 x 109u.f.c./g, bacillus amyloliquefaciens ? 1,0 x 106ufc/g, mananoligossacarídeos ? 350 g/kg, isoleucina ? 10 g/kg, glutamina ? 10 g/kg, arginina ? 10 g/kg.

Description

“COMPOSIÇÃO PRE E PROBIÓTICA PARA ALIMENTAÇÃO DE ANIMAL MONOGÁSTRICO”
CAMPO DE APLICAÇÃO [1] Trata-se a presente patente de invenção, de uma composição pré e probiótica para ser utilizada na alimentação de animais monogástricos; mais particularmente trata-se de uma composição de bactérias benéficas e mananoligossacarídeos para melhorar a absorção de nutrientes pelo trato gástrico intestinal de animais monogástricos.
[2] Pertencente ao setor técnico de biotecnologia agrícola, essa composição está relacionada com a reposição da microbiota intestinal, principalmente após traumas prolongados, diminuindo, assim, o efeito de estresses ocorridos em situações adversas, como desmama, mudanças na alimentação e transporte. Particularmente, a formulação trata de uma composição com quantidades de Bacillus subtilis ou seus mutantes, Bacillus licheniformis ou seus mutantes, Bacillus amyloliquefaciens ou seus mutantes e mananoligossacarídeos, concomitantemente com aditivos e excipientes para melhorar a palatabilidade do produto.
ESTADO DA TÉCNICA [3] No atual cenário de produção de proteína animal para consumo humano, podemos destacar a avicultura, suinocultura e bovinocultura. Destes a avicultura apresenta-se como o seguimento mais importante para prover proteína animal à alimentação humana, seguida pela suinocultura.
[4] Esses sistemas de produção recorrem, muitas vezes, ao uso de promotores de crescimento a base de agentes antibacteriano
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2/15 (antibióticos) na dieta. No entanto, cada vez mais, o uso desses antibióticos vem sofrendo restrições.
[5] Nos últimos anos, devido à possibilidade de seleção de microrganismos resistentes, podendo levar à resistência bacteriana cruzada em patógenos humanos e, principalmente, pela crescente pressão da sociedade, pesquisas tem buscado produtos livres de compostos antibióticos para atender a demanda desse mercado consumidor (BUTAYE et al., 2003; SALEHA e al., 2009). Nesse cenário, a utilização de produtos que não apresentem tais características, conhecidos como probióticos, vem sendo considerado como uma alternativa viável.
[6] Os probióticos, por sua definição, são microrganismos capazes de beneficiar o hospedeiro, melhorando a microbiota intestinal e podendo ser administrados tanto para o ser humano como para os animais (FULLER,1989). Assim, os microrganismos utilizados como probióticos agem diretamente na recomposição da microbiota intestinal dos animais, diminuindo a ocorrência dos microrganismos patogênicos ou indesejáveis, seja por competição (espacial ou nutricional) ou produção de compostos antagônicos (CARDOZO, 2006). Os microrganismos mais comumente utilizados como agentes probióticos são Lactobacillus, Bifidobacterium, Enterococcus, Bacillus e Streptococcus (GUPTA & GARG, 2009).
[7] FAO/WHO (2002) e Annukef al. (2003) descrevem que para um microrganismo ser classificado como um agente probiótico, o mesmo tem que apresentar certas peculiaridades no trato gástrico intestinal, dentre elas:
a) tolerância à acidez gástrica;
b) tolerância a atividade de hidrólise dos sais da bile;
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c) atividade antioxidante;
d) produção de compostos antimicrobianos;
e) capacidade de reduzir patógenos aderidos na superfície;
f) habilidade de modulação da resposta imune;
g) adesão no tecido intestinal do animal.
[8] Além disso, deve-se considerar aspectos importantes no que diz respeito a manipulação desses isolados frente aos processos industriais, tais como:
a) resistir as condições de produção industrial;
b) sobreviver na formulação final do produto;
c) permitir um longo tempo de prateleira.
[9] A habilidade dos microrganismos em conservar sua função no trato gastrointestinal e coexistir com a microbiota própria do hospedeiro, também deve ser levada em conta na escolha do isolado/espécie que irá compor a formulação do probióticos. Um exemplo comumente empregado como probiótico é o uso de Bacillus sp. Essas bactérias não produzem ácido lático mas, em contrapartida, atuam no consumo de oxigênio e estimulam a resposta auto imune do hospedeiro.
[10] Além disso, devido sua característica inerente de produção de estruturas de resistência,conhecidas como endósporos, apresentam uma maior resistência às pressões internas do corpo do animal até a chegada ao trato gástrico intestinal.
[11] Dessa forma, os probióticos contribuem para as características produtivas dos animais, aprimorando as condições intestinais para os processos de digestão e absorção dos nutrientes e, consequentemente, melhorando índices zootécnicos, como:
a) ganho de peso;
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b) conversão alimentar;
c) taxa de mortalidade;
d) consumo de ração (PELICANO et al., 2004).
[12] Segundo Santos & Turnes (2005), o emprego dos probióticos na nutrição não introduz nenhum composto xenobiótico desconhecido ao trato gastrointestinal dos animais, não leva a riscos de infecção das carcaças e nem inclui compostos perigosos na cadeia alimentar. De fato, a suplementação de probiótico na dieta de monogástricos pode ser preconizada a fim de auxiliar na manutenção, estabilidade, restabelecimento e permanência da microbiota intestinal não patogênica em neonatos após o desequilíbrio ocasionado por estresse ou uso de antibióticos (Fernandes et al. 2000).
[13] Como exemplo, a patente PI 1100908-0 A2, publicada em 07/08/2012, trata do uso de probiótico em pó para administração oral em bovinos, composta por seis bactérias probióticas preconizando a reposição da microbiota ruminal e intestinal do animal, amenizando, assim, os efeitos de estresses ocorridos em épocas mais críticas do animal.
[14] Já os prebióticos são considerados aqueles ingredientes não digestíveis que estimulam o crescimento e/ou a atividade de um limitado número de microrganismos capazes de proporcionar um ambiente intestinal saudável ao hospedeiro (Gibson & Roberfroid, 1995).
[15] Carboidratos não digestíveis, como parede celular de plantas e leveduras, são classificados nesse grupo. Esses carboidratos são constituídos por um complexo de glicomananoproteínas, em particular de mananoligossacarídeos, capazes de ligarem-se à fímbria das
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5/15 bactérias e inibir sua colonização no trato gástrico intestinal (Maiorka et al.,2001).
[16] Produtos que unam esses dois conceitos de nutrição, probióticos e prebióticos, são classificados como simbióticos.
[17] Existem inúmeros exemplos na literatura de uso de Bacillus subtilis de forma isolada ou associado a um prebiótico. Não obstante, é comumente observado um incremento nos quesitos conversão alimentar e ganho de peso, em relação a uma dieta sem uso de promotores de crescimento (Maiorka et al., 2001).
[18] Assim, o presente objeto de patente vem ao encontro da necessidade de se desenvolver formulações efetivas para a nutrição animal, que apresente mais de uma função no trato gástrico intestinal. Essas formulações envolvem o uso de bactérias e mananoligossacarídeos usados de modo associado.
[19] Adicionalmente, o invento refere-se ao uso efetivo de isolados de Bacillus subtilis ou seus mutantes, Bacillus licheniformis ou seus mutantes, Bacillus amyloliquefaciens ou seus mutantes e mananoligossacarídeos concomitantemente com aditivos e excipientes, em formulações biológicas com propriedades para uso na nutrição animal.
DESCRIÇÃO DO INVENTO [20] A composição dos microrganismos apresenta, mas não se limita a uma concentração final de (em unidades formadoras de colônia, u.f.c.; Tabela 1):
• Bacillus subtilis - 1,0 x 109u.f.c./g • Bacillus licheniformis - 1,0 x 109u.f.c./g • Bacillus amyloliquefaciens -1,0x106u.f.c./g • Mananoligossacarídeos - 350 g/Kg
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6/15 • Isoleucina - 10 g/kg • Glutamina -10 g/kg • Arginina - 10 g/kg [21] Os isolados foram identificados e classificados pela Coleção Brasileira de Microrganismos de Ambiente e Indústria (CBMAI/UNICAMP), onde encontram-se depositados.
[22] Tabela 1. Concentrações para o preparo da composição probiótica
Componentes Concentração mínima (%) Concentração máxima (%)
Bacillus subtilis 1,0 15,0
Bacillus licheniformis 1,0 15,0
Bacillus amyloliquefaciens 1,0 15,0
Mananoligosacarídeos 10,0 40,0
Aminoácidos 1,0 5,0
Excipientes1 ---—ΓΊ--7------Z. ----— 86,0 10,0
. 1Os excipientes podem ser, não se limitando a, sílicas, talco, bentonita, carboidratos e combinações entre eles.
[23] A composição deve ser empregada como formulação em pó para mistura na ração, ou administração oral para monogástricos. Entretanto, outras formulações contendo esses microrganismos e mananoligossacarídeos, tais como, emulsões, suspensões concentradas, etc. também podem ser utilizadas.
[24] Uma composição contendo 2,5% Bacillus subtilis, 2,5% de Bacillus licheniformis, 5,0% de Bacillus amyloliquefaciens, complementado com 35% de mananoligossacarídeos, 1,0% isoleucina, 1,0% glutamina, 1,0% arginina e 52,0% de inerte foi formulada para avaliar seu efeito como probiótico.
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7/15 [25] Os exemplos abaixo ilustram, mas não limitam, o uso dessa composição:
EXEMPLO 1:
[26] Avaliação do desempenho zootécnico com o uso de uma composição formulada com mistura de bactérias e mananoligossacarídeos para frangos de corte.
Objetivo:
[27] Determinar a eficiência e a capacidade da mistura de isolados probióticos e um prebiótico na melhoria da performance zootécnica de frangos de corte.
Material e métodos:
[28] Foi utilizado um delineamento estatístico inteiramente casualizado (DIC) com parcelas subdivididas no tempo. Foram realizados dois tratamentos, sendo T1 (controle) e T2 (ração com a mistura pro e prebiótica) em três períodos de avaliação:
- Fase inicial (1 a 14 dias),
- Fase de crescimento (15 a 28 dias);
- Fase de terminação (29 a 42 dias) com oito repetições de 12 aves cada, totalizando 96 aves para cada tratamento.
[29] O tratamento T1 constituiu-se de ração sem promotores de crescimento, enquanto ο T2 recebeu ração com a mistura da composição na concentração de 0,1%.
[30] Foram utilizados 202 pintainhos de corte, da linhagem comercial CobbõOO, com um dia de idade e peso médio inicial de 40 g, alojados em boxes com piso de concreto e cama de maravalha. Cada box apresentava uma área de 3,84 m2 (2,40 m x 1,60m). O galpão era composto por um total de 16 boxes, onde as aves foram distribuídas obedecendo o delineamento de DIC com parcelas subdivididas, nos
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8/15 dois tratamentos. Cada parcela experimental (box) estava equipada com comedouros tubulares e bebedouros pendulares. O período total de criação das aves foi de 42 dias.
[31] O programa de luz adotado foi de cinco horas de descanso (luz natural + luz artificial), com ração e água fornecidos à vontade no período de 42 dias.
[32] Os pintainhos de 1 dia foram pesados e colocados dentro de cada box, de modo que fossem agrupados de forma homogênea, conforme o seu peso.
[33] Nos primeiros dias de alocação das aves, foi realizado o aquecimento por meio de campânulas elétricas providas de lâmpadas infravermelhas de 150 watts, as quais foram monitoradas observandose a disposição dos animais sob a campânula e por medições diárias da temperatura.
Resultados e Discussão [34] Houve diferenças significativas entre os tratamentos T1 (ração comercial) e ο T2 (ração acrescida com a composição). O tratamento T2 apresentou melhor desempenho que o T1 em todos os parâmetros avaliados.
[35] Analisando o parâmetro consumo de ração, houve uma redução de consumo nas três fases de vida estudadas, sendo que a maior redução de consumo, foi evidenciada na primeira fase (1 a 14 dias) na ordem de 5,67% a menos de ração para o tratamento T2.
[36] No período total (1 a 42 dias), o tratamento T2 consumiu 3,06% a menos de ração que o tratamento T1, os demais resultados estão descritos conforme a Tabela 1.
Tabela 1. Valores médios do consumo de ração médio dos lotes, em kg, nos diversos períodos de coleta de dados.
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Períodos de coleta de dados Consumo de Ração Médio dos Lotes (kg) Porcentagem na redução de consumo de ração (%)
Tratamento 1 Tratamento 2
1 a 14 dias 4,70 4,44 5,67%
15 a 28 dias 15,49 15,19 1,95%
29 a 42 dias 23,30 22,56 3,29%
1 a 42 dias 43,49 42,20 3,06%
[37] Analisando o quesito ganho de peso no período de 1 a 42 dias, a média do ganho de peso foi de 27,368 kg para o T1 e de 27,510 kg para ο T2, demonstrando que o tratamento com a adição da mistura pré e probiótica foi 0,52% mais eficiente em relação ao tratamento somente com a ração.
[38] Vale ressaltar que a mistura pré e probiótica teve o seu maior desempenho no ganho de peso dos frangos na fase inicial de criação do primeiro até o 14° dia de vida, com 4,10% a mais quando comparados com o tratamento controle (Tabela 2).
Tabela 2. Valores médios do ganho de peso médio dos lotes, em kg, nos diversos períodos de coleta de dados.
Períodos de coleta de dados
Ganho de peso Médio dos
Lotes (kg)
Tratamento 1 Tratamento 2
Porcentagem na redução do ganho de peso
Figure BR102017017779A2_D0001
1 a 14 dias 2,15 2,24 4,10%
15 a 28 dias 6,19 6,21 0,31%
29 a 42 dias 19,02 19,06 0,18%
1 a 42 dias 27,37 27,51 0,52%
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10/15 [39] Em relação a conversão alimentar dos animais, ficou evidenciado o efeito da adição da composição em relação a fase inicial dos mesmos, mostrando que o seu uso proporcionou uma melhoria de 9,92% nesse quesito (Tabela 3).
[40] Pode-se dizer que o animal necessitou de uma menor quantidade de ração para a produção de 1 kg de carne, comprovando que o uso dessa mistura melhora a disponibilidade dos nutrientes e a utilização dos mesmos para o animal. Durante o período de estudo, o uso da mistura pré e probiótica proporcionou uma melhoria de 3,48% na conversão alimentar dos animais (Tabela 3).
Tabela 3. Valores médios da conversão alimentar média dos lotes, em kg, nos diversos períodos de coleta de dados.
Períodos de Conversão alimentar média Porcentagem
coleta de dos lotes da conversão
dados Tratamento 1 Tratamento 2 alimentar (%)
1 a 14 dias 2,19 1,99 9,92%
14 a 28 dias 1,55 1,43 8,26%
28 a 42 dias 1,22 1,18 3,32%
1 a 42 dias 1,59 1,53 3,48%
[41] Assim, a utilização da composição se mostrou altamente viável para uso em aviários de corte pois, melhorou os parâmetros zootécnicos e nutricionais do animal. Além disso, proporcionou economia no consumo de ração, sendo que esta é uma das principais preocupações dos produtores, diminuir o consumo de alimento e manter o desempenho do animal.
[42] EXEMPLO 2. Avaliação do desempenho zootécnico com o uso de uma composição formulada com mistura de bactérias e mananoligossacarídeos para leitões recém desmamados.
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OBJETIVO [43] Estudar por meio do desempenho zootécnico os efeitos protetivos da composição enriquecida com pré e probióticos potencialmente benéficos para a adaptação do trato digestório de leitões recém desmamados.
Material e métodos [44] Foi utilizado um delineamento estatístico de blocos casualizados (DBC) com parcelas subdivididas no tempo. Foram realizados três tratamentos, sendo T1 (dieta de baixa digestibilidade), T2 (dieta de baixa digestibilidade com a mistura pro e prebiótica) e T3 (dieta de alta digestibilidade contendo proteína láctea) em três períodos de avaliação: fase I (21 a 28 dias),fase II (21 a 35 dias) e fase III (21 a 42 dias) com sete repetições de 3leitões cada, totalizando 21 leitões para cada tratamento.
[45] O tratamento T1 e T3 constituiu-se de ração sem promotores de crescimento, enquanto ο T2 recebeu ração com a mistura pré e probiótica na concentração de 0,1%.
[46] Foram utilizados 84 leitões desmamados, a partir dos 21 dias de idade e peso médio inicial de 6,3 Kg. Os animais foram alojados em baias de alvenaria no galpão de creche, sendo três animais por baia com no mínimo 0,35 m2 por animal.
[47] As baias são equipadas com fonte de aquecimento, comedouro e bebedouro conjugados para arraçoamento ad libtum, mais bebedouro tipo taça. Parte do piso é compactado e parte em material plástico de alta densidade e vazado, de forma a permitir mais higiene e menor umidade na baia. O aquecimento é proporcionado por resistência elétrica de 400 watts controlada por termostato, que permite ajustes no aquecimento. As salas são isoladas e o acesso foi
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12/15 restrito, para proporcionar maior segurança no ambiente. O período total do estudo foi de 42 dias.
[48] Os leitões foram pesados a cada fase do estudo e posteriormente aos 42 dias de idade, no encerramento do experimento. A cada intervalo entre pesagens foram avaliados o ganho médio diário de peso o consumo de ração e a conversão alimentar. Para análise estatística foi considerado as médias de cada baia. A ração desperdiçada dos comedouros foi recolhida antes da limpeza diária das baias, quantificada e descontada do consumo. Posteriormente foi realizada a análise de variância dos dados, testados com 10% de significância.
Resultados e Discussão [49] Analisando a fase I e II, houve diferenças significativas entre os tratamentos T1 (dieta de baixa digestibilidade) e ο T2 (dieta de baixa digestibilidade com a mistura pro e prebiótica) para a variável ganho de peso médio (GPD). Sendo que, o tratamento T3 (dieta de alta digestibilidade) foi estatisticamente igual ao tratamento T2 (Tabela 1). Tabela 1. Valores médios do ganho de peso das baias, em g, nos períodos de coleta de dados.
Períodos de Ganho de peso médio das baias (g)1 coleta de dados Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3
21 a 28 dias 10,1 b 30,7 a 55,7 a
21 a 35 dias 89,4 b 96,7 a 137,8 a
21 a 42 dias 179,0a 177,3 a 231 a
1 médias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas linhas pelo teste de Dunnett (p<0,10);
[50] A partir desses dados, podemos ressaltar que a ação da composição no animal, em situação de estresse nutricional é evidenciada nesse estudo. Pois com uma ração sem inclusão de
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13/15 proteína láctea (T1), o desempenho dos leitões quando adicionada a composição (T2) se assemelham a dieta com alto grau de digestibilidade (T3), onde existe a inclusão de proteína láctea. Dessa forma, houve um melhor aproveitamento do animal aos nutrientes disponíveis na dieta fornecida e, consequentemente, melhorando a saúde intestinal nos primeiros dias de vida, fase crítica em relação a sanidade animal.
[51] Vale ressaltar, que o tratamento onde foi incluída a composição proporcionou um incremento em mais de três vezes o ganho de peso do animal nos sete primeiros dias de vida em relação a dieta de baixa digestibilidade. Este fato pode ser correlacionado com a ação de proteção dos probióticos na saúde animal, sendo que o mesmo obteve maior energia metabolizável destinado ao ganho de peso.
[52] Em relação a conversão alimentar e consumo de ração dos animais, não foi possível notar diferenças significativas durante o período desse estudo.
[53] Contudo, a utilização da composição se mostrou importante para melhorar o aproveitamento nutricional da ração, incrementando os parâmetros zootécnicos e nutricionais do animal nos primeiros 35 dias de vida, fase na qual o animal tende a desenvolver a saúde imunológica para o resto da vida.
CONCLUSÕES [54] A combinação das bactérias Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis, Bacillus amyloliquefaciens e um tipo de mananoligossacarídeo, consiste em um produto biológico, 100% natural, que não deixa resíduos na carne ou promova resistência microbiana. Seu uso se mostra como uma alternativa viável para incrementar os índices zootécnicos em sistemas de produção animal.
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Funcionamento do invento [55] O preparo da formulação deverá seguir o seguinte fluxo de eventos:
• Condições rigorosas de assepsia e limpeza deverão ser implantadas para garantir um produto livre de contaminação;
• Matéria prima: as matérias primas que irão compor o produto deverão ser recebidas e manipuladas por pessoas treinadas;
• Mistura: as matérias primas deverão ser pesadas e misturadas seguindo o procedimento operacional padrão (POP) nas proporções indicadas;
• Amostragem: após a mistura, deverão ser retiradas amostras para verificação e certificação das garantias do produto. Devese analisar número de unidades formadoras de colônias (u.f.c./g de produto);
• Envase: o produto formulado, que se apresentar dentro das especificações de garantia, deverão ser envasados em sacos de 20,0 kg, previamente rotulados;
• Armazenagem: os sacos são acomodados em pallets de plástico e armazenados em local seco, arejado e protegido da luz, permanecendo nessa condição até ser despachado.
[56] O presente invento poderá ser aplicado tanto via mistura de ração como via fornecimento direto para o animal. O método de aplicação deverá ser analisado caso a caso e dependerá das condições técnicas e necessidade de cada produtor.
Vantagens
Ficou demonstrado aqui, que o presente invento:
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15/15 • Apresenta ser uma alternativa viável para a substituição de antibióticos em mistura de ração para alimentação de monogástricos;
• Melhora índices zootécnicos dos animais como conversão alimentar, ganho de peso e consumo de ração;
• Melhora parâmetros nutricionais do hospedeiro;
• Possui características para uso na alimentação de monogástricos como aditivo probiótico, sendo o mesmo resistente ao trato gástrico intestinal e sais biliares dos animais;
CONCLUSÃO [57] Verifica-se por tudo aquilo que foi descrito e ilustrado que se trata de COMPOSIÇÃO PRE E PROBIÓTICA PARA ALIMENTAÇÃO DE ANIMAL MONOGÁSTRICO, de grande importância ao fim visado, devendo preencher importante lacuna existente no mercado, satisfazendo plenamente os objetivos propostos e cumprindo de maneira prática e eficiente as funções destinadas, proporcionando uma série de vantagens inerentes à sua aplicabilidade, revestindo-se de características próprias, inovadoras e dotadas com requisitos fundamentais de novidade e atividade inventiva, exigidos para merecer a proteção de patente de invenção.

Claims (3)

1) “COMPOSIÇÃO PRE E PROBIÓTICA PARA ALIMENTAÇÃO
DE ANIMAL MONOGÁSTRICO”, caracterizada pela composição dos microrganismos apresentar, mas não se limitar a uma concentração final de Bacillus subtilis - 1,0 x 109 ufc/g, Bacillus licheniformis - 1,0 x 109 ufc/g, Bacillus amyloliquefaciens - 1,0 x 106 ufc/g, mananoligossacarídeos - 350 g/Kg, isoleucina - 10 g/kg, glutamina 10 g/kg, arginina - 10 g/kg.
2) “COMPOSIÇÃO PRE E PROBIÓTICA PARA ALIMENTAÇÃO DE ANIMAL MONOGÁSTRICO”, caracterizada pela composição dos componentes, em pó para mistura na ração, ou administração oral para monogástricos, abrange também outras formulações, tais como, emulsões, suspensões concentradas.
3) “COMPOSIÇÃO PRE E PROBIÓTICA PARA ALIMENTAÇÃO DE ANIMAL MONOGÁSTRICO”, entende-se que o uso separado dos componentes presentes nessa formulação, particularmente, Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis, Bacillus amyloliquefaciens, mananoligossacarídeos, para uma formulação final com a mistura desses componentes na ração, conforme apresentada nessa patente, a ser entregue ao animal, também está sujeita aos termos resguardados à proteção de patente de invenção.
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