BR102017008096B1 - Sistema e método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar e dispositivo vestível por um usuário de um ambiente hospitalar - Google Patents

Sistema e método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar e dispositivo vestível por um usuário de um ambiente hospitalar Download PDF

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Abstract

Descreve-se um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar (1), o sistema (1) compreendendo um conjunto de sensores (2, 3, 4, 5) configurado como ao menos um entre: ao menos um sensor de infravermelho (2) estabelecendo uma zona de detecção de calor (20), ao menos um entre um sensor de contato (3) e um sensor de movimento (4) associado a ao menos um artigo (10, 10', 10'') do ambiente hospitalar, ao menos um sensor de acionamento (5) de um dispensador de substância asséptica (6). Em que o conjunto de sensores (2, 3, 4, 5) é configurado para gerar uma pluralidade de sinais de higienização (11, 11'), os sinais de higienização (11, 11') associados a um evento de higienização das mãos, em que o sistema compreende ainda um dispositivo vestível (15) por um usuário do sistema, em que o dispositivo vestível (15) é configurado a gerar um ambiente virtual (16) visível pelo usuário, em que uma pluralidade de indicadores (26, 27, 28, 45) relacionados aos sinais de higienização (11, 11') são exibidos no ambiente virtual (16).

Description

[001] A presente invenção refere-se a um sistema e a um método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar. Mais especificamente, a presente invenção refere-se a um sistema e a um método aptos a gerar um ambiente virtual em um dispositivo vestível pelo usuário. A invenção propõe também um dispositivo vestível por um usuário de um ambiente hospitalar. Os ensinamentos da presente invenção podem ser aplicados ainda ao treinamento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar.
Descrição do estado da técnica
[002] A higienização das mãos é um dos procedimentos mais importantes para a prevenção de infecções hospitalares. Dosadores (dispensers) compreendendo, na maioria das vezes, álcool-gel, são dispostos em diversos pontos de um hospital para que pacientes, visitantes, colaboradores e profissionais da saúde tenham a possibilidade de realizar a higienização diversas vezes ao longo do dia.
[003] Assim, é constante o investimento e o desenvolvimento de novos métodos e sistemas de monitoramento das práticas de higieni- zação em ambientes hospitalares. Adicionalmente, e seguindo os avanços tecnológicos, cada vez mais equipamentos e acessórios são utilizados para dar suporte aos sistemas utilizados.
[004] Entre os sistemas conhecidos no estado da técnica, cita-se o sistema abordado no documento US 2004/0090333. Neste caso, uma pluralidade de sensores (radiofrequência (RF) ou infravermelhos) são dispostos dentro de um leito hospitalar e que têm como objetivo monitorar o deslocamento de um determinado médico.
[005] Tal sistema tem como ponto negativo o fato de ser totalmente dependente da utilização de um crachá de identificação por parte do profissional médico. Ou seja, em US 2004/0090333 o crachá de identificação do médico se comunica com sensores dispostos em diversos ambientes (equipamentos, torneiras, entre outros), de modo que, caso o médico não esteja utilizando seu crachá, o sistema não irá operar.
[006] Alguns sistemas conhecidos no estado da técnica são configurados de modo a emitir um alerta ao médico indicando que este deve realizar uma ação de higienização. No entanto, tais alertas são em sua maioria configurados como luzes ou alertas vibratórios que efetivamente não chamam a atenção do médico.
[007] Ou seja, tais alertas não são suficientes para motivar o médico a realizar uma ação de higienização das mãos, de modo que muitas vezes o profissional médico sequer percebe que o alerta luminoso ou vibratório foi realizado.
[008] Adicionalmente, o estado da técnica revela sistemas que fazem uso de determinados acessórios que auxiliam o médico a manter uma conformidade com a higienização das mãos e ajudam também a melhorar a interação entre médico e paciente.
[009] Por exemplo, o documento US 2015/0287182 revela a utilização de um óculos inteligente apto a determinar a realização de toques em uma determinada superfície para que assim se possa gerar um gráfico que represente um "caminho de contaminação". Cita-se ainda que cada médico, visitante e equipamento do hospital terá um número de identificação associado.
[0010] O foco dos ensinamentos de US 2015/0287182 reside efetivamente na geração do chamado "caminho de contaminação", de modo que tal documento não aborda especificamente meios de se monitorar e incentivar as práticas de higienização, foco da presente invenção.
[0011] O estado da técnica revela ainda sistemas que fazem usos de óculos inteligentes para potencializar a interação entre médico e paciente em uma consulta médica, por exemplo, disponibilizando informações a respeito do paciente e disponibilizando um checklist visível ao médico. Tais características, mesmo que interessantes para a área médica, em nada potencializam as práticas de higienização das mãos e consequentemente em nada ajudam para que uma redução das ocorrências de contaminações sejam alcançadas.
[0012] Assim, sabe-se que o uso dos chamados smart glasses na área médica está em evolução, porém até o momento não se tem conhecimento de um sistema que faça uso desse tipo de acessório e que efetivamente auxilie no monitoramento e incentivo das práticas de hi- gienização.
[0013] A presente invenção visa superar os problemas existentes no estado da técnica e propõe um sistema e um método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar.
[0014] A presente invenção supera os problemas relacionados a "crachá dependência" através da utilização de sensores infravermelhos (câmeras infravermelhas) que detectam o calor emitido por uma pessoa e consequentemente podem rastrear o deslocamento de tal pessoa em um ambiente hospitalar.
[0015] Adicionalmente, e em conjunto com os sensores de infravermelho, o sistema proposto na presente invenção utiliza também sensores de contato e sensores de movimento visando detectar respectivamente toques realizados pelo profissional médico em uma determinada superfície bem como a manipulação de dispositivos potenciais causadores de infecções, como por exemplo cateteres.
[0016] Assim, toda a movimentação e ações realizadas por um médico dentro de um ambiente hospitalar serão monitoradas pelo sistema proposto na presente invenção.
[0017] Visando efetivamente alertar o profissional médico em relação à conformidade nas práticas de higienização das mãos, o sistema faz uso de um dispositivo vestível pelo usuário e que seja apto a reproduzir um ambiente virtual, em que tal ambiente virtual reproduz uma pluralidade de indicadores relacionados à conformidade na higie- nização das mãos.
[0018] Entre tais indicadores, a presente invenção revela um indicador relacionado à representação virtual de um agente infeccioso, em que tal representação virtual é exposta diretamente no campo de visão do médico. Assim, caso o médico não esteja em conformidade com as práticas de higienização, uma representação virtual de uma bactéria será indicada ao médico e este será motivado a higienizar as mãos. Destaca-se que a referência a um médico não deve ser considerada como uma limitação da presente invenção, obviamente, os ensinamentos da invenção podem ser aplicados a enfermeiros, fisioterapeutas ou qualquer profissional da área da saúde.
[0019] Diferentemente das indicações vibratórias e em luzes (ver- de/vermelha) conhecidas no estado da técnica e que pouco atraem a atenção do médico, a representação virtual de uma bactéria passa a ideia ao médico (profissional da saúde) que uma contaminação está se consolidando, assim, este é imediatamente motivado a realizar a higi- enização das mãos.
[0020] Assim, e através do uso de um conjunto de sensores e de um dispositivo vestível pelo usuário, a presente invenção propõe um sistema e um método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar que supera os problemas conhecidos no estado da técnica.
[0021] Por fim, destaca-se que os ensinamentos da presente invenção podem ser aplicados em conjunto com a matéria revelada nos pedidos BR 10 2016 027362-5 e BR 10 2014 027568-1, destes mesmos depositantes.
Objetivos da invenção
[0022] A presente invenção tem como objetivo a provisão de um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar.
[0023] Um objetivo adicional da presente invenção é a provisão de um sistema que faça uso de uma pluralidade de sensores para monitorar o deslocamento de um profissional médico (profissional da saúde) dentro de um ambiente hospitalar, os toques realizados pelo profissional médico em uma determinada superfície e a manipulação de dispositivos invasivos pelo profissional médico.
[0024] A presente invenção também tem como objetivo a provisão de um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar que seja apto a operar mesmo que o profissional médico não esteja utilizando um crachá de identificação.
[0025] Um objetivo adicional da presente invenção é a provisão de um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar que compreenda ainda um dispositivo ves- tível pelo usuário, dito dispositivo vestível configurado de modo a gerar um ambiente virtual visível pelo usuário, em que uma pluralidade de indicadores relacionados à prática de higienização das mãos possam ser exibidos no ambiente virtual.
[0026] A presente invenção também tem como objetivo a provisão de um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar apto a gerar uma representação virtual de um agente infeccioso, a representação virtual do agente infeccioso sendo uma representação transitória.
[0027] Um objetivo adicional da presente invenção é a provisão de um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar apto a ser utilizado no treinamento de profissionais da área de saúde.
[0028] A presente invenção também tem como objetivo a provisão de um método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar, o referido método em harmonia com o sistema de monitoramento proposto na presente invenção.
[0029] É também um objetivo da presente invenção a provisão de um dispositivo vestível por um usuário de um ambiente hospitalar, em que tal dispositivo vestível é configurado para gerar uma representação virtual de um agente infeccioso em um ambiente virtual do dispositivo vestível, dita representação virtual é configurada como uma representação transitória entre um primeiro estado e um segundo estado.
Breve descrição da invenção
[0030] Os objetivos da presente invenção são alcançados por meio de um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar, o sistema compreendendo um conjunto de sensores configurado como ao menos um entre: ao menos um sensor de infravermelho estabelecendo uma zona de detecção de calor, ao menos um entre um sensor de contato e um sensor de movimento associados a ao menos um artigo do ambiente hospitalar, ao menos um sensor de acionamento de um dispensador de substância asséptica.
[0031] Em que o conjunto de sensores é configurado para gerar uma pluralidade de sinais de higienização, os sinais de higienização associados a um evento de higienização das mãos, em que o sistema compreende ainda um dispositivo vestível por um usuário do sistema, em que o dispositivo vestível é configurado a gerar um ambiente virtual visível pelo usuário, em que uma pluralidade de indicadores relaciona-dos aos sinais de higienização são exibidos no ambiente virtual.
[0032] A presente invenção descreve ainda um método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar, o ambiente hospitalar compreendendo um conjunto de sensores configurado como ao menos um entre um sensor de infravermelho, um sensor de contato, um sensor de movimento e um sensor de acionamento de um dispensador de substância asséptica.
[0033] O método compreendendo as etapas de: gerar uma pluralidade de sinais de higienização a partir de dados obtidos do conjunto de sensores, gerar um ambiente virtual em um dispositivo vestível por um usuário, em que o ambiente virtual é visível pelo usuário, e exibir uma pluralidade de indicadores no ambiente virtual, em que a pluralidade de indicadores são relacionados aos sinais de higienização.
[0034] Os objetivos da presente invenção são alcançados ainda através de um dispositivo vestível por um usuário de um ambiente hospitalar, o dispositivo vestível configurado a gerar um ambiente virtual visível pelo usuário, em que uma pluralidade de indicadores relacionados a ao menos um evento de higienização são exibidos no ambiente virtual.
[0035] O dispositivo vestível é configurado ainda para gerar uma representação virtual de um agente infeccioso, a representação virtual do agente infecioso configurada como uma representação transitória entre um primeiro estado e um segundo estado, em que no primeiro estado a representação virtual do agente infecioso é visível ao usuário e no segundo estado a representação virtual do agente infecioso não é visível ao usuário.
Descrição resumida dos desenhos
[0036] A presente invenção será, a seguir, mais detalhadamente descrita com base em um exemplo de execução representado nos desenhos. As figuras mostram: Figura 1 - é uma representação do sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar proposto na presente invenção; Figura 2 - é uma representação preferencial de um artigo do ambiente hospitalar que compreende um dos sensores utilizados no sistema proposto na presente invenção; Figura 3 - é uma vista em perspectiva de um ambiente hospitalar compreendendo alguns dos sensores utilizados no sistema proposto na presente invenção; Figura 4 - é uma representação preferencial do ambiente virtual gerado no dispositivo vestível que integra o sistema proposto na presente invenção, em que a figura 4(a) ilustra um indicador em elemento de vídeo, as figuras 4(b) e 4(c) ilustram um indicador em elemento de texto e a figura 4(d) ilustra um indicador em elemento lúdico. Figura 5 - é uma representação adicional do ambiente virtual gerado no dispositivo vestível que integra o sistema proposto na presente invenção, em que as figuras 5(a) e 5(b) ilustram indicadores em elementos gráficos; Figura 6 - são representações adicionais do ambiente virtual gerado no dispositivo vestível que integra o sistema proposto na presente invenção, em que as figuras 6(a) e 6(b) ilustram indicadores em elementos lúdicos; Figura 7 - é uma representação do ambiente virtual gerado no dispositivo vestível que integra o sistema proposto na presente invenção, indicando a transição da representação virtual do agente infeccioso entre um primeiro e segundo estados e considerando ainda dados de percurso realizados por um profissional médico em um ambiente hospitalar; Figura 8 - é uma representação do ambiente virtual gerado no dispositivo vestível que integra o sistema proposto na presente in- venção, considerando dados de percurso dos sensores infravermelho, dados de contato dos sensores de contato, dados de movimento dos sensores de movimento e dados de acionamento do dispensador de substância asséptica; Figura 9 - é uma representação adicional do ambiente virtual gerado no dispositivo vestível que integra o sistema proposto na presente invenção, considerando dados de percurso dos sensores infravermelho, dados de contato dos sensores de contato, dados de movimento dos sensores de movimento e dados de acionamento do dis- pensador de substância asséptica; Figura 10 - é uma representação da utilização do sistema proposto na presente invenção para a prática de treinamentos de profissionais médicos de um ambiente hospitalar; Figura 11 - é uma representação de um histórico de higie- nização obtido a partir do sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos proposto na presente invenção; Figura 12 - é uma representação em blocos do sistema e do método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar propostos na presente invenção.
Descrição detalhada das figuras
[0037] Uma representação preferencial do sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar 1 (também referenciado como sistema 1) será descrita em conjunto com a representação das figuras 1 a 10.
[0038] Destaca-se inicialmente que nesta representação preferencial do sistema 1 o ambiente hospitalar deve ser preferencialmente entendido como um quarto de um hospital. De qualquer modo, destaca- se que tal descrição não deve ser considerada como uma característica limitante da presente invenção, de modo que os ensinamentos aqui propostos são também aplicados a outros ambientes hospitalares.
[0039] De modo exemplificativo, o referido ambiente hospitalar pode ser considerado não somente como o quarto de um hospital, mas também como qualquer área interna deste (corredores, banheiros, salas de espera, centros cirúrgicos, entre outros).
[0040] Ainda, a referência a um hospital representa também uma característica apenas preferencial da presente invenção, de modo que os ensinamentos aqui propostos são também aplicáveis a outras unidades de saúde, como unidades de tratamento, unidade de acompanhamento, unidades de repouso e unidades de emergência que um determinado paciente possa se acomodar, seja por longos ou curtos períodos de tempo.
[0041] De forma genérica, a referência a um ambiente hospitalar deve ser entendida como qualquer local apto a receber um paciente.
[0042] Em referência específica às figuras 1 a 3 e 8 a 10, o sistema 1 proposto na presente invenção compreende um conjunto de sensores 2, 3, 4 e 5 dispostos no interior do ambiente hospitalar.
[0043] Preferencialmente, o sistema 1 compreende uma pluralidade de sensores infravermelhos 2 dispostos no ambiente hospitalar, cada um destes sensores estabelecendo uma zona de detecção de calor 20.
[0044] Tais sensores de infravermelho 2 são configurados de modo a detectar o calor emitido por pessoas ou equipamentos (bombas, monitores, televisores, entre outros) dispostos no interior do ambiente hospitalar. Ditos sensores 2, preferencialmente configurados como uma câmera infravermelha, geram um padrão de imagem, tal como um mapa de calor, que permite identificar a movimentação de uma pessoa dentro do ambiente, bem como se esta encontra-se deitada na cama do quarto hospitalar.
[0045] De modo preferencial, os sensores de infravermelho 2 devem ser dispostos no teto do ambiente hospitalar e de modo que toda a área do ambiente seja captada pela zona de detecção de calor 20 de cada um dos sensores 2. Alternativamente, a disposição dos sensores nas paredes do ambiente hospitalar é plenamente aceitável.
[0046] A zona de detecção de calor 20 deve ser entendida como a área de detecção do sensor de infravermelho 2, ou seja, a área em que o sensor 2 é apto a detectar o calor emitido por uma determinada pessoa ou equipamento.
[0047] A referida zona de detecção de calor 20 pode ser calibrada de acordo com o sensor de infravermelho 2 utilizado, adicionalmente, a forma como a zona de detecção de calor 20 é ilustrada nas figuras 1 e 3 não deve ser considerada como uma limitação da presente invenção.
[0048] A utilização dos sensores de infravermelho 2 proporciona vantagens para rastrear uma determinada pessoa ou equipamento dentro do ambiente hospitalar, por exemplo, utilizando tais sensores (câmeras de infravermelho) pode-se rastrear um indivíduo mesmo que este não esteja utilizando um crachá de identificação dotado de um sensor de radiofrequência (sensor de RF).
[0049] Por exemplo, sabe-se que alguns sistemas propostos no estado da técnica apresentam a chamada "crachá dependência", ou seja, tais sistemas só irão operar de modo adequado se a pessoa (médico, visitantes, enfermeiros, fisioterapeutas ou qualquer profissional da área da saúde) estiver utilizando um crachá de identificação, caso contrário, o rastreamento não será possível e o sistema irá operar de modo inadequado.
[0050] Similarmente, o estado da técnica revela sistemas em que etiquetas de identificação (dotadas de sensores de radiofrequência) são dispostas em equipamentos, de modo a avaliar quando tais equipamentos foram tocados. Tal como comentado acima, caso tais etiquetas não estejam presentes nos equipamentos e o médico não este- ja utilizando seu crachá de identificação, não será possível detectar quando estes foram tocados.
[0051] Tais inconvenientes não ocorrem com o sistema 1 proposto, uma vez que o rastreamento é obtido a partir do calor emitido pelo corpo humano ou por um determinado equipamento, assim pode-se realizar o rastreamento mesmo que a pessoa e o equipamento não estejam utilizando o crachá e a etiqueta de identificação.
[0052] De modo preferencial, os sensores de infravermelho 2 utilizados no sistema proposto na presente invenção possuem as características dos sensores infravermelhos descritos no pedido de patente BR 10 2014 027568-1, destes mesmos depositantes, e cuja descrição é aqui incorporada por referência.
[0053] Além dos sensores de infravermelho 2, o sistema 1 proposto na presente invenção compreende ainda um sensor de movimento 4 associado a um artigo 10 do ambiente hospitalar, tal como exibido nas figuras 3, 8 e 9. De modo apenas preferencial, e não acarretando em qualquer limitação ao escopo de proteção da presente invenção, o sensor de movimento 4 deve ser entendido como o conjunto de um acelerômetro e giroscópio.
[0054] Especificamente, o sensor de movimento 4 deve ser disposto em um dispositivo invasivo, tal como um cateter, para que assim seja possível determinar o momento em que o referido dispositivo in- vasivo foi manipulado por um profissional médico.
[0055] A referência a um cateter não deve ser entendida como uma característica limitativa da presente invenção, em linhas gerais, o sensor de movimento 4 pode ser disposto em qualquer dispositivo in- vasivo, ou seja, em um cateter central, uma sonda vesical, uma tra- queostomia, um tubo-orotraqueal, entre outros. Salienta-se que a referência a um dispositivo invasivo deve ser entendida como a qualquer dispositivo que provoca o rompimento das barreiras naturais ou pene- tra em cavidades do organismo, permitindo um acesso ao meio interno do sistema cardiocirculatório, do sistema respiratório, do sistema urinário, ou de qualquer outro sistema do corpo humano.
[0056] De modo preferencial, os sensores de movimento 4 utilizados no sistema proposto na presente invenção possuem as características dos sensores de movimento descritos no pedido de patente BR 10 2014 027568-1, destes mesmos depositantes, e cuja descrição é aqui incorporada por referência.
[0057] Além dos sensores de infravermelho 2 e dos sensores de movimento 4 previamente abordados, o sistema 1 proposto na presente invenção compreende ainda um sensor de acionamento 5 de um dispensador de substância asséptica 6, tal como ilustração das figuras 7, 8, 9 e 10.
[0058] O dispensador de substância asséptica 6 é preferencialmente configurado como um dispensador de álcool-gel, tais equipamentos comumente dispostos no interior de quartos hospitalares para que profissionais médicos, pacientes e visitantes possam realizar a higienização das mãos. Obviamente a referência ao álcool-gel não deve ser considerada como uma limitação da invenção, de modo que qualquer substância antisséptica apta a ser disposta no interior de um dispensador poderia ser utilizada, como por exemplo, sabão ou clo- rexidina.
[0059] O sensor de acionamento 5 deve ser entendido como qualquer sensor apto a detectar que uma ação de higienização ocorreu, ou seja, um sensor apto a detectar que o dispensador de substância asséptica 6 foi utilizado.
[0060] De modo preferencial, os sensores de acionamento 5 e o dispensador de substância asséptica 6 utilizados no sistema proposto na presente invenção possuem as características dos sensores e dis- pensadores descritos no pedido de patente BR 10 2014 027568-1, destes mesmos depositantes, e cuja descrição é aqui incorporada por referência.
[0061] Em adição aos sensores de infravermelho 2, sensor de movimento 4 e sensor de acionamento 5, o sistema 1 proposto na presente invenção faz uso ainda de um sensor de contato 3 associado a ao menos um artigo 10' disposto no ambiente hospitalar, tal como preferencialmente visualizado a partir da figura 2.
[0062] O sensor de contato 3 é preferencialmente configurado como uma película dotada de uma pluralidade de sensores (capacitivos ou resistivos) e que se associa a uma superfície do artigo 10'.
[0063] Tais sensores são aptos a detectar a ocorrência de um toque na superfície do artigo 10' em que o sensor de contato 3 é disposto. Por exemplo, e em referência às figuras 2 e 3, a disposição do sensor de contato 3 em uma primeira superfície 100 de uma bomba de infusão permite detectar quando o profissional médico tocou a superfície 100 da referida bomba.
[0064] Destaca-se que a descrição do artigo 10' como uma bomba de infusão deve ser considerada apenas como uma característica preferencial da presente invenção, em modalidades alternativas, o sensor de contato 3 poderia ser disposto em qualquer outro artigo 10' disposto no ambiente hospitalar, tal como monitores, itens de mobília e de decoração, interruptores, torneiras, ou qualquer outro equipamento em que se deseja verificar a ocorrência de um contato.
[0065] De modo preferencial, os sensores de contato 3 utilizados no sistema proposto na presente invenção possuem as características dos sensores de contato descritos no pedido BR 10 2016 027362-5, destes mesmos depositantes, e cuja descrição é aqui incorporada por referência.
[0066] A utilização dos sensores de infravermelho 2, sensores de contato 3, sensor de movimento 4 e sensor de acionamento 5 permite que as ações realizadas por um profissional médico dentro do ambiente hospitalar sejam rastreadas e consequentemente suas práticas de higienização das mãos sejam avaliadas.
[0067] Por exemplo, e devido aos sensores de infravermelho 2 será possível rastrear a movimentação do profissional médico no interior do ambiente hospitalar, já o sensor de contato 3 permite avaliar se um determinado equipamento foi tocado e o sensor de movimento 4 permite determinar se ocorreu manipulação de um dispositivo invasivo.
[0068] Tal como já abordado anteriormente, e a partir do uso dos sensores de infravermelho 2 em conjunto com os demais sensores do sistema, o monitoramento das práticas de higienização das mãos é permitido mesmo que o médico/visitante não esteja utilizando um crachá de identificação (dotado de um sensor, por exemplo, de radiofrequência). Neste caso (crachá não é usado), será possível monitorar as práticas de higienização e eventuais violações de tais práticas, mas não será possível determinar quem está sendo monitorado e quem violou tais práticas.
[0069] Para identificação do profissional médico monitorado pelo sistema, este deve estar utilizando um crachá de identificação 70 dotado, por exemplo, de um sensor de radiofrequência (conforme representação da figura 3). Adicionalmente, os demais sensores do sistema 1 (infravermelho 2, contato 3, movimento 4 e acionamento 5) também devem ter um módulo de radiofrequência associado a cada um dos sensores, para que assim a comunicação com o sensor de radiofrequência do crachá de identificação seja possível.
[0070] Os dados detectados por tais sensores, bem como a combinação destes, permitem avaliar se as práticas de higienização das mãos estão de acordo com um padrão previamente estabelecido por uma instituição de saúde.
[0071] Por exemplo, com o sistema 1 proposto na presente inven- ção pode-se avaliar se as práticas de higienização estão de acordo com os chamados "Cinco Momentos para Higiene das Mãos", ou seja, os cinco momentos em que a higienização das mãos dentro de um ambiente hospitalar deve ser realizada.
[0072] A tabela abaixo indica quais são estes cinco momentos e por qual motivo deve ser realizado o procedimento de higienização das mãos:
[0073] Para tal, e tal como será melhor abordado adiante, o sistema 1 proposto na presente invenção estabelece uma pluralidade de sinais de higienização 11 e 11', em que tais sinais de higienização 11, 11' são associados a um evento de higienização das mãos.
[0074] Por evento de higienização, deve-se entender como uma oportunidade em que o profissional médico teve de higienizar as mãos e não o fez (considerando um determinado protocolo de higienização de uma instituição) ou uma ação de higienização devidamente realizada.
[0075] Por exemplo, uma oportunidade de higienização pode ser considerada como um dos cinco momentos de higienização acima comentados em que o profissional médico deveria ter higienizado as mãos.
[0076] Assim, e em linhas gerais, a referência a um evento de hi- gienização na presente invenção deve ser entendida como uma ação de higienização já realizada ou uma ação de higienização que deveria ter ocorrido, mas não ocorreu (oportunidade de higienização).
[0077] Desta maneira, e associando os eventos de higienização aos sinais de higienização 11 e 11'', o sistema 1 estabelece um primeiro sinal de higienização 11 relacionado ao ato de se ter higienizado as mãos, ou seja, sempre que uma ação de higienização ocorrer (sensor de acionamento 5 foi acionado), um primeiro sinal de higienização 11 será gerado pelo sistema 1 proposto na presente invenção.
[0078] Similarmente, e a partir das informações captadas pelo conjunto de sensores 2, 3, 4 e 5, o sistema 1 estabelece um segundo sinal de higienização 11' relacionado a uma oportunidade de higienização das mãos.
[0079] Uma importante característica do sistema 1 proposto na presente invenção reside no fato dos primeiro e segundo sinais de hi- gienização 11 e 11' serem indicados ao profissional médico em um dispositivo vestível 15 deste.
[0080] Por dispositivo vestível 15, entende-se como qualquer dispositivo que possa ser utilizado pelo profissional médico e que seja apto a reproduzir arquivos de vídeo, áudio, imagens, conectar-se à in ternet, tal como um relógio ou óculos. Nesta modalidade preferencial do sistema 1, e em referência à figura 4, o dispositivo vestível 15 deve preferencialmente ser entendido como um óculos utilizado pelo profissional médico, dispositivo este que também proporciona proteção ao usuário que o utiliza, atuando assim como um Equipamento de Proteção Individual (EPI). Mais especificamente, dito dispositivo vestível 15 deve preferencialmente ser configurado como um óculos inteligente (smart glass), tal como os modelos já conhecidos: Google glass, HoloLens (Microsoft), e ainda os modelos das empresas Vuzix, Epson, Sony, entre outras. Obviamente, a utilização destes modelos é uma característica não limitativa da presente invenção, alternativamente, qualquer outro modelo de óculos inteligente poderia ser utilizado.
[0081] Sabe-se que tais dispositivos são dotados de diversas funcionalidades e características, tal como a possibilidade de conexão à rede mundial de computadores, uso de câmeras de vídeo para gravação do ambiente ao redor do dispositivo, telas de interação, entre outras.
[0082] Assim, a presente invenção propõe a utilização de um conjunto de sensores 2, 3, 4 e 5 juntamente com o dispositivo vestível 15 visando monitorar e incentivar as práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar.
[0083] Mais especificamente, e em referência à figura 4, o dispositivo vestível 15 é configurado para gerar um ambiente virtual 16 visível pelo usuário (profissional médico) do sistema 1, em que uma pluralidade de indicadores 25, 26, 27 e 28 relacionados aos primeiro e segundo sinais de higienização 11 e 11' são exibidos no ambiente virtual 16.
[0084] Por ambiente virtual 16, deve-se entender como a representação em realidade aumentada (augmented reality) em uma determinada área da lente do dispositivo vestível 15. A representação do ambiente virtual 16 em realidade aumentada permite que o profissional médico ou qualquer profissional da saúde continue a realizar suas atribuições dentro do ambiente hospitalar, porém ainda permite que determinadas informações sejam fornecidas ao profissional através da pluralidade de indicadores.
[0085] Mais especificamente, e de modo apenas preferencial, a pluralidade de indicadores é configurada como ao menos um entre um elemento de vídeo 26 (figura 4(a)), um elemento de texto 27 (figuras 4(b) e 4(c)) e um elemento lúdico 28 (figura 4(d)).
[0086] Cada um destes indicadores tem como objetivo atuar como um alerta ao profissional médico a respeito de uma ação de higieniza- ção ocorrida (primeiro sinal de higienização 11) ou a respeito de uma oportunidade de higienização das mãos (segundo sinal de higieniza- ção 11').
[0087] Mais especificamente em relação à figura 4 (b), a representação por meio de um indicador de texto 27 pode, de modo exemplifi- cativo, alertar ao profissional médico referente a uma ação de higieni- zação corretamente realizada. Assim, a representação em realidade aumentada do texto "Parabéns" pode ser indicada no ambiente virtual 16.
[0088] Tal representação pode ser indicada no dispositivo vestível 15, uma vez que os sensores de infravermelho 2 e os sensores de acionamento 5 detectaram que uma ação de higienização correta foi realizada anteriormente ao contato do médico com o paciente (primeiro momento de higienização).
[0089] De modo similar, e em referência à figura 4 (c), os sensores de infravermelho 2 e sensores de acionamento 5 podem indicar que após o contato com o paciente uma ação de higienização deveria ter ocorrido mas não foi detectada, ou seja, uma oportunidade de higieni- zação ocorreu. Assim, o indicador de texto 27 relacionado a um se gundo sinal de higienização 11' será exibido no ambiente virtual 16, por exemplo, com a indicação "quarto momento de higienização violado!".
[0090] Destaca-se que o quarto momento de higienização refere- se a uma ação de higienização que deveria ocorrer após o contato com o paciente, tal como já indicado anteriormente.
[0091] A representação através do elemento de texto 27 pode ser substituída pela indicação via um elemento gráfico (imagem) 25, tal como visualizado a partir das figuras 5(a) e 5(b). Obviamente, os elementos de texto 27 e gráficos 25 indicados nas figuras em questão devem ser considerados apenas como representações preferenciais da presente invenção.
[0092] Além da utilização de elementos gráficos 25 e de texto 27, o sistema 1 da presente invenção permite ainda a geração do ambiente virtual 16 e a utilização de um elemento lúdico 28 relacionado ao primeiro 11 e segundo 11' sinais de higienização.
[0093] Em referência à figura 6, observa-se que no sistema 1 proposto na presente invenção o elemento lúdico 28 é configurado como uma representação virtual de um agente infecioso 30, ou seja, o elemento lúdico 28 é configurado como uma representação virtual de uma bactéria. A figura 6(a) ilustra a representação virtual da bactéria denominada de estafilococos (Staphylococcus) e a figura 6(b) ilustra a representação virtual da bactéria denominada de Enterobacteriaceae.
[0094] Em referência adicional à figura 7, o sistema 1 proposto na presente invenção apresenta como característica adicional o fato de que a representação virtual do agente infecioso 30 é uma representação transitória.
[0095] De modo mais específico, a representação virtual do agente infeccioso 30 é transitória entre um primeiro estado 31 e um segundo estado 32, em que o primeiro estado 31 é associado ao segundo sinal de higienização 11' (oportunidade de higienização) e o segundo estado 32 é associado ao primeiro sinal de higienização 11 (ação de higieni- zação ocorreu).
[0096] Em outras palavras, a representação virtual do agente infeccioso 30 em seu primeiro estado 31 é relacionada a uma oportunidade de higienização das mãos, já a representação virtual do agente infecioso 30 em seu segundo estado 32 é relacionada a uma ação de higienização devidamente realizada.
[0097] Adicionalmente, e ainda em referência à figura 7, entende- se que no primeiro estado 31 a representação virtual do agente infecioso 30 é visível ao usuário através do dispositivo vestível 15, já no segundo estado 32 a representação virtual do agente infecioso 30 não é visível ao usuário através do ambiente virtual 16.
[0098] Assim, considera-se um profissional médico 39 que entre em um ambiente hospitalar, tal como o quarto de um hospital, para realizar um determinado tratamento em um paciente 40. Considera-se ainda que os sensores de infravermelho 2 (não mostrados na figura 7) detectaram um determinado dado de percurso 35 do profissional médico 39 tal como o percurso indicado por meio das linhas tracejadas dispostas na figura 7.
[0099] Observa-se que os dados de percurso 35 indicam que o deslocamento do profissional médico foi realizado diretamente para a cama do paciente 40 e que consequentemente não houve acionamento do dispensador de substância asséptica 6, ou seja, uma oportunidade de higienização ocorreu e o primeiro momento de higienização (antes de contato com o paciente) foi violado.
[00100] Neste cenário, a violação do primeiro momento de higieni- zação será indicada no dispositivo vestível 15 através da representação virtual de um agente infeccioso 30 visível ao usuário via realidade aumentada. Ou seja, a indicação do elemento lúdico 28 por meio de um agente infeccioso 30 no ambiente virtual 16 será visível ao médico 39.
[00101] Consequentemente, o profissional médico 39 será alertado que uma ação de higienização deveria ter ocorrido, mas não foi realizada e, através da indicação do agente infeccioso 30 diretamente em seu campo de visão (via realidade aumentada), o profissional médico 39 terá consciência que a não higienização das mãos poderá causar infecções ao paciente, assim o médico 39 é motivado a realizar a higi- enização das mãos e consequentemente reduzir as chances de proliferação de bactérias.
[00102] Desta maneira, e diretamente motivado pela indicação do agente infeccioso 30, o profissional médico será motivado a se deslocar até o dispensador de álcool-gel 6 e consequentemente realizar uma ação de higienização das mãos. Desta maneira, um novo dado de percurso 35' será detectado pelos sensores de infravermelho 2 representando o deslocamento do médico 39 até o dispensador de álcool- gel 6.
[00103] O acionamento do dispensador 6 será devidamente confirmado através do sensor de acionamento 5, indicando que uma ação de higienização ocorreu. Desta maneira, e a partir da geração do primeiro sinal de higienização 11, a representação virtual do agente infeccioso 30 atingirá seu segundo estado 32, ou seja, o estado em que tal representação não é visível ao profissional médico 39.
[00104] Realizada a ação de higienização, pode-se dispor um indicador no ambiente virtual 16 relacionado à conformidade da ação de higienização, por exemplo, tal como o elemento de texto 27, indicando via realidade aumentada os dizeres "parabéns" ao profissional médico 39.
[00105] Assim, e através da utilização do dispositivo vestível 15 tem-se uma indicação de fácil percepção ao usuário que um protocolo de higienização foi violado, de modo que a representação no ambiente virtual 16 diretamente no campo de visão do médico 39 reduz potencialmente as chances de que tal alerta seja simplesmente descartado pelo profissional 39 e este siga os procedimentos médicos sem a correta higienização das mãos.
[00106] Ademais, e a partir da utilização do conjunto de sensores 2, 3, 4 e 5, pode-se rastrear não somente o deslocamento do médico 39 bem como a manipulação de dispositivos invasivos e contato com determinadas superfícies.
[00107] Desta maneira, e em referência à figura 8, considera-se uma certa sequência de ações realizadas por um profissional médico 39 em um determinado ambiente hospitalar, em que dito ambiente hospitalar compreende dispensadores de substância asséptica 6, um primeiro artigo 10 configurado como um monitor, um segundo artigo 10' configurado como uma bomba de infusão e um terceiro artigo 10'' configurado como um dispositivo invasivo, tal como um cateter.
[00108] Visando detectar possíveis toques realizados pelo profissional médico 39 no monitor 10 e na bomba de infusão 10', estes compreendem ainda sensores de toque 3 dispostos em uma de suas superfícies, adicionalmente, e visando detectar a manipulação do cateter 10'' pelo médico 39, este compreende um sensor de movimento 4 associado ao referido cateter 10''.
[00109] Considera-se que o protocolo de higienização do ambiente hospitalar representado na figura 8 seja o seguinte: deve-se higienizar as mãos logo ao entrar no ambiente, logo após o contato com qualquer superfície ou equipamento e logo após o contato com o paciente.
[00110] Considera-se ainda um determinado percurso realizado pelo profissional médico 39, tal como a trajetória indicada pelo dado de percurso 35 representado na figura 8. Observa-se que o profissional médico 39 higienizou as mãos imediatamente após a entrada no am- biente hospitalar e em seguida dirigiu-se ao monitor 10, por exemplo, para avaliar o histórico de medicação do paciente 40.
[00111] Em seguida, o médico 39 se deslocou até a bomba de infusão 10' para avaliar a dosagem de medicamento intravenoso que será ministrada ao paciente e posteriormente manipulou o cateter 10'' para seu devido posicionamento e conexão ao fluxo sanguíneo do paciente 40. Posteriormente, o médico 39 se dirigiu diretamente até a saída do ambiente hospitalar.
[00112] Tal como representação da figura 8, observa-se que durante este deslocamento o profissional médico 39 higienizou as mãos imediatamente após sua entrada no ambiente hospitalar. Ou seja, nota-se que o médico 39 não higienizou as mãos após ter contato com o monitor 10, com a bomba de infusão 10' e após o contato e a manipulação do dispositivo invasivo 10'', ações estas que representam potenciais ações de proliferação e contaminação de bactérias.
[00113] Com o sistema 1 proposto na presente invenção, tal não conformidade nas práticas de higienização seriam devidamente detectadas pelos sensores de infravermelho 2, sensores de contato 3 e sensor de movimento 4 que respectivamente determinariam dados de percurso 35 do profissional médico 39, dados de contato 36 do médico 39 com o monitor 10 e bomba de infusão 10' (artigos) do ambiente hospitalar e dados de movimento 37 do cateter (artigo) utilizado para ministrar medicamento ao paciente.
[00114] Assim, o profissional médico 39 que faz uso do dispositivo vestível 15 de acordo com os ensinamentos da presente invenção será imediatamente alertado a respeito das não conformidades de higieni- zação detectadas após o contato com o monitor 10, bomba de infusão 10' e manipulação do dispositivo invasivo (cateter 10'').
[00115] Nesse sentido, a figura 8 ilustra ainda possíveis representações do ambiente virtual 16 considerando o percurso realizado pelo médico 39. Nota-se que após a realização da higienização no dispenser (dosador) 6, o ambiente virtual 16 indica por meio de um elemento de texto uma mensagem de conformidade com os padrões de higieni- zação (t1).
[00116] Porém, após ter sido detectado o toque no monitor 10 e na bomba de infusão 10' e não ter sido detectado o acionamento do dispenser 6, indicadores de não conformidade com as práticas de higieni- zação das mãos são respectivamente fornecidos ao médico 39 (t2 e t3).
[00117] De modo similar, um indicador de não conformidade, tal como por meio da representação de um elemento lúdico 28, é visualizado no ambiente virtual 16 uma vez que foi verificada a manipulação do cateter 10'' e não foi detectada uma ação de higienização (t4) antes da saída do médico 39 do ambiente hospitalar.
[00118] Assim, o sistema 1 proposto na presente invenção permite o monitoramento das práticas de higienização das mãos considerando o deslocamento realizado por um profissional médico, bem como o contato destes com determinados equipamentos e a manipulação de dispositivos invasivos, como por exemplo, cateteres.
[00119] Visando avaliar as práticas de higienização do ambiente hospitalar, deve-se enviar um histórico de indicadores fornecidos ao dispositivo vestível 15 a uma central de controle do ambiente hospitalar. Similarmente, os dados de percurso 35, dados de contato 36, dados de movimento 37, dados de acionamento 38 e primeiro 11 e segundo 11' sinais de higienização devem ser também enviados a uma central de controle do hospital, permitindo assim que a gerência avalie o histórico de higienização de todo o ambiente hospitalar.
[00120] Os ensinamentos da presente invenção podem também ser aplicados em práticas de treinamento de profissionais médicos em ambientes hospitalares.
[00121] Por exemplo, considera-se o profissional médico 39 que realizou as ações exibidas na figura 8 como um médico residente em treinamento, assim, foi evidenciado que este violou algumas práticas de higienização considerando o protocolo da instituição. Entende-se que a referência a um médico residente representa apenas uma característica preferencial da invenção, de modo que os ensinamentos aqui propostos podem ser aplicados a qualquer profissional da área da saúde.
[00122] Visando informar o médico 39 sobre o resultado do treinamento realizado, um índice de conformidade 45 (por exemplo, em uma escala percentual) poderia ser exibido no ambiente virtual 16 do dispositivo vestível 15 no instante em que o médico deixa o ambiente hospitalar (t=5). Considerando o exemplo da figura 8, o índice de conformidade 45 do médico 39 seria baixo, uma vez que diversos protocolos de higienização foram violados.
[00123] Mais especificamente, o índice de conformidade 45 pode representar uma taxa de aderência relacionada às práticas de higieni- zação das mãos, de modo que tal taxa de aderência pode ser obtida dividindo-se o número de vezes em que a higienização ocorreu pelo total de oportunidades de higienização, o resultado desta divisão, multiplicado por 100, pode representar a taxa de aderência.
[00124] Destaca-se que tal forma de obtenção do índice de conformidade 45 representa apenas uma característica preferencial da presente invenção, de modo que em modalidades alternativas, o índice de conformidade 45 poderia ser representado utilizando um entre os indicadores 25, 26, 27 e 28 já comentados ou ainda dividindo o número de oportunidades de higienização pelo número de higienizações efetivamente realizadas.
[00125] Nesse sentido, a figura 9 ilustra o deslocamento e as ações realizadas por um determinado profissional médico 39 em um ambien- te hospitalar bem como representações do ambiente virtual 16 exibidas no dispositivo vestível 15 de acordo com a movimentação e ações realizadas.
[00126] Observa-se que o médico 39 higienizou as mãos logo ao entrar no ambiente hospitalar (t1) e posteriormente teve contato com o monitor 10. Em seguida, e atendendo aos protocolos de higienização, observa-se uma nova ação de higienização após o contato com o monitor 10 e antes do contato com a bomba de infusão 10' (t3). Considerando os ensinamentos da presente invenção, a ação de higienização realizada antes do contato com a bomba de infusão 10' foi motivada através da indicação do elemento de texto "Higienize as mãos" logo após o contato do médico 39 com o monitor 10 (t2).
[00127] Após o contato com a bomba de infusão 10' e antes de manusear o cateter 10'' o médico 39 higienizou novamente as mãos motivado pela representação virtual do agente infeccioso 30 (t4). Por fim, observa-se uma nova ação de higienização antes da saída do médico 39 do ambiente hospitalar.
[00128] Nesta representação da figura 9, observa-se que os protocolos de higienização foram devidamente seguidos, assim, na hipótese de tal deslocamento representar o treinamento de um profissional médico 39, o índice de conformidade 45 atingiria sua pontuação máxima, tal como ilustrado na figura 10 (t6).
[00129] No exemplo comentado com base na figura 9, o índice de conformidade 45, também referenciado como uma taxa de aderência, atingiria seu valor máximo (100%), isto porque as oportunidades de higienização das mãos considerando o protocolo de higienização da instituição foram as seguintes: Uma primeira oportunidade de higieni- zação ao se entrar no ambiente hospitalar, uma segunda oportunidade de higienização após contato com o monitor 10, uma terceira oportunidade de higienização após contato com a bomba de infusão 10' e uma quarta oportunidade de higienização após contato com o dispositivo invasivo e contato com o paciente.
[00130] Assim, um total de quatro oportunidades de higienização foram detectadas e, considerando o dado de percurso 35 representado pela figura 9, nota-se um total de quatro ações de higienização das mãos. Desta maneira, o índice de conformidade 45 (taxa de aderência), seria obtido dividindo-se o total de ações de higienização efetivamente realizadas (4 ações realizadas) pelo total de oportunidades de higienização (4 oportunidades), multiplicando-se por 100, um índice de conformidade de 100% seria obtido.
[00131] Em relação aos dados de percurso 35 do profissional médico 39 conforme ilustração da figura 8, nota-se a mesma quantidade de oportunidades de higienização das mãos quando comparada à representação da figura 9, ou seja: Uma primeira oportunidade de higieni- zação ao se entrar no ambiente hospitalar, uma segunda oportunidade de higienização após contato com o monitor 10, uma terceira oportunidade de higienização após contato com a bomba de infusão 10' e uma quarta oportunidade de higienização após contato com o dispositivo invasivo e com o paciente.
[00132] No entanto, considerando os dados de percurso 35 ilustrados na figura 8, observa-se apenas uma ação de higienização efetivamente realizada (logo após a entrada do profissional médico 39 no ambiente hospitalar). Assim, dividindo-se o total de ações de higieni- zação efetivamente realizadas (1 ação realizada) pelo total de oportunidades de higienização (4 oportunidades), e multiplicando-se o valor por 100, um índice de conformidade 45 (taxa de aderência) de 25% seria obtido.
[00133] Salienta-se que em referência à representação das figuras 8 e 9 o protocolo de higienização utilizado pelo ambiente hospitalar em questão é o seguinte: Deve-se higienizar as mãos logo ao entrar no ambiente, logo após o contato com qualquer superfície ou equipamento e logo após o contato com o paciente. Obviamente tal protocolo de higienização não deve ser considerado como uma característica limitativa da presente invenção.
[00134] Assim, entende-se que o índice de conformidade 45 representa uma taxa de aderência relacionada às práticas de higienização de um determinado ambiente hospitalar, mais especificamente, o índice de conformidade 45 é relacionado a uma ação de higienização efetivamente realizada (primeiro sinal de higienização 11) e a uma oportunidade de higienização das mãos (segundo sinal de higienização 11').
[00135] Destaca-se que em caso da utilização dos ensinamentos da presente invenção para treinamentos de profissionais médicos, aconselha-se a indicação no ambiente virtual 16 apenas do índice de conformidade 45 após a saída do médico do ambiente hospitalar. Ou seja, eventuais representações dos indicadores 25, 26, 27 e 28 que venham a alertar o médico sobre práticas de higienização violadas durante o treinamento (tal como as representações em t2, t3 e t4 da figura 8) podem não ser exibidas ao usuário. Obviamente, caberá ao instrutor 50 do treinamento determinar quais dos indicadores 26, 27, 28 e 45 deverão ser exibidos aos profissionais médicos durante o treinamento destes.
[00136] O sistema 1 proposto na presente invenção pode ser aplicado a diversos ambientes de um hospital (ambiente hospitalar) visando monitorar, motivar e treinar os profissionais em relação às práticas de higienização realizadas dentro do hospital. Caso o sistema 1 seja utilizado para o treinamento de profissionais médicos, um único instrutor 50 pode coordenar o treinamento de múltiplos profissionais 39, 39', 39'' e 39''' utilizando o dispositivo vestível 15, tal como ilustrado na figura 10.
[00137] Neste caso, o instrutor 50 pode receber em seu computador pessoal imagens captadas a partir de cada um dos dispositivos vestí- veis 15 utilizados pelos médicos 39, 39', 39'' e 39'''. Adicionalmente, o instrutor 50 pode determinar o envio dos indicadores 25, 26, 27, 28 e 45 ao ambiente virtual 16 dos dispositivos 15 utilizados pelos médicos 39, 39', 39'' e 39''' dependendo das ações realizadas por estes em seus treinamentos.
[00138] Obviamente a referência a um computador pessoal do instrutor 50 deve ser considerada como uma descrição apenas preferencial da presente invenção, alternativamente, qualquer componente eletrônico apto a receber imagens e vídeos (tal como um tablet, celular ou até mesmo o dispositivo vestível 15) poderia ser utilizado.
[00139] Alternativamente, cada um dos médicos em treinamento 39, 39', 39'' e 39''' pode também se comunicar com o instrutor 50, por exemplo, para sanar eventuais dúvidas que surjam durante o treinamento. Tal comunicação pode ocorrer através de um sistema de comunicação, tal como uma rede Wi-Fi do ambiente hospitalar. Obviamente outras formas de comunicação são aceitáveis.
[00140] Ainda, o sistema 1 proposto na presente invenção permite que o instrutor 50 envie a cada um dos dispositivos vestíveis 15 dos médicos 39, 39', 39'' e 39''' um indicador em elemento de vídeo 26, tal como a representação da figura 4(a). Neste vídeo, o instrutor 50 pode informar aos médicos 39, 39', 39'' e 39''' quais os protocolos de higieni- zação tidos como ideais e que devem ser realizados durante o treinamento. Assim, o indicador em elemento de vídeo 26 pode operar como um tutorial para os médicos em treinamento.
[00141] Caso os ensinamentos da invenção sejam aplicados ao monitoramento prático e em tempo real das ações de higienização em um ambiente hospitalar, aconselha-se a representação do ambiente virtual 16 e dos indicadores 25, 26, 27 e 28 assim que uma ação de higienização for corretamente realizada ou assim que uma oportunidade de higienização das mãos tenha ocorrido, desta maneira, o sistema 1 motiva o profissional médico 39 a estar sempre em conformidade com as práticas de higienização do ambiente hospitalar.
[00142] Neste caso, o índice de conformidade 45 pode ser utilizado como um histórico de higienização 46 das práticas de higienização de um determinado médico após um período de tempo predeterminado pela organização do hospital, ou seja, um histórico relacionado à taxa de aderência para higiene das mãos de um determinado profissional médico. Por exemplo, pode-se usar o índice de conformidade 45 (taxa de aderência) para representar a conformidade de higienização do médico após a realização de um procedimento cirúrgico, ou após um dia ou mês de trabalho. Dito histórico de higienização 46 pode ser enviado à organização do hospital e configurado como um relatório de conformidades, tal como preferencialmente ilustrado na figura 11.
[00143] Em harmonia com o sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar, a presente invenção aborda ainda um método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar, também referenciado apenas como método de monitoramento.
[00144] A figura 12 ilustra uma representação em blocos do método de monitoramento proposto na presente invenção. Em harmonia com o sistema 1 já descrito, o método compreende a etapa de gerar uma pluralidade de sinais de higienização 11, 11' a partir de dados obtidos do conjunto de sensores 2, 3, 4, 5.
[00145] De modo preferencial, o conjunto de sensores é configurado como ao menos um entre um sensor de infravermelho 2, um sensor de contato 3 de um artigo disposto no ambiente hospitalar, um sensor de movimento 4 do artigo disposto no ambiente hospitalar e um sensor de acionamento 5 de um dispensador de substância asséptica.
[00146] Em harmonia com o sistema 1 previamente descrito, e em referência à figura 12, o método de monitoramento compreende ainda a etapa de gerar um ambiente virtual 16 em um dispositivo vestível 15 por um usuário, em que o ambiente virtual 16 é visível pelo usuário. O método ainda compreende a etapa de exibir uma pluralidade de indicadores 25, 26, 27, 28, 45 no ambiente virtual 16, em que a pluralidade de indicadores 25, 26, 27, 28, 45 são relacionados aos sinais de higienização 11, 11'.
[00147] Em referência às figuras 4, 6, 7, 8, 9 e 12, o método de monitoramento ainda compreende a etapa de gerar uma representação virtual de um agente infeccioso 30 no ambiente virtual 16, a representação virtual do agente infeccioso 30 configurada como uma representação transitória entre um primeiro estado 31 e um segundo estado 32, em que no primeiro estado 31 a representação virtual do agente infecioso 30 é visível ao usuário e no segundo estado 32 a representação virtual do agente infecioso 30 não é visível ao usuário.
[00148] Adicionalmente, o método ainda compreende a etapa de acionar o sensor de acionamento 5 de um dispensador de substância asséptica 6 para que a representação virtual de um agente infeccioso 30 passe do primeiro estado 31 para o segundo estado 32.
[00149] Em harmonia com o sistema 1 previamente descrito, o método de monitoramento proposto ainda compreende as etapas de gerar um primeiro sinal de higienização 11 a partir do acionamento do sensor de acionamento 5 de um dispensador de substância asséptica 6 e gerar um segundo sinal de higienização 11' a partir de ao menos um entre os seguintes dados obtidos do conjunto de sensores 2, 3, 4, 5: um dado de percurso 35 do usuário obtido a partir de zonas de detecção de calor 20 dos sensores de infravermelho 2, um dado de contato 36 do usuário com um artigo 10 do ambiente hospitalar, o dado de contato 36 obtido a partir do sensor de contato 3, um dado de movi- mento 37 do artigo 10 do ambiente hospitalar, o dado de movimento 37 obtido a partir do sensor de movimento 4, e um dado de acionamento 38 do dispensador de substância asséptica 6.
[00150] Assim, a presente invenção refere-se a um método e a um sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar e que fez uso de uma pluralidade de sensores para monitorar as ações realizadas por um profissional médico 39 dentro do ambiente hospitalar.
[00151] A partir dos ensinamentos da presente invenção, pode-se, por exemplo, rastrear a movimentação de um profissional médico 39, bem como determinar se este realizou o toque em superfícies que podem estar contaminadas ou potencializar a ocorrência de contaminações. Ainda, pode-se determinar se a manipulação de um dispositivo invasivo ocorreu.
[00152] Adicionalmente, a representação do ambiente virtual 16 no dispositivo vestível 15 permite que uma indicação diretamente no campo de visão do médico seja realizada, motivando tal profissional a se manter dentro dos protocolos de higienização.
[00153] Ademais, a representação virtual do agente infeccioso 30 através do elemento lúdico 28, além de informar ao profissional médico 39 a respeito de uma violação nos protocolos de higienização, o motiva a imediatamente realizar uma ação de higienização, pois a representação da bactéria ao médico dá a ideia de que a ocorrência de uma infecção é evidente, assim, a representação de tal agente infeccioso acaba por motivar o profissional médico a imediatamente realizar uma ação de higienização.
[00154] Por fim, entende-se que a descrição de alguns elementos e características do sistema e do método propostos na presente invenção não deve ser considerada como características limitativas da invenção.
[00155] Por exemplo, a referência de um protocolo de higienização tal como os já conhecidos cinco momentos de higienização não deve ser considerada como um aspecto limitante da invenção, de modo que qualquer ambiente hospitalar que faça uso dos ensinamentos da presente invenção seja apto a definir o protocolo de higienização que mais se enquadra nas práticas de higienização da instituição hospitalar.
[00156] Ainda, os ensinamentos da presente invenção podem ser aplicados também não somente a um profissional médico de um ambiente hospitalar, mas sim a qualquer pessoa que se desloque no interior do referido ambiente, como visitantes, acompanhantes, prestadores de serviço, entre outros.
[00157] Ainda, os ensinamentos da presente invenção podem ser aplicados a mais de um quarto de um ambiente hospitalar, por exemplo, pode-se utilizar o sistema 1 para monitorar as práticas de higieni- zação das mãos em todas as áreas de um hospital, e não somente em um quarto específico. Por exemplo, e de modo não limitativo, os ensinamentos da presente invenção podem ser aplicados para monitorar as conformidades de higienização em um centro cirúrgico de um determinado hospital.
[00158] Adicionalmente e além dos sensores 2, 3, 4 e 5 abordados na presente invenção, o sistema e o método propostos permitem ainda a integração de outros tipos de sensores não abordados na presente invenção. Por exemplo, pode-se usar um sensor para monitorar a abertura e o fechamento de portas do ambiente hospitalar, determinando assim quando uma determinada pessoa entrou ou saiu do ambiente.
[00159] Por fim, e além da indicação da pluralidade de indicadores 26, 27, 28 e 45 no dispositivo vestível 15, pode-se ainda exibir um sinal luminoso em um dispositivo indicador 80 disposto próximo à cama do paciente, em que tal sinal seja uma indicação da conformidade dos protocolos de higienização.
[00160] Adicionalmente, o dispositivo vestível 15 pode ainda fornecer através do ambiente virtual 16 informações ao profissional médico a respeito do paciente bem como do ambiente em que este está disposto, como por exemplo: leito em precaução, patologia do paciente, tipo de procedimento a ser realizado, e etapas envolvidas no procedimento a ser realizado.
[00161] Tendo sido descrito um exemplo de concretização preferido, deve ser entendido que o escopo da presente invenção abrange outras possíveis variações, sendo limitado tão somente pelo teor das reivindicações apensas, aí incluídos os possíveis equivalentes.

Claims (17)

1. Sistema de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar (1), o sistema (1) compreendendo um conjunto de sensores (2, 3, 4, 5) configurado como ao menos um entre: ao menos um sensor de infravermelho (2) estabelecendo uma zona de detecção de calor (20), ao menos um entre um sensor de contato (3) e um sensor de movimento (4) associados a ao menos um artigo (10, 10', 10'') do ambiente hospitalar, ao menos um sensor de acionamento (5) de um dispensa- dor de substância asséptica (6), em que o conjunto de sensores (2, 3, 4, 5) é configurado para gerar uma pluralidade de sinais de higienização (11, 11'), os sinais de higienização (11, 11') associados a um evento de higienização das mãos, em que o sistema é caracterizado pelo fato de compreender ainda: um dispositivo vestível (15) por um usuário do sistema, em que o dispositivo vestível (15) é configurado a gerar um ambiente virtual (16) visível pelo usuário, em que uma pluralidade de indicadores (26, 27, 28, 45) relacionados aos sinais de higienização (11, 11') são exibidos no ambiente virtual (16).
2. Sistema de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a pluralidade de indicadores (26, 27, 28, 45) é configurada como ao menos um entre um elemento gráfico (25), um elemento de vídeo (26), um elemento de texto (27), um elemento lúdico (28) e um índice de conformidade (45).
3. Sistema (1) de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o elemento lúdico (28) é configurado como uma representação virtual de um agente infeccioso (30), a representação virtual do agente infecioso (30) configurada como uma representação transitória entre um primeiro estado (31) e um segundo estado (32), em que: no primeiro estado (31) a representação virtual do agente infecioso (30) é visível ao usuário, e no segundo estado (32) a representação virtual do agente infecioso (30) não é visível ao usuário.
4. Sistema (1) de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a transição entre o primeiro estado (31) e o segundo estado (32) ocorre através do acionamento do sensor de acionamento (5) do dispensador de substância asséptica (6).
5. Sistema (1) de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que o acionamento do sensor de acionamento (5) gera um primeiro sinal de higienização (11) relacionado ao ato de se ter higienizado as mãos.
6. Sistema (1) de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que o conjunto de sensores (2, 3, 4, 5) é configurado para gerar ainda um segundo sinal de higienização (11''), o segundo sinal de higienização (11') relacionado a uma oportunidade de higieni- zação das mãos.
7. Sistema (1) de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que o segundo sinal de higienização (11') é gerado a partir de ao menos um entre os seguintes dados: um dado de percurso (35) do usuário obtido a partir das zonas de detecção de calor (20), um dado de contato (36) do usuário com o artigo (10, 10', 10'') do ambiente hospitalar, o dado de contato (36) obtido a partir do sensor de contato (3); um dado de movimento (37) do artigo (10, 10', 10'') do ambiente hospitalar, o dado de movimento (37) obtido a partir do sensor de movimento (4); e um dado de acionamento (38) do dispensador de substância asséptica (6).
8. Sistema (1) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o ambiente virtual (16) é configurado como um ambiente em realidade aumentada.
9. Sistema (1) de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o índice de conformidade (45) representa uma taxa de aderência relacionada ao primeiro sinal de higienização (11) e ao segundo sinal de higienização (11'), em que o índice de conformidade (45) é obtido a partir de uma divisão entre um número de ações de higienização efetivamente realizadas e um número de oportunidades de higienização das mãos.
10. Método de monitoramento das práticas de higienização das mãos em um ambiente hospitalar, o ambiente hospitalar compreendendo um conjunto de sensores (2, 3, 4, 5) configurado como ao menos um entre um sensor de infravermelho (2), um sensor de contato (3), um sensor de movimento (4) e um sensor de acionamento (5) de um dispensador de substância asséptica (6), em que o método é caracterizado pelo fato de compreender as etapas de: gerar uma pluralidade de sinais de higienização (11, 11') a partir de dados obtidos do conjunto de sensores (2, 3, 4, 5), gerar um ambiente virtual (16) em um dispositivo vestível (15) por um usuário, em que o ambiente virtual (16) é visível pelo usuário, e exibir uma pluralidade de indicadores (26, 27, 28, 45) no ambiente virtual (16), em que a pluralidade de indicadores (26, 27, 28, 45) são relacionados aos sinais de higienização (11, 11').
11. Método de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de ainda compreender as etapas de: gerar uma representação virtual de um agente infeccioso (30) no ambiente virtual (16), a representação virtual do agente infeccioso (30) configurada como uma representação transitória entre um primeiro estado (31) e um segundo estado (32), em que no primeiro estado (31) a representação virtual do agente infecioso (30) é visível ao usuário e no segundo estado (32) a representação virtual do agente infecioso (30) não é visível ao usuário, o método ainda compreendendo a etapa de: acionar o sensor de acionamento (5) de um dispensador de substância asséptica (6) para que a representação virtual de um agente infeccioso (30) passe do primeiro estado (31) para o segundo estado (32).
12. Método de acordo com a reivindicação 11, caracterizado pelo fato de ainda compreender a etapa de: gerar um primeiro sinal de higienização (11) a partir do aci-onamento do sensor de acionamento (5) de um dispensador de substância asséptica (6), e gerar um segundo sinal de higienização (11') a partir de ao menos um entre os seguintes dados obtidos do conjunto de sensores (2, 3, 4, 5): um dado de percurso (35) do usuário obtido a partir de zonas de detecção de calor (20) dos sensores de infravermelho (2), um dado de contato (36) do usuário com um artigo (10, 10', 10'') do ambiente hospitalar, o dado de contato (36) obtido a partir do sensor de contato (3), um dado de movimento (37) do artigo (10, 10', 10'') do ambiente hospitalar, o dado de movimento (37) obtido a partir do sensor de movimento (4); e um dado de acionamento (38) do dispensador de substância asséptica (6).
13. Método de acordo com a reivindicação 12, em que o primeiro sinal de higienização (11) é relacionado ao ato de se ter higienizado as mãos e o segundo sinal de higienização (11') é relacionado a uma oportunidade de higienização das mãos, o método caracterizado pelo fato de ainda compreender a etapa de: gerar um índice de conformidade (45) relacionado ao primeiro sinal de higienização (11) e ao segundo sinal de higienização (11'), em que o índice de conformidade (45) é gerado a partir de uma divisão entre um número de ações de higienização efetivamente realizadas e um número de oportunidades de higienização, o método compreendendo ainda a etapa de: representar o índice de conformidade (45) no ambiente virtual (16).
14. Dispositivo vestível (15) por um usuário de um ambiente hospitalar, o dispositivo vestível (15) caracterizado pelo fato de ser configurado a gerar um ambiente virtual (16) visível pelo usuário, em que uma pluralidade de indicadores (26, 27, 28, 45) relacionados a ao menos um evento de higienização são exibidos no ambiente virtual (16), em que o dispositivo vestível (15) é configurado ainda para gerar uma representação virtual de um agente infeccioso (30), a representação virtual do agente infecioso (30) configurada como uma representação transitória entre um primeiro estado (31) e um segundo estado (32), em que: no primeiro estado (31) a representação virtual do agente infecioso (30) é visível ao usuário, e no segundo estado (32) a representação virtual do agente infecioso (30) não é visível ao usuário.
15. Dispositivo vestível (15) de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato de que a pluralidade de indicadores é configurada como ao menos um entre um elemento gráfico (25), um ele- mento de vídeo (26), um elemento de texto (27), um elemento lúdico (28) e um índice de conformidade (45).
16. Dispositivo vestível (15) de acordo com a reivindicação 15, caracterizado pelo fato de ser associado ainda a um conjunto de sensores (2, 3, 4, 5), o conjunto de sensores (2, 3, 4, 5) configurado para gerar uma pluralidade de sinais de higienização (11, 11') associados aos eventos de higienização, em que o conjunto de sensores (2, 3, 4 e 5) compreende ao menos um entre: ao menos um sensor de infravermelho (2) estabelecendo uma zona de detecção de calor (20), ao menos um entre um sensor de contato (3) e um sensor de movimento (4) associado a ao menos um artigo (10, 10', 10'') do ambiente hospitalar, ao menos um sensor de acionamento (5) de um dispensa- dor de substância asséptica (6).
17. Dispositivo vestível (15) de acordo com a reivindicação 16, caracterizado pelo fato de que o acionamento do sensor de acionamento (5) estabelece a transição do primeiro estado (31) para o segundo estado (32) da representação virtual do agente infeccioso (30).
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