BR102016010859B1 - Armadilha portatil para mosquito - Google Patents

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Abstract

armadilha portátil para mosquito a presente invenção apresenta uma armadilha para coletar mosquitos. mais particularmente, a presente invenção fornece uma armadilha para coletar mosquitos antropofílicos de importância para a saúde pública como, por exemplo, os anofelinos. a armadilha é um instrumento portátil de pesquisa e vigilância entomológica. um método alternativo ao tradicional método de atração humana, conhecido como human landing catches (hlc). a armadilha da invenção apresentou maior eficiência para anopheles marajoara, um importante vetor, além de proteger o coletor do risco de contrair a malária, uma vez que o coletor está dentro de um compartimento fora do alcance de mosquitos, fazendo a vigilância uma atividade mais confortável e menos trabalhosa, especialmente nos casos em que são necessários longos períodos de coleta. adicionalmente, a armadilha da invenção permite a obtenção de dados de coleta mais confiáveis, já que - como o coletor está totalmente isolado do contato direto com os mosquitos - é possível manter o coletor por longas horas de coleta.

Description

CAMPO DA INVENÇÃO
[001] A presente invenção apresenta uma armadilha para coletar mosquitos. Mais particularmente, a presente invenção fornece uma armadilha para coletar mosquitos antropofílicos de importância para a saúde pública como, por exemplo, os anofelinos. A armadilha é um instrumento portátil de pesquisa e vigilância entomológica.
FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO
[002] No Brasil, apesar dos esforços de controle que em uma década diminuíram para metade os casos de malária, a malária continua afetando cerca de 200 mil pessoas por ano, 99.7% das quais na Região Amazônica. O monitoramento de parâmetros entomológicos de anofelinos é um componente-chave dos programas de controle da malária em todo o mundo, inclusive no Brasil. Há muitos tipos de armadilhas e métodos de coleta de fêmeas adultas de mosquitos anofelinos. No cenário epidemiológico da malária da Região Amazônica brasileira, o papel de anofelinos - que apresentam comportamento parcialmente zoofílico e parcialmente antropofílico, podendo picar dentro e fora das casas - tem sido relatado como de grande importância. No Brasil, os principais vetores da malária são o Anopheles darlingi e o Anopheles marajoara de comportamento antropofílico, enquanto outras espécies de anofelinos parcialmente zoofílicos como Anopheles albitarsis s.l., Anopheles triannulatus s.l, Anopheles oswaldoi s.l. e Anopheles aquasalis são consideradas como vetores secundários de malária.
[003] Mosquitos anofelinos antropofílicos são assim chamados porque são atraídos por humanos. A Figura 1 do artigo de Lima et al. 2014 (Lima, José Bento Pereira; Maria Goreti Rosa-Freitas, Cynara Melo Rodovalho, Fátima Santos, Ricardo Lourenço-de-Oliveira. Is there an efficient trap or collection method for sampling Anopheles darlingi and other malaria vectors that can describe the essential parameters affecting transmission dynamics as effectively as human landing catches? - A Review. Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 109(5): 685-705, August 2014), apresenta uma classificação e exemplos de métodos e armadilhas para coleta de mosquitos anofelinos antropofílicos, como por exemplo armadilhas BG Sentinel®, Mosquito Magnet®, tendas de Shannon e método de atração humano (como Human Landing Catches-HLC), sendo que alguns métodos utilizam moléculas para melhorar a coleta de mosquitos anofelinos antropofílicos. Desde o conhecimento destes métodos de coleta de anofelinos, não houve nenhuma maneira melhor e mais produtiva de coleta do que o uso de um indivíduo humano, como atrativo como no HLC (Service MW 1977. A critical review of procedures for sampling populations of adult mosquitoes. Bull Entomol Res 1977, 67:343382; World Health Organisation 2002. Malaria entomology and vector control. Learner's Guide. Geneva; Hii JLK, Smith T, Mai A, Ibam E, Alpers MP 2000. Comparison between anopheline mosquitoes (Diptera: Culicidae) caught using different methods in a malaria endemic area of Papua New Guinea. Bull Entomol Res 90: 211-219; Santos F, Lima JBP, Braga IA 2000. Comparison of four methods for collecting adult anophelines mosquitoes from malaria endemic area in Rondonia, Brazil. Mosquito Vector Control and Biology in Latin America. A Tenth Symposium. J Am Mosq Control Assoc 16: 295-312; Kweka EJ, Mahande AM 2009. Comparative evaluation of four mosquitoes sampling methods in rice irrigation schemes of lower Moshi, northern Tanzania. Malaria J 8: 149; Dusfour I, Carinci R, Gaborit J, Issaly J, Girod R 2010. Evaluation of four methods for colleting malaria vectors in French Guiana. J Econ Entomol 103: 973-976; Duo-quan W, Lin-hua T, Zhen-cheng G, Xiang Z, Man-ni Y, Jiang Wei-kang 2012. Comparative evaluation of light-trap catches, electric motor mosquito catches and human biting catches of Anopheles in the Three Gorges Reservoir. PLoS ONE 7: e28988; Vezenegho SB, Adde A, Gaborit P, Carinci, R, Issaly J, Pommier de Santi V, Dusfour I, Briolant S, Girod R. 2014. Mosquito magnet® liberty plus trap baited with octenol confirmed best candidate for Anopheles surveillance and proved promising in predicting risk of malaria transmission in French Guiana. Malaria Journal, 13, 384. http://doi.org/10.1186/1475-2875-13-384). Mesmo que a coleta de anofelino antropofílico seja realizada por pessoal especializado, esses coletores continuam expondo seus braços e pernas tentando pegar anofelinos no pouso antes que esses mosquitos os piquem. Especialmente em áreas da Região Amazônica brasileira com alta densidade de anofelinos antropofílicos, este é um método de trabalho particularmente nocivo onde os pesquisadores estão expostos a grande quantidade de picadas do mosquito e podem ser infectados por malária, potencialmente desenvolver alergias e infectaram-se com outros patógenos ainda desconhecidos. Entretanto, o HLC continua sendo o método mais preciso para monitorar anofelinos antropofílicos.
[004] Armadilhas usando dupla câmara foram concebidas anteriormente. Todas essas armadilhas foram previstas como armadilhas de cama ou rede onde o coletor está deitado (Figura 2, Gater BAR 1935. Aids to the identification of anopheline imagines in Malaya. Govt Straits Settlement & Malar Adv Bd F.M.S. Singapore, 252 pp.; Parsons RE 1977. An improved bait trap for mosquito collecting. Mosquito News 37: 527-528.; Mathenge EM, Killeen GF, Oulo DO, Irungu LW, Ndegwa PN Knols GJ. 2002. Development of an exposure free bednet trap for sampling Afrotropical malaria vectors. Medical and Veterinary Entomology 16: 67-74).
[005] O documento WO2010/085843 se refere a uma rede contra insetos para impedir o acesso dos insetos dentro de uma estrutura substancialmente fechada que possui pelo menos um ponto de entrada. A rede contra insetos compreende uma estrutura de armação adaptada para ser fixada em relação ao ponto de entrada, de tal modo que a estrutura de armação é substancialmente complementar a do ponto de entrada e define uma face traseira voltada para o interior da estrutura substancialmente fechada e uma face frontal que está orientada para o exterior da estrutura substancialmente fechada, uma malha fixada à estrutura de armação, de tal modo que uma cavidade se forma entre a face traseira e a face frontal. A face frontal possui pelo menos uma abertura, pelo que, quando em uso, o pouso de insetos sobre a face frontal da rede de insetos, é direcionada para a cavidade através de pelo menos uma abertura.
[006] Apesar do documento WO2010/085843 apresentar uma armadilha para mosquitos, a armadilha do WO2010/085843 não é portátil. A armadilha descrita no documento WO2010/085843 necessita de uma estrutura sólida como portas e janelas de uma residência (Figuras 1-5 do documento WO2010/085843), e mesmo na sua utilização como tenda (Figuras 6 e 7A-F do documento WO2010/085843) é utilizada para observar o comportamento de entrada e saída de mosquitos em áreas endêmicas, e não para quantificar o número de picada homem/ hora como no desenho da armadilha do presente pedido de patente. Outrossim, a armadilha do documento WO2010/085843 não confere proteção aos coletores de mosquitos fazendo trabalho de campo.
[007] Assim, ainda existe uma necessidade para uma armadilha para coleta de mosquitos antropofílicos que proteja o atrativo (humano) das picadas de mosquitos e, ainda, forneça dados confiáveis sobre a população dos mosquitos na área de estudo, já que grande parte desses mosquitos são transmissores de doenças.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
[008] A invenção fornece uma armadilha para coletar mosquitos que consiste de estruturas independentes, porém, unidas entre si, formando câmaras interna e externa.
[009] A armadilha da invenção, pode ser montada sob uma tenda do tipo barraca de acampar, para conferir maior proteção ao coletor contra o sol e a chuva, ou servir de base de sustentação para as estruturas das câmaras interna e externa.
[010] A armadilha da invenção é um método alternativo ao tradicional método de atração humana, conhecido como Human Landing Catches (HLC).
[011] A armadilha da invenção tem por finalidade coletar mosquitos antropofílicos de importância para a saúde pública como, por exemplo, os anofelinos. A armadilha de mosquito, que é portátil, é usada como uma ferramenta de vigilância para permitir a captura de mosquitos atraídos por humanos sem o risco de exposição como na HLC.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
[012] As Figuras 1A e 1B mostram uma vista em perspectiva da armadilha da invenção totalmente montada com as estruturas das câmaras interna e externa. A Fig. 1A mostra a câmara interna fechada e a Fig. 1B mostra a câmara interna aberta.
[013] As Figuras 2A, 2B e 2C mostram um desenho esquemático da armadilha da presente invenção, em perspectiva, em vista lateral e planta, respectivamente.
[014] As Figuras 3A, 3B e 3C mostram os resultados de número de espécimens de mosquitos Anopheles coletados em cinco métodos de coleta (A); número de espécimens de An darlingi (B) e An marajoara (C).
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[015] É importante enfatizar que a armadilha da presente invenção confere total proteção contra picadas de mosquitos e, portanto, diminui a exposição dos coletores a patógenos. Além disso, a armadilha é portátil, pode ser dobrada e transportada em uma maleta, é de fácil montagem, pode ser montada por apenas um indivíduo que pode, sozinho, fazer amostragem de mosquitos. E ainda, o coletor - que é o atrativo do mosquito - além de estar protegido, pode sair e realizar a coleta do mosquito na antecâmara da armadilha. A armadilha pode ser adaptada para uso com atrativos não humanos, tais como CO2 e outras moléculas atrativas.
[016] As Figuras 1A e 1B mostram a armadilha portátil, com cerca de 2x2x2m de dimensão, porém, a armadilha pode ser fabricada em qualquer tamanho desejado. A armadilha da invenção conforme ilustrada medindo 2x2x2m pesa menos de 2 kg sem a tenda superior (10), e menos de 4 kg com a tenda superior, podendo ser implantada em uma variedade de configurações, intradomiciliar, no peridomicílio e extradomiciliar dentro da floresta ou em savanas.
[017] As Figuras 1A e 1B e 2A e 2B mostram as câmaras interna e externa (11,12) da armadilha portátil. A câmara interna (11) é destinada ao coletor que fica protegido do contato dos mosquitos, não sendo picado. A câmara interna (11) é formada por quatro paredes retangulares, teto e base inferior que quando unidas entre si formam um cubo. A câmara externa (12) é formada por quatro paredes com reentrâncias (15A) de formato triangular na porção superior (cerca de 1/4 da altura total) de cada parede da câmara externa (12). Quando as paredes da câmara externa (12) são unidas entre si as reentrâncias (15A) são, consequentemente, unidas formando reentrâncias afuniladas (15B) na câmara externa (12).
[018] A Figura 2A mostra a câmara interna (11) com um zíper (13) em uma de suas laterais, que quando fechado isola a câmara interna (11) da câmara externa (12). A câmara interna (11) possui uma base inferior (14) que é parte integrante da bolsa onde a armadilha é guardada quando está desmontada. Mais especificamente, a base inferior (14) se transforma em uma bolsa quando a armadilha é desmontada e dobrada para ser guardada.
[019] Ainda com relação às Figuras 1 e 2A, a câmara externa (12) não possui a base inferior (14), formando um espaço vazio ou antecâmara entre a câmara interna (11) e a câmara externa (12), espaço vazio esse que é onde os mosquitos, que vêm atraídos pelo atrativo humano, ficam contidos. A Figura 2B mostra em maior detalhe cada uma das bordas superiores das paredes da câmara externa (12) com a reentrância afunilada (15B) em direção ao interior da câmara externa (12). Na junção das reentrâncias (15A) formam-se pequenos orifícios (16) ao redor de toda sua extensão longitudinal. Esses orifícios (16) permitem a entrada dos mosquitos, mas não sua saída. Isso é devido à tendência do mosquito subir para o topo da armadilha na tentativa de fugir dificultando o encontro do caminho de volta através dos orifícios (16).
[020] A Figura 2B mostra detalhes dos orifícios (16). Esses orifícios (16) são previstos na porção superior da câmara externa (12), especificamente no local onde são formadas as reentrâncias afuniladas (15B). O tamanho do orifício é de cerca de 5 mm a 10 mm.
[021] Além disso, existe uma aba (17) montada na armadilha, a qual impede a fuga dos mosquitos caso não entrem na câmara externa (12) pelos orifícios (16). A altura da aba (17) em relação a altura total da armadilha deve ser de cerca de 1/3 (Figura 2B).
[022] A aba (17) é formada por uma faixa de cerca de 70 cm de altura e um comprimento que é tal que circunde todo o perímetro da armadilha. O material usado para a confecção da aba (17) é o mesmo material usado para a confecção das paredes interna (11) e externa (12) (Figura 2A e 2B). A altura da aba (17) pode variar, entretanto, sua altura não pode ultrapassar em mais do que 10 cm - 20 cm do que a altura dos orifícios (16). Preferencialmente, a extremidade inferior da aba (17) ultrapassa em 15 cm a linha horizontal dos orifícios (16).
[023] Na Figura 2A o numeral (18) representa a estrutura de sustentação da armadilha, sem a tenda (10). A estrutura de sustentação (18) pode ser feita de qualquer material resistente, por exemplo, o aço. A estrutura de sustentação (18) pode ser colocada dentro de uma bainha formada nos quatro cantos da câmara externa (12) da armadilha, onde as bainhas são formadas pelo próprio tecido ou com um tecido mais resistente quando da união das quatro paredes da câmara externa (12).
[024] Alternativamente, as bainhas externas podem receber cada uma delas, um cordão (não mostrado) que é maior do que a altura da câmara externa (12). Esse cordão será usado para montagem da armadilha portátil da invenção. Nessa modalidade de montagem da armadilha da invenção não são usadas as estruturas de sustentação (18). Especificamente, é previsto nos cantos superiores da armadilha quatro (4) presilhas com uma corda longa o suficiente para prender a armadilha em pontos fixos existentes no local da montagem da armadilha, por exemplo, em quatro árvores. Após prender-se a armadilha pela sua porção superior, os cordões existentes nas bainhas da câmara externa (12) são puxados e, desta forma, a armadilha se eleva e fica na posição totalmente montada. Os cordões são, então, presos ao solo através de qualquer meio, por exemplo, através de grampos ou tocos presos ao solo.
[025] As câmaras interna e externa (11,12) são feitas de material em poliéster do tipo tela mosquiteiro. Podendo ser utilizado outros tecidos que tenham a mesma eficiência ou para uso com outros tipos de atrativos, por exemplo, atração luminosa.
[026] A invenção será descrita através de exemplos e resultados, de forma a demonstrar as diferenças e superioridade em relação ao estado da técnica.
A - Comparação da armadilha da invenção com 3 (três) outros métodos de coleta de anofelinos antropofílicos do estado da arte
[027] Dentro de uma fazenda, localizada em Cariobal (Amapá, Brasil), foram escolhidos cinco pontos distintos 50 metros de distância um do outro. Para avaliar se a cor produziria resultados diferentes foram construídas duas versões diferentes da armadilha da invenção usando nylon preto e branco, isto porque os anofelinos foram observados anteriormente como tendo diferente atração para cores. Portanto, foram comparadas 2 (duas) versões da armadilha da invenção com 3 (três) outros diferentes métodos de coleta de anofelíneo anthropofílico: i) Armadilha da invenção construída em nylon preto; ii) Armadilha da invenção construída em nylon branco; iii) Armadilha BG-sentinela, usando apenas CO2 como atrativo (BioGents GmbH, Regensburg, Alemanha; iv) método de atração humana HLC; e, v) método de atração humana HLC com proteção, onde um indivíduo humano (coletor) usou uma meia grossa em uma de suas pernas, a fim de aumentar a proteção contra picadas de mosquitos.
[028] Para HLC e HLC protegido, os anofelinos foram coletados utilizando um aspirador de Castro. As comparações foram realizadas em 5 noites consecutivas em 4 coletas, 2 coletas foram realizadas em agosto e outubro, e 2 outras coletas foram feitas em janeiro e abril. Em Cariobal, os meses de agosto e outubro correspondem ao verão, enquanto janeiro e abril correspondem ao inverno.
[029] A distribuição inicial dos métodos de coleta nos 5 pontos de coleta no local de coleta foi no sentido horário aleatório em 5 coletas consecutivas à noite. Desta foram, cada armadilha foi testada em cada um dos 5 pontos de coleta, apenas uma vez em cada ponto (A a E) distante 50 m um do outro, e distribuídos ao redor da única casa da fazenda. A distância entre as armadilhas de 50m foi ajustada devido a ser considerada como uma distância apropriada, onde armadilhas não interfeririam nos resultados entre elas e poderiam ainda ser comparadas.
[030] As coletas dos mosquitos anofelinos começaram meia hora antes do anoitecer, às 18:30h, e duraram 4 horas. Cada coleta durou 40 min, com um intervalo de 20 min entre uma coleta e outra. O indivíduo humano sentado dentro da câmara interna da armadilha atuou como coletor e atrativo. O período de 40 minutos foi definido como o período de coleta e transferência dos mosquitos anofelinos atraídos para recipientes de papelão. Assim, o mesmo período de coleta de 40 minutos foi também o mesmo período usado para os outros 3 métodos de coleta, a fim de que os rendimentos fossem comparados.
[031] Os mosquitos capturados em cada armadilha foram separados em recipientes de papelão com tampas de nylon, identificados por tipo de método e momento da coleta; em seguida os recipientes foram embalados em caixas de isopor contendo um pano ou toalha de papel umedecido para manter a umidade e, então, os recipientes foram transportados para o laboratório para a identificação. Uma solução de 10% de sacarose impregnada em um pedaço de algodão foi colocada sobre a tampa de nylon do recipiente de papelão. No laboratório, os mosquitos adultos foram identificados até espécie. Os ovários de pelo menos 10% das fêmeas foram dissecados e examinados para a paridade (presença de vasos traqueolares enrolados).
Análise dos dados
[032] Diferenças no número de mosquitos coletados entre armadilhas foram testadas pela Análise de Variância-ANOVA tipo-I, controlando-se: a hora de exposição no dia, mês no ano e ponto dos métodos de coleta no local de coleta. A transformação da raiz cúbica do número de mosquitos foi feita, a fim de satisfazer os pressupostos de normalidade. Diferenças de paridade sobre o número de mosquitos capturados em cada tipo de método foram verificadas com o teste de Tukey HSD (honest significant difference; Tukey, John (1949). "Comparing Individual Means in the Analysis of Variance". Biometrics 5 (2): 99-114. JSTOR 3001913). As diferenças no número de fêmeas paridas foram verificadas por testes chi-quadrado (X2), ajustando os valores esperados pelo número total de mosquitos dissecados para cada método de coleta. Todas as análises estatísticas foram feitas para An. darlingi, An. marajoara e An. triannulatus, as 3 espécies mais abundantes na área, e para o número total de anofelinos capturados.
RESULTADOS Comparação da armadilha portátil da invenção com os 3 outros métodos de coleta de anofelino antropofílico.
[033] Um total de 22.151 anofelinos pertencentes a 5 espécies ( Anopheles darlingi, Anopheles marajoara, Anopheles triannulatus, Anopheles braziliensis e Anopheles nuneztovari) foram capturados em 400 horas de coleta por cinco métodos de coleta de anofelinos antropofílicos diferentes no Amapá, Brasil. Foram realizadas 20 coletas (5 noites em cada um dos 4 meses), totalizando 400 horas de coleta (4 horas por noite x 5 noites x 5 coletores x 4 meses) usando a armadilha da invenção, a BG-sentinela, o HLC e o HLC-protegido. Os números totais e as porcentagens por método de coleta por noite estão da Tabela I.Tabela 1Número de anofelinos coletados por 5 métodos de coleta em Cariobal, Amapá, Brasil
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[034] O maior número de anofelinos foi coletado entre as 19:00 e 21:00H, e nos meses de agosto e outubro.
[035] Anopheles marajoara foi a espécie mais frequente, contribuindo com 63,1% do total, o equivalente a 13.970 espécimes, seguido por 4.875 espécimens (22%) pertencentes a Anopheles triannulatus, 2552 espécimens (11,5%) de Anopheles darlingi, 489 espécimens (2,2%) de Anopheles braziliensis e 265 espécimens (1,2%) de Anopheles nuneztovari (Tabela I).
[036] Estatisticamente foram encontradas diferenças significativas em relação ao mês onde as coleções de mosquito foram feitas, ponto de coleta no local de coleta (para Anopheles darlingi apenas), hora da coleta e método de coleta, conforme mostrado na Tabela II.Tabela II - Análise de variância para anofelinos coletados.
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[037] Quantitativamente, a armadilha da presente invenção foi capaz de coletar tantos espécimes de anofelinos quanto o método de HLC. No entanto, nos meses de agosto e outubro, o número coletado foi ligeiramente menor, diferente dos meses de janeiro e abril, quando superou o número de mosquitos coletados por HLC, conforme demonstrado na Figura 3A.
[038] Quando a espécie avaliada foi o Anopheles darlingi, verificou-se uma redução do número coletado na armadilha da invenção em relação a HLC. No entanto, observou-se que a armadilha da invenção foi capaz de coletar essa espécie em todos os períodos de coleta, mesmo com densidade baixa, conforme demonstrado na Figura 3B.
[039] Com relação ao Anopheles marajoara, é possível observar que a armadilha da invenção coletou um número maior de espécimes em todos os períodos avaliados, conforme demonstrado na Figura 3C.
[040] A armadilha da presente invenção coletou um número significativamente maior de espécimes de Anopheles marajoara (Fig 3C e Tabela II), enquanto HLC coletou um número mais elevado de Anopheles darlingi (Fig 3B) e Anopheles triannulatus (Tabela II). No geral, BG- Sentinel associada a CO2 como atrativo coletou um baixo número de espécimes de anofelinos (Figura 3A). BG Sentinel associado a CO2 como atrativo coletou um maior número de Anopheles triannulatus (Tabela II) e menor número de espécimes de Anopheles darlingi (Fig. 3B) e de Anopheles marajoara (Fig. 3C).
[041] Diferenças quantitativas entre HLC e HLC protegido não foram estatisticamente significantes (Figs. 3A-C, Tabela II). Da mesma forma, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos rendimentos entre as versões branca e preta da armadilha da invenção (Tabela II). Outras comparações entre os métodos de coleta foram diferentes para o número de espécimes coletadas de Anopheles darlingi, Anopheles marajoara e Anopheles triannulatus (Tabela II).
[042] Qualitativamente, além dos 2.552 espécimes de Anopheles darlingi, 906 espécimes foram coletadas em HLC ou 35,5%, 784 espécimes ou 30,7% foram coletadas em HLC protegido por meia, 380 espécimes ou 14,9% na versão preta da armadilha da invenção, 320 espécimes ou 12,5% na versão branca da armadilha da invenção e 162 espécimes ou 6,3% na armadilha BG-sentinela + CO2 (Tabela II). Tabela III - Comparações dentre os cinco tipos de métodos de coleta de mosquitos.
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[043] Os resultados, apresentados nas Figuras 3A-C e nas Tabelas I, II e III mostraram que a armadilha da presente invenção pode ser utilizada como um método para a vigilância de vetores, especialmente vetores da malária. A armadilha da invenção apresentou maior eficiência para Anopheles marajoara, um importante vetor, além de proteger o coletor do risco de contrair a malária, uma vez que o coletor está dentro de um compartimento fora do alcance de mosquitos, fazendo a vigilância uma atividade mais confortável e menos trabalhosa, especialmente nos casos em que são necessários longos períodos de coleta. Adicionalmente, a armadilha da invenção permite a obtenção de dados de coleta mais confiáveis, já que - como o coletor está totalmente isolado do contato direto com os mosquitos - é possível manter o coletor por longas horas de coleta.

Claims (6)

1. Armadilha portátil para mosquito caracterizado por consistir de: - uma câmara interna (11), possuindo um zíper (13) e uma base inferior (14); - uma câmara externa (12); onde em cada uma das bordas superiores daS paredeS da câmara externa (12) há uma reentrância afunilada (15) em direção ao interior da câmara externa (12) e onde nessas reentrâncias (15) são providos orifícios (16); - uma aba (17) formada na câmara externa (11) em uma altura em relação ao chão do terreno de cerca de 1/5 da altura total da armadilha; e, - uma bainha formada em cada um dos quatro cantos da câmara externa (12) para receber uma estrutura de sustentação ou um cordão.
2. Armadilha de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por câmara interna (11) a ser formada por quatro paredes retangulares, teto e base inferior que quando unidas entre si formam um cubo.
3. Armadilha de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por câmara externa (12) a ser formada por quatro paredes com reentrâncias (15A) de formato triangular na porção superior de cada parede da câmara externa (12).
4. Armadilha de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por aba (17) a ser formada por uma faixa de 40 cm do mesmo tecido da armadilha que circunda o perímetro da armadilha.
5. Armadilha de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por estrutura de sustentação (18) a ser feita de qualquer material leve e resistente, preferencialmente, o alumínio ou o aço.
6. Armadilha de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por câmaras interna e externa (11,12) a serem feitas de material em poliéster do tipo tela mosquiteiro ou similar.
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