BR102015030667A2 - fluido de perfuração aquosa base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás - Google Patents

fluido de perfuração aquosa base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás Download PDF

Info

Publication number
BR102015030667A2
BR102015030667A2 BR102015030667A BR102015030667A BR102015030667A2 BR 102015030667 A2 BR102015030667 A2 BR 102015030667A2 BR 102015030667 A BR102015030667 A BR 102015030667A BR 102015030667 A BR102015030667 A BR 102015030667A BR 102015030667 A2 BR102015030667 A2 BR 102015030667A2
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
fluid
oil
glycerine
drilling
drilling fluid
Prior art date
Application number
BR102015030667A
Other languages
English (en)
Inventor
Sérvulo Lima Vaz Junior Alexandre
Castro Corrêa Cleysson
Feitosa Da Cruz Georgiana
Fátima Teixeira Lomba Rosana
Marinho Vianna Ângelo
Original Assignee
Univ Estadual Do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Univ Estadual Do Norte Fluminense Darcy Ribeiro filed Critical Univ Estadual Do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Priority to BR102015030667A priority Critical patent/BR102015030667A2/pt
Publication of BR102015030667A2 publication Critical patent/BR102015030667A2/pt

Links

Landscapes

  • Lubricants (AREA)

Abstract

fluido de perfuração aquoso base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás. a presente patente de invenção consiste em um fluido de perfuração aquoso base glicerina a ser utilizado na construção de poços de petróleo e gás e, portanto, destina-se a empresas de exploração de petróleo e gás. fluidos de perfuração são dispersões complexas de sólidos, líquidos e/ou gases, usualmente constituídas de duas fases: uma dispersante (aquosa ou orgânica); e outra dispersa, cuja complexidade depende da natureza dos produtos dispersos, bem como dos requisitos e funções necessárias para operação de perfuração. o fluido de perfuração aquoso base glicerina, objeto da presente patente, apresenta bom desempenho técnico conforme as propriedades: reologia; lubricidade; filtrados hthp e api; inchamento de folhelho; dentre outras, conforme as normas api. em adição, a baixa tensão superficial obtida por este fluido aquoso base glicerina proporciona uma redução no efeito capilar em reservatórios de baixa permeabilidade de gás e óleo, quando comparado aos demais fluidos, reduzindo o dano à formação. portanto, o presente fluido aquoso base glicerina está tecnicamente qualificado para a aplicação em cenários complexos, competindo com as propriedades do fluido base sintética.além disso, o presente fluido consiste em uma alternativa sustentável tanto ambiental quanto econômica, devido ao reduzido impacto ambiental e custa de produção.

Description

“FLUIDO DE PERFURAÇÃO ÂQUOSO BASE GLICERINA PARA A CONSTRUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS” 1. A presente patente de invenção consiste om um fluído de perfuração aquoso base glicerina a ser utilizado na construção de poços de petróleo e gás e, portanto, destina-se a empresas de exploração de petróleo e gás. 2. A perfuração de um poco e uma das etapas mais caras na indústria de petróleo e gás. Os gastos com perfuração podem representar até 25% do custo da exploração de campos petrolíferos. Neste contexto, estão inclusos os custos associados com a escolha do fluido de perfuração que, mesmo sendo relativamente baixo, representam até um quinto (15 a 20%) do custo total da perfuração de um poço de petróleo (KHODJA eí a/., 2010). Portanto, a escolha do tipo de fluido e a manutenção de certas propriedades durante a perfuração influenciam sígnifícativamente no custo total (DARLEY e GRAY, 1988). 3. Fluidos de perfuração são dispersões complexas de sólidos, líquidos e/ou gases, usualmente constituídas de duas fases: uma díspersante (aquosa ou orgânica); e outra dispersa, cuja complexidade depende da natureza dos produtos dispersos, bem como dos requisitos e funções necessárias para operação de perfuração. Dentre as funções dos fluidos de perfuração, destacam-se: a manutenção da integridade da parede do poço (evitando kicks); remoção dos cascalhos gerados durante o processo de perfuração; resfriamento; e lubrificação da coluna σο perfuração e da broca (THOMAS, 2001). 4. O desenvolvimento de fluidos de perfuração que sejam de baixo custo, de fácil manipulação e com ótima performance técnica, permanece como um grande desafio para a indústria do petróleo, desde o início da utilização de fluidos de perfuração, por volta de 1901 {BOURGOYONE et ai, 1986; KHODJA et a/., 2010). 5. Além disso, a demanda por novos fluidos de perfuração, especialmente no Brasil, está diretamente relacionada à necessidade de perfuração de poços de geometria complexa, envolvendo trechos de alta inclinação e horizontais de grande afastamento, atravessando diferentes tipos de formações, diferente do cenário mundial onde a exploração é realizada» principalmente, em terra. Isto dificulta a utilização de tecnologia estrangeira e, aumenta a necessidade de desenvolvimento de tecnologia nacional específica para estes tipos de poços e que atenda aos requisitos ambientais como baixa toxicidade, elevada biodegradabiiidade e baixa bioacumulaçio (GRAY e DARLEY, 1981; RODRIGUES Jr.etaL, 2008). i. A perfuração de poços de petróleo verticais ou horizontais, onshore ou offshore só pode ser realizada graças aos fluidos de perfuração e, por isso, a chamada formulação ideal de um fluido é cada vez mais desejada com o intuito de evitar problemas que podem ser causados caso o fluido de perfuração não esteja de acordo com o sistema a ser perfurado (Sorgard, 2001). 7. Diante disso, ressalta-se a importância da escolha de um fluido de perfuração adequado com o tipo de formação a ser perfurada e que apresente também baixo impacto ambiental, elevada viscosidade, estabilidade térmica (baixa redução da viscosidade a elevadas temperaturas), capacidade de retirar água dos folhelhos e compatibilidade com outros aditivos utilizados na formulação dos fluidos (Ãpaleke, 2012; Rodrigues Jr.» 2008). 8. Na tentativa de criação destes novos fluidos, surgiram as “lamas" de base óleo que podem ser subdivididas em duas classes: 1) os verdadeiros fluidos a base de óleo, onde, primeiramente» foi empregado o asfalto e o próprio petróleo» como bases da fase continua, evoluindo para a utilização de outras bases como, o óleo díesel, o óleo mineral» podendo conter até 2% de água. 2) as emulsões inversas com até 50% de água dispersa em óleo díesel, óleo mineral, asfalto ou petróleo através de um emuisificante, com o objetivo de minimizar os danos ambientais. 9. Apesar de mais caro, os fluidos de base óleo solucionam grande parte dos problemas discutidos acima para o fluido de base água, produzindo menor dano a formação, maior resistência térmica, assim como não interage com os folhelhos extremamente reativos e permite uma maior taxa de penetração durante a perfuração. Mas, a desvantagem destes fluidos remete às fortes restrições dos órgãos ambientais, devido a sua baixa biodegradabiiidade, além de alta toxicidade e bioacumulaçio. 10. Na tentativa de minimizar o problema ambiental provocado pelo fluido base óleo, a alternativa encontrada foi utilizar hidrocarbonetos sintéticos, principalmente, as parafinas lineares, as quais são bem menos tóxicas do que o óleo dieset e o mineral, Assim, foram desenvolvidos os fluídos de perfuração oleosos sintéticos parafínicos, definidos como fluidos cuja fase contínua é um óleo sintético, constituída por moléculas orgânicas sintéticas via reações químicas. Porém, como desvantagem, estes fluidos apresentam elevado custo devido â existência de um processo químico envolvido, 11. Em seguida, outros fluidos oleosos sintéticos de base orgânica vieram a ser utilizados em perfuração de poços de petróleo e gás. As novas bases orgânicas sintéticas utilizadas foram moléculas como, por exemplo, ésteres, acetais, olefinas e glicóis em substituição aos fluidos â base de óleo. Mas, nenhuma destas bases, foi tão eficiente quanto às parafinas lineares, que atualmente estão sofrendo restrições severas do IBAMA quanto a questão da toxicidade, biodegradabilidade e tratamento de cascalhos. 12. Portanto, a utilização de fluidos de perfuração base oleosa parafínico e, outras como olefinicas, em cenários complexos, está ficando cada vez mais complicada e com alto custo, indicando a necessidade de sua substituição por um novo fluido, ambientalmente correto, de baixo custo e que atenda todas as exigências técnicas de cenários complexos. 13. Com o intuito de atender as demandas, técnicas, ambientais e econômicas torna-se imprescindível o desenvolvimento de um fluído de perfuração que possa a vir ser utilizado nas construções de poços de óleo e gás. 14. Recentemente, o rápido desenvolvimento da produção de biodiesel (éster alquilico de ácidos graxos) no Brasil, impulsionado pelo incremento progressivo de sua participação na composição do diesei comercial (chegando à proporção de 7% a partir de novembro de 20 to * afetou diretamente a oferta de glicerina no mercado e, por isso, o setor de biodiesel busca um mercado para absorver a glicerina produzida no processo industrial.
15. O termo glicerina refere-se ao produto glicerol (componente químico puro) na forma comercial, com pureza acima de 95% (Appleby, 2006). O giicerol ou propan-1,2,3-triot é um iíquido incolor e inodoro, de densidade 1,2 g/cm3 a 20 °C, pertencente a função orgânica álcool, cuja massa molar é aproximadamente 92 g/moL. A glicerina apresenta-se como uma substância viscosa, de caráter ácido (pKa 14,4), solúvel em água e etanol e insolúvel em solventes orgânicos como fcenzeno, tetracloreto de carbono e tricíorometano. Outros sinônimos, além de glicerina, também sio atribuídos ao giicerol, como trihidroxipropano, glcil álcool, gliceril e 1,2,3-trihídroxipropano (Rívaldi, 2007), 16. Normalmente, a .glicerina é produzida por vias fermentativas ou químicas, em processos pouco complexos. De acordo com Appleby (2006) pode-se citar os seguintes métodos de obtenção da glicerina; i) subproduto do processo de obtenção do sabão mediante reação de saponificação de triglicerídeos com hidróxido de sódio ou potássio; ii) a partir da reação de hidrólise para obtenção de ácidos graxos e ii) processo de transesterificação para produção de biodiesel, também chamada bioglicerina. Além disso, pode-se obter giicerol em menor proporção via síntese microbiana (Rivaidi, 2007). 17. Atualmente, a produção é de cerca de 3,42 bilhões de litros de biodiesel que produz como subproduto um volume de cerca 4.1 milhões de litros de glicerina, cerca de 12% do total de biodiesel produzido (ANP, 2015), Boa parte dessa glicerina gerada nas plantas de biodiesel é queimada em fomos e caldeiras para geração de energia calorífica em unidades industriais, Este uso representar uma alternativa ambientalmente correta, porque a glicerina substitui a lenha e combustíveis fósseis como óleo combustível e carvão, porém não gera nenhum produto com valor agregado a partir da glicerina. 18. Neste âmbito, propõem-se através da presente patente o uso da glicerina (subproduto do processo de produção de biodiesel) na formulação de fluido de perfuração base aquosa, constituindo, assim, fluidos aquosos base glicerina para a indústria do petróleo. 19. O fluido de perfuração aquoso base glicerina, objeto da presente patente de invenção, apresenta bom desempenho técnico conforme as propriedades: reología; lubricidade; filtrados HTHP e API; inchamento de folhelho; dentre outras, conforme as normas API. Em adição, a baixa tensão superficial obtida por este fluído aquoso base glicerina, tende a proporcionar uma redução no efeito capilar em reservatórios de baixa permeabilidade de gás e olea, quando comparado ao fluido 100% base água, desta forma pode reduzir o dano â formação. 20, Portanto, o presente fluido aquoso base glicerina está tecnicamente qualificado para a aplicação err, cenários complexos, competindo com as propriedades do fluido base sintética, 21. Aíem disso, esta base glicerina é poíencialmente capaz de substituir, como vimos, as bases sintéticas como a n-parafina e olefinas, sendo ambíentalmente sustentável por aproveitar subprodutos do processo de fabricação de biodiesel, além de reduzir os impactos ambientais inerentes das atividades de perfuração de poços de petróleo e gás. por constituir um fluido de baixa toxicidade, baixo vaior de toxicidade aguda (CL(l)50-96hs, 433.441 ppm) elevada biodegradabitidade e baixa bioacumulação. 22, Em acréscimo, o custo de produção do presente fluido de perfuração é, consideravelmente, menor do que os fluidos existentes no mercado, uma vez que utiliza como base um subproduto industrial e, portanto, um material de baixo custo. 23, Assim, o fluido, objeto da presente patente, apresenta-se tecnicamente bem qualificado, bem como uma alternativa sustentável tanto ambiental quanto econômica, devido ao reduzido impacto ambienta! e custo de produção. 24. Na literatura técnica especializada e, em alguns documentos de patente, podem ser encontrados trabalhos aplicando a glicerina ao contexto da exploração de poços de petróleo e gás, a saber: 25. i) O documento' US 4.730,220' consistiu na utilização de poliglicerinas, lignosulfonatos, resina e materiais a base cie asfaltenos, todos apresentando alta toxicidade e pericuiosidade, como aditivos de fluidos de perfuração. Este sistema também usou bentonita como agente víscosificante e com propriedades reológicas, assim como outras para baixa salinidade, baixa condições de temperatura e pressão. 28, ii) O documento US 8,071,509 consistiu na utilização da glicerina como inibidor de hídratação de argilas, usando também acetato e formíato de potássio, poliacrilamidas, glicerina emulsionada, poliacrilonitríia e cloreto de potássio (produtos que apresentam alta toxicidade). 27. iii) O documento WO 2000043465 A1 trata d© um estudo onde a glicerina, poliglicerinas e vários gliceróis são utilizados como aditivos para formular um produto secundário que é usado como inibidor de inchamento de argiia para fluído base agua. 28. Portanto, até o presente, não existe no estado da técnica, um fluído de perfuração aquoso a base de glicerina bruta ou purificada proveniente da produção do biodiesel, tal como o objeto da presente patente. Além disso, nenhum dos fluidos de perfuração existentes é capaz de atender as propriedades reoiógicas, filtrados HTHP e API, lubricidade, inibir inchamento de argilas e, ser economicamente viável e ambientalmente sustentável, ao nível do fluido desta patente. 29. Em acréscimo, o presente fluido de perfuração aquoso de base glicerina apresenta as seguintes vantagens técnicas: i) manutenção da integridade da parede do poço (evitando kicks); íi) remoção dos cascalhos gerados durante o processo de perfuração; iii) resfriamento e lubrificação da coluna de perfuração e da broca; iv) evita o inchamento e dispersão do folheiho, além de dissolução de sais como do pré-sal. 30. Para a fabricação do presente fluido de perfuração foi empregada glicerina bruta derivada de diferentes processos de fabricação de biodiesel. a saber: lote A (glicerina derivada do processamento do biodiesel de soja). B (glicerina derivada do processamento do biodiesel de sebo), C (70:30 soja:sebo), D (glicerina derivada do processamento do biodiesel de óleo residual), E (60:40 sebo:soja) e F (purificada comercialmente). Em geral os diferentes lotes, apresentaram a seguinte composição: 99,7 a 69,2% de gücerol, 0,7 a 3,75% de Teor de matéria orgânica não-glícerol, 0.012 a 0,2% de metanol, 3,9 a 10,9% de voláteis e 0,53% a 2.89% de outras impurezas não identificadas. 31. As glicerinas foram caracterizadas por diferentes técnicas analíticas com o objetivo de identificar possíveis diferenças químicas e de estabilidade oxidatíva e térmica, uma vez que se tratava de glicerina bruta com presença de impurezas. Foram realizadas análises termogravimétrica (TG/DTG) e de estabilidade oxidatíva por RANCIMAT.CIoud point, CG/DIC. CG/EMIT e RMN1H. As glicerinas brutas foram aprovadas em todos estes ensaios, os quais usaram como padrão glicerina P.A. 32. É importante destacar que esses valores de concentração foram estimados de acordo com as normas do American Oil Chemists Society (AOCS) e as demais determinações foram baseadas em normas européias (European Norm), 33. Foram desenvolvidas diferentes formulações para o fluido de perfuração base glicerina, objeto da presente patente, as quais apresentaram a seguinte composição funcional: 0,40 - 0,60 ib/bbl de glicerina; 0,40-0,60 Ib/bbl de água; 1.30-1,50 Ib/bbl de goma xantana; 17.50 - 59,50 Ib/bbl de NaCI; 9,00 - 50,00 ib/bbl de CaC03; 1,50 - 2,60 Ib/bbl de hidroxi propil amido; 0,20 - 0,50 de carboxi metí! celulose ADS; e 1,40 a 2,10 Ib/bbl de resina fenólica de lignita sulfonatada (redutor de filtrados - produto comercial). Essas diferentes formulações também podem apresentar variação da razão glícerina;água para as proporções de 90:10, 80:20 e 70:30. 34. Além disso, outros aditivos também podem ser utilizados na composição do fluido proposto de modo a atender as necessidades do cenário a ser perfurado , tais como: anti-espumaníe base silicone, dispersante, redutor de filtrado HTHP, polímeros hidrossolúveís (goma guar, PACs, amido pré-gelatinizado), bentonita, polímero catiônico, sal quaternário de amônio, inibidor de inchamento de argila, KCI, barita. 35. O processo de fabricação do presente fluido de perfuração base glicerina consistiu em: mistura e incorporação dos componentes da formulação em misturador, sendo que os aditivos utilizados foram incorporados individualmente à formulação de 10 em 10 minutos, com a finalidade de garantir a correta dissolução e funcionalidade, 36. Ressalta-se que cada aditivo foi pesado em balança analítica para garantia do correto dimensionamento e determinação das quantidades ideais para a formulação de cada fluido. 37. Destaca-se que as diferentes formulações de fluidos aquosos base glicerina foram caracterizadas quimicamente ern relação ao pH e fisicamente em relação ao peso específico, reologia, as forças géis (inicial e final), plasticidade, limite de escoamento, lubricidade e filtrado ARI e HTHP. 38. Em adição, as diferentes formulações de fluidos foram submetidas a testes de envelhecimento para simular as condições de temperatura e pressão existentes nas operações de perfuração. O processo de envelhecimento consistiu ern armazenar o fluido formulado em uma célula de aço que por sua vez foi inserida em estufa aquecedora com selamento à 200°F (93°C) sob agitação durante 16 h, conforme norma ARI (RP 13B-1), 39. Todos estes ensaios foram realizados conforme as normas API. As propriedades reológicas foram analisadas a 120°F (59°C) antes e depois de envelhecer a 200°F (93°C) por 16h. O filtrado HTHP foi realizado a 200°F (93°C) a 500 psi de pressão. A condutividade (resistividade) dos filtrados foram analisadas assim como as tensões superficial (interfacial), usando os respectivos equipamentos, Condutivímetro Hach Sension 7 e Schooi Tensiometer K6 - Krüss. 40. A partir dos resultados dos diferentes ensaios a que foram submetidas as diferentes formulações de fluidos aquosos de base glicerina, objeto desta patente, foí possível obter as seguintes conclusões: 41. i) Por meio das análises de TG/DTG não foi observado nenhum evento em torno de 100 °C que indicasse a perda de água, sugerindo forte interação água:glieerina, assim como uma boa estabilidade térmica das glicerinas avaliadas em atmosfera inerte; 42. ii) As glicerinas avaliadas apresentaram boa estabilidade oxidativa, sugerindo baixa presença de impurezas inerentes à reação de produção do biodiesel. Esta estabilidade é fundamental para manter as propriedades dos fluidos durante a perfuração; 43. iii) Tanto as glicerinas brutas (co-produto do biodiesel) quanto suas respectivas misturas com água não mostraram separação de fases mesmo em elevadas temperaturas, apresentando assim um excelente cloud point; 44. iv) Através das análises de RMN-H1, não foi possível identificar a presença de impurezas nas glicerinas para quase totalidade das amostras analisadas, exceto para a a formulação que usou a glicerina do tipo D; 45. v) Por meio das técnicas de caracterização utilizadas (CG/DIC e CG/EMfT) não foi possível diferenciar as bases lote A {glicerina derivada do processamento do biodiesel de soja). B (glicerina derivada do processamento do biodiesel de sebo), C (70:30 soja:sebo), E (80:40 sebo:soja) e P (purificada comercialmente); 46. vi) A metodologia de preparo do fluido foi definida, com base nos resultados obtidos das propriedades reológicas, onde os aditivos polímericos hidrosolúveis são adicionados primeiramente na água e em seguida entra a base glicerina; 47. vii) As glicerinas brutas dos lotes A (soja), B (sebo), C (70:30 soja:sebo), E (60:40 sebo.soja) e a glicerina purificada do lote F podem ser utilizadas como possíveis bases para formulação de fluído de perfuração aquoso de base glicerina, com diferentes proporções de água/glicerína. Essas formulações de fluido apresentaram resultados satisfatórios frente aos ensaios reológicos, lubricidade e inchamento de argila, além de constituírem fluidos estáveis, sem separação de fases e precipitação de sólidos. No entanto, a base D (glicerina derivada do processamento do biodiesel de óleo residual) apresentou baixa estabilidade oxidativa e presença de impurezas que podería comprometer a estabilidade do fluido; 48. viii) De um modo gerai, a conduíividade de uma mistura glicerina/água/NaCI é menor do que a condutividade da água 100% e com NaCI. Isto representa um ponto bastante interessante quando se perfura camadas de sais como dos reservatórios do pré-sai, usando fluido base glicerina onde os íons Na+ e Cl- estarão menos dispersos, principalmente pelo fato da baixa solubilidade (<10000 ppml) de NaCl em glicerina, provocando menores arrombamento por efeito de solubilidade nas paredes do poço; 49. ix) A partir da caracterização dos fluidos elaborados a partir dos diferentes lotes de glicerina aprovados nos ensaios prévios, observou-se um grande potencial da utilização do co-produto glicerina como base para fluidos de perfuração ambientaimente corretos, visto que foram obtidos fluidos estáveis, sem separação de fases e precipitação de sólidos em várias faixas de peso, salinidade e razão glicerina/água, além de um bom perfil Teológico, um baixo valor médio de tensão superficial, resistívidade e de volume de filtrado HTHP; 50. Assim, sugere-se que as diferentes formulações de fluidos testados e caracterizados nas condições laboratoriais descritas nesta patente, cumprem as requisições técnicas necessárias podendo, portanto, ser indicados para aplicação real e ainda com possibilidade de redução nos custos envolvidos na perfuração, já que a base glicerina utilizada é um co-produto obtido do processo de fabricação de biodiesel, de fácil acesso e com baixo valor para compra. 51. As propriedades do fluido de perfuração aquosa base glicerina podem sofrer variações, alterando assim as concentrações de seus aditivos para se adequar as principais condições de perfuração de outros cenários que venham surgir. Assim a glicerina poderá ser utilizada também na formulação de fluidos de perfuração completos com baritina, drill-in, completação e fluidos gravei pack, todos utilizados na indústria de petróleo. 52. Em linhas gerais, ratifica-se que o fluido de perfuração aquoso de base glicerina, objeto da presente patente, é plenamente adequado as normas e propriedades técnicas, bem como é mais viável que os demais fluidos existentes no mercado tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Portanto, o presente fluido é de potencial aplicação no setor de exploração de petróleo e gás.
REIVINDICAÇÕES “FLUIDO DE PERFURAÇÃO AQUOSO BASE GLICERINA PARA A CONSTRUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS”

Claims (5)

1. A patente de invenção “FLUIDO DE PERFURAÇÃO AQUOSO BASE GLICERINA PARA A CONSTRUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS” é caracterizada por ser um fluido aquoso de base glicerina destinado ao uso em atividades de perfuração de poços de exploração de petróleo e gás.
2. A patente de invenção “FLUIDO DE PERFURAÇÃO AQUOSO BASE GLICERINA PARA A CONSTRUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS”, de acordo com a reivindicação 1. é caracterizada pelo fato de que o fluido utiliza, como componente principal de sua formulação, glicerina derivada do processo de fabricação de biodieseí (biodiesel de soja e/ou outra oleaginosa: e sebo) a portanto, também é chamada bioglicerina.
3. A patente de invenção “FLUIDO DE PERFURAÇÃO AQUOSO BASE GLICERINA PARA A CONSTRUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS”, de acordo com as reivindicações 1 e 2, é caracterizada pelo fato de que a glicerina, utilizada na composição do fluido, apresenta a seguinte composição química: 99,7 a 89.2% de glicerol, 0,7 a 3.75% de Teor de matéria orgânica não-gliceroi, 0.012 a 0,2% de metanol, 3,9 a 10,9% de voláteis e 0,53% a 2,89% de outras impurezas não identificadas.
4. A patente de invenção “FLUIDO DE PERFURAÇÃO AQUOSO BASE GLICERINA PARA A CONSTRUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS”, de acorde com as reivindicações 1 a 3, e caracterizada pelo fato de que o fluido apresenta a seguinte composição: 0.40 - 0,60 Ib/bbf de glicerina; 0,40-0,60 Ib/bbi de água; 1,30-1,50 Ib/bbl de goma xantaoa; 17.50 - 59,50 Ib/bbí de NaC!: 9 00 - 50,00 Ib/bbl de CaC03; 1,50 - 2,60 ib/bbí de hidroxi propií amido; 0,20 - 0,50 de carboxi rnetil celulose ADS; 1,40 a 2.10 Ib/bbl de resina fenófica de iignita sulfonatada (redutor de filtrados - produto comercial); além de outros aditivos que podem ser usados para melhor adaptação do fluído para aplicação em cenários diversos.
5. A patente de invenção “FLUIDO DE PERFURAÇÃO AQUOSO BASE GLICERINA PARA A CONSTRUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS”, de acordo com as reivindicações 1 a 4, é caracterizada pelo fato de que o presente fluido de perfuração aquoso de base glicerina apresenta as seguintes vantagens técnicas: i) manutenção da integridade da parede do poço (evitando ktcks); ii) remoção dos cascalho® gerados durante o processo de perfuração; iii) resfriamento e lubrificação da coluna de perfuração e da broca; iv) evita o ínchamento e dispersão do folhelho, além de dissolução de sais como do pré-sai; v) apresenta baixa toxicidade, baixo valor de toxicidade aguda [CL{I)50-96hs: 433.441 ppm], elevada bíodegradabifidade e baixa bioacumulação.
BR102015030667A 2015-11-25 2015-11-25 fluido de perfuração aquosa base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás BR102015030667A2 (pt)

Priority Applications (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102015030667A BR102015030667A2 (pt) 2015-11-25 2015-11-25 fluido de perfuração aquosa base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás

Applications Claiming Priority (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102015030667A BR102015030667A2 (pt) 2015-11-25 2015-11-25 fluido de perfuração aquosa base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás

Publications (1)

Publication Number Publication Date
BR102015030667A2 true BR102015030667A2 (pt) 2017-05-30

Family

ID=59101104

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BR102015030667A BR102015030667A2 (pt) 2015-11-25 2015-11-25 fluido de perfuração aquosa base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás

Country Status (1)

Country Link
BR (1) BR102015030667A2 (pt)

Cited By (1)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
CN114181675A (zh) * 2021-12-29 2022-03-15 新疆丰茗科技有限公司 一种钻井液用高效复合润滑剂及其制备方法

Cited By (1)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
CN114181675A (zh) * 2021-12-29 2022-03-15 新疆丰茗科技有限公司 一种钻井液用高效复合润滑剂及其制备方法

Similar Documents

Publication Publication Date Title
US11098231B2 (en) Spacer fluid compositions that include surfactants
CN103320104B (zh) 一种油包水型生物柴油基钻井液及其制备方法
CN104119853B (zh) 一种空气泡沫压裂液的制备方法
BR112013028865B1 (pt) fluido viscoelástico aquoso, método de acidificação de formação subterrânea e método de fratura de formação subterrânea
Growcock et al. The revolution in non-aqueous drilling fluids
Gupta et al. Phase equilibrium of methane hydrate in aqueous solutions of polyacrylamide, xanthan gum, and guar gum
MXPA02009872A (es) Fluidos de perforacion y su aplicacion..
Dai et al. Study on the reutilization of clear fracturing flowback fluids in surfactant flooding with additives for Enhanced Oil Recovery (EOR)
Saikia et al. Evaluation of 1-Decyl-3-Methylimidazolium Tetrafluoroborate as clathrate hydrate crystal inhibitor in drilling fluid
Zhao et al. Feasibility and mechanism of compound flooding of high-temperature reservoirs using organic alkali
CA2807700C (en) Drilling fluid composition
CN102676129A (zh) 一种钻井液用水基润滑剂及其制备方法和应用
BRPI0505794B1 (pt) óleo de hidrocarboneto composto e método para a composição de um óleo de hidrocarboneto
CN103911132A (zh) 一种全油基钻井液及其制备方法
Celino et al. Emulsions of glycerol in olefin: A critical evaluation for application in oil well drilling fluids
Zhao et al. Flat-rheology oil-based drilling fluid for deepwater drilling
Altamash et al. An experimental study on doubly salt effect for methane hydrate inhibition
Su et al. Study on the Effect of the Oil‐Water Ratio on the Rheological Properties of Hydroxyethyl Cellulose (HEC)
Yang et al. Research progress on low-temperature rheology of high-performance ocean deepwater drilling fluids: An overview
da Câmara et al. Polyacrylamide and polyethylenimine mixed hydrogels tailored with crude glycerol for conformance fluids: Gelation performance and thermal stability
BR102015030667A2 (pt) fluido de perfuração aquosa base glicerina para a construção de poços de petróleo e gás
WO2013090614A1 (en) Light co-solvent compositions
CN107163921A (zh) 一种油基钻井液及其制备方法
Almashwali et al. Inhibitory influence of amino acids on the formation kinetics of methane hydrates in oil-water and oil-brine systems
Du et al. A review on the use of chemicals as steam additives for thermal oil recovery applications

Legal Events

Date Code Title Description
B03A Publication of a patent application or of a certificate of addition of invention [chapter 3.1 patent gazette]
B06F Objections, documents and/or translations needed after an examination request according [chapter 6.6 patent gazette]
B06V Preliminary requirement: patent application procedure suspended [chapter 6.22 patent gazette]
B07A Application suspended after technical examination (opinion) [chapter 7.1 patent gazette]
B07A Application suspended after technical examination (opinion) [chapter 7.1 patent gazette]
B09B Patent application refused [chapter 9.2 patent gazette]
B12B Appeal against refusal [chapter 12.2 patent gazette]