BR102015018885A2 - arranjo de sucção para compressor hermético alternativo e compressor hermético alternativo - Google Patents

Abstract

resumo "arranjo de sucção para compressor hermético alternativo e compressor hermético alternativo". o arranjo compreende, no interior de uma carcaça hermética do compressor: um abafador de sucção (10) tendo uma entrada de gás (11) conectada a uma linha de sucção (9) e de uma saída de gás (12) conectada a uma válvula de sucção (8b) do compressor; um tubo (20) tendo um primeiro extremo (20a), aberto para o abafador de sucção (10) e um segundo extremo (20b) conectado à linha de sucção (9); e uma câmara equalizadora (40) em forma de tubo alongado, tendo seu contorno periférico externo afastado em relação ao tubo (20) e tendo um extremo livre (42) aberto para o interior da carcaça hermética (1), e um extremo de montagem (41) fixado no tubo (20), aberto para o interior desse último e afastado do primeiro extremo (20a) do tubo (20), por uma distância (d) que provê, com a extensão longitudinal da câmara equalizadora tubular (40), uma otimizada impedância acústica em uma respectiva faixa de frequência operacional da válvula de sucção (8b). 4 1/1

Description

"ARRANJO DE SUCÇÃO PARA COMPRESSOR HERMÉTICO ALTERNATIVO E COMPRESSOR HERMÉTICO ALTERNATIVO".

Campo da Invenção [001] Refere-se a presente invenção a um arranjo de sucção a ser aplicado à alimentação de gás refrigerante em um compressor hermético alternativo, particularmente em um compressor hermético alternativo de sucção direta, utilizado em pequenos sistemas de refrigeração.

Histórico da Invenção [002] São conhecidos da técnica sistemas de sucção direta nos quais o gás refrigerante recebido do evaporador do sistema de refrigeração tem seu fluxo de massa integralmente conduzido para o interior de um abafador de sucção, sem ser introduzido no interior da carcaça hermética do compressor. Nesses sistemas, é provida uma câmara equalizadora de formato geralmente tubular, tendo um extremo aberto para o interior da carcaça hermética do compressor e um extremo oposto aberto para o interior do abafador de sucção que opera como uma câmara de alimentação, da qual o gás refrigerante é conduzido até a válvula de sucção do conjunto pistão-cilindro do compressor.

[003] A câmara equalizadora é arranjada e dimensionada para permitir que a massa de gás refrigerante contida em seu interior possa oscilar parcialmente, de seu interior, para o interior da câmara de alimentação do abafador de sucção, durante os períodos de abertura da válvula de sucção, para evitar ou pelo menos minimizar bruscas e intensas variações de pressão com elevado nível de pulsação na linha de sucção do sistema, ou seja, a aceleração e a desaceleração do fluxo de gás nessa linha, gerando perda de energia e, consequentemente, perda de eficiência do compressor.

[004] Nesses sistemas conhecidos, de sucção direta, o gás refrigerante, proveniente do evaporador, não é misturado com o gás refrigerante mais quente e contido no interior da carcaça hermética.

[005] A câmara equalizadora é dimensionada de modo que apenas o gás refrigerante, contido em parte do volume de dita câmara, seja transferido para o abafador de sucção durante os ciclos de sucção, sendo a referida parte do volume da câmara equalizadora novamente preenchida com um novo gás refrigerante recebido da linha de sucção quando do fechamento da válvula de sucção.

[006] Por outro lado, o gás refrigerante contido na parte do volume da câmara equalizadora, adjacente à abertura dessa última para a carcaça hermética oscila, no interior da câmara equalizadora, em direção à abertura dessa última para o abafador de sucção, durante a abertura da válvula de sucção, e de volta, em direção à abertura da câmara equalizadora para o interior da carcaça hermética, quando do fechamento da válvula de sucção.

[007] Dentro do conceito de equalização de pressão em uma sucção direta, sem permitir que o gás contido na carcaça hermética seja fornecido ao abafador de sucção, são conhecidas algumas poucas soluções técnicas.

[008] Uma das soluções conhecidas é descrita na patente US7866955B2 (BRPI0104694) segundo a qual a equalização de pressão no interior do abafador de sucção, durante a operação do compressor, é obtida pela provisão de uma câmara equalizadora localizada no próprio volume do abafador de sucção e aberta diretamente para o interior desse último, em um posicionamento mais próximo da salda de gás do que da entrada de gás no interior do abafador de sucção.

[009] Em função da formação da câmara de equalização em conjunto com o próprio corpo do abafador de sucção e no interior desse último, seu dimensionamento é de algum modo limitado, exigindo um dimensionamento restrito em seu orifício de comunicação com o interior do abafador de sucção (câmara de enchimento) para estabelecer certa restrição ao fluxo de gás refrigerante do interior da câmara equalizadora para o interior do abafador de sucção nos ciclos de abertura da válvula de sucção, permitindo um dimensionamento volumétrico da câmara equalizadora, compatível com os limites estabelecidos por sua incorporação no interior do corpo do abafador de sucção, sem riscos da ocorrência de penetração de gás refrigerante da carcaça hermética para o interior do abafador de sucção nos ciclos de sucção.

[0010] Por outro lado, a restrição na seção transversal do orifício da câmara equalizadora tende a prejudicar a eficiência de equalização da pressão no interior do abafador de sucção no tempo compatível com a frequência operacional da válvula de sucção e, consequentemente, prejudicar a redução do diferencial de pressão e a redução das pulsações causadas pela operação da válvula de sucção.

[0011] Outro aspecto dessa solução anterior da ora depositante diz respeito ao fato de a câmara equalizadora ser aberta diretamente para o interior do abafador de sucção, exigindo que a reposição de gás refrigerante no interior da câmara equalizadora seja feita obrigatoriamente através de praticamente toda a extensão interna do abafador de sucção, o que possibilita a ocorrência de perdas de carga nesse fluxo de reposição.

[0012] Outra solução conhecida para equalização de pressão em um compressor de sucção direta encontra-se descrita na patente US7780421B2 (W02005/073558) e compreende uma câmara equalizadora na forma de uma extensão tubular anelar, envolvendo parte da projeção do tubo de sucção que penetra no interior da carcaça do compressor.

[0013] Esta segunda solução da técnica anterior tem sua câmara equalizadora anelar posicionada externamente ao corpo do abafador de sucção, podendo ser assim dimensionada de modo mais adequado ao volume de gás refrigerante de equalização, a ser periodicamente fornecido ao abafador de sucção e reposto com nova carga de gás, sem o inconveniente da restrição de sua comunicação extrema com o interior do abafador de sucção, com o consequente prejuízo à eficiência do compressor.

[0014] Entretanto, essa segunda solução da técnica anterior apresenta o extremo da câmara equalizadora aberto diretamente para o interior do abafador de sucção em uma região desse último próxima àquela da qual o gás refrigerante é alimentado à válvula de sucção. Além disso, nessa construção anterior, a câmara equalizadora tem sua parede tubular estendendo-se para além da própria câmara, de modo a envolver, de modo hermético, a abertura dessa última para o interior do abafador de sucção e ainda a abertura de sucção da válvula de sucção, em uma construção relativamente complexa e que, normalmente, exige a provisão de uma segunda câmara de abafador de sucção, disposta entre a referida extensão de parede tubular da câmara equalizadora e a abertura de sucção na placa de válvulas do compressor. Além de complexa, essa construção exige um espaço normalmente não disponível no interior da carcaça hermética do compressor.

[0015] Nessa segunda solução anterior, a câmara equalizadora é aberta diretamente para o interior do abafador de sucção, exigindo que a reposição de gás refrigerante no interior da câmara equalizadora seja feita através de certa extensão interna do abafador de sucção, o que possibilita a ocorrência de perdas de carga nesse fluxo de reposição, mesmo que em menor grau do que aquele da primeira solução anterior.

[0016] Uma terceira solução conhecida é descrita no pedido de patente US2008/0008603A1 e compreende uma construção semelhante àquela primeira anteriormente descrita, pois exige a abertura da câmara equalizadora para o interior do abafador de sucção, para permitir que ele receba o fluxo de gás refrigerante a ser fornecido ao orifício de sucção da válvula de sucção. A câmara equalizadora toma a forma de uma extensão tubular alongada, apresentando um trecho de menor seção transversal mantendo uma relação dimensional com a área de seção transversal do orifício de sucção. Também nessa disposição, a câmara equalizadora é diretamente aberta para o interior do abafador de sucção, exigindo que o volume de gás de reposição seja necessariamente conduzido ao seu interior, passando pelo interior do abafador de sucção e assim podendo provocar indesejáveis perdas de carga. Ainda em razão da solução proposta, de certo modo semelhante à primeira delas acima descrita, é conveniente se prover uma restrição de fluxo entre a câmara equalizadora e o interior do abafador de sucção com o objetivo de restringir a passagem excessiva de fluido refrigerante da câmara equalizadora para o interior do abafador de sucção. Entretanto, essa restrição também apresenta um aspecto negativo relacionado à diminuição da liberdade de fluxo de gás refrigerante alternativo entre a câmara equalizadora e o abafador de sucção durante a operação da válvula de sucção, tendendo a apresentar algum retardo em relação à movimentação da válvula de sucção.

[0017] Também nessa terceira solução anterior, a câmara equalizadora é aberta diretamente para o interior do abafador de sucção, exigindo que a reposição de gás refrigerante, no interior da câmara equalizadora seja feita obrigatoriamente através do interior do abafador de sucção, de modo semelhante ao da primeira solução anterior, possibilitando a ocorrência de indesejáveis perdas de carga nesse fluxo de reposição. Objetivos da invenção [0018] Em função dos inconvenientes acima mencionados e relacionados à técnica anterior, passa a ser um objetivo da presente invenção a provisão de um arranjo de sucção para um compressor hermético alternativo apresentando sucção direta, dito arranjo provendo uma construção simples para os elementos constitutivos do sistema de sucção, ocupando um espaço relativamente reduzido no interior da carcaça hermética do compressor e permitindo a obtenção de uma rápida e eficiente equalização das pressões reinantes no interior da carcaça hermética e do abafador de sucção, durante a operação da válvula de sucção, capaz de conduzir a uma desejada redução de ruídos de pulsação e de perda de energia em função das indesejáveis bruscas alterações de pressão no interior do abafador de sucção.

[0019] Em outras palavras, a invenção visa a provisão de um arranjo de sucção tal como acima citado e que, com uma construção extremamente simples e de dimensões relativamente reduzidas, apresente uma eficiente impedância acústica e uma necessária equalização de pressão no interior do sistema de sucção, durante a operação do compressor, sem prejudicar a eficiência energética desse último.

Sumário da invenção [0020] Os objetivos da invenção são alcançados através de um arranjo de sucção para um compressor hermético alternativo montado no interior de uma carcaça hermética. 0 arranjo de sucção é do tipo que compreende: um abafador de sucção provido de uma entrada de gás conectada a uma linha de sucção e de uma saida de gás conectada a uma válvula de sucção do compressor; e uma câmara equalizadora, em forma de tubo alongado, tendo um extremo de montagem mantido em comunicação com o interior do abafador de sucção e um extremo oposto livre aberto para o interior da carcaça hermética.

[0021] 0 arranjo compreende um tubo tendo um primeiro extremo aberto par o interior do abafador de sucção, através da entrada de gás desse último, e um segundo extremo conectado a linha de sucção, dito tubo conectando direta e hermeticamente a linha de sucção ao abafador de sucção e compreendendo uma porção rígida fixada a uma das partes de linha de sucção e entrada de gás e uma porção flexível conectada a outra de ditas partes.

[0022] O arranjo compreende ainda pelo menos uma câmara equalizadora tendo seu contorno periférico externo afastado do tubo e tendo seu extremo de montagem fixado à na dita porção rígida, aberto para o interior dessa última e afastado do primeiro extremo do tubo por uma distância definida para prover, em conjunto com a extensão longitudinal da câmara equalizadora tubular, uma otimizada impedância acústica para o arranjo de sucção em uma respectiva faixa de frequência operacional da válvula de sucção.

[0023] A invenção provê ainda um compressor hermético alternativo provido do arranjo de sucção em questão.

Breve descrição dos desenhos [0024] A seguir a invenção será descrita com base nos desenhos em anexo, onde: [0025] A figura 1 representa, esquematicamente, uma vista em corte longitudinal de um compressor apresentando sucção direta entre um passador e um abafador de sucção, construído de acordo com a presente invenção;

[0026] A figura 2 representa, esquematicamente e em corte longitudinal, o abafador de sucção da figura 1 montado no interior da carcaça hermética, parcialmente cortada, do compressor e ilustrando uma primeira configuração para a câmara equalizadora; e [0027] A figura 3 representa uma vista semelhante àquela da figura 2, mas ilustrando uma segunda configuração para a câmara equalizadora.

Descrição da configuração ilustrada [0028] A presente invenção será descrita para um compressor do tipo utilizado em sistemas de refrigeração e que compreende, no interior de uma carcaça hermética 1, um conjunto motor-compressor tendo um bloco de cilindro onde é definido um cilindro 2 alojando, por um extremo, um pistão reciprocante 3 e tendo um extremo oposto fechado por uma tampa de cilindro 4 que define, em seu interior, um alojamento 5 para adaptação de um abafador de sucção 10 e uma câmara de descarga (não ilustrada) em comunicação fluida seletiva com uma câmara de compressão (não ilustrada) definida no interior do cilindro 2, entre uma porção de topo do pistão 3 e uma placa de válvulas 8, provida entre o extremo oposto do cilindro 2 e a tampa de cilindro 4, através de orifícios de sucção 8a e de descarga (não ilustrado), providos em dita placa de válvulas 8, seletiva e respectivamente fechados por válvulas de sucção 8b e de descarga (não ilustrada).

[0029] De acordo com o ilustrado, o gás succionado pelo compressor e proveniente de uma linha de sucção 9 de um sistema de refrigeração, aberta para o interior da carcaça hermética 1, chega a esta última através de um passador 9a fixado pelo lado externo de dita carcaça hermética 1 e em comunicação fluida com o abafador de sucção 10 montado no alojamento 5, no interior de dita carcaça hermética 1, e em comunicação fluida com a válvula de sucção 8b na placa de válvulas 8.

[0030] Conforme ilustrado nos desenhos anexos, o abafador de sucção 10 da presente invenção compreende um corpo oco 10a, obtido geralmente em material de baixa condutibilidade térmica, de seção transversal, retangular, por exemplo, fechado por uma tampa superior 10b assentável sobre a borda superior do corpo oco 10a e ai fixada por qualquer meio adequado como, por exemplo, aqueles ilustrados e descritos na patente US786955B2.

[0031] 0 abafador de sucção 10 é provido de uma entrada de gás 11 conectada à linha de sucção 9 e de uma saida de gás 12 conectada ao orifício de sucção 8a da válvula de sucção 8b do compressor.

[0032] Na construção ilustrada, a entrada de gás 11 é definida pela junção entre o corpo oco 10a e a tampa superior 10b e a saída de gás 12 toma a forma de uma extensão tubular 13 incorporada, superior e externamente, à tampa 10b, tendo um extremo livre configurado para ser adaptado ao orifício de sucção 8a da placa de válvulas 8 da tampa de cilindro 4 do compressor hermético.

[0033] Apesar de não ser aqui ilustrado, deve ser entendido que o corpo oco 10a pode definir, em seu interior, pelo menos uma câmara acústica AC, por exemplo, duas, separadas entre si por uma porção de parede comum, definida por uma placa divisória que é disposta no interior do corpo oco 10a, conforme descrito e ilustrado na patente anterior US786955B2 da mesma cessionária.

[0034] De acordo com o ilustrado, o corpo oco 10a é provido, em uma parede inferior 14, de um orifício restritor 15, de escorrimento de óleo lubrificante, dimensionado de modo a permitir somente a passagem de óleo, sem que o gás quente presente no interior da carcaça 1 atinja o interior do abafador de sucção 10, aumentando a temperatura do gás presente no interior deste.

[0035] De acordo com a presente invenção, o arranjo de sucção compreende ainda um tubo 20 tendo um primeiro extremo 20a, aberto para o interior do abafador de sucção 10, através da entrada de gás 11 desse último, e um segundo extremo 20b conectado a linha de sucção 9. 0 tubo 20 conecta, direta e hermeticamente, a linha de sucção 9 ao abafador de sucção 10 e compreende uma porção rígida 21 fixada a uma das partes de linha de sucção 9 e entrada de gás 11 e uma porção flexível conectada a outra de ditas partes.

[0036] De acordo com a presente invenção, o arranjo de sucção compreende ainda uma câmara equalizadora 40, em forma de tubo alongado, tendo um extremo de montagem 41 mantido em comunicação com o interior do abafador de sucção 10 e um extremo livre 42, oposto ao primeiro e aberto para o interior da carcaça hermética 1.

[0037] Nas configurações ilustradas nas figuras 2 e 3, o tubo 20 tem sua porção rígida 21 apresentando um extremo de saída 21a definindo o primeiro extremo 20a do tubo 20 e um extremo de entrada 21b voltado para linha de sucção 9, sendo que a porção flexível 22 do tubo 20 é formada em peça distinta daquela da porção rígida 21 e apresentando um extremo de fixação 22a telescopicamente encaixado e retido no extremo de entrada 21b da porção rígida 21 e um extremo de ligação 22b incorporando um flange periférico 22c, que é assentado contra uma face interna da carcaça hermética 1, concentricamente a linha de sucção 9.

[0038] Na configuração da figura 2, o tubo 20 tem seu primeiro extremo 20a definido na porção rígida 21 e fixado na entrada de gás 11 do abafador de sucção 10 e seu segundo extremo 20b definido na porção flexível 22 e conectado na linha de sucção 9. Nessa construção, o contorno periférico externa da câmara equalizadora 40 é afastado do abafador de sucção 10.

[0039] Na configuração da figura 3, o tubo 20 tem seus primeiro extremo 20a definido na porção rígida 21 que se projeta para o interior do abafador de sucção 10, através da entrada de gás 11 desse último, mantendo o primeiro extremo 20a afastado da entrada de gás 11 e no interior do abafador de sucção 10, sendo o segundo extremo 20b do tubo 20 definido na porção flexível 22 e conectado a linha de sucção 9. Nessa construção a câmara equalizadora 40 é internamente incorporada, em peça única, ao abafador de sução 10 e tendo uma porção de parede comum com esse último.

[0040] Deve ser entendido que o tubo 20 pode ser formado, por exemplo, em duas porções rígidas confrontantes e axialmente alinhadas, acopladas entre si por uma porção flexível e sendo as porções rígidas fixadas ao passador de sucção 9a e ao abafador de sucção 10, respectivamente. Outra possibilidade construtiva seria a de se ter uma só porção rígida fixada ao passador de sucção 9a e ligada à entrada de gás 11 do abafador de sucção 10 por meio de uma porção flexível do tubo 20, que pode tomar a forma daquela ilustrada nas figuras 2 e 3, ou seja, formado em peça separada ou a forma de uma porção flexível da própria parede do muffler.

[0041] Com a construção de sucção direta acima mencionada, o gás refrigerante proveniente da linha de sucção 9 é dirigido para o interior do abafador de sucção 10 e não para o interior da carcaça hermética 1, permitindo que o conjunto mecânico do compressor se movimente, em operação e em relação à carcaça hermética 1, sem descaracterizar a sucção direta.

[0042] Na construção ilustrada na figura 2, o extremo de montagem 41 da câmara equalizadora 40 é fixado na extensão rígida 21 do tubo 20, aberto para o interior desse último e afastado do primeiro extremo 20a do tubo 20, por uma distância D definida para prover, em conjunto com a extensão longitudinal da câmara equalizadora 40, uma otimizada impedância acústica para o arranjo de sucção, em uma respectiva faixa de frequência operacional da válvula de sucção 8b. Nessa configuração da figura 2, o primeiro extremo 20a do tubo 20 é fixado na entrada de gás 11 do abafador de sucção 10, não se projetando para o interior do muffler, situação na qual a câmara equalizadora 40 tem seu contorno periférico externo afastado não só do tubo 20 mas também do abafador de sucção 10.

[0043] Entretanto, na construção ilustrada na figura 3, a porção rigida 21 do tubo 20 projeta-se para o interior do abafador de sucção 10, através da entrada de gás 11 desse último, para ter o primeiro extremo 20a do tubo 20 afastado da entrada de gás 11, para o interior do abafador de sucção 10. Nesse caso, a projeção do tubo 20 para o interior do abafador de sucção 10 deve ser feita de modo a manter a referida distância D entre o primeiro extremo 20a do tubo 20 e o extremo de montagem 41 da câmara equalizadora 40, independentemente do distanciamento entre o referido extremo de montagem 41 e a entrada de gás 11 do abafador de sucção 10 .

[0044] Na figura 3 é ilustrada uma construção na qual a câmara equalizadora 40 é externamente incorporada, em peça única, a uma porção de parede lateral do corpo oco 10a do abafador de sucção 10. Nesse caso, o tubo 20 deverá projetar-se para o interior do abafador de sucção 10 por uma extensão capaz de definir, entre seu primeiro extremo 20a e o extremo de montagem 41 da câmara equalizadora 40, a distância D adequada para prover, em conjunto com a extensão longitudinal da câmara equalizadora 40, uma otimizada impedância acústica em uma respectiva faixa de frequência operacional da válvula de sucção 8b.

[0045] A câmara equalizadora 40 é dimensionada e posicionada em relação ao primeiro extremo 20a do tubo 20 de modo a maximizar a impedância acústica no sistema de sucção e a eficiência energética do compressor, evitando a mistura do gás refrigerante, contido no interior da carcaça hermética 1, com aquele fornecido pela linha de sucção e passante pelo abafador de sucção 10, para ser liberado à válvula de sucção 8b e impedindo ainda indesejáveis variações de pressão no interior do abafador de sucção 10, durante a operação do compressor. Para atender aos objetivos funcionais propostos, a câmara equalizadora 40 é construída para definir um volume interno capaz de liberar, ao sistema de sucção, definido pelo tubo 20 e pelo abafador de sucção 10 e dentro de um intervalo de tempo correspondente ao de abertura da válvula de sucção 8b, um volume de gás de equalização menor que o volume interno da câmara equalizadora e suficiente para manter a pressão no tubo 20 e no abafador de sucção 10 do sistema de sucção dentro de uma determinada faixa compatível com o grau de eficiência energética a ser obtido no compressor. O referido volume interno é preenchido com uma nova carga de gás refrigerante proveniente da linha de sucção 9, quando do fechamento da válvula de sucção 8b, sem que essa nova carga de gás refrigerante seja passada para o interior da carcaça hermética 1, mesmo que parcialmente.

[0046] Considerando que o volume de gás de equalização pode variar em função das condições operacionais do compressor no sistema de refrigeração em que ele for aplicado, o volume interno total da câmara equalizadora 40 é necessariamente maior que o maior volume de gás de equalização esperado no funcionamento do compressor e preferivelmente pelo menos 20% maior que o dito maior volume de gás de equalização.

[0047] A câmara equalizadora 40 é preferivelmente construída para ter uma primeira porção A de seu volume interno, adjacente ao extremo de montagem 41 e tendo seu volume interno correspondendo de 50% a 80% do volume total interno da câmara equalizadora 40 e pelo menos igual ao volume de gás de equalização, sendo dita primeira porção A preenchida, alternadamente, totalmente com gás refrigerante e parcialmente proveniente do abafador de sução 10 e com gás proveniente de uma segunda porção B da câmara equalizadora 40 adjacente ao extremo livre 42 dessa última e que define o restante de seu volume interno, quando da operação normal do compressor. Com isso, o gás contido no interior da carcaça hermética 1 não chega a passar para o interior do abafador de sucção 10 através do extremo de montagem 41 da câmara equalizadora 40, durante a operação normal do compressor.

[0048] Durante a operação do compressor, a primeira porção A do volume interno da câmara equalizadora 40, adjacente ao extremo de montagem 41 dessa última, define um volume de gás refrigerante pulsante, volume este correspondente ao volume de gás de equalização e que é rapidamente liberado para o interior do abafador de sucção 10, através de uma extensão do tubo 20, durante o ciclo de abertura da válvula de sucção 8b, para evitar uma indesejável queda de pressão no interior do abafador de sucção 10 e do tubo 20.

[0049] Com o fechamento da válvula de sucção 8b e com a continuidade do fornecimento de gás refrigerante proveniente da linha de sucção 9, a pressão no interior do abafador de sucção 10 e do tubo 20 tende a se elevar, produzindo o preenchimento do dito volume de gás pulsante da primeira porção A da câmara equalizadora 40, com uma nova carga de gás refrigerante recebido da linha de sucção 9 através do tubo 20, antes de sua alimentação ao interior do abafador de sucção 10. Com isso, o volume de gás refrigerante originalmente contido na segunda porção B da câmara equalizadora 40, adjacente ao seu extremo livre 42 e que havia ocupado o volume de gás refrigerante pulsante na primeira porção A da câmara equalizadora 40, é retornado para a segunda porção B da câmara equalizadora 40. Assim, a primeira porção A da câmara equalizadora 40 libera e recebe um volume pulsante de gás refrigerante não misturado com aquele aquecido no interior da carcaça hermética 1, enquanto que a segunda porção B da câmara equalizadora 40 recebe da carcaça hermética 1 e libera de volta para essa última, um correspondente volume pulsante de gás refrigerante aquecido à temperatura interna da carcaça hermética 1, sem que esse volume de gás pulsante aquecido alcance, através da abertura de montagem 41 da câmara equalizadora 40, o tubo 20 e o interior do abafador de sucção 10.

[0050] Na configuração construtiva ilustrada nos desenhos, o extremo de montagem 41 da câmara equalizadora 40 apresenta uma área de secção transversal pelo menos igual à menor área de secção transversal da câmara equalizadora 40, sendo que o extremo livre 42 da câmara equalizadora 40 apresenta uma área de seção transversal igual àquela do extremo de montagem 41, e sendo que a câmara equalizadora 40 apresenta uma mesma área de seção transversal constante desde seu extremo de montagem 41 até seu extremo livre 42.

[0051] A câmara equalizadora 40 apresenta, preferivelmente, sua seção transversal constante sendo ainda dimensionada para que possam ser simultaneamente obtidos: um volume de gás pulsante na primeira porção A da câmara equalizadora 40, compativel com o volume de gás de equalização; e a liberação do volume de gás pulsante do interior da dita primeira porção A para o interior do abafador de sucção 10, em um tempo compatível com aquele de abertura da válvula de sucção 8b, sem exigir aumento de gasto de energia na liberação do volume de gás pulsante para o interior do abafador de sucção 10.

[0052] Para reduzir ainda mais a troca térmica entre o gás refrigerante contido no interior da câmara equalizadora 40 e o gás refrigerante contido no interior da carcaça hermética 1, pelo menos parte da extensão longitudinal da câmara equalizadora 40 pode ser interna e/ou externamente provida de um revestimento isolante térmico 50, construído em qualquer material adequado e compatível com o gás refrigerante sendo usado pelo compressor e ainda com as condições de temperatura e pressão no interior da carcaça hermética [0053] Assim, apesar de terem sido aqui ilustradas apenas duas configurações para o arranjo de sucção em questão, deve ser entendido que poderão ser feitas diversas alterações de forma e de disposição das diferentes partes componentes, sem que se fuja do conceito inventivo definido no quadro reivindicatório que acompanha o presente relatório.

REIVINDICAÇÕES

Claims (12)

1. Arranjo de sução para um compressor hermético alternativo montado no interior de uma carcaça hermética (1) , dito arranjo compreendendo: um abafador de sucção (10) provido de uma entrada de gás (11) conectada a uma linha de sucção (9) e de uma saida de gás (12) conectada a uma válvula de sucção (8b) do compressor; e uma câmara equalizadora (40), em forma de tubo alongado, tendo um extremo de montagem (41) mantido em comunicação com o interior do abafador de sucção (10) e um extremo oposto livre (42) aberto para o interior da carcaça hermética (1), sendo o arranjo caracterizado pelo fato de compreender ainda um tubo (20) tendo um primeiro extremo (20a), aberto para o interior do abafador de sucção (10) através da entrada de gás (11) desse último, e um segundo extremo (20b) conectado à linha de sucção (9), dito tubo (20) conectando direta e hermeticamente a linha de sucção (9) ao abafador de sucção (10), e compreendendo uma porção rígida (21) fixada a uma das partes de linha de sucção (9) e entrada de gás (11) e uma porção flexível (22) conectada a outra de ditas partes, sendo provida pelo menos uma câmara equalizadora (40) tendo seu contorno periférico externo afastado do tubo (20) e tendo seu extremo de montagem (41) fixado na dita porção rígida (21), aberto para o interior dessa última e afastado do primeiro extremo (20a) do tubo (20) por uma distância (D) definida para prover, em conjunto com a extensão longitudinal da câmara equalizadora (40), uma otimizada impedância acústica para o arranjo de sucção, em uma respectiva faixa de frequência operacional da válvula de sucção (8b).

2. Arranjo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de a câmara equalizadora (40) definir um volume interno maior que 35% do volume de gás de equalização esperado na operação do compressor e que libera, ao tubo (20) e ao abafador de sucção (10), dentro de um intervalo de tempo correspondente ao de abertura da válvula de sucção (8b), um volume de gás de equalização menor do que o volume interno da câmara equalizadora e suficiente para manter a pressão no tubo (20) e no abafador de sucção (10) dentro de uma determinada faixa compatível com o grau de eficiência energética a ser obtido no compressor.

3. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado pelo fato de o volume interno da câmara equalizadora (40) ser pelo menos 20% maior que o volume de gás de equalização.

4. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de a câmara equalizadora (40) ter uma primeira porção (A), adjacente ao extremo de montagem (41) e tendo seu volume interno correspondente a 50% a 80% do volume total interno da câmara equalizadora (40) e pelo menos igual ao volume de gás de equalização, e uma segunda porção (B) adjacente ao extremo livre (42) da câmara equalizadora (40) e definindo o restante do volume interno dessa última, sendo a primeira porção (A) preenchida, alternadamente, totalmente com gás refrigerante proveniente do abafador de sução (10) e parcialmente com gás proveniente da segunda porção (B) da câmara equalizadora (40).

5. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de o extremo de montagem (41) da câmara equalizadora (40) apresentar uma área de secção transversal pelo menos igual à menor área de secção transversal da câmara equalizadora (40) .

6. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de o extremo livre (42) da câmara equalizadora (40) apresentar uma área de seção transversal igual àquela do extremo de montagem (41).

7. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de a câmara equalizadora (40) apresentar uma mesma área de seção transversal constante desde seu extremo de montagem (41) até seu extremo livre (42) .

8. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de o tubo (20) ter seu primeiro extremo (20a) definido na porção rígida (21) e fixado na entrada de gás (11) do abafador de sucção (10) e seu segundo extremo (20b) definido na porção flexível (22) e conectado à linha de sucção (9), sendo o contorno periférico externo da câmara equalizadora (40) afastado do abafador de sucção (10).

9. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de o tubo (20) ter seu primeiro extremo (20a) definido na porção rígida (21) que se projeta para o interior do abafador de sucção (10), através da entrada de gás (11) desse último, mantendo o primeiro extremo (20a) afastado da entrada de gás (11) e no interior do abafador de sucção (10), sendo o segundo extremo (20b) do tubo (20) definido na porção flexível (22) e conectado à linha de sucção (9) e sendo a câmara equalizadora (40) externamente incorporada, em peça única, ao abafador de sucção (10) e tendo uma porção de parede comum com esse último.

10. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 8 e 9, caracterizado pelo fato de a porção rígida (21) do tubo (20) apresentar um extremo de saída (21a) definindo o primeiro extremo (20a) do tubo (20) e um extremo de entrada (21b), sendo a porção flexível (22) do tubo (20) formada em peça distinta daquela da porção rígida (21) e apresentando um extremo de fixação (22a) telescopicamente encaixado e retido no extremo de entrada (21b) da porção rígida (21) e um extremo de ligação (22b) incorporando um flange periférico (22c) assentado contra uma face interna da carcaça hermética (1), concentricamente à linha de sucção (9).

11. Arranjo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo fato de pelo menos parte da extensão longitudinal da câmara equalizadora (40) ser provida de um revestimento isolante térmico (50).

12. Compressor hermético alternativo, caracterizado pelo fato de compreender um arranjo de sucção tal como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 11.