“PROCESSO E SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO E RASTREAMENTO DE PRODUTOS DE UMA LINHA DE PRODUÇÃO” CAMPO TÉCNICO A presente invenção está relacionada a processos empregados em redução de falsificação de produtos. Mais particularmente, a presente invenção está relacionada a processos que permitem um melhor controle e rastreamento de produtos de modo a dificultar ao máximo qualquer tipo de falsificação.
DESCRIÇÃO DO ESTADO DA TÉCNICA
Em razão do forte apelo ao consumo estabelecido houve um considerável aumento da preocupação com a falsificação de produtos e sonegação de impostos, tanto do setor público quanto do setor privado. A todo instante nos deparamos com ações do poder público no combate à pirataria, seja por meio de propagandas institucionais ou pela repressão policial com a apreensão de produtos falsificados. Inobstante esse esforço para diminuição dessa prática delitiva e desleal, pois o país deixa de arrecadar em tributos pela falsificação de produtos e sonegação de impostos, todas essas medidas ainda são insuficientes para impedir a continuidade do problema. A falsificação de produtos e sonegação de impostos causa prejuízos à sociedade, individualmente analisada, e ao Estado. Isso porque prejudica a integridade e credibilidade das empresas detentoras de determinadas marcas ou patentes, que passam a ter sérios prejuízos com a perda do mercado para os produtos pirateados; causa perdas de direitos autorais; gera produtos de baixa qualidade e fora dos padrões técnicos estabelecidos, o que pode causar prejuízos à saúde e segurança do consumidor; gera perdas de receitas do Estado; causa o esvaziamento de postos de trabalho, pois a concorrência desleal derivada dos produtos falsificados acarreta a inevitável perda de faturamento das empresas; por fim há o aumento da violência, pois já se comprovou que o lucro obtido com as vendas de produtos falsificados financia o crime organizado.
Isso porque o consumidor que compra um produto falsificado, por vezes não poderá se valer do sistema protetivo da lei 8078/90 em caso da ocorrência de um vício ou defeito nesse produto. É claro que há uma presunção legal de que o produto colocado em circulação foi introduzido na cadeia de consumo pelo fornecedor. Todavia, essa presunção não é absoluta e pode ser ilidida por prova em contrário.
Portanto, se o fornecedor do produto, enquanto fabricante, construtor, produtor ou importador, comprovar que não introduziu no mercado de consumo o produto viciado ou defeituoso, não poderá ser responsabilizado pelos danos dele decorrentes. Não há nenhuma vantagem em se adquirir um produto falsificado. Ao contrário, há inúmeras e graves consequências para o consumidor, sob ponto de vista individual, da sociedade e do Estado.
Hoje produtos são fabricados em grandes quantidades com uso de diversas matérias-primas, embalagens, características personalizadas e autenticáveis, de específicos Market Share, dentre outros aspectos.
Questão de autenticidade em especial é relevante tendo em vista a necessidade de alguns produtos de alto valor agregado, por exemplo ou em mercados altamente competitivos de serem diferenciados por características intrínsecas, de cópias ou produtos nos quais competem na mesma fatia de mercado. A despeito do valor agregado ou suas características especiais, é indiscutível a importância de garantir a qualidade e a quantidade de produtos fabricados. Não só pelo aspecto econômico, mas também pelo possível aspecto de exclusividade ou ainda pela necessidade de sua diferenciação, seja pelo consumidor ou por qualquer outro ente com especificidades no seu campo de atuação, sejam entes públicos ou privados. O Estado da Técnica vale-se de recursos dos mais variados para controlar a fabricação de produtos, indo do controle, origem e especificidades, de matérias-primas, como em impressos de segurança, por exemplo, contagem de produtos fabricados e um batimento entre o que foi utilizado para gerar os produtos. Sendo de esta forma possível obter-se, com razoável precisão de quanto foi envolvido para gerar certa quantidade de produtos.
Esta técnica não é precisa o suficiente para garantir a quantidade produzida e nem outras variáveis envolvidas no processo de fabricação. A técnica atual ainda vale-se de recursos para garantir a autenticidade dos produtos em especial verificando alguma característica nas embalagens, podendo esta ser executando com diversas “técnicas” tais como, sensíveis a radiação ultravioleta ou infravermelho, elementos gráficos impressos com tintas sensíveis ao tato, como as calcográficas, entre outras. A presente invenção propõe remediar os inconvenientes das técnicas anteriores permitindo garantir a autenticidade dos produtos bem como as quantidades produzidas com técnica inovadora aplicada ainda no ambiente de fabricação.
OBJETIVOS DA INVENÇÃO
O objetivo da presente invenção é o de prover um eficiente processo e sistema de identificação e rastreamento de produtos de uma linha de produção, permitindo que, posteriormente, tais produtos comercializados possam ser rastreados de forma eficiente e inequívoca. DESCRIÇÃO RESUMIDA DA INVENÇÃO
De forma a alcançar os objetivos acima descritos, a presente invenção provê um processo de identificação e rastreamento de produtos de uma linha de produção, compreendendo as etapas de: (a) reconhecer cada ura dos produtos, (b) gerar digitalraente pelo menos um código de identificação para cada um dos produtos, (c) imprimir, para cada um dos produtos, o pelo menos um código diretamente no produto correspondente, e (d) validar cada um dos códigos impressos nos produtos. A presente invenção ainda provê um sistema capaz de realizar o processo acima descrito.
DESCRIÇÃO DAS FIGURAS A descrição detalhada apresentada adiante faz referência às figuras anexas, as quais: - a figura 1 ilustra um diagrama de blocos do processo de acordo com a concretização preferencial da presente invenção; - a figura 2 ilustra um fluxograma das etapas do processo da presente invenção.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO A descrição que se segue partirá de uma concretização preferencial da invenção. Como ficará evidente para qualquer técnico no assunto, no entanto, a invenção não está limitada a essa concretização particular.
As figuras 1 e 2 ilustram de forma geral o processo de identificação e rastreamento de produtos de uma linha de produção. A solução apresentada a seguir foi desenhada de modo a permitir o controle quantitativo da produção, reconhecimento da marca comercial, geração de códigos digitais, impressão dos códigos, validação dos códigos e registro em base de dados. A presente invenção contempla um Sistema Central - SC, que permite o acompanhamento do ciclo de produção através de ferramentas de software, alem de dispositivos móveis capazes de ler e autenticar o código impresso no produto, que serão mais bem detalhados abaixo. O SC, em particular, consiste em uma central gerenciadora e centralizadora que permite o acompanhamento de todo ciclo de produção. Esta pode ser, por exemplo, um processador conectado a todas as ferramentas empregadas no processo e sistema de acordo com a presente invenção. A primeira etapa do processo de acordo com a presente invenção está relacionada ao reconhecimento de cada um dos produtos na linha de produção. Esta etapa realiza o reconhecimento da marca comercial a partir do reconhecimento de características da embalagem do produto em uma linha de produção. O reconhecimento automatizado da marca comercial do produto é realizado por meio da comparação de imagens do produto com um gabarito previamente armazenado no sistema de informação e/ou por meio da leitura do seu código de barras comercial.
Em uma concretização da presente invenção, a comparação de imagens do produto acima mencionada pode ser realizada através do armazenamento prévio dos gabaritos das imagens das embalagens dos produtos da linha de produção. Cada um dos gabaritos pode ser armazenado através do mapeamento de subdivisões da imagem e/ou de cada um de seus pixels, quantizando, por exemplo, a intensidade das cores em cada uma dessas subdivisões e a posição que esta subdivisão ocupa na referida imagem. Assim, pode-se realizar o mesmo procedimento para as imagens detectadas nas embalagens dos produtos na linha de produção e realizar a comparação dos parâmetros mapeados entre a imagem detectada e os gabaritos armazenados. Caso a comparação entre a imagem detectada e um dos gabaritos resulte em uma similaridade superior a um determinado limiar, a embalagem do produto é então identificada e associada a um referido produto correspondente. A segunda etapa do processo de acordo com a presente invenção está relacionada a gerar digitalmente pelo menos um código de identificação para cada um dos produtos da linha de produção. Esta etapa compreende a geração sistêmica de códigos digitais de forma segura, lançando mão de técnicas de criptografia e que garanta a unicidade do produto em uma linha de produção, através da geração automática de códigos a serem impressos no corpo ou em qualquer meio a ser aplicado ao objeto. O formato do código pode ser numérico ou alfanumérico, incrementáveis em qualquer ordem, sobre qualquer estrutura pré-definida pelo cliente da solução. Pode-se operar com as mais variadas tipologias, podendo ser além de códigos numéricos ou alfanuméricos, códigos de barras lineares e em 2D, tais como Datamatrix, QRcode ou pdf417.
Na criação de um código único e que possua mecanismos de garantia de sua origem, é usado ferramenta de software geradora possua uma ou mais sementes. Semente é toda e qualquer informação, seja ela fixa ou variável, utilizada para alimentar um motor criptográfico e com isso, resultar em novas sementes ou chaves de alta entropia.
Preferencialmente, as sementes criptográficas são geradas com base em algoritmos de segredo compartilhado (Sistema Shamir’s Secret Sharing, por exemplo) a fim de prevenir ações unilaterais dos custodiantes das sementes.
Pode-se empregar chaves criptográficas simétricas e/ou assimétricas, tendo estas tipo e tamanho compatíveis com as boas práticas de mercado e recomendações do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI).
Preferencialmente, toda a comunicação via sistema que seja realizada com o gerador de códigos é estabelecida através do protocolo Transport Layer Security (TLS) com autenticação mútua e com uso de certificado digital para o fim apropriado e emitido por uma autoridade certificadora homologada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). A terceira etapa do processo de acordo com a presente invenção está relacionada à impressão dos códigos gerados digitalmente na etapa anterior. Preferencialmente, realiza-se a impressão diretamente sobre a embalagem do produto através de um processo único e exclusivo que garanta autenticidade (origem) do código impresso no produto. Opcionalmente, pode-se também realizar uma marcação com base nos códigos digitais em um substrato que será posterior mente aplicado/colado na embalagem do produto.
Preferencialmente, a impressão do objeto na linha de produção é feita com impressoras de jato de tinta industriais de alta velocidade com tinta indelével visível ou invisível. Esta tinta possui características forenses que garantem autenticidade da origem do código.
Em uma etapa adicional do processo de acordo com a presente invenção, realiza-se controle quantitativo da produção. Para tal, a presente invenção realiza a contagem individual de objetos que passam em uma linha de produção por meio de sensores de presença e/ou proximidade disposta de forma estratégica e redundante na linha de produção, permitindo a contagem dos produtos, independentemente das suas condições de transparência, cor, forma ou textura. Esta etapa é preferencialmente realizada antes da etapa de reconhecimento da marca/embalagem dos produtos na linha de produção. Altemativamente, esta etapa é realizada somente após a impressão dos códigos nos produtos.
Por exemplo, a contagem dos produtos pode ser realizada através de pelo menos um sensor de identificação dos espaços entre os produtos e/ou de pelo menos um sensor capaz de identificar o tamanho dos produtos ao longo do trecho final de uma esteira de produção. O tamanho do produto, mais especificamente seu comprimento, pode ser determinado através da calibração da velocidade da esteira. Pode-se, por exemplo, realizar uma contagem inicial baseada na quantidade de espaços entre cada um dos produtos. Para o caso de produtos muito próximos, onde não há um espaçamento entre eles, pode-se identificar do tamanho do objeto. Caso o tamanho do objeto identificado pelo sensor seja duas ou três vezes maior que o tamanho padrão de um produto na linha de produção, sabe-se, portanto, que havería ali dois ou três objetos relativamente próximos entre si. Dessa forma, adiciona-se esse fator de correção à contagem inicial baseada nos espaçamentos entre os produtos. O processo de acordo com a presente invenção ainda provê uma etapa de validação dos códigos impressos nos produtos. Esta etapa compreende leitura e autenticação do código impresso no produto com o objetivo de validação do mesmo. Nesta etapa pode ser verificada a qualidade da impressão dos códigos, e a validação e registro do código atribuído ao objeto. A presente invenção ainda provê uma etapa registro das informações obtidas em todas as etapas anteriores, tais como identificação dos produtos, contagem dos mesmos e códigos associados a cada um deles, em um banco de dados também controlado pelo SC. Tais informações podem ser armazenadas em um ou mais datacenters em comunicação com o SC, conforme ilustrado nas figuras 1 e 2.
Dessa forma a presente invenção provê um eficiente processo de identificação e rastreamento de produtos de uma linha de produção, permitindo que, posteriormente, tais produtos comercializados possam ser rastreados de forma eficiente e inequívoca. Por exemplo, pode-se utilizar um equipamento portátil com o objetivo de validar o código de maneira única e exclusiva. A verificação do código é um procedimento que consiste na comprovação do formato e origem do mesmo. Este processo poderá ser realizado através do reconhecimento de características únicas e exclusivas inseridas na tinta usada para impressão do código e/ou através de operações criptográficas que, com base nas sementes de geração, comprovem a legitimidade do código. O equipamento verificador pode ser capaz, por exemplo, de recuperar as sementes criptográficas utilizadas na geração dos códigos e de validar a autenticidade e integridade de um código.
Como já mencionado anteriormente, a presente invenção também provê um sistema capaz de executar o processo acima descrito. Tal sistema compreende, além do SC, todos os já mencionados equipamentos responsáveis pela execução das etapas acima descritas.
Inúmeras variações incidindo no escopo de proteção do presente pedido são permitidas. Dessa forma, reforça-se o fato de que a presente invenção não está limitada às configurações/concretizações particulares acima descritas.
REIVINDICAÇÕES