BR102012030520A2 - Sistema refratário nanoestruturado de elevada resistência à erosão e ao choque térmico - Google Patents

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Eduardo Prestes
Mariana De Albuquerque Lima Braulio
Jorivaldo Medeiros
Daniel Telhado Gomes
Jordana Luiza Da Costa Veiga
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Petroleo Brasileiro Sa
Univ Fed De Sao Carlos Ufscar
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SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO. A presente invenção faz referência a um sistema refratário nanoestruturado de elevada resistência à erosão, compreendendo agentes ligantes coloidais, tais como sílica ou alumina, e aditivos sinterizantes. A combinação da maior reatividade das partículas nanométricas dos ligantes com a capacidade de sinterização em baixa temperatura permite a produção de materiais de elevada resistência à erosão quando expostos a temperaturas até 1000<198>C.

Description

SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO
CAMPO DA INVENÇÃO
A presente invenção se aplica ao campo petroquímico e se refere a um sistema refratário nanoestruturado de elevada resistência à erosão e ao choque térmico, o qual compreende agentes Iigantes como a sílica e a alumina coloidal, além de aditivos sinterizantes, como o alumínio metálico e o carbeto de boro.
FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO Na indústria petroquímica, o termo erosão refere-se ao desgaste dos
materiais refratários ocasionado pelo impacto das partículas sólidas do catalisador utilizado durante o processo de craqueamento do petróleo em unidades de processamento e produção.
Em unidades de craqueamento catalítico fluido (UFCC) de petróleo, a resistência à erosão/abrasão determina a vida útil do revestimento refratário, uma vez que a geração de trincas no material possibilita a deposição do coque por condensação nos vazios disponíveis.
Além disso, os materiais aplicados em UFCC também estão sujeitos a danos por choque térmico, o que resulta na formação de trincas que aumentam o desgaste por erosão. Deste modo, outra característica que se faz necessária é a de elevada integridade estrutural sob variações cíclicas de temperatura.
Em áreas de maior erosão, como os ciclones, são utilizadas massas refratárias de alta alumina aplicadas por socagem manual ou mecanizada em malhas hexagonais.
Estes materiais apresentam um volume erodido de cerca de 3 cm3 após queima a 815°C (conforme ensaio de erosão executado de acordo com a norma ASTM C 704.
Nesta mesma condição, concretos empregados em riser e aplicados por vibração ou autoescoamento devem apresentar uma erosão inferior a 12 cm3.
Assim, com o objetivo de proporcionar uma elevada resistência à erosão e choque térmico aos materiais refratários, a presente invenção propõe uma formulação distinta daquelas comumente utilizadas.
Ao invés de Iigantes tradicionais, tal como o cimento de aluminato de
cálcio, utiliza-se suspensões aquosas de partículas coloidais de sílica ou alumina (nanométricas), que aumentam a reatividade do sistema refratário, além de aditivos sinterizantes, os quais conferem maior capacidade de sinterização em baixa temperatura.
A tecnologia descrita na presente invenção pode ser utilizada em
composições refratárias para aplicação por vibração, autoescoamento e projeção pneumática, bem como em massas plásticas para instalação por socagem manual ou mecanizada.
O sistema refratário da presente invenção apresenta índices de desgaste por erosão inferiores a 1 cm3, indicando a possibilidade de aumento de vida útil do material refratário e redução do lucro cessante decorrente de paradas para a manutenção dos mesmos.
TÉCNICA RELACIONADA
Documentos do estado da técnica fazem referência a composições refratárias não específicas para uso em petroquímica, sendo relacionadas, também, a materiais para aplicação na indústria de produção de aço.
O documento de anterioridade US 5,494,267, por exemplo, descreve uma composição refratária especialmente projetada para dispositivos que acondicionem metal líquido, sendo esta aplicada por bombeamento e 25 compreendendo de 36% a 92% em peso de carbeto de silício, de 8% a 20% em peso de sílica coloidal como agente ligante, dentre outros constituintes, que podem incluir alumina, microssílica, grafite e agentes de pega.
Já o documento US 6,528,011 relata um sistema refratário ligado por sílica coloidal para uso em fornos a arco elétrico, os quais são responsáveis pela conversão de sucata metálica em ferro fundido e aço. O sistema é composto por 55% a 90% em peso de alumina, 2,5% a 30% em peso de carbeto de silício, 2% a 20% em peso de sílica e 0,1% a 4% em peso de carbono.
Ainda, o documento EP 425086 descreve uma composição de um
concreto para uso em calhas, canais de corrida e outros possíveis sistemas de acondicionamento e processamento de ferro fundido e aço, o qual é composto por 55% a 90% em peso de um agregado refratário de base (tal como argila calcinada, mulita, alumina eletrofundida marrom ou 10 alumina tabular), carbeto de silício em uma proporção de até 35% em peso e 8% a 14% em peso de sílica coloidal dispersa em água.
O documento de anterioridade Pl 0802121-0, por exemplo, se refere ao uso associado da sílica coloidal com fibras inorgânicas, com o objetivo de minimizar os problemas de trincas e fissuras superficiais em peças refratárias.
Nenhum dos documentos do estado da técnica faz referência ao uso combinado de Iigantes coloidais e aditivos sinterizantes para a obtenção de materiais de elevada resistência ao desgaste por erosão e ao choque térmico para aplicação na indústria petroquímica.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
Esta invenção descreve um sistema refratário nanoestruturado de elevada resistência à erosão e ao choque térmico, compreendendo de 50% a 90% em peso de agregados refratários; de 5% a 40% em peso de alumina; de 0% a 10% em peso de microssílica; de 0,05% a 10% em peso de aditivos sinterizantes.
Adicionalmente, o sistema compreende de 5% a 20% em peso de uma suspensão aquosa de sílica ou alumina coloidal com concentração entre 30% a 60% em peso; de 0,01% a 2% em peso de aditivos dispersantes e/ou agentes gelificantes; de 0% a 2% em peso de agentes plastificantes e/ou Iigantes fosfatados e de 0% a 5% em peso de água, estes componentes estando presentes com base na soma total dos constituintes.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
A presente invenção se refere a sistemas refratários 5 nanoestruturados de elevada resistência à erosão e ao choque térmico pelo uso, em particular, de ligantes, em especial a alumina ou sílica coloidal, em combinação com aditivos sinterizantes tal como o carbeto de boro e/ou Al metálico. Tais sistemas refratários são úteis, principalmente, para aplicação em unidades de craqueamento catalítico fluido de petróleo 10 (UFCC).
Nestes sistemas, componentes como a sílica e a alumina coloidal proporcionam maior facilidade de secagem. Além disto, os sistemas também apresentam excelente integridade estrutural quando submetidos a variações cíclicas de temperatura, permitindo resfriamentos ou aquecimentos rápidos, sem a ocorrência de danos ou trincamento.
Já os aditivos sinterizantes, como o alumínio metálico e o carbeto de boro úteis para o sistema da presente invenção induzem à formação de uma fase líquida transiente em temperaturas inferiores a 1 .OOO0C, sendo esta responsável por uma maior densificação do material ao primeiro contato com temperatura elevada.
De forma mais específica, o sistema refratário nanoestruturado de elevada resistência à erosão e ao choque térmico da presente invenção compreende:
- de 50% a 90% em peso de agregados refratários;
- de 5% a 40% em peso de alumina;
- de 0% a 10% em peso de microssílica; e
- de 0,05% a 10% em peso de aditivos sinterizantes.
Com base na soma total dos constituintes, são adicionados:
- de 5% a 20% em peso de uma suspensão aquosa de sílica ou alumina coloidal com concentração entre 30% a 60% em peso; - de 0,01% a 2% em peso de aditivos dispersantes e/ou agentes gelificantes;
- de 0% a 2% em peso de agentes piastificantes e/ou Iigantes fosfatados; e
- de 0% a 5% em peso de água (água adicional).
Os agregados refratários são selecionados do grupo que consiste em: alumina tabular, alumina eletrofundida, sílica fundida, bauxita, mulita calcinada ou eletrofundida, chamotes sílico-aluminosos, chamotes aluminosos, andaluzita, zircônia, grãos eletrofundidos de alumina-zircônia e mulita-zircônia e outros agregados refratários.
A escolha dos agregados refratários a serem empregados no sistema refratário depende do local de aplicação de tais revestimentos.
As aluminas tabulares ou aluminas eletrofundidas, por exemplo, são agregados de elevada dureza úteis quando os sistemas refratários objeto da presente invenção tem aplicação em ciclones, já que neste caso não há restrições em relação à condutividade térmica do sistema refratário.
Já quando tais sistemas são utilizados em risers, existe a necessidade de uma baixa densidade aparente e condutividade térmica reduzida. Sendo assim, é preciso optar por outros tipos de agregados, tais 20 como: sílica fundida, bauxita, mulita ou chamotes sílico-aluminosos. Dentre os exemplos citados, a sílica fundida é a que possibilita os mais baixos valores de densidade aparente e condutividade térmica. Adicionalmente, o seu coeficiente de expansão linear extremamente reduzido contribui para obtenção de elevada resistência ao dano por choque térmico cíclico.
O agregado de mulita, em especial, apresenta características
intermediárias entre a alumina tabular ou eletrofundida e a sílica fundida. Portanto este material pode ser uma opção mais adequada quando se deseja aliar boa resistência à erosão e ao choque térmico com menor condutividade térmica.
A alumina, utilizada em concentrações variando de 5% a 40% em peso, pode ser do tipo calcinada ou reativa ou um material aluminoso compreendendo mais de 50% em peso de AI2O3 ou bauxita. A alumina reativa ou calcinada apresenta, em geral, distribuição granulométrica bimodal com diâmetro médio de 2 pm a 3 pm ou mono-modal com diâmetro <1 pm.
Já a microssílica deve possuir área superficial específica próxima a 20 m2/g e tem a função de contribuir para um melhor empacotamento do sistema refratário, possibilitando o aumento da fluidez.
Para promover a ligação entre os agregados, alumina calcinada ou reativa, microssílica e aditivos sinterizantes utilizam-se uma suspensão aquosa de sílica ou alumina coloidal com concentração entre 30% e 60% em peso.
Ligantes fosfatados, tal como o hexametafosfato de sódio, podem ser utilizados no sistema desenvolvido e o CMC (carboximetilcelulose) pode ser utilizado como agente plastificante para a produção de massas plásticas.
Adicionalmente, o ácido cítrico pode ser utilizado como aditivo dispersante para promover alterações na fluidez e o sínter de MgO, como agente gelificante, servindo para o ajuste do tempo de pega.
De acordo com o ajuste granulométrico adotado o sistema refratário
pode ser adequado para aplicação por vibração, autoescoamento, projeção pneumática e socagem manual ou mecanizada.
Exemplos da invenção:
Os exemplos citados são ilustrativos, não Iimitativos e correspondem a modalidades da invenção.
Com base neles, é possível comprovar a eficiência do uso de sílica ou alumina coloidal em combinação com os aditivos sinterizantes alumínio metálico e/ou carbeto de boro na otimização da resistência à erosão de sistemas refratários.
Exemplo 1: A Tabela 1 apresenta exemplos da proporção entre os componentes do sistema refratário para concretos a base de alumina tabular, mulita e sílica fundida.
TABELA 1 CONCRETOS A BASE DE ALUMINA TABULAR, MULITA E SÍLICA FUNDIDA Matérias- Especificação Alumina Mulita Sílica primas (%-p) Tabular Fundida Alumina D £ 6 mm 86 - 16 Tabular Mulita D £ 6,73 mm - 85,5 Sílica D £ 4,75 mm - - 70 Fundida Alumina CL370 e/ou 9,5 10 10 Reativa ou Al OOOSG Calcinada Microssílica MS971D 2 2 2 Aditivos Alumínio Metálico 2,5 2,5 2 Sinterizantes e/ou Carbeto de boro Ligante Sílica ou Alumina 7 13 8,7 Coloidal Coloidal Aditivo Ácido Cítrico - 0,1 Dispersante Aditivo Sínter de MgO 0,01 0,04 0,01 Gelificante MÉTODO DE APLICAÇÃO Vibração Autoescoamento Vibração As matérias-primas foram homogeneizadas e misturadas. Para isto, adicionou-se, inicialmente, cerca de 75% em peso de toda a suspensão coloidal e somente após a virada do concreto, ou seja, quando este já se apresentava como uma massa homogênea, os 25% restantes foram introduzidos. Para determinar as propriedades dos materiais, foram moldados corpos de prova para a realização de testes de caracterização. A cura foi realizada a 50°C em ambiente insaturado (na ausência de umidade) e, após a secagem a 1100C por 24 horas, efetuou-se a queima na temperatura de 815°C por 5 horas.
Os concretos produzidos foram submetidos aos ensaios de densidade aparente, módulo de ruptura a quente, resistência à erosão a frio, choque térmico cíclico e condutividade térmica.
A densidade aparente foi calculada utilizando-se o método de imersão de Archimedes (de acordo com a norma ASTM C 830-88).
O módulo de ruptura a 815°C foi determinado em uma máquina de flexão a três pontos, em que a velocidade de carregamento foi de 12,5 N/s, conforme a norma ASTM C 583-8.
Para a resistência à erosão, utilizaram-se amostras de dimensões 115 mm x 115 mm x 25 mm, as quais foram posicionadas à 90° em relação ao eixo de um jato de partículas erosivas de carbeto de silício, conforme a norma ASTM C 704.
No ensaio de resistência ao choque térmico cíclico, amostras de 150 mm x 25 mm x 25 mm foram aquecidas a 815°C e resfriadas ao ar 20 (AT=790°C). Este procedimento foi repetido até completar o total de 8 ciclos, sendo que, a cada 2 ciclos, o efeito do dano por choque térmico foi avaliado pela queda percentual do módulo elástico, conforme o método de ressonância de barras, conforme norma ASTM C 1198-91.
A condutividade térmica, em amostra previamente queimada a 815°C/10 horas, foi determinada para as temperaturas de 200°C, 400°C, 600°C e 815°C.
A técnica utilizada foi a do fio quente de acordo com a norma ASTM C 1113.
A Tabela 2 apresenta os resultados obtidos para os concretos nos diferentes ensaios de caracterização. TABELA 2 RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO PROPRIEDADE Alumina Mulita Sílica Tabular Fundida Densidade Aparente após Queima 3,11 ±0,01 2,60 ± 0,01 2,17 ±0,02 a 815°C/5 horas (g/cm3) Módulo de Ruptura a 815°C (MPa) 35,4 ± 4,0 22,5 ± 1,5 18,9 ±3,8 Resistência à Erosão a Frio após 1,5 ±0,6 3,1 ±0,4 5,8 ±0,3 Queima a 815°C/5 horas (cm3) Resistência Módulo Ciclo 0 111,3 ± 3,1 66,9 ±2,1 28,0 ±0,9 Ciclo 8 104,0 ±2,3 55,9 ± 1,8 24,9 ± 0,8 Redução 6,6 ± 0,8 16,5 ±0,7 10,8 ±0,4 Percentual (%) Condutividade 200°C 9,08 ± 0,27 1,83 ±0,03 1,27 ±0,01 Térmica 400°C 5,82 ± 0,27 1,73 ±0,04 1,41 ±0,04 (W/m.K) 600°C 5,05 ±0,18 1,64 ±0,01 1,44 ±0,03 815°C 4,10 ±0,07 1,69 ±0,06 1,66 ±0,02 A especificação para refratários aplicados em UFCC1 no que diz respeito ao desgaste por erosão da indústria petroquímica brasileira, é de no máximo 12 cm3 para materiais com densidade aparente inferior a 2,4 g/cm3 (concretos para aplicação em riser) e de 6 cm3 para os que 5 possuem densidade superior a 2,6 g/cm3 (massas refratárias aplicadas em ciclones).
O sistema a base de alumina tabular apresentou um desgaste por erosão extremamente reduzido quando comparado com a especificação da indústria petroquímica e com o valor de referência dos produtos comerciais (que é de 3 cm3), mostrando que este sistema se mostrou perfeitamente adequado para aplicação em ciclones. O concreto a base de sílica fundida foi mais indicado para uso em riser devido a sua condutividade térmica reduzida, sendo que o volume erodido de aproximadamente 6 cm3 é bastante satisfatório para um material com densidade aparente de 2,17 g/cm3.
O sistema a base de mulita permitiu aliar elevada resistência a
erosão com baixa condutividade térmica. Adicionalmente, o fato de ser um concreto autoescoante o torna uma solução inovadora para riser de UFCC.
Para todos os materiais obtidos, a redução percentual do módulo elástico após o ensaio de choque térmico foi muito baixa, indicando uma característica de elevada integridade estrutural quando submetidos a variações cíclicas de temperatura.
Exemplo 2:
A Tabela 3 apresenta exemplos da proporção entre os componentes para composições de concretos autoescoantes a base de alumina tabular.
TABELA 3 CONCRETOS AUTOESCOANTES A BASE DE ALUMINA TABULAR Matérias-primas (%-p) Especificação A1 A2 Alumina Tabular D £ 6 mm 81 81 Alumina Reativa CL370 e/ou Al OOOSG 17 18,5 ou Calcinada Aditivos Alumínio Metálico 2 0,5 Sinterizantes e/ou Carbeto de Boro Ligante Coloidal Alumina Coloidal 8 Sílica Coloidal - 8 Aditivo Dispersante Ácido Cítrico - 0,1 Aditivo Gelificante Sínter de MgO 0,01 0,02 Teor de Água Adicional (%-p) 1,3 1,0 15
Na composição A1, foram utilizados 2% em peso de aditivos sinterizantes e a alumina coloidal foi o Iigante selecionado. Não utilizou-se agente dispersante e o gelificante foi ajustado para o teor de 0,01% em peso.
A composição A2 fez uso de sílica coloidal e, neste caso, para uma melhor dispersão do sistema, houve a incorporação de 0,1% em peso de ácido cítrico. A condição mais adequada para a consolidação do material foi obtida para um teor de 0,02% em peso de sínter de MgO.
Nos dois casos, além da água proveniente da própria suspensão coloidal, um pequeno teor adicional introduzido durante a mistura foi utilizado com o objetivo de promover um aumento da fluidez.
As matérias-primas foram homogeneizadas e misturadas. Para isto, adicionou-se, toda a suspensão coloidal e a água adicional foi introduzida somente após a virada do concreto.
Para determinar as propriedades dos materiais, foram moldados corpos de prova para a realização de testes de caracterização. A cura foi realizada a 50°C em ambiente insaturado (na ausência de umidade) e, após a secagem a 1100C por 24 horas, efetuou-se a queima na temperatura de 815°C por 5 horas.
Os concretos produzidos foram submetidos aos ensaios de densidade aparente, módulo de ruptura a quente, resistência à erosão a frio, choque térmico cíclico e condutividade térmica, em testes tal como descritos no exemplo 1.
A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos para os concretos A1 e A2 nos diferentes ensaios de caracterização.
TABELA 4 RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO PROPRIEDADE A1 A2 Densidade Aparente após Queima 3,10 ±0,01 3,23 ± 0,01 a 815°C/5 horas (g/cm3) Módulo de Ruptura a 815°C (MPa) 34,1 ±2,1 54,7 ± 6,4 Resistência à Erosão a Frio após 1,4 ±0,3 1,1 ±0,0 Queima a 815°C/5 horas (cm3) Resistência Módulo Ciclo 0 189,5 ±8,9 144,7 ±4,4 Ciclo 8 170,1 ±12,8 134,8 ±8,7 (após 6 ciclos) Redução percentual (%) 10,3 7,3 As duas composições apresentaram valores de módulo de ruptura a 815°C extremamente elevados, com isso, o desgaste por erosão foi próximo de 1,0 cm3.
Ainda, os materiais apresentaram excelente integridade estrutural quando submetidos a variações cíclicas de temperatura, o que foi evidenciado pelo baixo valor da redução percentual do módulo elástico após o ensaio de choque térmico.
Exemplo 3:
O sistema proposto na presente invenção pode ser utilizado para a produção de massas plásticas de elevado desempenho em relação à resistência à erosão.
A Tabela 5 apresenta exemplos de composições de massas plásticas, utilizando aluminas tabulares como agregados.
Para este tipo de aplicação, além dos constituintes convencionais de concretos, faz-se necessária a adição de um agente plastificante.
TABELA 5 MASSAS PLÁSTICAS A BASE DE ALUMINA TABULAR Matérias- Especificação MP1 MP2 primas (%-p) Alumina D £ 6 mm 60 60 Tabular Alumina CL370 e/ou A1000SG 35 35 Reativa ou Calcinada Aditivos Alumínio Metálico e/ou 2 2 Sinterizantes Carbeto de Boro Ligante Alumina Coloidal 7,5 Sílica Coloidal - 7,5 Ligante Hexametafosfato de - 0,8 Fosfatado Sódio Aditivo Ácido Cítrico - 0,1 Dispersante Aditivo Sínter de MgO - 0,02 Gelificante Aditivo CMC 0,1 0,1 Plastificante Teor de Água Adicional (%-p) 4,0 3,5 Na composição MP1, foram utilizados 2% em peso de aditivos sinterizantes e a alumina coloidal foi o Iigante selecionado. Os agentes dispersantes e gelificantes não foram necessários.
A composição MP2 fez o uso de sílica coloidal e, neste caso, para 5 uma melhor dispersão do sistema, houve a incorporação de 0,1 % em peso de ácido cítrico. A condição mais adequada para a consolidação do material foi obtida para um teor de 0,02% em peso de sínter de MgO. Neste sistema, também foi adicionado um Iigante fosfatado, que é o hexametafosfato de sódio (0,8% em peso).
Nos dois casos, além da água proveniente da própria suspensão
coloidal, um pequeno teor adicional introduzido durante a mistura foi utilizado com o objetivo de promover uma plasticidade e tempo de trabalho adequado para moldagem.
As matérias-primas foram homogeneizadas e misturadas. Para isto, adicionou-se, toda a suspensão coloidal e a água adicional foi introduzida somente quando a massa já se apresentava homogênea. Os corpos de prova produzidos foram submetidos aos ensaios de densidade aparente, módulo de ruptura a quente, resistência à erosão a frio, choque térmico cíclico e condutividade térmica, em testes tal como descritos no exemplo 1.
A Tabela 6 apresenta os resultados obtidos para as massas MP1 e MP2 nos diferentes ensaios de caracterização.
TABELA 6 RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO PROPRIEDADE MP1 MP2 Densidade Aparente após Queima 3,03 ± 0,02 2,96 ± 0,02 a 815°C/5 horas (g/cm3) Módulo de Ruptura a 815°C (MPa) 24,1 ±3,1 20,9 ±1,7 Resistência à Erosão a Frio após 1,1 ±0,0 1,5 ±0,1 Queima a 815°C/5 horas (cm3) Resistência Módulo Ciclo O 111,4 ± 5,2 92,5 ± 6,3 Ciclo 8 98,1 ±8,4 81,8 ±7,4 (após 6 ciclos) Redução Percentual (%) 11,9 11,6 As duas composições apresentaram valores de módulo de ruptura a 815°C elevados e desgaste por erosão extremamente baixo (1,1 cm3 e 1,5 cm3, respectivamente).
Adicionalmente, os dois materiais também possuem uma excelente integridade estrutural quando submetidos às variações cíclicas de temperatura, o que foi evidenciado pela baixa redução percentual do módulo elástico após o ensaio de choque térmico.

Claims (11)

REIVINDICAÇÕES
1. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, caracterizado por compreender: - de 50% a 90% em peso de agregados refratários; - de 5% a 40% em peso de alumina; - de 0% a 10% em peso de microssílica; e - de 0,05% a 10% em peso de aditivos sinterizantes. - de 5% a 20% em peso, com base na soma total dos constituintes, de uma suspensão aquosa de sílica ou alumina coloidal com concentração entre 30% a 60% em peso; - de 0,01% a 2% em peso, com base na soma total dos constituintes, de aditivos dispersantes e/ou agentes gelificantes; - de 0% a 2% em peso, com base na soma total dos constituintes, de agentes plastificantes e/ou Iigantes fosfatados; e - de 0% a 5% em peso, com base na soma total dos constituintes, de água.
2. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que os agregados refratários são selecionados do grupo que consiste em alumina tabular, alumina eletrofundida, sílica fundida, bauxita, mulita calcinada ou eletrofundida, chamotes sílico-aluminosos, chamotes aluminosos, andaluzita, zircônia, grãos eletrofundidos de alumina-zircônia e mulitazircônia.
3. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a alumina é alumina calcinada ou alumina reativa ou um material aluminoso compreendendo mais de 50% em peso de AI2O3 ou bauxita.
4. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a alumina reativa ou calcinada apresenta uma distribuição granulométrica bimodal ou monomodal.
5. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a microssílica apresenta área superficial específica de cerca de 20 m2/g.
6. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que os aditivos sinterizantes são selecionados do grupo que consiste em alumínio metálico, carbeto de boro ou uma mistura destes.
7. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o aditivo dispersante é o ácido cítrico.
8. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o agente gelificante é o sínter de MgO.
9. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o Iigante fosfatado é o hexametafosfato de sódio.
10. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o agente plastificante é o carboximetilcelulose.
11. SISTEMA REFRATÁRIO NANOESTRUTURADO DE ELEVADA RESISTÊNCIA À EROSÃO E AO CHOQUE TÉRMICO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo fato de que o sistema refratário é adequado para aplicação por vibração, autoescoamento, projeção pneumática e socagem manual ou mecanizada.
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