BR102012000229A2 - processo para produÇço industrial de suplemento de raÇço alimentar para animais ruminantes, e produto resultante - Google Patents

Abstract

PROCESSO PARA PRODUÇçO INDUSTRIAL DE SUPLEMENTO DE RAÇçO ALIMENTAR PARA ANIMAIS RUMINANTES, E PRODUTO RESULTANTE. A presente patente de invenção refere-se ao desenvolvimento específico de um suplemento alimentar para ser ingerido conjuntamente com a ração, constituído por extrato vegetal de bagaço de cana de açúcar obtido através de um processo de secagem industrial e de compactação em pellets, por meio de procedimentos singulares e higiênicos, cujos parâmetros e analises físicas e químicas atsetaram um produto de baixa umidade e alta compactação, ideal para conservação, para o manuseio e para a estocagem do produto, bem como um alimento suplementar, rico em fibras alimentares, cujo resultado em animais ruminantes aumentam o teor nutritivo e regularizam as funções digestivas dos mesmos. Com alto valor calórico e conentrações elevadas de fibras brutas e alimentares, rico em cálcio, ferro, fósforo e sódio, o processo e produto resultante, objetos da presente patente, através de experimentos técnicos e clínicos confirmaram os resultados positivos, comprovando numericamente, que o consumo do material seco expresso em kg/dia e o ganho de peso dos animais tratados, também expresso em kg/dia acresceram significativamente, sem comprometer a conversão almentar dos animais confinados, durante o período de avaliação.

Description

"PROCESSO PARA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SUPLEMENTO DE RAÇÃO ALIMENTAR PARA ANIMAIS RUMINANTES, E PRODUTO RESULTANTE"

Campo da Invenção

A presente invenção tem por objeto um processo para produção em escala industrial de suplemento de ração alimentar para animais ruminantes, a partir do bagaço de cana, e produto resultante, pertencente ao campo da alimentação agropecuária.

Objeto da patente de invenção

A presente invenção refere-se ao desenvolvimento específico de um suplemento alimentar para ser ingerido conjuntamente com a ração, constituído por extrato vegetal de bagaço de cana de açúcar obtido através de um processo de secagem industrial e de compactação em pellets, por meio de procedimentos singulares e higiênicos, cujos parâmetros e analises, físicas e químicas atestaram um produto de baixa umidade e alta compactação, ideal para conservação, para o manuseio e para a estocagem do produto, bem como um alimento suplementar rico em fibras alimentares, que proporciona como resultado em animais ruminantes o aumento do aproveitamento do teor nutritivo da ração e regularização das funções digestivas dos mesmos.

Com alto valor calórico e concentrações elevadas de fibras brutas e alimentares, rico em cálcio, ferro, fósforo e sódio, o processo e produto resultante, objetos da presente patente, através de experimentos técnicos e clínicos confirmaram os resultados positivos, mostrando numericamente, que o consumo do material seco expresso em kg/dia e o ganho de peso dos animais tratados, também expresso em kg/dia acresceram significativamente, sem comprometer a conversão alimentar dos animais confinados, durante o período de avaliação.

Antecedentes da Invenção

Dos vários tipos de alimentos para animais, as fontes naturais são das mais requisitadas. Os vegetais fornecidos aos animais podem ser frescos "in natura", conservados, secos ou processados. A preferência de utilização dessas diferentes alternativas, quando usadas como fontes de alimentação animal, está ligada à sua disponibilidade, à sua possibilidade de conservação no tempo, aos seus custos e às suas propriedades nutricionais.

Preservar as propriedades alimentares originais dos vegetais no seu estado "in natura" e conservá-las no tempo é um desafio permanente dos fornecedores dessas dietas e objetivo buscado pelos seus usuários.

Esses nutrientes, quando possível, são buscados nos vegetais no seu estado natural e são servidos aos animais na sua forma "in natura" fresca recém colhidos os quais precisam ser consumidos em poucos dias sob pena de deteriorização. Alternativas para estender sua conservação e tempo de utilização são também buscadas através da preservação dos vegetais pelo processo de silagem, ou ainda na forma de feno seco a granel, ambos com restrições e elevados custos.

Nas formas tradicionais os produtos contem um alto teor de umidade e, quando secos, a exemplo do feno, mantém um alto volume e baixo peso por m3 o que eleva substancialmente os custos de manuseio, transporte e logística,

Para o caso da conservação em silagem, são também requeridos outros fatores como o de plantios específicos de vegetais, equipamentos especiais de coleta, manuseio, transporte, condições climáticas, tempo para maturação e consumo com aumento significativo de custos e riscos. Poucas regiões dispõem dessas condições e ou dessa vocação para a silagem cuja procedência das fontes vegetais são sazonais e desiguais nas diferentes regiões.

Quando o alimento é servido fresco ou mesmo quando procedente de silagem, os mesmos possuem uma curta vida útil e precisam ser consumidos em poucos dias após servidos, com sérias restrições sanitárias, de uso e de manejo além do freqüente desabastecimento.

De tudo o que é moído de cana do açúcar para a produção de Etanol ou açúcar, aproximadamente 26% resulta de bagaço de cana e outros 25% resultam em palhada que no momento, quando não queimada, permanece no campo. Essa quantidade de palhada no campo é indesejada em termos agronômicos pela produção de fungos, doenças e por dificultar a brotação entre outros. Essa matéria prima é (ou poderá ser) outra fonte para o produto resultante dessa patente.

O bagaço residual de cana de açúcar tem varias utilizações mas entre elas prevalece a de geração de energia. Sua utilização para alimento animal é restrita a pequenas quantidades controladas fornecidas apenas para alguns dias após a sua da geração. Também o bagaço é utilizado em pequena escala na alimentação animal quando precedido de um processo de hidrolise do bagaço e seu consumo igualmente deve ser somente para os dias subsequentes a sua hidrolisação.

Em ambas as situações o nível de umidade supera os 50%, com dificuldades de logística e conservação e o seu consumo deverá compulsoriamente, ocorrer nos dias imediatamente subsequentes.

Solução proposta

A presente Patente de invenção busca eliminar esses fatores adversos através de um processamento do bagaço ou palha da cana que permite, pela secagem, reduzir sua umidade e pela compactação reduzir seu volume e controlar sua qualidade e, com isso, preservar suas propriedades alimentares e ampliar sua vida útil para serem usados como composto ou suplemento alimentar em qualquer época do ano.

Esse processo industrial de secagem com custos competitivos, garante o fornecimento estável ao mercado mesmo nos períodos de estiagem ou de entre safra, com vantagens para o criador dos animais ruminantes.

A - Processo de produção industrial de suplemento alimentar para animais ruminates a partir do bagaço de cana na forma de pellets

O bagaço de cana chega no pátio da empresa com uma umidade de 55%, e a alimentação e transporte do mesmo para o secador é efetuado por esteira rolante aérea e coberta, com motorização elétrica e controle de velocidade para descarregar o bagaço de cana em uma rosca helicoidal de injeção para o interior do secador que é alimentado por fornalha projetada para gerar 4.500.000 Kcal/h .

Na passagem pelo secador é retirada 35% de umidade do bagaço de cana, sendo transformada em vapor d'água que, após passar pelo conjunto de ciclones e válvulas rotativas, que fazem a separação dos sólidos e dos vapores é lançada na atmosfera através de chaminés. O secador se constitui por um conjunto metálico tubular horizontal de ciclo triplo com velocidades e fluxo controlável, operados por motores elétricos.

Uma vez obtida a graduação da umidade pretendida, o bagaço ou a palha de cana passa por um moinho rotativo que o processará para regularizar a granulometria, cujo procedimento se dá por meio de um martelo rotativo com sistema regulado de peneiras nos quais os finos serão sugados e coletados através do filtro manga de gomos aparentes, confinado no interior das instalações.

O bagaço de cana ajustado na umidade ideal e moído, é transportado por rosca helicoidal até a coifa da peletizadeira onde, por processo de extrusão mecânica, sob condições de temperatura e pressão controlada, são produzidos os pellets.

Após prensados, os pellets são transportados através de hedler e roscas helicoidais até os silos metálicos externos, os quais serão armazenados com sistema de controle de temperatura.

B - Produto resultante

Devido aos inúmeros entraves que sofre a produção de forragens, a

alimentação de animais ruminantes exclusivamente no pasto, torna-se impraticável ou de baixa rentabilidade.

Levando em consideração estas afirmativas, torna-se imperioso a implantação de sistemas de confinamento, no cenário atual de criação de animais ruminantes, pois representa uma importante ferramenta para aumentar a produtividade, e melhorar a qualidade do produto em relação as pastagens e/ou outras dinâmicas de sistemas mais caros para a integração na lavoura para a pecuária. De conformidade com os estudos desenvolvidos, a terminação de bovinos exige maior concentração de nutrientes na dieta para que os animais possam apresentar elevado ganho de peso, e nesse sentido o confinamento do animal pode ser utilizado com sucesso por proporcionar maior controle de produção, uma vez que a velocidade do ganho de peso é fator importante no processo produtivo.

Uma outra preocupação esta relacionada com a qualidade da carne oferecida, tanto no mercado nacional como no externo, mercado este mais exigente, onde as características nutricionais são analisadas, e de fator incontestável para a sua aprovação.

Sendo assim torna-se importante o desenvolvimento e aplicação de tecnologias que ampliem a competitividade da atividade, aumentando a rentabilidade do setor pecuário.

O bagaço de cana peletizado objeto da presente patente de invenção, produzido através do processo de secagem proposto, permite obter um suplemento alimentar para animais cujos parâmetros físico-químico

apresentam o seguinte resultado: ,

Umidadedemedida resultado

1-umidade g/100 g 9,61

2 - resíduo mineral fixo g/100 g 5,96

3 - gordura total g/100 g 0,53

4 - proteínas (η χ 6,25) g/100 g 1,23 5-fibra bruta g/100g 38,37

6 - fibras alimentares g/100 g 69,50

7 - carboidratos g/100 g 13,17

8 - valor calórico Kcal/100 g 62,37

Assim como outros parâmetros físico-químico minerais do bagaço de cana peletizado objeto da presente patente de invenção apresentaram o seguinte resultado:

Unidade de medida Resultado Cálcio mg/100 g 68,24

Ferro mg/100 g 273,11

Fósforo mg/100 g 14,31

Sódio mg/100 g 36,17.

Por ultimo, a analise do extrato de bagaço de cana em pellets produto resultante da presente patente de invenção, analisada e apresentada pela Universidade Estadual do Centro Oeste - campus universitário de Guarapuava

- CEDETEG. Departamento de Medicina Veterinária - produção vegetal , constatou o seguinte resultado:

Analises realizadas : analises químicas e físicas Obtido

Umidade e substancias voláteis g/1 OOg 6,30

Matéria seca da silagem g/1 OOg 93,70

Proteína bruta g/1 OOg MS 1,93

Proteína digestível g/1 OOg MS 1,58

Matéria mineral g/1 OOg MS 5,21

Fibra de detergente neutro g/100 MS 84,70

Fibra em detergente ácido g/100 MS 70,96

Carboidrato não ferrosos g/100 MS 5,16

Energia liquida de ganho Mcal/kg MS 0,54

Energia liquida de Mantença Mcal/kg MS 0,01

Energia digestível Mcal/kg MS 1,68

Energia metabolizável Mcal/kg MS 1,38

Nutrientes digestíveis totais g/100 g MS 38,17

Digestibilidade Estimada da Matéria seca g/1 OOg 33.62

Potencial Estimado do consumo de matéria seca 1,42

Valor relativo de alimento 36,93 A alternativa que se apresenta, e que se caracteriza com o processo de secagem de bagaço de cana de açúcar e sua peletização, objeto da presente patente de invenção, se constitui em um suplemento alimentar para animais ruminantes, em especial confinado, cujo efeito comprovado através de analises, confere uma dieta suplementar com dosagens de cálcio, ferro, fósforo e sódio devidamente balanceada, que introduzida à ração convencional, permite comprovadamente a engorda saudável do animal, e da sua digestão de modo eficiente, pois controla de maneira correta o aparelho digestivo e confere um maior aproveitamento da ração no animal.

Claims (9)

1. "PROCESSO PARA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SUPLEMENTO DE RAÇÃO ALIMENTAR PARA ANIMAIS RUMINANTES" refere-se ao processamento do bagaço de cana, que chega no pátio da empresa com uma umidade de 55%, e a alimentação e transporte do mesmo para o secador é efetuado por esteira rolante aérea e coberta, com motorização elétrica e controle de velocidade para descarregar o bagaço de cana em uma rosca helicoidal de injeção para o interior do secador que é alimentado por fornalha projetada para gerar 4.500.000 Kcal/h , caracterizado por conjunto metálico tubular horizontal de ciclo triplo com velocidades e fluxo controlável, operados por motores elétricos, responsável pela retirada de35% de umidade do bagaço de cana, sendo a umidade transformada em vapor d'água que, após passar pelo conjunto de ciclones e válvulas rotativas, que fazem a separação dos sólidos e dos vapores é lançada na atmosfera através de chaminés; uma vez obtida a graduação da umidade pretendida, o bagaço de cana passa por um moinho rotativo que processará o mesmo para regularizar a granulometria, cujo procedimento se dá por meio de um martelo rotativo com sistema regulado de peneiras nos quais ós finos serão sugados e coletados através do filtro manga de gomos aparentes, confinado no interior das instalações; por fim, o bagaço de cana ajustado na umidade ideal e moído, é transportado por rosca helicoidal até a coifa da peletizadeira onde por processo de extrusão mecânica, sob condições de temperatura e pressão controlada, são produzidos os pellets.

2.

"PRODUTO RESULTANTE" caracterizado pelo extrato de bagaço de cana peletizado produzido através do processo de secagem apresentam os resultados quimico-fisicos de seus elementos dentro dos seguintes parametros:-

Umidade de medida resultado

1 - umidade

g/100 g

9,61

2 - resíduo mineral fixo g/100 g

5,96 3 - gordura total g/100 g 0,53 4 - proteínas (η χ 6,25) g/100 g 1,23 5 - fibra bruta g/100g 38,37 .6 - fibras alimentares g/1 OO g 69,50 7 - carboidratos g/100 g 13,17 8 - valor caiórico Kcal/100 g 62,37 PRODUTO RESULTANTE de acordo com a reivindicação em 1, caracterizado pelos parâmetros físico-químico minerais do bagaço de cana peletizado obtido com os teores minerais :- Unidade de medida resultado Cálcio mg/100 g 68,24 Ferro mg/100 g 273,11 Fósforo mg/100 g 14,31 Sódio mg/100 g 36,17.