Relatório Descritivo da patente de invenção "APERFEIÇOAMENTO EM BOMBA DE PISTÃO ALTERNATIVO".
Refere-se a presente patente de invenção a um aperfeiçoamento em bomba de pistão alternativo, e mais particularmente, a um aperfeiçoamento em bomba de pistão alternativo empregada em sistemas de bombeio mecânico para a extração de petróleo.
No campo da extração de petróleo, quando a pressão do fundo do poço é suficientemente elevada, os fluidos nele contidos atingem a superfície de maneira natural. Neste caso, os poços são denominados surgentes e a produção de petróleo ocorre por elevação natural. Entretanto, quando a pressão do fundo do poço é relativamente baixa, para que os fluidos nele contidos alcancem a superfície ou para que a capacidade produtiva seja aumentada, é necessário o emprego de algum método artificial de elevação.
Dentre os métodos de elevação artificial, o mais utilizado, particularmente nas plataformas terrestres, é o sistema de bombeio mecânico de extração de petróleo. Este sistema é composto basicamente de três partes, as quais se interrelacionam, conforme descrição a seguir.
A primeira parte é denominada unidade de bombeio mecânico, a qual é instalada na superfície do poço e é compreendida basicamente por um motor, geralmente elétrico ou de combustão interna, uma caixa de redução e um mecanismo biela-manivela-balancim, sendo este responsável por transformar o movimento rotativo do motor em movimento alternativo, e transmiti-lo a segunda parte de sistema, denominada coluna de hastes.
A coluna de hastes é composta por uma série de hastes interligadas entre si, sendo envolvida por uma coluna de tubos, também conhecida como coluna
de produção, ambas estendendo-se desde a superfície até o fundo do poço de petróleo. Na extremidade inferior da coluna de tubos, encontra-se instalada a terceira parte do sistema, seja esta uma bomba de pistão alternativo.
A bomba de pistão alternativo, também conhecida como bomba de fundo de poço, é composta por uma camisa, com sua extremidade superior acoplada à extremidade inferior da coluna de tubos, e um pistão, interno à camisa e com sua extremidade superior acoplada à extremidade inferior da coluna de hastes. Além disso, a bomba de pistão alternativo compreende uma válvula estacionária, do tipo esfera-sede, também conhecida como válvula de pé, fixada à extremidade inferior da camisa, e uma válvula viajante, do tipo esfera-sede, também conhecida como válvula de passeio, contida na parte inferior do pistão.
O movimento alternativo ascendente e descendente, produzido na unidade de bombeio mecânico, é transmitido à coluna de hastes e dessa para a bomba de pistão alternativo, fazendo com que o fluido contido no reservatório seja elevado, através da coluna de tubos, até a superfície do poço.
Mais detalhadamente, em um ciclo de bombeio, durante o movimento ascendente o pistão eleva a coluna de fluido contida na porção da camisa acima de si e gera um empuxo sobre a esfera da válvula estacionária, fazendo com que ela se eleve da sua sede e flutue, de modo que o fluido é aspirado do interior do poço para o interior da câmara inferior, compreendida entre a válvula estacionária e a válvula viajante. Dessa forma, a válvula estacionária atua como uma válvula de admissão de fluido do reservatório de petróleo para a bomba de pistão alternativo. Ainda, durante o movimento ascendente, a válvula viajante encontra-se fechada, ou seja, com sua esfera em repouso sob a sua sede, devido a atuação da pressão da coluna de fluido acima de si.
Durante o movimento descendente, o pistão exerce uma força sobre o fluido contido na câmera inferior, impondo o fechamento da válvula estacionária e a abertura da viajante, permitindo a passagem do fluido da câmera inferior para a câmera interna ao pistão, a qual comunica-se com a coluna de tubos. Dessa forma, a válvula viajante atua como válvula de descarga do fluido da bomba de pistão alternativo para a coluna de tubos.
Ao longo dos anos, vários aperfeiçoamentos foram desenvolvidos nesse sistema de bombeio mecânico. Entretanto, um grande problema permanece sem solução efetivamente satisfatória, conforme descrição a seguir.
Sabe-se que o fluido contido no interior dos poços é constituído por uma mistura não homogénea de óleo e gás. As porções de gás são extremamente prejudiciais, pois tomam a bomba de pistão alternativo ineficiente, muitas vezes acarretando a interrupção no escoamento de elevação do fluido.
Mais detalhadamente, durante o movimento ascendente do pistão, e consequente abertura da válvula estacionária, porções de gás são admitidas para o interior da câmera inferior. Essas porções de gás, por serem menos densas que o óleo, acumulam-se na parte superior da câmera inferior. Já no movimento descendente do pistão, não é possível que a válvula viajante seja aberta, como acontece em condições normais de operação. Isso ocorre devido ao fato do gás ser um fluido compressível, ao contrário do óleo. Dessa forma, durante o movimento descendente do pistão, o gás não impõe a resistência necessária para que a esfera da válvula viajante flutue, e acaba sendo comprimido. Assim, o gás é comprimido e expandido alternadamente, sem a abertura da válvula viajante, ou seja, sem a possibilidade de descarga do gás da câmera inferior para a câmera interna ao pistão, consequentemente, interrompendo o escoamento de elevação do fluido.
Esse problema acarreta uma série de inconvenientes. Por exemplo, para a sucção desse gás, uma operação especial deve ser realizada, empregando um sistema auxiliar de bombeio. Toda essa operação demanda tempo e custo, além de outras dificuldades inerentes ao processo.
Para evitar esse problema, o documento BRPI0604983-4 propõe um aparelho separador de gás-líquido instalado no fundo de um poço produtor, em uma posição anterior à bomba. Esse separador compreende uma cápsula cilíndrica externa subdividida em quatro câmaras distintas, a saber, câmera de admissão, câmera de fluido segregado, câmera de bombeio e câmera de gás. O fluido, contendo óleo e gás, é captado para a câmera de admissão, através de um conjunto de orifícios. Dentro do aparelho, o fluido é forçado no sentido descendente margeando um helicóide. Ao longo deste caminho, o gás, pelo efeito gravitacional e centrífugo, tende a separar-se do óleo, sendo capturado por orifícios localizados na interseção da parede de um tubo concêntrico intermediário com o helicóide. O gás é então direcionado para o espaço compreendido entre a parede interna do tubo concêntrico intermediário e a parede externa do tubo de sucção, daí canalizado para uma câmera de gás e liberado dentro do poço, por meio de orifícios de descarga. O fluxo de óleo descendente, que já teve sua fração gasosa segregada, alcança uma câmara de fluido segregado. Desta câmara o óleo sobe através do tubo de sucção até atingir uma câmara de bombeio, da qual o fluido é propulsionado pelo sistema de bombeio original, como por exemplo, um sistema de bombeio mecânico com bomba de pistão alternativo.
Como é possível perceber, o separador proposto pela BRPI0604983-4 é um aparelho adicional instalado no sistema original de bombeio, apresentando vários elementos específicos, dispostos em uma configuração extremamente
complexa. Portanto, essa solução apresenta um alto custo, além de necessitar de manutenção constante.
Com o objetivo de solucionar o problema da interrupção no escoamento de elevação de fluido contendo gás, em sistemas de bombeio mecânico de extração de petróleo, bem como, com o objetivo de apresentar uma solução alternativa àquela proposta pelo documento BRPI0604983-4, a presente invenção propõe um aperfeiçoamento em bomba de pistão alternativo, caracterizado pela sua camisa ser dotada de ao menos uma cavidade disposta ao longo da sua superfície interna.
Na incorporação preferencial da invenção tem-se várias cavidades, formadas pelo espaço vazio compreendido entre anéis concêntricos adjacentes, dispostos ao longo da superfície interna de um revestimento, sendo dito revestimento inserido sobre a superfície interna da camisa da bomba de pistão alternativo. Também na incorporação preferencial da invenção, o revestimento é de borracha, fabricado pelo processo de vulcanização.
Uma vez que porções de gás sejam admitidas à câmara inferior, através da válvula estacionária, e que o problema da não abertura da válvula viajante seja estabelecido, devido à falta de resistência do gás com sua consequente compressão, as cavidades atuarão como alojamento para este gás, possibilitando, juntamente com o movimento alternativo ascendente e descendente do pistão, sua transferência da dita câmera inferior para a porção da camisa acima do pistão, sem passar através da válvula viajante.
Assim, ao longo do ciclo de bombeio, se estabelece uma transferência de gás da câmara inferior para a porção da camisa acima do pistão e uma transferência de óleo da porção da camisa acima do pistão para a câmera inferior.
Essa transferência continuará até o momento em que esteja contido na câmera inferior uma quantidade suficiente de óleo para, em um movimento descendente do pistão, impor a resistência necessária para a flutuação da esfera da válvula viajante, de modo a restabelecer o fluxo normal de bombeio, com a descarga do fluido para a câmera interna ao pistão, e desta para a coluna de tubos até a superfície.
Desta forma, resolve-se o problema da interrupção no escoamento de elevação de fluido contendo gás, em sistemas de bombeio mecânico de extração de petróleo. Em comparação a outras formas de resolver esse problema, e em especial àquela revelada pela BRPI0604983-4, a solução proposta pela presente invenção apresenta significativas vantagens.
Por exemplo, o revestimento dotado de anéis concêntricos em sua superfície interior é um componente único, de fácil fabricação e de baixo custo de produção, o qual é inserido sobre a superfície interna da camisa da bomba de pistão alternativo. Portanto, o revestimento proposto aliado à camisa forma um único conjunto, ao contrário do apresentado na BRPI0604983-4, onde para resolver o problema, é proposto um aparelho adicional instalado no sistema original de bombeio, apresentando vários elementos específicos, dispostos em uma configuração extremamente complexa. Além disso, de acordo com testes realizados, o revestimento proposto possui uma longa vida útil, não necessitando de manutenções. Ao final da sua vida útil, ele pode ser facilmente substituído por um revestimento novo.
A invenção será melhor compreendida com a descrição detalhada a seguir, que melhor será interpretada com ajuda das figuras, a saber:
A Figura 1 apresenta uma vista em perspectiva em corte de uma bomba de pistão alternativo (40), pertencente ao estado da técnica.
A Figura 2 apresenta uma vista esquemática em corte de uma bomba de pistão alternativo (40), pertencente ao estado da técnica, com o pistão (42) em seu movimento ascendente.
A Figura 3 apresenta uma vista esquemática em corte de uma bomba de pistão alternativo (40), pertencente ao estado da técnica, com o pistão (42) em seu movimento descendente.
A Figura 4 apresenta uma vista esquemática em corte de uma bomba de pistão alternativo (40), pertencente ao estado da técnica, com o pistão (42) em seu movimento ascendente, com porções de gás sendo admitidas para o interior da câmera inferior (45).
A Figura 5 apresenta uma vista esquemática em corte de uma bomba de pistão alternativo (40), pertencente ao estado da técnica, com o pistão (42) em seu movimento descendente, com gás contido na câmera inferior (45).
A Figura 6 apresenta uma vista esquemática em corte de uma bomba de pistão alternativo (40), pertencente ao estado da técnica, com o pistão (42) ao final de seu movimento descendente, sendo o gás contido na câmera inferior (45) comprimido.
A Figura 7 apresenta uma vista em perspectiva em corte da bomba de pistão alternativo (40), de acordo com o aperfeiçoamento proposto pela invenção.
A Figura 8 apresenta uma vista frontal em corte da bomba de pistão alternativo (40), de acordo com o aperfeiçoamento proposto pela invenção.
A Figura 9 apresenta uma vista em detalhe da região da bomba de pistão alternativo (40) demarcada na Figura 8.
A Figura 10 apresenta uma vista esquemática em corte da bomba de pistão alternativo (40), de acordo com o aperfeiçoamento proposto pela invenção,
com o pistão (42) em seu movimento descendente, onde pode-se visualizar o gás alojado nas cavidades (46), escapando para a porção da camisa (41) acima do pistão (42).
A Figura 11 apresenta uma vista esquemática em corte da bomba de pistão alternativo (40), de acordo com o aperfeiçoamento proposto pela invenção, com o pistão (42) em seu movimento ascendente, onde pode-se visualizar o óleo alojado nas cavidades (46) e sua transferência para o interior da câmara inferior (45).
A Figura 12 apresenta uma vista esquemática em corte da bomba de pistão alternativo (40), de acordo com o aperfeiçoamento proposto pela invenção, com o pistão (42) em seu movimento ascendente, trabalhando sob condições normais, sem a presença de gás.
A Figura 13 apresenta uma vista esquemática em corte da bomba de pistão alternativo (40), de acordo com o aperfeiçoamento proposto pela invenção, com o pistão (42) em seu movimento descendente, trabalhando sob condições normais, sem a presença de gás.
Como descrito anteriormente, o sistema de bombeio mecânico de extração de petróleo é composto basicamente de três partes, sejam elas, unidade de bombeio mecânico (não ilustrada), coluna de hastes (30) e bomba de pistão alternativo (40).
A unidade de bombeio mecânico é instalada na superfície do poço e é compreendida basicamente por um motor, geralmente elétrico ou de combustão interna, uma caixa de redução e um mecanismo biela-manivela-balancim, sendo este responsável por transformar o movimento rotativo do motor em movimento alternativo, e transmiti-lo para a coluna de hastes (30).
A coluna de hastes (30) é composta por uma série de hastes interligadas entre si, sendo envolvida por uma coluna de tubos (20), ambas estendendo-se desde a superfície até o fundo do poço de petróleo. Na extremidade inferior da coluna de tubos (20), encontra-se instalada a bomba de pistão alternativo (40).
A bomba de pistão alternativo (40), pertencente ao estado da técnica, como pode ser visualizado na Figura 1 , é composta por uma camisa (41), com sua extremidade superior acoplada à extremidade inferior da coluna de tubos (20), e um pistão (42), interno à camisa (41) e com sua extremidade superior acoplada à extremidade inferior da coluna de hastes (30). Além disso, a bomba de pistão alternativo (40) compreende uma válvula estacionária (44), do tipo esfera-sede, também conhecida como válvula de pé, fixada à extremidade inferior da camisa (41), e uma válvula viajante (43), do tipo esfera-sede, também conhecida como válvula de passeio, contida na parte inferior do pistão (42).
O movimento alternativo ascendente e descendente, produzido na unidade de bombeio mecânico, é transmitido à coluna de hastes (30) e dessa para a bomba de pistão alternativo (40), fazendo com que o fluido contido no reservatório seja elevado, através da coluna de tubos (20), até a superfície do poço.
Mais detalhadamente, em um ciclo de bombeio, durante o movimento ascendente, como pode ser visualizado de maneira esquemática na Figura 2, o pistão (42) eleva a coluna de fluido contida na porção da camisa (41) acima de si e gera um empuxo sobre a esfera (441) da válvula estacionária (44), fazendo com que ela se eleve da sua sede (442) e flutue, de modo que o fluido é aspirado do interior do poço para o interior da câmara inferior (45), compreendida entre a válvula estacionária (44) e a válvula viajante (43). Dessa forma, a válvula estacionária (44)
atua como uma válvula de admissão de fluido do reservatório de petróleo para a bomba de pistão alternativo (40). Ainda, durante o movimento ascendente, a válvula viajante (43) encontra-se fechada, ou seja, com sua esfera (431) em repouso sob a sua sede (432), devido a atuação da pressão da coluna de fluido acima de si.
Durante o movimento descendente, como pode ser visualizado de maneira esquemática na Figura 3, o pistão (42) exerce uma força sobre o fluido contido na câmera inferior (45), impondo o fechamento da válvula estacionária (44) e a abertura da viajante (43), permitindo a passagem do fluido da câmera inferior (45) para a câmera interna (421) ao pistão (42), a qual comunica-se com a coluna de tubos (20). Dessa forma, a válvula viajante (43) atua como válvula de descarga do fluido da bomba de pistão alternativo (40) para a coluna de tubos (20).
Sabe-se que o fluido contido no interior dos poços é constituído por uma mistura não homogénea de óleo e gás. As porções de gás são extremamente prejudiciais, pois tornam a bomba de pistão alternativo (40) ineficiente, muitas vezes acarretando a interrupção no escoamento de elevação do fluido.
Mais detalhadamente, como pode ser visualizado de maneira esquemática na Figura 4, durante o movimento ascendente do pistão (42), e consequente abertura da válvula estacionária (44), porções de gás são admitidas para o interior da câmera inferior (45). Essas porções de gás, por serem menos densas que o óleo, acumulam-se na parte superior da câmera inferior (45). Já no movimento descendente do pistão (42), como pode ser visualizado de maneira esquemática na Figura 5, não é possível que a válvula viajante (43) seja aberta, como acontece em condições normais de operação. Isso ocorre devido ao fato do gás ser um fluido compressível, ao contrário do óleo. Dessa forma, durante o movimento descendente do pistão (42), o gás não impõe a resistência necessária
para que a esfera (431) da válvula viajante (43) flutue, e acaba sendo comprimido. Na Figura 6 é possível visualizar de maneira esquemática a situação descrita acima, com o gás contido no interior da câmera inferior (45) comprimido e sem a abertura da válvula viajante (43). Assim, o gás é comprimido e expandido alternadamente, sem a abertura da válvula viajante (43), ou seja, sem a possibilidade de descarga do gás da câmera inferior (45) para a câmera interna (421) ao pistão (42), consequentemente, interrompendo o escoamento de elevação do fluido.
Com o objetivo de solucionar este problema da interrupção no escoamento de elevação de fluido contendo gás, em sistemas de bombeio mecânico de extração de petróleo, bem como, com o objetivo de apresentar uma solução alternativa àquela proposta pelo documento BRPI0604983-4, a presente invenção propõe um aperfeiçoamento em bomba de pistão alternativo (40), caracterizado pela sua camisa (41) ser dotada de ao menos uma cavidade (46) disposta ao longo da sua superfície interna (41 1).
Na incorporação preferencial da invenção, como é possível visualizar nas Figuras 7, 8 e 9, tem-se várias cavidades (46), formadas pelo espaço vazio compreendido entre anéis concêntricos (47) adjacentes, dispostos ao longo da superfície interna de um revestimento (48), sendo dito revestimento (48) inserido sobre a superfície interna (41 1 ) da camisa (41) da bomba de pistão alternativo (40). Também na incorporação preferencial da invenção, o revestimento (46) é de borracha, fabricado pelo processo de vulcanização.
Os topos (471) dos anéis concêntricos (47) atuam como guia do pistão (42) em seu movimento alternativo ascendente e descendente, assim como, fazia a superfície interna (411 ) da camisa (41) na bomba de pistão alternativo (40) convencional. Além disso, os topos (471) dos anéis concêntricos (47) atuam como
elemento de vedação com a parede externa (422) do pistão (42), impedindo que o óleo já bombeado, e que encontra-se na porção da camisa (41) acima do pistão
(42) , retorne a câmera inferior (45) por efeito da pressão.
Uma vez que porções de gás sejam admitidas à câmara inferior (45), através da válvula estacionária (44), e que o problema da não abertura da válvula viajante (43) seja estabelecido, devido à falta de resistência do gás com sua consequente compressão, as cavidades (46) atuarão como alojamento para este gás, possibilitando, juntamente com o movimento alternativo ascendente e descendente do pistão (42), sua transferência da dita câmera inferior (45) para a porção da camisa (41) acima do pistão (42), sem passar através da válvula viajante
(43) .
Mais detalhadamente, como pode ser visualizado de maneira esquemática na Figura 10, durante o movimento descendente do pistão (42), uma parte do gás, contido na câmera inferior (45), é comprimida e outra parte é alojada nas cavidades (46), ou seja, nos espaços compreendidos entre dois anéis concêntricos (47) adjacentes e a parede externa (422) do pistão (42). A medida que o pistão (42) vai desenvolvendo seu movimento descendente, as cavidades (46) vão sendo liberadas, permitindo que o gás nela contido escape para a porção da camisa (41) acima do pistão (42), a qual encontra-se preenchida com óleo. Este óleo, devido a diferença de densidade entre os dois fluidos, passa a habitar as cavidades (46), enquanto o gás eleva-se até a superfície, através da coluna de tubos (20).
Durante o movimento ascendente do pistão (42), como pode ser visualizado de maneira esquemática na Figura 11 , ocorre um fluxo contrário, ou seja, o óleo que passou a habitar as cavidades (46) é transferido para a câmera inferior (45). Novamente, devido a diferença de densidade entre os fluidos, o óleo
transferido escoa até a extremidade inferior da camisa (41) e o gás restante na câmara inferior (45) é expandido e passa a habitar as cavidades (46).
Assim, ao longo do ciclo de bombeio, se estabelece uma transferência de gás' da câmara inferior (45) para a porção da camisa (41) acima do pistão (42) e uma transferência de óleo da porção da camisa (41) acima do pistão (42) para a câmera inferior (45). Essa transferência continuará até o momento em que esteja contido na câmera inferior (45) uma quantidade suficiente de óleo para, em um movimento descendente do pistão (42), impor a resistência necessária para a flutuação da esfera (431) da válvula viajante (43), de modo a restabelecer o fluxo normal de bombeio, com a descarga do fluido para a câmera interna (421) ao pistão (42), e desta para a coluna de tubos (20) até a superfície.
Quando não há porções de gás na câmara inferior (45), como pode ser visualizado de maneira esquemática nas Figuras 12 e 13, a bomba de pistão alternativo (40), de acordo com o aperfeiçoamento proposto pela invenção, trabalha sob condições normais, desenvolvendo seu movimento ascendente com abertura da válvula estacionária (44) e admissão de fluido na câmera inferior (45), e seu movimento descendente com abertura da válvula viajante (43) e descarga do fluido da câmera inferior (45) para a câmera interna (421) ao pistão (42), sendo que porções de óleo preenchem os espaços das cavidades (46).
Na incorporação preferencial da invenção o revestimento (48) dotado de cavidades (46) estende-se ao longo de toda a superfície interna (411) da camisa (41), otimizando a transferência de gás da câmera inferior (45) para a porção da camisa (41) acima do pistão (42). Entretanto, para que haja transferência de gás é necessário apenas que a extensão da camisa (41) coberta por revestimento (48) dotado de cavidades (46), e percorrida pelo curso do pistão (42), seja maior que o
comprimento do pistão (42).
As cavidades (46) existentes na superfície interna (411) da camisa (41) podem ser obtidas tanto pela adição de material, como é o caso da incorporação preferencial da invenção, onde um revestimento (48) dotado de cavidades (46) é inserido sobre a superfície interna (411) da camisa (41), quanto pela remoção de material, por exemplo, por intermédio da usinagem de anéis ou furos na superfície interna (411) da camisa (41).
Na descrição acima apresentada a bomba de pistão alternativo (40), de acordo com a invenção, destina-se a aplicação em sistemas de bombeio mecânico para a extração de petróleo. Naturalmente, o aperfeiçoamento proposto pela invenção pode ser utilizado em bombas de pistão alternativo (40) destinadas a outros fins.
As incorporações preferenciais ou alternativas aqui descritas não têm o condão de limitar a invenção às formas estruturais descritas, podendo haver variações construtivas que sejam equivalentes, sem no entanto fugir do escopo de proteção da invenção.