PT109514A - Gaiola submersa para peixes planos - Google Patents

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Abstract

A PRESENTE INVENÇÃO REFERE-SE A UMA GAIOLA SUBMERSA PARA PEIXES PLANOS, A QUAL PODE SER DISPOSTA NUMA POSIÇÃO NORMAL DE PRODUÇÃO (1) PRÓXIMA DO FUNDO DO MAR E NUMA POSIÇÃO DE MANUTENÇÃO (2) PRÓXIMA DA SUPERFÍCIE DO MAR, E A QUAL É CONSTITUÍDA POR UMA ESTRUTURA PRINCIPAL, CONSTITUÍDA POR VÁRIOS ANÉIS TUBULARES CONCÊNTRICOS, FORMADOS POR TUBOS LIGADOS ENTRE SI POR UNIÕES ATRAVÉS DE FLANGES, E UM ANEL TUBULAR INTERIOR INTEIRIÇO, ESTANDO OS ANÉIS TUBULARES LIGADOS POR TUBOS RADIAIS, TODOS DE MATERIAL RESISTENTE AO AMBIENTE MARINHO, ESTANDO AINDA TODOS OS ANÉIS TUBULARES CONCÊNTRICOS INTERLIGADOS RADIALMENTE POR VIGAS ESTRUTURAIS DE MATERIAL RESISTENTE AO AMBIENTE MARINHO, DESTINADAS A DAR RIGIDEZ AO CONJUNTO. A REFERIDA ESTRUTURA PRINCIPAL SUPORTA POR MEIO DE UMA PLURALIDADE DE CABOS DE SUSPENSÃO, PELO MENOS, DUAS BASES PLANAS DE MATERIAL RESISTENTE AO AMBIENTE MARINHO, SOBREPOSTAS, COLOCADAS ENTRE SI, NA VERTICAL, A UMA DETERMINADA DISTÂNCIA, SENDO CADA BASE PLANA FORMADA POR VIGAS QUE DEFINEM VÁRIOS ANÉIS CONCÊNTRICOS, E UNIDOS POR VIGAS DISPOSTAS RADIALMENTE, SENDO OS ESPAÇOS DEFINIDOS POR ESTA ESTRUTURA DE VIGAS PREENCHIDOS POR UMA ESTRUTURA DE CABOS AMARRADOS NA REFERIDA ESTRUTURA DE VIGAS, FORMANDO UMA ESTRUTURA MAIS APERTADA, DESTINADA A SERVIR DE APOIO A UMA TELA DE REDE QUE REVESTE SUPERIORMENTE O PLANO DE BASE ASSIM DEFINIDO, SERVINDO CADA BASE PLANA PARA POSICIONAMENTO DOS PEIXES EM CULTIVO.

Description

DESCRIÇÃO "Gaiola submersa para peixes planos"
Dominio técnico da invenção A presente invenção refere-se a uma gaiola submersa para o cultivo de peixes planos, destinada a operar em mar aberto e a suportar qualquer grau de agitação oceânica que ocorra no local da sua implantação.
Estado da técnica
De entre os peixes planos de maior interesse comercial para a aquacultura destacam-se o pregado e algumas espécies de linguado, embora outras espécies, como por exemplo o halibute venham também a merecer a atenção dos aquicultores. 0 pregado é uma espécie que na natureza não é muito abundante, embora seja muito apreciada pela qualidade da sua carne, pelo que a sua afirmação no mercado tem vindo a concretizar-se de uma forma progressiva, à medida que tem sido possivel expandir a sua produção em aquacultura, apoiada em vultuosos investimentos, entre os quais é de destacar, no contexto internacional, a unidade em circuito aberto da AQUINOVA em Mira (Portugal) , com um potencial de produção de 7 000 ton/ano. O linguado constitui um género especialmente apreciado na Europa, na América e no Extremo Oriente, sendo a sua apetência por parte dos consumidores tal que não é difícil prever que venha verificar-se, em termos de desenvolvimento do mercado, algo semelhante ao que se passou com o crescimento do consumo de salmão, desde que a produção tenha condições para dar resposta ao enorme potencial da procura. A longa investigação que tem incidido sobre o linguado, iniciada na Estação Experimental de Hunderston (Escócia) há perto de quarenta anos, para resolver os complexos problemas levantados pelo cultivo deste género, em domínios ligados à reprodução em cativeiro, alimentação ao longo do seu desenvolvimento e controlo sanitário, tem facultado recentemente resultados muito concretos. 0 estado atual da arte permitiu já avançar para a produção comercial em unidades de contida dimensão em países como a França, a Espanha, a China e Portugal, correndo-se embora ainda alguns riscos (designadamente de natureza sanitária) e ocorrendo algumas limitações de produtividade que é ainda necessário superar. No entanto, pode-se afirmar que já é possível produzir a custos que são compatíveis com os elevados preços correntes no mercado, que o consumidor aceita, dado o "glamour" que caracteriza este peixe. A produção de peixes planos está fortemente condicionada pela disponibilidade de locais que reúnam as condições indispensáveis para que se possa concretizar a sua produção. Não entrando no detalhe da análise desta carência de espaços de produção, devemos, no entanto, referir que constitui, em geral, um problema preocupante, sendo que na Europa é particularmente grave, o que levou Pablo Garcia, presidente da Stolt Sea Farm, SA, em entrevista em abril de 2010 ao
Eurofish Magazine a afirmar: "... encontrar os 100,000 a 200 000 m2 ao longo da costa que são necessários para instalar uma aquacultura tornou-se virtualmente impossível."
Os sistemas de produção intensivos que utilizam tanques em betão nos pavilhões das explorações sediadas em terra, apresentam limitações de rentabilidade, uma vez que os peixes planos, como o linguado e o pregado, vivem assentes sobre o fundo e, em consequência, o volume da produção fica limitado ao peixe que ocupa a área dos tanques. As alternativas de produção, encontradas para a cultura do linguado em tanques posicionados em andares sobrepostos constituem uma solução imaginativa mas também muito dispendiosa.
Se analisada a rentabilidade da produção do ponto de vista do custo de utilização da água, há que escolher entre os pesados riscos e encargos da bombagem a partir do mar, inerentes a instalações que, para o efeito, possam ser instaladas em locais da orla litoral e os sistemas que utilizam técnicas de recirculação da água, que embora menos limitadas em termos de localização, impõem igualmente importantes investimentos em equipamento, para além de elevados encargos energéticos, o gue em gualguer caso onera muito significativamente o custo de produção.
Por outro lado, as soluções apontadas para a produção de peixes planos no mar, em gaiolas flutuantes, não se têm mostrado viáveis, mesmo se estacionadas em locais abrigados. Efetivamente os movimentos provocados pelas ondas à superfície, ainda que de pequena amplitude, são sentidos diretamente pelo peixe, que não está a nadar, mas sim diretamente apoiado no fundo de rede da gaiola flutuante, provocando tais movimentos, para além de "stress", lesões ventrais de maior ou menor gravidade.
De entre as soluções que têm sido propostas para estas situações, haverá que referir a patente WO9629860 AI (Ocean Spar Technologies, L.L.C.) que divulga uma variante para cultivo de peixes planos, constituída por uma gaiola estacionada normalmente à superfície, podendo ser submersa, embora sem a possibilidade de assentar de uma foram estável no fundo do mar, ficando assim sempre sujeita à agitação marítima, o que é inadequado para o cultivo de peixes planos.
De referir ainda os sistemas ensaiados no norte da Europa para o cultivo do halibute que consistem em gaiolas cilíndricas fundeadas que contêm no seu interior uma ou mais pequenas gaiolas cilíndricas, com vários andares, onde os peixes são cultivados, apresentando porém uma péssima relação entre as áreas de produção e o volume global da gaiola envolvente, o que se traduz em evidentes limitações para a rendibilidade do processo, para além da dificuldade adicional de todo o trabalho se realizar no local, em profundidade, onde a gaiola envolvente está submersa. E ainda, a patente ES2229857, que propõe uma imaginativa solução para o cultivo em profundidade e manuseamento operacional à superfície, mas que constitui uma proposta complexa, de grande dimensão e necessariamente dispendiosa e que, dadas as suas características estruturais, implica a existência de instalações e equipamentos situados à superfície, sensíveis à agitação marítima, pelo que a própria invenção reconhece as suas limitações, ao indicar que "... pode instalar-se em zonas protegidas perto da costa, muito similares aos lugares onde se instalam as plataformas de mexilhão nas Rias Galegas". Por outro lado, poderemos ainda considerar a gaiola referida no pedido PCT 2006/099807 o qual nos parece ser bastante semelhante ao sistema da patente ES2229857, porém, mais rudimentar e com um aproveitamento do espaço disponível bastante inferior. O problema a resolver A solução a propor, terá, por um lado, de permitir ultrapassar o bloqueio resultante da carência, atrás referida, de locais de produção em terra firme, na orla marítima e, para além disso, constituir uma alternativa claramente menos pesada do ponto de vista do custo das infraestruturas e menos onerosa em termos de encargos operacionais, designadamente quanto ao consumo de energia.
Por outro lado, ao encarar a possibilidade de transferir a produção para o mar, em resposta à escassez de locais de produção em terra, a solução obriga a localizar as gaiolas a profundidades da ordem de 30 a 50 m onde, ao longo do período de cultivo, haverá garantidamente tranquilidade em termos de agitação marítima mas, em contrapartida, obriga igualmente a encontrar a forma de permitir que o trabalho dos operadores se processe perto da superfície, sem os inconvenientes do mergulho prolongado àquelas profundidades.
Para além disso, considerando os hábitos alimentares dos peixes planos, particularmente dos linguados, pouco propensos a deslocações em busca da alimentação, a ração deve ser distribuída no espaço ocupado em cada momento pelos peixes em cultivo. A solução proposta e sua forma de funcionamento A gaiola submersa para peixes planos foi concebida tendo em atenção o estado da técnica acima descrito e é propósito da presente invenção proporcionar aos aquicultores um equipamento fiável que permita a produção de peixes planos em mar aberto, correspondendo à solução de uma necessidade premente para o desenvolvimento da indústria.
Para resolver o problema, a presente invenção propõe uma gaiola submersa para peixes planos destinada a ser estacionada no fundo do mar, a profundidades compreendidas, de preferência, entre os 30 e os 50 m, as quais compatíveis com o ambiente em que os peixes planos se desenvolvem na natureza, beneficiando de tranquilidade em termos de agitação marítima e não estando os peixes assim sujeitos ao "stress", que acontece à superfície, mesmo em locais abrigados. Para dar resposta aos inconvenientes do mergulho àquelas profundidades a gaiola é concebida para ser trazida à superfície, sempre que necessário, para o desempenho de operações de calibragem, tratamentos de peixe, pesca e limpeza ou eventuais reparações da própria gaiola. A gaiola submersa para peixes planos, de acordo com o invento, apresenta uma configuração substancialmente cónica ou prismática, tipo mastaba, a qual é constituída por uma estrutura principal, constituída por vários anéis tubulares concêntricos, formados por tubos, ligados entre si por uniões através de flanges, e um anel tubular interior inteiriço, estando os anéis tubulares ligados por tubos radiais, todos de material resistente ao ambiente marinho, estando ainda todos os anéis tubulares concêntricos interligados radialmente por vigas estruturais de material resistente ao ambiente marinho, destinadas a dar rigidez ao conjunto. A referida estrutura principal suporta por meio de uma pluralidade de cabos de suspensão, pelo menos, duas bases planas de material resistente ao ambiente marinho, sobrepostas, colocadas entre si, na vertical, a uma determinada distância. Cada base plana é formada por vigas que definem vários anéis concêntricos, unidos por vigas, dispostas radialmente, sendo os espaços definidos por esta estrutura de vigas preenchidos por uma estrutura de cabos amarrados na referida estrutura de vigas, formando uma estrutura mais apertada destinada a servir de apoio a uma tela de rede que reveste superiormente o plano de base assim definido, servindo cada base plana para posicionamento dos peixes em cultivo.
Os tubos e as uniões têm flanges dispostas nas suas extremidades e no interior das uniões e parcialmente no interior dos tubos estão dispostas porções de espuma ou segmentos tubulares fechados cheios de ar. A referida estrutura principal bem como os intervalos, definidos pelas periferias das bases planas, destinadas ao cultivo dos peixes, são cobertas por anteparas de tela de rede interior e exterior, e estando ainda disposta uma antepara de tela de rede em torno do eixo central vertical da gaiola, com uma dimensão correspondente ao espaço interior definido pelas geratrizes internas do anel tubular interior e pelas interligações dos anéis interiores das bases planas, servindo o espaço assim definido para corredor de acesso às, pelo menos, duas bases planas da gaiola. As referidas anteparas de tela de rede interior e exterior servem, respetivamente para evitar a fuga dos peixes em cultivo e para proteger a gaiola de ataques de predadores. A distância entre as bases planas é variável. A periferia da base plana inferior da gaiola é amarrada por intermédio de cabos de suspensão a poitas localizadas no fundo do mar, ficando a gaiola posicionada a uma distância determinada do fundo do mar.
Todos os anéis tubulares podem ser enchidos com água, com ar ou com água e ar por meio dos tubos radiais, os quais interligam os referidos anéis tubulares.
Quando todos os anéis tubulares estão cheios de água, a gaiola assenta no fundo do mar pela sua base plana inferior, situação que apenas é adotada em caso de grande agitação marítima que possa, ainda que com pequena probabilidade, eventualmente fazer-se sentir à profundidade de entre 30 e 50 m. Quando os anéis tubulares estão cheios de ar com exceção do anel tubular periférico, que está colocado num plano inferior, a gaiola descola do fundo do mar tanto quanto o permite o comprimento determinado dos cabos de suspensão ligados às poitas. Esta é a situação normal de funcionamento da gaiola, que dessa maneira beneficia melhor da corrente de água de pouca intensidade que se verifica àquela profundidade, propiciando assim a renovação de água oxigenada e a dispersão de detritos orgânicos. Quando o anel tubular periférico está cheio de ar, a gaiola inicia a sua emersão até à superfície, para permitir a execução de operações de calibragem, tratamentos de peixe, pesca e limpeza ou eventuais reparações da própria gaiola.
As operações de emersão e de submersão da gaiola são conduzidas com apoio de um sistema de amarração que está associado à referida gaiola, o qual compreende, pelo menos, três dispositivos de amarração, cada um constituído por uma boia, uma poita, cabos guia e um contrapeso. Os cabos guia ligam cada uma das referidas boias, posicionadas na superfície, às referidas poitas, pelo que as movimentações verticais da gaiola processam-se de forma equilibrada uma vez que as gaiolas estão amarradas aos referidos cabos guia ligados através de cabos de amarração que dispõem de anéis deslizam ao longo dos respetivo cabo guia.
As transferências de ar ou água entre os diferentes anéis tubulares concêntricos são conseguidas mediante as tubagens radiais que interligam os mesmos. A insuflação de ar nos anéis tubulares é feita através de um tubo que une o anel tubular central da gaiola (onde quer que a gaiola esteja colocada, em profundidade ou à superfície), a uma das referidas boias do sistema de amarração da gaiola, onde existe uma válvula de controlo da carga de ar a que a gaiola está submetida em cada momento. É através deste tubo que se faz o enchimento sucessivo dos anéis tubulares, do centro para a periferia, usando um pequeno compressor de ar instalado numa embarcação de serviço. Para se proceder à submersão da gaiola procede-se a uma descarga controlada do ar que ocupa os anéis tubulares, utilizando para o efeito a mesma válvula, entrando água do mar por orifícios situados no extradorso inferior do anel tubular periférico situado num plano inferior da estrutura principal da gaiola e prosseguindo no sentido dos restantes anéis tubulares, posicionados sucessivamente nas posições mais internas e a níveis ligeiramente superiores para facilitar esta operação.
Finalmente, a distribuição localizada da ração obriga à existência de uma calha para guia da deslocação do equipamento de distribuição sobre as áreas onde os peixes em cultivo estiverem posicionados. A deslocação desse equipamento é controlada em função do posicionamento dos peixes e das suas necessidades alimentares.
Todos os elementos constitutivos da gaiola, designadamente os constituintes da sua estrutura principal (os tubos que formam os anéis tubulares, as tubagens radiais e as vigas estruturais), bem como as vigas, que formam as bases planas, têm dimensões que permitem a sua expedição para qualquer destino em contentor, podendo ser facilmente montados no local de destino.
Breve descrição das figuras A descrição seguinte e os desenhos juntos são dados a titulo exemplificativo e não limitativo da presente invenção. A Fig. 1 mostra em corte e em planta duas gaiolas submersas de acordo com uma concretização preferida do presente invento. A Fig. 2 mostra um conjunto de boia, poita, cabos guia e contrapeso para amarração das gaiolas de acordo com a concretização preferida do presente invento. A Fig. 3 mostra, em planta, os anéis tubulares da estrutura principal da gaiola, bem como dois pormenores ampliados da união do vértice dos tubos constitutivos dos anéis tubulares de acordo com a concretização preferida do presente invento. A Fig. 4 mostra, em planta, a base plana metálica que da gaiola de acordo com a concretização preferida do presente invento. A Fig. 5 mostra dois cortes e dois pormenores ampliados da gaiola de acordo com uma concretização preferida do presente invento. A Fig. 6 mostra em planta o desenvolvimento das calhas de guia dos equipamentos de distribuição de ração.
Descrição pormenorizada da concretização preferida da invenção A Fig. 1 mostra em corte e em planta duas gaiolas submersas, uma posicionada na posição normal de produção 1, situada a uma distância do fundo do mar de cerca de quatro metros, distância que é definida pelo comprimento dos cabos de suspensão amarrados às respetivas poitas e outra na posição de manutenção 2 junto da superfície, a qual se destina a facilitar as operações de calibragem, tratamentos de peixe, pesca e limpeza ou eventuais reparações da própria gaiola, mas em que, embora à superfície, a gaiola fica sensivelmente toda submersa. A Fig. 2 mostra uma das boias 3, a correspondente poita de amarração 4, os cabos guia 5, que condicionam os movimentos de emersão e submersão das gaiolas e do contrapeso 6 de adaptação do sistema à oscilação das marés. A Fig. 3 mostra, em planta, os anéis tubulares em forma de dodecágono da estrutura principal da gaiola, responsáveis pela sua capacidade de submersão e emersão. Trata-se de cinco anéis tubulares concêntricos fabricados a partir de tubos de polietileno de alta densidade (PEAD) em forma de dodecágono, dos quais, os quatro exteriores 7a a 7d são cada um formado por doze tubos 13a a 13d, respetivamente, com flanges 8 nas duas extremidades, que são fixas a uma união 9 que define cada um dos vértices do dodecágono. A união 9 também é fabricada em PEAD, dispondo igualmente de flanges 8 e sendo destinada a unir dois tubos consecutivos. 0 anel tubular interior 10 é igualmente fabricado em PEAD mas, dadas as suas dimensões mais reduzidas e o maior diâmetro dos tubos utilizados, não está dividido em segmentos.
Os anéis tubulares de PEAD estão ligados entre si por tubos radiais 11 destinados a permitir o enchimento total ou parcial dos anéis tubulares com água do mar, quando a gaiola está submersa, ou com ar, para vir à superfície. Os anéis tubulares de PEAD estão também unidos por vigas estruturais 12 de material metálico destinadas a dar rigidez à referida estrutura principal da gaiola. Nos pormenores ampliados desta figura é ainda mostrada, em corte horizontal e em corte vertical, a referida união 9 que constitui cada vértice de cada anel tubular em forma de dodecágono, que mostra também a posição dos referidos tubos radiais 11, que unem os diferentes anéis tubulares e como penetram no seu interior para controlar a circulação da água do mar ou de ar, com o objetivo de provocar a submersão ou a emersão da gaiola.
Nos pormenores ampliados é igualmente visível o posicionamento das porções de espuma ou, em alternativa, os segmentos fechados cheios de ar, colocados no interior das tubagens, com o objetivo de preservar os espaços a que, desta forma, a água não pode ter acesso, a fim de que a impulsão correspondente ao espaço que ocupam seja a necessária para manter as tensões nos cabos de suspensão 19b-19c (ver Fig. 5) das bases planas, quando as tubagens estão cheias de água e a gaiola submersa. A Fig. 4 mostra, em planta, a base plana metálica que configura a estrutura dos dois fundos da gaiola, destinados ao posicionamento dos peixes em cultivo. A base é formada por vigas metálicas 14 unidas em cada vértice por ligações (não representadas) e com reforços nos anéis exteriores e intermédios, utilizando para o efeito cantoneiras 15a, 15b. São ainda mostrados os cabos 16 amarrados às diversas vigas (14), formando uma malha mais apertada destinada a apoiar a tela de rede que reveste superiormente a superfície da base plana assim definida. A Fig. 5 mostra dois cortes da gaiola que correspondem, o superior à intercessão por um plano vertical que passa pelos vértices opostos dos anéis tubulares de PEAD, e o inferior à interceção por um plano vertical passando a meio de lados (tubos 13, ver a Fig. 3), colocados em posição simétrica, dos referidos anéis tubulares. Os cortes mostram as secções dos tubos 13, os tubos de ligação 11 entre os anéis tubulares para a distribuição de água ou de ar, as vigas estruturais 12 destinadas a dar rigidez ao referido sistema de anéis tubulares (com um pormenor da sua forma em alçado), as vigas 14 que constituem a estrutura das duas bases metálicas, a delimitação do espaço da gaiola com duas telas de rede, tendo a interior 17 uma malha adequada ao tamanho do peixe em cultivo, sendo, portanto, destinada a evitar a sua fuga e sendo a tela de rede exterior 18 destinada a proteger a gaiola de ataques de predadores. A figura mostra ainda uma pluralidade de cabos de suspensão 19 das bases, de ligação às poitas 20 assentes no fundo do mar (com um pormenor da poita 20 em planta) e a posição das calhas de guia 21 para os equipamentos de distribuição de ração. A Fig. 6 mostra em planta o desenvolvimento das calhas de guia 21 onde circulam os equipamentos destinados a distribuir, nas duas bases planas da gaiola, a ração, da forma mais localizada possível atendendo aos espaços efetivamente ocupados pelos peixes em cultivo.
Esta descrição não deve ser entendida como excluindo outras características técnicas ou componentes. Outros objetivos, vantagens e características da invenção tornar-se-ão evidentes para os peritos na especialidade após análise da descrição anterior, ou podem ser adquiridos executando a invenção. Além disso, a presente invenção cobre todas as combinações possíveis dos elementos constitutivos indicados na descrição anterior.
Lisboa, 2016-10-10

Claims (12)

  1. REIVINDICAÇÕES
    1 - Gaiola submersa para peixes planos, constituída por uma estrutura principal, constituída por vários anéis tubulares concêntricos (7a-7d), formados por tubos (13a-13d) ligados entre si por uniões (9) através de flanges (8), e um anel tubular interior (10) inteiriço, estando os anéis tubulares ligados por tubos radiais (lla-lld), todos de material resistente ao ambiente marinho, estando ainda todos os anéis tubulares concêntricos (7a-7d e 10) interligados radialmente por vigas estruturais (12a-12d) de material resistente ao ambiente marinho, destinadas a dar rigidez ao conjunto, caracterizada por a referida estrutura principal suportar por meio de uma pluralidade de cabos de suspensão (19b e 19c), pelo menos, duas bases planas de material resistente ao ambiente marinho, sobrepostas, colocadas entre si, na vertical, a uma determinada distância, sendo cada base plana formada por vigas (14a-14e) que definem vários anéis concêntricos, unidos por vigas estruturais (14f), dispostas radialmente, sendo os espaços definidos por esta estrutura de vigas preenchidos por uma estrutura de cabos (16a-16e) amarrados na referida estrutura de vigas, formando uma estrutura mais apertada destinada a servir de apoio uma tela de rede que reveste superiormente o plano de base assim definido, servindo cada base plana para posicionamento dos peixes em cultivo.
  2. 2 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por os tubos (13) e as uniões (9) terem flanges (8) dispostas nas suas extremidades e por no interior das uniões (9) e parcialmente no interior dos tubos (13) estarem dispostas porções de espuma ou segmentos tubulares fechados cheios de ar.
  3. 3 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por cada base plana ser formada por vigas, que definem, pelo menos, cinco anéis concêntricos, unidos por vigas dispostas radialmente.
  4. 4 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a referida estrutura principal bem como os intervalos, definidos pelos anéis periféricos (14e) das bases planas, serem cobertos por anteparas de tela de rede interior (17) e exterior (18) , e por estar ainda disposta uma antepara de tela de rede em torno do eixo central vertical da gaiola, com uma dimensão correspondente ao espaço interior definido pelas geratrizes internas do anel tubular interior (10) e pelas interligações dos anéis interiores (14a) das bases planas, servindo o espaço assim definido para corredor de acesso às, pelo menos, duas bases planas da gaiola.
  5. 5 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a distância entre as bases planas ser de entre 2 e 3 m, de preferência, de 2,5 m.
  6. 6 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a periferia da base plana de fundo da gaiola ser amarrada por intermédio de cabos de suspensão (19a) às poitas (20), localizadas no fundo do mar, ficando a gaiola posicionada a uma distância de entre 3 e 6 m, de preferência, de 4 m acima do fundo do mar.
  7. 7 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por todos os anéis tubulares (7, 10) poderem ser enchidos com água, com ar ou com água e ar por meio dos tubos radiais (11), os guais interligam os referidos anéis tubulares (7, 10).
  8. 8 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o anel tubular (7d) situado num plano inferior da estrutura principal da gaiola ter dispostos no seu extradorso inferior orifícios para a entrada de água.
  9. 9 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1 e 5, caracterizada por incluir um tubo que faz a ligação entre o anel tubular central da gaiola (10) e uma boia (3), através do qual é feita a insuflação de ar para os referidos anéis tubulares (7, 10).
  10. 10 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por incluir uma calha de guia (21) para guia da deslocação do equipamento de distribuição ração.
  11. 11 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por os tubos (11, 13), as uniões (9) e o anel tubular (10) serem de polietileno de alta densidade (PEAD) e as vigas (14) serem metálicas.
  12. 12 - Gaiola submersa para peixes planos de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por um sistema de amarração estar associado à referida gaiola, o qual compreende, pelo menos, três dispositivos de amarração, cada um constituído por uma boia (3), uma poita (4), cabos guia (5) e um contrapeso (6), estando a referida gaiola ligada aos referidos cabos guia por meio de cabos de amarração. Lisboa, 2016-10-10
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