BRPI1107336A2 - placa osso bloqueada e parafuso dotado de cabeÇa cânica ou parabàlica rosqueÁvel e seu arranjo compreendendo um implante e respectivo mÉtodo de inserÇço do dito implante em tecido àsseo - Google Patents

Abstract

"PLACA OSSO BLOQUEADA E PARAFUSO DOTADO DE CABEÇA CâNICA OU PARABàLICA ROSQUEÁVEL E SEU ARRANJO COMPREENDENDO UM IMPLANTE E RESPECTIVO MÉTODO DE INSERÇçO DO DITO IMPLANTE EM TECIDO àSSEO". Placa osso bloqueada, dotada de furos ortogonais, associadas sinergicamente a parafusos de cabeça cônica ou parabólica, rosqueados nos ditos furos ortogonais da placa, indicada para tratamento de fraturas em todo o esqueleto, que, quando fixada em um osso fraturado estabiliza a fratura. A natureza da fixação daquele parafuso de cabeça cônica ou parabólica em um furo ortogonal traz a vantagem de permitir a estes elementos de fixação micro movimentos que estimulam a consolidação óssea.

Description

RELATÓRIO DESCRITIVO

PLACA OSSO BLOQUEADA E PARAFUSO DOTADO DE CABEÇA CÔNICA OU PARABÓLICA ROSQUEÁVEL E SEU ARRANJO COMPREENDENDO UM IMPLANTE E RESPECTIVO MÉTODO DE INSERÇÃO DO DITO IMPLANTE

EM TECIDO ÓSSEO

Campo da aplicação

A presente invenção pertence ao campo dos aparatos médicos, mais especi- ficamente dos dispositivos utilizados em tratamentos ortopédicos - implan- tes, exatamente uma placa osso bloqueada, indicada para tratamento de fra- turas esqueléticas, cuja associação com parafusos de cabeça cônica ou para- bólica permite micro movimentos desses parafusos, acelerando a osteocon- solidação.

Histórico da invenção

Implantes são dispositivos inseridos no corpo humano para realizar as fun- ções de alguma estrutura biológica que esteja ausente ou com funcionamento comprometido.

Tais dispositivos são amplamente difundidos na arte e desde que o uso de placas convencionais foi popularizado pelo grupo AO nos anos 60, estas se provaram de extrema utilidade na estabilização óssea.

Idealmente, o sistema placa-parafuso-osso deve permitir a restauração do alinhamento do eixo mecânico do membro e restabelecer a congruência arti- cular para menos de dois milímetros de desvio.

As primeiras placas a serem criadas foram às placas de fixação convencio- nais que podem funcionar como sistemas fixos apenas em circunstâncias i- deais. Estas utilizavam de orifícios simples que aloja um parafuso e com- prime a placa contra o osso.

Na seqüência foi introduzida em 1969 a placa de compressão dinâmica. A placa de compressão dinâmica apresentou um desenho dos orifícios permi- tindo a compressão axial por inserção excêntrica do parafuso. A placa fun- ciona de modos diferentes: compressão, neutralização, banda de tensão ou como suporte.

Como durante a utilização da placa de compressão dinâmica e placa conven- cional existiam a compressão entre placa e osso a rede capilar do periósteo muito comprometida, levando a uma piora relativa da perfusão cortical. As- sim houve a aparição das placas de compressão dinâmica de contato limitado que nada mais é que uma evolução da DCP onde a área de contato placa- osso (a "pegada" da placa) está gradamente reduzida.

No início dos anos 1990 iniciou-se a experimentação para vários tipos de fixação interna para fraturas A ênfase iniciai estava em desenvolver fixa- ções estáveis que não necessitassem grande dissecção de partes moles. Com isso o sentimento de segurança na utilização das placas bloqueadas. As placas bloqueadas permitem a inserção de parafusos ou pinos lisos com ân- gulo fixo estável. Os orifícios de inserção do parafuso possuem rosca que permitem aparafusá-lo na placa funcionando como um dispositivo de ângulo fixo. A relativa facilidade de aplicação e a baixa incidência de complicações relatadas em estudos clínicos iniciais contribuíram para a proliferação desta tecnologia na fixação das fraturas.

A principal diferença biomecânica entre as placas bloqueadas e as placas convencionais é o fato de que nestas últimas a estabilidade se dá por força de fricção entre a placa e o osso, e a fixação do sistema se dá unicamente pelo torque do parafuso no osso. Com a persistência do movimento fisiológico os parafusos podem afrouxar com diminuição das forças de fricção e soltura dos parafusos e conseqüentemente da placa. Segundo Jagodzinski e Krettek (2007), no período inicial, a osteossíntese deve facilitar micro movimentos dos fragmentos se a cura da fratura no se- gundo estágio é desejada. Ao mesmo tempo, a congruência articular e as po- sições axial e rotacional devem ser mantidas. No período final de cura, o movimento dentro do calo deve ser limitado, que é naturalmente alcançado pelo aumento da rigidez da ossificação do calo.

Percebe-se, portanto, na técnica, um hiato no que tange a implantes que permitam micro movimentos dos elementos de fixação - parafusos - possibi- litando, deste modo, um menor tempo para a consolidação óssea.

Baseados neste fato e pensando no contínuo desenvolvimento dos produtos, propõe-se uma invenção, ora reivindicando os privilégios de sua proteção por sua novidade e atividade inventiva, como exposto a seguir. Uma placa osso bloqueada é uma placa que, quando fixada em um osso fra- turado, resiste para suportar e/ou estabilizar a fratura. No caso deste disposi- tivo, a rigidez cios implantes contribui para reduzir a mobilidade da fratura. A estabilidade absoluta diminui a tensão no local da fratura a ponto de per- mitir a consolidação direta sem um calo visível.

Ainda, a natureza da fixação daquele parafuso de cabeça cônica ou parabóli- ca em um furo ortogonal traz a vantagem de permitir a estes elementos de fixação micro movimentos que estimulam a citada consolidação óssea. Análise do estado da técnica

A patente US20040006346 relata um implante rosqueável para inserção em um orifício disposto em tecido ósseo, o dito implante tendo urna porção es- ponjosa e uma porção cortical, tendo comprimento axial suficiente para, quando instalado no orifício, a junção da porção cortical com o do ósseo, fica geralmente confinado à camada cortical óssea. Em suas configurações alternativas apresenta parafusos dotados de cabeça cônica, entretanto ros- queado em furo também cônico, de modo diferente da invenção que se pro- põe.

A proteção US20100185246 revela parafusos ósseos que possuem cabeças providas de soquete hexagonal assim como uma porção filetada (com rosca). permitindo o rosqueamento através do implante no tecido ósseo até a taxa de compressão desejada. Em suas configurações alternativas protege parafusos de bloqueio dotados cabeça cônica com rosca, entretanto não associados a fur os ortogonais, distanciando-se das características apresentadas pela in- venção proposta.

O documento US5002544 apresenta um implante de pressão osteossintético que possui orifícios para parafusos ósseos posicionados ao longo de seu eixo longitudinal e possui uma porção inferior de recessos curvos, planejados pa- ra posicionamento no osso de modo que, imediatamente sobre a implanta- ção, restam espaços entre o osso e o implante. Apresenta implantes ósseos

dotados de furos oblongos para parafusos de compressão dmãmica aiívios em sua porção inferior, entretanto não cita parafusos de cabeça cônica ou parabólica rosqueados em furos ortogonais.

A invenção EP1949866 relata um implante ósseo ortopédico e mais particu- larmente implantes ósseos ortopédicos dotados de parafusos e contendo a- berturas relativas a estes. Em uma configuração exemplar, o implante inclui uma abertura definida por uma porção interior filetada configurada para a- justar-se à cabeça do parafuso ósseo. Tal proteção desvela implantes ósseos dotados de parafusos de bloqueio com cabeça cônica com rosca, mas não rosqueados em furos ortogonais, afastando-se das peculiaridades apresenta- das pela invenção proposta. Relação das figuras

A figura 1 demonstra uma vista lateral do parafuso dotado de cabeça cônica ou parabólica (1), onde se nota a distinção entre as roscas da cabeça cônica ou parabólica (1) e do eixo de fixação (2).

A figura 2 revela uma vista em corte do parafuso (4) bloqueado na placa (5), onde se percebe a interação (3) entre a cabeça do parafuso e a placa, e o lon- go corpo do parafuso (4) que se destaca a partir da placa (5). A figura 3 apresenta um detalhe da cabeça do parafuso (1) rosqueado na pla- ca (5) e a interação (3) entre a cabeça do parafuso e a placa. A figura 4 desvela um detalhe da interação da rosca (1) do parafuso de cabe- ça cônica ou parabólica com a placa, quando nela inserido. As figuras 5A e 5B mostram uma vista em corte da seqüência de movimen- tos de oscilação que o parafuso de cabeça cônica ou parabólica pode desen- volver quando implantado. Descrição detalhada da invenção

Ante as lacunas apresentadas na arte, a presente invenção busca solucionar diversos problemas existentes na técnica atual, proporcionando considera-

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.ui,LuèwLo tiUo uoiicu luj u ν iiiipicuuc, 111 ct t ^ uciii uescriio a seguir, airaves de seu arranjo compreendendo um implante e método de inserção do dito implante em tecido ósseo resultando em micro movimentos desses parafusos que aceleram, sobremaneira, a osteoconsolidação.

Propõe-se, pois, um uma placa osso bloqueada, dotada de parafusos de cabe- ça cônica ou parabólica que serão rosqueados em furos ortogonais - de ângu- lo reto - da placa, indicada para tratamento de fraturas em qualquer parte do esqueleto.

A placa osso bloqueada permite micro movimentos que resulta

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fixação micro flexível do parafuso (4), mediante a interação de elementos de perfil distinto, reduzindo a rigidez do tutor - o sistema que tem como objeti- vo assistir, restringir, alinhar ou simular a função de uma parte do corpo, sendo neste caso, o sistema placa-parafuso - promovendo uma pequena esta- bilidade relativa em um sistema de fixação interno.

Com perfis diferentes, o parafuso (4) de cabeça cônica ou parabólica (1) não interage em toda extensão com o furo ortogonal da placa (5). Suas roscas, apesar de serem compatíveis, não se aproximam do mesmo modo em toda a extensão longitudinal, uma vez que os perfis distintos geram distanciaraen- tos, como de pode perceber na Figura 3.

Em interações tradicionais, de perfis ortogonais, como, por exemplo, entre um parafuso e uma porca compatível, à medida que se avança o passo da rosca, aumenta-se a área de contato entre os elementos, já que os perfis idên- ticos acarretam na eqüidistância entre as paredes do parafuso e da rosca à medida que se avança a rosca. No caso da presente invenção, o perfil para- ból ico (1) da cabeça do parafuso (4) acarreta em uma zona de interação para fixação apenas em sua parte superior, com se denota da Figura 3. O restante da cabeça do parafuso fica "solto" dentro da cavidade do furo da placa (5), graças ao afastamento das paredes à medida que o diâmetro da cabeça cônica ou parabólica (!) diminui.

Adicionalmente, os recessos situados na superfície interna da placa (5), a- quela que contata com o osso, localizados nas imediações do furo, permitem uma maior área para movimentação dos parafusos (4), facilitando os micro movimentos do corpo do parafuso (4). A placa além de ter orifícios de bloqueio conta ainda com a presença do ori- fício de compressão dinâmica de contato limitado, possibilitando tanto a uti- lização de um parafuso convencional corno de um parafuso bloqueado. Esta combinação reflete o desejo clínico de possuir maior flexibilidade na osteos- smtese por placa, ou seja, dependendo da condição da fratura pode ser utiii- zado a técnica convencional - princípio de compressão - técnica em ponte - princípio do fixador interno - ou a combinação de ambos os princípios. A placa se caracteriza pelo fato de que a superfície da jaqueta interna é orto- gonal, ou seja, um furo rosqueado de ângulo reto, com paredes paralelas. O parafuso (4) se caracteriza por 2 regiões: a região 1 possui uma cabeça de perfil parabólico com uma rosca, onde a dita cabeça tem seu diâmetro dimi- nuído à medida que a rosca avança ao corpo do parafuso; esta região 1 é que é bloqueada no furo ortogonal da placa. Já na região 2, o corpo do para- fuso, a rosca é fixada ao osso, fato melhor compreendido quando acompa- nhado da Figura 1.

A rosca na região 1 tem uma superfície externa cônica ou parabólica em um ângulo "A" que varia de 2° a 25° e uma superfície interna cônica ou parabó- lica em um ângulo "B" que varia 2o a 25°, melhor detalhado pela Figura 2. O parafuso é bloqueado à placa utilizando-se um torque controlado que varia de acordo com a medida da rosca. Durante esta montagem, o parafuso trava em um dos filetes superiores do furo deixando a região inferior do furo sem contato com a rosca do parafuso - gerando a folga necessária para propor- cionar os micro movimentos, conforme visualizado na Figura 3. A região inferior do sistema de travamento placa e parafuso, mostrado na Figura 2, que não está em contato durante a aplicação devido ao afastamento das paredes do parafuso de cabeça cônica ou parabólica (1) e do furo da pla- ca (5), possibilita os micro movimentos a partir da flexão do parafuso (4), uma vez que este também se encontra fixado ao osso.

Esta invenção não se limita às representações aqui comentadas ou ilustradas, devendo ser compreendida em seu amplo escopo. Muitas modificações e ou- tras representações da invenção virão à mente daquele versado na técnica à qual essa invenção pertence, tendo o benefício do ensinamento apresentado nas descrições anteriores e desenhos anexos. Além disso, c para ser entendi- do que a invenção não está limitada à forma específica revelada, e que modi- ficações e outras formas são entendidas como inclusas dentro do escopo das reivindicações anexas. Embora termos específicos sejam empregados aqui, eles são usados somente de forma genérica e descritiva e não como propósito de limitação.

Claims (1)

1. Arranjo de placa osso bloqueada e parafuso dotado de cabeça cônica ou parabólica rosqueável caracterizados por serem aplicados associada- mente, de modo a interagirem possibilitando micro movimentos do pa- rafuso (4) a partir da flexão de seu eixo, ressaltada pelas reentrâncias na superfície de contato com da placa perfurada com o osso, na região em torno dos furos rosqueados ortogonais.