BRPI1007885B1 - Composição de bismuto-tiol, método para preparar dita composição e usos da mesma para o tratamento de infecção de uma superfície do tecido epitelial ou de uma ferida aguda, ferida crônica ou ferida de uma superfície do tecido epitelial por um biofilme bacteriano formado por um patógeno bacteriano - Google Patents

Composição de bismuto-tiol, método para preparar dita composição e usos da mesma para o tratamento de infecção de uma superfície do tecido epitelial ou de uma ferida aguda, ferida crônica ou ferida de uma superfície do tecido epitelial por um biofilme bacteriano formado por um patógeno bacteriano Download PDF

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Abstract

BISMUTO-TIÓIS COMO ANTISSÉPTICOS PARA TECIDOS EPITELIAIS, FERIDAS AGUDAS E CRÔNICAS, BIOFILMES BACTERIANOS E OUTRAS INDICAÇÕES. Composições e métodos, incluindo novas suspensões micro particuladas homogêneas, são descritos para o tratamento de feridas agudas, feridas crônicas e/ou uma ferida ou superfície do tecido epitelial que contém biofilme bacteriano, incluindo-se a sinergia inesperada entre o composto de bismuto-tiol (BT)s e determinados antibióticos, para proporcionar formulações tópicas que incluem formulações antissépticas, para administrar e promover a cura da ferida e em particular de feridas infectadas. São ainda descritas propriedades antibacterianas e propriedades antagônicas ao biofilme anteriormente não previstas dos compostos BT e das combinações do composto BT-mais-antibiótico, incluindo-se as eficácias preferenciais de determinadas dessas composições para o tratamento de infecções por bactérias para o tratamento de infecções por bactérias gram negativas.

Description

REFERÊNCIA CRUZADA AO PEDIDO RELACIONADO
[001]Este pedido reivindica o benefício nos termos do Artigo 35 do Código dos Estados Unidos 119(e) do Pedido Provisório de Patente N° U.S. 61/149.593 depositado em 3 de fevereiro de 2009, que é incorporado ao presente em sua totalidade por meio de citação.
ANTECEDENTES Campo Técnico
[002]As modalidades presentemente reveladas da invenção referem-se a composições e métodos destinados ao tratamento de infecções microbianas. Em par-ticular, as presentes modalidades se referem a tratamentos aprimorados para controle de infecção bacteriana em tecidos epiteliais, incluindo-se feridas, como feridas crôni-cas e feridas agudas, e incluindo-se o tratamento de biofilmes bacterianos e outras condições.
Descrição da Técnica Relacionada
[003]A complexa série de interações celulares e moleculares coordenadas que contribui para a cura de ferida na pele, e/ou para a cura ou manutenção de tecidos epiteliais em geral, pode ser negativamente influenciada por uma variedade de fatores externos, como infecções oportunistas e nosocomiais (por exemplo, regimes clínicos que podem aumentar o risco de infecção), administração local ou sistêmica de antibióticos (que pode interferir no crescimento, migração ou outras funções celulares e também pode selecionar micróbios resistentes ao antibiótico), mudanças frequentes de curativo da ferida, exposição ao ar de feridas para agilizar a cura, o uso de matriz de suporte estrutural artificial temporária ou materiais de estruturação, e/ou a possível necessidade de debridamento e/ou nova cirurgia para excisar tecidos infectados ou necróticos.
[004]A cura de feridas, portanto, continua a ser um desafio excepcional aos profissionais clínicos em todo o mundo. Os atuais tratamentos para feridas recalcitrantes são inviáveis e ineficazes, em geral demandando múltiplas cirurgias para que a ferida seja fechada. Por exemplo, Regranex® (becaplermin, Ortho-McNeil Pharmaceutical, Inc., disponível através de Ethicon, Inc., fator de crescimento recombinante derivado de plaqueta) exemplifica um dos poucos tratamentos disponíveis para feridas crônicas, apresentando, contudo, um elevado custo de produção e limitada utilidade clínica.
Feridas Crônicas e Agudas e Biofilmes de Ferida
[005]As feridas ocorrem quando a continuidade entre células dentro de um tecido, ou entre tecidos, é corrompida, por exemplo, por forças físicas, mecânica, bio-lógicas, patológicas e/ou químicas (por exemplo, queimaduras, infecções dérmicas, feridas perfurantes, feridas por disparo de arma ou estilhaço, úlceras na pele, enve-nenamento por radiação, malignidades, gangrena, doença autoimune, doença por imunodeficiência, insulto respiratório, como através de inalação ou infecção, insulto gastrointestinal, como através da ingestão nociva ou infecção, disfunções circulatórias e hematológicas, incluindo-se defeitos de coagulação,) ou outras lesões traumáticas, ou outros similares.
[006]Muito embora um nível restrito de contaminação bacteriana em uma fe-rida, ou "colonização" da ferida, possa não interferir necessariamente nos processos de cura da ferida, a presença de bactérias em números suficientes para sobrepujar as defesas de imunidade do hospedeiro pode dar origem a uma ferida aguda ou a uma ferida crônica ou a uma ferida em que um biofilme bacteriano esteja presente, como uma infecção de ferida na qual o crescimento bacteriano prossegue até prejudicar o hospedeiro. Bryant e Nix, Acute and Chronic Wounds: Current Management Concepts, 2006 Mosby (Elsevier), NY; Baronoski, Wound Care Essentials: Practical Principles (2a Ed.), 2007 Lippincott, Williams and Wilkins, Filadélfia, PA). Por exemplo, feridas agudas como as que podem resultar de lesão, trauma, intervenção cirúrgica, ou outras causas, tipicamente são desprovidas de deficiências de saúde subjacentes e são curadas com rapidez, porém, em certas ocasiões, não são curadas devido à presença de uma infecção; biofilmes bacterianos de rápida formação foram descritos em feridas agudas (por exemplo, no documento WO/2007/061942). Fatores adicionais capazes de contribuir com o desenvolvimento de feridas crônicas incluem perdas na mobilidade (por exemplo, que resultam na pressão continuada que é aplicada ao sítio da ferida), deficiências sensoriais ou capacidade mental, inacessibilidade ao sítio da ferida (por exemplo, nos tratos respiratórios ou gastrointestinais) e deficiências circulatórias. A infecção em um local de ferida crônica pode ser detectada por sinais clínicas de rubor da pele, edema, formação de pus e/ou odor desagradável, ou outros critérios relevantes clinicamente aceitos.
[007]Feridas agudas que não podem ser curadas apropriadamente, portanto, podem estar presentes, sendo passível o desenvolvimento de feridas crônicas, em organismos superiores (incluindo-se, porém, sem limitar-se a, seres humanos e outros mamíferos) quando o sistema imunológico do hospedeiro foi sobrepujado pela infecção bacteriana de um sítio da ferida (por exemplo, uma ferida aguda), criando condições permissivas para que a bactéria invada e posteriormente destrua o tecido. De modo geral, feridas crônicas são feridas que não são curadas no prazo de três meses, e invés de diminuírem, tendem a aumentar à medida que a infiltração bacteriana progride. As feridas crônicas podem ser extremamente dolorosas e estressantes ao paciente quando os nervos adjacentes são danificados (neuropatia) à medida que a ferida progride. Essas feridas afetam quatro milhões de americanos todos os anos e as despesas com o tratamento somam cerca de $9 bilhões. Os indivíduos afetados, em sua maioria, têm idade superior a 60 anos.
[008]As feridas crônicas, em alguns casos, podem ter sua origem como feri-das agudas, sendo assim, podem incluir, por exemplo, feridas por disparo de arma ou estilhaço, queimaduras, perfurações, úlcera venosas, úlceras de pressão, úlceras di-abéticas, envenenamento por radiação, malignidades, infecções dérmicas, gangrena, feridas cirúrgicas, úlceras do pé diabético, úlceras de decúbito, úlceras de perna de etiologia venosa, feridas cirúrgicas não curadas contendo biofilme e/ou infectadas, pioderma gangrenoso, feridas traumáticas, insuficiência arterial aguda, fascite necro- sante, osteomielite (infecção óssea), e lesões por radiação, como osteorradionecrose e radionecrose do tecido mole, ou outros tipos de feridas. As úlceras venosas, por exemplo, ocorrem primordialmente nas pernas, como resultado da baixa circulação (por exemplo, isquemia), mal funcionamento das válvulas das veias, ou trauma físico repetido (por exemplo, lesão repetitiva). Úlceras de pressão podem estar presentes quando a pressão local que é exercida na ou ao redor de um sítio da ferida é maior que a pressão sanguínea, por exemplo, de sorte que a baixa circulação, paralisia, e/ou escaras de decúbito podem contribuir para, ou exacerbar, a ferida crônica. Úlceras diabéticas podem ocorrer em indivíduos portadores de diabetes mellitus, por exemplo, pessoas nas quais o não controlado e elevado teor de açúcar no sangue pode contribuir para a perda de sensibilidade nas extremidades, levando à lesões repetitivas e/ou negligência por parte do indivíduo na atenção às lesões. Fatores que podem complicar ou de algum modo influenciar o início clínico e surgimento de feridas crônicas incluem a condição imunológica do indivíduo (por exemplo, supressão imunológica, sistema imunológico comprometido sob o aspecto patológico (por exemplo, HIV-AIDS), radio- terapêutico ou farmacológico; idade; estresse); envelhecimento da pele (incluindo-se o envelhecimento foto químico), e desenvolvimento e progressão de biofilmes no interior da ferida. No caso de tecidos epiteliais no trato respiratório e/ou trato gastrointestinal, a inacessibilidade, oclusão, dificuldade na geração de forças fluidas de liberação de superfície ou desenvolvimento de microambientes localizados propícios à sobrevivência microbiana podem engendrar complicações clínicas.
[009]Lesões relacionadas a feridas podem ser acompanhadas de perda ou comprometimento de função do órgão, choque, sangramento e/ou trombose, morte celular (por exemplo, necrose e/ou apoptose), estresse e/ou infecção microbiana. Qualquer desses ou todos esses eventos, e especialmente a infecção, podem retardar ou impedir os processos efetivos de regeneração tecidual que estão envolvidos na cura da ferida. Portanto, pode ser importante, em um indivíduo onde perdura uma ferida, remover o mais cedo possível o tecido não viável de um sítio da ferida, um processo denominado debridamento, e também remover qualquer matéria estranha do sítio da ferida, também denominada limpeza da ferida.
[0010]Feridas severas, feridas agudas, feridas crônicas, queimaduras, e úlceras podem ser beneficiadas pelos curativos de ferida celular. Diversos produtos de pele artificial estão disponíveis para feridas ou queimaduras não curadas como: Apli- graft® (Norvartis), Demagraft®, Biobrane®, Transcyte® (Advance Tissue Science), Integra® Dermal Regeneration Template® (de Integra Life Sciences Technology), e Or- Cel®. Esses produtos, no entanto, não são projetados para abordar o problema de infiltração do tecido bacteriano e disseminação da ferida.
[0011]Infelizmente, antibióticos sistêmicos não são eficazes ao tratamento de feridas crônicas, e em geral não são usados, a menos que uma infecção aguda tam-bém esteja presente. Abordagens correntes ao tratamento de feridas crônicas incluem a aplicação de antibióticos tópicos, mas esses medicamentos podem promover o advento de cepas bacterianas resistentes a antibiótico e/ou podem ser ineficazes contra biofilmes bacterianos. Portanto, pode vir a se tornar especialmente importante o uso de antissépticos quando forem detectadas bactérias resistentes à droga (por exemplo, Staphylococcus aureus resistente à meticilina, ou MRSA) na ferida. Existem diversos antissépticos de largo uso, mas as populações ou subpopulações bacterianas que são estabelecidas em algumas feridas crônicas podem não responder a esses agentes, ou a quaisquer outros tratamentos atualmente disponíveis, requerendo então ampu-tação cirúrgica ou novo corte para impedir a futura disseminação da infecção no hos-pedeiro, isto é, a perda indesejável de um membro ou outro tecido infectado. Adicio-nalmente, uma diversidade de antissépticos pode ser tóxica às células do hospedeiro nas concentrações que podem ser necessárias à eficácia contra uma infecção bacte- riana estabelecida em um sítio de ferida crônica, e consequentemente, tais antissép-ticos são inadequados. Este problema pode ser particularmente agudo nos casos de esforços em limpar as infecções das superfícies epiteliais internas, como o trato res-piratório (por exemplo, vias aéreas, vias nasofaríngeas e laríngeas, traqueal, pulmo-nar, brônquio, bronquíolos, alvéolo, etc.) ou gastrointestinal (por exemplo, bucal, eso- fageano, gástrico, intestinal, retal, anal, etc.) , ou outras superfícies epiteliais.
[0012]Infecções particularmente problemáticas são aquelas compostas de bi- ofilmes bacterianos, uma organização de bactérias relativamente recém reconhecida por meio da qual bactérias unicelulares livres ("planctônica") se reúnem por adesão intercelular em comunidades organizadas multicelulares (biofilmes) com padrões de comportamento, expressão gênica, e suscetibilidade a agentes ambientais acentua- damente distintos, incluindo-se antibióticos. Os biofilmes podem distribuir mecanismos de defesa biológica não encontrados em bactérias planctônicas, mecanismos esses que podem proteger a comunidade do biofilme contra antibióticos e respostas imuno- lógicas do hospedeiro. Biofilmes estabelecidos podem impedir o processo de cura da ferida.
[0013]A pesquisa com feridas crônicas não curáveis demonstra que os biofil- mes microbianos são prontamente detectáveis na maior parte dos casos, e os Centros para Controle de Doença (Centers for Disease Control - CDC) dos Estados Unidos relatam que até 70% das infecções no mundo ocidental estão associadas aos biofil- mes. Há relatos de que os biofilmes são mais comuns nas feridas crônicas que nas feridas agudas (James et al., 2008 Wound Rep. and Regen. 16:37-44). Contaminantes comuns de feridas microbiológicas incluem S. aureus, incluindo-se MRSA (Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina), Enterococci, E. coli, P. aeruginosa, Streptococci, e Acinetobacter baumannii. Alguns destes organismos exibem uma capacidade de sobrevivência em superfícies clínicas não nutritivas por meses. Foi demonstrado que o S. aureus permanece viável por quatro semanas em vidro seco, e por entre três e seis meses em sangue seco e fibras de algodão (Domenico et al., 1999 Infect. Immun. 67:664-669). Tanto E. coli quanto P. aeruginosa demonstraram sobreviver por mais tempo que S. aureus em sangue seco e fibras de algodão (ibid).
[0014]Biofilmes microbianos estão associados ao aumento substancial da re-sistência a desinfetantes e antibióticos. A morfologia do biofilme resulta quando bac-térias e/ou fungos são anexados às superfícies. Esta anexação deflagra uma transcrição alterada de genes, resultando na secreção de uma matriz de polissacarídeo acen- tuadamente resiliente e de difícil penetração, protegendo os micróbios. Biofilmes são extremamente resistentes ao sistema imunológico de mamíferos, além de sua resistência extremamente substancial aos antibióticos. É extremamente difícil erradicar bi- ofilmes uma vez estabelecidos, portanto impedir a formação de biofilme é uma prioridade clínica muito importante. A pesquisa recente demonstra que feridas abertas podem rapidamente ser contaminadas por biofilmes. Acredita-se que esses biofilmes microbianos retardam a cura da ferida, e muito provavelmente estão relacionados ao estabelecimento de severas infecções de ferida.
[0015]As diretrizes atuais para o cuidado de feridas militares, por exemplo, especificam uma irrigação completa e vigorosa e o debridamento (Blankenship CL, Guidelines for care of open combat casualty wounds, Fleet Operations and Support. U.S. Bureau of Medicine and Surgery). Apesar de esta intervenção precoce ser importante, não é adequada para impedir o desenvolvimento da infecção. Etapas terapêuticas adicionais precisam ser cumpridas em seguida ao debridamento para promover a cura, reduzir a biocarga microbiana, e com isso reduzir as chances de estabeleci-mento de infecções e biofilmes na ferida.
[0016]Devido à natureza complexa das feridas traumáticas, é grande o poten-cial para infecção, particularmente considerando a introdução de objetos estranhos e outros agentes contaminantes do ambiente. Os ambientes militar e clínico (incluindo- se as pessoas dentro desses ambientes) atuam como fontes relevantes de micróbios potencialmente patogênicos, particularmente para aqueles que padecem em decor-rência de feridas abertas e/ou complexas. Feridas agudas e crônicas, incluindo-se feridas cirúrgicas e militares, já comprometeram a barreira e defesa primária do corpo contra infecção; a pele. As feridas, portanto, expõem o interior do corpo (um ambiente úmido e nutritivo) a infecções oportunistas e patogênicas. Muitas dessas infecções, particularmente infecções de ferida persistentes, provavelmente estão relacionadas à formação de biofilme, como mostrou ser o caso com feridas crônicas (James et al., 2008). A infecção de feridas em hospitais constitui uma das causa mais comuns de infecção nosocomial, e feridas adquiridas em ambientes de desastre natural e milita-res são particularmente suscetíveis à contaminação microbiana. Feridas militares são pré-dispostas à infecção por estarem tipicamente associadas ao dano do tecido, ten-dem a ser extensas e profundas, podem introduzir corpos estranhos e interferir no suprimento sanguíneo do local, podem estar associadas a fraturas e queimaduras, e podem levar ao choque e comprometimento das defesas imunológicas.
Arquitetura da Pele e Cura da Ferida
[0017]A manutenção da pele funcionante e intacta e de outros tecidos epiteli- ais (por exemplo, superfícies epiteliais em geral avasculares que formam barreiras entre um organismo e seu ambiente externo, como aqueles encontrados na pele e também encontrados no revestimento interno do trato respiratório e trato gastrointestinal, tecidos glandulares, etc.) é significativo à saúde e sobrevivência dos seres humanos e outros animais. A pele é o maior órgão do corpo nos seres humanos e em outros vertebrados superiores (por exemplo, mamíferos), protegendo contra os insul-tos ambientais por meio de sua função de barreira, resistência mecânica e impervie- dade à água. Como uma significativa interface ao ambiente, a pele proporciona uma cobertura corporal protetora que permite a manutenção do equilíbrio fisiológico.
[0018]A arquitetura da pele é bastante conhecida. Sucintamente, a epiderme, a camada externa da pele, é coberta pelo estrato córneo, uma camada protetora de células mortas da pele epidérmica (por exemplo, queratinócitos) e proteínas do tecido conectivo extracelular. A epiderme é submetida a um processo contínuo de descarte à medida que é substituída por material novo impulsionado para cima a partir das camadas epidérmicas subjacentes de célula granular, célula espinosa, e célula basal, onde a contínua divisão celular e a síntese de proteína produzem novas proteínas da pele e células da pele (por exemplo, queratina, colágeno). A derme é assentada sob a epiderme, e é um sítio para a elaboração pelos fibroblastos da derme das proteínas do tecido conectivo (por exemplo, colágeno, elastina, etc.) que se reúnem formando a matriz extracelular e estruturas fibrosas que conferem flexibilidade, resistência e elasticidade à pele. Estão ainda presentes na derme nervos, vasos sanguíneos, células do músculo liso, folículos pilosos e glândulas sebáceas.
[0019]Como primeira linha de defesa do corpo, a pele é um alvo principal aos insultos clínicos, como o ataque físico, mecânico, químico e biológico (por exemplo, xenobiótico, autoimune) que pode alterar sua estrutura e função. A pele também é considerada um importante componente da defesa imunológica do organismo. Na pele podem ser encontradas as células brancas do sangue migratórias e residentes (por exemplo, células do tipo linfócitos, macrófagos e mastócitos) e células dendríticas epidérmicas (Langerhans) com potente atividade antigena, que contribuem para a proteção imunológica. Melanócitos pigmentados na camada basal absorvem radiação ultravioleta potencialmente nociva (UV). A degradação da pele apresenta riscos indesejáveis a um indivíduo, incluindo-se aquelas associadas às infecções oportunistas, remodelagem imprópria ou incompleta do tecido, formação de cicatrizes, prejuízo à mobilidade, dor e/ou outras complicações. Assim como a pele, outras superfícies epi- teliais (por exemplo, trato respiratório, trato gastrointestinal e mucosas glandulares) têm atributos estruturais definidos quando saudáveis, de modo que a infecção ou outras degradações podem apresentar sérios riscos à saúde.
[0020]A pele danificada ou dilacerada pode resultar, por exemplo, de feridas como cortes, arranhões, abrasões, perfurações, queimaduras (inclusive queimaduras químicas), infecções, extremos de temperatura, incisões (por exemplo, incisões cirúr-gicas), trauma e outras lesões. A regeneração eficiente da pele por meio da cura da ferida, portanto, é claramente desejável nesses contextos e em contextos similares.
[0021]Muito embora a pele naturalmente exiba uma capacidade marcante de auto-regeneração posteriormente a muitos tipos de dano, ainda permanecem uma série de contextos em que a cura da pele não ocorre com rapidez suficiente e/ou em que os mecanismos inadequados de regeneração do tecido celular resultam em um remo- delamento incompleto da pele, a qual, como conseqüência, pode carecer de propriedades de barreira e integridade, resistência mecânica, elasticidade, flexibilidade ou outras propriedades desejáveis da pele íntegra. A cura da ferida da pele, portanto, apresenta a associação de tais desafios, por exemplo, no contexto de feridas crônicas.
[0022]A cura da ferida ocorre em três fases dinâmicas e sobrepostas, come-çando com a formação de um coágulo de fibrina. O coágulo proporciona uma blinda-gem temporária e um reservatório de fatores de crescimento que atraem as células para o interior da ferida. Age, ainda, como uma matriz extracelular provisória (ECM) que as células invadem durante a regeneração. Intercalada à formação do coágulo está a fase inflamatória, que é caracterizada pela infiltração de fagócitos e neutrófilos na ferida, o que limpa a ferida de rejeitos e bactérias, ao mesmo tempo em que libera os fatores de crescimento que amplificam a resposta de cura precoce. O processo de restauração da área desnuda é iniciado na fase de proliferação da cura e é dirigido por quimiocinas, citocinas, e proteases que foram secretadas pelas células imunoló- gicas e estão concentradas no interior do coágulo. Os queratinócitos são estimulados a proliferar e migrar, o que forma a nova camada do epitélio que cobre a ferida, en-quanto a angiogênese da ferida entrega oxigênio, nutrientes e células inflamatórias à área ferida. A fase de remodelagem é a fase final de regeneração da ferida e é realizada pelos miofibroblastos, o que facilita a contração do tecido conectivo, aumenta a resistência da ferida, e deposita a ECM que forma a cicatriz (Martin, P. Wound Healing-Aiming for Perfect Skin Regeneration. Science 1997;4:75-80).
Antissépticos à Base de Bismuto-Tiol (BT)
[0023]Uma série de produtos naturais (por exemplo, antibióticos) e substân-cias químicas sintéticas dotadas de propriedades antimicrobianas, e em particular an- tibacterianas, são conhecidos na técnica e são caracterizados, pelo menos parcial-mente, por estruturas químicas e por efeitos antimicrobianos, como a capacidade de aniquilar micróbios (efeitos "cida", como propriedades bactericidas), capacidade de interromper ou prejudicar o crescimento microbiano (efeitos "estáticos", como propri-edades bacteriostáticas), ou capacidade de interferir nas funções microbianas, como colonizar ou infectar um sítio, secreção bacteriana de exopolissacarídeos e/ou con-versão de populações planctônicas em populações de biofilme ou expansão da for-mação de biofilme. Antibióticos, desinfetantes, antissépticos e outros artigos similares (incluindo-se compostos à base de bismuto-tiol ou compostos BT) são discutidos, por exemplo, no documento U.S. 6.582.719, inclusive fatores que influenciam a seleção e uso de tais composições, incluindo-se, por exemplo, potências bactericidas ou bacte- riostáticas, concentrações eficazes, e riscos de toxidez aos tecidos do hospedeiro.
[0024]Bismuto, um metal do grupo V, é um elemento que (assim como a prata) possui propriedades antimicrobianas. O bismuto em si pode não ser terapeuticamente útil, podendo exibir determinadas propriedades impróprias, e por isso pode ser administrado tipicamente por meio da entrega de um agente, carreador, e/ou outro veículo complexante, cujo exemplo mais comum é o Pepto Bismol®, onde o bismuto é com-binado (quelato) com subsalicilato. Pesquisas anteriores determinaram que a combi-nação de determinados compostos contendo tiol-(-SH, sulfidrila), como etano ditiol com o bismuto, para proporcionar um composto bismuto tiol (BT) exemplificativo, aperfeiçoa a potência microbiana do bismuto, em comparação a outras preparações à base de bismuto atualmente disponíveis. Há muitos compostos tiólicos que podem ser utilizados para produzir BTs (descritos, por exemplo, em Domenico et al., 2001 Anti- microb. Agent. Chemotherap. 45(5):1417-1421, Domenico et al., 1997 Antimicrob. Agent. Chemother.. 41 (8):1697-1703, e no documento U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, e U.S. 6.380.248; vide também, por exemplo, U.S. 6.582.719) e diversas dessas preparações são capazes de inibir a formação de bio- filme.
[0025]Os compostos BT são comprovadamente ativos contra MRSA (S. Au-reus resistente à meticilina), MRSE (S. epidermidis resistente à meticilina), Mycobac-terium tuberculosis, Mycobacterium avium, P. Aeruginosa resistente à droga, E. coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrágica, Klebsiella pneumoniae, Clostridium diffi-cile, Heliobacter pylori, Legionella pneumophila, Enterococcus faecalis, Enterobacter cloacae, Salmonella typhimurium, Proteus vulgaris, Yersinia enterocolitica, Vibrio cho- lerae, e Shigella Flexneri (Domenico et al., 1997 Antimicrob. Agents Chemother. 41:1697-1703). Constam ainda evidência da atividade contra citomegalovírus, vírus da herpes simples do tipo 1 (HSV-1) e HSV-2, e leveduras e fungos, como Candida albicans. Os papéis do BT também foram demonstrados na redução da patogenici- dade bacteriana, na inibição ou aniquilação de um amplo espectro de micróbios resistentes ao antibiótico (gram-positivo e gram-negativo), impedimento à formação de bi- ofilme, impedimento ao choque séptico, tratamento da sepse, e aumento da suscetibilidade bacteriana a antibióticos aos quais previamente exibiam resistência (vide, por exemplo, Domenico et al., 2001 Agents Chemother. 45:1417-1421 ; Domenico et al., 2000 Infect. Med. 17:123-127; Domenico et al., 2003 Res. Adv. In Antimicrob. Agents & Chemother. 3:79-85; Domenico et al., 1997 Antimicrob. Agents Chemother. 41 (8):1697-1703; Domenico et al., 1999 Infect. Immun. 67:664-669: Huang et al. 1999 J Antimicrob. Chemother. 44:601-605; Veloira et al., 2003 J Antimicrob. Chemother. 52:915-919; Wu et al., 2002 Am J Respir Cell MoI Biol. 26:731-738).
[0026]Apesar da disponibilidade de compostos BT por mais de uma década, a seleção efetiva de compostos BT apropriados a indicações particulares de uma do-ença infecciosa permanece um objetivo evasivo, quando o comportamento de um BT particular no combate a um micro-organismo particular não pode ser previsto, quando a atividade sinérgica de um BT particular e um antibiótico particular no combate a um micro-organismo particular não pode ser prevista, quando os efeitos do BT in vitro talvez nem sempre prevejam os efeitos do BT in vivo, e quando os efeitos do BT no combate a populações microbianas planctônicas (unicelulares) talvez não sejam pre- ditivas dos efeitos do BT no combate a comunidade microbianas, tais como bactérias organizadas em um biofilme. Adicionalmente, limitações quanto à solubilidade, per-meabilidade do tecido, biodisponibilidade, biodistribuição e outros do gênero podem, nos casos de alguns compostos BT, obstruir a capacidade de entregar benefícios clí-nicos com segurança e eficácia. As modalidades da invenção presentemente descri-tas abordam essas necessidades e outras vantagens afins.
BREVE SUMÁRIO
[0027]Como aqui revelado pela primeira vez, e sem o objetivo de estabelecer vínculos teóricos, de acordo com determinadas modalidades aqui descritas, os com-postos de bismuto-tiol (BT) podem ser utilizados como agentes antissépticos para uso no tratamento de feridas agudas, feridas crônicas, e/ou feridas que contenham biofil- mes bacterianos, e assim podem reduzir o número de pessoas adversamente afeta-das por tais feridas (por exemplo, feridas crônicas persistentes) reduzindo ao mesmo tempo o custo incorrido durante o tratamento de feridas desse tipo. Ainda, em certas modalidades são contempladas formulações tópicas para tratamento de feridas agu-das, feridas crônicas, e/ou feridas ou outras superfícies do tecido epitelial que conte-nham biofilmes bacterianos ou bactérias relacionadas à formação de biofilme (por exemplo, bactérias que são capazes de formar ou de algum modo promover biofil- mes), formulações essas que compreendem um ou mais compostos BT e um ou mais compostos antibióticos, como aqui descrito, quando, de acordo com a teoria não limi- tante, combinações apropriadamente selecionadas de composto BT(s) e antibiótico(s) baseadas na presente descrição fornecem até o momento uma sinergia não previsível nos efeitos antibacterianos (incluindo-se antibiofilme) de tais formulações, para o tratamento terapeuticamente eficaz de feridas agudas, feridas crônicas, e/ou feridas que contenham biofilmes bacterianos. São ainda fornecidas pela primeira vez neste documento composições inéditas de bismuto-tiol compreendendo suspensões microparti- culadas substancialmente monodispersas, e métodos para sua síntese e uso.
[0028]De acordo com determinadas modalidades da invenção aqui descrita, é, portanto, fornecida uma composição de bismuto-tiol que compreende uma plurali-dade de micropartículas compreendendo um composto de bismuto-tiol (BT), substan-cialmente todas as ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm, sendo que o composto BT compreende bismuto ou um sal de bismuto e um composto contendo tiol. Em outra modalidade é fornecida uma composição de bismuto-tiol que compreende uma pluralidade de micropartículas que compreende um composto de bismuto-tiol (BT), substancialmente todas as ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm e sendo formadas por um processo que compreende (a) misturar, sob condições e por um período de tempo suficiente para obter uma solução que seja substancialmente livre de um precipitado sólido, (i) uma solução aquosa ácida que compreenda um sal de bismuto compreendendo bismuto a uma concentração de pelo menos 50 mM e que seja desprovida de um solubilizador orgânico, polar ou hidrofílico, com (ii) etanol em uma quantidade suficiente para obter uma mistura que compreende pelo menos cerca de 5%, 10%, 15%, 20%, 25% ou 30% de etanol por volume; e (b) adici-onar à mistura de (a) uma solução etanólica compreendendo um composto contendo tiol para obter uma solução de reação, sendo que o composto contendo tiol está pre-sente na solução de reação a uma razão molar de cerca de 1:3 a cerca de 3:1 em relação ao bismuto, sob condições e por um período de tempo suficiente para a for-mação de um precipitado que compreende as micropartículas compreendendo o composto BT. Em certas modalidades, o sal de bismuto é Bi(NO3)3. Em certas modalidades a solução aquosa ácida compreende pelo menos 5%, 10%, 15%, 20%, 22% ou 22,5% de bismuto por peso. Em certas modalidades, a solução aquosa ácida compreende pelo menos 0,5%, 1 %, 1,5%, 2%, 2,5%, 3%, 3,5%, 4%, 4,5% ou 5% de ácido nítrico por peso. Em certas modalidades, o composto contendo tiol compreende um ou mais agentes selecionados a partir de 1,2-etano ditiol, 2,3-dimercaptopropanol, pi- ritiona, ditioeritritol, 3,4-dimercaptotolueno, 2,3-butanoditiol, 1,3-propanoditiol, 2-hidro- xipropano tiol, 1-mercapto-2-propanol, ditioeritritol, ácido alfa lipóico e ditiotreitol.
[0029]Em outra modalidade é fornecido um método para preparar uma com-posição de bismuto-tiol que compreende uma pluralidade de micropartículas compre-endendo um composto de bismuto-tiol (BT), substancialmente todas as ditas micro- partículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm, o dito método compreendendo as etapas de (a) misturar, sob condições e por um período de tempo suficiente para obter uma solução que seja substancialmente livre de um precipitado sólido, (i) uma solução aquosa ácida que compreenda um sal de bismuto compreendendo bismuto a uma concentração de pelo menos 50 mM e que seja desprovida de um solubilizador orgânico, polar ou hidrofílico, com (ii) etanol em uma quantidade suficiente para obter uma mistura que compreende pelo menos cerca de 5%, 10%, 15%, 20%, 25% ou 30% de etanol por volume; e (b) adicionar à mistura de (a) uma solução etanólica compreendendo um composto contendo tiol para obter uma solução de reação, sendo que o composto contendo tiol está presente na solução de reação a uma razão molar de cerca de 1:3 a cerca de 3:1 em relação ao bismuto, sob condições e por um período de tempo suficiente para a formação de um precipitado que compreende as micropartículas compreendendo o composto BT. Em certas modalidades, o método compreende ainda recuperar o precipitado para remover impurezas. Em certas modalidades, o sal de bismuto é Bi(NO3)3. Em certas modalidades, a solução aquosa ácida compreende pelo menos 5%, 10%, 15%, 20%, 22% ou 22,5% de bismuto por peso. Em certas modalidades, a solução aquosa ácida compreende pelo menos 0,5%, 1 %, 1,5%, 2%, 2,5%, 3%, 3,5%, 4%, 4,5% ou 5% de ácido nítrico por peso. Em certas modalidades, o composto contendo tiol compreende um ou mais agentes selecionados do grupo formado por 1,2-etano ditiol, 2,3-dimercaptopropanol, piritiona, ditioeritritol, 3,4-dimercaptotolueno, 2,3-butanoditiol, 1,3-propanoditiol, 2-hi- droxipropano tiol, 1-mercapto-2-propanol, ditioeritritol, ditiotreitol e ácido alfa lipóico.
[0030]Em outra modalidade é fornecido um método para proteger uma super-fície do tecido epitelial de um patógeno bacteriano, compreendendo colocar em con-tato a superfície do tecido epitelial com uma quantidade eficaz de uma composição BT sob condições e por um período de tempo suficiente para um ou mais dos seguin-tes (i) prevenção à infecção da superfície do tecido epitelial pelo patógeno bacteriano, (ii) inibição da viabilidade celular ou do crescimento celular de substancialmente todas as células planctônicas do patógeno bacteriano, (iii) inibição da formação de biofilme pelo patógeno bacteriano, e (iv) inibição da viabilidade de biofilme ou crescimento de biofilme de substancialmente todas as células formadoras de biofilme do patógeno bacteriano, sendo que a composição BT compreende uma pluralidade de micropartí- culas que compreende um composto de bismuto-tiol (BT), substancialmente todas as ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm. Em certas modalidades, o patógeno bacteriano é selecionado a partir de Staphylococcus aureus (S. aureus), MRSA (S. aureus resistente à meticilina), Staphylococcus epidermidis, MRSE (S. Epidermidis resistente à meticilina), Mycobac-terium tuberculosis, Mycobacterium avium, Pseudomonas aeruginosa, P. aeruginosa resistente à droga, Escherichia coli, E. coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrá- gica, Klebsiella pneumoniae, Clostridium difficile, Heliobacter pylori, Legionella pneu-mophila, Enterococcus faecalis, Enterococcus faecalis suscetível à meticiiina, Entero- bacter cloacae, Salmonella typhimurium, Proteus vulgaris, Yersinia enterocolitica, Vibrio cholera, Shigella Flexneri, Enterococcus resistente à vancomicina (VRE), com-plexo da Burkholderia cepacia, Francisella tularensis, Bacillus anthracis, Yersinia pes- tis, Pseudomonas aeruginosa, Enterococci resistentes à vancomicina, e Acinetobacter baumannii. Em certas modalidades, o patógeno bacteriano exibe resistência ao antibiótico. Em certas modalidades, o patógeno bacteriano exibe resistência a um antibiótico que é selecionado a partir de meticilina, vancomicina, naficilina, gentamicina, am- picilina, cloranfenicol, doxiciclina e tobramicina.
[0031]Em certas modalidades, a superfície do tecido epitelial compreende um tecido que é selecionado a partir da epiderme, derme, trato respiratório, trato gastroi-ntestinal e mucosas glandulares. Em certas modalidades, a etapa de contato é reali-zada uma ou uma pluralidade de vezes. Em certas modalidades pelo menos uma etapa de contato compreende uma dentre aspersão, irrigação, imersão e pintura da superfície do tecido epitelial. Em certas modalidades pelo menos uma etapa de con-tato compreende uma dentre inalação, ingestão e irrigação oral. Em certas modalida-des pelo menos uma etapa de contato compreende administrar por uma via que é selecionada a partir de topicamente, intraperitonealmente, oralmente, parenteral- mente, intravenosamente, intra-arterialmente, transdermicamente, sublingualmente, subcutaneamente, intramuscularmente, transbucalmente, intranasalmente, via inala-ção, intraocularmente, intra-auricularmente, intraventricularmente, subcutaneamente, intra-adiposamente, intra-articularmente e intratecamente. Em certas modalidades a composição BT compreende um ou mais compostos BT selecionados do grupo formado por BisBAL, BisEDT, Bis-dimercaprol, Bis-DTT, Bis-2-mercaptoetanol, Bis- DTE, Bis-Pyr, Bis-Ery, Bis-Tol, Bis-BDT, Bis-PDT, Bis-Pyr/Bal, Bis-Pyr/BDT, Bis- Pyr/EDT, Bis-Pyr/PDT, Bis-Pyr/Tol, Bis-Pyr/Ery, bismuto-1-mercapto-2-propanol, e Bis-EDT/2-hidroxi-1-propanotiol.
[0032]Em certas modalidades o patógeno bacteriano exibe resistência ao an-tibiótico. Em certas modalidades adicionais, o método descrito acima compreende ainda colocar em contato a superfície do tecido epitelial com um antibiótico sinérgico, simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem em relação à etapa de colocar em contato a superfície do tecido epitelial com a composição BT. Em certas modalidades o antibiótico sinérgico compreende um antibiótico que é selecionado a partir de um antibiótico aminoglicosídeo, um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalosporina, um antibiótico fluorquinolona, um antibiótico glicopeptídico, um antibiótico lincosamida, um antibiótico penicilina resistente à penicilinase, e um antibiótico aminopenicilina. Em certas modalidades o antibiótico sinérgico é um antibiótico ami- noglicosídeo que é selecionado a partir de amicacina, arbecacina, gentamicina, cana- micina, neomicina, netilmicina, paramomicina, rodoestreptomicina, estreptomicina, to- bramicina e apramicina.
[0033]Em outra modalidade da invenção aqui descrita é fornecido um método para superar a resistência ao antibiótico (por exemplo, para um patógeno bacteriano que seja resistente a pelo menos um efeito antibacteriano de pelo menos um antibiótico conhecido por ter um efeito antibacteriano contra bactérias da mesma espécie de bactéria, tornando o dito patógeno suscetível a um antibiótico) sobre uma superfície do tecido epitelial quando um patógeno bacteriano resistente a antibiótico está presente, compreendendo colocar em contato a superfície do tecido epitelial que faz contato simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem com uma quantidade eficaz de (1) pelo menos uma composição de bismuto-tiol (BT) e (2) pelo menos um antibiótico que seja capaz de agir sinergicamente com pelo menos uma composição de BT, sob condições e por um período de tempo suficiente para um ou mais dos seguintes: (i) prevenção à infecção da superfície do tecido epitelial pelo patógeno bac- teriano, (ii) inibição da viabilidade celular ou do crescimento celular de substancialmente todas as células planctônicas do patógeno bacteriano, (iii) inibição da formação de biofilme pelo patógeno bacteriano, e (iv) inibição da viabilidade de biofilme ou crescimento de biofilme de substancialmente todas as células formadoras de biofilme do patógeno bacteriano, sendo que a composição BT compreende uma pluralidade de micropartículas que compreendem um composto de bismuto-tiol (BT), substancialmente todas as ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm; e superando deste modo a resistência ao antibiótico sobre a superfície do tecido epitelial. Em certas modalidades o patógeno bacteriano é selecionado a partir de Staphylococcus aureus (S. aureus), MRSA (S. aureus resistente à meticilina), Staphylococcus epidermidis, MRSE (S. epidermidis resistente à meticilina), Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium avium, Pseudomonas aeruginosa, P. Aeruginosa resistente à droga, Escherichia coli, E. coli enterotoxigênica, E. coli entero- hemorrágica, Klebsiella pneumoniae, Clostridium difficile, Heliobacter pylori, Legionella pneumophila, Enterococcus faecalis, Enterococcus faecalis suscetível à metici- lina, Enterobacter cloacae, Salmonella typhimurium, Proteus vulgaris, Yersinia ente- rocolitica, Vibrio cholera, Shigella Flexneri, Enterococcus (VRE) resistente à vancomi- cina, complexo da Burkholderia cepacia, Francisella tularensis, Bacillus anthracis, Yersinia pestis, Pseudomonas aeruginosa, Enterococci resistentes à vancomicina, e Aci- netobacter baumannii.
[0034]Em certas modalidades o patógeno bacteriano exibe resistência a um antibiótico que é selecionado a partir de meticilina, vancomicina, naficilina, gentami- cina, ampicilina, cloranfenicol, doxiciclina, tobramicina, clindamicina e gatifloxacina. Em certas modalidades a superfície do tecido epitelial compreende um tecido que é selecionado do grupo formado por epiderme, derme, trato respiratório, trato gastrointestinal e mucosas glandulares. Em certas modalidades a etapa de contato é realizada uma ou uma pluralidade de vezes. Em certas modalidades pelo menos uma etapa de contato compreende uma dentre aspersão, irrigação, imersão e pintura da superfície do tecido epitelial. Em certas modalidades adicionais pelo menos uma etapa de contato compreende uma dentre inalação, ingestão e irrigação oral. Em certas modalidades pelo menos uma etapa de contato compreende administrar por uma via que é selecionada a partir de topicamente, intraperitonealmente, oralmente, parenteral- mente, intravenosamente, intra-arterialmente, transdermicamente, sublingualmente, subcutaneamente, intramuscularmente, transbucalmente, intranasalmente, via inalação, intraocularmente, intra-auricularmente, intraventricularmente, subcutaneamente, intra-adiposamente, intra-articularmente e intratecamente. Em certas modalidades a composição BT compreende um ou mais compostos BT selecionados a partir de BisBAL, BisEDT, Bis-dimercaprol, Bis-DTT, Bis-2-mercaptoetanol, Bis-DTE, Bis-Pyr, Bis- Ery, Bis-Tol, Bis-BDT, Bis-PDT, Bis-Pyr/Bal, Bis-Pyr/BDT, Bis-Pyr/EDT, Bis-Pyr/PDT, Bis-Pyr/Tol, Bis-Pyr/Ery, bismuto-1-mercapto-2-propanol, e Bis-EDT/2-hidroxi-1- propanotiol. Em certas modalidades o antibiótico sinérgico compreende um antibiótico que é selecionado a partir de clindamicina, gatifloxacina, um antibiótico aminoglicosí- deo, um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalosporina, um antibiótico fluorqui- nolona, um antibiótico glicopeptídico, um antibiótico lincosamida, um antibiótico penicilina resistente à penicilinase, e um antibiótico aminopenicilina. Em certas modalidades o antibiótico sinérgico é um antibiótico aminoglicosídeo que é selecionado a partir de amicacina, arbecacina, gentamicina, canamicina, neomicina, netilmicina, paramo- micina, rodoestreptomicina, estreptomicina, tobramicina e apramicina.
[0035]Enfocando outra modalidade, é fornecido um método de tratamento de uma ferida aguda, uma ferida crônica ou uma ferida ou superfície do tecido epitelial que contém um biofilme bacteriano em um indivíduo, compreendendo administrar a um sítio da ferida ou superfície do tecido epitelial no indivíduo, uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma formulação tópica que compreende (a) pelo menos um composto BT, e (b) um excipiente ou carreador farmaceuticamente aceitável para uso tópico. em outra modalidade é fornecido um método de tratamento de uma ferida aguda, uma ferida crônica ou uma ferida ou superfície do tecido epitelial que contém um biofilme bacteriano em um indivíduo, compreendendo administrar a um sítio da ferida ou superfície do tecido epitelial no indivíduo, uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma formulação tópica que compreende (a) pelo menos um composto BT, (b) pelo menos um composto antibiótico que seja capaz de agir sinergicamente com o composto BT, e (c) um excipiente ou carreador farmaceuticamente aceitável para uso tópico.
[0036]Em certas modalidades o composto BT é selecionado a partir de Bis-BAL, BisEDT, Bis-dimercaprol, Bis-DTT, Bis-2-mercaptoetanol, Bis-DTE, Bis-Pyr, Bis- Ery, Bis-Tol, Bis-BDT, Bis-PDT, Bis-Pyr/Bal, Bis-Pyr/BDT, Bis-Pyr/EDT, Bis-Pyr/PDT, Bis-Pyr/Tol, Bis-Pyr/Ery, bismuto-1-mercapto-2-propanol, e Bis-EDT/2-hidroxi-1- propanotiol. Em certas modalidades a composição BT compreende uma pluralidade de micropartículas que compreendem um composto de bismuto-tiol (BT), substancial-mente todas as ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm. Em certas modalidades o composto BT é selecionado a partir de BisEDT e BisBAL. Em certas modalidades a ferida é uma ferida aguda ou uma ferida crônica que contém uma infecção bacteriana. Em certas modalidades a infecção bacteriana compreende uma ou mais dentre bactérias gram positivas e bac-térias gram negativas. Em certas modalidades a infecção bacteriana compreende pelo menos uma população bacteriana selecionada a partir de um biofilme bacteriano e bactérias planctônicas. Em certas modalidades o composto antibiótico compreende um antibiótico que é selecionado a partir de um antibiótico aminoglicosídeo, um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalosporina, um antibiótico fluorquinolona, um antibiótico glicopeptídico, um antibiótico lincosamida, um antibiótico penicilina resistente à penicilinase, e um antibiótico aminopenicilina. Em certas modalidades o antibiótico é um antibiótico aminoglicosídeo que é selecionado a partir de amicacina, arbecacina, gentamicina, canamicina, neomicina, netilmicina, paramomicina, rodoes- treptomicina, estreptomicina, tobramicina e apramicina. Em certas modalidades o an-tibiótico aminoglicosídeo é amicacina.
[0037]Enfocando outra modalidade é fornecida uma composição antisséptica para tratar uma ferida aguda, uma ferida crônica ou uma ferida ou superfície do tecido epitelial que contém biofilme bacteriano, compreendendo (a) pelo menos um composto BT; (b) pelo menos um composto antibiótico que seja capaz de agir sinergica- mente com o composto BT; e (c) um excipiente ou carreador farmaceuticamente aceitável para uso tópico. Em certas modalidades o composto BT é selecionado a partir de BisBAL, BisEDT, Bis-dimercaprol, Bis-DTT, Bis-2-mercaptoetanol, Bis-DTE, Bis- Pyr, Bis-Ery, Bis-Tol, Bis-BDT, Bis-PDT, Bis-Pyr/Bal, Bis-Pyr/BDT, Bis-Pyr/EDT, Bis- Pyr/PDT, Bis-Pyr/Tol, Bis-Pyr/Ery, bismuto-1-mercapto-2-propanol, e Bis-EDT/2- hidroxi-1-propanotiol. Em certas modalidades a composição BT compreende uma pluralidade de micropartículas que compreendem um composto de bismuto-tiol (BT), substancialmente todas as ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm. Em certas modalidades o composto BT é selecionado a partir de BisEDT e BisBAL. Em certas modalidades o composto antibiótico compreende um antibiótico que é selecionado a partir de meticilina, vancomicina, na- ficilina, gentamicina, ampicilina, cloranfenicol, doxiciclina, tobramicina, clindamicina, gatifloxacina e um antibiótico aminoglicosídeo. Em certas modalidades o antibiótico aminoglicosídeo é selecionado a partir de amicacina, arbecacina, gentamicina, cana- micina, neomicina, netilmicina, paramomicina, rodoestreptomicina, estreptomicina, to- bramicina e apramicina. Em certas modalidades o antibiótico aminoglicosídeo é a ami- cacina.
[0038]Em certas modalidades adicionais é fornecido um método para tratar uma ferida aguda, uma ferida crônica ou uma ferida ou superfície do tecido epitelial que contém biofilme bacteriano, compreendendo (a) identificar uma infecção bacteri- ana em uma ferida ou superfície do tecido epitelial em um indivíduo compreendendo uma dentre (i) bactérias gram positivas, (ii) bactérias gram negativas, e (iii) ambas (i) e (ii); (b) administrar uma formulação tópica que compreende uma ou mais composições de bismuto tiol (BT) à ferida, sendo que (i) se a infecção bacteriana compreender bactérias gram positivas, então a formulação compreende quantidades terapeutica- mente eficazes de pelo menos um composto BT e pelo menos um antibiótico que é a rifamicina, (ii) se a infecção bacteriana compreender bactérias gram negativas, então a formulação compreende quantidades terapeuticamente eficazes de pelo menos um composto BT e amicacina, (iii) se a infecção bacteriana compreender bactérias gram positivas e gram negativas, então a formulação compreende quantidades terapeutica- mente eficazes de um ou uma pluralidade de compostos BT, rifamicina e amicacina, e, dessa forma, trata a ferida ou superfície do tecido epitelial. Em certas modalidades tratar a ferida impede a neuropatia resultante da evolução da ferida crônica. Em certas modalidades a infecção bacteriana compreende uma ou uma pluralidade de bactérias resistentes ao antibiótico. Em certas modalidades a ferida é selecionada do grupo formado por uma úlcera venosa, uma úlcera de pressão, uma úlcera diabética, uma úlcera de decúbito, uma ferida por disparo de arma, uma ferida perfurante, uma ferida por estilhaço de projétil, uma ferida isquêmica, uma ferida cirúrgica, uma ferida traumática, insuficiência arterial aguda, fascite necrosante, osteomielite, uma ferida resultante do envenenamento por radiação, osteorradionecrose, radionecrose do tecido mole, pioderma gangrenoso, uma ferida gangrenosa, uma queimadura, uma infecção dérmica e uma malignidade. Em certas modalidades a ferida é uma ferida aguda ou uma ferida crônica que compreende um biofilme bacteriano. Em certas modalidades tratar a ferida compreende pelo menos um dos seguintes: (i) erradicar o biofilme bac- teriano, (ii) reduzir o biofilme bacteriano, e (iii) prejudicar o crescimento do biofilme bacteriano. Em certas modalidades a composição BT compreende uma pluralidade de micropartículas que compreendem um composto de bismuto-tiol (BT), substancialmente todas as ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm.
[0039]Esses e outros aspectos das modalidades descritas da presente inven-ção serão evidenciados em consulta ao relatório descritivo detalhado a seguir e aos desenhos em anexo. Todas as patentes dos Estados Unidos, publicações de pedido de patente dos Estados Unidos, pedidos de patente dos Estados Unidos, patentes estrangeiras, pedidos de patentes estrangeiras e publicações de não patente menci-onadas nesta descrição e/ou listadas na Folha de Dados do Pedido, incluindo-se U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, e U.S. 6.380.248, são incorporados em sua totalidade a este documento, como se cada um deles fosse incorporado individualmente. Aspectos e modalidades da invenção podem ser modificados, se necessário, para empregar conceitos de várias patentes, pedidos e publicações e fornecer outras modalidades mais.
BREVE DESCRIÇÃO DAS DIVERSAS VISTAS DOS DESENHOS
[0040]A Figura 1 mostra números de sobrevivência (log de CFU; unidades formadoras de colônias) resultantes de biofilmes de colônia de Pseudomonas aerugi-nosa cultivada por 24 horas em agar tríptico de soja (TSA) a 10%a 37°C, seguido do tratamento indicado por 18 horas. Os tratamentos antibióticos indicados são 10X MIC de TOB, tobramicina; 100X MIC da AMK, amicacina; 10X MIC de IPM, imipenem; 10X MIC de CEF, cefepima; 100X MIC de CIP, ciprofloxacina; Cpd 2B, composto 2B (Bis-BAL, 1:1,5). (MIC; concentração inibitória mínima, por exemplo, a mais baixa concen-tração que impede o crescimento bacteriano).
[0041]A Figura 2 mostra números de sobrevivência (log de CFU) resultantes de biofilmes de colônia de Staphylococcus aureus cultivada por 24 horas em 10% agar tríptico de soja, seguido do tratamento indicado. Os tratamentos antibióticos indicados são 100X MIC da Rifampicina, RIF; 320X MIC da daptomicina, DAP; 100X MIC da minocilina, MIN; 10X MIC da ampicilina, AMC; 10X MIC da vancomicina, VAN; Cpd 2B, composto 2B (Bis-BAL, 1:1,5), Cpd 8-2, composto 8-2 (Bis-Pyr/BDT (1:1/0,5).
[0042]A Figura 3 mostra o fechamento da cicatriz ao longo do tempo de que- ratinócitos expostos a biofilmes. (*) Significativamente diferente do controle (P<0,001).
DESCRIÇÃO DETALHADA
[0043]As modalidades particulares da invenção aqui reveladas são baseadas na descoberta surpreendente de que determinados compostos de bismuto-tiol (BT) como aqui fornecidos, mas não determinados outros compostos BT, exibiram uma potente atividade antisséptica, antibacteriana e/ou antibiofilme contra bactérias parti-culares associadas a infecções clinicamente significativas em feridas agudas e/ou crônicas e/ou em feridas que contêm biofilmes bacterianos e/ou nas superfícies do tecido epitelial como aqui fornecido.
[0044]Surpreendentemente, nem todos os compostos BT foram uniforme-mente eficazes contra essas bactérias de forma previsível, do contrário, exibiram di-ferentes potências dependendo da espécie bacteriana alvo. Em particular e conforme aqui descrito, constatou-se que determinados compostos BT exibem potência mais alta contra bactérias gram negativas, e ao mesmo tempo constatou-se que determinados outros compostos BT exibem potência mais alta contra bactérias gram positivas, de modo que, de acordo com uma teoria não limitante, podem pela primeira vez oferecer estratégias clinicamente relevantes ao controle de infecções bacterianas, incluindo-se infecções de biofilme bacteriano, que estejam presentes em feridas agudas, feridas crônicas, e/ou outras feridas que contenham biofilmes bacterianos e/ou sobre as superfícies do tecido epitelial.
[0045]Adicionalmente, e como descrito com mais detalhes abaixo, determina-das modalidades da invenção aqui descrita se referem a vantagens surpreendentes que são proporcionadas pelas inusitadas composições de bismuto-tiol (BT) que, como aqui revelado, podem ser produzidas em preparações que compreendem uma plura-lidade de micropartículas de BT que estão substancialmente monodispersas em rela-ção ao tamanho de partícula (por exemplo, tendo um diâmetro médio volumétrico de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm).
[0046]Como também revelado neste documento, com relação a determinadas modalidades, descobriu-se que as eficácias antibacterianas e antibiofilmes de deter-minados antibióticos, antibióticos esses que previamente foram constatados como desprovidos de efeito terapêutico contra tais infecções bacterianas, podem ser signi-ficativamente acentuadas (por exemplo, aumentadas de forma estatisticamente signi-ficativa) tratando a infecção (por exemplo, pela aplicação direta sobre ou em um sítio de ferida aguda ou crônica ou outra superfície do tecido epitelial) com um ou mais desses antibióticos juntamente com um composto BT selecionado. De forma que, an-tes da presente invenção, não seria possível prever que determinados compostos BT pudessem ser combinados com determinados antibióticos para fornecer uma combi-nação sinérgica com relação à atividade antibacteriana e/ou antibiofilme contra determinadas cepas de bactéria ou espécies de bactéria. A natureza imprevisível de tais combinações, como é descrito em mais detalhe abaixo, é evidenciada pelas observações de que, enquanto determinadas composições de BT/antibiótico atuaram sinergi- camente contra determinadas bactérias, determinadas outras combinações de BT/antibiótico não exibiram atividade sinérgica antibacteriana e/ou antibiofilme.
[0047]De acordo com essas e outras modalidades relacionadas, o antibiótico e o composto BT podem ser administrados simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem, e vale ressaltar que as combinações específicas de um ou mais antibióticos e de um ou mais compostos BT como aqui revelado para o tratamento de uma infecção particular, como pode ser constatado em uma ferida aguda ou crônica (por exemplo, um biofilme formado por bactérias gram-negativas ou gram positivas), não exibem atividades previsíveis (por exemplo, meramente aditivas), pelo contrário, atuaram de modo sinergicamente inesperado, em função do antibiótico selecionado, do composto BT selecionado e da bactéria alvo especificamente identificada.
[0048]Por exemplo, a título de ilustração e não de limitação, é revelado pela primeira vez no contexto de aplicações tópicas, como feridas crônicas infectadas por bactérias ou outras superfícies do tecido epitelial, e adicionalmente no contexto de formulações BT microparticuladas substancialmente monodispersas aperfeiçoadas, que um ou ambos os compostos dentre um composto antibiótico particular e um com-posto BT particular, podem exercer efeitos antibacterianos limitados quando utilizados isoladamente contra uma cepa ou espécie bacteriana particular, mas a combinação dos dois, do composto antibiótico e do composto BT, exerce um potente efeito anti- bacteriano contra a mesma cepa ou espécie bacteriana, e esse efeito é de maior magnitude (com significância estatística) que a simples soma dos efeitos individuais dos compostos quanto utilizados isoladamente e, portanto, acredita-se, de acordo com uma teoria não limitante, que reflete a sinergia antibiótico-BT. Consequentemente, nem todo composto BT é capaz de agir sinergicamente junto a todo antibiótico, e nem todo antibiótico é capaz de agir sinergicamente junto a todo composto BT, de modo que a sinergia do antibiótico-BT, em linha gerais, não é previsível. Inversamente, e de acordo com determinadas modalidades como aqui reveladas, a sinergia de combinações específicas de antibiótico e compostos BT surpreendentemente confere efeitos antibacterianos potentes contra bactérias particulares, inclusive em ambientes particulares, como feridas crônicas na pele ou superfícies de tecidos moles e/ou tecidos epiteliais, e incluindo-se ainda, em determinadas situações, efeitos antibacterianos contra biofilmes formados pela bactéria particular.
[0049]Ou seja, determinados antibiótico que atuam em sinergia com BT são aqui descritos, o que inclui um antibiótico que seja capaz de atuar sinergicamente com pelo menos uma composição BT que compreende pelo menos um composto BT como aqui fornecido, em que tal sinergia se manifesta como um efeito detectável que é de magnitude superior (isto é, de maneira estatisticamente significativa em relação a uma condição de controle apropriada) que o efeito possível de ser detectado quando o antibiótico está presente, mas o composto BT está ausente, e/ou quando o composto BT está presente, mas o antibiótico está ausente.
[0050]Exemplos desse efeito detectável, em certas modalidades, podem in-cluir (i) impedimento à infecção por um patógeno bacteriano, (ii) inibição da viabilidade celular ou do crescimento celular de substancialmente todas as células planctônicas de um patógeno bacteriano, (iii) inibição da formação de biofilme por um patógeno bacteriano, e (iv) inibição da viabilidade de biofilme ou crescimento de biofilme de substancialmente todas as células formadoras de biofilme de um patógeno bacteriano, no entanto, a invenção não visa limitar-se a esse aspecto, de modo que em outras modalidades contempladas, a sinergia antibiótico-BT pode se manifestar como um ou mais efeitos detectáveis capazes de incluir a alteração (por exemplo, um aumento ou diminuição estatisticamente significativo) de um ou mais parâmetros adicionais clinicamente significativos, por exemplo, o grau de resistência ou sensibilidade de um pa- tógeno bacteriano a um ou mais antibióticos ou outras drogas ou agentes químicos, o grau de resistência ou sensibilidade de um patógeno bacteriano a uma ou mais condições químicas, físicas ou mecânicas (por exemplo, pH, resistência iônica, temperatura, pressão), e/ou o grau de resistência ou sensibilidade de um patógeno bacteriano a um ou mais agentes biológicos (por exemplo, um vírus, outra bactéria, um polinu- cleotídeo biologicamente ativo, um imunócito ou um produto de imunócito, como um anticorpo, citocina, quimiocina, enzima incluindo-se enzimas de degradação, proteína de degradação da membrana, um radical livre, como uma espécie de oxigênio reativo, ou similar).
[0051]Pessoas familiarizadas com a técnica apreciarão que esses e uma va-riedade de outros critérios através dos quais os efeitos de agentes particulares sobre a estrutura, função e/ou atividade de uma população bacteriana possam ser determinados (por exemplo, Coico et al. (Eds.), Current Protocols in Microbiology, 2008, John Wiley & Sons, Hoboken, NJ; Schwalbe et al., Antimicrobial Susceptibity Testing Protocols, 2007, CRC Press, Boca Raton, FL), para fins de averiguar a siner-gia antibiótico-BT que, como aqui fornecido, esteja presente quando os efeitos da combinação sinérgica antibiótico-BT superam a mera soma dos efeitos observados quando um componente da combinação não está presente.
[0052]Por exemplo, em certas modalidades a sinergia pode ser definida de-terminando um efeito antibacteriano, como aqueles aqui descritos, usando várias concentrações de agentes candidatos (por exemplo, um BT e um antibiótico individualmente e em combinação) para calcular um índice de concentração inibitória fracionada (FICI) e um índice de concentração bactericida fracionada (FBCI), de acordo com Eli- opoulos et al. (Eliopoulos e Moellering, (1996) Antimicrobial combinations. Em Antibiotics in Laboratory Medicine (Lorian, V., Ed.), pp. 330-96, Williams and Wilkins, Baltimore, MD, EUA). A sinergia pode ser definida como um índice FICI ou FBCI de <0,5, ausência de interação >0,5-4 e antagonismo em >4. (por exemplo, Odds, FC (2003) Synergy, antagonism, and what the chequerboard puts between them. Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52:1). A sinergia também pode ser definida convencionalmente como uma redução maior ou igual a 4 vezes a concentração do antibiótico, ou como alternativa, usando a concentração inibitória fracionada (FIC) como descrita, por exemplo, por Hollander et al. (1998 Antimicrob. Agents Chemother. 42:744).
[0053]Em vista dessas e de outras modalidades relacionadas, são fornecidos pela primeira vez métodos destinados ao tratamento de feridas agudas, feridas crôni-cas, e/ou feridas que contêm biofilmes bacterianos, com uma quantidade terapeutica- mente eficaz de uma formulação tópica que compreende um ou mais compostos BT e, opcionalmente, um ou mais compostos antibióticos. Seria interessante que, com base na presente descrição, determinados antibióticos fossem agora contemplados para uso no tratamento de feridas agudas e/ou crônicas, quando tais antibióticos tiverem sido previamente observados por pessoas familiarizadas com a técnica como ineficazes no combate a infecções do tipo encontrado em feridas agudas ou crônicas, e/ou como inadequados à administração em uma formulação tópica, como uma formulação tópica para tratar uma ferida aguda ou crônica.
[0054]Determinadas modalidades, portanto, contemplam composições que compreendem um ou mais compostos BT para uso como antissépticos. Um antissép-tico é uma substância que aniquila ou impede o crescimento de micro-organismos, e pode ser tipicamente aplicado ao tecido vivo, distinguindo-se da classe dos desinfe-tantes, os quais são usualmente aplicados a objetos inanimados (Goodman and Gil-man's "The Pharmacological Basis of Therapeutics”, 7a Edição, Gilman et al., editores, 1985, Macmillan Publishing Co., (daqui por diante, Goodman e Gilman") pp. 959-960). Exemplos comuns de antissépticos são álcool de etila e tintura de iodo. Germicidas incluem antissépticos que aniquilam micróbios, tais como patógenos microbianos.
[0055]Determinadas modalidades aqui descritas podem contemplar composi-ções que compreendem um ou mais compostos BT e um ou mais compostos antibió-ticos. Antibióticos são conhecidos na técnica e tipicamente compreendem uma droga elaborada a partir de um composto produzido por uma espécie de micro-organismo para aniquilar outras espécies de micro-organismo, ou um produto sintético dotado de uma estrutura química e mecanismo de ação idênticos ou similares, por exemplo, uma droga que destrói micro-organismos confinados ou sobre o corpo de um organismo vivo, inclusive essa droga quando aplicada topicamente. Dentre as modalidades aqui reveladas estão aquelas em que um antibiótico pode pertencer a uma das seguintes classes: aminoglicosídeos, carbapenems, cefalosporinas, fluoroquinolonas, antibióticos glicopeptídicos, lincosamidas (por exemplo, clindamicina), penicilinas resistentes à penicilinase, e aminopenicilinas. Um compêndio desses e de outros antibióticos clinicamente úteis estão disponíveis e são conhecidos pelos indivíduos versados na técnica (por exemplo, Washington University School of Medicine, The Washington Manual of Medical Therapeutics (32a Ed.), 2007 Lippincott, Williams and Wilkins, Fila-délfia, PA; Hauser, AL, Antibiotic Basics for Clinicians, 2007 Lippincott, Williams and Wilkins, Filadélfia, PA).
[0056]Uma classe exemplificativa de antibióticos para uso com um ou mais compostos BT em determinadas modalidades aqui reveladas é a classe de antibióti-cos aminoglicosídeos, os quais são analisados em Edson RS, Terrell CL. The amino-glycosides. Mayo Clin Proc. Maio de 1999; 74(5):519-28. Esta classe de antibióticos inibe o crescimento bacteriano prejudicando a síntese de proteína da bactéria, através da aglutinação e inativação das subunidades ribossômicas bacterianas. Além dessas propriedades bacteriostáticas, os aminoglicosídeos também exibem efeitos bacterici- das através da degradação das paredes celulares em bactérias gram negativas.
[0057]Antibióticos aminoglicosídeos incluem gentamicina, amicacina, estrep- tomicina, e outros, e são geralmente considerados úteis no tratamento de bactérias gram negativas, micobactérias e outros patógenos microbianos, muito embora tenham sido relatados casos de cepas resistentes. Os aminoglicosídeos não são absorvidos pelo trato digestivo, sendo assim, de modo geral não são considerados viáveis às formulações orais. A amicacina, por exemplo, muito embora frequentemente eficaz no combate às cepas bacterianas resistentes à gentamicina, é tipicamente administrada de forma intravenosa ou intramuscular, o que pode causar dor ao paciente. Adicionalmente, a toxidez associada aos antibióticos aminoglicosídeos, como a amicacina, pode ocasionar dano renal e/ou perda auditiva irreversível.
[0058]Apesar dessas propriedades, determinadas modalidades aqui descritas contemplam a administração oral de uma combinação sinérgica BT/antibiótico (por exemplo, quando a necessidade de antibiótico não se limita a um aminoglicosídeo) para o tratamento de uma superfície do tecido epitelial em um ou mais locais ao longo do trato gastrointestinal / canal alimentar. É possível ainda contemplar em certas modalidades adicionais o uso de composições e métodos aqui descritos como desinfetantes, que se referem a preparações que aniquilam, ou bloqueiam o cresci-mento de, micróbios sobre uma superfície externa de um objeto inanimado.
[0059]Como ainda descrito em outro ponto deste documento, um composto BT pode ser uma composição que compreende bismuto ou um sal de bismuto e um composto contendo tiol (por exemplo, -SH, ou sulfidrila), incluindo-se aqueles que são descritos (incluindo-se seus métodos de preparação) em Domenico et al., 1997 Anti- microb. Agent. Chemother. 41 (8):1697-1703, Domenico et al., 2001 Antimicob. Agent. Chemother. 45(5):1417-1421, e nos documentos U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, e U.S. 6.380.248; vide ainda, por exemplo, U.S. 6.582.719. Determinadas modalidades não são limitam a isso, contudo, e podem contemplar outros compostos BT que compreendem bismuto ou um sal de bismuto e um composto contendo tiol. O composto contendo tiol pode conter um, dois, três, quatro, cinco, seis ou mais grupos tiol (por exemplo, -SH). Nas modalidades preferenciais o composto BT compreende bismuto em associação ao composto contendo tiol através de ligação iônica e/ou como um complexo de coordenação, enquanto em algumas outras modalidades o bismuto pode ser associado ao composto contendo tiol através de via ligação covalente, como pode ser encontrado em um composto organometálico. Determinadas modalidades contempladas, no entanto, excluem expressamente um composto BT que seja um composto organometálico, como um composto em que o bismuto é encontrado em ligação covalente a uma fração orgânica. Compostos BT exemplificativos são mostrados no Quadro1: Quadro 1: Compostos BT Exemplificativos*
[0060]Os compostos BT para uso em determinadas modalidades entre as presentemente reveladas podem ser preparados de acordo com procedimentos estabelecidos (por exemplo, U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, e U.S. 6.380.248; Domenico et al., 1997 Antimicrob. Agent. Chemother.. 41 (8):1697-1703, Domenico et al., 2001 Antimicob. Agent. Chemother. 45(5):1417-1421) e em certas modalidades adicionais os compostos BT também podem ser preparados de acordo com as metodologias aqui descritas. Determinadas modalidades preferenciais, portanto, contemplam os métodos sintéticos aqui descritos para a preparação dos compostos BT, e em particular para a obtenção de compostos BT na forma de microparti- culado substancialmente monodisperso, em que uma solução de bismuto aquosa e ácida que contém bismuto dissolvido em uma concentração de pelo menos 50 mM, pelo menos 100 mM, pelo menos 150 mM, pelo menos 200 mM, pelo menos 250 mM, pelo menos 300 mM, pelo menos 350 mM, pelo menos 400 mM, pelo menos 500 mM, pelo menos 600 mM, pelo menos 700 mM, pelo menos 800 mM, pelo menos 900 mM ou pelo menos 1 M e que seja desprovida de um solubilizador orgânico, polar ou hi- drofílico é misturada por mistura ao etanol para obter uma primeira solução etanólica, que é reagida com uma segunda solução etanólica compreendendo um composto contendo tiol para obter uma solução de reação, sendo que o composto contendo tiol está presente na solução de reação a uma razão molar de cerca de 1:3 a cerca de 3:1 em relação ao bismuto, sob condições e por um período de tempo suficiente para a formação de um precipitado que compreende as micropartículas compreendendo o composto BT (como as condições de concentração, resistência do solvente, temperatura, pH, mistura e/ou pressão, e similares, como aqui descrito e como será do agrado aos indivíduos versados na técnica com base na presente descrição).
[0061]Consequentemente, BTs exemplificativos incluem o composto 1 B-1, Bis-EDT (bismuto-1,2-etano ditiol, reagentes a 1:1); composto 1B-2, Bis-EDT (1:1,5); composto 1B-3, Bis-EDT (1:1,5); composto 1C, Bis-EDT (preparação Bi solúvel, 1:1,5); composto 2A, Bis-Bal (bismuto-Antilewisita britânica (bismuto-dimercaptol, bis- muto-2,3-dimercaptopropanol), 1:1); composto 2B, Bis-Bal (1:1,5); composto 3A Bis- Pyr (bismuto-piritiona, 1:1,5); composto 3B Bis-Pyr (1:3); composto 4, Bis-Ery (bis- muto-ditioeritritol, 1:1,5); composto 5, Bis-Tol (bismuto-3,4-dimercaptotolueno, 1:1,5); composto 6, Bis-BDT (bismuto-2,3-butanoditiol, 1:1,5); composto 7, Bis-PDT (bismuto- 1,3-propanoditiol, 1:1,5); composto 8-1 Bis-Pyr/BDT (1:1/1); composto 8-2, Bis- Pyr/BDT (1:1/0,5); composto 9, Bis-2-hidroxi, propano tiol (bismuto-1-mercapto-2-pro- panol, 1:3); composto 10, Bis-Pyr/Bal (1:1/0,5); composto 11, Bis-Pyr/EDT (1:1/0,5); composto 12 Bis-Pyr/Tol (1:1/0,5); composto 13, Bis-Pyr/PDT (1:1/0,5); composto 14 Bis-Pyr/Ery (1:1/0,5); composto 15, Bis-EDT/2-hidroxi, propano tiol (1:1/1) (vide, por exemplo, o Quadro 1).
[0062]Sem o objetivo de estabelecer vínculos teóricos, acredita-se que os mé-todos presentemente revelados para preparação de um composto BT, os quais, em determinadas modalidades preferenciais podem compreender preparar ou obter uma solução líquida aquosa e ácida que compreende bismuto, como uma solução aquosa de ácido nítrico compreendendo nitrato de bismuto, podem, sob o aspecto desejável, produzir composições compreendendo compostos BT quando tais composições têm uma ou mais propriedades desejáveis, incluindo-se a facilidade de produção em larga escala, aperfeiçoamento da pureza do produto, uniformidade ou consistência (incluindo-se uniformidade de tamanho da partícula), ou outras propriedades úteis na preparação e/ou administração das presentes formulações tópicas.
[0063]Em modalidades particulares, descobriu-se que as composições BT, preparadas de acordo com os métodos aqui descritos pela primeira vez, exibem um grau vantajoso de homogeneidade em relação à sua ocorrência como uma suspensão substancialmente monodispersa de micropartículas, cada uma com um diâmetro médio volumétrico (VMD) de acordo com determinadas modalidades presentemente preferenciais de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm. As medidas de tamanho de partícula podem ser denominadas diâmetro médio volumétrico (VMD), diâmetro mediano de massa (MMD), ou diâmetro aerodinâmico mediano de massa (MMAD). Essas medidas podem ser realizadas, por exemplo, por caracterização via impactação (MMD e MMAD) ou por laser (VMD). Para partículas líquidas, VMD, MMD e MMAD podem ser idênticos se mantidas as condições ambientais, por exemplo, umidade padrão. No entanto, se a umidade não for mantida, as determinações de MMD e MMAD serão menores que o VMD em decorrência da desidratação durante as medições do impac- tador. Para fins deste relatório descritivo, considera-se que as medições de VMD, MMD e MMAD estejam sob condições padronizadas, sendo assim, as descrições de VMD, MMD e MMAD serão comparáveis. Similarmente, as determinações de tamanho de partícula do pó seco em MMD, e MMAD são também consideradas comparáveis.
[0064]Como aqui descrito, as modalidades preferenciais se referem a uma suspensão substancialmente monodispersa de micropartículas contendo BT. A gera-ção de um tamanho de partícula de BT definido com o desvio padrão geométrico limi-tado (GSD) pode, por exemplo, otimizar a deposição de BT, a acessibilidade aos sítios alvos desejados em uma ferida aguda, uma ferida crônica ou uma ferida ou superfície do tecido epitelial, e/ou tolerabilidade de um indivíduo a quem as micropartículas de BT são administradas. GSD estreitos limitam o número de partículas fora da faixa de tamanho desejado de VMD ou MMAD.
[0065]Em uma modalidade, é fornecida uma suspensão líquida ou em aeros-sol de micropartículas contendo um ou mais compostos BT aqui revelados que tem um VMD de cerca de 0,5 micra a cerca de 5 micra. Em outra modalidade, é fornecida uma suspensão líquida ou aerossol que tem um VMD ou MMAD de cerca de 0,7 micra a cerca de 4,0 micra. Em outra modalidade, é fornecida uma suspensão líquida ou em aerossol que tem um VMD ou MMAD de cerca de 1,0 mícron a cerca de 3,0 micra. Em determinadas modalidades preferenciais adicionais é fornecida uma suspensão líquida compreendendo uma ou uma pluralidade de partículas do composto BT com VMD de cerca de 0,1 a cerca de 5,0 micra, ou de cerca de 0,1, cerca de 0,2, cerca de 0,3, cerca de 0,4, cerca de 0,5, cerca de 0,6, cerca de 0,7, cerca de 0,8 ou cerca de 0,9 micra a cerca de 1,0, cerca de 1,5, cerca de 2,0, cerca de 2,5, cerca de 3,0, cerca de 3,5, cerca de 4,0, cerca de 4,5, cerca de 5,0, cerca de 5.5, cerca de 6,0, cerca de 6,5, cerca de 7,0, cerca de 7,5 ou cerca de 8,0 micra, a partícula compreendendo um composto BT preparado como aqui descrito.
[0066]Consequentemente e em determinadas modalidades preferenciais, uma preparação BT aqui descrita pela primeira vez que seja "substancialmente" mo- nodispersa, por exemplo, uma composição BT que compreenda um composto BT na forma microparticulada em que "substancialmente" todas as micropartículas têm um diâmetro médio volumétrico (VMD) dentro de uma faixa especificada (por exemplo, de cerca de 0,4 μm a cerca de 5 μm), inclui aquelas composições nas quais pelo menos 80%, 85%, 90%, 91%, 92%, 93%, ou 94%, mais preferencialmente pelo menos 95%, 96%, 97%, 98%, 99% ou mais das partículas têm um VMD que esteja contido dentro da faixa de tamanho citada.
[0067]Essas e outras propriedades relacionadas das composições BT prepa-radas de acordo com os métodos sintéticos aqui descritos oferecem vantagens sem precedentes sobre os BTs previamente descritos, inclusive custo mais baixo e facili-dade de produção, além de uma uniformidade dentro da composição que pode permitir sua caracterização de maneira que facilita o cumprimento regulatório de acordo com um ou mais padrões farmacêuticos, formulários e cosméticos.
[0068]Adicionalmente ou como alternativa, as micropartículas de BT substan-cialmente monodispersas aqui descritas podem ser produzidas de forma vantajosa sem a necessidade de micronização, isto é, sem uma moagem dispendiosa e demo-rada ou processamento fluido altamente crítico ou outros equipamentos e procedi-mentos que são tipicamente utilizados para gerar micropartículas (por exemplo, Martin et al. 2008 Adv. Drug Deliv. Rev. 60(3):339; Moribe et al., 2008 Adv. Drug Deliv. Rev. 60(3):328; Cape et al., 2008 Pharm. Res. 25(9):1967; Rasenack et al. 2004 Pharm. Dev. Technol. 9(1):1-13). Portanto, as presentes modalidades oferecem os efeitos benéficos das preparações microparticuladas substancialmente uniformes, incluindo- se, sem limitação, propriedades de solubilização aprimoradas e substancialmente uniformes, adequadas às formas de administração desejadas, como as formas tópicas orais, inaladas ou dermatológicas / ferida da pele, aumento de biodisponibilidade e outras propriedades benéficas.
[0069]A suspensão microparticulada do composto BT pode ser administrada como formulações aquosas, como suspensões ou soluções em solventes aquosos, bem como orgânicos, incluindo-se propelentes de hidrocarbonetos halogenados, como pós secos, ou em outras formas como elaboradas abaixo, incluindo-se prepara-ções que contêm agentes de molhamento, tensoativos, óleo mineral ou outros ingre-dientes ou aditivos, como podem ser conhecidos aos indivíduos familiarizados com o conjunto de formulações, por exemplo, para manter micropartículas individuais em suspensão. Formulações aquosas podem ser colocadas sob a forma de aerossol por nebulizadores líquidos que empregam, por exemplo, atomização hidráulica ou ultras- sônica. Sistemas à base de propelente podem utilizar dispensadores pressurizados adequados. Pós secos podem utilizar dispositivos de dispersão de pó seco, os quais são capazes de dispersar efetivamente as micropartículas contendo BT. Um tamanho de partícula e distribuição desejados podem ser obtidos selecionando um dispositivo apropriado.
[0070]Como notado adicionalmente acima, este documento fornece ainda, de acordo com determinadas modalidades, um método para preparar uma composição de bismuto-tiol (BT) que compreende uma pluralidade de micropartículas compreendendo um composto BT, substancialmente todas essas micropartículas com um diâmetro médio volumétrico (VMD) de cerca de 0,1 a cerca de 8 micra, e em determinadas modalidades preferenciais de cerca de 0,4 micra a cerca de 5 micra.
[0071]Em termos gerais, o método compreende as etapas de (a) misturar, sob condições e por um período de tempo suficiente para obter uma solução que seja substancialmente livre de um precipitado sólido, (i) uma solução aquosa ácida que compreenda um sal de bismuto compreendendo bismuto a uma concentração de pelo menos 50 mM e que seja desprovida de um solubilizador orgânico, polar ou hidrofílico, com (ii) etanol em uma quantidade suficiente para obter uma mistura que compreende pelo menos cerca de 5%, 10%, 15%, 20%, 25% ou 30%, e preferencialmente cerca de 25% etanol por volume; e (b) adicionar à mistura de (a) uma solução etanólica compreendendo um composto contendo tiol para obter uma solução de reação, sendo que o composto contendo tiol está presente na solução de reação a uma razão molar de cerca de 1:3 a cerca de 3:1 em relação ao bismuto, sob condições e por um período de tempo suficiente para a formação de um precipitado que compreende o composto BT.
[0072]Em determinadas modalidades preferenciais o sal de bismuto pode ser o Bi(NO3)3, mas seria interessante, de acordo com a presente descrição, que o bis-muto também pudesse ser fornecido sob outras formas. Em certas modalidades a concentração de bismuto na solução aquosa ácida pode ser pelo menos equivalente a 100 mM, pelo menos 150 mM, pelo menos 200 mM, pelo menos 250 mM, pelo me-nos 300 mM, pelo menos 350 mM, pelo menos 400 mM, pelo menos 500 mM, pelo menos 600 mM, pelo menos 700 mM, pelo menos 800 mM, pelo menos 900 mM ou pelo menos 1 M. Em certas modalidades a solução aquosa ácida compreende pelo menos 5%, 10%, 15%, 20%, 22% ou 22,5% de bismuto por peso. A solução aquosa ácida em determinadas modalidades preferenciais pode compreender pelo menos 5% ou mais de ácido nítrico por peso, e em certas modalidades adicionais a solução aquosa ácida pode compreender pelo menos 0,5%, pelo menos 1 %, pelo menos 1,5%, pelo menos 2%, pelo menos 2,5%, pelo menos 3%, pelo menos 3,5%, pelo menos 4%, pelo menos 4,5% ou pelo menos 5% de ácido nítrico por peso.
[0073]O composto contendo tiol pode ser qualquer composto que contenha tiol como aqui descrito, e em certas modalidades pode compreender um ou mais dentre 1,2-etano ditiol, 2,3-dimercaptopropanol, piritiona, ditioeritritol, 3,4-dimercapto- tolueno, 2,3-butanoditiol, 1,3-propanoditiol, 2-hidroxipropano tiol, 1-mercapto-2-propa- nol, ditioeritritol e ditiotreitol. Outros compostos exemplificativos contendo tióis incluem ácido alfa lipóico, metanotiol (CH3SH [m-mercaptano]), etanotiol (C2H5SH [e-mercap- tano]), 1-propanotiol (C3H7SH [n-P mercaptano]), 2-Propanotiol (CH3CH(SH)CH3 [2C3 mercaptano]), butanotiol (C4H9SH ([n-butil mercaptano]), tert-butil mercaptano (C(CH3)3SH [t-butil mercaptano]), pentanotióis (C5H11SH [pentil mercaptano]), coen- zima A, lipoamida, glutationa, cisteína, cistina, 2-mercaptoetanol, ditiotreitol, ditioeritri- tol, 2-mercaptoindole, transglutaminase e qualquer dos compostos tiólicos adiante disponíveis através de Sigma-Aldrich (St. Louis, MO): nanopartículas de ouro funcionali- zadas (11-mercaptoundecil)hexa(etileno glicol), (11-mercaptoundecil)tetra(etileno gli- col), (11-mercaptoundecil)tetra(etileno glicol), grau técnico de 1,1',4',1"-terfenil-4-tiol, 1,11-undecanoditiol, 1,16-hexadecaneditiol, 1,2-etanoditiol, nanopartículas de ouro funcionalizadas de 1,3-propanoditiol, 1,4-benzenedimetanotiol, 1,4-butanoditiol, 1,4- butanoditiol diacetato, 1,5-pentanoditiol, 1,6-hexanoditiol, 1,8-octanoditiol, 1,9-nona- noditiol, adamantanotiol, 1-butanotiol, 1-decanotiol, 1-dodecanotiol, 1-heptanotiol, 1- heptanotiol purum, 1-hexadecanotiol, 1-hexanotiol, 1-mercapto-(trietileno glicol), 1- mercapto-(trietileno glicol) metil éter, sílica gel funcionalizada de 1-mercapto-2-propa- nol, 1-nonanotiol, 1-octadecanotiol, 1-octanotiol, 1-octanotiol, 1-pentadecanotiol, 1- pentanotiol, 1-propanotiol, 1-tetradecanotiol, 1-tetradecanotiol purum, 1-undecanotiol, 11-(1H-pirrol-1-il)undecano-1-tiol, cloridrato de 11-amino-1-undecanotiol, 11-bromo-1- undecanotiol, 11-mercapto-1-undecanol, 11-mercapto-1-undecanol, ácido 11-mercap- toundecanóico, ácido 11-mercaptoundecanóico, trifluoroacetato de 11-mercaptounde- cil, ácido 11-mercaptoundecilfosfórico, ácido 12-mercaptododecanóico, ácido 12-mer- captododecanóico, ácido 12-mercaptopentadecanóico, ácido 16-mercaptohexadeca- nóico, ácido 16-mercaptohexadecanóico, 1 H,1H,2H,2H-perfluorodecanotiol, 2,2'-(eti- lenodioxi)dietanotiol, 2,3-butanoditiol, 2-butanotiol, 2-etilhexanotiol, 2-metil-1- propanotiol, 2-metil-2-propanotiol, 2-feniletanotiol, 3,3,4,4,5,5,6,6,6-nonafluor-1-hexa- notiol purum, 3-(dimetoximetilsilil)-1-propanotiol, 3-cloro-1-propanotiol, 3-mercapto-1- propanol, 3-mercapto-2-butanol, 3-mercapto-N-nonilpropionamida, ácido 3-mercapto- propiônico, 3-mercaptopropil, nanopartículas de prata funcionalizadas de 3-metil-1- butanotiol, 4,4'-bis(mercaptometil)bifenil, 4,4'-dimercaptoestilbeno, álcool de 4-(6-mer- captohexiloxi)benzila, 4-ciano-1-butanotiol, 4-mercapto-1-butanol, 6-(ferrocenil)hexa- notiol, 6-mercapto-1-hexanol, ácido 6-mercaptohexanóico, 8-mercapto-1-octanol, ácido 8-mercaptooctanóico, 9-mercapto-1-nonanol, bifenil-4,4'-ditiol, butil 3-mercapto- propionato, 1-butanotiolato de cobre(l), ciclohexanotiol, ciclopentanotiol, decanotiol, nanopartículas de ouro funcionalizadas de dodecanotiol, nanopartículas de prata fun- cionalizadas de dodecanotiol, hexa(etileno glicol)mono-11-(acetiltio)undecil éter, ácido mercaptosuccínico, metil 3-mercaptopropionato, nanoTether BPA-HH, NanoThinksTM 18, NanoThinksTM 8, NanoThinksTM ACID11, NanoThinksTM ACID16, NanoThinksTM ALCO11, NanoThinksTM THIO8, nanopartículas de ouro funcionalizadas de octanotiol, Mn médio de ditiol PEG 8.000, peso molecular médio de ditiol PEG 1.500, peso molecular médio de ditiol PEG 3.400, tioacetato de S-(11-bromoundecil), tioacetato de S- (4-cianobutil), tiofenol, trietileno glicol mono-11-mercaptoundecil éter, trimetilolpro- pano tris(3-mercaptopropionato), [11-(metilcarboniltio)undecil]tetra(etileno glicol), m- carborano-9-tiol, p-terfenil-4,4"-ditiol, tert-dodecilmercaptano, tert-nonil mercaptano.
[0074]Condições de reação exemplificativas, incluindo-se temperatura, pH, tempo de reação, o uso de mistura ou agitação para dissolver solutos e procedimentos para coletar e lavar precipitados, são aqui descritos e empregam técnicas geralmente conhecidas na técnica.
[0075]Inversamente às metodologias anteriormente descritas para a produção de compostos BT, de acordo com os presentes métodos para preparação de BT, os produtos de BT são fornecidos como suspensões microparticuladas que têm substancialmente todas as micropartículas com VMD de cerca de 0,4 a cerca de 5 micra em determinadas modalidades preferenciais, e geralmente de cerca de 0,1 micra a cerca de 8 micra de acordo com determinadas modalidades adicionais. Ademais, contraria-mente às abordagens anteriores, de acordo com as presentes modalidades, o bismuto é fornecido em uma solução aquosa ácida que compreende um sal de bismuto a uma concentração de pelo menos cerca de 50 mM a cerca de 1 M, e ácido nítrico em uma quantidade de pelo menos cerca de 0,5% a cerca de 5% (p/p), e preferencialmente inferior a 5% (peso/peso), e que seja desprovida de um solubilizador orgânico, polar ou hidrofílico.
[0076]Nesse sentido, os presentes métodos oferecem uma vantagem surpre-endente e inesperada em vista dos ensinamentos de aceitação geral da técnica de que o bismuto não é solúvel em água a 50 μM (por exemplo, U.S. RE37793), que o bismuto é instável em água (por exemplo, Kuvshinova et al., 2009 Russ. J Inorg. Chem 54(11):1816), e que o bismuto é instável ate mesmo em soluções de ácido nítrico, a menos que um solubilizador hidrofílico, polar ou orgânico esteja presente. Por exemplo, em todos os relatórios descritivos definitivos das metodologias de preparação de BT (por exemplo, Domenico et al., 1997 Antimicrob. Agents. Chemother. 41:1697; documentos U.S. 6,380,248; U.S. RE37793; U.S. 6,248,371), é requerido o agente solu- bilizante hidrofílico propileno glicol para dissolver o nitrato de bismuto, e a concentração de bismuto de soluções preparadas para reação com tióis está bem abaixo de 15 mM, limitando deste modo as modalidades de produção disponíveis para os compostos BT.
[0077]Em contrapartida, de acordo com a presente descrição, não ha exigên-cias quanto a um solubilizador hidrofílico, polar ou orgânico para dissolver o bismuto, além disso, concentrações mais elevadas são surpreendentemente obtidas. Solubili- zadores hidrofílicos, polares ou orgânicos incluem propileno glicol (PG) e etileno glicol (EG) e também podem incluir um grande número de intensificadores de solubilidade conhecidos, incluindo-se solventes polares como dioxano e dimetilsulfóxido (DMSO), polióis (incluindo-se, por exemplo, PG e EG e ainda incluindo polietileno glicol (PEG), polipropilenoglicol (PPG), pentaeritritol e outros), alcoóis polihídricos, como glicerol e manitol, e outros agentes. Outras substâncias orgânicas miscíveis em água de alta polaridade incluem dimetilsulfóxido (DMSO), dimetilformamida (DMF) e NMP (N-metil- 2-pirrolidona).
[0078]Portanto, os indivíduos familiarizados com a técnica apreciarão que os solventes, incluindo-se aqueles comumente utilizados como solubilizadores hidrofíli- cos, polares ou orgânicos, como aqui fornecido, possam ser selecionados, por exem-plo, com base no valor da escala de capacidade de polarização (SPP) / polaridade do solvente utilizando o sistema de Catalan et al. (por exemplo, 1995 Liebigs Ann. 241; consulte ainda Catalan, 2001 Em: Handbook of Solvents, Wypych (Ed.), Andrew Publ., NY, e as referências nele citadas), de acordo com o qual, por exemplo, a água tem um valor SPP de 0,962, o tolueno um valor SPP de 0,655, e o 2-propanol um valor de SPP de 0,848. Métodos para determinar o valor SPP de um solvente com base nas medições ultravioleta de 2-N,N-dimetil-7-nitrofluoreno/ sonda 2-fluor-7-nitrofluoreno / par homomórfico foram descritos (Catalan et al., 1995).
[0079]Solventes com valores SPP desejados (seja como solventes puros de um único componente, seja como misturas de solvente de dois, três, quatro ou mais solventes; para miscibilidade do solvente consulte, por exemplo, Godfrey 1972 Chem. Technol. 2:359) com base nas propriedades de solubilidade de uma composição BT particular podem ser prontamente identificados pelos indivíduos versados na técnica em face da presente descrição, muito embora, como notado acima, de acordo com determinadas modalidades preferenciais concernentes às etapas do método sintético aqui descrito, não haja necessidade de um solubilizador hidrofílico, polar ou orgânico para dissolver o bismuto.
[0080]Os parâmetros de solubilidade podem ainda incluir o parâmetro de in-teração C, o parâmetro de solubilidade de Hildebrand d, ou os parâmetros de solubilidade parcial (Hansen): δp, δh e δd, que descrevem a polaridade, potencial de ligação do hidrogênio e potencial de interação da força de dispersão do solvente, res-pectivamente. Em certas modalidades, o valor mais alto para um parâmetro de solu-bilidade que descreve um sistema de co-solvente ou solvente no qual dissolverá o sal de bismuto compreendendo bismuto pode oferecer uma limitação à solução aquosa que compreende o sal de bismuto, por exemplo, de acordo com o método presentemente descrito para o preparo de uma composição microparticulada de BT. Por exemplo, valores δh mais elevados terão uma maior capacidade de ligação de hidrogênio e teriam, portanto, uma maior afinidade pelas moléculas de solvente, como a água. Um valor mais elevado de δh máximo observado para um solvente, portanto, pode ser preferencial para situações em que um ambiente mais hidrofílico é desejado.
[0081]Como exemplo não limitante, o BisEDT que têm a estrutura mostrada abaixo na fórmula I pode ser preparado de acordo com o seguinte esquema de reação:
[0082]Em termos sucintos, e como exemplo ilustrativo não limitante, a um ex-cedente de (11,4 l) de HNO3 aquoso a 5% à temperatura ambiente podem ser lenta-mente adicionados 0,331 l (cerca de 0,575 moles) de uma solução aquosa ácida de bismuto como uma solução de Bi(NO3)3 (por exemplo, 43% de Bi(NO3)3 (p/p), 5% de ácido nítrico (p/p), 52% de água (p/p), disponível através de Shepherd Chemical Co., Cincinnati, OH) com agitação, seguida da adição lenta de etanol absoluto (4 l). Uma solução etanólica (1,56 l) de um composto tiólico, como 1,2-etanoditiol [-0,55 M], pode ser preparada separadamente adicionando, a 1,5 l de etanol absoluto, 72,19 ml (0,863 moles) de 1,2-etanoditiol utilizando uma seringa de 60 ml, e então agitando por cinco minutos. 1,2-etanoditiol (CAS 540-63-6) e outros compostos tiólicos estão disponíveis, por exemplo, através de Sigma-Aldrich, St. Louis, MO. A solução etanólica do composto tiólico pode ser então lentamente adicionada à solução aquosa de Bi(NO3)3 / HNO3 com agitação de um dia para o outro para formar uma solução de reação. O composto contendo tiol pode estar presente na solução de reação, de acordo com determinadas modalidades preferenciais, a uma razão molar de cerca de 1:3 a cerca de 3:1 em relação ao bismuto. Permite-se que o produto formado assente como um precipitado compreendendo as micropartículas como aqui descrito, o qual é coletado por filtração e lavado sequencialmente com etanol, água e acetona para obter BisEDT como um sólido em pó amorfo na cor amarela. O produto bruto pode ser novamente dissolvido em etanol absoluto com agitação, em seguida filtrado e lavado sequencialmente com etanol diversas vezes seguido de acetona diversas vezes. O pó lavado pode ser triturado em NaOH 1 M (500 ml), filtrado e lavado sequencialmente com água, etanol e acetona para produzir um BisEDT microparticulado purificado.
[0083]De acordo com uma teoria não limitante, o bismuto inibe a capacidade das bactérias de produzir substâncias poliméricas extracelulares (EPS) como exopo- lissacarídeos bacterianos, e esta inibição ocasiona uma formação imperfeita do bio- filme. Acredita-se que as bactérias empreguem EPS similar à cola para coesão do biofilme. Dependendo da natureza de uma infecção, a formação de biofilme e a ela-boração de EPS podem contribuir com a patogenicidade bacteriana, como interferên-cia à cura da ferida. No entanto, o bismuto isoladamente não é terapeuticamente útil como um agente de intervenção, pelo contrário, é tipicamente administrado como parte de um complexo, como um BT. Bismuto-tióis (BTs), portanto, constituem uma família de composições que inclui compostos que resultam da quelação do bismuto com um composto tiólico, e que exibem um aprimoramento substancial na eficácia terapêutica antimicrobiana do bismuto. BTs exibem efeitos pronunciados anti-infecci-osos, antibiofilme, e imunomoduladores. Bismuto tióis são eficazes contra um amplo espectro de micro-organismos, e tipicamente não são afetados pela resistência ao antibiótico. BTs impedem a formação de biofilme em concentrações notavelmente baixas (sub-inibitórias), evitam muitas características patogênicas dos patógenos co-muns de ferida nesses mesmos níveis sub-inibitórios, podem impedir o choque séptico em modelos animais, e podem atuar em sinergia com muitos antibióticos.
[0084]Como aqui descrito, essa sinergia nos efeitos antibacterianos de um ou mais BTs especificados quando combinados com um ou mais compostos antibióticos especificados não é prontamente previsível com base nos perfis dos efeitos de BT e antibiótico separados contra um tipo particular de bactéria, contudo, surpreendentemente, pode resultar da seleção das combinações particulares de BT-antibiótico em vista da população bacteriana específica, incluindo-se identificar se bactérias gram- negativas ou gram-positivas (ou ambas) estão presentes. Por exemplo, como aqui revelado, antibióticos que agem em sinergia com determinados BTs podem incluir um ou mais dentre amicacina, ampicilina, cefazolina, cefepima, cloranfenicol, ciprofloxa- cina, clindamicina (ou outros antibióticos lincosamida), daptomicina (Cubicin®), doxi- ciclina, gatifloxacina, gentamicina, imipenim, levofloxacino, linezolida (Zyvox®), mino- cilina, nafcilina, paramomicina, rifampin, sulfametoxazol, tobramicina e vancomicina. Estudos in vitro mostraram, por exemplo, que MRSA, que era pouco suscetível ou não suscetível à gentamicina, cefazolina, cefepima, sulfametoxazol, imipenim ou levo- floxacino individualmente, exibiu acentuada sensibilidade a qualquer um desses antibióticos se exposto ao antibiótico na presença do composto BT BisEDT. Determinadas modalidades aqui contempladas expressamente consideram composições e/ou métodos em que se pode incluir a combinação de um composto BT e um ou mais antibióticos selecionados a partir de amicacina, ampicilina, cefazolina, cefepima, cloran- fenicol, ciprofloxacina, clindamicina (ou outro antibiótico lincosamida), daptomicina (Cubicin®), doxiciclina, gatifloxacina, gentamicina, imipenim, levofloxacino, linezolida (Zyvox®), minocilina, nafcilina, paramomicina, rifampin, sulfametoxazol, tobramicina e vancomicina, enquanto determinadas modalidades adicionais aqui contempladas consideram composições e/ou métodos em que se pode incluir a combinação de um composto BT e um ou mais antibióticos dos quais expressamente se pode excluir um ou mais antibióticos selecionados a partir de amicacina, ampicilina, cefazolina, cefepima, cloranfenicol, ciprofloxacina, clindamicina (ou outras lincosamidas), daptomicina (Cubicin®), doxiciclina, gatifloxacina, gentamicina, imipenim, levofloxacino, linezolida (Zyvox®), minocilina, nafcilina, paramomicina, rifampin, sulfametoxazol, tobramicina e vancomicina. Nota-se neste contexto que a gentamicina e a tobramicina pertencem ah classe aminoglicosídeo de antibióticos. São também expressamente excluídas de determinadas modalidades contempladas determinadas composições e métodos descritos em Domenico et al., 2001 Agents Chemother. 45:1417-1421; Domenico et al., 2000 Infect. Med. 17:123-127; Domenico et al., 2003 Res. Adv. In Antimicrob. Agents & Chemother. 3:79-85; Domenico et al., 1997 Antimicrob. Agents Chemother. 41 (8):1697-1703; Domenico et al., 1999 Infect. Immun. 67:664-669: Huang et al. 1999 J Antimicrob. Chemother. 44:601-605; Veloira et al., 2003 J Antimicrob. Chemother. 52:915-919; Wu et al., 2002 Am J Respir Cell MoI Biol. 26:731-738; Halwani et al., 2008 Int. J Pharm. 358:278).
[0085]Consequentemente e como aqui descrito, em determinadas modalida-des preferenciais são fornecidas composições e métodos que promovem a cura de uma ferida aguda, uma ferida crônica, e/ou uma ferida que contém um biofilme bacte- riano em um indivíduo, como a regeneração do tecido da pele que compreende a cura da ferida dérmica. Como aqui descrito, pessoas familiarizadas com a técnica relevante reconhecerão contextos e situações clínicas apropriadas em que a dita regeneração do tecido da pele pode ser desejada, cujos critérios são estabelecidos na técnica médica, incluindo-se, entre outros, por exemplo, cirúrgica, cirúrgica no segmento militar, dermatológica, medicina do trauma, gerontológica, cardiovascular, doenças metabólicas (por exemplo, diabetes, obesidade, etc.), infecção e inflamação (incluindo-se nos revestimentos epiteliais do trato respiratório ou do trato gastrointestinal, ou outras superfícies do tecido epitelial, como nos tecidos glandulares), e outras especialidades e subespecialidades médicas relevantes. Seria interessante, portanto, que, como aqui revelado e conhecido na técnica, a promoção da regeneração do tecido da pele (ou outra regeneração de tecido epitelial) possa compreender estimular ou desinibir uma ou mais atividades de regeneração celular da ferida selecionadas a partir de (i) migração do fibroblasto dérmico ou célula epitelial (por exemplo, queratinócito), (ii) crescimento da célula epitelial (por exemplo, queratinócito) ou do fibroblasto dérmico, (iii) regulação descendente da célula epitelial (por exemplo, queratinócito) ou atividade da metaloproteinase da matriz, ou gelatinase ou colagenase do fibroblasto dérmico, (iv) deposição de proteína da matriz extracelular de fibroblasto dérmico, e (v) indução ou potenciação da angiogênese dérmica. Metodologias para identificar e caracterizar tais atividades de regeneração da ferida celular foram descritas, tais como os efeitos dos compostos promotores de regeneração do tecido da ferida aqui descritos, tais como composições compreendendo agentes BT, como aqui descritos, nessas atividades e em atividades relacionadas podem ser determinados prontamente e sem a indevida experimentação com base na presente descrição. Por exemplo, neste documento são descritos composições e métodos relativos a modelos aceitos pela técnica para a regeneração da ferida com base no fechamento da ferida do queratinócito em seguida a uma ferida por arranhadura.
[0086]As composições preferenciais para tratar uma ferida aguda, ferida crô-nica, e/ou ferida que contém um biofilme bacteriano em um indivíduo, para promover a regeneração do tecido da pele, incluindo-se a regeneração da ferida, para uso de acordo com as modalidades aqui descritas, podem incluir, em certas modalidades, composições que compreendem os compostos de bismuto-tiol (BT) como aqui descri-tos, e que podem em certas modalidades distintas, porém relacionadas, incluir ainda outros compostos que são conhecidos na técnica, como um ou mais compostos anti-bióticos como aqui descritos. Os compostos BT e os métodos de produção dos mes-mos são revelados neste documento e também são revelados, por exemplo, em Do-menico et al. (1997 Antimicrob. Agent. Chemother.. 41 (8):1697-1703; 2001 Antimi- crob. Agent. Chemother.. 45(5)1417-1421) e no documento U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, e U.S. 6.380.248. Como também notado acima, determinados compostos BT preferenciais são aqueles que contêm bismuto ou um sal de bismuto ionicamente ligado a, ou em um complexo de coordenação com, um composto contendo tiol, como uma composição que compreende bismuto quelado ao composto contendo tiol, e determinados compostos BT preferenciais adicionais são aqueles que contêm bismuto ou um sal de bismuto em ligação covalente ao composto contendo tiol. São ainda preferenciais composições de BT microparticuladas substancialmente monodispersas como aqui descrito. Nem os esforços anteriores que visam promover a cura da ferida aguda ou crônica, incluindo-se a regeneração do tecido da pele, nem a caracterização anterior em outros contextos de quaisquer compostos aqui descritos pela primeira vez como tendo uso nas composições e métodos para promover a dita cura da ferida, poderiam prever que os presentes métodos de uso desses compostos surtiriam efeitos promotores de cura da ferida e regeneração do tecido.
[0087]De acordo com modalidades preferenciais, são fornecidos, portanto, métodos para tratar uma ferida aguda, uma ferida crônica, e/ou uma ferida ou super-fície do tecido epitelial que contém um biofilme bacteriano em um indivíduo, compre-endendo administrar a um sítio da ferida ou superfície do tecido epitelial no indivíduo, uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma formulação tópica que compreende pelo menos um composto BT e um excipiente ou carreador farmaceuticamente aceitável para uso tópico. Em certas modalidades o método compreende ainda administrar, simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem, pelo menos um composto antibiótico. O composto antibiótico pode ser um antibiótico aminoglicosídeo, um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalosporina, um antibiótico fluorquino- lona, um antibiótico glicopeptídeo, um antibiótico lincosamida, um antibiótico penicilina resistente à penicilinase, ou um antibiótico aminopenicilina. Antibióticos clinicamente úteis são descritos, por exemplo, na Washington University School of Medicine, The Washington Manual of Medical Therapeutics (32a edição), 2007 Lippincott, Williams and Wilkins, Filadélfia, PA; e em Hauser, AL, Antibiotics Basics for Clinicians, 2007 Lippincott, Williams and Wilkins, Filadélfia, PA.
[0088]Como aqui descrito, determinadas modalidades derivam da descoberta inesperada de que, para feridas agudas ou crônicas ou quaisquer superfícies do tecido epitelial como aqui fornecido (por exemplo, pele, revestimentos do trato respiratório, revestimentos do trato gastrointestinal) em que uma infecção bacteriana compreende bactérias gram positivas, uma formulação tópica preferencial terapeuticamente eficaz pode compreender um composto BT (por exemplo, BisEDT, bismuto:1,2-etanoditiol; BisPyr, bismuto:piritiona; BisEDT/Pyr, bismuto:1,2-etanoditiol/piritiona) e rifamicina, ou um composto BT e daptomicina (Cubicin®, Cubist Pharmaceuticals, Lexington, MA), ou um composto BT e linezolida (Zyvox®, Pfizer, Inc., NY, NY), ou um composto BT (por exemplo, BisEDT, bismuto:1,2-etanoditiol; BisPyr, bismuto:piritiona; Bi- sEDT/Pyr, bismuto:1,2-etanoditiol/piritiona) e um ou mais dentre ampicilina, cefazo- lina, cefepima, cloranfenicol, clindamicina (ou outro antibiótico lincosamida), daptomi- cina (Cubicin®), doxiciclina, gatifloxacina, gentamicina, imipenim, levofloxacino, line- zolida (Zyvox®), nafcilina, paramomicina, rifampin, sulfametoxazol, tobramicina e van- comicina. Ainda como aqui descrito, determinadas modalidades derivam da descoberta inesperada de que, para feridas agudas ou crônicas em que uma infecção bac- teriana compreende bactérias gram negativas, uma formulação tópica preferencial te- rapeuticamente eficaz pode compreender um composto BT e amicacina. Determinadas modalidades relacionadas contemplam o tratamento de uma ferida aguda ou crônica compreendendo bactérias gram negativas com um composto BT e outro antibiótico, como outro antibiótico aminoglicosídeo, o qual em certas modalidades não é a gentamicina ou tobramicina. Consequentemente e em vista dessas modalidades, outras modalidades relacionadas contemplam identificar uma ou mais populações ou subpopulações bacterianas no interior do sitio de uma ferida crônica pelo critério consagrado de serem gram positivas ou gram negativas, de acordo com metodologias que são familiares aos indivíduos versados na técnica da microbiologia médica, como uma etapa para selecionar o(s) composto(s) antibiótico(s) apropriados para inclusão em uma formulação tópica a ser administrada de acordo com os presentes métodos.
[0089]As composições e métodos presentemente descritos podem ter aplica-ção no tratamento de feridas agudas e crônicas e biofilmes de ferida, incluindo-se, por exemplo, na forma de cremes para queimadura, como substâncias tópicas para o tratamento de feridas existentes, incluindo-se aquelas aqui descritas, para prevenção de feridas crônicas, para o tratamento de infecções de pele por MRSA, e para outras indicações relacionadas como aqui revelado e como será evidenciado por uma pessoa versada na técnica em vista do presente relatório descritivo.
[0090]Exemplos não limitantes de bactérias contra as quais as composições e métodos descritos neste documento podem ter aplicação benéfica, de acordo com determinadas modalidades como aqui descritas, incluem Staphylococcus aureus (S. aureus), MRSA (S. aureus resistente à meticilina), Staphylococcus epidermidis, MRSE (S. epidermidis resistente à meticilina), Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium avium, Pseudomonas aeruginosa, P. aeruginosa resistente à droga, Escherichia coli, E. coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrágica, Klebsiella pneumoniae, Clostridium difficile, Heliobacter pylori, Legionella pneumophila, Enterococcus faecalis, Enterococcus faecalis suscetível à meticilina, Enterobacter cloacae, Salmonella typhimu- rium, Proteus vulgaris, Yersinia enterocolitica, Vibrio cholera, Shigella Flexneri, Enterococcus resistente a vancomicina (VRE), complexo da Burkholderia cepacia, Franci- sella tularensis, Bacillus anthracis, Yersinia pestis, Pseudomonas aeruginosa, Enterococci resistentes e sensíveis à vancomicina (por exemplo, E. faecalis, E. faecium), Staphylococci resistentes e sensíveis à meticilina (por exemplo, S. aureus, S. epider- midis) e Acinetobacter baumannii, Staphylococcus haemolyticus, Staphylococcus ho- minis, Enterococcus faecium, Streptococcus pyogenes, Streptococcus agalactiae, Bacillus anthracis, Klebsiella pneumonia, Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Yersinia en- terocolytica, Stenotrophomonas maltophilia, e E. cloacae.
[0091]A prática de determinadas modalidades da presente invenção empre-gará, a menos que especificamente indicado em contrário, métodos convencionais de microbiologia, biologia molecular, bioquímica, biologia celular, técnicas de virologia e imunologia contidas no conhecimento da técnica, e diversas delas são citadas abaixo a título de ilustração. Tais técnicas são discutidas plenamente na literatura. Vide, por exemplo, Sambrook, et al. Molecular Cloning: A Laboratory Manual (2a edição, 1989); Maniatis et al. Molecular Cloning: A Laboratory Manual (1982); DNA Cloning: A Practical Approach, vol. I & Il (D. Glover, ed.); Oligonucleotide Synthesis (N. Gait, ed., 1984); Nucleic Acid Hybridization (B. Hames & S. Higgins, eds., 1985); Transcription and Translation (B. Hames & S. Higgins, eds., 1984); Animal Cell Culture (R. Fresh- ney, ed., 1986); Perbal, A Practical Guide to Molecular Cloning (1984).
[0092]Salvo quando o contexto exigir em contrário, em todo o presente rela-tório descritivo e reivindicações, o termo "compreende" e suas variações, como "com-preendem" e "compreendendo" devem ser interpretados em um sentido amplo e in-clusivo, a saber, "incluindo-se, porém, sem limitar-se a".
[0093]A referência em toda a especificação a "uma modalidade" ou "a moda-lidade" ou "um aspecto" significa que um atributo, estrutura ou característica particular descrita em associação à modalidade é incluída em pelo menos uma modalidade da presente invenção. Portanto, o surgimento de expressões "em uma modalidade" ou "na modalidade" em vários pontos ao longo de todo o relatório descritivo não necessariamente se refere todas à mesma modalidade. Ademais, os atributos, estruturas ou características particulares podem ser combinados de qualquer modo em uma ou mais modalidades.
[0094]Determinadas modalidades se referem a métodos, composições e con-juntos para tratar uma ferida aguda ou crônica ou um biofilme de ferida em um indiví-duo, o que pode compreender a regeneração do tecido da pele no indivíduo, ou alterar uma ou mais atividades de regeneração de ferida celular em uma célula ou pluralidade de células. Uma célula geralmente indica uma única célula, enquanto uma pluralidade de células indica mais de uma célula. As células podem compreender um tecido, órgão ou organismo completo. Ademais, a célula ou células podem estar localizadas in vivo, in vitro, ou ex vivo. A manutenção de culturas de célula, tecido e órgão são procedimentos de rotina para um indivíduo versado na técnica, cujas condições e meios podem ser facilmente averiguados. (Vide, por exemplo, Freshney, Culture of Animal Cells: A Manual of Basic Technique, Wiley-Liss 5a edição (2005); Davis, Basic Cell Culture, Oxford University Press 2a Ed. (2002)).
[0095]Como aqui revelado, determinadas modalidades se referem a métodos para tratar uma ferida aguda ou crônica ou um biofilme de ferida em um indivíduo que compreendem administrar ao indivíduo uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição compreendendo um composto BT como aqui descrito para uso em tal método (por exemplo, como fornecido na forma de uma pluralidade de micropartí- culas substancialmente monodispersas), e opcionalmente em determinadas modalidades adicionais que compreendem ainda um composto antibiótico como aqui descrito para uso em tal método, por exemplo, um composto BT como BisEDT ou BisBAL ou outros compostos apresentados no Quadro 1, ou qualquer outro agente BT como aqueles descritos em Domenico et al. (1997 Antimicrob. Agent. Chemother.. 41:1697; 2001 Antimicrob. Agent. Chemother.. 45:1421) e/ou no documento U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, e U.S. 6.380.248 e/ou como preparado de acordo com os métodos revelados neste documento. A etapa de administração pode ser realizada por quaisquer meios conhecidos na técnica, por exemplo, topicamente (incluindo-se através da administração direta à pele ou a qualquer superfície do tecido epi- telial, incluindo-se as ditas superfícies porventura presentes em tecidos glandulares ou no trato respiratório e/ou trato gastrointestinal), vaginalmente, intraperitoneal, oralmente, parenteralmente, intravenosamente, intra-arterialmente, transdermicamente, sublingualmente, subcutaneamente, intramuscularmente, transbucalmente, intranasalmente, via inalação, intraocularmente, subcutaneamente, intra-adiposa- mente, intra-articularmente ou intratecamente.
[0096]Em modalidades preferenciais a administração pode ser realizada topi-camente, quando excipientes ou carreadores farmacêuticos para uso tópico forem aqui descritos e conhecidos na técnica.
[0097]Como observado acima, determinadas modalidades da invenção aqui descrita se referem a formulações tópicas dos compostos BT descritos (por exemplo, BisEDT e/ou BisBAL), cujas formulações em determinadas modalidades adicionais podem compreender um ou mais compostos antibióticos como aqui descritos, por exemplo, amicacina, ampicilina, cefazolina, cefepima, cloranfenicol, ciprofloxacina, clindamicina (ou outro antibiótico lincosamida), daptomicina (Cubicin®), doxiciclina, gatifloxacina, gentamicina, imipenim, levofloxacino, linezolida (Zyvox®), minocilina, nafcilina, paramomicina, rifampin, sulfametoxazol, tobramicina e vancomicina; ou um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalosporina, um antibiótico fluorquinolona, um antibiótico glicopeptídico, um antibiótico lincosamida, um antibiótico penicilina re-sistente à penicilinase, e/ou um antibiótico aminopenicilina, e/ou um antibiótico ami- noglicosídeo como amicacina, arbecacina, gentamicina, canamicina, neomicina, netil- micina, paramomicina, rodoestreptomicina, estreptomicina, tobramicina ou aprami- cina, e/ou um antibiótico lipopeptídico como daptomicina (Cubicin®), ou um antibiótico oxazolidinona como linezolida (Zyvox®). Essas e outras formulações relacionadas podem compreender o composto(s) BT(s) (e opcionalmente um ou mais antibióticos) em um carreador, excipiente ou diluente farmaceuticamente aceitável e em uma quantidade terapêutica, como aqui revelado, quando administradas topicamente a um animal, preferencialmente a um mamífero, e com máxima preferência a um ser humano, e em modalidades particularmente preferenciais, um ser humano portador de uma ferida aguda ou crônica ou uma ferida que contenha uma infecção bacteriana que pode estar relacionada a um biofilme (por exemplo, no qual as bactérias capazes de promover a formação de biofilme podem estar presentes, mas um biofilme não é ainda detectável) ou que contém uma infecção bacteriana como um biofilme ou outra presença bacteriana.
[0098]A administração tópica dos compostos BT aqui descritos, ou de seus sais farmaceuticamente aceitáveis, na forma pura ou em uma composição farmacêu-tica apropriada, pode ser realizada por quaisquer dos modos aceitos de administração tópica de agentes para atender a utilidades similares. A aplicação ou administração tópica de uma composição inclui, nas modalidades preferenciais, colocar diretamente em contato a composição (por exemplo, uma formulação tópica) com a pele e/ou outra superfície do tecido epitelial (por exemplo, revestimentos do trato respiratório, trato gastrointestinal e/ou do epitélio glandular) do indivíduo submetido a tratamento, que pode estar em um ou mais sítios da pele e/ou outros sítios da superfície do tecido epitelial, em ampla distribuição ou localização e que, em geral, podem se referir a colocar em contato a formulação tópica com um sítio da ferida aguda ou crônica que é circundada pelo estrato córneo ou epiderme intactos, mas que não precisa limitar- se a tanto; por exemplo, determinadas modalidades contemplam como uma aplicação tópica a administração de uma formulação tópica aqui descrita à pele lesionada, abrasada ou danificada, ou à pele de um indivíduo que é submetido à cirurgia, de modo que o contato da formulação tópica pode ocorrer não apenas com o estrato córneo ou com a epiderme, mas também com as camadas de célula granular, célula espinosa, e/ou célula basal da pele, e/ou com tecidos dérmicos ou subjacentes, por exemplo, como podem associar determinados tipos de regeneração de ferida ou cura da ferida ou outra remodelagem do tecido da pele.
[0099]Essa regeneração do tecido da pele, portanto, pode compreender, em determinadas modalidades preferenciais, a cura da ferida dérmica, como venha a ser desejável, por exemplo, na prevenção ou melhora da ferida aguda ou crônica ou um biofilme de ferida ou, como exemplo adicional, na prevenção ou melhora da deiscência da ferida da pele, ou na melhora, aceleração ou de algum modo aperfeiçoamento da cura da ferida dérmica quando uma ferida aguda ou crônica e/ou deiscência da ferida da pele pode estar presente. Determinadas modalidades adicionais que contemplam a administração tópica a uma superfície do tecido epitelial presente no trato respiratório, trato gastrointestinal e/ou mucosas glandulares podem compreender similarmente a administração da formulação tópica por uma rota apropriada como será conhecido na técnica para a entrega de uma preparação tópica como aqui fornecido, a uma ou mais superfícies do tecido epitelial presentes no trato respiratório (por exemplo, vias aéreas, vias nasofaríngeas e laríngeas, traqueal, pulmonar, brônquios, bronquíolos, alvéolos, etc.) e/ou trato gastrointestinal (por exemplo, bucal, esofageano, gástrico, intestinal, retal, anal, etc.), e/ou outras superfícies epiteliais.
[00100]De acordo com determinadas modalidades contempladas, a adminis-tração tópica pode compreender a aplicação direta em uma ferida aberta. Por exem-plo, uma fratura aberta ou outra ferida aberta podem incluir uma ruptura na pele capaz de expor outros tecidos adjacentes ao ambiente externo de modo a torná-los suscetíveis à infecção microbiana. Essa situação não é incomum em determinados tipos de feridas militares traumáticas agudas, incluindo-se, por exemplo, fraturas abertas do tipo III (graves). De acordo com essas e outras modalidades relacionadas, a administração tópica pode ocorrer pelo contato direto da composição BT aqui descrita com a dita pele danificada e/ou outra superfície epitelial e/ou com outros tecidos, como, por exemplo, tecidos conectivos incluindo-se, músculo, ligamentos, tendões, ossos, tecidos circulatórios, como vasos sanguíneos, tecidos nervosos associados, e quaisquer outros órgãos que possam permanecer expostos em tais feridas abertas. Exemplos de outros tecidos que podem ser expostos e, portanto, para os quais esse contato direto é contemplado, incluem rim, bexiga, fígado, pâncreas, e qualquer outro tecido ou órgão que possa ser exposto dessa forma nociva à infecção oportunista em relação a uma ferida aberta.
[00101]As formulações tópicas (por exemplo, composições farmacêuticas) podem ser preparadas combinando o composto BT descrito (por exemplo, compreen-dendo um composto descrito nos documentos U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, e/ou U.S. 6.380.248 e/ou preparados de acordo com o presente relatório descritivo como as suspensões BT microparticuladas descritas neste documento), e em determinadas modalidades relacionadas combinando um ou mais antibióticos de-sejados (por exemplo, um antibiótico aminoglicosídeo como a amicacina) separada-mente ou juntamente com o composto BT, com um carreador, diluentes ou excipiente apropriado farmaceuticamente aceitável para uso em uma preparação de formulação tópica, podendo ser formulado em preparações nas formas sólidas, semissólidas, gel, creme, coloidal, suspensão ou líquida ou outras formas de aplicação tópica, como pós, grânulos, pomadas, soluções, colutórios, géis, pastas, emplastros, tintas, bioadesivos, suspensões de microesferas, e borrifadores (spray) do tipo aerossol.
[00102]As composições farmacêuticas dessas e de modalidades relacionadas são formuladas de modo a permitir que os ingredientes ativos neles contidos, e em modalidades particularmente preferenciais o(s) composto(s) BT(s) aqui descritos isoladamente ou em combinação com um ou mais antibióticos desejados (por exemplo, um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalosporina, um antibiótico fluorquino- lona, um antibiótico glicopeptídico, um antibiótico lincosamida, um antibiótico penicilina resistente à penicilinase, e um antibiótico aminopenicilina, ou um antibiótico ami- noglicosídeo como amicacina, ou rifamicina) que pode ser aplicado simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem, estejam biodisponíveis mediante a administração tópica da formulação contendo o composto BT(s) e/ou composição(s) de antibiótico a uma ferida aguda ou crônica e opcionalmente à pele circundante de um indivíduo, como um mamífero, incluindo-se um ser humano, e em determinadas modalidades preferenciais um paciente humano portador de uma ferida aguda ou crônica, ou com aumento do risco aumentado de desenvolver, uma ferida aguda ou crônica ou um biofilme de ferida ou deiscência de ferida (por exemplo, um indivíduo obeso e/ou diabético). Determinadas modalidades reveladas contemplam a administração tópica de um composto BT e de um antibiótico, incluindo-se uma administração que pode ser simultânea ou sequencial e em qualquer ordem, no entanto a invenção não pretende limitar-se a tanto e em outras modalidades contempla expressamente uma via de administração distinta para o composto BT em relação à via de administração do antibiótico. Desse modo, o antibiótico pode ser administrado oralmente, intravenosamente, ou por qualquer outra via de administração como aqui descrita, enquanto o composto BT pode ser administrado por uma via que seja independente da via utilizada para o antibiótico. Como um exemplo ilustrativo não limitante, o composto BT pode ser administrado topicamente como aqui fornecido, enquanto o antibiótico pode ser administrado simultaneamente ou sequencialmente (e em qualquer ordem) por uma via distinta, como oralmente, intravenosamente, transdermicamente, subcutane- amente, intramuscularmente e/ou por qualquer outra via de administração.
[00103]As formulações tópicas aqui descritas entregam uma quantidade tera- peuticamente eficaz do antisséptico ou agente(s) de cura da ferida (e opcionalmente do antibiótico(s)) ao sítio da ferida, por exemplo, às células da pele, como fibroblastos dérmicos. As formulações preferenciais podem ser colocadas em contato com um sítio desejado, como um sítio tópico da ferida, uma ferida crônica, uma superfície do tecido epitelial ou outro sítio de administração pretendido por borrifação, irrigação, imersão e/ou pintura; sendo assim, tais formulações podem exibir permeabilidade imediata na pele, como se pode determinar de acordo com qualquer uma dentre uma diversidade de metodologias conhecidas na técnica destinadas a testar a permeabilidade da pele de uma composição da droga (vide, por exemplo, Wagner et al., 2002 J. Invest. Dermatol. 118:540, e referências ali citadas; Bronaugh et al., 1985 J. Pharm. Sci. 74:64; Bosman et al., 1998 J. Pharm. Biomed. Anal. 17:493-499; Bosman et al., 1996 J. Pharm Biomed Anal. 1996 14:1015-23; Bonferoni et al., 1999 Pharm. Dev. Technol. 4:45-53; Frantz, Instrumentation and methodology for in vitro skin diffusion cells in methodology for skin absorption. Em: Methods for Skin Absorption (Kemppainen & Reifenrath, Eds), CRC Press, Flórida, 1990, pp. 35-59; Tojo, Design and calibration of in vitro permeation apparatus. Em: Transdermal Controlled Systematic Medications (Chien YW, Ed), Marcel Dekker, Nova York, 1987, 127-158; Barry, Methods for study-ing percutaneous absorption. Em: Dermatological Formulations: Percutaneous absorption, Marcel Dekker, Nova York, 1983, 234-295).
[00104]Composições, e formulações compreendendo tais composições, que serão administradas à pele de um indivíduo ou paciente, em certas modalidades, po-dem assumir a forma de uma ou mais unidades de dosagem, quando, por exemplo, uma cápsula ou ampola preenchida por líquido pode conter uma única unidade de dosagem, e um recipiente de uma formulação tópica como aqui descrita na forma de aerossol pode abrigar uma pluralidade de unidades de dosagem. Métodos de prepa-ração das ditas formas de dosagem são conhecidas, ou serão evidenciadas, pelos indivíduos versados na técnica; por exemplo, vide The Science and Practice of Phar-macy, 20a edição (Philadelfia College of Pharmacy and Science, 2000). A composição ou formulação a ser administrada, em qualquer circunstância, conterá uma quantidade terapeuticamente eficaz de um antisséptico e/ou composto promotor de cura da ferida como aqui fornecido (por exemplo, um composto BT), ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, de acordo com os presentes ensinamentos.
[00105]Como observado acima, as presentes formulações tópicas podem as-sumir qualquer uma dentre uma ampla gama de formas, e incluem, por exemplo, cre-mes, loções, soluções, aspersões, géis, pomadas, pastas ou outros similares, e/ou podem ser preparadas de modo a conter lipossomas, micelas, e/ou microesferas. Vide, por exemplo, a Patente Número U.S. 7.205.003. Por exemplo, cremes, como é consagrado na técnica de formulação farmacêutica e cosmética, são líquidos viscosos ou emulsões semissólidas, seja óleo-em-água ou água-em-óleo. Bases cremosas são laváveis em água, e contêm uma fase oleosa, um emulsificante, e uma fase aquosa. A fase oleosa, também denominada fase "interna", geralmente ‘e composta de petro- lato e um álcool graxo, como álcool de cetila ou estearila. Uma fase aquosa usual-mente, embora não necessariamente, excede em volume a fase oleosa, e geralmente contém um umectante. O emulsificante em uma formulação cremosa em geral é um tensoativo não iônico, aniônico, catiônico ou anfotérico.
[00106]Loções, as quais são preferenciais para a entrega de agentes cosmé-ticos, são preparações que são aplicadas à superfície da pele sem atrito, e são tipica-mente preparações líquidas ou semi-líquidas em que partículas sólidas, incluindo-se o agente ativo, estão presentes em uma base alcoólica ou aquosa. Loções são usu-almente suspensões de sólidos, e preferencialmente compreendem uma emulsão oleosa liquida do tipo óleo-em-água. Loções são as presentes formulações preferenciais para o tratamento de grandes áreas corporais, devido à facilidade de aplicar uma composição mais fluida. Em geral é preferível que a matéria insolúvel em uma loção seja finamente dividida. Loções tipicamente conterão agentes de suspensão para produzir dispersões melhores, bem como compostos úteis para localizar e manter o agente ativo em contato com a pele, por exemplo, metilcelulose, carboximetil-celulose de sódio, ou similares. Soluções são misturas homogêneas preparadas pela dissolução de uma ou mais substâncias químicas (solutos) em um líquido para que as moléculas da substância dissolvida sejam dispersas entre as do solvente. A solução pode conter outras substâncias químicas farmaceuticamente aceitáveis e/ou cosmeticamente aceitáveis para tamponar, estabilizar ou preservar o soluto. Exemplos comuns de solventes utilizados na preparação de soluções são o etanol, água, propileno glicol ou quaisquer outros veículos farmaceuticamente aceitáveis e/ou cosmeticamente aceitáveis.
[00107]Géis são sistemas do tipo suspensão, semissólidos. Géis de fase única contêm macromoléculas orgânicas distribuídas de forma substancialmente uniforme em todo o líquido do carreador, que é tipicamente aquoso, mas também, preferencialmente, contêm um álcool, e, opcionalmente, um óleo. "Macromoléculas orgânicas" preferenciais, isto é, agentes de geleificação, podem ser polímeros quimi-camente reticulados, como polímeros de ácido acrílico reticulado, por exemplo, a fa-mília de polímeros "carbômero", por exemplo, carboxipolialquilenos, os quais podem ser obtidos comercialmente sob a marca de comércio Carbopol®. Também podem ser preferenciais, em certas modalidades, polímeros hidrofílicos, como óxidos de polieti- leno, copolímeros de polioxietileno-polioxipropileno e álcool de polivinila; polímeros celulósicos, como celulose de hidroxipropila, celulose de hidroxietila, metilcelulose de hidroxipropila, ftalato de metilcelulose de hidroxipropila, e metil celulose; gomas, como tragacanto e goma xantana; alginato de sódio; e gelatina. Para preparar um gel uniforme, agentes dispersantes, como álcool ou glicerina, podem ser adicionados, ou o agente de geleificação pode ser disperso por trituração, mistura ou agitação mecânica, ou combinações desses processos.
[00108]Pomadas, na forma bastante conhecida na técnica, são preparações semissólidas tipicamente baseadas em petrolato ou outros derivados do petróleo. A base de pomada específica a ser usada, como agradará aos indivíduos versados na técnica, é aquela que fornecerá uma diversidade de características desejáveis, por exemplo, emoliência ou características similares. Assim como com outros carreadores ou veículos, uma base de pomada deve ser inerte, estável, não irritante, e não sensi- bilizante. Como explica Remington: The Science and Practice of Pharmacy, 19a edição (Easton, Pa.: Mack Publishing Co., 1995), nas páginas 1399-1404, as bases de pomada podem ser agrupadas em quatro classes: bases oleaginosas; bases emulsifi- cantes; bases de emulsão; e bases solúveis em água. As bases de pomada oleaginosas incluem, por exemplo, óleos vegetais, gorduras obtidas de animais, e hidrocarbo- netos semissólidos obtidos do petróleo. Bases de pomada emulsificantes, também conhecidas como bases de pomada absorventes, não contêm água ou quase não contêm água e incluem, por exemplo, sulfato de hidroxiestearina, lanolina anidra, e petrolato hidrofílico. Bases de pomada de emulsão são emulsões água-em-óleo (W/O) ou emulsões óleo-em-água (O/W), e incluem, por exemplo, álcool de cetila, monoes- tearato de glicerila, lanolina, e ácido esteárico. Bases de pomada solúveis em água preferenciais são preparadas a partir de polietileno glicóis de peso molecular variável (vide, por exemplo, Remington, Id.).
[00109]Pastas são formas de dosagem semissólidas em que o agente ativo é suspendido em uma base adequada. Dependendo da natureza da base, as pastas são divididas entre pastas graxas ou aquela elaboradas a partir de géis aquosos de fase única. A base em uma pasta graxa é geralmente petrolato ou petrolato hidrofílico ou similar. As pastas elaboradas a partir de géis aquosos de fase única geralmente incorpora carboximetilcelulose ou elementos similares como uma base.
[00110]As formulações também podem ser preparadas com lipossomas, mi- celas, e microesferas. Lipossomas são vesículas microscópicas que têm uma (unila- melar) parede lipídica ou uma pluralidade (multilamelar) de paredes lipídicas compre-endendo uma bicamada lipídica, e, no presente contexto, pode encapsular e/ou ter adsorvido às suas superfícies membranosas lipídicas um ou mais componentes das formulações tópicas aqui descritas, tais como os compostos promotores da regenera-ção do tecido epitelial / tecido da pele / cura da ferida antissépticos (por exemplo, compostos BT microparticulados, opcionalmente junto com um ou mais antibióticos) ou determinados carreadores ou excipientes. As presentes preparações lipossômicas incluem preparações catiônicas (carregadas positivamente), aniônicas (carregadas negativamente), e neutras. Lipossomas catiônicos estão prontamente disponíveis. Por exemplo, os lipossomas N[1-2,3-dioleiloxi)propil]-N,N,N-tetilamônio (DOTMA) estão disponíveis sob o nome comercial Lipofectin® (GIBCO BRL, Grand Island, N.Y.). Similarmente, lipossomas aniônicos e neutros também estão prontamente disponíveis, por exemplo, através de Avanti Polar Lipids (Birmingham, AL), ou podem ser facilmente preparados utilizando materiais prontamente disponíveis. Esses materiais incluem fosfatidil colina, colesterol, fosfatidil etanolamina, dioleoilfosfatidil colina (DOPC), dioleoilfosfatidil glicerol (DOPG), e dioleoilfosfatidil etanolamina (DOPE), dentre outros. Esses materiais também podem ser misturados com DOTMA em pro-porções apropriadas. Métodos para produção de lipossomas utilizando esses materi-ais são largamente conhecidos na técnica.
[00111]Micelas são conhecidas na técnica por serem formadas de moléculas de tensoativo organizadas para que seus grupos cabeças polares formem uma car-caça externa esférica, enquanto as cadeias de hidrocarbonetos hidrofóbicas são ori-entadas em direção ao centro da esfera, formando um núcleo. As micelas são forma-das em uma solução aquosa contendo tensoativo em uma concentração suficiente-mente alta, resultando naturalmente nas micelas naturalmente. Tensoativos úteis para a formação de micelas incluem, mas não se limitam a, laurato de potássio, octano sulfonato de sódio, decano sulfonato de sódio, dodecano sulfonato de sódio, lauril sulfato de sódio, docusato de sódico, brometo de deciltrimetilamônio, brometo de do- deciltrimetilamônio, brometo de tetradeciltrimetilamônio, cloreto de tetradeciltrimetila- mônio, cloreto de dodecilamônio, polioxil-8 dodecil éter, polioxil-12 dodecil éter, nono- xinol 10, e nonoxinol 30.
[00112]Microesferas, de forma análoga, podem ser incorporadas nas formu-lações tópicas presentemente descritas. Como lipossomas e micelas, microesferas essencialmente encapsulam um ou mais componentes das presentes formulações. Em geral, mas não necessariamente, são formadas por lipídios, preferencialmente li-pídios carregados, como fosfolipídios. A preparação de microesferas lipídicas é co-nhecida na técnica. Diversos aditivos, conforme conhecidos pelos versados na téc-nica, também podem ser incluídos nas formulações tópicas. Por exemplo, solventes, incluindo-se quantidades relativamente pequenas de álcool, podem ser empregadas para solubilizar determinados componentes da formulação. Pode ser desejável, para determinadas formulações tópicas ou em casos de lesão particularmente severa 'a pele, como uma ferida aguda ou crônica pós-cirúrgica ou deiscência de ferida dérmica pós-cirúrgica, incluir na formulação tópica um intensificador de permeação da pele na formulação. Exemplos de intensificadores adequados incluem, mas não se limitam a, éteres, como dietileno glicol monoetil éter (disponível comercialmente as Transcutol®) e dietileno glicol monometil éter; tensoativos como laurato de sódio, lauril sulfato de sódio, brometo de cetiltrimetilamônio, cloreto de benzalcônio, Poloxamer® (231, 182, 184), Tween® (20, 40, 60, 80), e lecitina (Patente Número U.S. 4.783.450); alcoóis como etanol, propanol, octanol, álcool de benzila, e similares; polietileno glicol e seus ésteres, como monolaurato de polietileno glicol (PEGML; vide, por exemplo, Patente Número U.S. 4.568.343); amidas e outros compostos nitrogenados, como uréia, dime- tilacetamida (DMA), dimetilformamida (DMF), 2-pirrolidona, 1-metil-2-pirrolidona, eta- nolamina, dietanolamina, e trietanolamina; terpenos; alcanonas; e ácidos orgânicos, particularmente ácido cítrico e ácido succínico. Azone® e sulfóxidos como DMSO e C10MSO também podem ser utilizados, contudo são menos preferenciais.
[00113]Intensificadores de permeação da pele com maior preferência são os co-intensificadores lipofílicos tipicamente denominados intensificadores de "plastifica- ção", isto é, intensificadores dotados de um peso molecular na faixa de cerca de 150 a 1000 daltons, uma solubilidade aquosa inferior a cerca de cerca de 1 % em peso, preferencialmente inferior a cerca de 0,5 % em peso, e com máxima preferência inferior a cerca de 0,2 % em peso. O parâmetro de solubilidade de Hildebrand dos inten- sificadores de plastificação está na faixa de cerca de 2,5 a cerca de 10, preferencialmente na faixa de cerca de 5 a cerca de 10. Intensificadores lipofílicos preferenciais são ésteres graxos, alcoóis graxos, e éteres graxos. Exemplos de ésteres de ácido graxo específicos e de máxima preferência incluem laurato de metila, oleato de etila, monolaurato de propileno glicol, dilaurato de propileno glicerol, monolaurato de glice- rol, monooleato de glicerol, n-decanoato de isopropila, e miristato de octildodecila. Alcoóis graxos incluem, por exemplo, álcool de estearila e álcool de oleila, enquanto éteres graxos incluem compostos em que um diol ou triol, preferencialmente um diol ou triol alcano C2-C4, são substituídos por um ou dois substituintes de éter graxo. In- tensificadores de permeação da pele adicionais fazem parte do conhecimento dos indivíduos versados na técnica de entrega de droga tópica, e/ou estão descritos na literatura relevante. Vide, por exemplo, Percutaneous Penetration Enhancers, eds. Smith et al. (CRC Press, Boca Raton, FL, 1995).
[00114]Diversos outros aditivos pode ser incluídos nas formulações tópicas de acordo com determinadas modalidades da presente invenção, além dos identifica-dos acima. Esses aditivos incluem, mas não se limitam a, antioxidantes, adstringentes, perfumes, conservantes, emolientes, pigmentos, corantes, umectantes, propelentes, e agentes de filtro solar, bem como outras classes de materiais cuja presença pode ser desejável sob os aspectos cosméticos, medicinal ou qualquer outro. Exemplos típicos de aditivos opcionais para inclusão nas formulações de determinadas modalidades da invenção são os seguintes: conservantes como sorbato; solventes como isopropanol e propileno glicol; adstringentes como mentol e etanol; emolientes como polialquileno metil glucosídeos; umectantes como glicerina; emulsificantes como es- tearato de glicerol, estearato PEG-100, poligliceril-3 hidroxilauril éter, e polissorbato 60; sorbitol e outros polihidroxialcoois como polietileno glicol; agentes de filtro solar como metoxil cinamato de octila (disponível comercialmente como Parsol MCX) e butil metoxi benzoilmetano (disponível sob o nome comercial Parsol 1789); antioxidantes, como ácido ascórbico (vitamina C), α-tocoferol (Vitamina E), β-tocoferol, Y—tocoferol, δ-tocoferol, ^-tocoferol, Z1-tocoferol, <2-tocoferol, n-tocoferol, e retinol (vitamina A); óleos essenciais, ceramidas, ácidos graxos essenciais, óleos minerais, agentes de molhamento e outros tensoativos como a série PLURONIC® de polímeros hidrofílicos disponível através de BASF (Mt. Olive, NJ), óleos vegetais (por exemplo, óleo de feijão soja, óleo de palma, fração liquida de manteiga de carité, óleo de girassol), óleos animais (por exemplo, perhidroesqualeno), óleos minerais, óleos sintéticos, óleos ou ceras de silicone (por exemplo, ciclometicona e dimeticona), óleos fluorados (geral-mente perfluoropoliéteres), alcoóis graxos (por exemplo, álcool de cetila), e ceras (por exemplo, cera de abelha, cera de carnaúba, e cera de parafina); modificadores de percepção da pele; e espessantes e estruturantes como argilas de dilatação e carbo- xipolialquilenos reticulados que podem ser obtidos comercialmente sob a marca Car-bopol®.
[00115]Outros aditivos incluem agentes benéficos, como aqueles materiais que condicionam a pele (particularmente, as camadas superiores da pele no estrato córneo) e a mantêm suave retardando a redução do teor de água e/ou protegem a pele. Esses agentes condicionantes e hidratantes incluem, a título de exemplo, ácido pirrolidina carboxílico e aminoácidos; agentes antimicrobianos orgânicos, como 2,4,4'- tricloro-2-hidroxi difenil éter (triclosan) e ácido benzóico; agentes anti-inflamatórios como ácido acetilsalicílico e ácido glicirretínico; agentes antisseborreicos, como ácido retinóico; vasodilatores, como ácido nicotínico; inibidores da melanogênese, como ácido kójico; e suas misturas. Outros agentes ativos incluídos vantajosamente sob o aspecto cosmético podem estar presentes, por exemplo, a-hidroxiácidos, a-cetoáci- dos, hidroxiácidos poliméricos, hidratantes, colágeno, extratos marinhos, e antioxidan- tes, como ácido ascórbico (vitamina C), α-tocoferol (Vitamina E) ou outros tocoferóis como aqueles anteriormente descritos, e retinol (vitamina A), e/ou sais, ésteres, ami- das, ou outros derivados cosmeticamente aceitáveis dessas substâncias. Agentes cosméticos adicionais aqueles capazes de aprimorar o suprimento de oxigênio no tecido da pele, como descrito, por exemplo, nos documentos WO 94/00098 e WO 94/00109. Filtros solares também podem ser incluídos.
[00116]Outras modalidades podem incluir uma variedade de materiais de cura não irritantes e não cancerígenos que facilitam o tratamento com as formulações de determinadas modalidades da invenção. Esses materiais de cura podem incluir nutrientes, minerais, vitaminas, eletrólitos, enzimas, plantas herbáceas, extratos de plantas, mel, extratos glandulares ou animais, ou agentes terapêuticos de segurança que podem ser adicionados à formulação para facilitar a cura da derme. As quantida-des desses vários aditivos são aquelas convencionalmente utilizadas no ramo cosmético, e estão na faixa, por exemplo, de cerca de 0.01 % a cerca de 20% do peso total da formulação tópica.
[00117]As formulações de determinadas modalidades da invenção também podem incluir aditivos convencionais, como opacificantes, fragrância, colorante, agentes de geleificação, agentes espessantes, estabilizadores, tensoativos, e outros similares. Outros agentes também podem ser adicionados, como agentes antimicrobia- nos, para impedir a deterioração durante o armazenamento, isto é, inibir o crescimento de micróbios como leveduras e mofos. Agentes antimicrobianos adequados são tipicamente selecionados a partir de metil e propil ésteres de ácido p-hidroxi benzóico (por exemplo, metil e propil parabeno), benzoato de sódio, ácido sórbico, imiduréia, e combinações dessas substâncias. As formulações também podem conter aditivos que aliviam a irritação para minimizar ou eliminar a possibilidade de irritação da pele ou dano à pele resultante do composto anti-infeccioso promotor de cura da ferida aguda ou crônica e regeneração do tecido da pele a ser administrado, ou de outros componentes da composição. Aditivos mitigadores da irritação adequados incluem, por exemplo: α-tocoferol; inibidores da monoamina oxidase, particularmente, alcoóis de fenila, como 2-fenil-1-etanol; glicerina; salicilatos; ascorbatos; ionóforos, como monen- sina; aminas anfifílicas; cloreto de amônio; N-acetilcisteína; capsaicina; e cloroquina. O aditivo mitigador da irritação, se presente, pode ser incorporado à formulação tópica em uma concentração eficaz para aliviar a irritação ou dano à pele, tipicamente repre-sentando não mais que cerca de 20 % em peso, mais tipicamente não mais que cerca de 5 % em peso, da formulação.
[00118]As formulações tópicas também podem conter, além do composto promotor da regeneração do tecido da pele / cura da ferida / antibiofilme/ antisséptico (por exemplo, um composto BT, preferencialmente como micropartículas substancialmente homogêneas como aqui fornecido, e opcionalmente em combinação com um ou mais antibióticos sinérgicos como aqui descrito), uma quantidade terapeuticamente eficaz de um ou mais agentes ativos adicionais farmacologicamente adequados para administração tópica. Esses agentes podem incluir um agregado lamelar assimétrico consistindo em fosfolipídeos e fluorcarbono contendo oxigênio ou uma mistura de composto fluorcarbono, os quais são capazes de melhor o suprimento de oxigênio no tecido da pele, como descrito, por exemplo, na Publicação de Patente Internacional Nos WO 94/00098 e WO 94/00109.
[00119]Agentes ativos farmacologicamente adequados e que podem ser in-corporados às presentes formulações tópicas e, portanto, podem ser aplicados topi-camente, podem incluir, entre outros, os seguintes: agentes que melhoram ou erradi-cam manchas senis pigmentadas ou não pigmentadas, ceratoses, e rugas; agentes antimicrobianos; agentes antibacterianos; agentes antipruriticos e antixeróticos; agentes anti-inflamatórios; anestésicos locais e analgésicos; corticosteróides; retinóides (por exemplo, ácido retinóico; vitaminas; hormônios; e antimetabólitos. Alguns exemplos de agentes ativos farmacologicamente tópicos incluem aciclovir, anfotericinas, clorexidina, clotrimazole, cetoconazole, econazole, miconazole, metronidazole, mino- ciclina, nistatina, neomicina, canamicina, fenitoína, ésteres de ácido para-amino ben- zóico, metoxicinamato de octila, salicilato de octila, oxibenzona, dioxibenzona, tocoferol, acetato de tocoferila, sulfito de selênio, piritionato de zinco, difenidramina, pramo- xina, lidocaína, procaína, eritromicina, tetraciclina, clindamicina, crotamiton, hidroqui- nona e seus monometil e benzil éteres, naproxeno, ibuprofeno, cromolina, ácido reti- nóico, retinol, palmitato de retinila, acetato de retinila, alcatrão de carvão, griseoful- vina, estradiol, hidrocortisona, 21-acetato de hidrocortisona, 17-valerato de hidrocorti- sona, 17-butirato de hidrocortisona, progesterona, valerato de betametasona, dipropionato de betametasona, triancinolona acetonida, fluocinonida, propionato de clobetasol, minoxidil, dipiridamole, difenilhidantoína, peróxido de benzoila, e 5-fluora- cil. Como observado acima, determinadas modalidades contemplam a inclusão na formulação de um antibiótico, como um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalos- porina, um antibiótico fluorquinolona, um antibiótico glicopeptídico, um antibiótico lin- cosamida, um antibiótico penicilina resistente à penicilinase, um antibiótico aminope- nicilina, ou um antibiótico aminoglicosídeo, como a amicacina.
[00120]Um carreador farmacologicamente aceitável também pode ser incor-porado na formulação tópica de determinadas das presentes modalidades e pode ser qualquer carreador convencionalmente utilizado na técnica. Exemplos incluem água, alcoóis inferiores, alcoóis superiores, mel, alcoóis polihídricos, monossacarídeos, dis- sacarídeos, polissacarídeos, alcoóis do açúcar, como, por exemplo, glicóis (2 carbonos), gliceróis (3 carbonos), eritritóis e treitóis (4 carbonos), arabitóis, xilitóis e ribitóis (5 carbonos), manitóis, sorbitóis, dulcitóis e iditóis (6 carbonos), isomaltóis, maltitóis, lactitóis e poliglicitóis, óleos de hidrocarbonetos, gorduras e óleos, ceras, ácidos gra- xos, óleos de silicone, tensoativos não iônicos, tensoativos iônicos, tensoativos de silicone, e misturas à base de água e misturas à base de emulsão de tais carreadores.
[00121]Modalidades da formulação tópica da presente invenção podem ser aplicadas regularmente a qualquer sítio da ferida aguda ou crônica (por exemplo, na ferida em si e no tecido adjacente, incluindo-se no tecido adjacente que não parece afetado pela infecção ou de algum modo pareçam normais ou saudáveis) ou à área da pele ou outra superfície do tecido epitelial (por exemplo, trato gastrointestinal, trato respiratório, tecido glandular) que requeira tratamento com a frequência e na quanti-dade necessária para obter os resultados desejados. A frequência do tratamento de-pende da natureza da condição (por exemplo, uma ferida aguda ou crônica ou outra ferida da pele como pode ser encontrado na deiscência que resulta de uma incisão cirúrgica, ou outros tipos de feridas da pele) da pele (ou de outro tecido epitelial), do grau de dano ou deterioração da pele (ou outro tecido), da responsividade da pele (ou outro tecido) do usuário, da potência dos ingredientes ativos (por exemplo, os compostos promotores da regeneração do tecido da pele / cura da ferida / antisséptico/ antibiofilme aqui descritos, como um composto BT e opcionalmente um ou mais ingredientes farmaceuticamente ativos adicionais, como um antibiótico, por exemplo, ami- cacina ou outro antibiótico) na modalidade particular, da eficácia do veículo utilizado para entregar os ingredientes ativos na camada da pele apropriada (ou outro tecido em contato com a superfície epitelial), da facilidade com que a fórmula é removida pelo contato físico com bandagens ou outros curativos ou coberturas, ou sua remoção pelo suor ou outro fluido extrínseco ou intrínseco, e da conveniência ao estilo de vida ou nível de atividade do indivíduo ou paciente.
[00122]As concentrações típicas de substâncias ativas, como composições promotoras da regeneração do tecido da pele / antibiofilme/ cura da ferida antissépti-cas do composto BT aqui descritas podem variar, por exemplo, de cerca de 0,00130% por peso com base no peso total da composição, a cerca de 0,01-5.0%, e mais preferencialmente a cerca de 0,1-2.0%. Como um exemplo representativo, as compo-sições dessas modalidades da presente invenção podem ser aplicadas a uma ferida aguda ou crônica e/ou à pele em uma taxa equivalente a cerca de 1,0 mg/cm2 de pele a cerca de 20,0 mg/cm2 de pele. Exemplos representativos de formulações tópicas incluem, contudo, sem limitar-se a, aerossóis, alcoóis, bases anidras (como batons e pós), soluções aquosas, cremes, emulsões (incluindo-se emulsões água-em-óleo ou óleo-em-água), gorduras, espumas, géis, soluções hidro-alcoólicas, lipossomas, lo-ções, microemulsões, pomadas, óleos, solventes orgânicos, polióis, polímeros, pós, sais, derivados de silicone, e ceras. Formulações tópicas podem incluir, por exemplo, agentes quelantes, agentes condicionantes, emolientes, excipientes, umectantes, agentes protetores, agentes espessantes, ou agentes absorventes de UV. Um indiví-duo versado na técnica apreciará que outras formulações além das relacionadas possam ser utilizadas nas modalidades da presente invenção.
[00123]Agentes quelantes podem ser opcionalmente incluídos nas formula-ções tópicas, e podem ser selecionados a partir de qualquer agente que seja apropri-ado para uso em uma composição cosmética, e podem incluir qualquer substância química natural ou sintética que tenha capacidade de ligar-se a metais catiônicos di-valentes, como Ca2+, Mn2+, ou Mg2+. Exemplos de agentes quelantes incluem, contudo, sem limitar-se a, EDTA, EDTA dissódico, EGTA, ácido cítrico, e ácidos dicarbo- xílicos.
[00124]Agentes condicionantes também podem ser opcionalmente incluídos nas formulações tópicas. Exemplos de agentes condicionantes da pele incluem, con-tudo, sem limitar-se a, acetil cisteína, N-acetil dihidrosfingosina, copolímero de acrila- tos/ acrilato de behenil / acrilato de dimeticona, adenosina, adenosina cíclica fosfato, adenosina fosfato, adenosina trifosfato, alanina, albúmen, extrato de alga, alantoína e derivados, extratos de Aloe barbadensis, PCA de alumínio, amiloglucosidase, arbu- tina, arginina, azuleno, bromelaína, pó de soro do leite, butileno glicol, cafeína, gluconato de cálcio, capsaicina, carbocisteína, carnosina, beta-caroteno, caseína, catalase, cefalinas, ceramidas, extrato da flor de Chamomilla recutita (matricária), colecalciferol, colesteril ésteres, betaína do coco, coenzima A, amido de milho modificado, cristalinas, cicloetoximeticona, DNA da cisteína, citocromo C, darutosida, sulfato de dex- trano, copolióis de dimeticona, hialuronato de dimetilsilanol, DNA, elastina, aminoáci- dos da elastina, fator de crescimento epidérmico, ergocalciferol, ergosterol, etilhexil PCA, fibronectina, ácido fólico, gelatina, gliadina, beta-glucano, glucose, glicina, glico- gênio, glicolipidios, glicoproteínas, glicosaminoglicanos, glicoesfingolipídios, peroxidase de rábano silvestre, proteínas hidrogenadas, proteínas hidrolisadas, óleo de jojoba, queratina, aminoácidos da queratina, e cinetina, lactoferrina, lanosterol, lauril PCA, lecitina, ácido linoléico, ácido linolênico, lipase, lisina, lisozima, extrato de malte, maltodextrina, melanina, metionina, sais minerais, niacina, niacinamida, aminoácidos da aveia, orizanol, proteínas hidrolisadas de palmitoil, pancreatina, papaína, PEG, pepsina, fosfolipídeos, fitoesteróis, enzimas placentárias, lipídios placentários, pirido- xal 5-fosfato, quercetina, acetato de resorcinol, riboflavina, RNA, extrato de lisado de Saccharomyces, aminoácidos da seda, esfingolipídios, estearamidopropil betaína, palmitato de estearila, tocoferol, acetato de tocoferila, linoleato de tocoferila, ubiqui- nona, óleo de semente de Vitis vinifera (uva), aminoácidos do trigo, goma xantana, e gluconato de zinco. Agentes condicionantes da pele, além dos listados acima, podem ser combinados com uma composição ou preparação descrita proporcionada pelos mesmos, como pode ser prontamente apreciado por um indivíduo versado na técnica.
[00125]Formulações tópicas também podem incluir opcionalmente um ou mais emolientes, exemplos dos quais incluem, contudo, sem limitar-se a, lanolina ace- tilada, álcool de lanolina acetilada, polímeros reticulados de acrilatos/ alquil acrilato de C10-30, copolímero de acrilatos, alanina, extrato de alga, extrato ou gel de Aloe barba- densis, extrato de Althea officinalis, amido octenilsuccinato de alumínio, estearato de alumínio, óleo de semente de abricó (Prunus armeniaca), arginina, aspartato de argi- nina, extrato de Arnica montana, ácido ascórbico, palmitato de ascorbila, ácido aspá- rtico, óleo de abacate (Persea gratissima), sulfato de bário, esfingolipídios de barreira, álcool de butila, cera de abelha, álcool de behenil, beta-sitosterol, BHT, extrato de casca de bétula (Betula alba), extrato de borragem (Borago officinalis), 2-bromo-2- nitropropano-1,3-diol, extrato de rusco (Ruscus aculeatus), butileno glicol, extrato de Calendula officinalis, óleo de Calendula officinalis, cera de florescência (Euphorbia cerifera), óleo de canola, triglicerídio caprílico / cáprico, óleo de cardamono (Elettaria cardamomum), óleo de carnaúba (Copernicia cerifera), carragena (Chondrus crispus), óleo de cenoura (Daucus carota sativa), óleo de rícino (Ricinus communis), ceramidas, ceresina, ceteareth-5, ceteareth-12, ceteareth-20, octanoato de cetearila, ceteth-20, ceteth-24, acetato de cetila, octanoato de cetila, palmitato de cetila, óleo de camomila (Anthemis nobilis), colesterol, ésteres de colesterol, hidroxistearato de colesterila, ácido cítrico, óleo de sálvia (Salvia sclarea), manteiga de cacau (Theobroma cacao), caprilato/caprato de coco, óleo de coco (Cocos nucifera), colágeno, aminoácidos do colágeno, óleo de milho (Zea mays), ácidos graxos, decil oleato, dextrina, diazolidinil uréia, copoliol de dimeticona, dimeticonol, adipato de dioctila, succinato de dioctila, hexacaprilato/hexacaprato de dipentaeritritila, hidantoína DMDM, DNA, eritritol, etoxi- diglicol, linoleato de etila, óleo de Eucalyptus globulus, óleo de prímula da noite (Oe-nothera biennis), ácidos graxos, frutose, gelatina, óleo de Geranium maculatum, glu- cosamina, glutamato de glucose, acido glutâmico, glicereth-26, glicerina, glicerol, die- stearato de glicerila, hidroxistearato de glicerila, laurato de glicerila, linoleato de glice- rila, miristato de glicerila, oleato de glicerila, estearato de glicerila, estearato SE de glicerila, glicina, glicol estearato, glicol estearato SE, glicosaminoglicanas, óleo de semente de uva (Vitis vinifera), óleo de semente de nogueira (Corylus americana), óleo de semente de avelã (Corylus avellana), hexileno glicol, mel, ácido hialurônico, óleo de açafrão híbrido (Carthamus tinctohus), óleo de rícino hidrogenado, glicéride de coco hidrogenado, óleo de coco hidrogenado, lanolina hidrogenada, lecitina hidroge- nada, glicéride de palma hidrogenado, óleo de semente de palma hidrogenada, óleo de soja hidrogenada, glicéride de sebo hidrogenado, óleo vegetal hidrogenado, colá- geno hidrolisado, elastina hidrolisada, glicosaminoglicanas hidrolisadas, queratina hi- drolisada, proteína de soja hidrolisada, lanolina hidroxilada, hidroxiprolina, imidazoli- diniluréia, butilcarbamato de iodopropinila, estearato de isocetila, estearato de isoce- tila estearoil, oleato de isodecila, isoestearato de isopropila, lanolato de isopropila, mi- ristato de isopropila, palmitato de isopropila, estearato de isopropila, isostearamida DEA, ácido isoesteárico, lactato de isostearila, neopentanoato de isostearila, óleo de jasmim (Jasminum officinale), óleo de jojoba (Buxus chinensis), alga kelp, óleo de semente de nogueira de iguape (Aleurites moluccana), lactamida MEA, laneth-16, la- neth-10 acetato, lanolina, ácido de lanolina, álcool de lanolina, óleo de lanolina, cera de lanolina, óleo de lavanda (Lavandula angustifolia), lecitina, óleo de limão (Citrus medica limonum), ácido linoléico, acido linolênico, óleo de semente de Macadamia ternifolia, estearato de magnésio, sulfato de magnésio, maltitol, óleo de matricária (Chamomilla recutita), sesquistearato de metil glucose, PCA metilsilanol, cera micro- cristalina, óleo mineral, óleo de marta, óleo de mortierella, lactato de miristila, miristato de miristila, propionato de miristila, dicaprilato/dicaprato de neopentil glicol, octildode- canol, miristato de octildodecila, estearato de octildodecil estearoil, hidroxiestearato de octila, palmitato de octila, salicilato de octila, estearato de octila, ácido oleico, óleo de oliva (Olea europaea), óleo de laranja (Citrus aurantium dulcis), óleo de palma (Ela- eis guineensis), ácido palmítico, pantetina, pantenol, pantenil etil éter, parafina, PCA, óleo de semente de pêssego (Prunus persica), óleo de amendoim (Arachis hypogaea), éster de PEG-8 C12 18, cocamina PEG-15, diestearato de PEG-150, isoestearato de glicerila PEG-60, estearato de glicerila PEG-5, estearato de glicerila PEG-30, óleo de rícino hidrogenado PEG-7, óleo de rícino hidrogenado PEG-40, óleo de rícino hidro- genado PEG-60, sesquiestearato de metil glucose PEG-20, peroleato de sorbitan PEG-40, esterol de soja PEG-5, esterol de soja PEG-10, estearato de PEG-2, estea- rato de PEG-8, estearato de PEG-20, estearato de PEG-32, estearato de PEG-40, estearato de PEG-50, estearato de PEG-100, estearato de PEG-150, pentadecalactona, óleo de menta (Mentha piperita), petrolato, fosfolipídeos, condensado de açúcar poliamino, poligliceril-3 diisoestearato de, poliquatérnio-24, polissorbato 20, polissor- bato 40, polissorbato 60, polissorbato 80, polissorbato 85, miristato de potássio, pal- mitato de potássio, sorbato de potássio, estearato de potássio, propileno glicol, dica- prilato/dicaprato de propileno glicol, dioctanoato de propileno glicol, dipelargonato de propileno glicol, laurato de propileno glicol, estearato de propileno glicol, estearato de SE propileno glicol, PVP, dipalmitato de piridoxina, quatérnio-15, quatérnio-18 hectorita, quatérnio-22, retinol, palmitato de retinil, óleo de farelo de arroz (Oryza sativa), RNA, óleo de manjericão (Rosmarinus officinalis), óleo de rosa, óleo de açafrão (Car- thamus tinctorius), óleo de sálvia (Salvia officinalis), ácido salicílico, óleo de sândalo (Santalum album), serina, proteína do soro, óleo de gergelim (Sesamum indicum), manteiga de carité (Butyrospermum parkii), pó de seda, condroitina sulfato de sódio, DNA sódico, hialuronato de sódio, lactato de sódio, palmitato de sódio, PCA sódico, poliglutamato de sódio, estearato de sódio, colágeno solúvel, ácido sórbico, laurato de sorbitan, oleato de sorbitan, palmitato de sorbitan, sesquioleato de sorbitan, estearato de sorbitan, sorbitol, óleo de soja (Glycine soja), esfingolipídios, esqualano, esqua- leno, estearato de estearamida MEA, ácido esteárico, estearoxi dimeticona, estearo- xitrimetilsilano, álcool de estearila, glicirretinato de estearila, heptanoato de estearila, estearato de estearila, óleo de semente de girassol (Helianthus annuus), óleo de amêndoa doce (Prunus amygdalus dulcis), cera de abelha sintética, tocoferol, acetato de tocoferila, linoleato de tocoferila, tribehenina, neopentanoato de tridecila, estearato de tridecil, trietanolamina, tristearina, uréia, óleo vegetal, água, ceras, óleo de germe de trigo (Triticum vulgare), e óleo de ylang ylang (Cananga odorata).
[00126]Em algumas modalidades a formulação tópica pode conter um excipi- ente adequado, o qual deve tipicamente ter uma alta afinidade pela pele, ser bem tolerado, estável, e produzir uma consistência que permita a fácil utilização. Excipien- tes e veículos tópicos adequados podem ser rotineiramente selecionados para uso particular pelos indivíduos versados na técnica, e especialmente com referência a um de muitos textos padronizados na técnica, como Remington's Pharmaceutical Sciences, Vol. 18, Mack Publishing Co., Easton, Pa. (1990), em particular o Capítulo 87. Opcionalmente um ou mais umectantes são também incluídos na formulação tópica. Exemplos de umectantes incluem, contudo, sem limitar-se a, aminoácidos, sulfato de condroitina, diglicerina, eritritol, frutose, glucose, glicerina, glicerol, glicol, 1,2,6-hexa- notriol, mel, ácido hialurônico, mel hidrogenado, hidrolisado de amido hidrogenado, inositol, lactitol, maltitol, maltose, manitol, fator de hidratação natural, PEG-15 butano- diol, poligliceril sorbitol, sais de ácido pirolidona carboxílico, PCA potássico, propileno glicol, glucuronato de sódio, PCA sódico, sorbitol, sucrose, trealose, uréia, e xilitol.
[00127]Determinadas modalidades contemplam formulações tópicas que contêm um ou mais agentes protetores da pele complementares. Exemplos de agentes protetores da pele podem incluir, contudo, sem limitar-se a, extrato de alga, alantoína, hidróxido de alumínio, sulfato de alumínio, betaína, extrato de folha de Camellia sinensis, cerebrosídeos, dimeticona, glucuronolactona, glicerina, caolim, lanolina, extrato de malte, óleo mineral, petrolato, gluconato de potássio, e talco. Um indivíduo versado na técnica considerará interessante que outros protetores da pele, além daqueles listados acima também possam ser combinados com a composição revelada da presente invenção ou preparação fornecida por ela.
[00128]Também pode ser desejável que os tensoativos sejam incluídos em determinadas formulações tópicas aqui contempladas, e possam ser selecionados a partir de quaisquer tensoativos naturais ou sintéticos adequados ao uso nas compo-sições cosméticas, como tensoativos catiônicos, aniônicos, zwitteriônicos, ou não-iô- nicos, ou misturas dessas substâncias. (Vide Rosen, M., "Surfactants and lnterfacial Phenomena", Segunda Edição, John Wiley & Sons, Nova York, 1988, Capítulo 1, pá-ginas 4 31). Exemplos de tensoativos catiônicos podem incluir, contudo, sem limitar- se a, DMDAO ou outros óxidos amina, aminas, diaminas e poliaminas primárias de cadeia longa, e seus sais, sais de amônio quaternários, aminas de cadeia longa poli- oxietilenados, e aminas de cadeia longa polioxietilenados quaternizadas. Exemplos de tensoativos aniônicos podem incluir, contudo, sem limitar-se a, SDS; sais de ácidos carboxílicos (por exemplo, sabões); sais de ácidos sulfônicos, sais de ácido sulfúrico, ésteres de ácido fosfórico e polifosfórico; alquilfosfatos; monoalquil fosfato (MAP); e sais de ácidos perfluorcarboxílicos. Exemplos de tensoativos zwitteriônicos podem incluir, contudo, sem limitar-se a, cocoamidopropil hidroxisultaína (CAPHS) e outros que sejam sensíveis ao pH e exijam cuidados especiais na atribuição do pH apropriado da fórmula (isto é, ácidos alquilaminopropiônico, carboxilatos de imidazolina, e betaínas) ou aqueles que não sejam sensíveis ao pH (por exemplo, sulfobetaínas, sultaínas). Exemplos de tensoativos não iônicos podem incluir, contudo, sem limitar-se a, etoxi- latos de alquilfenol, etoxilatos de álcool, polioxipropileno glicóis polioxietilenados, mer- captanos polioxietilenados, ésteres de ácido carboxílico de cadeia longa, alconolami- das, glicóis acetilênicos terciários, silicones polioxietilenados, N-alquilpirrolidonas, e alquilpoliglicosidases. Agentes de molhamento, óleo mineral ou outros tensoativos, como detergentes ou agentes não iônicos, como um ou mais membros da série PLURONICS® (BASF, Mt. Olive, NJ) também podem ser incluídos, por exemplo e de acordo com uma teoria não limitante, para desestimular a agregação das micropartí- culas de BT dentro da suspensão microparticulada. Qualquer combinação de tensoa- tivos é aceitável. Determinadas modalidades podem incluir pelo menos um tensoativo aniônico e um tensoativo catiônico, ou pelo menos um tensoativo catiônico e um ten- soativo zwitteriônico que sejam compatíveis, isto é, não formem complexos que precipitam de forma apreciável quando misturados.
[00129]Exemplos de agentes espessantes que também podem estar presen-tes em determinadas formulações tópicas incluem, contudo, sem limitar-se a, copolí- mero de acrilamidas, agarose, amilopectina, bentonita, alginato de cálcio, carboximetil celulose de cálcio, carbômero, carboximetil quitina, goma de celulose, dextrina, gelatina, sebo hidrogenado, hidroxiteilcelulose, hidroxipropilcelulose, amido de hidroxipro- pila, alginato de magnésio, metilcelulose, celulose microcristalina, pectina, diversos PEGs, ácido poliacrílico, ácido polimetacrílico, álcool de polivinila, diversos PPGs, co- polímero de acrilatos de sódio, carragena de sódio, goma xantana, e beta-glucana de levedura. Outros agentes espessantes alem daqueles listados acima também podem ser utilizados nas modalidades desta invenção.
[00130]De acordo com determinadas modalidades aqui contempladas, a for-mulação tópica pode compreender um ou mais filtros solares ou agentes absorventes de UV. Quando são desejadas propriedades absorventes da luz ultravioleta (UVA e UVB), tais agentes podem incluir, por exemplo, benzofenona, benzofenona-1, benzofenona-2, benzofenona-3, benzofenona-4, benzofenona-5, benzofenona-6, ben- zofenona-7, benzofenona-8, benzofenona-9, benzofenona-10, benzofenona-11, ben- zofenona-12, salicilato de benzila, PABA de butila, ésteres de cinamato, cinoxato, DEA-metoxicinamato, cinamato de diisopropil metila, PABA de etil dihidroxipropila, ci- namato de etil diisopropila, metoxicinamato de etila, PABA de etila, urocanato de etila, gliceril octanoato dimetoxicinamato, PABA de glicerila, salicilato glicólico, homossa- lato, p-metoxicinamato de isoamila, óxidos de titânio, zinco, zircônio, silício, manganês, e cério, PABA, ésteres de PABA, Parsol 1789, e salicilato de isopropilbenzila, e misturas dessas substâncias. Um indivíduo versado na técnica apreciará que possam ser utilizados outros filtros solares e agentes de absorção de UV ou protetores além daqueles listados em certas modalidades da presente invenção.
[00131]As formulações tópicas aqui reveladas são tipicamente eficazes em valores de pH entre cerca de 2,5 e cerca de 10,0. Preferencialmente, o pH da compo-sição é ou gira em torno das seguintes faixas de pH: cerca de pH 5,5 a cerca de pH 8.5, cerca de pH 5 a cerca de pH 10, cerca de pH 5 a cerca de pH 9, cerca de pH 5 a cerca de pH 8, cerca de pH 3 a cerca de pH 10, cerca de pH 3 a cerca de pH 9, cerca de pH 3 a cerca de pH 8, e cerca de pH 3 a cerca de pH 8.5. Com máxima preferência, o pH é cerca de pH 7 a cerca de pH 8. Um indivíduo versado na técnica básica pode adicionar ingredientes de ajuste de pH apropriados às composições da presente invenção para ajustar o pH a uma faixa aceitável. "Cerca de" um pH especificado é entendido pelos indivíduos familiarizados com a técnica como incluindo formulações nas quais em qualquer dado momento o pH efetivo medido pode ser igual ou superior a um valor especificado não maior que 0,7, 0,6, 0,5, 0,4, 0,3, 0,2 ou 0,1 unidades de pH, onde é reconhecido que as condições de armazenamento e a composição da formulação podem resultar na flutuação do pH em relação a um valor original.
[00132]Um creme, loção, gel, pomada, pasta ou outro similar pode ser espa-lhado sobre a superfície afetada e esfregado gentilmente. Uma solução pode ser aplicada da mesma forma, porém, mais tipicamente será aplicada com um conta-go-tas, cotonete, ou similar, e será cuidadosamente aplicada às áreas afetadas. O regime de aplicação dependerá de uma diversidade de fatores que podem ser imediatamente determinados, como a severidade da ferida e sua responsividade ao tratamento inicial, mas normalmente envolverá uma ou mais aplicações por dia de forma continuada. Um indivíduo versado na técnica básica pode prontamente determinar a quantidade ótima da formulação a ser administrada, as metodologias de administração e as taxas de repetição. De modo geral, considera-se que formulações dessas e de modalidades relacionadas da invenção serão aplicadas na faixa de uma ou duas ou mais vezes por semana até uma, duas, três, quatro ou mais vezes por dia.
[00133]Como também discutido acima, as formulações tópicas úteis no pre-sente caso, portanto, também contêm um carreador farmaceuticamente aceitável, in-cluindo-se qualquer diluente ou excipiente adequado, o que inclui qualquer agente farmacêutico que por si mesmo não faça mal ao indivíduo que recebe a composição, e possa ser administrado sem toxidez indevida. Carreadores farmaceuticamente acei-táveis incluem, contudo, sem limitar-se a, líquidos, como água, solução salina, glicerol e etanol, e substâncias similares, e também podem incluir acentuadores de viscosidade (por exemplo, resina de abeto balsâmico) ou formadores de filme, como soluções de nitrocelulose e colódio. Uma discussão exaustiva acerca de carreadores, di- luentes, e outros excipientes farmaceuticamente aceitáveis é apresentada em REMINGTON'S PHARMACEUTICAL SCIENCES (Mack Pub. Co., N.J. edição atual).
[00134]Quando a formulação tópica está na forma de uma cápsula com carga líquida ou em gel, por exemplo, uma cápsula de gelatina, ela pode conter, além dos materiais do tipo acima, um carreador líquido, como polietileno glicol ou óleo. As composições farmacêuticas líquidas de determinadas modalidades da invenção, sejam soluções, suspensões ou outra forma similar, podem incluir um ou mais dos seguintes: diluentes estéreis, como água para injeção, solução salina, preferencialmente solução salina fisiológica, solução de Ringer, cloreto de sódio isotônico, óleos fixos, como mono ou diglicerídeos sintéticos que podem adicionalmente atuar como solvente ou meio de suspensão, polietileno glicóis, glicerina, propileno glicol ou outros solventes; agentes antibacterianos, como álcool de benzila ou metil parabeno; antioxidantes adicionais, como ácido ascórbico ou bissulfito de sódio; agentes quelantes, como ácido etilenodiaminatetracético (EDTA); tampões, como acetatos, citratos ou fosfatos e agentes para o ajuste de tonicidade, como cloreto de sódio ou dextrose.
[00135]Para administração tópica, o carreador pode compreender adequada-mente uma base de solução, emulsão, pomada ou gel. A base, por exemplo, pode compreender um ou mais dos seguintes: petrolato, lanolina, polietileno glicóis, cera de abelha, óleo mineral, diluentes, como água e álcool, e emulsificantes e estabilizadores. Agentes espessantes podem estar presentes em uma composição farmacêutica ou cosmética para administração tópica. Se desejar a administração transdérmica, a composição pode incluir um adesivo transdérmico ou dispositivo de iontoforese. Formulações tópicas podem conter uma concentração do composto de determinadas modalidades da invenção de cerca de 0,1 a cerca de 10% p/v (peso por unidade de volume). A formulação tópica pode ser fornecida na forma de um creme, loção, solução, borrifador, gel, pomada, pasta ou outros congêneres, e/ou pode conter lipossomas, micelas, microesferas e/ou outros elementos de entrega de micropartícula ou nano- partícula. A formulação tópica também pode ser fornecida na forma de partículas ou péletes de liberação contínua ou de liberação ao longo do tempo, por exemplo, péletes do polímero de acetato de etileno vinila de liberação lenta (por exemplo, Elvax®40, Aldrich, Milwaukee, Wl), que podem ser administrados diretamente a um sítio da ferida.
[00136]A formulação tópica pode incluir um agente que se ligue ao composto promotor da regeneração do tecido da pele e com isso colaborar na sua entrega às células epiteliais da pele (por exemplo, queratinócitos) e/ou fibroblastos. Agentes adequados que podem agir nessa capacidade incluem agentes de reticulação, como ciclodextrinas; outros agentes podem incluir uma proteína ou um lipossoma.
[00137]A formulação tópica de determinadas modalidades da invenção tam-bém podem ser fornecidas na forma de unidades de dosagem passíveis de serem administradas como um aerossol. O termo aerossol é usado para denotar uma varie-dade de sistemas que variam desde aqueles de natureza coloidal até sistemas con-sistindo de embalagens pressurizadas. A entrega pode ser por meio de um gás lique-feito ou comprimido ou por um sistema de bomba adequado que dispensa os ingredi-entes ativos. Aerossóis dos compostos de determinadas modalidades da invenção podem ser entregues em sistemas de fase única, bifásica ou trifásica a fim de entregar o(s) ingrediente(s) ativo(s). A entrega do aerossol inclui o recipiente, ativadores, válvulas, sub-recipientes e outros itens similares necessários, que associados podem formar um conjunto. Um indivíduo versado na técnica, sem uma experimentação indevida, pode determinar aerossóis preferenciais para entrega de formulações tópicas à pele ou a um sítio da ferida.
[00138]As formulações tópicas podem ser preparadas através da metodologia conhecida na técnica farmacêutica. Por exemplo, uma composição farmacêutica vi-sando ser administrada a um sítio da ferida ou à pele como um borrifador, colutório ou enxágue pode ser preparada combinando um composto promotor da regeneração do tecido da pele / cura da ferida / antibiofilme antisséptico de BT como aqui descrito com água estéril destilada de modo a formar uma solução. Pode-se adicionar um tensoa- tivo para facilitar a formação de uma solução ou suspensão homogênea. Tensoativos são compostos que não interagem de modo covalente com o composto ativo antioxi- dante de modo a facilitar a dissolução ou suspensão homogênea do composto no sistema de entrega aquosa.
[00139]Os compostos promotores da regeneração do tecido da pele / cura da ferida / antibiofilme antisséptico de BT para uso em formulações tópicas, ou seus sais farmaceuticamente aceitáveis, são administrados em uma quantidade terapeutica- mente eficaz, que será variável, dependendo de uma diversidade de fatores, incluindo- se a natureza do sítio da ferida (quando relevante), a atividade do composto BT específico empregado (incluindo-se a inclusão ou ausência da formulação de um antibiótico, como um antibiótico aminoglicosídeo, por exemplo, amicacina); a estabilidade metabólica e duração da ação do composto; a idade, o peso corporal, saúde geral, sexo, tipo de pele, condição imune e dieta do indivíduo; o modo e tempo de administração; a taxa de excreção; a combinação de droga; a severidade da ferida da pele particular para a qual a regeneração do tecido da pele é desejada; e do indivíduo submetido à terapia. Em geral, uma dose diária terapeuticamente eficaz é (para um mamífero de 70 kg) de cerca de 0,001 mg/kg (isto é, 0,07 mg) a cerca de 100 mg/kg (isto é, 7,0 g); preferencialmente uma dose terapeuticamente eficaz é (para um mamífero de 70 kg) de cerca de 0,01 mg/kg (isto é, 7 mg) a cerca de 50 mg/kg (isto é, 3,5 g); mais preferencialmente, uma dose terapeuticamente eficaz é (para um mamífero de 70 kg) de cerca de 1 mg/kg (isto é, 70 mg) a cerca de 25 mg/kg (isto é, 1,75 g).
[00140]As faixas de doses eficazes aqui fornecidas não pretendem limitar e representam faixas de doses preferenciais. No entanto, a dosagem de máxima prefe-rência será individualizada ao indivíduo individual, como entendido e determinável por um indivíduo nas técnicas relevantes, (vide, por exemplo, Berkow et al., eds., The Merck Manual, 16a edição, Merck and Co., Rahway, N.J., 1992; Goodman et al., eds., Goodman and Gilman's The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10a edição, Per- gamon Press, Inc., Elmsford, N.Y., (2001); Avery's Drug Treatment: Principles and Practice of Clinical Pharmacology and Therapeutics, 3a Edição, ADIS Press, Ltd., Williams and Wilkins, Baltimore, MD. (1987); Ebadi, Pharmacology, Little, Brown and Co., Boston, (1985); Osolci al., eds., Remington's Pharmaceutical Sciences, 18a edição, Mack Publishing Co., Easton, PA (1990); Katzung, Basic and Clinical Pharmacology, Appleton e Lange, Norwalk, CT (1992)).
[00141]A dose total requerida para cada tratamento pode ser administrada por múltiplas doses ou em uma única dose ao longo do curso do dia, se desejado. Determinadas modalidades preferenciais contemplam uma única aplicação da formulação tópica por dia. Geralmente, e em distintas modalidades, o tratamento pode ser iniciado com dosagens menores, as quais são inferiores à dose ótima do composto. A partir de então, a dosagem é aumentada em pequenos incrementos até que o efeito ótimo sob as circunstâncias seja alcançado.
[00142]A formulação tópica pode ser administrada isoladamente ou em con-junto com outros tratamentos e/ou substâncias farmacêuticas direcionados à pele fe-rida, ou direcionados a outros sintomas ou fatores etiológicos associados. Por exem-plo, e conforme observado acima, a formulação tópica pode adicionalmente compre-ender ácido retinóico. Como outro exemplo, a formulação tópica pode compreender um ou mais compostos promotores da regeneração dos tecidos da pele aqui descritos, ou pode compreender dois ou mais de compostos dessa espécie dotados de diferentes atividades de regeneração da ferida celular.
[00143]Os recebedores das formulações tópicas aqui descritas podem ser qualquer animal, vertebrado, como os mamíferos. Entre os mamíferos, os recebedo-res preferenciais são mamíferos das ordens Primatas (incluindo-se seres humanos, gorilas e macacos), Arteriodactyla (incluindo-se cavalos, cabras, vacas, ovelha, por-cos), Rodenta (incluindo-se camundongos, ratos, coelhos, e hamsters), e Carnivora (incluindo-se cães e gatos). Entre as aves, os recebedores preferenciais são perus, frangos e outros membros da mesma ordem. A máxima preferência é por recebedores da raça humana, e particularmente preferenciais são seres humanos portadores de uma ou mais feridas agudas ou crônicas ou feridas que contêm biofilmes.
[00144]Para aplicações tópicas, é preferível administrar uma quantidade efi-caz de uma composição farmacêutica compreendendo um composto promotor da regeneração do tecido da pele /cura da ferida / antibiofilme antisséptico do composto BT de acordo com as modalidades descritas neste documento, a uma área alvo, por exemplo, uma ferida na pele, como uma ferida aguda ou crônica, e/ou uma área pro-pensa (por exemplo, para deiscência da ferida) da pele, e outras similares. Esta quantidade, em geral, estará na faixa de cerca de 0,0001 mg a cerca de 1 g de um composto de determinadas modalidades da invenção por aplicação, dependendo da área a ser tratada, da severidade da ferida (ou de uma incisão cirúrgica considerada ou passada), e da natureza do veículo tópico empregado. Uma preparação tópica preferencial é uma pomada ou péletes de liberação lenta, sendo que cerca de 0,001 a cerca de 50 mg do ingrediente ativo é utilizado por cc de base de pomada ou suspensão de pélete. A composição farmacêutica pode ser formulada como composições transdér- micas ou dispositivos de entrega transdérmicos ("adesivos"). Essas composições incluem, por exemplo, um suporte, um reservatório do composto ativo, uma membrana de controle, forro e adesivo de contato. Esses adesivos transdérmicos podem ser utilizados para proporcionar uma entrega pulsátil contínua ou sob demanda dos compostos da presente invenção como desejado.
[00145]As composições de determinadas modalidades podem ser formuladas de modo a proporcionar uma liberação rápida, sustentada ou retardada do ingrediente ativo após a administração ao paciente empregando procedimentos conhecidos na técnica. Sistemas de entrega de droga de liberação controlada incluem sistemas de bomba osmótica e sistemas de dissolução contendo reservatórios revestidos por polímero ou formulações da matriz polimérica da droga. Exemplos de sistemas de liberação controlada são fornecidos nos documentos de Patente Nos U.S. 3.845.770 e 4.326.525 e em P. J. Kuzma et al, Regional Anesthesia 22 (6): 543-551 (1997), todos incorporados ao presente por meio de citação.
[00146]A via mais adequada dependerá da natureza e da severidade da con-dição que é tratada. Os indivíduos versados na técnica também estão familiarizados com a determinação de métodos de administração tópica (borrifadores, cremes, apli-cação aberta, curativo oclusivo, compressas, colutórios, etc.), formas de dosagem, excipientes farmacêuticos adequados e outras questões relevantes à entrega dos compostos a um indivíduo necessitado dessas substâncias.
[00147]Ao longo deste relatório descritivo, a menos que o contexto exija em contrário, os termos "compreendem", "compreende" e "compreendendo" serão enten-didos de modo a implicar a inclusão de uma etapa ou elemento ou grupo de etapas ou elementos declarados, e não a exclusão de qualquer outra etapa ou elemento ou grupo de etapas ou elementos. Por "consiste em” entende-se que inclui, e limita-se ao, o conteúdo após a expressão "consistindo de". Portanto, a expressão "consistindo de” indica que os elementos listados são requeridos ou obrigatórios, e que outros elementos não podem estar presentes. Por "consistindo essencialmente de”, entende-se que inclui quaisquer elementos listados após a expressão, e limita-se a outros elementos que não interferem ou contribuem com a atividade ou ação especificada na descrição para os elementos listados. Portanto, a expressão "consistindo essencialmente de” indica que os elementos listados são requeridos ou obrigatórios, e que outros elementos não são requeridos, podendo ou não estar presentes, dependendo se interferem ou não na atividade ou ação dos elementos listados. Neste relatório descritivo e nas reivindicações em anexo, as formas singulares "um", "uma", “o” e "a" incluem referências ao plural, a menos que claramente o contexto enuncie o contrário. Como utilizado no presente, em modalidades particulares, os termos "cerca de" ou "aproximadamente", antecedendo um valor numérico, indicam o valor mais ou menos uma faixa de 5%, 6%, 7%, 8% ou 9%. Em outras modalidades, os termos "cerca de" ou "aproximadamente", antecedendo um valor numérico, indicam o valor mais ou menos uma faixa de 10%, 11 %, 12%, 13% ou 14%. Em ainda outras modalidades, os termos "cerca de" ou "aproximadamente", antecedendo um valor numérico, indicam o valor mais ou menos uma faixa de 15%, 16%, 17%, 18%, 19% ou 20%. Os Exemplos adiante são apresentados a título de ilustração, e não de limitação.
EXEMPLOS EXEMPLO 1 PREPARAÇÃO DE COMPOSTOS BT
[00148]Os compostos BT a seguir foram preparados de acordo com os méto-dos de Domenico et al. (U.S. RE37.793, U.S. 6.248.371, U.S. 6.086.921, U.S. 6.380.248) ou as micropartículas de acordo com o protocolo sintético descrito abaixo para BisEDT. São mostradas razões atômicas em relação a um único átomo de bis-muto, para efeito de comparação, com base nas razões estequiométricas dos reagen-tes utilizadas e da sabida propensão de o bismuto formar complexos trivalentes com compostos contendo enxofre. Os números em parênteses são as razões de bismuto para um (ou mais) agentes tiol (por exemplo, Bi:tiol1/tiol2; vide ainda o Quadro 1). 1) CPD 1 B-1 Bis-EDT (1:1) BiC2H4S2 2) CPD 1 B-2 Bis-EDT (1:1,5) BiC3H6S3 3) CPD 1 B-3 Bis-EDT (1:1,5) BiC3H6S3 4) CPD 1 C Bis-EDT (prep. Bi solúvel) (1:1,5) BiC3H6S3 5) CPD 2A Bis-Bal (1:1) BiC3H6S2O 6) CPD 2B Bis-Bal (1:1,5) BiC4,5H9O1,5S3 7) CPD 3A Bis-Pyr (1:1,5) BiC7,5H6N1,5O1,5S1,5 8) CPD 3B Bis-Pyr (1:3) BiC15H12N3O3S3 9) CPD 4 Bis-Ery (1:1,5) BiC6H12O3S3 10) CPD 5 Bis-Tol (1:1,5) BiC10,5H9S3 11) CPD 6 Bis-BDT (1:1,5) BiC6H12S3 12) CPD 7 Bis-PDT (1:1,5) BiC4,5H9S3 13) CPD 8-1 Bis-Pyr/BDT (1:1/1) 14) CPD 8-2 Bis-Pyr/BDT (1:1/0,5) 15) CPD 9 Bis-2hidroxi, propano tiol (1:3) 16) CPD 10 Bis-Pyr/Bal (1:1/0,5) 17) CPD 11 Bis-Pyr/EDT (1:1/0,5) 18) CPD 12 Bis-Pyr/Tol (1:1/0,5) 19) CPD 13 Bis-Pyr/PDT (1:1/0,5) 20) CPD 14 Bis-Pyr/Ery (1:1/0,5) 21) CPD 15 Bis-EDT/2hidroxi, propano tiol (1:1/1)
[00149]Bismuto-1,2-etanoditiol microparticulado (Bis-EDT, preparação de bis-muto solúvel) foi preparado da seguinte forma:
[00150]Para um excedente (11,4 l) de HNO3 aquoso a 5% à temperatura am-biente em uma bombona de polipropileno de 15 l foi lentamente adicionado na forma de gotas 0,331 l (~0,575 moles) de uma solução aquosa de Bi(NO3)3 (43% Bi(NO3)3 (p/p), 5% de ácido nítrico (p/p), 52% de água (p/p), Shepherd Chemical Co., Cincinnati, OH, número do produto 2362; δ ~1,6 g/ml) com agitação, seguido pela adição lenta de etanol absoluto (4 L). Um pouco de precipitado branco foi formado, mas foi dissolvido mediante agitação contínua. Uma solução etanólica (~1,56 l, ~ 0,55 M) de 1,2- etanoditiol (CAS 540-63-6) foi preparada separadamente adicionando, a 1,5 l de eta- nol absoluto, 72,19 ml (0,863 moles) de 1,2-etanoditiol usando uma seringa de 60 ml, e em seguida agitação por cinco minutos. O reagente 1,2-etanoditiol/EtOH foi então lentamente adicionado na forma de gotas ao longo do curso de cinco horas à solução aquosa de Bi(NO3)3 / HNO3, com agitação contínua de um dia para o outro. Ao produto formado permitiu-se assentar para formar um precipitado por aproximadamente 15 minutos, e após esse período o filtrado foi removido a 300 ml/min usando uma bomba peristáltica. O produto foi então coletado por filtração em papel fino em um funil de Buchner de 15 cm de diâmetro, e lavado sequencialmente com três, cada qual com volumes de 500 ml de etanol, água USP, e acetona para obter BisEDT (694,51 gm/ mole) como um sólido em pó amorfo na cor amarela. O produto foi colocado em uma garrafa de vidro na cor âmbar de 500 ml e seco em CaCI2 sob alto vácuo por 48 horas. O material recuperado (200 g de rendimento) produziu um odor característico de tiol. O produto bruto foi novamente dissolvido em 750 ml de etanol absoluto, agitado por 30 min, em seguida filtrado e lavado sequencialmente com 3 x 50 ml de etanol, 2 x 50 ml de acetona, e lavado novamente com 500 ml de acetona. O pó lavado novamente foi triturado em NaOH 1 M (500 ml), filtrado e lavado com 3 x 220 ml de água, 2 x 50 ml de etanol, e 1 x 400 ml de acetona para produzir 156,74 gm de BisEDT purificados. Lotes subsequentes preparados essencialmente do mesmo modo resultaram em rendimentos de cerca de 78-91 %.
[00151]O produto foi caracterizado como tendo a estrutura mostrada acima na fórmula I através da análise dos dados de ressonância magnética nuclear (NMR) 1H e 13C, espectroscopia de infravermelho (IR), espectroscopia de ultravioleta (UV), es- pectrometria de massa (MS) e análise elementar. Um método HPLC foi desenvolvido para determinar a pureza química de BisEDT, e com isso a amostra foi preparada em DMSO (0,5mg/ml). O Àmax foi determinado por varredura de uma solução de BisEDT em DMSO entre 190 e 600nm. A eluição isocrática de HPLC a 1 ml/min foi realizada à temperatura ambiente em uma fase móvel de ácido fórmico a 0,1 % em acetoni- trila:água (9:1) em um cromatógrafo Waters modelo 2695 (Millipore Corp., Milford, MA) com monitoramento por detector de UV a 265 nm (Àmax), volume de injeção de 2 μl, equipado com uma coluna analítica YMC Pack PVC SiI NP, 5μm, com 250X4,6 mm de diâmetro interno (Waters) e um único pico foi detectado, refletindo a pureza química de 100 ±0,1 %. A análise elementar foi consistente com a estrutura da fórmula (I).
[00152]A matéria particulada seca foi caracterizada para avaliar as proprieda-des de tamanho de partícula. Em resumo, as micropartículas foram ressuspendidas em Pluronic® F-68 a 2% (BASF, Mt. Olive, NJ) e a suspensão foi sonicada por 10 minutos em um sonicador de banho de água em configuração padrão antes da análise usando um analisador de partícula Nanosizer/Zetasizer Nano-S (modelo ZEN1600 (sem capacidade de medir o potencial zeta), Malvern Instruments, Worcestereshire, Reino Unido) de acordo com as recome4ncações do fabricante. A partir dos dados compilados de duas medições, as micropartículas exibiram uma distribuição unimodal com todos os eventos detectáveis diâmetro médio volumétrico (VMD) entre cerca de 0,6 micra e 4 micra e com um VMD de pico a cerca de 1,3 micra. Em contrapartida, quando o BisEDT foi preparado por métodos da técnica anterior (Domenico et al., 1997 Antimicrob. Agents Chemother. 41 (8):1697-1703) a maior parte das partículas estava heterodispersa e tinham um tamanho significativamente maior, impedindo sua caracterização com base no VMD.
EXEMPLO 2 MODELO DE BIOFILME DE COLÔNIA DE INFECÇÃO DA FERIDA CRÔNICA: INIBIÇÃO PELOS COMPOSTOS BT
[00153]Pelo fato de as bactérias existentes em feridas crônicas adotarem um estilo de vida na forma de biofilme, os BTs foram testados contra biofilmes para os efeitos sobre a sobrevivência da célula bacteriana usando biofilmes preparados es-sencialmente de acordo com os métodos descritos (Anderl et al., 2003 Antimicrob Agents Chemother 47:1251-56; Walters et al., 2003 Antimicrob Agents Chemother 47:317; Wentland et al., 1996 Biotchnol. Prog. 12:316; Zheng et al., 2002 Antimicrob Agents Chemother 46:900).
[00154]Em resumo, biofilmes de colônia foram cultivados em agar tríptico de soja a 10% por 24 horas, e transferidos a placas de Mueller Hinton contendo os trata-mentos. Em seguida ao tratamento, os biofilmes foram dispersos em água peptonada contendo glutationa a 2% p/v (neutraliza o BT), e diluídos em série em água peptonada antes de serem pontuadas em placas para contagem. Duas bactérias isoladas de feridas crônicas foram utilizadas separadamente na produção de biofilmes de colônia para teste. Essas bactérias foram Pseudomonas aeruginosa, uma cepa de bactérias gram negativas, e Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina (MRSA), que é gram positiva.
[00155]Colônias de biofilme bacteriano foram cultivadas na parte superior de membranas micro porosas repousadas sobre uma placa de agar essencialmente como descrito (Anderl et al., 2003 Antimicrob Agents Chemother 47: 1251-56; Walters et al., 2003 Antimicrob Agents Chemother 47:317; Wentland et al., 1996 Biotchnol. Prog. 12:316; Zheng et al., 2002 Antimicrob Agents Chemother 46:900) Os biofilmes de colônia exibiram muitos atributos familiares de outros modelos de biofilme, por exemplo, consistiam de células densamente agregadas em uma matriz altamente hi-dratada. Também como em outros relatos (Brown et al., J Surg Res 56:562; Millward et al, 1989 Microbios 58:155; Sutch et al., 1995 J Pharm Pharmacol 47:1094; Thrower et al., 1997 J Med Microbiol 46:425) foi observado que as bactérias em biofilmes de colônia exibiam a mesma suscetibilidade antimicrobiana acentuadamente reduzida que havia sido quantificada em reatores de biofilme in vitro mais sofisticados. Biofilmes de colônia foram gerados de modo imediato e reproduzível em vastos números. De acordo com uma teoria não limitante, este modelo de biofilme de colônia compartilhou alguns dos atributos de uma ferida infectada: as bactérias cresciam em uma interface do ar em que o suprimento dos nutrientes originava-se da parte inferior do biofilme e fluxo de fluido mínimo. Uma variedade de fontes de nutrientes foi utilizada para cultivar os biofilmes de colônia, incluindo-se agar sangue, o qual se acredita mimetizar as condições de nutriente in vivo.
[00156]Biofilmes de colônia foram preparados inoculando manchas de 5 μl de culturas líquidas de bactérias planctônicas sobre uma membrana de filtro de policarbonato com 25 mm de diâmetro. As membranas foram esterilizadas antes da inoculação, mediante exposição à luz ultravioleta por 10 min por lado. Os inóculos foram cultivados de um dia para o outro em meio bacteriano a 37°C e diluídos em meio novo até uma densidade óptica de 0,1 a 600 nm antes da deposição na membrana. As membranas foram então colocadas sobre placa de ágar contendo meio de crescimento. Em seguida as placas foram coberta e colocadas, invertidas, em um in-cubadora a 37°C. A cada 24 h, a membrana e o biofilme de colônia eram transferidos, usando fórceps estéril, para uma placa nova. Os biofilmes de colônia foram tipica-mente utilizados para experimentação após 48 horas de crescimento, ocasião em que havia aproximadamente 109 bactérias por membrana. O método de biofilme de colônia foi empregado com êxito para cultivar uma ampla variedade de biofilmes de espécies únicas e de espécies mistas.
[00157]Para medir a suscetibilidade aos agentes antimicrobianos (por exem-plo, compostos BT que incluíam combinações de compostos BT; antibióticos; e com-binações de composto BT- antibiótico), os biofilmes de colônia foram transferidos para placas de Agar suplementadas com o(s) agente(s) de tratamento antimicrobiano candidato. Quando a duração ao tratamento antimicrobiano superava 24 horas, os biofil- mes de colônia eram deslocados para placas de tratamento novas diariamente. Ao final do período de tratamento, os biofilmes de colônia foram colocados em tubos contendo 10 ml de tampão e turbilhonados por 1-2 min para dispersar o biofilme. Em alguns casos, foi necessário processar rapidamente a amostra com um homogenei- zador de tecido para fragmentar os agregados celulares. As suspensões celulares resultantes foram então diluídas em série e plaqueadas para enumerar as bactérias sobreviventes, as quais foram relatadas como unidades formadoras de colônias (CFU) por unidade de área. Os dados de sobrevivência foram analisados utilizando transformação de log10.
[00158]Para cada tipo de culturas de colônia de biofilme bacteriano (Pseudo-monas aeruginosa, PA; Staphylococcus aureus resistente à meticilina, MRSA ou SA) cinco antibióticos e treze compostos BT foram testados. Os agentes antimicrobianos testados contra PA incluíam os BTs aqui mencionados como BisEDT e os Compostos 2B, 4, 5, 6, 8-2, 9, 10, 11 e 15 (vide o Quadro 1), e os antibióticos tobramicina, amica- cina, imipenim, cefazolina, e ciprofloxacina. Os agentes antimicrobianos testados contra SA incluíam os BTs aqui mencionados como BisEDT e os Compostos 2B, 4, 5, 6, 8-2, 9, 10 e 11 (vide o Quadro 1), e os antibióticos rifampicina, daptomicina, mino- cilina, ampicilina, e vancomicina. Como descrito acima na seção "breve descrição dos desenhos", os antibióticos foram testados em concentrações de aproximadamente 10400 vezes as concentrações inibitórias mínimas (MIC) de acordo com as metodologias microbiológicas estabelecidas.
[00159]Sete compostos BT exibiram efeitos pronunciados sobre a sobrevivência bacteriana de PA nas concentrações testadas, e dois compostos BT demonstraram efeitos pronunciados sobre a sobrevivência de MRSA nas concentrações testadas; resultados representativos que mostram os efeitos do BT sobre a sobrevivência bacteriana são apresentados na Figura 1 para BisEDT e para o composto BT 2B (testado contra PA) e na Figura 2 para os compostos BT 2B e 8-2 (testados contra SA), nos dois casos, em relação aos efeitos dos antibióticos indicados. Como mostram ainda as Figuras 1 e 2, a inclusão dos compostos BT indicados em combinação com os antibióticos indicados resultou em um efeito sinérgico, e deste modo a potência de redução da sobrevivência bacteriana foi intensificada com relação aos efeitos antibac- terianos tanto do antibiótico isoladamente quanto do composto BT isoladamente. No ensaio de sobrevivência de PA, o composto 15 (Bis-EDT/2hidroxi, propano tiol (1:1/1)) a uma concentração de 80 μg/ml exibiu um efeito (não mostrado) que foi comparável ao efeito obtido com o uso da combinação de 1600 μg/ml de AMK mais 80 μg/ml de BisEDT (Figura 1).
EXEMPLO 3 MODELO DE BIOFILME DE FLUXO DE GOTEJAMENTO DE INFECÇÃO DA FERIDA CRÔNICA: INIBIÇÃO PELOS COMPOSTOS BT
[00160]Biofilmes de fluxo de gotejamento representam um modelo autêntico aceito na técnica para formar, e testar o efeito de compostos antibacterianos candidatos contra, biofilmes bacterianos. Biofilmes de fluxo de gotejamento são pro-duzidos sobre cupons (substratos) colocados nos canais de um reator de fluxo de gotejamento. Muitos tipos diferentes de materiais podem ser usados como substrato para a formação de biofilme bacteriano, incluindo-se lâminas microscópicas de vidro congeladas. Meios líquidos nutritivos penetram na câmara de célula do biorreator de fluxo de gotejamento por gotejamento na câmara próximos ao topo, e em seguida escoam abaixo do comprimento de um cupom em uma inclinação de 10 graus.
[00161]Os biofilmes crescem em biorreatores de fluxo de gotejamento e são expostos aos compostos BT individualmente ou em combinações e/ou aos compostos antibióticos individualmente ou em combinações com outros agentes antibacterianos, incluindo-se compostos BT, ou a outros tratamentos convencionais ou candidatos para feridas crônicas. Os compostos BT, portanto, são caracterizados por seus efeitos sobre os biofilmes bacterianos no reator de fluxo de gotejamento. Os biofilmes no reator de fluxo de gotejamento são preparados de acordo com metodologias estabelecidas (por exemplo, Stewart et al., 2001 J Appl Microbiol. 91:525; Xu et al., 1998 Appl. Environ. Microbiol. 64:4035). Este desenho envolve o cultivo de biofilmes sobre cupons de poliestireno inclinados em uma câmara coberta. Um meio de cultura exem- plificativo contém 1 g/l de glicose, 0,5 g/l de NH4NO3, 0,25g/l de KCI, 0,25 g/l de KH2PO4, 0,25 g/l de MgSO4-7H2O, suplementados com 5% v/v de soro bovino de doador adulto (ph 6,8) que simula condições limitadas de ferro, ricas em proteína do soro que são similares às condições de crescimento do biofilme in vivo, como nas feridas crônicas. Este meio flui em gotas (50ml/h) através de quatro cupons contidos em quatro câmaras paralelas separadas, cada uma delas medindo 10cm x 1,9cm por 1,9cm de profundidade. O reator na câmara é fabricado de plástico polissulfônico. Cada uma das câmaras é equipada com uma tampa plástica removível individual que pode ser firmemente vedada. O reator de biofilme é contido em uma incubadora a 37° C, e o meio de cultura de célula bacteriana é aquecido através da passagem por um dissipador de calor de alumínio mantido na incubadora. Este método reproduz o fenó- tipo tolerante ao antibiótico observado em determinados biofilmes, simula o ambiente de cisalhamento de baixo fluido e a semelhança a uma característica de interface com o ar de uma ferida crônica, ao mesmo tempo em que proporciona um abastecimento contínuo de nutrientes, sendo compatível com uma série de métodos analíticos para caracterização e monitoramento dos efeitos de regimes antibacterianos candidatos. O reator de fluxo de gotejamento tem sido empregado com sucesso para cultivar uma vasta gama de biofilmes de espécies puras e mistas. Os biofilmes tipicamente crescem por dois a cinco dias antes da aplicação dos agentes antimicrobianos.
[00162]Para medir os efeitos dos agentes antibiofilmes nos biofilmes que crescem em reatores de fluxo de gotejamento, a corrente do fluido que passa através do biofilme é alterada ou suplementada com a formulação de tratamento desejada (por exemplo, um ou mais compostos BT e/ou um ou mais antibióticos, ou controles, e/ou outros agentes candidatos). O fluxo é mantido pelo período de tratamento especificado. O cupom de biofilme tratado é então rapidamente removido do reator e o bio- filme é raspado em um béquer contendo 10 ml de tampão. Esta amostra é processada rapidamente (tipicamente 30s a 1 min) com um homogeneizador de tecido para dispersar os agregados bacterianos. A suspensão é diluída em série e plaqueada para enumerar os micro-organismos sobreviventes de acordo com metodologias microbio- lógicas padronizadas.
EXEMPLO 4 INIBIÇÃO DE BIOFILME DE FERIDA DE REGENERAÇÃO DE CICATRIZ DE QUERATINÓCITO: SUPRESSÃO DE BIOFILME PELOS COMPOSTOS BT
[00163]Este Exemplo descreve uma modificação dos modelos de cicatrização de queratinócito in vitro de cura da ferida estabelecidos, para chegar a um modelo com relevância para a cura da ferida e patologia da ferida associada ao biofilme, e em particular a feridas agudas ou crônicas ou feridas contendo biofilmes como aqui des-crito. De acordo com o modelo de cicatrização de queratinócito dos efeitos dos biofil- mes de ferida crônica, o cultivo de queratinócitos de mamíferos (por exemplo, ser hu-mano) e de populações de biofilme bacteriano é realizado em câmaras separadas que estão em contato fluido uma com a outra, para permitir a avaliação dos efeitos das condições que influenciam os efeitos, de componentes solúveis elaborados pelos bi- ofilmes, nos eventos de cura da ferida de queratinócito.
[00164]Células de prepúcio humano de recém nascido são cultivadas como monocamadas em pratos plásticos tratados, e nessas monocamadas uma "ferida" controlada ou cicatriz é formada de modo mecânico (por exemplo, através da degra-dação física da monocamada, por exemplo, raspando uma zona livre de célula essencialmente linear entre regiões da monocamada com um implemento adequado, como um bisturi, lâmina, raspador de célula, fórceps ou outra ferramenta estéril). Sabe-se que os sistemas de modelo em monocamada de queratinócito in vitro são submetidos a um processo funcional e estrutural celular em resposta ao evento de formação da ferida, de um modo que simula a cura da ferida in vivo. De acordo com as modalidades aqui reveladas, é observada a influência da presença de biofilmes bacterianos em tais processos, por exemplo, no tempo de cura da cicatriz, e nessas modalidades e outras modalidades relacionadas, também são avaliados os efeitos da presença de tratamentos antimicrobianos candidatos (por exemplo, antibacterianos e antibiofilme).
[00165]As monocamadas de queratinócito feridas cultivadas na presença de biofilmes são examinadas segundo parâmetros morfológicos, bioquímicos, da gené-tica molecular, da fisiologia celular e demais parâmetros, para determinar se a intro-dução dos compostos BT altera (por exemplo, aumenta ou reduz de forma estatistica-mente significativa em relação aos controles apropriados) os efeitos nocivos dos bio- filmes. As feridas, primeiramente, são expostas a cada composto BT isoladamente, e às combinações contempladas dos compostos BT, a fim de testar a toxidez de cada tratamento do composto BT antes de avaliar os efeitos de tais tratamentos nas influências do biofilme para o processo de cura da ferida do modelo.
[00166]Em uma modalidade representativa, um biofilme de três dias é culti-vado sobre uma membrana (por exemplo, um inserto de membrana TransWell ou si-milar) que é mantida em uma cultura de tecido exatamente acima, e em comunicação fluida com, uma monocamada de queratinócito na qual é produzida uma cicatriz para iniciar o processo de cura da ferida. Biofilmes cultivados a partir de feridas agudas ou crônicas autênticas são considerados para o uso nesses e em modalidades relacio-nadas.
[00167]Por conseguinte, um sistema in vitro foi desenvolvido para avaliar os efeitos do componente de biofilme solúvel na migração e proliferação de queratinóci- tos humanos. O sistema separa o biofilme e os queratinócitos usando uma membrana de diálise. Os queratinócitos são cultivados a partir de prepúcio de recém-nascido como previamente descrito (Fleckman et al., 1997 J Invest. Dermatol. 109:36; Pie- pkorn et al., 1987 J Invest. Dermatol. 88:215-219) e crescem como monocamadas confluentes sobre lamínulas de vidro. As monocamadas de queratinócito podem ser então arranhadas para produzir "feridas" com uma largura uniforme, seguido do mo-nitoramento dos processos de regeneração celular (por exemplo, Tao et al., 2007 PLoS ONE 2:e697; Buth et al. 2007 Eur. J Cell Biol. 86:747; Phan et al. 2000 Ann. Acad. Med. Singapore 29:27). As feridas artificiais são então colocadas no fundo de uma câmara estéril com dois lados e a câmara é montada usando uma técnica asséptica. Os dois lados da câmara são abastecidos com o meio de crescimento de quera- tinócito (EpiLife) com ou sem antibióticos e/ou bismuto-tióis. Sistemas uninoculados são utilizados como controles.
[00168]O sistema é inoculado com bactérias isoladas da ferida e incubado em condições estáticas por duas horas para permitir a fixação bacteriana às superfícies nas câmaras superiores. Em seguida ao período de fixação, o fluxo do meio líquido é iniciado na câmara superior para remover as células não fixadas. O fluxo do meio é então mantido em uma taxa que minimize o crescimento de células planctônicas no interior da câmara superior, por meio da lavagem das células não fixadas. Após os períodos de incubação que variam de 6 a 48 horas, os sistemas (monocamadas de queratinócito sobre lamínulas de vidro e biofilme bacteriano sobre o substrato da membrana) são desmontados e as lamínulas removidas e analisadas. Nas modalida-des relacionadas, biofilmes maduros crescem na câmara superior antes da montagem da câmara. Em outras modalidades relacionadas, o co-cultivo separado de monoca- madas de queratinócito feridas por cicatrizes e biofilmes é conduzido na ausência e na presença de um ou mais compostos BT, opcionalmente com a inclusão ou exclusão de um ou mais antibióticos, a fim de determinar os efeitos de agentes candidatos como compostos BT, ou de combinações potencialmente sinérgicas do composto BT-mais- antibiótico (por exemplo, um composto BT como aqui fornecido, por exemplo, um BT que é fornecido na forma microparticulada, e um ou mais dentre amicacina, ampicilina, cefazolina, cefepima, cloranfenicol, ciprofloxacina, clindamicina (ou outro antibiótico lincosamida), daptomicina (Cubicin®), doxiciclina, gatifloxacina, gentamicina, imipe- nim, levofloxacino, linezolida (Zyvox®), minocilina, nafcilina, paramomicina, rifampin, sulfametoxazol, tobramicina e vancomicina), na regeneração do queratinócito da ferida por cicatriz, por exemplo, para identificar um agente ou combinação de agentes que altera (por exemplo, aumenta ou reduz de modo estatisticamente significativo com relação aos controles apropriados) pelo menos um indicador de cura da ferida de ci- catrização, como o tempo decorrido para ocorrer a regeneração da ferida ou outros indícios de regeneração da ferida (por exemplo, Tao et al., 2007 PLoS ONE 2:e697; Buth et al. 2007 Eur. J Cell Biol. 86:747; Phan et al. 2000 Ann. Acad. Med. Singapore 29:27).
EXEMPLO 5 INIBIÇÃO DO BIOFILME DE FERIDA DA REGENERAÇÃO DA CICATRIZ DO QUERATINÓCITO
[00169]Queratinócitos humanos isolados foram cultivados em lamínulas de vidro e feridos por cicatriz de acordo com as metodologias descritas acima no Exemplo 4. As culturas feridas foram mantidas sob condições de cultura isoladamente ou na presença de um biofilme co-cultivado sobre um suporte de membrana em comunicação fluida com a cultura do queratinócito. Foi então determinado o intervalo de tempo de fechamento da cicatriz durante o qual o crescimento e/ou migração celular do que- ratinócito restabelece a monocamada de queratinócito através da zona de cicatriz. A Figura 3 ilustra o efeito que a presença em comunicação fluida (contudo, sem contato direto) dos biofilmes surtiu no tempo de cura da monocamada de queratinócitos ferida por cicatriz.
[00170]Consequentemente, em certas modalidades é contemplado um mé-todo de identificação de um agente para o tratamento de uma ferida crônica, compre-endendo cultivar uma monocamada de célula ferida por cicatriz (por exemplo, quera- tinócito ou fibroblasto) na presença de um biofilme bacteriano com e sem a presença de um agente antibiofilme candidato; e avaliar um indicador de cura da monocamada de célula ferida por cicatriz na ausência e presença do agente antibiofilme candidato, sendo que um agente (por exemplo, um composto BT, como uma suspensão de mi- cropartícula de BT substancialmente monodispersa como aqui descrito, isoladamente ou em combinação sinérgica com um antibiótico, como um ou mais dentre amicacina, ampicilina, cefazolina, cefepima, cloranfenicol, ciprofloxacina, clindamicina, daptomi- cina (Cubicin®), doxiciclina, gatifloxacina, gentamicina, imipenim, levofloxacino, line- zolida (Zyvox®), minocilina, nafcilina, paramomicina, rifampin, sulfametoxazol, tobra- micina e vancomicina) que promove pelo menos um indicador de cura é identificado como um agente adequado para tratar uma ferida aguda ou crônica ou uma ferida que contém um biofilme.
EXEMPLO 6 COMBINAÇÕES SINÉRGICAS DE BISMUTO-TIOL (BT)-ANTIBIÓTICO
[00171]Este exemplo mostra casos de efeitos sinérgicos demonstrados por combinações de um ou mais compostos bismuto-tióis e um ou mais antibióticos contra uma variedade de espécies bacterianas e cepas bacterianas, incluindo-se diversas bactérias resistentes a antibiótico.
[00172]Materiais & Métodos. Estudos de suscetibilidade foram realizados por diluição em caldo em placas de cultura de tecido de 96 cavidades (Nalge Nunc Inter-national, Dinamarca) de acordo com os protocolos NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory Standards. (1997). Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for Bacteria that Grow Aerobically: Approved Standard M7-A2 and Informational Supplement M100-S10. NCCLS, Wayne, PA, EUA).
[00173]Sucintamente, culturas bacterianas crescidas de um dia para o outro foram utilizadas para preparar suspensões padronizadas de McFarland 0,5, as quais foram adicionalmente diluídas 1:50 (~2 x 106 cfu/ml) em meio de caldo de Mueller- Hinton ajustado com cátions (BBL, Cockeysville, MD, EUA). BTs (preparados como descrito acima) e antibióticos foram adicionados em concentrações progressivas, mantendo o volume final constante a 0,2 ml. As culturas foram incubadas por 24 h a 37°C e a turbidez foi avaliada pela absorção a 630 nm usando um leitor de placa de ELISA (Biotek Instruments, Winooski, VT, EUA) de acordo com as recomendações do fabricante. A Concentração Inibitória Máxima (MIC) foi expressa como a concentração de droga mais baixa que inibisse o crescimento por 24 h. As contagens de bactérias viáveis (cfu/ml) foram determinadas por plaqueamento padrão em nutriente agar. As Concentrações Bactericidas Mínimas (MBC) foram expressas como a concentração da droga que reduziu a viabilidade inicial em 999% em 24 h de incubação.
[00174]O método checkerboard foi utilizado para avaliar a atividade das com-binações antimicrobianas. O índice de concentração inibidor fracionada (FICI) e o ín-dice de concentração bactericida fracionada (FBCI) foram calculados, de acordo com Eliopoulos et al. (Eliopoulos e Moellering, (1996) Antimicrobial Combinations. Em Antibiotics in Laboratory Medicine (Lorian, V., Ed.), pp. 330-96, Williams e Wilkins, Baltimore, MD, EUA). A sinergia foi definida como um índice de FICI ou FBCI de < 0,5, ausência de interação em >0,5-4 e antagonismo em >4 (Odds, FC (2003) Sinergy, antagonism, and what the chequerboard puts between them. Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52:1). A sinergia também foi definida convencionalmente como uma redução >4 vezes da concentração do antibiótico. Os resultados são apresentados nos Quadros 2-17. QUADRO 2 S. aureus resistente à Nafci ina BE = 0,2 μg/ml de BisEDT; as cepas bacterianas foram obtidas do Clinical Microbiology Laboratory em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. A nafcillina foi obtida de Sigma (St. Louis, MO). QUADRO 3 S. aureus resistente à Nafci ina BE = 0,2 μg/ml de BisEDT; as cepas bacterianas foram obtidas do Clinical Microbiology Laboratory em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. A nafcillina foi obtida de Sigma. QUADRO 4 S. aureus Rifampin/Neomicina/Paromomicina BE = 0, μg/ml BisEDT; a cepa S2446-3 foi obtida do Clinical Microbiology La-boratory em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. Os antibióticos foram obtidos de Sigma. QUADRO 5 S. epidermidis resistente à GM GM = gentamicina; a cepa S2400-1 foi obtida do Clinical Microbiology Labo-ratory em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. A gentamicina foi obtida do De-partamento de Farmácia em Winthrop; sinergia em negrito QUADRO 6 S. epidermidis -S2400-1 Prevenção do Biofilme Dados em μg/ml; Cepa S2400-1 foi obtida do Clinical Microbiology Laboratory em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. Os antibióticos foram obtidos do De-partamento de Farmácia em Winthrop. QUADRO 7 S. epidermidis -S2400-1 MIC Dados em μg/ml; Cepa S2400-1 foi obtida do Clinical Microbiology Laboratory em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. Os antibióticos foram obtidos do Departamento de Farmácia em Winthrop. QUADRO 8 S. epidermidis -S2400-1 MBC Dados em μg/ml; Cepa S2400-1 foi obtida do Clinical Microbiology Laboratory em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. Os antibióticos foram obtidos do Departamento de Farmácia em Winthrop. QUADRO 9 S. epidermidis ATCC 35984 MIC Dados em μg/ml; Antibióticos foram obtidos do Departamento de Farmácia em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 10 E. coli resistente à Ampicilina/Cloranfenicol AB = antibiótico; CM = cloranfenicol; AM = ampicilina; BE = BisEDT a 0,3 μg/ml; As cepas foram obtidas do laboratório do Dr. MJ Casadaban, Departamento de Genética Molecular e Biologia Celular, The University of Chicago, Chicago, IL. Os antibióticos foram obtidos do Departamento de Farmácia em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 11 E. coli resistente à Tetraciclina: Doxiciclina + BisEDT DOX = doxiciclina; BE = BisEDT a 0,3 μg/ml; As cepas foram obtidas do laboratório do Dr. I Chopra, Departamento de Bacteriologia, The University of Bristol, Bristol, UK. Os antibióticos foram obtidos do Departamento de Farmácia em Winthrop- University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 12 P. aeruginosa resistente à Tobramicina: Sinergia de BisEDT Agr = resistente ao aminoglicosídeo; NN = tobramicina; PA = Pseudomonas aeruginosa; BE = BisEDT, 0,3 μg/ml; As cepas foram obtidas do laboratório de Dr. K. Poole, Departamento de Microbiologia e Imunologia, Queens University, Ontário, CN. A tobramicina foi obtida do Departamento de Farmácia em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 13 B. cepacia Sinergia Tobramicina+BE MIC NN = Tobramicina; BE = BisEDT, 0,4 μg/ml; As cepas foram obtidas do laboratório de Dr. J.J. LiPuma, Departamento de Pediatria e Doenças Transmissíveis, University of Michigan, Ann Arbor, Ml; também Veloira et al. 2003. A tobramicina foi obtida do Departamento de Farmácia em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 14 B. cepacia Sinergia Tobramicina+BE MBC NN = Tobramicina; BE = BisEDT, 0,4 μg/ml; As cepas foram obtidas do laboratório do Dr. J.J. LiPuma, Departamento de Pediatria e Doenças Tranmissíveis, University of Michigan, Ann Arbor, Ml; também Veloira et al. 2003. A tobramicina foi obtida do Departamento de Farmácia em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 15 Cepas Resistentes à Tobramicina MIC NN = Tobramicina; BE = BisEDT, 0,8 μg/ml; Lipo-BE-NN = BE-NN lipossomial; As cepas foram obtidas do laboratório do Dr. A. Omri, Departamento de Química e Bioquímica, Laurentian University, Ontário, CN; (as cepas M são B. cepacia mucosa; PA=P. aeruginosa; SA=S. aureus). A tobramicina foi obtida do Departamento de Farmácia em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 16 Cepas Resistentes à Tobramicina MBC NN = Tobramicina; BE = BisEDT, 0,8 μg/ml; Lipo-BE-NN = BE-NN lipossô- mica; As cepas foram obtidas do laboratório do Dr. A. Omri, Departamento de Química e Bioquímica, Laurentian University, Ontário, CN; (as cepas M são B. cepacia mucosa; PA=P. aeruginosa; SA=S. aureus). A tobramicina foi obtida do Departamento de Farmácia em Winthrop-University Hospital, Mineola, NY. QUADRO 17 Sinergia de BisEDT-Piritiona BE = BisEDT; NaPYR = piritionato de sódio; As substâncias químicas foram obtidas de Sigma-AIdrich; sinergia em negrito. As cepas bacterianas indicadas foram obtidas da American Type Culture Collection (ATCC, Manassas, VA).
EXEMPLO 7 EFEITOS COMPARATIVOS DE BISMUTO-TIOL (BT) E ANTIBIÓTICO CONTRA BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM NEGATIVAS QUE INCLUEM CEPAS BACTERIANS RESISTENTES AO ANTIBIÓTICO
[00175]Neste exemplo as atividades in vitro do BisEDT e agentes compara- dores foram avaliadas contra múltiplos isolados clínicos de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas que são responsáveis pelas infecções da pele e do tecido mole.
[00176]Materiais e Métodos. Os compostos de teste e as faixas de concentração de teste foram os seguintes: BisEDT (Domenico et al., 1997; Domenico et al., Antimicrob. Agents Chemother. 45(5):1417-1421. e Exemplo 1), 16-0,015 μg/ml; line- zolida (ChemPacifica Inc., número 35710), 64-0,06 μg/ml; Daptomicina (Cubist Pharmaceuticals número MCB2007), 32-0,03 μg/ml e 16-0,015 μg/ml; vancomicina (Sigma- Aldrich, St. Louis, MO, número V2002), 64-0,06 μg/ml; ceftazidima, (Sigma #C3809), 64-0,06 μg/ml e 32-0,03 μg/ml; imipenem (United States Pharmacopeia, NJ, número 1337809) 16-0,015 μg/ml e 8-0,008 μg/ml; ciprofloxacina (United States Pharmacopeia, número IOC265), 32-0,03 μg/ml e 4-0,004 μg/ml; gentamicina (Sigma número G3632) 32-0,03 μg/ml e 16-0,015 μg/ml. Todos os artigos de teste, à exceção da gen- tamicina, foram dissolvidos em DMSO; a gentamicina foi dissolvida em água. Soluções estoques foram preparadas em uma concentração equivalente a quarenta vezes a concentração mais alta na placa de teste. A concentração final de DMSO no sistema de teste foi equivalente a 2,5%.
[00177]Organismos. Os organismos de teste foram obtidos dos laboratórios clínicos adiante: CHP, Clarian Health Partners, Indianapolis, IN; UCLA, University of California Los Angeles Medical Center, Los Angeles, CA; GR Micro, Londres, Reino Unido; PHRI TB Center, Public Health Research Institute Tuberculosis Center, Nova York, NY; ATCC, American Type Culture Collection, Manassas, VA; Mt Sinai Hosp., Mount Sinai Hospital, Nova York, NY; UCSF, University of California San Francisco General Hospital, San Francisco, CA; Bronson Hospital, Bronson Methodist Hospital, Kalamazoo, Ml; os isolados de controle de qualidade foram obtidos da American Type Culture Collection (ATCC, Manassas, VA). Os organismos foram riscados para isolamento em meio de Agar apropriado a cada organismo. As colônias foram retiradas com cotonete das placas de isolamento e colocadas em suspensão em caldo apropriado contendo um crioprotetor. As suspensões foram distribuídas em alíquotas em frascos criogênicos e mantidas a 80°C. AA abreviações são: BisEDT, bismuto-1,2- etanoditiol; LZD, linezolida; DAP, daptomicina; VA, vancomicina; CAZ, ceftazidima; IPM, imipenem; CIP, ciprofloxacina; GM, gentamicina; MSSA, Staphylococcus aureus suscetível à meticilina; CLSI QC, cepa de controle de qualidade do Clinical and Laboratory Standards Institute; MRSA, Staphylococcus aureus resistente à meticilina; CA- MRSA, Staphylococcus aureus resistente à meticilina adquirido da comunidade; MSSE, Staphylococcus epidermidis suscetível à meticilina; MRSE, Staphylococcus epidermidis resistente à meticilina; VSE, Enterococcus suscetível à vancomicina.
[00178]Os isolados foram riscados a partir dos frascos congelados em um meio apropriado: Agar Soja Triptcase (Becton-Dickinson, Sparks, MD) para a maioria dos organismos ou Agar Soja Triptcase mais sangue de ovelha a 5% (Cleveland Scientific, Bath, OH) para Streptococci. As placas foram incubadas de um dia para o outro a 35°C. Organismos de controle de qualidade foram incluídos. O meio empregado para o ensaio MIC foi o caldo de Mueller Hinton Il (MHB II-Becton Dickinson, número 212322) para a maioria dos organismos. MHB Il foi suplementado com sangue de cavalo lisado a 2% (Cleveland Scientific Lote número H13913) para acomodar o crescimento de Streptococcus pyogenes e Streptococcus agalactiae. Os meios foram preparados a 102,5% do peso normal para equilibrar a diluição criada pela adição de 5 μl da solução da droga a cada cavidade dos painéis de microdiluição. Além disso, para os testes com daptomicina, o meio foi suplementado com 25mg/l adicionais de Ca2+.
[00179]O método do ensaio de MIC acompanhou o procedimento descrito pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (Clinical and Laboratory Standards Institute. Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for Bacteria That Grow Aerobically; Approved Standard -Sétima Edição. Documento M7-A7 do Clinical and Laboratory Standards Institute [ISBN 1-56238-587-9]. Clinical and Laboratory Standards Institute, 940 West Valley Road, Suite 1400, Wayne, Pensilvânia 19087-1898 EUA, 2006) e empregou manipuladores de líquido automatizados para efetuar as diluições e transferência de líquido em série. Os manipuladores de líquido automatizados incluíam o Multidrop 384 (Labsystems, Helsinki, Finlândia), Biomek 2000 e Multi- mek 96 (Beckman Coulter, Fullerton CA). As cavidades das Colunas 2-12 das placas de microdiluição padronizadas de 96 cavidades (Falcon 3918) foram abastecidas com 150μl de DMSO ou água para gentamicina no Multidrop 384. As drogas (300 μl) foram dispensadas na Coluna 1 da fileira apropriada destas placas. Essas se tornariam as placas mães a partir das quais as placas de teste (placas filhas) foram preparadas. O Biomek 2000 concluía as transferência em série através da Coluna 11 nas placas mães. As cavidades da Coluna 12 não continham droga e foram as cavidades de controle do crescimento do organismo nas placas filhas. As placas filhas foram carregadas com 185 μl dos meios de teste apropriados (descritos cima) usando o Multidrop 384. As placas filhas foram preparadas no instrumento Multimek 96 que transferia 5 μl de solução da droga a partir de cada cavidade de uma placa mãe até a cavidade correspondente de cada placa filha em uma única etapa.
[00180]O inóculo padronizado de cada organismo foi preparado de acordo com os métodos CLSI (ISBN 1-56238-587-9, supracitado). As suspensões foram preparadas em MHB para corresponder à turbidez de um padrão de McFarland de 0,5. As suspensões foram diluídas 1:9 em caldo apropriado ao organismo. O inóculo para cada organismo foi dispensado em reservatórios estéreis divididos no comprimento (Beckman Coulter), e o Biomek 2000 foi usado para inocular as placas. As placas filhas foram colocadas na superfície de trabalho do Biomek 2000 invertida, de modo que a inoculação ocorreu a partir de uma concentração baixa até uma concentração alta da droga. O Biomek 2000 entregou 10 μl de inóculo padronizado em cada cavidade. Isto produziu uma concentração de célula final nas placas filhas de aproximadamente 5 x 105 unidades formadoras de colônia/ml. Portanto, as cavidades das placas filhas continham,, ao final, 185 μl de caldo, 5 μl da solução da droga, e 10 μl de inoculo bacteriano. As placas foram empilhadas até a altura de 3 delas, cobertas com uma tampa na placa de topo, colocadas em sacolas plásticas, e incubadas a 35°C por aproximadamente 18 horas para a maior parte dos isolados. As placas de Streptococcus foram lidas após 20 horas de incubação. As microplacas foram observadas a partir do fundo usando um visualizador de placa. Para cada meio testado, uma placa de controle de solubilidade não inoculada foi observada para evidência de precipitação da droga. A MIC foi lida e registrada como a concentração mais baixa da droga que inibiu o crescimento visível do organismo.
[00181]Resultados. Todas as drogas comercializadas foram solúveis em todas as concentrações de teste em qualquer dos meios. O BisEDT exibiu um precipitado traço a 32 μg/ml, mas as leituras da MIC não foram afetadas, pois as concentrações inibitórias para todos os organismos testados estavam bastante abaixo daquela concentração. Em cada dia do ensaio, uma cepa(s) de controle de qualidade apropriada era incluída nos ensaios de MIC. Os valores de MIC derivados para essas cepas foram comparados às faixas de controle de qualidade publicadas (Clinical and Laboratory Standards Institute. Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing; Eighteenth Susceptibility Supplement. Documento M100-S18 [ISBN 1-56238- 653-0] do CLSI. Clinical and Laboratory Standards Institute, 940 West Valley Road, Suite 1400, Wayne, Pensilvânia 19087-1898 EUA, 2008) para cada agente, conforme apropriado.
[00182]Em cada dia do ensaio, uma cepa(s) de controle de qualidade apropriada era incluída nos ensaios de MIC. Os valores de MIC derivados para essas cepas foram comparados às faixas de controle de qualidade publicadas (Clinical and Laboratory Standards Institute. Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing; Eighteenth Informational Supplement. Documento M100-S18 [ISBN 1-56238653-0]) do CLSI para cada agente, conforme apropriado. Dos 141 valores para as cepas de controle de qualidade em que as faixas de controle de qualidade estão publicadas, 140 (99,3%) estavam contidos nas faixas especificadas. A única exceção foi imipenem versus S. aureus 29213, que produziu um valor em um único ciclo (< 0,008 μg/ml) que estava uma diluição abaixo da faixa QC publicada. Todos os demais resultados de controle de qualidade naquele ciclo estavam dentro das faixas de controle de qualidade especificadas.
[00183]O BisEDT demonstrou uma potente atividade contra Staphylococcus aureus suscetível à meticilina (MSSA), S. aureus resistente à meticilina (MRSA), e MRSA adquirida da comunidade (CA-MRSA), inibindo todas as cepas testadas em valor igual ou inferior a 1 μg/ml com valores de MIC90 iguais a 0,5 μg/ml para todos os três grupos de organismo. O BisEDT exibiu uma atividade superior à da linezolida e da vancomicina e foi equivalente à da daptomicina. O imipenem foi mais potente que o BisEDT contra MSSA (MIC90 = 0,03 μg/ml). No entanto, MRSA e CAMRSA foram resistentes ao imipenem, enquanto o BisEDT demonstrou uma atividade equivalente à mostrada pela MSSA. O BisEDT foi altamente ativo contra Staphylococcus epider- midis suscetível à meticilina e resistente à meticilina (MSSE e MRSE), com valores de MIC90 iguais a 0,12 e 0,25 μg/ml, respectivamente. O BisEDT foi mais ativo contra MSSE que qualquer outro agente testado, à exceção do imipenem. O BisEDT foi o agente testado de maior atividade contra MRSE.
[00184]O BisEDT demonstrou uma atividade equivalente à da daptomicina, vancomicina, e imipenem contra Enterococcus faecalis suscetível à vancomicina (VSEfc) com um valor MIC90 de 2μg/ml. Significativamente, o BisEDT foi agente testado de maior atividade contra Enterococcus faecalis resistente à vancomicina (VREfc) com um valor MIC90 igual a 1 μg/ml.
[00185]O BisEDT foi extremamente ativo contra Enterococcus faecium suscetível à vancomicina (VSEfm) com um valor MIC90 igual a 2 μg/ml; sua atividade foi equivalente ou similar à da daptomicina e uma diluição mais alta que à da vancomi- cina. O BisEDT e linezolida foram os agentes mais ativos testados contra Enterococcus faecium resistente à vancomicina (VREfm), cada qual apresentando um valor MIC90 de 2 μg/ml. A atividade de BisEDT contra Streptococcus pyogenes (valor MIC90 de 0,5 μg/ml) foi equivalente à da vancomicina, maior que a da linezolida, e ligeiramente inferior à da daptomicina e ceftazidima. O composto inibiu todas as cepas testadas em valor igual ou inferior a 0,5 μg/ml. Nesses estudos, a espécie que foi menos sensível ao BisEDT foi Streptococcus agalactiae, quando o valor MIC90 observado foi de 16 μg/ml. O BisEDT foi menos ativo que todos os agentes testados, à exceção da gentamicina.
[00186]A atividade do BisEDT e comparadores contra bactérias Gram negativas incluiu a potência demonstrada do BisEDT contra Acinetobacter baumanii (valor MIC90 de 2 μg/ml) tornando o BisEDT o composto testado de maior atividade. MICs elevadas para um número significativo de isolados de teste para os agentes compa- radores resultou em um valores MIC90 fora de escala para esses agentes. O BisEDT foi um potente inibidor de Escherichia coli, inibindo todas as cepas em valores iguais ou inferiores a 2 μg/ml (MIC90 = 2 μg/ml). O composto foi menos ativo que o imipenem, contudo mais ativo que a ceftazidima, ciprofloxacina, e gentamicina. O BisEDT também demonstrou atividade contra Klebsiella pneumoniae com um valor MIC90 de 8 μg/ml, sendo equivalente ao do imipenem. Os valores MIC90 relativamente mais altos exibidos pelo imipenem, ceftazidima, ciprofloxacina, e gentamicina indicaram que este foi um grupo de organismos altamente resistente ao antibiótico. BisEDT foi o composto testado de maior atividade contra Pseudomonas aeruginosa com um valor MIC90 de 4 μg/ml. Houve um nível elevado de resistência aos agentes comparadores para este grupo de isolados de teste.
[00187]Em suma, o BisEDT demonstrou uma potência de amplo espectro contra múltiplos isolados clínicos representando múltiplas espécies, incluindo-se espécies comumente envolvidas em infecções de estrutura da pele e da pele agudas e crônicas em seres humanos. A atividade do BisEDT e dos agentes comparadores chaves foi avaliada contra 723 isolados clínicos de bactérias Gram-positivas e bactérias Gram negativas. O composto BT demonstrou uma atividade de amplo espectro, e para uma diversidade de organismos de teste neste estudo, BisEDT foi o composto mais ativo testado em termos de atividade antibacteriana. O BisEDT foi o de maior atividade contra MSSA, MRSA, CA-MRSA, MSSE, MRSE, e S. pyogenes, onde o valor MIC90 foi igual ou inferior a 0,5 μg/ml. A atividade potente também foi demonstrada para VSEfc, VREfc,VSEfm, VREfm, A. baumanii, E. coli, e P. aeruginosa, quando o valor MIC90 estava na faixa de 1-4 μg/ml. Os valores MIC90 observados foram, para K. pneumoniae (MIC90 = 8 μg/ml), e para S. agalactiae (MIC90= 16 μg/ml).
[00188]As várias modalidades descritas acima podem ser combinadas para proporcionar modalidades adicionais. Todas as patentes dos Estados Unidos, publicações de pedido de patente dos Estados Unidos, pedidos de patente dos Estados Unidos, patentes estrangeiras, pedidos de patentes estrangeiras e publicações não relacionadas à patente mencionados neste relatório descritivo e/ou listados na Folha de Dados do Pedido são incorporados ao presente por meio de citação, em sua totalidade. Aspectos das modalidades podem ser modificados, se necessário no sentido de empregar conceitos das várias patentes, pedidos e publicações para proporcionar outras modalidades adicionais.
[00189]Essas e outras modificações podem ser efetuadas às modalidades à luz da descrição detalhada acima. De modo geral, nas reivindicações que se seguem, os termos utilizados não devem ser interpretados de modo a limitar as reivindicações às modalidades específicas reveladas no relatório descritivo e nas reivindicações, devendo, no entanto, ser interpretados de modo a incluir todas as possíveis modalidades juntamente com o escopo completo dos equivalentes aos quais tais reivindicações são designadas. Consequentemente, as reivindicações não são limitadas pela descrição.

Claims (15)

1. Composição de bismuto-tiol CARACTERIZADA pelo fato de que compre-ende uma pluralidade de micropartículas sólidas que compreende um composto de bismuto-tiol (BT), 80% a 100% das ditas micropartículas tendo um diâmetro médio volumétrico de 0,4 μm a 5 μm, em que o composto de BT é BisEDT.
2. Composição de bismuto-tiol, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de que 85% a 100% das ditas micropartículas têm um diâmetro médio volumétrico de 0,4 μm a 5 μm.
3. Composição de bismuto-tiol, de acordo com a reivindicação 2, CARACTERIZADA pelo fato de que 90% a 100% das ditas micropartículas têm um diâmetro médio volumétrico de 0,4 μm a 5 μm.
4. Composição de bismuto-tiol, de acordo com a reivindicação 3, CARACTERIZADA pelo fato de que 95% a 100% das ditas micropartículas têm um diâmetro médio volumétrico de 0,4 μm a 5 μm.
5. Composição de bismuto-tiol, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de que as ditas micropartículas tâm um diâmetro médio volumétrico de 0,7 μm a 4 μm.
6. Composição de bismuto-tiol, de acordo com a reivindicação 5, CARACTERIZADA pelo fato de que as ditas micropartículas têm um diâmetro médio volumétrico de 1 μm a 3 μm.
7. Método para preparar a composição de bismuto-tiol, como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 6, o dito método CARACTERIZADO pelo fato de que compreende as etapas de: (a) misturar, sob condições e por um período de tempo suficientes para obter uma solução que seja substancialmente livre de um precipitado sólido, (i) uma solução aquosa ácida que compreende um sal de bismuto compreendendo bismuto a uma concentração de 50 mM a 1M e que seja desprovida de um solubilizador orgânico, polar ou hidrofílico, com (ii) etanol em uma quantidade suficiente para obter uma mistura que compreende 25% de etanol em volume; e (b) adicionar à mistura de (a) uma solução etanólica compreendendo 1,2- etano ditiol para obter uma solução de reação, em que o 1,2-etano ditiol está presente na solução de reação a uma razão molar de 1:3 a 3:1 em relação ao bismuto, sob condições e por um período de tempo suficientes para a formação de um precipitado que compreende as micropartículas compreendendo o composto de BT.
8. Método, de acordo com a reivindicação 7, CARACTERIZADO pelo fato de que um ou dois de: (a) o sal de bismuto é Bi(NO3)3; ou (b) a solução aquosa ácida compreende de 0,5% a 5% de ácido nítrico em peso.
9. Método, de acordo com a reivindicação 7, CARACTERIZADO pelo fato de que compreende adicionalmente recuperar o precipitado para remover impurezas.
10. Uso da composição de bismuto-tiol, como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 6, CARACTERIZADO pelo fato de que é para a fabricação de um medicamento para o tratamento de infecção de uma superfície do tecido epitelial por um patógeno bacteriano.
11. Uso, de acordo com a reivindicação 10, CARACTERIZADO pelo fato de que: (a) o patógeno bacteriano é selecionado do grupo que consiste em Staphylococcus aureus (S. aureus), MRSA (S. aureus resistente à meticilina), Staphylococcus epidermidis, MRSE (S. epidermidis resistente à meticilina), Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium avium, Pseudomonas aeruginosa, P. aeruginosa resistente à droga, Escherichia coli, E. coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrágica, Klebsiella pneumoniae, Clostridium difficile, Heliobacter pylori, Legionella pneumophila, Enterococcus faecalis, Enterococcus faecalis suscetível à meticilina, Enterobacter cloacae, Salmonella typhimurium, Proteus vulgaris, Yersinia enterocolitica, Vibrio cholera, Shi-gella flexneri, Enterococcus resistente à vancomicina (VRE), complexo da Burkholde- ria cepacia, Francisella tularensis, Bacillus anthracis, Yersinia pestis, e Acinetobacter baumannii, e/ou (b) o patógeno bacteriano exibe resistência à antibiótico, e/ou (c) o patógeno bacteriano exibe resistência a um antibiótico que é selecionado do grupo que consiste em meticilina, vancomicina, naficilina, gentamicina, ampicilina, cloranfenicol, doxiciclina e tobramicina, e/ou (d) a superfície do tecido epitelial compreende um tecido que é selecionado do grupo que consiste em epiderme, derme, trato respiratório, trato gastrointestinal e mucosas glandulares, e/ou (e) a etapa de contato é realizada uma ou uma pluralidade de vezes e com-preende uma dentre aspersão, irrigação, imersão e pintura da superfície do tecido epitelial, ou compreende uma dentre inalação, ingestão e irrigação oral, ou compre-ende administrar por uma via que é selecionada a partir de topicamente, intraperito- neamente, oralmente, parenteralmente, intravenosamente, intra-arterialmente, trans- dermalmente, sublingualmente, subcutaneamente, intramuscularmente, transbucal- mente, intranasalmente, via inalação, intraocularmente, intra-auricularmente, intra- ventricularmente, subcutaneamente, intra-adiposamente, intra-articularmente e intra- tecamente.
12. Uso, de acordo com a reivindicação 11, CARACTERIZADO pelo fato de que o patógeno bacteriano exibi resistência a um antibiótico que é selecionado a partir do grupo que consiste em meticilina, vancomicina, naficilina, gentamicina, ampicilina, cloranfenicol, doxiciclina, tobramicina, clindamicina e gatifloxina.
13. Uso da composição de bismuto-tiol, como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 6, CARACTERIZADO pelo fato de que é para a fabricação de um medicamento para o tratamento de infecção de uma ferida aguda, uma ferida crônica ou uma ferida de uma superfície do tecido epitelial por um biofilme bacteriano formado por um patógeno bacteriano, em que o medicamento é formulado para aplicação a um local da ferida ou superfície do tecido epitelial.
14. Uso, de acordo com a reivindicação 13, CARACTERIZADO pelo fato de que o medicamento compreende um antibiótico que é selecionado do grupo que consiste em um antibiótico aminoglicosídeo, um antibiótico carbapenem, um antibiótico cefalosporina, um antibiótico fluorquinolona, um antibiótico penicilina resistente à pe- nicilinase, um antibiótico aminopenicilina, meticilina, vancomicina, naficilina, gentami- cina, ampicilina, cloramfenicol, doxiciclina, tobramicina, clindamicina e gatifloxacina, por exemplo, em que o antibiótico é um antibiótico aminoglicosídeo que é selecionado do grupo que consiste em amicacina, arbecacina, gentamicina, canamicina, neomi- cina, netilmicina, paramomicina, rodoestreptomicina, estreptomicina, tobramicina e apramicina.
15. Uso, de acordo com a reivindicação 13, CARACTERIZADO pelo fato de que a ferida aguda, ferida crônica ou ferida de uma superfície do tecido epitelial por um biofilme bacteriano contém uma infecção bacteriana compreendendo uma dentre (i) bactérias gram positivas, (ii) bactérias gram negativas e (iii) ambas (i) e (ii); e em que: (i) se a infecção bacteriana compreender bactérias gram positivas, então a formulação compreende quantidades terapeuticamente eficazes de um composto de BT e um antibiótico que é rifamicina, (ii) se a infecção bacteriana compreender bactérias gram negativas, então a formulação compreende quantidades terapeuticamente eficazes de um composto de BT e amicacina, (iii) se a infecção bacteriana compreender tanto bactérias gram positivas quanto bactérias gram negativas, então a formulação compreende quantidades tera- peuticamente eficazes de um ou uma pluralidade de compostos de BT, rifamicina e amicacina.
BRPI1007885-1A 2009-02-03 2010-02-03 Composição de bismuto-tiol, método para preparar dita composição e usos da mesma para o tratamento de infecção de uma superfície do tecido epitelial ou de uma ferida aguda, ferida crônica ou ferida de uma superfície do tecido epitelial por um biofilme bacteriano formado por um patógeno bacteriano BRPI1007885B1 (pt)

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