BRPI0711263B1 - Method of manufacturing a product in alloy alloy and product worked in 2xxx league - Google Patents

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Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE UM PRODUTO TRABALHADO EM LIGA DE ALUMÍNIO E PRODUTO TRABALHADO EM LIGA 2XXX
DOMÍNIO TÉCNICO DA INVENÇÃO
[001] A presente invenção refere-se aos produtos corroídos e aos elementos de estrutura, notadamente para construção aeronáutica, em liga de alumínio. Os produtos corroídos podem ser produtos laminados (tais como chapas finas, chapas médias, chapas espessas), produtos fiados (tais como barras, perfilados, tubos ou fios), e produtos forjados. ESTADO DA TÉCNICA
[002] Os elementos estruturais monolíticos metálicos com propriedades variáveis no espaço apresentam um interesse considerável no contexto atual da indústria aeronáutica. Com efeito, os elementos estruturais são submetidos a um feixe de esforços contraditórios que necessitam das escolhas particulares sobre os materiais e as condições de transformação, o que pode levar a compromissos pouco satisfatórios. Além disso, a substituição das etapas de ligação mecânica, longas e onerosas por etapas mais econômicas de usinagem integral de elementos monolíticos se acha limitada pela possibilidade de se conseguirem no meio de um elemento monolítico as propriedades as mais vantajosas em cada zona geométrica. Seria, portanto, muito interessante realizar elementos estruturais monolíticos tendo propriedades variáveis no espaço, de modo a se conseguir, em cada zona, um compromisso ótimo de propriedades, beneficiando-se das vantagens econômicas dos processos de usinagem integral. Todavia, nenhum processo de fabricação de elemento estrutural monolítico metálico com propriedades variáveis no espaço foi industrializado até hoje, pois numerosos problemas de custo e de confiabilidade são encontrados.
[003] Assim, vários processos foram propostos na técnica anterior para realizar elementos estruturais monolíticos metálicos com pro- priedades variáveis no espaço.
[004] Uma primeira solução proposta é de realizar, quando do reveni-do, um tratamento térmico diferente entre as extremidades do elemento estrutural.
[005] FR 2 707 092 (Pechiney Rhenalu) descreve um processo de fabricação de produtos com endurecimento estrutural, possuindo propriedades variáveis de forma contínua em pelo menos uma direção, na qual o revenido é feito, levando uma das extremidades do produto a uma temperatura T e a outra extremidade a uma temperatura t em um forno específico, compreendendo uma câmara quente e uma câmara fria ligadas por uma bomba de calor.
[006] WO 2005/0988072 (Pechiney Rhenalu) descreve um processo de fabricação no qual pelo menos uma etapa do tratamento de revenido é feita em um forno com perfil térmico controlado, comportando pelo menos duas zonas ou grupos de zonas ou grupos de zonas e Z2, com temperaturas iniciais Ti e T2 no qual o comprimento das duas zonas é de pelo menos um metro.
[007] Esses processos limitam as variações de propriedades com propriedades que podem ser modificadas de forma compatível, quando de um revenido. No caso das ligas sem tratamento térmico, esse tipo de processo não pode ser utilizado. Da mesma forma, no caso das ligas da família 2XXX, para as quais existem numerosas peças vendidas no estado T3 ou T4 (não-revenido) não é possível obter elementos tendo propriedades variáveis por esse processo.
[008] Por outro lado, perfilados que comportam em um mesmo plano perpendicular ao comprimento uma zona entre as nervuras que têm uma microestrutura que apresenta uma textura fibra mais desenvolvida, de forma a diminuir a velocidade de propagação de fissura são descritos no pedido de patente US 2003/226935.
[009] Em uma outra abordagem, foi proposto soldar duas peças em ligas diferentes, antes de usinar a peça resultante. O elemento estrutural obtido, mesmo se apresentar uma continuidade de matéria e propriedades variáveis no espaço, não poderá, todavia, ser considerado como um elemento estrutural monolítico, em razão da zona soldada. O pedido PCT WO 98/58759 (British Aerospace) descreve assim uma pequena esfera híbrida formada a partir de uma liga 2000 e de uma liga 7000 por soldagem por atrito-malaxagem, a partir da qual é usinada uma longarina. O pedido de patente EP 1 547 720 A1 (Airbus UK) descreve um método de ligação por soldagem de duas peças tipicamente obtidas a partir de ligas diferentes, de forma a realizar, após usinagem uma peça estrutural para aplicações aeronáuticas, tais como uma longarina.
[0010] Na indústria aeronáutica, o problema é em parte resolvido, fazendo-se localmente variar a espessura dos elementos estruturais com propriedades homogêneas no espaço, de forma a lhe permitir resistir no nível local de esforço. A variação de espessura é geralmente obtida por ligação ou por usinagem.
[0011] CA 2 317 366 (Airbus Deutschland) descreve, por exemplo, a fabricação de elementos de fuselagem por soldagem de chapas de diversas espessuras. Pode-se também pensar em obter diretamente por laminação chapas de espessura variável, de forma a evitar as etapas de ligação e os problemas técnicos e econômicos associados. Variações de espessura são consideráveis na direção longitudinal ou na direção transversa (vide, por exemplo, R. Kopp, C. Wiedner e A Meyer, International Sheet Metal Review, Julho/Agosto 2005, página 20 a 24).
[0012] A realização de chapas de espessura variável foi, por outro lado, considerada por diversos métodos, para resolver outros problemas técnicos. As cintas "sob medida" ("tailored blanks") são assim conhecidas na siderurgia e permitem economizar matéria, quando das etapas de enformação.
[0013] JP 11-192502 (Nippon Steel) descreve assim um processo que permite obter uma cinta de aço, cuja espessura e cujas características mecânicas estáticas variam na largura.
[0014] WO 00/21695 (Thyssen Krupp) descreve um processo que permite conseguir seções de espessura variável na direção da lamina-gem no meio de uma cinta metálica, essas seções apresentando propriedades mecânicas diferentes.
[0015] A modificação da geometria das chapas, caso ela se justifique para realizar economias de matérias, apresenta, todavia, inconvenientes em termos de fabricação, de controle, de manutenção e não permite uma transferência rápida direta para os processos existentes nos fabricantes de aviões.
[0016] O problema ao qual responde a presente invenção é de desenvolver um processo para a fabricação de produtos corroídos e de elementos de estrutura monolíticas em liga de alumínio, notadamente para a construção aeronáutica, apresentando propriedades de emprego variáveis no espaço, apresentando características geométricas i-dênticas àquelas dos produtos e elementos atuais, que seja suficientemente econômica e controlável, que permita fazer variar no espaço as propriedades de emprego de elementos de estrutura, cujo processo de fabricação não necessita necessariamente de revenido e que permita fazer variar as propriedades de emprego de elementos de estrutura com diferentes posições de seu comprimento.
OBJETO DA INVENÇÃO
[0017] Um primeiro da presente invenção é um processo de fabricação de um produto trabalhado ou de um elemento de estrutura multifuncional monolítica em liga de alumínio, compreendendo uma etapa de transformação a quente, caracterizado pelo fato de, posteriormente à transformação a quente, ele compreender também pelo menos uma etapa de transformação por deformação plástica a frio, na qual se im- põem em pelo menos duas zonas do elemento de estrutura deformações plásticas generalizadas medianas diferentes de pelo menos 2% e preferencialmente diferentes de pelo menos 3%.
[0018] Um segundo objeto da invenção é um produto trabalhado ou um elemento de estrutura em liga 2XXX no estado T3X capaz de ser obtido pelo processo, de acordo com a invenção.
[0019] Um terceiro objeto da invenção é um produto trabalhado ou um elemento de estrutura em liga 2XXX, contendo lítio no estado T8X capaz de ser obtido pelo processo, de acordo com a invenção. DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[0020] A figura 1 mostra, de maneira esquemática, um modo de realização da invenção, no qual três zonas situadas em uma posição diferente na direção L sofrem deformações plásticas diferentes por tração controlada, graças a um deslocamento da trava do banco de tração.
[0021] A figura 2 mostra, de maneira esquemática, um modo de realização da invenção, no qual três zonas situadas em uma posição diferente na direção L sofrem deformações plásticas diferentes por tração controlada graças a uma variação da seção.
[0022] A figura 3 mostra, de maneira esquemática, um modo de realização da invenção, no qual três zonas situadas em uma posição diferente na direção L sofrem deformações plásticas diferentes por la-minação a frio, graças a uma variação da espessura, antes da lamina-ção.
[0023] A figura 4 mostra, de maneira esquemática, um modo de realização da invenção, no qual 3 zonas situadas em uma posição diferente na direção / sofrem deformações plásticas diferentes por lami-nação a frio, graças a uma variação da espessura, antes da lamina-ção.
[0024] A figura 5 mostra, de maneira esquemática, um modo de realização da invenção, no qual três zonas situadas em uma posição diferente sofrem deformações plásticas diferentes por compressão. DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
[0025] Salvo menção contrária, todas as indicações reativas à composição química das ligas são expressas em por cento mássico. Por conseguinte, em uma expressão matemática, "0,4 Zn" significa: 0,4 vezes o teor em zinco, expresso em por cento mássico; isto se explica mutatis mutandis aos outros elementos químicos. A designação das ligas segue as regras da The Aluminum Association, conhecidas do técnico. Os estados metalúrgicos e os tratamentos térmicos são definidos na norma européia EN 515. A composição química de ligas de alumínio normalizadas é definida, por exemplo, na norma EN 573-3. Salvo menção contrária, as características mecânicas estáticas, isto é, a resistência à ruptura Rm o limite elástico Rp0,2 e o alongamento à ruptura A, são determinadas por um teste de tração, segundo a norma EN 10002-1, o local e o sentido da retirada das amostras sendo definidos na norma EN 485-1. A tenacidade KCi é medida segundo a norma ASTM E 399.
[0026] Salvo menção contrária, as definições da norma Européia EN 12258-1 se aplicam, em particular se denomina liga sem tratamento térmico uma liga que não pode ser endurecida, de forma substancial, por um tratamento térmico e liga com tratamento térmico, uma liga que pode ser endurecida por um tratamento térmico apropriado.
[0027] O termo "chapa" é utilizado no caso para produtos laminados de qualquer espessura.
[0028] Por deformação plástica a frio, entende-se no caso uma deformação plástica pela qual o material não é voluntariamente aquecido, nem antes de ser deformado, nem durante a deformação. Existem vários tipos de deformações plásticas a frio, notadamente a lami-nação a frio, a tração controlada (planage), a trefilação, o estiramento, a modelagem, o encaixe, a dobra, a compressão e a forja a frio. Por transformação a quente, entende-se uma etapa de deformação para a qual a temperatura inicial do metal é de pelo menos 200 °C.
[0029] A taxa de martelamento é definida no caso da laminação de uma espessura e0 a uma espessura e por x(%) = (e0 - e)/e, e no caso da tração de um comprimento L0 a um comprimento L por x(%) = (L-Lo)/L0.
[0030] A deformação plástica generalizada é conhecida do técnico, ela é definida, por exemplo, no manual "Enformação dos metais - Cálculos sobre a plasticidade" de P. Baque, E. Felder, J. Hyafil e Y. D'Es-catha nas edições Dunod, Paris (1973) ou na obra "Enformação dos metais e ligas" textos reunidos por B. Baudelet, editado pelas Éditions do CNRS, 1976, Paris. Por convenção, a deformação generalizada é a medida da amplitude de deformação e toma-se como valor da deformação ε aquele que corresponde a um teste de tração simples a partir do critério: [0031] são as deformações principais elementares.
[0032] No caso de uma deformação plástica, a variação de volume é nula e tem-se, portanto, άε1+άε2+άε3=0. A deformação plástica generalizada é aditiva para diferentes etapas sucessivas de deformação plástica.
[0033] No caso da laminação de uma espessura e0 a uma espessura e, na qual a deformação é plana (άε3=0, όε2=-άε1), a deformação plástica generalizada é igual a ε(%) = (2/V3)ln(e0/e).
[0034] No caso da tração de um comprimento l0 a um comprimento I, a deformação plástica generalizada é igual a ε(%) = ln(l/l0).
[0035] No caso da compressão de um comprimento l0 a um comprimento I, a deformação plástica generalizada é igual a ε(%) = ln(l/l0).
[0036] Denominar-se-á no caso deformação plástica generalizada mediana, a média da deformação plástica generalizada em um volume determinado.
[0037] O termo "usinagem" compreende qualquer processo de retirada de matéria, tal como o torneamento, a fresagem, a perfuração, a regulagem, a eletroerosão, a retificação, o polimento, a usinagem química.
[0038] O termo "produto fiado" compreende também os produtos que foram estirados, após fiação, por exemplo, por estiramento a frio através de uma fieira. Ele compreende também os produtos trefilados.
[0039] O termo "produto trabalhado" se refere a um semiproduto (isto é, um produto intermediário) pronto para ser transformado, nota-damente por serragem, usinagem e/ou enformação em elemento de estrutura. Em certos casos, o produto trabalhado pode ser utilizado diretamente como elemento de estrutura. Os produtos corroídos podem ser produtos laminados (tais como chapas finas, chapas médias, chapas espessas), produtos fiados (tais como barras, perfilados, tubos ou fios), e produtos forjados. Quando o processo de fabricação do produto trabalhado compreende uma etapa de aprisionamento por tração controlada, as extremidades da peça que se acharam sob a influência das travas do banco de tração são serradas, de forma a tornar a peça utilizável em construção mecânica.
[0040] O termo "elemento de estrutura" se refere a um elemento utilizado em construção mecânica para o qual as características mecânicas estáticas e/ou dinâmicas têm uma importância particular para o desempenho e a integridade da estrutura, e para o qual um cálculo da estrutura é geralmente prescrito ou feito. Trata-se tipicamente de uma peça mecânica, cuja falha é capaz de colocar em perigo a segurança dessa construção, de seus usuários, ou de terceiros. Para um avião, esses elementos de estrutura compreendem notadamente os elementos que compõem a fuselagem (tais como o revestimento de fuselagem (fuselage skin em inglês), os enrijecedores ou longarinas de fuselagem (stringers), os anteparos estanques (bulkheads), os quadros de fuselagem (circumferential frames), as asas (tais como o revestimento da asa (wing skin), os enrijecedores (stringers ou stiffe-ners), as nervuras (ribs) e longarinas (spars)) e a empenagem composta notadamente de estabilizadores horizontais e verticais (horizontal ou vertical stabilisers), assim como os perfilados de piso (floor be-ams), os trilhos de bancos (seat tracks) e as portas.
[0041] O termo "elemento de estrutura monolítica" se refere a um elemento de estrutura que foi obtido a partir de uma única peça de semiproduto laminado, fiado, forjado ou moldado, sem ligação, tal como rebitamento, soldagem, colagem, com uma outra peça.
[0042] O termo "elemento de estrutura multifuncional" se refere no caso principalmente às funções conferidas pelas características metalúrgicas do produto e não por sua forma geométrica.
[0043] De acordo com a invenção, o problema é resolvido por um processo de fabricação de um produto trabalhado em liga de alumínio ou de um elemento de estrutura multifuncional monolítica em liga de alumínio que compreende pelo menos uma etapa de deformação plástica a frio posterior à transformação a quente, na qual pelo menos duas zonas do produto trabalhado ou do elemento de estrutura sofrem deformações plásticas generalizadas medianas diferentes de pelo menos 2%, preferencialmente de pelo menos 3% e ainda mais preferencialmente de pelo menos 4% ou mesmo 5%. As zonas consideradas têm um volume significativo em relação ao volume total do elemento de estrutura. Vantajosamente, o volume das zonas consideradas representa pelo menos 5%, preferencialmente pelo menos 10% e mais preferencialmente pelo menos 15% do volume total do produto trabalhado ou do elemento de estrutura. De maneira vantajosa, todas as zonas do produto trabalhado ou do elemento de estrutura sofrem uma deformação plástica generalizada mínima de pelo menos 1% e, de preferência, de pelo menos 1,5%.
[0044] De forma vantajosa, o processo, de acordo com a invenção, compreende pelo menos duas etapas de transformação por deformação plástica a frio posteriores à transformação a quente.
[0045] Os processos, de acordo com a invenção, permitem realizar produtos corroídos, e elementos de estrutura tendo uma dimensão principal o comprimento final Lf na direção principal ou direção do comprimento L e uma seção final no plano perpendicular a essa direção Sf. De maneira preferida, a seção Sfé sensivelmente constante em qualquer ponto do produto trabalhado. No caso em que o produto trabalhado é uma chapa de comprimento final Lf, de largura final lf e de espessura final ef, é vantajoso que a espessura ef seja sensivelmente constante em qualquer ponto. No caso em que se trata de um produto fiado de comprimento L e de forma complexa é vantajoso que a forma seja idêntica em qualquer ponto do comprimento.
[0046] Uma usinagem pode constituir uma das últimas etapas do processo, de acordo com a invenção, de forma a se obter uma seção final e/ou uma espessura final do produto trabalhado sensivelmente constantes em qualquer ponto.
[0047] O processo, de acordo com a invenção, pode ser utilizado para elaborar produtos corroídos, de preferência chapas e perfilados, e elementos estruturais em qualquer liga de alumínio de corrosão. Em particular, a invenção pode ser utilizada com ligas sem tratamento térmico, tais como as ligas 1XXX, 3XXX, 5XXX e certas ligas da série 8XXX, e de forma particularmente vantajosa com ligas 5XXX contendo escândio, com um teor preferido de 0,001 a 5% em peso e de forma ainda mais preferida de 0,01 a 0,3% em peso. As diferenças de propriedades mecânicas resultantes das diferenças de corrosão obtidas pelo processo, de acordo com a invenção, conferem aos elementos de es- trutura obtida a partir dos produtos corroídos em liga, sem tratamento térmico, de acordo com a invenção, um caráter multifuncional.
[0048] Em uma realização vantajosa da invenção, utiliza-se uma liga de alumínio de tratamento térmico e realiza-se entre a transformação a quente e a primeira transformação por deformação plástica a frio uma etapa de tratamento térmico de solubilização, uma etapa de têmpera e opcionalmente uma etapa de revenido posterior às etapas de transformação por deformação plástica a frio. Em particular, a invenção pode ser utilizada com ligas sem tratamento térmico, tais como as ligas 1XXX, 3XXX, 5XXX e certas ligas da série 8XXX, e de forma particularmente vantajosa com ligas 5XXX contendo escândio, com um teor preferido de 0,001 a 5% em peso e de forma ainda mais preferida de 0,01 a 0,3% em peso. As diferenças de propriedades mecânicas resultantes das diferenças de corrosão obtidas pelo processo, de a-cordo com a invenção, conferem aos elementos de estrutura obtidos a partir dos produtos corroídos em liga sem tratamento térmico, de acordo com a invenção, um caráter multifuncional.
[0049] Em uma realização vantajosa da invenção, utiliza-se uma liga de alumínio com tratamento térmico, e realiza-se entre a transformação a quente e a primeira transformação por deformação plástica a frio uma etapa de tratamento térmico de solubilização, uma etapa de têmpera, e, opcionalmente, uma etapa de revenido posterior às etapas de transformação por deformação plástica a frio. Em particular, a invenção pode ser utilizada para elaborar produtos corroídos ou elementos estruturais em liga de alumínio das séries 2XXX, 4XXX, 6XXX e 7XXX, assim como em liga com endurecimento estrutural da série 8XXX, contendo lítio. No âmbito da invenção, entende-se por "liga contendo lítio" uma liga cujo teor em lítio é superior a 0,1% em peso. No caso das ligas da série 2XXX, pode-se utilizar um revenido para se obter, por exemplo, um estado T8X ou, ao contrário, utilizar um enve- Ihecimento natural para um estado T3X. A invenção é particularmente vantajosa para a realização de produtos corroídos ou de elementos de estrutura em liga 2XXX no estado T3X.
[0050] A invenção permite realizar produtos corroídos ou elementos de estrutura em liga 2XXX no estado T3X, caracterizado pelo fato de conterem pelo menos duas zonas Z1 e Z2, possuindo propriedades mecânicas (medidas à meia espessura) selecionadas no grupo formado de: Z1: Rm(L) > 500 MPa e preferencialmente Rm(L) > 520 MPa e Z2: A(L)(%) > 16% e preferencialmente A (L)(%) > 18% Z1: Rm(L) > 450 MPa e preferencialmente Rm(L) > 470 MPa e Z2: A(L)(%) > 18% e preferencialmente A (L)(%) > 20% Z1: Rm(L) > 550 MPa e preferencialmente Rm(L) > 590 MPa e Z2: A(L)(%) > 10% e preferencialmente A(L)(%) > 14% Z1: Rm(L) > 550 MPa e preferencialmente Rm(L) > 590 MPa e Z2: Kic(L-T) > 45 MPaVm e preferencialmente K1C (L-T) > 55 MPaVm.
[0051] Pode-se também obter produtos corroídos ou elementos de estrutura em liga 2XXX no estado T3X, caracterizados pelo fato de conterem pelo menos duas zonas Z1 e Z2, que têm propriedades mecânicas (medidas à meia-espessura), nas quais: Rp0i2, medido no sentido L ou no sentido LT apresenta um desvio Rpol2(zi)- Rp02(Z2) de pelo menos 50 MPa e preferencialmente de pelo menos 70 MPa e/ou Rm, medido no sentido L ou no sentido LT apresenta um desvio Rm(Z1) - Rm (Z2) de pelo menos 20 MPa e preferencialmente de pelo menos 30 MPa e/ou K1C, medido no sentido L-T apresenta um desvio K1C (Z1) - K1C (Z2) de pelo menos 5 MPaVm e preferencialmente de pelo menos 15 MPaVm.
[0052] A invenção permite também obter produtos corroídos ou elementos de estrutura de liga 2XXX, contendo lítio no estado T8X, caracterizados pelo fato de conterem pelo menos duas zonas Z1 e Z2, possuindo propriedades mecânicas selecionadas no grupo formado de: Z1: Rm(L) > 630 MPa e preferencialmente Rm(L) > 640 Mpa e Z2: A(L)(%) > 8% e preferencialmente A (L)(%) > 9% Z1: Rm(L) > 640 MPa e preferencial mente Rm(L) > 650 MPa e Z2: A(L)(%) > 7% e preferencialmente A (L)(%) > 8% Z1: Rm(L) > 630 MPa e preferencialmente Rm(L) > 640 MPa e Z2: K1C(L-T) > 25 MPaVm e preferencialmente K1C (L-T) > 30 MPaVm [0053] No caso das ligas artificialmente envelhecidas e mais particularmente, das ligas da série 7XXX e de certas ligas da série 2XXX, a deformação plástica a frio feita após as etapas de tratamento térmico de solubilização e têmpera permite modificar a cinética de revenido. Assim, as zonas que sofrem deformações plásticas generalizadas medianas diferentes atingirão, quando do revenido, estados metalúrgicos diferentes, o que conferirá ao elemento de estrutura um caráter multifuncional. Em uma realização vantajosa da invenção que se aplica a todas as ligas com tratamento térmico, que sofrem um revenido, faz-se o revenido em um forno que apresenta um gradiente de temperatura, de forma a amplificar as diferenças de propriedades entre as extremidade do elemento de estrutura.
[0054] Em uma primeira variante da invenção, pelo menos as duas zonas do produto trabalhado ou do elemento de estrutura que sofre deformações plásticas generalizadas medianas diferentes de pelo menos 2% ficam situadas em uma posição diferente na direção principal ou de comprimento L. Nesse caso, as zonas consideradas têm, de maneira vantajosa, uma seção Sz no plano perpendicular à direção L igual à seção do produto trabalhado nesse plano. Em particular, quando a seção Sf, do produto trabalhado é sensivelmente constante, a se- ção Sz é de maneira vantajosa sensivelmente igual a Sf. Nessa primeira variante, o comprimento dessas zonas na direção L é preferencialmente de pelo menos 1me, de maneira preferida, de pelo menos 5m.
[0055] De maneira vantajosa, o processo, de acordo com a invenção, comporta na primeira variante pelo menos uma etapa de deformação plástica a frio por tração controlada. A tração controlada é, de maneira habitual, utilizada para realizar uma aplainamento ou uma correção e para liberar os esforços residuais. Em um modo de realização da invenção, uma etapa de tração controlada, na qual uma das extremidades do produto intermediário sobre o qual é feita a tração controlada ultrapassa significativamente as travas do banco de tração, pode também ser utilizada para gerar deformações plásticas generalizadas medianas diferentes entre duas zonas do produto trabalhado.
[0056] A figura 1 ilustra um modo de realização da invenção, no qual 3 etapas de tração controlada são realizadas sucessivamente. O produto intermediário (2) de comprimento inicial útil (isto é, situado entre as travas) L0está em uma primeira etapa A tracionado em seu conjunto, o que permite aplainá-lo e/ou corrigi-lo. Ele atinge assim um primeiro comprimento intermediário útil U e a deformação plástica generalizada mediana é igual a ε-ι (%) = lm (U / L0) para a parte situada entre as travas (21) da peça (2). Pelo menos uma das travas (1) do banco de tração é, então, deslocada, conforme indicado na figura 1, de forma que uma das extremidades da peça ultrapassa significativamente travas e que o comprimento da peça compreendido entre as travas seja L|. Uma segunda etapa de tração controlada B é então efetuada sobre a zona da peça situada entre as travas, de forma a se obter um segundo comprimento intermediário útil Li2 do elemento e, portanto, fazer passar a zona (22) compreendida entre as travas do comprimento L| ao comprimento Li2- Ln + L(. Essa zona sofre, portanto, no decorrer da segunda etapa uma deformação generalizada média igual a ε2 (%) = 1n ((l_i2 - Ln + L|) / L|). Opcionalmente, pelo menos uma das travas pode de novo ser deslocada, de forma a realizar pelo menos uma terceira etapa de tração sobre uma parte de comprimento L2. No caso esquematizado na figura 1, essa terceira etapa C permite conseguir um comprimento final útil Lf e a zona (23) situada entre as travas vê seu comprimento aumentado de Lf - Li2 e sofre, portanto, no decorrer dessa terceira etapa uma deformação generalizada mediana igual a £3(%) = ln(Lf - Li2 + L2)/L2). Em uma quarta etapa D, as extremidades da peça que se achavam sob a prisão das travas do banco de tração, quando da etapa A são serradas. No caso da figura 1, as quatro etapas permitem assim obter um produto trabalhado comportando três zonas Z11, Z12 e Z13, cuja deformação plástica generalizada mediana é, respectivamente, de sn = ει, ε12 = ε-ι + ε2 e ε13 =^ + ^2 + ε3. A operação pode ser repetida tantas vezes quanto for necessário, de forma a se conseguir uma diferença de deformação plástica generalizada mediana de pelo menos 2% entre pelo menos duas zonas situadas em uma posição diferente na direção principal L.
[0057] O processo que utiliza trações sucessivas descrito pela figura 1 pode ser aplicado às chapas conforme aos produtos fiados.
[0058] A figura 2 descreve um outro modo de realização da primeira variante da invenção. Nesse modo de realização, realiza-se por ci-salhamento, rebitamento, usinagem ou qualquer outro método apropriado um produto intermediário, tendo uma seção variável na direção do comprimento L. Na figura 2, o produto intermediário assim obtido tem um comprimento inicial L0 e três zonas de seção diferentes S-ι, S2 e S3. Quando da etapa de tração desse produto intermediário de seção variável, as deformações sofridas por essas zonas diferentes.
[0059] Em um outro modo de realização da invenção que se aplica de maneira preferida à fabricação de chapas, pelo menos uma etapa de deformação plástica a frio é realizada por compressão. Esse modo de realização é ilustrado pela figura 5.
[0060] Ainda em um outro modo de realização da primeira variante da invenção que se aplica apenas à fabricação de chapas, o processo, de acordo com a invenção, compreende uma etapa de laminação a frio, na qual a espessura da chapa é variável à entrada do laminador e sensivelmente constante à saída do laminador. A figura 3 ilustra um modo de realização no qual uma chapa apresentando três zonas Z31, Z32 e Z33 de espessuras respectivas e^ e2 e e3 e um comprimento inicial l_o sofre uma etapa de laminação a frio entre dois cilindros (5) levando a uma espessura final ef. As deformações plásticas generalizadas medianas sofridas pelas diferentes zonas Z31, Z32 e Z33 são respectivamente ε31(%) = (2λ/3) In (eΛ / ef), ε32(%) = (2λ/3) In (e2 / ef) e ε33(%) = (2V3) In (e3/ ef).
[0061] A chapa que apresenta uma espessura variável na direção L necessária no modo de realização descrito pela figura 3 pode ser obtida, por exemplo, modificando-se no decorrer da laminação a quente o visado de espessura. Em um outro modo de realização, essa chapa de espessura variável pode ser obtida por usinagem de uma chapa de espessura constante oriunda da etapa de laminação a quente. A figura 3 descreve um modo de realização no qual a variação de espessura é obtida sobre uma única face, a outra face permanecendo plana. Pode-se também fazer variar a espessura sobre as duas faces e não manter face plana.
[0062] Ainda em um outro modo de realização, da primeira variante da invenção que se aplica apenas à fabricação de chapas, o processo, de acordo com a invenção, compreende uma etapa de laminação a frio, na qual a espessura da chapa é sensivelmente constante à entrada do laminador e variável na direção L à saída do laminador e uma etapa subseqüente de usinagem que permite obter uma espessura sensivelmente constante em qualquer ponto.
[0063] Em uma segunda variante da invenção, unicamente destinada à fabricação de chapas que têm uma dimensão principal ou de comprimento na direção L, uma dimensão transversal ou de largura na direção / e uma dimensão de espessura na direção e, as zonas do e-lemento de estrutura que sofre deformações plásticas generalizadas medianas diferentes de pelo menos 2% ficam situadas em uma posição diferente na direção transversal /. Nesse caso, as zonas consideradas têm, de maneira vantajosa, uma espessura ez na direção da espessura e igual à espessura do produto trabalhado. Em particular, quando a espessura ef do produto trabalhado é sensivelmente constante, a espessura ez, de maneira vantajosa, sensivelmente igual a ef.
[0064] Nessa segunda variante, a largura dessas zonas é preferencialmente de pelo menos 0,2 m e de maneira preferida de pelo menos 0,4 m.
[0065] Em um modo de realização dessa segunda variante, o processo, de acordo com a invenção, comporta uma etapa de laminação a frio, na qual a espessura da chapa é variável na direção transversal / à entrada do laminador e é sensivelmente constante à saída do lami-nador. A variação de espessura da chapa pode ser notadamente obtida por laminação a quente, por usinagem à saída da laminação a quente ou por forjamento. Esse modo de realização é ilustrado na figura 4, no qual uma chapa, cuja espessura é de e1 para as zonas situadas nas extremidades do elemento na direção / é de e2 para a zona situada no centro na direção I é laminada na direção L até uma espessura sensivelmente homogênea ef. As deformações plásticas generalizadas medianas sofridas pelas diferentes zonas Z41, Z42 e Z43 são respectivamente e41 (%) = (2V3) In (ei / ef), e42 (%) = (2λ/3) In (e2 / ef) e e43 (%) = e4i (%) = (2λ/3) In (ei / ef). A realização na qual as zonas Z41 e Z43 têm a mesma espessura inicial é vantajosa, todavia um modo de realização, no qual as espessuras são diferentes é também possível.
[0066] Ainda em um outro modo de realização da segunda variante da invenção, que só se aplica à fabricação de chapas, o processo, de acordo com a invenção, compreende uma etapa de laminação a frio, na qual a espessura da chapa é sensivelmente constante à entrada do laminador e variável na direção / à saída do laminador e uma etapa subsequente da usinagem que permite obter uma espessura sensivelmente constante em qualquer ponto.
[0067] A figura 5 descreve um outro modo de realização no qual uma compressão é feita com o auxílio de uma ferramenta (6) que se desloca na direção simbolizada por uma seta. No decorrer de uma primeira etapa, a espessura é reduzida de e0 a e^ depois durante uma segunda etapa de ei a e2 sobre uma parte do elemento de estrutura, depois enfim no decorrer de uma terceira etapa de e2 a e3, o que define três zonas Z51, Z52 e Z53. Uma etapa final de usinagem permite obter uma espessura final ef sensivelmente igual em qualquer ponto. Pode-se também usinar a chapa com espessuras diferentes, depois comprimi-la, de forma a se conseguir uma espessura constante em qualquer ponto.
Exemplo 1: [0068] Nesse exemplo, obteve-se uma chapa que tem propriedades variáveis no espaço 25 mm em liga AA2023.
[0069] Fabricou-se uma chapa de um comprimento de 30 metros, de uma largura de 2,5 metros e de uma espessura de 28,2 mm por laminação a quente de uma placa de laminação.
[0070] A composição da liga utilizada é dada na Tabela 1 abaixo: Tabela 1: composição da placa de laminação em liga AA2023 (% em massa] [üü/lj A placa de laminação foi homogeneizada durante 12 horas a 500°C. A temperatura de entrada da laminação a quente era de 460°C.
[0072] Após laminação a quente, a chapa foi usinada conforme indicado na figura 3, de forma a serem obtidas três zonas Z31, Z32 e Z33, de um comprimento igual a 10 metros, tendo as seguintes espessuras: Zona Z31: 28,1 mm Zona Z32: 26,3 mm Zona Z32: 26,3 mm Zona Z33: 25,5 mm [0073] A chapa foi então submetida a tratamento térmico de solu-bilização a 500 °C e temperada.
[0074] A chapa foi em seguida laminada a frio, de forma a se obter uma espessura sensivelmente constante de 25,5 mm sobre o conjunto da chapa, depois sofreu uma tração controlada com um alongamento permanente de aproximadamente 2% ao final da qual as extremidades da peça que se achavam sob a prisão das travas do banco de tração foram serradas.
[0075] A etapa de laminação levou a zona Z31 a atingir um comprimento de 11 metros aproximadamente.
[0076] As deformações feitas nas diferentes zonas são resumidas na tabela 2 abaixo: Tabela 2: taxa de martelamento e deformação generalizada nas zonas Z31. Z32 e Z33.
[0077] Amostras foram retiradas nas zonas Z31, Z32 e Z33, de forma a caracterizar a chapa obtida. Os resultados dos testes mecânicos são fornecidos na tabela 3, abaixo: Tabela 3: resultados dos testes feitos nas zonas Z31, Z32 e Z33.
[0078] O processo, de acordo com a invenção, permite conseguir compromissos de propriedades diferentes nas zonas Z31, Z32 e Z33. Assim, a zona Z31 é caracterizada por uma resistência mecânica elevada, em detrimento de um alongamento limitado, enquanto que a zona Z33 se distingue por um alongamento importante, mas para uma resistência mecânica estática menor.
Exemplo 2: [0079] Nesse exemplo, obteve-se uma chapa que tem propriedades variáveis no espaço de espessura 15 mm em liga AA2024.
[0080] Fabricou-se uma chapa de um comprimento de 30 metros, de uma largura de 2,5 metros e de uma espessura de 16,8 mm por laminação a quente de uma placa de laminação.
[0081] A composição da liga utilizada na tabela 4 abaixo: Tabela 4: composição da placa de laminação em liga AA2024A (% em massaV.
[0082] A placa de laminação foi homogeneizada, depois laminada a quente.
[0083] Após laminação a quente, a chapa foi usinada conforme descrito na figura 3, de forma a serem obtidas três zonas Z31, Z32 e Z33, de um comprimento igual a 10 metros, tendo as seguintes espes- suras: Zona Z31: 16,7 mm Zona Z32: 15,9 mm Zona Z33: 15,3 mm.
[0084] A chapa foi então submetida a tratamento térmico de solu-bilização a 500 °C e temperada.
[0085] A chapa foi então laminada a frio, de forma a se conseguir uma espessura sensivelmente constante de 15,3 mm sobre o conjunto da chapa, depois sofreu uma tração controlada com um alongamento permanente de aproximadamente 2% ao final da qual as extremidades da peça que se achavam sob a prisão das travas do banco de tração foram serradas.
[0086] A etapa de laminação levou a zona Z31 a atingir um comprimento de 10,9 metros aproximadamente.
[0087] As deformações realizadas nas diferentes zonas são resumidas na tabela 5 abaixo: Tabela 5: taxa de martelamento e deformação generalizada nas zonas Z31. Z32 e Z33.
[0088] Amostras foram retiradas nas zonas Z31, Z32 e Z33, de forma a caracterizar a chapa obtida. Os resultados dos testes mecânicos são fornecidos na tabela 6, abaixo: [0089] O processo, de acordo com a invenção, permite conseguir compromissos de propriedades diferentes nas zonas Z31, Z32 e Z33. Assim, a zona Z31 é caracterizada por uma resistência mecânica elevada, em detrimento de um alongamento limitado, enquanto que a zona Z33 se distingue por um alongamento importante, mas para uma resistência mecânica estática menor.
Exemplo 3: [0090] Nesse exemplo, obteve-se um perfilado que tem propriedades variáveis no espaço de seção 170 x 45 mm em liga AA2027.
[0091] Fabricou-se um perfilado com um comprimento de 15 metros, de uma seção de 170 x 45 mm por extrusão a quente de uma esfera de fiação.
[0092] A composição da liga utilizada é dada na Tabela 7 abaixo: Tabela 7: composição da placa de laminação em liga AA2027 (% em massa) [0093] A esfera de fiação foi homogeneizada a 490 °C e extrudada a quente.
[0094] Após fiação, o perfilado foi submetida a tratamento térmico de solubilização a 500 °C e temperado.
[0095] Então, ele sofreu uma primeira etapa controlada com um alongamento permanente de 2,8%. Uma das travas do banco de tração foi, então, deslocada conforme indicado na figura 1, de forma que uma das extremidades do perfilado ultrapassa as travas. Uma segunda etapa de tração foi então efetuada sobre os dois terços do perfil (zona Z11 e Z12) situados entre as travas com um alongamento per- manente de 5,6%. A trava deslocada na segunda etapa foi então de novo deslocada, de forma que um terço do perfilado (zona Z11) fique situado entre as travas. Uma terceira etapa de tração foi efetuada com um alongamento permanente de 2,4%. As extremidades da peça que se achavam sob a prisão das travas do banco de tração, quando da primeira etapa de tração foram em seguida serradas. Obteve-se assim um perfilado que apresenta três zonas, Z11, Z12 e Z13 de um comprimento sensivelmente igual e apresentando deformações por tração diferentes.
[0096] As deformações feitas nas zonas são resumidas na tabela 8 abaixo: Tabela 8: taxa de martelamento e deformação generalizada nas zonas Z11, Z12eZ13.
[0097] Amostras foram retiradas nas zonas Z11, Z12 e Z13, de forma a caracterizar o perfilado. Os resultados dos testes mecânicos são fornecidos na tabela 9, abaixo: Tabela 9: resultados dos testes mecânicos feitos nas zonas Z11, Z12 e Z13.
[0098] O processo, de acordo com a invenção, permite conseguir compromissos de propriedades diferentes nas zonas Z11, Z12 e Z13.
Assim, a zona Z11 é caracterizada por uma resistência mecânica elevada, em detrimento de um alongamento e de uma tenacidade limitados, enquanto que a zona Z13 se distingue por um alongamento e uma tenacidade importantes, mas para uma resistência mecânica estática menor.
Exemplo 4: [0099] Nesse exemplo, obteve-se uma chapa que tem propriedades variáveis no espaço de espessura 30 mm em liga AA2195.
[00100] Fabricou-se uma chapa de um comprimento de 30 metros, de uma largura de 2,5 metros e de uma espessura de 33 mm por lami-nação a quente de uma placa de laminação.
[00101] A composição da liga utilizada é dada na tabela 10 abaixo: Tabela 10: composição da placa de laminação em liga AA2195 (% em massa) [00102] A placa de laminação foi homogeneizada, depois laminada a quente. A chapa foi então submetida a tratamento térmico de solubi-lização a 510 °C e temperada.
[00103] Uma metade da zona (zona G) foi em seguida laminada a frio até a espessura de 30 mm, enquanto que a outra metade sofreu uma tração controlada em trava defasadas de 2,5% (zona H).
[00104] A chapa foi em seguida usinada, de forma a se obter uma espessura sensivelmente constante de 30 mm sobre o conjunto da chapa, depois sofreu uma tração controlada com um alongamento permanente de aproximadamente 1,5% no final da qual as extremidades da peça que se achavam sob a prisão das travas do banco de tração foram serradas.
[00105] As deformações feitas nas diferentes zonas são resumidas na tabela 11 abaixo: Tabela 11: Taxa de martelamento e deformação generalizada nas zonas G e H
[UUlübj Amostras toram retiradas nas zonas u e H, de torma a caracterizar a chapa obtida. Os resultados dos testes mecânicos são fornecidos na tabela 12, abaixo: Tabela 12: resultados dos testes mecânicos feitos nas zonas G e H
[00107] O processo, de acordo com a invenção, permite conseguir compromissos de propriedades diferentes nas zonas G e H. Assim, a zona G é caracterizada por uma resistência mecânica elevada, em detrimento de um alongamento e de uma tenacidade limitados, enquanto que a zona H se distingue por um alongamento e uma tenacidade mais consideráveis, mas para uma resistência mecânica estática menor.
REIVINDICAÇÕES

Claims (33)

1. Processo de fabricação de um produto trabalhado em liga de alumínio, o processo compreendendo sucessivamente : - uma etapa de transformação a quente, caracterizado pelo fato de compreender ainda: - opcionalmente e no caso em que a liga é uma liga com tratamento térmico, uma etapa de tratamento térmico de solubilização e uma etapa de têmpera, - e pelo menos uma etapa de transformação por deformação plástica a frio, na qual se impõem em pelo menos duas zonas desse produto trabalhado deformações plásticas generalizadas medianas diferentes de pelo menos 2%, e preferencialmente diferentes de pelo menos 3%.
2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos duas etapas de transformação por deformação plástica a frio posteriores à transformação a quente.
3. Processo, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que compreende uma etapa de revenido posterior à(s) etapa(s) de transformação por deformação plástica a frio.
4. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 3, caracterizado pelo fato de que o dito produto trabalhado tem uma dimensão principal ou de comprimento na direção L e no qual pelo menos essas duas zonas ficam situadas em uma posição diferente da dita direção principal L.
5. Processo, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que o dito produto trabalhado tem uma seção final Sf no plano perpendicular à direção L e no qual essa seção Sf é sensivelmente constante em qualquer ponto desse produto trabalhado.
6. Processo, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que essas zonas têm uma seção Sz no plano perpen- dicular à direção L sensivelmente igual a Sf.
7. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 4 a 6, caracterizado pelo fato de que pelo menos uma etapa de deformação plástica a frio é umatração controlada.
8. Processo, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que uma das extremidades na direção principal do produto intermediário sobre o qual é feita essa tração controlada ultrapassa significativamente travas do banco de tração, quando da dita etapa de tração controlada.
9. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 4 a 6, caracterizado pelo fato de que pelo menos uma etapa de deformação plástica a frio é uma compressão.
10. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 8, caracterizado pelo fato de que esse produto trabalhado é um perfilado.
11. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 9, caracterizado pelo fato de que esse produto trabalhado é uma chapa.
12. Processo, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que a dita etapa de tração controlada é efetuada sobre um produto intermediário que tem uma seção variável no plano perpendicular à direção L.
13. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 4 a 6, caracterizado pelo fato de que o dito produto trabalhado é uma chapa que tem uma dimensão principal ou de largura na direção I, e uma dimensão de espessura na direção ε, no qual pelo menos uma etapa de transformação por deformação plástica a frio é feita por laminação a frio, de tal forma que a espessura da dita chapa é variável à entrada do laminador e sensivelmente constante à saída do lamina-dor.
14. Processo, de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que a variação de espessura da dita chapa é obtida durante a etapa de laminação a quente.
15. Processo, de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que a variação de espessura da dita chapa é obtida por usinagem de uma chapa de espessura constante oriunda da etapa de laminação a quente.
16. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 4 a 6, caracterizado pelo fato de que o dito produto trabalhado é uma chapa que tem uma dimensão principal ou de comprimento na direção L, uma dimensão transversal ou de largura na direção / e uma dimensão de espessura na direção e, e no qual pelo menos uma etapa de transformação por deformação plástica a frio é feita por laminação a frio, de tal modo que a espessura da dita chapa é sensivelmente constante à entrada do laminador e variável à saída do laminador e no qual uma etapa subseqüente da usinagem que permite obter uma espessura final sensivelmente constante em qualquer ponto.
17. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 3, caracterizado pelo fato de que o dito produto trabalhado é uma chapa que tem uma dimensão principal ou de comprimento na direção L e uma dimensão transversal ou de largura na direção / e uma dimensão de espessura na direção e e no qual pelo menos duas dessas zonas ficam situadas em uma posição diferente dessa direção transversal /.
18. Processo, de acordo com a reivindicação 17, caracterizado pelo fato de que no final do conjunto das etapas de transformação a dita chapa tem uma espessura final ef constante.
19. Processo, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que a espessura ez das ditas zonas na direção e é igual à espessura da dita chapa ef.
20. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 18 ou 19, caracterizado pelo fato de que pelo menos uma etapa de transformação por deformação plástica a frio é feita por laminação a frio, de tal modo que a espessura da dita chapa é variável à entrada do laminador e constante à saída do laminador.
21. Processo, de acordo com a reivindicação 20, caracterizado pelo fato de que a variação de espessura da dita chapa é obtida durante a etapa de laminação a quente.
22. Processo, de acordo com a reivindicação 20, caracterizado pelo fato de que a variação de espessura da dita chapa é obtida por usinagem no final da etapa de laminação a quente.
23. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 17 a 19, caracterizado pelo fato de que pelo menos uma etapa de transformação por deformação plástica a frio é feita por laminação a frio, de tal forma que a espessura da dita chapa é constante à entrada do laminador e variável à saída do laminador, e no qual uma etapa subseqüente de usinagem permite obter uma espessura final constante em qualquer ponto.
24. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende uma etapa na qual o referido produto trabalhado é transformado em elemento de estrutura multifuncional monolítico.
25. Processo, de acordo com a reivindicação 24, caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos duas etapas de transformação por deformação plástica a frio posteriores à transformação a quente.
26. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 24 ou 25, caracterizado pelo fato de que a dita liga de alumínio é uma liga de tratamento térmico, o dito processo compreende entre a transformação a quente e a primeira transformação por deformação plástica a frio uma etapa de tratamento térmico de solubilização e uma etapa de têmpera.
27. Processo, de acordo com a reivindicação 26, caracterizado pelo fato de que compreende uma etapa de revenido posterior à(s) dita(s) etapa(s) de transformação por deformação plástica a frio.
28. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 24 a 27, caracterizado pelo fato de que o dito elemento tem uma dimensão principal ou de comprimento na direção L e no qual pelo menos os ditos duas zonas ficam situadas em uma posição diferente da dita direção principal L.
29. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 24 a 28, caracterizado pelo fato de que compreende: a) a fabricação de um produto trabalhado pelo processo, como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 23, b) opcionalmente a serragem, a usinagem e/ou a enforma-ção do produto trabalhado obtido.
30. Produto trabalhado em liga 2XXX no estado T3X, capaz de ser obtido pelo processo como definido em qualquer uma das reivindicações de 1 a 23, caracterizado pelo fato de que pelo menos as ditas duas zonas Z1 e Z2 possuem propriedades mecânicas selecionadas em um dentre o primeiro grupo formado de: (I) Z1: Rm(L) > 500 MPa e preferencialmente Rm(L) > 520 MPa e Z2: A(L)(%) > 16% e preferencialmente A (L)(%) > 18% (II) Z1: Rm(L) > 450 MPa e preferencialmente Rm(L) > 470 MPa e Z2: A(L)(%) > 18% e preferencialmente A (L)(%) > 20% (III) Z1: Rm(L) > 550 MPa e preferencial mente Rm(L) > 590 MPa e Z2: A(L)(%) > 10% e preferencialmente A(L)(%) > 14% (IV) Z1: Rm(L) > 550 MPa e preferencial mente Rm(L) > 590 MPa e Z2: K1C(L-T) > 45 MPaVm e preferencial mente K1C (L-T) > 55 MPaVm, e o segundo grupo formado de: (V) Rp0,2. medido no sentido L ou no sentido LT apresenta um desvio Rp0,2(Z1) - Rp0,2(Z2) de pelo menos 50 MPa e preferencialmente de pelo menos 70 MPa e/ou (Vi) Rm, medido no sentido L ou no sentido LT apresenta um desvio Rm(Z1) - Rm (Z2) de pelo menos 20 Mpa e preferencialmente de pelo menos 30 MPa e/ou (Vii) K1C, medido no sentido L-T apresenta um desvio K1C (Z1) - K1C (Z2) de pelo menos 5 MPaVm e preferencialmente de pelo menos 15 MPaVm.
31. Produto de acordo com a reivindicação 30, caracterizado pelo fato de que o referido produto foi transformado em elemento de estrutura.
32. Produto trabalhado em liga 2XXX contendo lítio no estado T8X, capaz de ser obtido pelo processo como definido em qualquer uma das reivindicações de 1 a 23, caracterizado pelo fato de que pelo menos duas zonas Z1 e Z2, possuem propriedades mecânicas selecionadas no grupo formado de: (I) Z1: Rm(L) > 630 MPa e preferencialmente Rm(L) > 640 MPa e Z2: A(L)(%) > 8% e preferencialmente A (L)(%) > 9% (II) Z1: Rm(L) > 640 MPa e preferencialmente Rm(L) > 650 MPa e Z2: A(L)(%) > 7% e preferencialmente A (L)(%) > 8% (III) Z1: Rm(L) > 630 MPa e preferencial mente Rm(L) > 640 MPa e Z2: K1C(L-T) > 25 MPaVm e preferencialmente K1C (L-T) > 30 MPaVm.
33. Produto de acordo com a reivindicação 32, caracterizado pelo fato de que o referido produto foi transformado em elemento de estrutura.

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