PROTETOR FACIAL PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS.
[001] O presente modelo de utilidade refere-se a uma nova configuração de protetor facial especialmente indicado para procedimentos cirúrgicos, odontológicos e outros. Inserido no campo técnico das necessidades humanas relacionadas a saúde e prevenção, o invento permite que o profissional acesse a região bucal do paciente, sem barreiras ou dificuldades, ou que a mesma seja isolada no caso de intubação, protegendo as outras regiões da face e órgãos respiratórios.
[002] Além de atuar como barreira física contra partículas de materiais restauradores (como metais, porcelanas e resinas que se desprendem dos procedimentos intra bucais), microrganismos e aerossóis contaminados e tóxicos (como o mercúrio proveniente do amálgama restaurador), que podem se alojar na região do sistema respiratório, pele do rosto e mucosa dos olhos, evitando possíveis infecções como doenças respiratórias, alérgicas, conjuntivite ocular grave e acidentes com instrumentais perfurantes e cortantes, a proteção facial, escopo dessa invenção, confere segurança e conforto visual e respiratório ao paciente, permitindo que o mesmo se sinta relaxado e tranquilo durante os procedimentos. Sendo, também, facilmente retirada ou colocada, sem prejudicar a respiração e visão do usuário.
Descrição do estado da técnica:
[003] Os aerossóis são partículas sólidas e líquidas que ficam suspensas no ar por período prolongado e apresentam <50 μm de diâmetro, o que gera um risco à saúde, especialmente em épocas de pandemia. Para um tratamento cirúrgico seguro, esforços devem ser despendidos para diminuir a geração de aerossóis, já que 30 minutos após a produção do aerossol, partículas de bactérias e de vírus ainda podem ser detectadas no ambiente de tratamento.
[004] Tratamentos odontológicos e cirurgias em geral também produzem aerossóis, gerando possíveis riscos para profissionais e pacientes, pois gotículas geradas por instrumentos rotatórios, principalmente, podem levar a transmissão viral a indivíduos e superfícies próximas.
[005] Além da transmissão viral, o contato com materiais tóxicos é outro fator de risco para profissionais e pacientes. A manipulação da amálgama, um procedimento comumente realizado na odontologia, pode acarretar em danos graves devido aos diversos efeitos tóxicos atribuídos à exposição ao mercúrio ou à sua inalação, tais como prejuízo da função renal, alterações na flora intestinal, disfunções cardíacas, bronquiolites e pneumonites, além de severas alterações no sistema nervoso central, caracterizadas por tremores, parestesias, alterações do equilíbrio, cefaleias, distúrbios da condução nervosa, da memória, da concentração e da coordenação motora
[006] Os profissionais da equipe de saúde bucal estão diariamente expostos ao mercúrio e aos riscos de contaminação, que pode ocorrer através da manipulação do amálgama, de gotas do metal derramadas acidentalmente, da remoção do excesso de mercúrio da massa de amálgama, de amalgamadores com vazamento, de condensadores ultrassônicos, de falhas do sistema de sucção quando da remoção de restaurações antigas, ou ainda dos vapores emanados das “sobras” de amálgama armazenadas inadequadamente nos consultórios.
[007] O ambiente contaminado dos consultórios constitui risco não só para os profissionais como também para os pacientes, principalmente aqueles submetidos a procedimentos demorados, ou os que necessitam de retornos constantes.
[008] Apesar de toda evolução tecnológica, as infecções do sítio cirúrgico (ISC) continuam como uma das maiores causas de morbimortalidade entre clientes submetidos a cirurgias, além de aumentar o tempo de internação e consequentemente os custos.
[009] Sabe-se que a ISC pode ser endógena, na maioria dos casos, ou exógena. Entre as causas exógenas, há vários fatores de risco para a ocorrência da ISC, entre eles, o trânsito constante de pessoas pela Sala de Operação (que ocasiona a turbulência do ar e movimentação de microrganismos ali presentes) e a utilização inadequada da paramentação cirúrgica, pela equipe, além de problemas relacionados aos acidentes com instrumentais.
[0010] Um dos aspectos que tem sido tema de discussões nesta área refere-se à utilização da máscara cirúrgica, um dos componentes da paramentação cirúrgica da equipe.
[0011] A máscara cirúrgica começou a ser utilizada em 1897, na Alemanha, e sua eficácia como barreira microbiana foi confirmada na década de 20, através da identificação de cepas de estreptococos nas feridas dos clientes e na orofaringe da equipe de saúde, estudados. Desde então, vem sendo usada como barreira mecânica para prevenção da ocorrência da ISC para impedir a liberação de microrganismos da orofaringe dos profissionais da equipe cirúrgica sobre o campo operatório.
[0012] O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, recomenda a utilização dessas máscaras pelos profissionais na realização de procedimentos invasivos, considerando a sua eficácia na filtração de partículas maiores que cinco mícrons.
[0013] Além da recomendação para o uso de máscaras cirúrgicas, para reduzir a ocorrência da ISC, há o reconhecimento unânime de que a máscara é essencial para a proteção dos profissionais da equipe cirúrgica e para o próprio paciente, contra os respingos infectantes oriundos do mesmo
[0014] Todavia, não foi possível observar no estado da técnica, modelos que se caracterizam pelo conforto e praticidade de utilização para o paciente, e que, ao mesmo tempo, apresente eficácia como barreira física aos aerossóis e microrganismos circundantes, além de evitar possíveis acidentes com instrumentais. Os pedidos de patente descritos abaixo reverberam essa premissa.
[0015] CN202288476U divulga uma máscara para cirurgia oral. De acordo com o esquema técnico, a máscara para a cirurgia compreende um corpo principal composto por uma máscara superior e uma máscara de mandíbula que estão fixamente conectadas; as janelas dos olhos estão dispostas na máscara superior; uma base de suporte é disposta na máscara da mandíbula; a base de suporte é articulada com uma mordaça de boca capaz de ajustar um grau de abertura; a mordaça bucal é fornecida com um suporte de dentes superiores.
[0016] O documento de patente CN204763524U refere-se a uma máscara médico cirúrgica que compreende uma superfície de máscara, o lado externo da superfície da máscara é fornecido com uma saliência e a borda da superfície da máscara é fornecida com um anel lateral.
[0017] A patente CN107898504A fornece outra máscara facial que compreende um corpo correspondente ao rosto humano, o corpo da máscara é fornecido com aberturas para os olhos, uma abertura para a boca e uma abertura para o nariz que correspondem aos olhos, a boca e o nariz do rosto humano, respectivamente.
[0018] A patente CN107898504A fornece outra máscara facial que compreende um corpo correspondente ao rosto humano, o corpo da máscara é fornecido com aberturas para os olhos, uma abertura para a boca e uma abertura para o nariz que correspondem aos olhos, a boca e o nariz do rosto humano, respectivamente.
[0019] PI 9500523-4 apresenta uma máscara invólucro facial para uso geral, que consiste em um corpo com película anatômica obtida em algodão, aderente ou não, dotada de aberturas protegidas para boca.
Breve descrição do objetivo:
[0020] Com o intuito de fornecer um novo modelo para proteção facial e dos órgãos respiratórios e que permite um livre acesso à região bucal do paciente pelo profissional de saúde, impedindo lesões causados por acidentes (sejam de instrumentais ou outros) e que microrganismos e aerossóis entrem em contato com outras regiões, orgãos e mucosas da face, a presente invenção foi elaborada. Seus detalhes podem ser melhor compreendidos pela seguinte descrição detalhada que está em consonância com as figuras em anexo, no qual:
A figura 1 refere-se a uma representação esquemática do PROTETOR FACIAL PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS, em vista isométrica, identificando os elementos (1), que é uma tira elástica para fixação do aparato à face do usuário e (2) que é uma base polimérica flexível.
A figura 2 refere-se a uma representação esquemática do PROTETOR FACIAL PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS, indicando sua forma de utilização sobre o rosto de um paciente, também identificando os elementos (1) e (2).
Descrição detalhada da invenção:
[0021] O PROTETOR FACIAL PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS, foi concebido a partir de uma configuração que permite o livre acesso a região bucal do paciente pelo profissional de saúde, protegendo as outras regiões e mucosas da face. Ademais, permite a livre respiração do usuário, sem prejudicar o seu campo de visão. Isso é possível pelo fato do protetor ser fabricado a partir de materiais poliméricos transparentes, quimicamente inertes ou autoclaváveis, inodoros, insípidos e incolores, antiembaçantes, resistentes à decomposição pelo calor, água ou agentes oxidantes (e.g. silicone, acetatos, polietilenos, poliestirenos).
[0022] Cobrindo a parte superior ao lábio frontal do usuário, o protetor possui uma tira elástica (1), também fabricada a partir de materiais poliméricos quimicamente inertes ou autoclaváveis, que é fixada sobre as orelhas. Permitindo a rápida e fácil retirada ou colocação do aparato. O produto conta também com uma base flexível (2) para adaptação acima do lábio superior e bochechas, se ajustando aos traços individuais de cada paciente
[0023] O uso deste aparato confere praticidade para o usuário, além de atuar como barreira física contra os microrganismos e aerossóis, evitando possíveis infecções e desconforto. E, embora descrita esta modalidade da presente patente de modelo de utilidade, será entendido por aqueles versados na técnica que várias mudanças, modificações, substituições ou alterações podem ser feitas sem se afastar do princípio e do espírito da presente invenção.