BR202012016183U2 - dispositivo para estabilização de fraturas ou luxações dos ossos da pelve - Google Patents

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dispositivo para estabilização de fraturas ou luxações dos ossos da pelve. o presente pedido de patente de modelo de utilidade se refere a um dispositivo (figura 1) para estabilização temporária de fraturas ou luxações nos ossos da pelve, composto por uma única peça. o corpo do dispositivo (2) é passado em torno região pélvica do paciente e a extremidade que apresenta a placa suporte móvel, a qual contém um pedaço de tecido coberto por pequenos ganchos plásticos em sua parte posterior (1b), é aderida à superfícies do corpo do dispositivo (2). a tração necessária para reduzir o volume do arcabouço ósseo da pelve é obtida puxando a corda rígida (5) que aproxima as placas suporte móvel (1b) e fixa (1a). esse dispositivo é utilizado, preferencialmente, no atendimento emergencial e temporário de pacientes com taumatismo pélvico em ambiente pré- ou intra-hospitalares. o dispositivo pode ser lavado e desinfectado para reutilização, apresentando, portanto, praticidade.

Description

“DISPOSITIVO PARA ESTABILIZAÇÃO DE FRATURAS OU LUXAÇÕES DOS OSSOS DA PELVE” O presente pedido de patente de modelo de utilidade se refere a um dispositivo (Figura 1) para estabilização temporária de fraturas ou luxações nos ossos da pelve, composto por uma única peça. O corpo do dispositivo (2) é passado em torno região pélvica do paciente e a extremidade que apresenta a placa suporte móvel, a qual contém um pedaço de tecido coberto por pequenos ganchos plásticos em sua parte posterior (1b), é aderida à superfície do corpo do dispositivo (2). A tração necessária para reduzir o volume do arcabouço ósseo da pelve é obtida puxando a corda rígida (5) que aproxima as placas suporte móvel (1b) e fixa (1a). Esse dispositivo é utilizado, preferenciaimente, no atendimento emergencial e temporário de pacientes com traumatismo pélvico em ambientes pré- ou intra-hospitalares. O dispositivo pode ser lavado e desinfectado para reutilização, apresentando, portanto, praticidade. A distorção da anatomia da pelve nos casos de fraturas complexas provoca aumento do volume da bacia e lesões vasculares, resultando em grande hemorragia. Além disso, os ossos fraturados também constituem fontes de sangramento. Nesses casos de fraturas complexas, a mortalidade varia de 40% a 60% e essas mortes decorrem, inicialmente, de sangramento não controlado e, tardiamente, de complicações infecciosas que culminam na falência de múltiplos órgãos. Por esse motivo, a identificação precoce de pacientes com potência! para hemorragia grave e a implementação de medidas capazes de coibir rapidamente o sangramento são fundamentais para reduzir a mortalidade. Foi demonstrado em um estudo envolvendo mais de 2000 pacientes que o diagnóstico clínico das fraturas graves da bacia, sem a necessidade de exames, é confiável. Isso antecipa muito o diagnóstico da fratura pélvica e permite tomar medidas capazes de reduzir a hemorragia de forma precoce. (ATLS® ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT® FOR DOCTORS. Student Course Manual. Chicago IL: American College of Surgeons Committee on Trauma, 8th edition, p. 55-84, 2008; DAVIS J. W. et ai Western Trauma Association criticai decisions in trauma: Management of pelvic fractures with hemodynamic instability. Journal of Trauma-lnjury Infection &
Criticai Care, v. 65, n. 5, p. 1012-1015, 2008; GONZALEZ, R. P.; FRIED P, Q.; BUKHALO, M. The utility of clinicai examination in screening for pelvic fractures in blunt trauma. Journal of the American Coilege of Surgeons, v. 194, n. 2, p. 121-125, 2002; SMITH, W. et ai. Early predictors of mortality in hemodynamically unstable pélvis fractures. Journal of Orthopaedic Trauma, v. 21, n. 1, p. 31-37, 2007).
Para que a hemorragia seja controlada, mesmo que parcialmente, é necessária a redução do volume do arcabouço ósseo da pelve, de modo a comprimir os vasos lesados. No cenário intra-hospitalar, pode-se obter o controle definitivo da hemorragia com o uso de metodologias como a embolização por meio de radiologia intervencionista, a fixação cirúrgica dos ossos e o tamponamento direto da hemorragia retroperitoneal por laparotomia (COTHREN, C. C. et ai Preperitonal pelvic packing for hemodynamically unstable pelvic fractures: a paradigm shift. Journal of Trauma-lnjury Infection &
Criticai Care, v. 62, n. 4, p. 834-839, 2007; DAVIS J. W. et ai. Western Trauma Association criticai decisions in trauma: Management of pelvic fractures with hemodynamic instabilíty. Journal of Trauma-lnjury Infection & Criticai Care, v. 65, n. 5, p. 1012-1015, 2008; GRIMM, M. R.; VRAHAS, M. S.; THOMAS; K. A.
Pressure-volume characteristics of the intact and disrupted pelvic retroperitoneum. Journal of Trauma® Injury Infection and Criticai Care, v. 44, n. 3, p. 454-459, 1998; MILLER, P. R. et al. Externai fixation or arteriogram in bleeding pelvic fractures: initial therapy guided by markers of arterial hemorrhage. Journal of Trauma-lnjury Infection & Crítica! Care, v. 54, n. 3, p. 437-443, 2003; SMITH, W. R. et al. Retroperitoneal packing as a resuscitation techníque for hemodynamically unstable patients with pelvic fractures: a report of two cases and a description of techníque. Journal of Trauma® Injury Infection and Criticai Care, v. 59, n. 6, p. 1510-1514, 2005; WAIKAKUL, S,; HARNROONGROJ, T.; VANADURINGWAN, V. Immediate stabilization of unstable pelvic fractures versus delayed stabilization. Journal of the Medicai Association of Thailand, v. 82, n. 7, p. 637-642, 1999).
Embora não existam muitos estudos com níveis de evidência significativos sobre qual a melhor forma de reduzir o volume pélvico e controlar a hemorragia nas fraturas instáveis, há um estudo com nível 1 de evidência que demonstrou menor mortalidade com a estabilização imediata em comparação com a estabilização tardia. Entretanto, no cenário pré-hospitalar — e, temporariamente, no cenário intra-hospitalar há escassez de recursos para a estabilização rápida da região pélvica. Métodos não rnvasivos, capazes de reduzirem o volume da pelve, são opções extremamente úteis pela facilidade e rapidez de aplicação e por proporcionarem estabilização hemodinâmica do paciente até o tratamento definitivo. A redução do volume da pelve pode ser obtida com eficácia utilizando dispositivos simples {GEERAERTS, T. et al. Clinicai review: Initial management of blunt pelvic trauma patients with haemodynamic instability. Criticai Care, v. 11, n. 1, p. 1-9, 2007; GHANAYEM, A. J. et al. Emergent treatment of pelvic fractures: comparison of methods for stabilization. Clinicai Orthopaedics and Related Research, v. 318, p. 75-80, 1995; GRIMM, M. R.; VRAM AS, M. S.; THOMAS; K. A. Pressure-volume characteristics of the intact and disrupted pelvic retroperitoneum. Journal of Trauma® Injury Infectíon and CriticaI Care, v. 44, n. 3, p. 454-459, 1998; ROUTT JR, M.L., et al. Circunferential pelvic antishock sheeting: a temporary resuscitation aid. Journal of Orthopaedic Trauma, v. 16, n. 1, p, 45-48, 2002; SPANJERSBERG, W. R. et al. Effectiveness and complications of pelvic círcumferential compression devices in patients with unstable pelvic fractures: a systematic review of literature. Injury, v. 40, n. 10, p. 1031-1035, 2009; WAIKAKUL, S.; HARNROONGROJ, T.; VANADURINGWAN, V. Immediate stabilization of unstable pelvic fractures versus delayed stabilization. Journal of the Medicai Association of Thailand, v. 82, n. 7, p. 637- 642, 1999).
Os métodos habitualmente empregados para realizar o fechamento da bacia e a contenção da hemorragia nos casos de fraturas graves são a utilização de um lençol amarrado à região pélvica e o uso de dispositivos disponíveis comerciaimente, como talas dobradas em forma de “U”. O método de envolvimento da pelve com um lençol geralmente é ineficaz, pois a força produzida nem sempre é suficiente para produzir a tensão constante necessária e, assim, fechar o anel pélvico com eficácia. Além disso, a colocação do lençol é mais demorada e trabalhosa, podendo o mesmo se prender às estruturas adjacentes ao paciente. Outro ponto em questão é o fato de o lençol não possuir acolchoamento adequado para evitar a formação de escaras no paciente.
Em relação aos dispositivos comercialmente disponíveis, um deles é o T-POD® (Pyng Medicai, Richmond, BC, Canada; disponível em www.t- pod.com), objeto da patente US6602214, intitulada “Orthotic trauma device”.
Nesta patente, o dispositivo funciona com um único cabo para distribuir a força de tração utilizada para “fechar” o anel pélvico uniformemente, por meio de roldanas. Um estudo clínico com esse dispositivo, envolvendo 15 pacientes em choque hemorrágico devido à fratura da peive, demonstrou que dois minutos após a aplicação do T-POD® houve melhora significativa do estado hemodinâmico dos pacientes, além de estabilização da fratura, aumento da pressão arterial (65,3 para 81,2 mmHg, com p < 0,03, sendo “p” a significância estatística) e diminuição da frequência cardíaca (redução de 107 batimentos por minuto (BPM) para 94 BPM, com p < 0,02). Houve também redução de 60% na diastase da sínfise púbica (p < 0,01) (TAN, E. C. T. H.; SANDER, F. L.; VAN VUGT, A. B. Effect of a new pelvic stabilizer (T-POD®) on reduction of pelvic volume and haemodynamic stability in unstable pelvic fractures. Injury, v. 41, n. 12, p. 1239-1243, 2010).
Contudo, o dispositivo T-POD® apresenta algumas desvantagens. Pelo fato de ser composto por duas peças totalmente separáveis, o que torna a colocação do mesmo no paciente um procedimento mais laborioso. Além disso, é um dispositivo que não pode ser reutilizado uma vez que o corpo dá órtese é cortado para ser adaptado individualmente a cada paciente. Esse fator, associado ao seu custo ser, em média, US$ 115 tornam alto o investimento para seu uso (disponível em <http://www.buyemp.com/product/t-pod-pelvic- stabilizer>;<http://www.mooremedicaí.com/index.cfm?PG=CTL&CS=HOM&FN= ProductDetail&PID=14128>;<http://www,progressivemed.com/esty1ez_jtern.asp x?item=12218>;<http://www. chinookmed.com/cgi-bin/item/01247/s-immobiliza tion/-TPOD-Pelvic-Stabilizer>. Acesso em 23 mar. 2012).
Outro dispositivo é o Pelvigrip® (Ysterplaat Medicai Supplies - YMS), o qual utiliza três tiras com Velcro® para promover o tensionamento da pelve. As desvantagens desse tipo de dispositivo consistem na maior dificuldade de colocação do dispositivo, uma vez que maior esforço é exigido devido à ausência de artefatos que dividem a força durante a tração do dispositivo. Além disso, a área de distribuição da força para o fechamento da pelve é reduzida, pois está distribuída apenas pelos pontos por onde passam as três tiras.
Um terceiro dispositivo para estabilizar temporariamente fraturas na pelve é o SAM Pelvic Sling II® (SAM Medicai Products). Ele contém uma fivela do tipo Autostop, que é programada para parar o tracionamento assim que a força de compressão correta tenha sido alcançada (LEGACY EMANUEL HOSPITAL & MEDICAL HEALTH CENTER. James C. Krieg, William B. Long;
Steven M. Madey; Michael Bottlang. Apparatus and method for stabilizing pelvic ríng disruption. US 7,008,389; 05 mar. 2003, 07 mar. 2006). Contudo, por este ser o único ponto de fixação do dispositivo para o fechamento da pelve, maior força deve ser aplicada para tracioná-lo, a fim de reduzir o anel pélvico. Além disso, essa força não é bem distribuída na região pélvica por haver apenas esse único ponto de tração. Por fim, o SAM Pelvic Sling II® apresenta acolchoamento com espessura de 0,5 cm, o qual não é suficiente para impedir a formação de escaras (KRIEG, J. C. et aí. Pelvic circumferential compression in the presence of soft-tissue injuries: a case report. Journal of Trauma® Injury Infection and Criticai Care, v, 59, n. 2, p. 468-470, 2005).
Apesar das incontestáveis vantagens e da importância dos dispositivos não invasívos nos casos de fraturas da pelve, eles devem ser utilizados temporariamente, pois existem complicações decorrentes do uso dos mesmos. A permanência desses dispositivos por tempo prolongado (maior que 12 horas) pode provocar ou agravar lesões pré-existentes na pele ou em partes moles.
Pode, também, exacerbar lesões intra-abdominais associadas, como as do diafragma e da bexiga, além de super-reduzir algumas fraturas da pelve. Deve- se, portanto, realizar radiografia da pelve, assim que possível, nos pacientes em uso dos dispositivos (GHANAYEM, A. J. et al. Emergent treatment of pelvic fractures: comparison of methods for stabilization. Clinicai Orthopaedics and Related Research, v. 318, p. 75-80, 1995; KRIEG, J. C. et al. Pelvic circumferential compression in the presence of soft-tissue injuries: a case report. Journal of Trauma® Injury Infection and Criticai Care, v. 59, n. 2, p. 468- 470, 2005; SPANJERSBERG, W. R. et al, Effectiveness and eomplications of pelvic circumferential compression devices in patients with unstable pelvic fractures: a systematic revíew of literature. injury, v. 40, n. 10, p. 1031-1035, 2009).
Foram encontradas no estado da técnica algumas patentes que versam sobre o assunto. As mais relevantes estão listadas abaixo. O pedido de patente WOOO/45756, intitulado “Device for the stabilization of a fractured pélvis”, trata de um dispositivo constituído por um cinto de Neoprene ao qual estão ligados três faixas com velcro. Estas faixas passam por argolas e são puxadas para trás sobre elas mesmas, promovendo a tração do dispositivo e assim, fechando a pelve. A patente US6240923, intitulada “Pélvis immobilizeP, se refere a um dispositivo imobilizador que promove compressão e estabilização temporárias de fratura do ane! pélvico. Ele compreende uma banda larga de material firme, como lona, e três tiras fixadas paralelamente entre si a essa banda, cada uma apresentando um fecho ajustável em suas duas extremidades livres. Esses fechos impedem o deslizamento das tiras e da banda sobre a pelve do usuário. A patente US6503217, intitulada “Pelvic splint and associated method”, descreve uma tala para imobilizar e manter a integridade da pelve em caso de uma fratura. O dispositivo compreende um revestimento retangular flexível contendo pelo menos uma camada de acolchoamento flexível e uma pluralidade de membros flexíveis individualmente dispostos em bolsos espaçados sob o acolchoamento. A tala pélvica estende-se cerca de 5-10 cm acima da crista ilíaca até cerca de terceiro no meio das coxas e substancialmente circunda a bacia do paciente. A tala fica presa à região da bacia do paciente por meio de duas ou mais tiras reguláveis. Nesta patente, também é descrito o método para estabilizar a pelve associado ao dispositivo. A patente US8192383, intitulada “Emergency stabilization of a fractured pélvis”, descreve uma cinta pélvica que mantém uma quantidade desejada de tensão em torno do quadril de uma pessoa, estabilizando de forma segura a pelve fraturada. O dispositivo apresenta em uma de suas extremidades uma fivela com ganchos pela qual passa uma tira com furos, pressa à outra extremidade, que é presa ao Velcro® disposto ao longo do corpo principal da cinta. Isso permite variados ajustes no comprimento do dispositivo, de acordo com o corpo da pessoa em que é colocado. O pedido de patente US2007/0197945, intitulado Ήιρ and pelvic splint”, descreve uma tala para imobilizar a região pélvica e os membros inferiores em pacientes com fratura no quadril. O dispositivo consiste em uma peça de espuma, que é colocada entre as pernas do paciente para auxiliar na estabilização dos membros inferiores, e por uma tala flexível, cuja extremidade inferior é firmada até próximo aos joelhos e a extremidade superior é firmada até o abdome superior. Além disso, o dispositivo também apresenta alças para mãos que permitem aos paramédicos carregar o paciente sem distorcer a fratura.
Diante do exposto e da necessidade de dispositivos alternativos capazes de estabilizar luxações da região pélvica e reduzir o volume da pelve e diminuir sangramentos para o espaço retro-peritoneal em consequência das fraturas, a presente invenção é proposta (Figura 1). Trata-se de um dispositivo para estabilização temporária de fraturas e luxações nos ossos da pelve, composto por uma única peça, cuja colocação na vítima é fácil, rápida e exige esforço reduzido de quem estiver a socorrendo. A presente invenção (Figura 1) apresenta um formato diferenciado dos dispositivos descritos nos documentos supracitados e dos produtos já disponíveis no mercado. Além disso, ela apresenta aprimoramentos que solucionam algumas deficiências encontradas nestes outros dispositivos: a tração exercida pelas cordas rígidas é aplicada em ambos os lados do dispositivo, permitindo a distribuição da força durante o fechamento do mesmo por toda a região pélvica e exigindo menor esforço por parte da pessoa que o coloca; o fechamento do dispositivo é obtido utilizando um pedaço de tecido coberto por pequenos ganchos plásticos” (Velcro®), o qual abrange uma ampla área em ambas as extremidades, maximizando a força de ligação e promovendo união segura e constante entre os dois lados do dispositivo; é produzido com material resistente e lavável, o que permite a sua reutilização e a sua desinfecção sem alteração de suas propriedades físicas; apresenta acolchoamento mais espesso, reduzindo as chances de formação de escaras e aumentando o conforto para a vítima; e o puxador apresenta um formato mais ergonômico, permitindo a inserção de todos os dedos de quem coloca o dispositivo na vítima.
DESCRIÇÃO DAS FIGURAS A Figura 1 representa a vista em perspectiva do dispositivo em sua conformação fechada, destacando elementos de sua parte anterior; placa suporte fixa (1a); placa suporte móvel contendo Velcro® na região posterior (1b); corpo do dispositivo (2); fixadores (3); passador (4); corda rígida (5); puxador (6). A Figura 2 representa vista perfilática do dispositivo em sua conformação fechada, destacando elementos de sua parte posterior: placa suporte fixa (1a); placa suporte móvel contendo Velcro® na região posterior (1b); corpo do dispositivo (2); passador (4); corda rígida (5); puxador (6) cuja região posterior contém Velcro® (6a). A Figura 3 representa o dispositivo em sua conformação aberta, nas visões anterior e posterior.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO A presente invenção (Figura 1) compreende um dispositivo para a estabilização temporária de fraturas na pelve, composto por uma única peça. O corpo do dispositivo (2) consiste em uma faixa retangular de 60-200 cm de comprimento, preferencialmente 150 cm, por 15-40 cm de largura, preferencialmente 20 cm, com um acolchoamento de espuma, preferencialmente de PVC, de 1,0-3,0 cm de espessura, preferencialmente 1,5 cm, que é revestido por tecido automotivo feito de poliéster ou fibra de algodão.
Esse acolchoamento mais espesso tem por objetivo aumentar o amortecimento do corpo do paciente com o dispositivo, reduzindo as chances de formação de escaras e, logo, aumentando o conforto para a vítima.
Fixado a uma das extremidades do corpo do dispositivo (Figura 1), há uma placa suporte de um polímero, preferencralmente acrílico, substancialmente retangular (1a) de 15-40 cm x 8-25 cm, a qual contém uma peça fixadora (3) e passadores (4) por onde a corda rígida passa. Ligada a essa placa suporte fixa (1a), há outra placa suporte substancialmente retangular (1b) de 15-40 cm x 8-25 cm, também apresentando uma peça fixadora (3) e passadores (4) por onde a corda rígida (5) passa. Esta placa é móvel e tem sua região posterior revestida com um tecido coberto por pequenos ganchos plásticos, preferencialmeníe Velcro® (Figura 2, 1b), permitindo que ela seja presa à outra extremidade livre do corpo do dispositivo (2). A ligação entre as placas suporte (1a e 1b) se dá por meio de uma corda rígida (5) que passa pelos passadores (4) das placas e cujas extremidades estão presas a um puxador (6). O dispositivo (Figura 1) é colocado ao redor da região pélvica do paciente, no nível das cristas ilíacas. Em seguida, traciona-se o dispositivo, puxando a placa suporte móvel (1b) e fixando-a ao corpo do dispositivo (2), A tração exercida pelas cordas rígidas (5) é aplicada paralelamente ao plano de superfície do Velcro®, maximizando a força de ligação e permitindo a união segura e constante entre os lados do dispositivo (Figura 1). O tracionamento é exercido em ambos os lados do dispositivo e a força aplicada pelas cordas rígidas (5) é distribuída por toda a região pélvica. Dessa forma, obtém-se a redução da abertura da pelve. O pedido de patente de modelo de utilidade pode ser melhor compreendido através dos exemplos que se seguem, os quais não são limitantes da matéria tratada. EXEMPLO 1 - Caso clínico 1 Um paciente do sexo feminino, 34 anos, vítima de atropelamento, foi levada ao hospital por ambulância sem o dispositivo de fixação da pelve (DFP).
Seus dados vitais iniciais eram: pressão arterial sistólica 80 mmFíg, frequência cardíaca 120 batimentos por minuto, hipocorada e Glasgow 14. Em seu exame físico constavam sinais de fratura grave da pelve, com crepitação óssea ao serem pressionadas as espinhas ilíacas antero-superiores. A paciente recebeu 2000 mL de soro fisiológico a 0,9%, sem resposta adequada: pressão arterial sistólica 80 mmHg, frequência cardíaca 100 batimentos por minuto e hipocorada. O DFP foi colocado na paciente já dentro do hospital e após 5 minutos, foram aferidos os sinais vitais, com os seguintes achados: pressão arterial sistólica igual a 100 mmHg; frequência cardíaca de 100 batimentos por minuto e hipocorada. Após 10 minutos da colocação do DFP, os dados vitais eram: pressão arterial sistólica de 110 mmHg, frequência cardíaca de 98 batimentos por minuto e hipocorada.
Esse caso exemplifica a eficácia do dispositivo em reduzir o sangramento provocado pela fratura pélvica de forma rápida. Fato esse, demonstrado pela melhora hemodinâmica do paciente confirmada pelo aumento da pressão arterial e redução dos batimentos cardíacos. EXEMPLO 2 - Caso clínico 2 Um paciente do sexo feminino, 22 anos, vítima de acidente de motocicleta, foi levada ao hospital por ambulância do SAMU com o dispositivo de fixação da pelve (DFP) colocado no local do acidente. Seus dados vitais iniciais eram: pressão arterial sistólica igual a 0 mmHg, frequência cardíaca de 110 batimentos por minuto, hipocorada; Glasgow 15. Em seu exame físico constava grande laceração na região da pelve e bilateralmente nas coxas, sinais de fratura grave da pelve e de fêmur bilateral. Foi iniciada a reposição volêmica com soro fisiológico a 0,9% e a paciente foi levada ao hospital (transporte 20 minutos).
Após a colocação do DFP, os dados vitais da paciente eram: pressão arterial sistólica de 60 mmHg, frequência cardíaca 100 batimentos por minuto e hipocorada. No hospital, o DFP foi retirado e a paciente imediatamente evoluiu com bradicardia e parada cardio-respiratória. Mesmo com manobras de ressuscitaçao a paciente faleceu. A análise por ultrassonografia demonstrou grande hematoma na pelve e retroperitôneo. A tentativa de colocar uma tala para conter a pelve após a retirada do DFP não foi eficiente.
Esse caso ilustra a eficácia do dispositivo quando colocado em paciente com um quadro clínico bastante grave. Após a colocação do mesmo, houve uma melhora hemodinâmica rápida caracterizada pelo aumento pressão arterial e redução dos batimentos cardíacos. Além disso, o caso também ilustra que o dispositivo contribuiu para a sobrevida da paciente, pois a retirada do mesmo resultou em grande instabilidade hemodinâmica e consequente óbito.

Claims (2)

1.
Dispositivo para estabilização temporária de fraturas na pelve, caracterizado por compreender uma peça única, que compreende um corpo do dispositivo (2), este consistindo em uma faixa substancialmente retangular de 60-200 cm de comprimento, preferencialmente 150 cm, por 15-40 cm de largura, preferencialmente 20 cm, com um acolchoamento de espuma, preferencialmente de PVC, de 1,0-3,0 cm de espessura, preferencialmente 1,5 cm, que é revestido preferencialmente de poliéster ou fibra de algodão; uma placa suporte fixa (1a) e uma placa suporte móvel que contém, em sua parte posterior (1b), tecido coberto por pequenos ganchos plásticos, preferencialmente Velcro®, ambas substancialmente retangulares de 15-40 cm x 8-25 cm e contendo fixadores (3) e passadores (4); pelo menos, uma corda rígida (5), que liga as placas suporte 1a e 1b, passando pelos passadores (4) das mesmas (1a e 1b) e cujas extremidades estão presas a um puxador (6) o qual, por sua vez, é usado para fazer a tração do dispositivo (Figura 1) quando colocado em torno da pelve de um paciente; e por ser reutilizável.
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