BR112021006915B1 - Rosca de implante dentário - Google Patents
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Abstract
ROSCA DE IMPLANTE DENTÁRIO. A presente invenção diz respeito a um implante dentário compreendendo uma porção roscada estendendo-se ao longo de um eixo longitudinal central de uma extremidade apical até uma extremidade coronal, a porção roscada compreendendo um núcleo a partir do qual o rosqueamento se estende radialmente para fora, o rosqueamento compreendendo um flanco apical, um flanco coronal e uma superfície lateral conectando os flancos apical e coronal, a superfície lateral definindo a superfície radialmente mais externa do rosqueamento, o rosqueamento estendendo-se ao longo do comprimento da porção roscada de maneira helicoidal e a largura de rosca estreitando-se na direção radialmente para fora de modo que o rosqueamento seja mais largo onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral, o diâmetro de núcleo da porção roscada sendo definido pelo diâmetro externo do núcleo e o diâmetro externo da porção roscada sendo definido pela superfície lateral do rosqueamento, em que, ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da porção roscada, o perfil de rosca do rosqueamento é formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, os flancos apical e coronal (...).
Description
[001] A presente invenção diz respeito ao projeto de rosca exterior de um implante dentário para uso no osso da mandíbula/maxila de um paciente humano.
[002] Os implantes dentários são usados para substituir dentes individuais ou para ancorar estruturas mais complexas, as quais substituem, em geral, vários ou até mesmo todos os dentes. Os materiais usados para implantes dentários são frequentemente titânio e ligas do mesmo. Esses materiais têm a resistência necessária para suportar as cargas mecânicas que ocorrem e, ao mesmo tempo, são suficientemente biocompatíveis para osseointegração e uso prolongado na boca. Nos últimos anos, materiais cerâmicos, tais como zircônia e óxido de alumínio, também ganharam popularidade como material de implante.
[003] Os implantes têm duas peças essenciais: uma peça de ancoragem e uma peça de pilar. A peça de ancoragem é embutida no osso, no qual se osseointegra com o tecido ósseo para fornecer uma âncora firme para a prótese. O pilar se estende para dentro da cavidade oral e fornece um suporte para a prótese. O elemento protético desejado (por exemplo, ponte ou coroa) é fixado sobre o pilar de modo que pelo menos parte do pilar seja alojada dentro da prótese e forneça suporte de núcleo para tal. O elemento protético pode ser unido de maneira adesiva, cimentado, aparafusado ou facetado diretamente ao pilar. Neste último caso, o elemento protético e o pilar formam efetivamente um único componente e avanços futuros podem permitir que o pilar e o elemento protético sejam formados integralmente, por exemplo, por meio de impressão 3D ou afins.
[004] O implante pode ser construído em uma peça, de modo que a peça de ancoragem e a peça de pilar sejam produzidas em uma peça monolítica e integral. Portanto, em tais sistemas de implante, a peça de ancoragem integrada e o pilar são sempre posicionados dentro da boca ao mesmo tempo e o implante de peça única se estende através do tecido mole e para dentro da cavidade oral de modo a formar um suporte de núcleo para a prótese.
[005] Entretanto, os implantes também são frequentemente construídos em duas ou mais peças, caso no qual consistem em pelo menos um componente de ancoragem, frequentemente referido isoladamente como o implante, e um pilar separado, por vezes referido como um espaçador. O componente de ancoragem é, em geral, completamente embutido no osso, ou seja, na altura da crista alveolar, ou se projeta alguns milímetros a partir da crista alveolar ao tecido mole. Os componentes de ancoragem destinados à inserção completa no osso são comumente referidos como implantes de "nível ósseo", ao passo que aqueles destinados a se projetarem no tecido mole são comumente referidos como implantes de "nível de tecido". O pilar é montado direta ou indiretamente no componente de ancoragem por meio de uma variedade de meios conhecidos. Mais comumente, o pilar é unido de maneira adesiva ou conectado de maneira roscada ao componente de ancoragem.
[006] Diferentemente dos implantes de peça única, os implantes de múltiplas peças são mais versáteis, uma vez que a peça de ancoragem e o pilar podem ser adaptados às necessidades individuais do paciente. Em particular, o formato do pilar e a angulação em relação à peça de ancoragem podem ser selecionados após a inserção da peça de ancoragem. Isso fornece ao cirurgião mais flexibilidade e margem para erros. Uma vantagem adicional dos implantes de múltiplas peças é que o pilar pode ser feito em um material diferente da peça de ancoragem.
[007] A presente invenção pode ser aplicada a implantes tanto de uma peça como de múltiplas peças. Portanto, para o restante deste relatório descritivo, o termo "implante" será usado para denotar o componente de ancoragem de um sistema de implante, a saber, o elemento que, em uso, está diretamente ancorado dentro do osso. O implante pode ser uma peça única, de nível ósseo ou de nível de tecido.
[008] Como mencionado acima, os implantes dentários são feitos em material que se osseointegra ao osso. Em outras palavras, as células ósseas fixam-se à superfície do implante de modo que o implante se integre ao osso da mandíbula/maxila. O processo de osseointegração normalmente leva de 3 a 6 meses para ocorrer. Durante esse tempo, o implante deve ser mantido firmemente dentro do osso por meios mecânicos. Essa fixação mecânica do implante dentro do osso é referida como "estabilidade primária". A maioria dos implantes contemporâneos compreende roscas na superfície exterior do implante, as quais são usadas para aparafusar e prender o implante dentro de um orifício passante, em geral preparado cirurgicamente. Essas roscas fornecem estabilidade primária durante a osseointegração e, em comparação com implantes de parede lisa, fornecem uma área de superfície maior para os osteoblastos (células ósseas) se fixarem.
[009] O formato das roscas exteriores do implante pode ter um grande impacto não apenas na estabilidade primária, mas também na velocidade da osseointegração. Durante a criação do orifício, o osso é necessariamente danificado. Isso ocorre devido à retirada do osso, bem como ao calor e ao atrito gerado durante o uso dos instrumentos perfurantes. Observa-se comumente que, após a colocação do implante, as células ósseas "morrem" durante um período antes que novas células ósseas iniciem o processo de osseointegração. Portanto, os fabricantes de implantes se esforçam para produzir projetos de implantes que forneçam a mais alta estabilidade primária com o mínimo de dano ao osso, limitando, assim, a desintegração e promovendo o início precoce da osseointegração.
[010] Para tanto, foram desenvolvidos implantes "autoperfurantes". O objetivo de tais implantes é permitir que o implante seja inserido no osso sem a necessidade de primeiramente perfurar o orifício passante. Essa pré-perfuração requer uso de um instrumento adicional e, portanto, causa trauma adicional ao osso. Além disso, a etapa de perfurar o orifício passante aumenta o tempo e a complexidade do procedimento cirúrgico, além de remover material ósseo adicional.
[011] A capacidade de um implante de auto perfurar, a saber, de cortar o osso, depende muito da qualidade do osso de cada paciente. Os pacientes humanos apresentam uma variedade de densidades ósseas. Quanto menor a densidade óssea, mais fácil e, de fato, vantajosa é a inserção do implante em um orifício ósseo não perfurado ou mesmo subpreparado, isto é, um orifício passante com um diâmetro menor que o diâmetro de núcleo do implante. A estabilidade primária é naturalmente mais difícil de alcançar em ossos de densidade mais baixa e a preparação do orifício passante resultará na compressão do osso ao redor do implante, o que melhora a estabilidade primária. São conhecidos projetos de implantes que comprimem o osso de baixa densidade ao redor das roscas, bem como no núcleo do implante. Em particular, os implantes apicalmente cônicos são considerados fornecedores de maior estabilidade primária em ossos de baixa densidade em relação aos implantes tradicionais de "paredes paralelas" (cilíndricos).
[012] Os documentos WO 2015/118543 e US 2010/009316 divulgam vários projetos de implantes destinados a melhorar a estabilidade primária de um implante.
[013] Entretanto, no osso de alta densidade, diferentemente do osso de baixa densidade, a compressão do osso pode danificar as células ósseas e os vasos sanguíneos dentro do osso. Além disso, pode não ser possível até mesmo para roscas "autoperfurantes" cortarem o osso denso sem incorrer em níveis inaceitavelmente altos de torque, o que poderia danificar o implante. Em ossos de alta densidade, portanto, muitas vezes ainda é necessário que o orifício seja perfurado antes da inserção de implantes comercializados como autoperfurantes, resultando nas desvantagens supramencionadas de aumento do tempo e da complexidade do procedimento de implantação, bem como em aumento do trauma ao osso.
[014] Portanto, no campo da implantodontia dentária ainda há uma necessidade de melhorar a capacidade de um implante em fornecer uma estabilidade primária forte em ossos de baixa e alta densidade, enquanto ao mesmo tempo resulta em danos mínimos ao osso. Melhorar esses aspectos diminuirá o tempo de cirurgia e reduzirá falhas de implante.
[015] Portanto, o objetivo da presente invenção é fornecer um projeto de implante dentário que melhore a estabilidade primária e a capacidade de auto perfuração, particularmente em osso de alta densidade.
[016] De acordo com um primeiro aspecto, a presente invenção fornece um implante dentário compreendendo uma porção roscada estendendo-se ao longo de um eixo longitudinal central de uma extremidade apical até uma extremidade coronal, a porção roscada compreendendo um núcleo a partir do qual o rosqueamento se estende radialmente para fora, o rosqueamento compreendendo um flanco apical, um flanco coronal e uma superfície lateral conectando os flancos apical e coronal, a superfície lateral definindo a superfície radialmente mais externa do rosqueamento, o rosqueamento estendendo-se ao longo do comprimento da porção roscada de maneira helicoidal e a largura de rosca estreitando-se na direção radialmente para fora de modo que o rosqueamento seja mais largo onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral, o diâmetro de núcleo da porção roscada sendo definido pelo diâmetro externo do núcleo e o diâmetro externo da porção roscada sendo definido pela superfície lateral do rosqueamento, em que, ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da porção roscada, o perfil de rosca do rosqueamento é formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo constante, o subsegmento do meio tendo um ângulo de conicidade maior que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e radialmente mais externo, o ângulo de conicidade formado entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo sendo menor que 30°.
[017] De acordo com a terminologia odontológica convencional, "apical" se refere ao sentido em direção ao osso e "coronal" ao sentido em direção aos dentes. Portanto, a extremidade apical de um componente é a extremidade que, em uso, é direcionada ao osso da mandíbula/maxila e a extremidade coronal é aquela que é direcionada à cavidade oral.
[018] De acordo com a presente invenção, o diâmetro externo da porção roscada é definido pela superfície lateral do rosqueamento. Em outras palavras, o diâmetro externo da porção roscada é determinado pela superfície virtual contento a superfície lateral do rosqueamento. Isso pode ser mais bem visualizado ao visualizar uma seção transversal longitudinal ou vista lateral do implante. Ao desenhar duas linhas estendendo-se axialmente em cada lado do implante, cada linha em contato com e estendendo-se ao longo da superfície lateral do rosqueamento, o diâmetro em qualquer dado local axial da porção roscada é dado pela distância entre essas linhas.
[019] De acordo com a terminologia odontológica convencional, a "profundidade" da rosca se refere ao comprimento da rosca, medido na direção radial, do núcleo até a superfície lateral. Portanto, a profundidade de rosca, em qualquer localização axial, é a diferença no comprimento radial entre os diâmetros de núcleo e externo. A "largura" da rosca se refere ao comprimento axial da rosca medido em um plano longitudinal do implante, isto é, um plano contendo o eixo longitudinal central da porção roscada.
[020] O "perfil de rosca" do rosqueamento se refere ao formato dos flancos apical e coronal quando vistos em um plano longitudinal da porção roscada, isto é, um plano contendo o eixo longitudinal central da porção roscada.
[021] De acordo com a presente invenção, o perfil de rosca do rosqueamento ao longo de pelo menos parte da extensão axial da porção roscada é formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial. Com isso, entende-se que o perfil de rosca nessa seção do rosqueamento é formado exclusivamente pelos três subsegmentos descritos, na medida do possível por técnicas de fabricação, por exemplo, em alguns casos, é necessária uma pequena transição curva entre o núcleo e o rosqueamento ou entre cada subsegmento. Portanto, o subsegmento radialmente mais interno começa no diâmetro de núcleo e o subsegmento radialmente mais externo termina na superfície lateral, sem subsegmentos adicionais intermediários posicionados entre os três subsegmentos. Em cada um dos três subsegmentos, os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo constante. O ângulo de conicidade do subsegmento radialmente mais externo é menor que 30°. Isso fornece à parte radialmente mais externa dessa seção do rosqueamento um perfil de corte afiado, aumentando assim a capacidade do rosqueamento de cortar osso, particularmente osso de alta densidade. Preferencialmente, o ângulo entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo é de 20° a 29° e, de maneira mais preferencial, de 24° a 26°.
[022] Embora tal ângulo estreito seja benéfico para o desempenho de corte da rosca, um perfil de rosca tendo esse ângulo ao longo da profundidade total da rosca teria uma largura relativamente fina, mesmo em seu ponto radialmente mais interno. Tal largura fina da rosca seria vulnerável à distorção ou ruptura.
[023] Portanto, de acordo com a presente invenção, o subsegmento do meio tem um ângulo de conicidade que é maior que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e radialmente mais externo. Desse modo, o subsegmento do meio fornece um maior aumento na largura de rosca do que seria alcançado ao manter o ângulo de conicidade do subsegmento radialmente mais externo, aumentando assim a resistência da rosca.
[024] Tal perfil de rosca tem benefícios durante a inserção em ossos tanto de alta densidade como de baixa densidade. O ângulo estreito do subsegmento radialmente mais externo fornece uma boa capacidade de corte, o que é particularmente importante quando o implante é inserido em ossos de alta densidade. Fornecer o subsegmento do meio alarga a rosca na localização radialmente para dentro do ângulo de corte afiado do subsegmento radialmente mais externo, fortalecendo, assim, a rosca, bem como fornecendo uma maior compressão axial do osso de baixa densidade quando o implante é inserido em um orifício passante subpreparado.
[025] Em modalidades preferenciais, o ângulo de conicidade do subsegmento do meio é pelo menos duas vezes o ângulo de conicidade do subsegmento radialmente mais externo. Isso permite que a largura da rosca aumente rapidamente na direção radialmente para dentro. Em uma modalidade particularmente preferencial, o ângulo de conicidade do subsegmento do meio é de 40 a 70°, preferencialmente pelo menos 50°.
[026] O subsegmento radialmente mais interno do perfil de rosca tem um ângulo de conicidade menor que aquele do subsegmento do meio, resultando em uma melhor função de corte. Em uma modalidade preferencial, os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente internos e externos são substancialmente os mesmos e, de maneira mais preferencial, esses ângulos de conicidade são idênticos. Por "substancialmente os mesmos", entende-se que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente internos e externos estão dentro de 5° um do outro e, por "idênticos", que os ângulos de conicidade estão dentro de 1° um do outro. Isso resulta em tanto os subsegmentos radialmente mais internos como mais externos compreendendo um perfil de corte afiado.
[027] Portanto, de acordo com uma modalidade particularmente preferencial, dentro dos subsegmentos radialmente mais interno e mais externo , os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo entre 24 a 26°, de maneira mais preferencial de 25° e, dentro do subsegmento do meio, os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo entre 55 a 65°, de maneira mais preferencial de 60°.
[028] De acordo com a presente invenção, o perfil de rosca descrito acima está presente ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da porção roscada. Em algumas modalidades preferenciais, o rosqueamento compreende o perfil de rosca descrito acima ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada. Desse modo, a parte radialmente mais externa do rosqueamento sempre compreenderá um ângulo entre os flancos apical e distal menor que 30°. Esse ângulo estreito fornece uma função de corte aprimorada ao longo de todo o comprimento da porção roscada.
[029] Preferencialmente, o perfil de rosca de base do rosqueamento e a largura da rosca no diâmetro de núcleo permanecem constantes ao longo de toda a extensão axial da porção roscada. Por conseguinte, em tais modalidades, o formato dos flancos apical e coronal permanecem constantes ao longo da extensão axial da porção roscada. Assim, nesta modalidade preferencial, o perfil de rosca de base é formado pelos três subsegmentos descritos acima. Isso permite que o perfil de rosca descrito acima esteja presente ao longo de toda a extensão axial da porção roscada.
[030] Entretanto, em modalidades preferenciais, conforme será descrito abaixo, a profundidade de rosca do rosqueamento varia ao longo da extensão axial da porção roscada. Em tais modalidades, nem sempre é possível que todos os três subsegmentos estejam presentes dentro do rosqueamento ao longo de toda a extensão axial da porção roscada, visto que, uma vez que a profundidade de rosca em uma localização axial particular é reduzida para além de um certo ponto, o subsegmento radialmente mais externo e, em seguida, o subsegmento do meio, serão removidos do perfil de rosca nessa localização axial.
[031] Entretanto, é preferencial que o perfil de rosca do rosqueamento seja formado pelos três subsegmentos descritos acima ao longo de pelo menos um quarto da extensão axial da porção roscada, de maneira mais preferencial ao longo de pelo menos metade da extensão axial da porção roscada.
[032] Preferencialmente, o perfil de rosca do rosqueamento é formado pelos três subsegmentos descritos acima em uma localização axial dentro da metade mais apical da porção roscada, mais preferencialmente dentro do quarto mais apical da porção roscada. Com isso, entende-se que a seção do rosqueamento compreendendo os três subsegmentos descritos acima começa dentro da metade apical da porção roscada, preferencialmente dentro do quarto mais apical da porção roscada. Isso é benéfico, pois permite que o subsegmento radialmente mais externo, com sua função de corte aprimorada, esteja presente em uma parte localizada apicalmente da porção roscada.
[033] O rosqueamento da presente invenção pode ser uma rosca de entrada única. Entretanto, preferencialmente, o rosqueamento compreende uma rosca de entrada dupla. Isso é benéfico, pois tal rosca de entrada dupla permite que o implante penetre mais profundamente no osso em menos voltas, aumentando assim a velocidade de inserção do implante. Além disso, uma rosca de entrada dupla é considerada como menos danosa para o osso, pois as arestas de corte de cada rosca são mais espaçadas axialmente entre si. Em uma rosca de entrada dupla, o passo do rosqueamento (a saber, a distância axial entre as cristas da rosca) é a metade do avanço de rosca (a saber, a distância axial percorrida pelo implante em uma volta completa de 360°).
[034] Quando o implante compreende uma rosca de entrada dupla, o perfil de rosca de ambas as roscas deve compreender os três subsegmentos descritos acima, pelo menos ao longo de uma seção da extensão axial da porção roscada. Preferencialmente, o perfil de rosca de base de cada rosca é idêntico e constante ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada, este perfil de rosca de base sendo formado pelos três subsegmentos descritos acima. Isso simplifica a produção do implante, visto que a mesma ferramenta pode ser usada para fazer ambas as roscas.
[035] Preferencialmente, o diâmetro de núcleo da porção roscada se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da porção roscada. A natureza afunilada do diâmetro de núcleo permite que o implante comprima osso de baixa densidade quando colocado em um orifício passante subpreparado, isto é, um orifício com um diâmetro menor que o diâmetro de núcleo da porção roscada. À medida que o implante é inserido no osso, o diâmetro gradualmente crescente do núcleo comprime o osso de baixa densidade na direção radial em torno da porção roscada do implante.
[036] Preferencialmente, o diâmetro de núcleo da porção roscada se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de pelo menos uma seção substancial da extensão axial da porção roscada, isto é, ao longo de 80% do comprimento axial da porção roscada.
[037] A fim de permitir a compressão do osso de baixa densidade ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada, é preferencial que o diâmetro de núcleo da porção roscada diminua radialmente para dentro na direção apical ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada. Em outras palavras, o diâmetro de núcleo diminui continuamente da extremidade coronal à apical da porção roscada.
[038] Adicional ou alternativamente, o diâmetro externo da porção de rosca pode se afunilar radialmente para dentro na direção apical ao longo de pelo menos a metade apical da porção roscada. Desse modo, a superfície lateral da porção roscada também pode ser usada para comprimir osso de baixa densidade na direção radial, pelo menos na metade apical da porção roscada.
[039] Em uma modalidade particularmente preferencial, a porção roscada compreende uma seção apical e uma seção de corpo principal, em que, dentro da seção apical, o ângulo de conicidade do diâmetro externo, em relação ao eixo longitudinal central, é sempre maior que 20°, o ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo em relação ao eixo longitudinal central sendo menor que o ângulo de conicidade do diâmetro externo em todas as localizações axiais da seção apical, de modo que a profundidade da rosca na seção apical diminua continuamente em uma direção apical, a seção apical tendo um comprimento axial menor que 2 mm e em que, dentro da seção de corpo principal, o ângulo de conicidade do diâmetro externo, em relação ao eixo longitudinal central, é sempre menor que 5°.
[040] O comprimento curto da seção apical e o ângulo de conicidade grande do diâmetro externo implicam que a profundidade de rosca aumente rapidamente perto da extremidade apical da porção roscada, permitindo que o implante corte profundamente o osso e aumentando a estabilidade primária. Preferencialmente, o comprimento axial da seção apical é menor que 1,6 mm, de maneira mais preferencial entre 1 a 1,5 mm. É preferencial que o comprimento axial da seção apical não seja menor que 1 mm, visto que o rosqueamento precisa de algum espaço axial para onde aumentar sua profundidade na direção coronal.
[041] Nesta modalidade preferencial, na seção de corpo principal da porção roscada, o ângulo de conicidade do diâmetro externo é sempre menor que 5°, o ângulo de conicidade sendo medido a partir do eixo longitudinal central da porção roscada. Ao limitar ângulo de conicidade desse modo, o diâmetro externo da seção de corpo principal aumenta apenas muito gradualmente na direção coronal, controlando assim o torque necessário durante a inserção, particularmente no osso de alta densidade. Além disso, ter um ângulo de conicidade baixo na seção de corpo principal aumenta a estabilidade primária, visto que, para um dado diâmetro do orifício passante, um número maior de cristas de rosca pode cortar a parede do furo. Preferencialmente, o ângulo de conicidade do diâmetro externo na seção de corpo principal é sempre menor que 2,5°, mais preferencialmente menor que 1,5° e, de maneira mais preferencial, menor que 1°.
[042] Em tais modalidades, é preferencial que o perfil de rosca do rosqueamento seja formado pelos três subsegmentos descritos acima ao longo de pelo menos um quarto da extensão axial da porção de corpo principal, mais preferencialmente ao longo de pelo menos metade da extensão axial da seção de corpo principal. Adicional ou alternativamente, é preferencial que o perfil de rosca do rosqueamento seja formado pelos três subsegmentos descritos acima em uma localização axial dentro da metade mais apical da seção de corpo principal, mais preferencialmente dentro do quarto mais apical da seção de corpo principal. Com isso, entende-se que a seção do rosqueamento compreendendo os três subsegmentos descritos acima começa dentro da metade apical da seção de corpo principal, preferencialmente dentro do quarto mais apical da seção de corpo principal.
[043] Embora seja possível projetar o implante de modo que a profundidade de rosca permaneça constante ao longo da extensão axial da seção de corpo principal, preferencialmente os ângulos de conicidade do diâmetro de núcleo e diâmetro externo dentro da seção de corpo principal são tais que, ao longo do comprimento axial da seção de corpo principal, a profundidade do rosqueamento varia de modo que a profundidade do rosqueamento na extremidade apical da seção de corpo principal seja maior que a profundidade do rosqueamento na extremidade coronal da seção de corpo principal. Visto que, de acordo com a presente invenção, a largura de rosca se estreita na direção radialmente para fora, uma profundidade de rosca menor resulta em uma superfície lateral mais larga. Portanto, nesta modalidade preferencial, a largura da superfície lateral do rosqueamento na extremidade apical da seção de corpo principal será menor que a largura da superfície lateral do rosqueamento na extremidade coronal da seção de corpo principal.
[044] Isso é benéfico, visto que roscas mais afiadas com uma profundidade de rosca maior na parte apical da seção de corpo principal fornecem uma boa função de corte e melhor estabilidade primária, ao passo que uma superfície lateral mais larga na área coronal da seção de corpo principal permite a compressão de osso de baixa densidade na direção axial, novamente aumentando a estabilidade primária.
[045] Quando, de acordo com uma modalidade preferencial, o perfil de rosca de base e a largura de rosca no núcleo são constantes ao longo de toda a extensão axial da porção roscada, como descrito acima, mudanças na largura da superfície lateral ao longo do comprimento da porção roscada serão o resultado de mudanças na profundidade de rosca em vez de uma remodelagem dos flancos apical e coronal.
[046] Em uma modalidade particularmente preferencial, dentro da seção de corpo principal da porção roscada, a largura da superfície lateral do rosqueamento nunca é menor que 0,08 mm e nunca maior que 0,45 mm.
[047] Os limites superior e inferior preferenciais na largura da superfície lateral do rosqueamento evitam que essa superfície se torne muito estreita (o que resultaria na fratura ou distorção das partes apicais da rosca) ou muito larga (o que perderia a função de corte da rosca e aumentaria o torque de inserção em osso de alta densidade a níveis inaceitáveis). Os limites superior e inferior da largura da superfície lateral melhoram a capacidade do implante de auto perfurar ossos de alta densidade, ao passo que mantém o torque de inserção dentro de níveis aceitáveis.
[048] Isso é considerado inventivo por si só e, portanto, vista a partir de um segundo aspecto, a presente invenção compreende um implante dentário compreendendo uma porção roscada estendendo-se ao longo de um eixo longitudinal central de uma extremidade apical até uma extremidade coronal, a porção roscada compreendendo um núcleo a partir do qual o rosqueamento se estende radialmente para fora, o rosqueamento compreendendo um flanco apical, um flanco coronal e uma superfície lateral conectando os flancos apical e coronal, a superfície lateral definindo a superfície radialmente mais externa do rosqueamento, o rosqueamento estendendo-se ao longo do comprimento da porção roscada de maneira helicoidal e a largura da rosca estreitando-se na direção radialmente para fora, de modo que o rosqueamento seja mais largo onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral, o perfil de rosca de base do rosqueamento e a largura de rosca no núcleo permanecendo constantes ao longo da extensão axial da porção roscada, o diâmetro de núcleo da porção roscada sendo definido pelo diâmetro externo do núcleo e o diâmetro externo da porção roscada sendo definido pela superfície lateral do rosqueamento, em que o diâmetro de núcleo da porção roscada se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada e o diâmetro externo da porção roscada se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de pelo menos a metade apical da porção roscada, a porção roscada compreendendo uma seção apical e uma seção de corpo principal, em que, dentro da seção apical, o ângulo de conicidade do diâmetro externo, em relação ao centro eixo longitudinal, é sempre maior que 20°, o ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo em relação ao eixo longitudinal central sendo menor que o ângulo de conicidade do diâmetro externo em todas as localizações axiais da seção apical, de modo que a profundidade de rosca na seção apical diminua em um direção apical, a seção apical tendo um comprimento axial menor que 2 mm e em que, na seção de corpo principal, o ângulo de conicidade do diâmetro externo em relação ao eixo longitudinal central é sempre menor que 5°, os ângulos de conicidade do diâmetro de núcleo e do diâmetro externo dentro da seção de corpo principal sendo tais que, ao longo do comprimento axial da seção de corpo principal, a profundidade do rosqueamento varia de modo que a profundidade do rosqueamento na extremidade apical da seção de corpo principal seja maior que a profundidade do rosqueamento na extremidade coronal da seção de corpo principal e a largura da superfície lateral do rosqueamento na extremidade apical da seção de corpo principal seja menor que a largura da superfície lateral do rosqueamento na extremidade coronal da seção de corpo principal, em que a largura da superfície lateral do rosqueamento dentro da seção de corpo principal nunca é menor que 0,08 mm e nunca maior que 0,45 mm.
[049] As definições dos termos dados acima com relação ao primeiro aspecto, tais como "apical", "coronal", "diâmetro externo", "profundidade de rosca", "largura de rosca", "perfil de rosca” e "perfil de rosca de base” são igualmente válidas em relação ao segundo aspecto e todos os outros aspectos da presente invenção aqui descritos.
[050] O comprimento curto da seção apical e o ângulo de conicidade grande do diâmetro externo dentro da seção apical implicam que a profundidade de rosca aumente rapidamente nas imediações da extremidade apical da porção roscada, permitindo que o implante corte profundamente o osso e aumente a estabilidade primária. Preferencialmente, o comprimento axial da seção apical é menor que 1,6 mm, de maneira mais preferencial de 1 a 1,5 mm. É preferencial que o comprimento axial da seção apical não seja menor que 1 mm, visto que o rosqueamento precisa de algum espaço axial para onde aumentar sua profundidade na direção coronal.
[051] De acordo com o segundo aspecto da presente invenção e aspectos preferenciais do primeiro aspecto, o ângulo de conicidade do diâmetro externo dentro da seção de corpo principal é sempre menor que 5°, o ângulo de conicidade sendo medido a partir do eixo longitudinal central da porção roscada. Ao limitar o ângulo de conicidade desse modo, o diâmetro externo da seção de corpo principal aumenta apenas muito gradualmente na direção coronal, controlando, assim, o torque necessário durante a inserção em osso de alta densidade. Além disso, ter um ângulo de conicidade baixo na seção de corpo principal aumenta a estabilidade primária, visto que, para um dado diâmetro do orifício passante, um número maior de cristas de rosca pode cortar a parede do orifício passante. Preferencialmente, o ângulo de conicidade do diâmetro externo na seção de corpo principal é sempre menor que 2,5°, mais preferencialmente menor que 1,5° e, de maneira mais preferencial, menor que 1°.
[052] Como discutido acima, o "perfil de rosca de base" do rosqueamento se refere ao formato dos flancos apical e coronal. De acordo com o segundo aspecto da presente invenção e aspectos preferenciais do primeiro aspecto, o perfil de rosca de base do rosqueamento e a largura de rosca no núcleo permanecem constantes, de modo que a mudança na largura da superfície lateral ao longo do comprimento da seção de corpo principal seja o resultado de mudanças na profundidade de rosca em vez de uma remodelagem dos flancos apical e coronal. A superfície lateral será mais larga em áreas do rosqueamento nas quais a profundidade de rosca é pequena e mais estreita onde a profundidade de rosca é maior. Isso se deve ao fato de a largura de rosca se estreitar radialmente para fora.
[053] De acordo com o segundo aspecto da presente invenção, a largura da rosca se estreita na direção radialmente para fora, de modo que a rosca seja mais larga onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral. Dentro do campo de implantes, muitos desses perfis de rosca são conhecidos. Em muitos projetos conhecidos, os flancos coronal e apical do rosqueamento são assimétricos. Por exemplo, o flanco coronal pode se afunilar ao longo de um raio, ao passo que o flanco apical pode se afunilar ao longo de um único ângulo. Alternativamente, ambos os flancos podem se afunilar ao longo de raios ou ângulos diferentes.
[054] Entretanto, no segundo aspecto da presente invenção, é preferencial que tanto o flanco apical como o coronal da rosca se afunilem ao longo de um ângulo em vez de um raio. Em outras palavras, os flancos apical e coronal têm uma seção transversal reta em um plano longitudinal da porção roscada.
[055] Preferencialmente, ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da seção de corpo principal, o ângulo formado entre os flancos apical e coronal, pelo menos na parte radialmente mais externa do rosqueamento, é menor que 30°, mais preferencialmente de 20° a 29° e, de maneira mais preferencial, de 24° a 26°. Isso fornece ao rosqueamento ao longo dessa extensão axial um perfil de corte afiado, aumentando assim a capacidade do rosqueamento de cortar o osso, particularmente osso de alta densidade.
[056] Em algumas modalidades do segundo aspecto da presente invenção, os flancos apical e coronal formam um ângulo único ao longo de toda a profundidade da rosca. Entretanto, nos ângulos preferenciais listados acima, isso resultará em uma rosca tendo uma largura relativamente fina, mesmo em seu ponto radialmente mais interno. Tal largura fina de rosca seria vulnerável a distorção ou ruptura.
[057] Portanto, preferencialmente, o perfil de rosca de base do segundo aspecto da presente invenção é formado pelos três subsegmentos descritos com relação ao primeiro aspecto da presente invenção. Especificamente, é preferencial que o perfil de rosca de base do rosqueamento do segundo aspecto da presente invenção seja formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo constante, o subsegmento do meio tendo um ângulo de conicidade que é maior que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e radialmente mais externo, o ângulo de conicidade formado entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo sendo menor que 30°.
[058] Preferencialmente a profundidade de rosca do rosqueamento é tal que, ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da seção de corpo principal, o perfil de rosca é formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo constante, o subsegmento do meio tendo um ângulo de conicidade que é maior que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e radialmente mais externo, o ângulo de conicidade formado entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo sendo menor que 30°.
[059] Em outras palavras, é preferencial que o primeiro e o segundo aspectos da presente invenção sejam combinados, de modo que o rosqueamento do segundo aspecto da presente invenção tenha as características e, preferencialmente, as características preferenciais do rosqueamento conforme descrito com relação ao primeiro aspecto da presente invenção.
[060] Em particular, é preferencial que o perfil e rosca do rosqueamento do segundo aspecto da presente invenção seja formado pelos três subsegmentos descritos acima ao longo de pelo menos um quarto da extensão axial da porção de corpo principal, mais preferencialmente ao longo de pelo menos metade da extensão axial da seção de corpo principal. Adicional ou alternativamente, é preferencial que o perfil de rosca do rosqueamento do segundo aspecto da presente invenção seja formado pelos três subsegmentos descritos acima em uma localização axial dentro da metade mais apical da seção de corpo principal, mais preferencialmente dentro do quarto mais apical da seção de corpo principal. Com isso, entende-se que a seção do rosqueamento compreendendo os três subsegmentos descritos acima começa dentro da metade apical da seção de corpo principal, preferencialmente dentro do quarto mais apical da seção de corpo principal.
[061] As características descritas abaixo são igualmente aplicáveis ao primeiro e ao segundo aspectos da presente invenção. De acordo com pelo menos modalidades preferenciais da presente invenção, o ângulo de conicidade do diâmetro externo na seção apical da porção roscada é sempre maior que 20°. Isso resulta no diâmetro externo da seção apical aumentando rapidamente ao longo de um comprimento axial curto. Preferencialmente, o ângulo de conicidade máximo do diâmetro de núcleo dentro da seção apical, conforme medido a partir do eixo longitudinal central da porção roscada, é de 10° a 25°.
[062] Preferencialmente, o ângulo de conicidade do diâmetro externo não é constante dentro da seção apical, embora este seja sempre maior que 20°. Preferencialmente, o rosqueamento compreende dois segmentos adjacentes dentro da seção apical, cada segmento tendo um diâmetro externo que se afunila em um ângulo constante em relação ao eixo longitudinal da porção roscada, o diâmetro externo do segmento mais apical tendo um ângulo de conicidade maior, conforme medido a partir do eixo longitudinal central, que o diâmetro externo do segmento mais coronal. Ter um ângulo de conicidade maior no segmento mais apical faz com que a profundidade de rosca aumente muito rapidamente na direção coronal antes de aumentar de forma mais suave, criando, assim, uma seção apical mais arredondada.
[063] Preferencialmente, o ângulo de conicidade do diâmetro externo do segmento mais apical é de 50° a 70°, de maneira mais preferencial de 60°, ao passo que o ângulo de conicidade do diâmetro externo do segmento mais coronal é de 28° a 48°, os ângulos de conicidade sendo medidos em relação ao eixo longitudinal central.
[064] O resultado dos ângulos de conicidade relativos preferenciais do núcleo e dos diâmetros externos dentro da seção apical é que a profundidade da rosca aumenta rapidamente na direção coronal. Preferencialmente, a profundidade máxima do rosqueamento é alcançada em menos de uma volta completa do rosqueamento, de maneira mais preferencial dentro de três quartos de uma volta completa da rosca. Isso permite que a parte apical do implante corte profundamente o osso.
[065] De acordo com pelo menos modalidades preferenciais da presente invenção, o diâmetro de núcleo se afunila ao longo da direção apical ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada. A natureza afunilada do diâmetro de núcleo permite que o implante comprima o osso de baixa densidade quando colocado em um orifício passante subpreparado. Além disso, pelo menos em modalidades preferenciais, o diâmetro externo da porção roscada se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de pelo menos a metade apical da porção roscada. Esse afunilamento do diâmetro externo também comprime o osso de baixa densidade na direção radial em torno da porção roscada do implante.
[066] Preferencialmente, o diâmetro externo se afunila radialmente para dentro ao longo de pelo menos a metade apical da seção de corpo principal. É possível que o diâmetro externo se afunile ao longo de todo o comprimento da seção de corpo principal, de maneira semelhante ao diâmetro de núcleo. Entretanto, preferencialmente o diâmetro externo da porção roscada permanece constante na parte mais coronal da seção de corpo principal, de modo que a superfície lateral nessa parte da seção de corpo principal defina uma superfície cilíndrica. Preferencialmente, a superfície lateral do rosqueamento define uma superfície cilíndrica ao longo de não mais que os 2 mm mais coronais da seção de corpo principal. De maneira mais preferencial, a extensão axial da seção de corpo principal com um diâmetro externo constante é de 0,5 mm a 2 mm.
[067] Ter um diâmetro constante na parte mais coronal da seção de corpo principal controla o torque de inserção necessário durante a colocação em ossos de alta densidade ao reduzir o aumento total do diâmetro externo ao longo da seção de corpo principal. Muitas vezes, a camada externa do osso, conhecida como osso cortical, é mais densa que o osso subjacente e, portanto, é especialmente importante evitar um aumento de torque nessa área. Manter um diâmetro externo cilíndrico na parte mais coronal da seção de corpo principal auxilia nisso.
[068] De acordo com pelo menos modalidades preferenciais da presente invenção, o ângulo de conicidade do diâmetro externo em relação ao eixo longitudinal central ao longo da extensão axial da seção de corpo principal é sempre menor que 5°. Como discutido acima, na parte mais coronal da seção de corpo principal, o ângulo de conicidade do diâmetro externo pode ser 0°, definindo assim uma superfície cilíndrica. Entretanto, de acordo com pelo menos modalidades preferenciais da presente invenção, o diâmetro externo da porção roscada deve se afunilar radialmente para dentro na direção apical ao longo da metade mais apical da porção roscada, preferencialmente a metade mais apical da seção de corpo principal.
[069] Assim, em modalidades preferenciais, o diâmetro externo da seção de corpo principal compreende um segmento apical, no qual o diâmetro externo se afunila radialmente para dentro na direção apical com um ângulo de conicidade de menor que 5° em relação ao eixo longitudinal central, preferencialmente menor que 2,5°, e um segmento coronal, no qual o diâmetro externo tem um ângulo de conicidade de 0°, definindo assim uma superfície cilíndrica na parte mais coronal da seção de corpo principal. No segmento apical, o ângulo de conicidade do diâmetro externo pode variar, formando assim subsegmentos dentro do segmento apical tendo diferentes ângulos de conicidade maiores que 0°. Entretanto, em modalidades preferenciais, o diâmetro externo do segmento apical da seção de corpo principal tem um ângulo de conicidade constante. Preferencialmente, esse ângulo de conicidade é menor que 2,5°, mais preferencialmente menor que 1,5° e, de maneira mais preferencial, menor que 1°. Preferencialmente, o segmento coronal tem um comprimento axial não maior que 2 mm, de maneira mais preferencial um comprimento axial de 0,5 a 2 mm.
[070] Portanto, em uma modalidade preferencial, o diâmetro externo da seção de corpo principal se afunila em um ângulo constante, em relação ao eixo longitudinal central da porção roscada, da extremidade apical da seção de corpo principal até uma localização axial não maior que 2 mm da extremidade coronal da seção de corpo principal, após a qual o diâmetro externo permanece constante.
[071] Entretanto, como mencionado acima, também é possível que o diâmetro externo da seção de corpo principal se afunile radialmente para dentro na direção apical ao longo de toda a extensão axial da seção de corpo principal. Em tais modalidades, o ângulo de conicidade do diâmetro externo, medido em relação ao eixo longitudinal central da porção roscada, pode variar ao longo da extensão axial da seção de corpo principal, embora permaneça menor que 5°. Entretanto, preferencialmente, em tais modalidades, o ângulo de conicidade do diâmetro externo é constante ao longo de toda a extensão axial da seção de corpo principal. Preferencialmente, esse ângulo de conicidade é menor que 2,5°, mais preferencialmente menor que 1,5° e, de maneira mais preferencial, menor que 1°.
[072] A fim de garantir que a largura da superfície lateral da rosca permaneça dentro dos limites superior e inferior definidos pela presente invenção, a profundidade de rosca deve ser controlada. Isto é preferencialmente alcançado ajustando-se o diâmetro de núcleo e o externo. Como discutido acima, é preferencial que, dentro da seção de corpo principal, o ângulo de conicidade do diâmetro externo seja sempre menor que 5°. Isso ocorre, pois a superfície lateral do rosqueamento será cravada em osso de alta densidade, sem pré-perfuração do orifício passante.
[073] Portanto, a conicidade do diâmetro externo, quando presente, deve ser suave e idealmente ao longo de um ângulo de conicidade constante, de modo a evitar quaisquer mudanças repentinas no torque durante a inserção.
[074] Entretanto, o diâmetro de núcleo não é tão restrito. Isso pois, nos casos de osso de alta densidade, será feito um orifício passante que é maior que o diâmetro de núcleo máximo da porção roscada. Por conseguinte, o torque de inserção experimentado em osso de alta densidade não será tipicamente afetado por mudanças no diâmetro de núcleo. Em vez disso, a conicidade do diâmetro de núcleo afetará apenas a inserção do implante em ossos de baixa densidade, quando o orifício passante estiver subpreparado e quando a compressão do osso for desejável.
[075] Portanto, pode-se fazer alterações no diâmetro de núcleo a fim de controlar a largura da superfície lateral do rosqueamento.
[076] Portanto, preferencialmente, dentro da seção de corpo principal, o núcleo compreende pelo menos dois segmentos adjacentes, o diâmetro de núcleo de cada segmento afunilando-se em um ângulo diferente em relação ao eixo longitudinal central da porção roscada. Portanto, embora o diâmetro de núcleo da seção de corpo principal aumente continuamente na direção coronal, isso ocorre de maneira desigual. Desse modo, a largura lateral do rosqueamento pode ser mantida dentro do intervalo definido.
[077] Em algumas modalidades preferenciais, o núcleo compreende exatamente dois segmentos adjacentes, em outras modalidades preferenciais exatamente três segmentos adjacentes e em outras modalidades preferenciais exatamente quatro segmentos adjacentes. Em algumas modalidades, os ângulos de conicidade dos segmentos de núcleo, medidos em relação ao eixo longitudinal central, podem aumentar sequencialmente na direção coronal, de modo que a taxa de aumento do diâmetro de núcleo aumente sequencialmente na direção coronal ao longo do comprimento axial da seção de corpo principal. Isto é particularmente preferencial em modalidades nas quais o núcleo compreende exatamente dois ou três segmentos na seção de corpo principal.
[078] Em outras modalidades, entretanto, um segmento de núcleo pode ser delimitado tanto na direção apical como na coronal por um segmento de núcleo tendo um ângulo de conicidade menor, conforme medido em relação ao eixo longitudinal central. Em tais modalidades, portanto, a taxa de aumento do diâmetro de núcleo aumenta e, em seguida, diminui na direção coronal. Isso é particularmente preferencial em modalidades nas quais o núcleo compreende exatamente quatro segmentos.
[079] Em ainda outras modalidades, os ângulos de conicidade dos segmentos de núcleo, medidos em relação ao eixo longitudinal central, podem diminuir sequencialmente na direção coronal, de modo que a taxa de aumento do diâmetro de núcleo diminua sequencialmente na direção coronal ao longo do comprimento axial da seção de corpo principal. Isso é preferencial em algumas modalidades nas quais o núcleo compreende exatamente dois segmentos na seção de corpo principal.
[080] As mudanças no ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo dentro da seção de corpo principal são escolhidas a fim de manter a largura de superfície lateral do rosqueamento dentro dos limites superior e inferior predefinidos da presente invenção, além de manter uma espessura mínima de parede de implante, como será discutido em mais detalhes abaixo.
[081] Como discutido acima, pelo menos em modalidades preferenciais da presente invenção, a profundidade de rosca na extremidade apical da seção de corpo principal é maior que a profundidade de rosca na extremidade coronal da seção de corpo principal, ao passo que a largura da superfície lateral do rosqueamento é mais estreita na extremidade apical da seção de corpo principal do que na extremidade coronal da seção de corpo principal.
[082] Isso resulta em uma tendência geral da largura da superfície lateral aumentando ao longo da extensão axial da seção de corpo principal na direção coronal. Esse aumento na largura da superfície lateral permite que o osso de baixa densidade seja comprimido na direção axial ao redor da rosca, auxiliando assim na estabilidade primária do implante.
[083] Entretanto, como mencionado acima, embora a compressão óssea seja benéfica em casos de ossos de baixa densidade, ela deve ser evitada em ossos duros e de alta densidade. Em tais casos, o orifício passante não é subpreparado, mas, em vez disso, é perfurado de modo a ser maior que o diâmetro de núcleo da porção roscada ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada. Em tais casos, apenas as partes radialmente mais externas do rosqueamento engatam no osso durante a inserção.
[084] À medida que o implante das modalidades preferenciais da presente invenção é cravado no osso de alta densidade, o rosqueamento corta inicialmente uma ranhura no osso correspondendo ao formato da rosca na extremidade apical do implante. À medida que o implante é cravado no osso, essa ranhura inicial é gradualmente alargada tanto na direção axial, conforme a superfície lateral se alarga, como na direção radial, conforme o diâmetro externo aumenta. Desse modo, a ranhura dentro do osso é formada de maneira incremental, garantindo que o torque de inserção não seja muito grande, ao mesmo tempo que fornece uma fixação firme dentro do osso. Em pelo menos modalidades preferenciais da presente invenção, o perfil de rosca, pelo menos no quarto mais apical, preferencialmente na metade mais apical da seção de corpo principal, é formado pelos três subsegmentos descritos acima. O subsegmento radialmente mais externo tem um ângulo de conicidade entre os flancos apical e coronal menor que 30°, o que fornece uma ação de corte aprimorada, a qual é particularmente benéfica em ossos de alta densidade. Como descrito acima, o subsegmento do meio fortalece o rosqueamento e aumenta a compressão fornecida ao osso de baixa densidade em orifícios passantes subpreparados. Além disso, manter a largura de superfície lateral do rosqueamento dentro da seção de corpo principal dentro do intervalo de 0,08 a 0,45 mm evita que essa superfície se torne muito estreita (o que pode resultar em fratura ou distorção das partes apicais da rosca) ou muito larga (podendo levar à perda da função de corte da rosca e a um aumento do torque de inserção em osso de alta densidade a níveis inaceitáveis). Portanto, esses recursos preferenciais combinam-se de maneira vantajosa.
[085] De acordo com uma modalidade particularmente preferencial, na seção de corpo principal em cada localização axial, o ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo é maior que o ângulo de conicidade do diâmetro externo, de modo que a profundidade de rosca na seção de corpo principal aumente continuamente na direção apical e a largura da superfície lateral aumente continuamente na direção coronal. Isso aprimora a formação incremental descrita acima da ranhura dentro do osso, bem como a compressão do osso de baixa densidade nas direções tanto axial como radial.
[086] Como discutido acima, em certas modalidades preferenciais, dentro da seção de corpo principal, o núcleo compreende pelo menos dois segmentos adjacentes, o diâmetro de núcleo de cada segmento afunilando-se em um ângulo diferente em relação ao eixo longitudinal central da porção roscada. Preferencialmente, o ângulo de conicidade de cada segmento de núcleo é pelo menos duas vezes o ângulo de conicidade máximo do diâmetro externo na seção de corpo principal. Isso proporciona uma melhor compressão do osso em orifícios subpreparados.
[087] Em algumas modalidades, a porção roscada do implante consiste apenas na porção apical e na porção de corpo principal. Em outras palavras, a extremidade coronal da porção roscada corresponde à extremidade coronal da seção de corpo principal. Entretanto, normalmente a porção roscada compreende, em sua extremidade coronal, uma seção de saída de rosca na qual o diâmetro externo se afunila radialmente para dentro na direção coronal de modo que, na extremidade coronal da seção de saída, o diâmetro externo seja igual ao diâmetro de núcleo. É preferencial que essa seção de saída seja tão curta quanto possível e, portanto, quando presente, a seção de saída tem preferencialmente um comprimento axial não maior que 1,5 mm, de maneira mais preferencial de 1 mm ou menos. Portanto, visto de outra maneira, é preferencial que a seção de corpo principal da porção roscada se estenda da extremidade coronal da seção apical até um ponto não mais distante que 1,5 mm, preferencialmente 1 mm ou menos, da extremidade coronal da porção roscada.
[088] Preferencialmente, o ângulo de conicidade do diâmetro externo dentro da seção de saída, conforme medido a partir do eixo longitudinal central da porção roscada, é constante ao longo de todo o comprimento axial da seção de saída e é preferencialmente de 20° e 46°.
[089] A fim de fornecer uma aresta de corte dentro do rosqueamento, pelo menos um sulco é preferencialmente fornecido na porção roscada.
[090] Preferencialmente, a porção roscada compreende pelo menos dois sulcos que se estendem de maneira helicoidal ao longo de todo o comprimento da porção roscada. Desse modo, arestas de corte são fornecidas ao longo de todo o comprimento da porção roscada. A natureza helicoidal dos sulcos permite que fragmentos de osso sejam transportados e distribuídos ao longo do comprimento da porção roscada. Em uma modalidade, a porção roscada compreende apenas dois sulcos, que são diametralmente opostos um ao outro. Isso garante que um volume adequado de rosqueamento seja mantido, particularmente em implantes de menor diâmetro, a fim de fornecer estabilidade primária dentro do osso. Entretanto, em outras modalidades preferenciais, particularmente em implantes tendo um diâmetro externo máximo na porção roscada de pelo menos 5 mm, a porção roscada pode compreender quatro sulcos igualmente espaçados em torno do eixo longitudinal central da porção roscada.
[091] Preferencialmente, o pelo menos um sulco se estende para dentro do núcleo da porção roscada. Desse modo, cada sulco forma um canal contínuo ao longo do comprimento da seção roscada para transporte de fragmentos de osso. Preferencialmente, em um plano perpendicular ao eixo longitudinal central, a seção transversal do sulco forma um arco circular. Isso fornece um grande volume para o transporte de fragmentos de ossos. A fim de aumentar a capacidade de corte do(s) sulco(s), entretanto, é preferencial que a seção transversal do(s) sulco(s) dentro do rosqueamento compreenda adicionalmente duas seções retas opostas localizadas adjacentes às extremidades radialmente externas do arco circular, as referidas seções retas afunilando-se em direção uma à outra na direção radialmente para fora. Desse modo, as seções retas formam rebaixos na rosca, o que cria uma aresta de corte mais agressiva. O fato de o sulco compreender seções retas em ambos os lados do arco circular implica que o sulco forneça a mesma capacidade de corte, independentemente da direção de rotação do implante. Isso é benéfico para a colocação exata do implante, por exemplo, se o dentista inserir demasiadamente o implante e desejar desparafusar parcialmente o implante do osso. Além disso, esse projeto de sulco pode ajudar a reduzir o torque durante a inserção do implante, o que é particularmente benéfico ao inserir o implante em ossos de alta densidade. Conforme o implante é inserido no orifício passante, se o torque de inserção subir a um nível considerado inaceitável pelo(a) cirurgião(ã), ele(a) pode girar o implante ligeiramente na direção oposta. Essa ação fará com que a superfície de corte oposta do sulco corte o osso, alargando ligeiramente as roscas já perfuradas pelo implante. O cirurgião pode então retomar a inserção do implante com um torque menor que antes e com menos pressão no osso.
[092] O ângulo de conicidade entre as duas seções retas opostas do sulco é preferencialmente de 20 a 65°, de maneira mais preferencial de 20 a 30° ou de 55 a 65°. Um ângulo mais agudo é benéfico em implantes com um diâmetro menor, a fim de reter o volume da rosca, o que é benéfico para estabilidade primária e, portanto, preferencialmente, as duas seções retas opostas do sulco se afunilam em direção uma à outra em um ângulo de 55 a 65° em implantes com um diâmetro externo máximo na porção roscada de menos de 4,5 mm.
[093] Deve-se notar que as seções retas opostas do sulco podem estar localizadas na mesma localização axial dentro do rosqueamento ou em diferentes localizações axiais, em função dos ângulos de hélice relativos do rosqueamento e sulco, da largura do rosqueamento e do projeto do sulco. De acordo com a modalidade preferencial, entretanto, as duas seções retas opostas do sulco estão ambas presentes, juntas ou axialmente espaçadas entre si, dentro de pelo menos uma porção da seção transversal de rosqueamento.
[094] Como discutido acima, de acordo com pelo menos modalidades preferenciais da presente invenção, a profundidade da rosca, em geral, e em modalidades particularmente preferenciais, diminui continuamente na direção coronal ao longo da seção de corpo principal da porção roscada. Portanto, em função do comprimento das seções retas, o rebaixo pode não estar presente ao longo de todo o comprimento do rosqueamento. Preferencialmente, as seções retas descritas acima estão presentes no rosqueamento em 15-100% do comprimento axial da seção de corpo principal, mais preferencialmente em pelo menos 50% do comprimento axial do corpo principal. Preferencialmente, em situações em que o rebaixo não está presente em 100% do rosqueamento na seção de corpo principal, o rebaixo está presente na parte apical da seção de corpo principal. É a parte apical da seção roscada que precisará ter a maior capacidade de corte e, portanto, é esta área do implante que se beneficia mais com a inclusão do rebaixo de sulco.
[095] Como descrito acima, em uma modalidade preferencial, a seção transversal do sulco dentro de pelo menos uma porção de rosqueamento compreende um arco circular e, adjacentes a cada extremidade do arco circular, seções retas opostas que se afunilam em direção uma à outra na direção radialmente para fora. Como resultado dessa seção transversal, em algumas modalidades, a aresta dianteira da superfície de corte está localizada no diâmetro externo do implante.
[096] Entretanto, descobriu-se surpreendentemente que é benéfico fornecer uma transição suave, em vez de abrupta, entre a superfície lateral do rosqueamento e o sulco.
[097] Essa suavização da borda do sulco traz benefícios com relação à interação das roscas de implante tanto com osso de alta densidade quanto com osso de baixa densidade.
[098] A suavização da transição entre a superfície lateral e o sulco tem o efeito de mover a aresta de corte dianteira do sulco um pouco radialmente para dentro do diâmetro externo e, além disso, criar uma superfície de transição curva unindo a aresta de corte à superfície lateral da rosca.
[099] Essa superfície de transição curva, quando colocada em contato com o osso de baixa densidade, guia e comprime o osso radialmente para fora. Portanto, em vez de este osso ser cortado pela aresta de corte afiada do sulco, ela forma parte da massa óssea que é comprimida em torno do implante, melhorando a estabilidade primária. Quando inserida no osso de alta densidade, entretanto, este osso não se comprimirá e, portanto, é contatado e cortado pela aresta dianteira dentro do sulco.
[100] Essa capacidade do sulco de causar resultados diferentes em ossos de alta e baixa densidade é particularmente benéfica, pois a densidade óssea na mandíbula/maxila humana tende a não ser homogênea. Em vez disso, bolsas de osso de alta densidade podem ser encontradas dentro de osso de baixa densidade e vice-versa. O protocolo de perfuração do(a) cirurgião(ã) será selecionado com base na densidade óssea geral do paciente. Quando o osso é classificado como osso de baixa densidade, ele(a) subpreparará o orifício passante, ao passo que, se o osso for classificado como de alta densidade, um orifício passante de diâmetro maior será usado para evitar a compressão do osso de alta densidade e reduzir o torque necessário durante a inserção. Usando a aresta de corte inserida descrita acima e a superfície de transição curva, a superfície de transição pode comprimir áreas de osso de baixa densidade enquanto a aresta de corte remove áreas de osso de alta densidade. No caso de osso de alta densidade, isso permite que qualquer osso de baixa densidade encontrado seja comprimido, aumentando assim a estabilidade primária, sem sacrificar a capacidade de corte da rosca.
[101] Portanto, preferencialmente, a seção transversal do sulco dentro de pelo menos uma porção do rosqueamento compreende um arco circular e, adjacentes a cada extremidade do arco circular, seções retas opostas que se afunilam em direção uma à outra na direção radialmente para fora e, adjacentes a cada seção reta, superfícies de transição que conectam as extremidades radialmente externas dos lados retos à superfície lateral do rosqueamento, a superfície lateral do rosqueamento tendo um raio maior que a extremidade externa das seções retas, de modo que a aresta de corte dianteira do sulco esteja localizada radialmente para dentro da superfície lateral. Preferencialmente, as superfícies de transição são arredondadas.
[102] Isso é considerado inventivo por si só e, portanto, vista a partir de um terceiro aspecto, a presente invenção fornece um implante dentário que compreende uma porção roscada estendendo-se ao longo de um eixo longitudinal central de uma extremidade apical até uma extremidade coronal, a porção roscada compreendendo um núcleo a partir do qual o rosqueamento se estende radialmente para fora, o rosqueamento compreendendo um flanco apical, um flanco coronal e uma superfície lateral conectando os flancos apical e coronal, a superfície lateral definindo a superfície radialmente mais externa do rosqueamento, o rosqueamento estendendo-se ao longo do comprimento da porção roscada de maneira helicoidal e a largura da rosca estreitando-se na direção radialmente para fora, de modo que a rosca seja mais larga onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral, o diâmetro de núcleo da porção roscada sendo definido pelo diâmetro externo do núcleo e o diâmetro externo da porção roscada sendo definido pela superfície lateral do rosqueamento, em que a porção roscada compreende pelo menos um sulco que se estende de maneira helicoidal ao longo de todo o comprimento da porção roscada, a seção transversal do sulco dentro de pelo menos uma porção do rosqueamento compreendendo um arco circular e, adjacentes a cada extremidade do arco circular, seções retas opostas que se afunilam em direção uma à outra na direção radialmente para fora e, adjacentes a cada seção reta, superfícies de transição que conectam as extremidades radialmente externas da seção reta à superfície lateral do rosqueamento, a superfície lateral do rosqueamento tendo um raio maior que a extremidade externa das seções retas, de modo que a aresta de corte dianteira do sulco esteja localizada radialmente para dentro da superfície lateral.
[103] As características preferenciais deste aspecto da invenção são as mesmas descritas acima e abaixo com relação ao primeiro e segundo aspectos da invenção. Em outras palavras, todas as características descritas do perfil da rosca, perfil de base de rosca, largura da superfície lateral e ângulos de conicidade dos diâmetros de núcleo e externos descritos acima podem ser aplicadas, tanto isoladamente quanto em combinação com este novo aspecto da presente invenção.
[104] O arredondamento descrito acima das bordas de sulco também pode ser aplicado em áreas do rosqueamento onde não há seções retas do sulco. Embora a capacidade de corte dos sulcos em tais áreas não seja tão boa quanto daquelas áreas dos sulcos que têm seções retas, mesmo assim a inclusão de uma superfície de transição terá ainda o efeito de mover a aresta de corte radialmente para dentro e, assim, fornecer, em certa medida, os benefícios descritos acima. Portanto, em modalidades em que as seções retas do sulco não são encontradas em 100% do comprimento axial da porção roscada, é preferencial que a seção transversal de pelo menos um sulco nas porções restantes do rosqueamento compreenda um arco circular e, adjacentes a cada extremidade do arco circular, superfícies de transição que conectem as extremidades radialmente externas do arco à superfície lateral do rosqueamento, a superfície lateral do rosqueamento tendo um raio maior que as extremidades externas do arco de modo que a aresta de corte dianteira do sulco esteja localizada radialmente para dentro da superfície lateral.
[105] De acordo com modalidades preferenciais da invenção, a porção roscada compreende uma superfície rugosa. Uma superfície rugosa aumenta a área de superfície disponível para os osteoblastos se fixarem e, portanto, há muito tempo é conhecida por ser benéfica em implantes dentários. Uma forma comum de tornar rugosa a superfície envolve jateamento com areia e/ou condicionamento ácido da superfície do implante. Esse processo remove material da superfície do implante, deixando depressões e cavidades em um nível microscópico e/ou nanoscópico. Métodos aditivos para tornar a superfície rugosa, tais como TPS (spray de plasma de titânio), também são conhecidos. Qualquer método conhecido para tornar a superfície rugosa pode ser aplicado à porção roscada da presente invenção. Preferencialmente, a porção roscada do implante é tornada rugosa usando um método que compreende tanto jateamento com areia quanto condicionamento ácido.
[106] O projeto do implante descrito acima pode ser usado tanto em implantes de uma peça quanto de duas peças. Portanto, em algumas modalidades, o implante é um implante de uma peça e compreende, em uma localização coronal da seção roscada, uma peça de pilar integral e monolítica que, em uso, se projeta através da gengiva para fornecer suporte para uma prótese dentária.
[107] Em outras modalidades, entretanto, o implante é a peça do implante de um implante de duas peças e, portanto, compreende geometria de conexão de pilar para conectar um pilar separado ao implante. Qualquer geometria de conexão de pilar conhecida pode ser usada em conjunto com a presente invenção. Por exemplo, o implante pode compreender um orifício cego que se estenda a partir da extremidade coronal do implante ao longo do eixo longitudinal. O orifício pode ser usado para acomodar a extremidade apical de um pilar ou outro componente, tal como uma tampa de cicatrização ou transferente. Preferencialmente, o orifício cego compreende rosqueamento ao longo de pelo menos uma parte do seu comprimento. Isso permite que o pilar ou outro componente seja conectado ao implante por meio de uma conexão de parafuso. O pilar ou outro componente pode por si só compreende um pino roscado para fixação ao orifício do implante ou pode ser usado um parafuso basal separado.
[108] Adicional ou alternativamente, o implante pode compreender um meio antirrotação. O meio antirrotação pode ser formado dentro do orifício cego, quando presente, ou separadamente deste. Por exemplo, o meio antirrotação pode se projetar a partir da extremidade coronal do implante.
[109] O meio antirrotação compreende uma seção do implante que tem uma seção transversal não rotacionalmente simétrica em um plano perpendicular ao eixo longitudinal central do meio antirrotação, que em modalidades preferenciais é coaxial com o eixo longitudinal central da porção roscada. O meio antirrotação é projetado para cooperação com um meio antirrotação complementar formado em um pilar, outro componente ou ferramenta cirúrgica, tal como uma ferramenta de inserção. O meio antirrotação do implante pode ser formado no orifício cego, quando presente, caso no qual o componente ou ferramenta cooperante compreende uma saliência de formato complementar para inserção no orifício. Alternativamente, o meio antirrotação do implante pode compreender uma protuberância estendendo-se axialmente em formato de protuberância para acomodação em uma cavidade de formato complementar no pilar, outro componente ou ferramenta. Uma vez que a saliência é alojada dentro do orifício, ou a protuberância dentro da cavidade, não é possível que os componentes sejam rotacionados um em relação ao outro. Isso permite que o torque seja transferido para o implante durante a inserção do implante e, mais tarde, para o pilar ou outro componente a ser retido em uma orientação rotacional fixa em relação ao implante.
[110] A seção transversal do meio antirrotação do implante, seja formada por um orifício ou uma protuberância, pode ter qualquer formato conhecido. Por exemplo, ela pode ser poligonal, tal como hexagonal ou octogonal, ou compreender um número de ranhuras ou saliências, por exemplo, quatro saliências espaçadas uniformemente em torno do eixo longitudinal. Um formato particularmente preferencial é uma curva sinusoidal formando uma série de ranhuras e saliências arredondadas e sequenciais em torno do eixo longitudinal.
[111] Em modalidades preferenciais, o implante compreende um orifício cego estendendo-se a partir da extremidade coronal do implante ao longo do eixo longitudinal central da porção roscada, o orifício cego compreendendo um meio antirrotação tendo uma seção transversal não circularmente simétrica em um plano perpendicular ao eixo longitudinal central e, em uma localização apical do referido meio antirrotação, uma seção roscada. Preferencialmente, o orifício cego compreende ainda, em uma localização coronal dos meios antirrotação, uma porção cônica afunilando-se radialmente para fora na direção coronal. Tal porção afunilada pode formar uma vedação segura com um pilar de formato complementar, evitando assim que bactérias entrem no implante.
[112] Independentemente do formato do orifício cego, quando tal orifício cego está presente no implante e se estende para dentro da porção roscada, o(s) ângulo(s) afunilado(s) do diâmetro de núcleo descrito(s) acima deve(m) ser selecionado(s) para garantir que uma espessura de parede adequada seja mantida em torno do orifício cego, além de manter a largura da superfície lateral do rosqueamento dentro dos limites preferenciais definidos. Uma espessura de parede adequada será definida em parte pelo material do implante e pode ser calculada pelo técnico no assunto.
[113] Quando o implante da presente invenção é um implante de duas peças, ele pode ser um implante de nível ósseo ou de nível de tecido. Ou seja, o implante pode ser projetado para ser inserido no nível da crista alveolar (nível ósseo) ou para se estender alguns milímetros dentro do tecido mole (nível de tecido).
[114] Independentemente de o implante ser um implante de nível ósseo ou de tecido, ou um implante de uma peça, a porção roscada descrita acima permanece idêntica. Preferencialmente, a porção roscada está localizada na extremidade apical do implante, de maneira mais preferencial a extremidade apical da porção roscada está localizada a 0,5 mm da extremidade apical do implante.
[115] Quando o implante é um implante de nível ósseo, a porção roscada pode se estender até a extremidade coronal do implante. Assim, em algumas modalidades, a seção de corpo principal da porção roscada pode se estender da extremidade coronal da seção apical da porção roscada até um ponto não mais distante que 1,5 mm, preferencialmente 1 mm ou menos, da extremidade coronal do implante.
[116] Preferencialmente, entretanto, o implante compreende uma porção de pescoço coronal da porção roscada. O rosqueamento da porção roscada não se estende para a porção de pescoço, embora seja possível que esta porção de pescoço compreenda alguma outra forma de rosqueamento, tal como microrrosqueamento. Qualquer rosqueamento encontrado na porção de pescoço difere do rosqueamento da porção roscada em pelo menos um, preferencialmente todos, dentre perfil, largura, profundidade, orientação e passo. Em particular, a profundidade máxima de rosca do microrrosqueamento não é maior que 0,2 mm.
[117] A porção de pescoço é preferencialmente cilíndrica circular com um diâmetro exterior que é menor que o diâmetro externo máximo da porção roscada. O diâmetro exterior da porção de pescoço é o diâmetro externo da porção de pescoço, incluindo qualquer rosqueamento ou outras marcações de superfície que possam estar presentes.
[118] Em certas modalidades preferenciais, o diâmetro externo máximo da porção roscada está localizado na extremidade coronal da seção de corpo principal e, portanto, em modalidades preferenciais o diâmetro exterior da porção de pescoço é menor que o diâmetro externo da extremidade coronal da seção de corpo principal.
[119] Essa redução no diâmetro do implante coronal da porção roscada é benéfica pois a camada externa de osso, chamada de camada cortical, geralmente é mais densa do que o osso subjacente. Portanto, mesmo nos casos em que a qualidade óssea geral de um paciente for de baixa densidade e, assim, se beneficiaria da subpreparação do orifício passante e da compressão resultante, o osso cortical na superfície do osso da mandíbula/maxila não deve ser comprimido. A criação de uma porção de pescoço estreita acima da porção roscada garante que o osso nesta área superior não seja comprimido. Além disso, uma porção de pescoço estreita evita a necessidade de esse osso cortical ser removido por uma chamada broca de perfil, que é frequentemente usada na colocação tradicional de implantes para permitir que uma porção de pescoço mais larga seja inserida no osso cortical. A superfície coronal do osso da mandíbula/maxila costuma ser estreita. Para fornecer nutrição adequada ao osso, uma largura de aproximadamente 1 mm deve permanecer ao redor do orifício passante.
[120] Ter uma porção de pescoço estreita auxilia na retenção de osso na boca do orifício passante.
[121] Preferencialmente, a mudança de diâmetro entre o diâmetro externo máximo da porção roscada e o diâmetro exterior da porção de pescoço é de 0,25 a 2,5 mm.
[122] A porção de pescoço pode ser lisa ou compreender microrrosqueamento, como discutido acima. Alternativamente, ela pode compreender uma série de ranhuras ou saliências concêntricas.
[123] Em uma modalidade preferencial, a porção de pescoço compreende duas seções adjacentes dispostas axialmente. A seção de pescoço apical, que se encontra diretamente adjacente à extremidade coronal da porção roscada, compreende uma ou mais ranhuras estendendo-se circunferencialmente que se estendem 360° em torno do eixo longitudinal. A ranhura também pode se estender axialmente, caso no qual forma uma rosca helicoidal. Quando duas ou mais de tais ranhuras estão presentes, elas podem ter direções e/ou ângulos de hélice iguais ou diferentes. Alternativamente, uma pluralidade de ranhuras anulares espaçadas axialmente pode estar presente. A pelo menos uma ranhura tem uma profundidade menor que 0,2 mm, preferencialmente menor que 0,1 mm e, de maneira mais preferencial, de aproximadamente 0,05 mm. Essas ranhuras aumentam a área de superfície da seção apical da porção de pescoço, aumentando assim a área disponível para a osseointegração. Quando a ranhura forma uma rosca helicoidal, esta pode, preferencialmente, incluir adicionalmente um ou mais sulcos para fornecer uma função de corte adicional.
[124] A seção de pescoço coronal, diferentemente da seção de pescoço apical, não compreende quaisquer ranhuras ou rosqueamento. Essa seção é, portanto, mais lisa do que a seção de pescoço apical. Isso é benéfico no caso de qualquer reabsorção óssea após a implantação. Em caso de perda óssea, é benéfico que a área do implante exposta por essa perda tenha uma superfície mais lisa para permitir sua limpeza. Portanto, nessa modalidade preferencial, as ranhuras encontradas no pescoço de seção apical da porção de pescoço não se estendem ao longo de toda a extensão axial da porção de pescoço.
[125] A porção de pescoço é preferencialmente tornada áspera da mesma maneira que a porção roscada, por exemplo, por jateamento com areia e/ou condicionamento ácido.
[126] A porção de pescoço descrita acima preferencialmente tem um comprimento axial não maior que 2,5 mm, de maneira mais preferencial não maior que 2 mm. Isso garante que, quando o implante é um implante de nível ósseo, a maioria do implante seja formada pela porção roscada e, portanto, compreenda o rosqueamento descrito acima para melhorar a estabilidade primária e a facilidade de inserção. Quando a porção de pescoço compreende as seções apical e coronal descritas acima, é preferencial que os comprimentos axiais de ambas as seções sejam substancialmente os mesmos.
[127] A porção de pescoço descrita acima pode estar presente em um implante de nível ósseo. Em tais casos, o implante preferencialmente compreende, em uma localização coronal da porção de pescoço, uma parte chanfrada que se afunila radialmente para dentro na direção coronal para formar um cone truncado. A parte chanfrada fornece uma conexão mais estável a uma peça secundária, tal como um pilar. Além disso, a parte chanfrada também pode fornecer vantajosamente uma melhor vedação com a peça secundária.
[128] Em algumas modalidades preferenciais, a parte chanfrada forma um ângulo de 17 a 27 graus, mais preferencialmente um ângulo de 20 a 24 graus e, de maneira mais preferencial, um ângulo de 22,5 graus em relação a um plano que é perpendicular ao eixo longitudinal central do implante. Em outras modalidades preferenciais, a parte chanfrada forma um ângulo de 40 a 50°, mais preferencialmente de 45° em relação a um plano que é perpendicular ao eixo longitudinal central do implante.
[129] Em certas modalidades preferenciais, o implante inclui, em sua extremidade coronal, um ombro plano que define a extremidade coronal do implante dentário. O ombro plano se encontra preferencialmente em um plano que é perpendicular ao eixo longitudinal central do implante.
[130] O ombro plano pode atuar como um apoio axial e/ou uma plataforma de centralização para pilares ou outros componentes, tais como uma ferramenta de inserção, que pode ser fixada ao implante durante o uso. Além disso, preferencialmente, o ombro plano é relativamente estreito, tendo, por exemplo, menos de 0,5 mm, de maneira mais preferencial menos de 0,2 mm de largura. A largura do ombro é preferencialmente uniforme em torno de toda a circunferência do implante dentário.
[131] Em modalidades particularmente preferenciais, o implante compreende tanto uma parte chanfrada quanto um ombro plano conforme descrito acima. Em tais modalidades, o ombro plano define, preferencialmente, a extremidade coronal do implante e é preferencialmente diretamente adjacente à parte chanfrada. Como descrito acima, o ombro plano se encontra preferencialmente em um plano que é perpendicular ao eixo longitudinal central do implante dentário. Além disso, o ombro plano é, de maneira preferencial, relativamente estreito em comparação com a parte chanfrada. Ao longo de um raio estendendo-se a partir do eixo longitudinal central do implante, as razões preferenciais da largura radial do ombro plano para a largura radial da projeção da parte chanfrada no raio são de 1:5 a 1:20. Em outras palavras, a largura radial da projeção da parte chanfrada é de 5 a 20 vezes o comprimento da largura radial do ombro plano.
[132] Diferentemente das porções roscadas e de pescoço, a parte chanfrada e o ombro plano, quando presentes, são preferencialmente não rugosos. Estas partes são preferencialmente mais lisas do que as porções roscadas e de pescoço, de maneira mais preferencial polidas a fim de permitir uma boa vedação com o componente cooperante.
[133] O implante da presente invenção também pode ser um implante de nível de tecido. Em tais casos, o implante compreende ainda, em uma localização coronal da porção roscada, uma porção de cabeça disposta para se estender, em uso, para dentro do tecido mole de um paciente. A extremidade apical da porção de cabeça pode ser diretamente adjacente à extremidade coronal da porção roscada. Em tais modalidades, a extremidade apical da porção de cabeça tem preferencialmente um diâmetro igual ou menor que o diâmetro de núcleo da extremidade coronal da porção roscada.
[134] Preferencialmente, entretanto, implantes de nível de tecido de acordo com a presente invenção compreendem a porção de pescoço conforme descrito acima. A referida porção de pescoço está localizada entre e é adjacente à porção roscada e à porção de cabeça e pode compreender todas e qualquer das características preferenciais discutidas acima.
[135] Em tais modalidades, o diâmetro da extremidade apical da porção de cabeça é preferencialmente igual ao diâmetro da extremidade coronal da porção de pescoço, de modo que a porção de pescoço transicione suavemente para a porção de cabeça.
[136] Em algumas modalidades, a porção de cabeça pode ser cilíndrica circular. Isso é particularmente benéfico em implantes com um diâmetro externo máximo na porção roscada de menos de 5,0 mm. Preferencialmente, entretanto, a porção de cabeça compreende uma seção alargada que se estende radialmente para fora na direção coronal, em que o diâmetro da extremidade coronal da seção alargada é maior que o diâmetro externo máximo da seção roscada. Esse aumento no diâmetro imita o formato de um dente natural dentro da gengiva e fornece uma plataforma mais ampla na qual o pilar pode assentar.
[137] A seção alargada pode assumir a forma de um cone truncado, de modo que seções transversais tomadas em todos os planos contendo o eixo longitudinal central da seção alargada, referida na presente invenção como a “seção transversal longitudinal”, mostrariam a seção alargada tendo uma seção transversal reta e afunilada. Entretanto, em outras modalidades, a seção alargada preferencialmente se afunila radialmente para fora na direção coronal ao longo de um raio, criando assim uma seção transversal longitudinal curva. Em modalidades preferenciais, o raio de curvatura da seção alargada é de 1 mm a 4 mm. Em geral, quanto maior for o comprimento axial da seção alargada, maior será o raio de curvatura.
[138] Portanto, em modalidades em que o comprimento da seção alargada é de 1,5 mm ou menos, o raio de curvatura é preferencialmente de 2 mm ou menos, de maneira mais preferencial de 0,5 mm a 1,5 mm. Em modalidades nas quais o comprimento da seção alargada é maior que 1,5 mm, o raio de curvatura é preferencialmente de 3 mm a 4 mm, de maneira mais preferencial de 3,5 mm.
[139] Em algumas modalidades, a seção alargada pode compreender tanto uma seção transversal afunilada curvada quanto uma reta. Em tais modalidades, a extremidade apical da seção alargada irá preferencialmente se afunilar radialmente para fora ao longo de um raio antes de continuar a se alargar para fora de maneira cônica; a saber, com uma seção transversal afunilada reta.
[140] Quando presente, a seção alargada forma preferencialmente a extremidade apical da porção de cabeça. Entretanto, também é possível que a seção de cabeça compreenda uma seção cilíndrica circular apical da seção alargada. Essa seção cilíndrica circular pode fornecer ao cirurgião mais flexibilidade na colocação axial do implante, uma vez que o implante pode ser colocado mais profundamente dentro do osso sem o aumento do torque que ocorreria se o cirurgião tentasse inserir a seção alargada no osso.
[141] Adicional ou alternativamente à seção alargada, a porção de cabeça pode compreender uma ranhura ou rebaixo anular na sua superfície exterior. Isso cria uma área rebaixada na superfície do implante que permite o crescimento interno de tecido mole. O crescimento de tecido mole ao longo da interface entre a superfície do implante e o osso fornece proteção para essa interface e pode ajudar na osseointegração do implante. Preferencialmente, essa ranhura está localizada na metade apical da porção de cabeça.
[142] Independentemente da geometria da seção de cabeça, em particular se esta compreende ou não uma seção alargada, a seção de cabeça preferencialmente compreende, na sua extremidade coronal, a parte chanfrada e/ou o ombro plano descritos acima. Portanto, em uma modalidade particularmente preferencial, a extremidade coronal da seção de cabeça compreende um ombro plano e, apicalmente adjacente a este ombro, a parte chanfrada descrita acima. A parte chanfrada pode ter os mesmos ângulos que os descritos acima. Entretanto, com relação aos implantes que compreendem uma seção alargada, é particularmente preferencial que a parte chanfrada forme um ângulo de 40 a 50 graus, mais preferencialmente um ângulo de 42 a 47 graus e, de maneira mais preferencial, um ângulo de 45 graus em relação a um plano que é perpendicular ao eixo longitudinal central do implante dentário.
[143] A superfície da porção de cabeça é preferencialmente lisa. De modo mais geral, a porção de cabeça tem preferencialmente uma superfície mais lisa do que a porção roscada e, quando presente, a porção de pescoço. Em uma modalidade particularmente preferencial, a superfície da porção roscada e, quando presente, de pescoço passa por jateamento com areia e/ou condicionamento ácido. Em contrapartida, a porção de cabeça não sofre o mesmo tratamento de superfície e, portanto, tem uma textura de superfície visualmente distinta da porção roscada e, quando presente, de pescoço. Normalmente, a superfície rugosa da porção roscada e, quando presente, da porção de pescoço parece mais escura do que a porção de cabeça. Embora seja possível que a porção de cabeça seja submetida a um tratamento de superfície alternativo, ou compreenda microrrosqueamento ou outras ranhuras visualmente distintas, de maneira mais preferencial a porção de cabeça é lisa, de maneira mais preferencial polida.
[144] Preferencialmente, quando o implante compreende a porção de pescoço e/ou porção de cabeça descritas acima, essas porções são coaxiais com a porção roscada de modo que o implante como um todo se estenda ao longo do eixo longitudinal central da porção roscada. Em outras modalidades, entretanto, uma ou mais dessas porções, em particular a porção de cabeça, pode se estender ao longo de um eixo longitudinal central que é angulado em relação ao eixo longitudinal central da porção roscada. Quando o implante da presente invenção é um implante de uma peça, a porção de pilar desse implante também pode se estender coaxialmente ou em um ângulo com o eixo longitudinal da porção roscada.
[145] O implante da presente invenção pode ser feito em qualquer material de implante adequado conhecido. Preferencialmente, o implante é feito em titânio, uma liga de titânio ou zircônia.
[146] Os fabricantes de implantes dentários normalmente vendem uma variedade de implantes, com diferentes diâmetros e comprimentos a fim de melhor atender às necessidades individuais do paciente. Normalmente, o dentista escolherá o implante mais longo e mais largo possível que se encaixará no espaço no osso, e isso dependerá da posição do dente faltante, da condição do osso da mandíbula/maxila etc.
[147] O projeto do implante de acordo com a presente invenção é adequado para uso em uma variedade de comprimentos e diâmetros, bem como para implantes de uma peça, de nível ósseo e de nível de tecido.
[148] Portanto, vista a partir de um aspecto adicional, a presente invenção compreende uma pluralidade de implantes dentários, cada implante compreendendo as características descritas acima, e preferencialmente as características preferenciais, com relação a um ou mais do primeiro ao terceiro aspectos da invenção, pelo menos dois da pluralidade de implantes tendo diferentes diâmetros externos máximos de porção roscada, dentro do intervalo de 3 mm a 8 mm, e pelo menos dois da pluralidade de implantes tendo diferentes comprimentos axiais dentro do intervalo de 5 mm a 25 mm.
[149] Em particular, de acordo com um aspecto da presente invenção, é fornecida uma pluralidade de implantes de acordo com o segundo aspecto da presente invenção, pelo menos dois da pluralidade de implantes tendo diâmetros externos máximos diferentes de porção roscada, dentro do intervalo de 3 mm a 8 mm e pelo menos dois da pluralidade de implantes tendo diferentes comprimentos axiais dentro do intervalo de 5 mm a 25 mm.
[150] A fim de garantir que, em cada um dentre a pluralidade de implantes, a largura da superfície lateral do rosqueamento permaneça dentro do intervalo definido no segundo aspecto da presente invenção, é preferencial que o passo do rosqueamento da seção roscada varie em função do diâmetro externo máximo e do comprimento axial dos implantes. Um passo menor é preferencial em implantes com um comprimento axial mais curto, pois isso aumenta a estabilidade primária. Em implantes mais longos, entretanto, é desejável um passo maior, pois permite que o implante seja inserido mais rapidamente no osso. Além disso, alterar o passo em diferentes diâmetros de implante é uma forma útil de controlar a largura da superfície lateral enquanto se permite que a profundidade da rosca seja a maior possível. Aumentar a profundidade das roscas enquanto se mantém o mesmo passo pode resultar na superfície lateral se tornando muito pequena, pois os flancos apical e coronal da rosca se afunilam em direção um ao outro na direção radialmente externa. Aumentar o passo da rosca aumenta a largura da rosca no núcleo e, portanto, também a largura na superfície lateral. Assim, para implantes de maior diâmetro, o passo pode ser feito maior em comparação com implantes de menor diâmetro, a fim de manter os limites de largura de superfície lateral da presente invenção.
[151] Preferencialmente, para um dado diâmetro externo máximo da porção roscada, o passo do rosqueamento na porção roscada aumenta com o comprimento axial da porção roscada. Adicional ou alternativamente, para um dado comprimento de porção roscada, o passo do rosqueamento na porção roscada aumenta preferencialmente com o diâmetro externo máximo da porção roscada. Preferencialmente, a pluralidade de implantes tem, cada um, um passo de rosqueamento na porção roscada entre 0,75 e 1,45 mm, em que pelo menos um implante tendo um comprimento axial mais longo do que um segundo implante tem um passo maior que o referido segundo implante e pelo menos um implante tendo um diâmetro externo máximo maior da seção roscada do que um terceiro implante e um passo maior que o referido terceiro implante.
[152] O aspecto preferencial da presente invenção será agora descrito, apenas a título de exemplo, em que: FIG. 1A mostra um implante dentário de acordo com uma modalidade preferencial da presente invenção; FIG. 1B mostra uma seção transversal através de uma peça em bruto do implante dentário mostrado na FIG. 1A; FIG. 2A mostra um implante dentário de acordo com uma segunda modalidade preferencial da presente invenção; FIG. 2B mostra uma seção transversal através de uma peça em bruto do implante dentário mostrado na FIG. 2A; FIG. 3A mostra um implante dentário de acordo com uma terceira modalidade preferencial da presente invenção; a FIG. 3B mostra uma seção transversal através de uma peça em bruto do implante dentário mostrado na FIG. 3A; a FIG. 4A mostra um implante dentário de acordo com uma quarta modalidade preferencial da presente invenção; a FIG. 4B mostra uma seção transversal através de uma peça em bruto do implante dentário mostrado na FIG. 4A; a FIG. 5A mostra um implante dentário de acordo com uma quinta modalidade preferencial da presente invenção; a FIG. 5B mostra uma seção transversal através de uma peça em bruto do implante dentário mostrado na FIG. 5A; a FIG. 6A-B mostra perfis de rosca de acordo com o primeiro aspecto da presente invenção, que podem ser aplicados a cada um dos implantes mostrados nas FIGS. 1A-5A; a FIG. 7 mostra uma seção transversal do sulco de acordo com o terceiro aspecto da presente invenção, que pode ser aplicado a cada um dos implantes mostrados nas FIGS. 1A- 5A.
[153] Ao longo da descrição a seguir, características semelhantes serão referenciadas com números de referência semelhantes.
[154] As FIGS. 1A, 2A, 3A, 4A e 5A mostram, cada uma, um implante dentário 100, 200, 300, 400, 500 de acordo com modalidades preferenciais alternativas da presente invenção. As FIGS. 1B, 2B, 3B, 4B e 5B mostram seções transversais através das respectivas peças em bruto 101, 201, 301, 401, 501 de implantes 100, 200, 300, 400, 500. Essas peças em bruto 101, 201, 301, 401, 501 mostram o formato do implante antes da usinagem do rosqueamento de cada implante, fornecendo assim uma indicação clara do diâmetro externo formado pela superfície lateral do rosqueamento.
[155] Cada um dos implantes 100, 200, 300, 400, 500 compreende uma porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 que se estende ao longo de um eixo longitudinal central L de uma extremidade apical 102, 202, 302, 402, 502 até uma extremidade coronal 103, 203, 303, 403, 503. As porções roscadas 110, 210, 310, 410, 510 compreendem, cada uma, um núcleo 104, 204, 304, 404, 504, a partir do qual o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 se estende radialmente para fora. O rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 compreende um flanco apical 106, 206, 306, 406, 506, um flanco coronal 107, 207, 307, 407, 507 e uma superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 conectando os flancos apical e coronal, a superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 definindo a superfície radialmente mais externa do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505. O rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 se estende ao longo de todo o comprimento da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 de maneira helicoidal e, como pode ser visto em cada uma das FIGS. 1A a 5A, a largura da rosca se estreita na direção radialmente para fora, de modo que o rosqueamento seja mais amplo onde entra em contato com o núcleo e se estreita em direção à superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508. Em cada um dos implantes 100, 200, 300, 400, 500, o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 é uma rosca de entrada dupla.
[156] O diâmetro de núcleo DC das porções roscadas 110, 210, 310, 410, 510 é definido pelo diâmetro externo do núcleo 104, 204, 304, 404, 504 e o diâmetro externo D0 das porções roscadas 110, 210, 310, 410, 510 é definido pela superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505. O diâmetro externo D0 da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 pode ser visualizado ao desenhar duas linhas que se estendem axialmente em cada lado do implante, cada linha entrando em contato com e estendendo-se ao longo da superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505, o diâmetro em qualquer dada localização axial da porção roscada sendo dado pela distância entre essas linhas.
[157] Alternativamente, o diâmetro externo pode ser visto claramente nas FIGS. 1B a 5B. Nas peças em bruto 101, 201, 301, 401, 501, o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 ainda não foi usinado e, portanto, a superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 se estende ao longo de todo o comprimento da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. Após a fresagem do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505, apenas as seções desta superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 permanecerão, mas esta superfície ainda define o diâmetro externo D0.
[158] Para simplificar, o diâmetro de núcleo DC e o diâmetro externo D0 foram indicados apenas na FIG. 4A e, com relação ao diâmetro externo D0, também na FIG. 4B. Entretanto, os diâmetros de núcleo e externo DC, D0 dos implantes 100, 200, 300, 500 são obtidos de maneira idêntica.
[159] Deve-se notar que o diâmetro de núcleo DC não é mostrado nas peças em bruto 101, 201, 301, 401, 501, já que a metade esquerda dessas seções transversais mostra a profundidade do sulco, e não o núcleo, conforme será discutido mais adiante.
[160] Como será apreciado, particularmente pela visualização das peças em bruto 101, 201, 301, 401, 501, em cada uma das modalidades preferenciais mostradas, a profundidade da rosca DT varia ao longo do comprimento axial da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. Em qualquer localização axial dada dentro da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510, a profundidade da rosca DT é dada pela diferença no comprimento radial entre a superfície exterior do núcleo 104, 204, 304, 404, 504 e a superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508. Mais uma vez, essa dimensão é indicada apenas na FIG. 4B para simplificar.
[161] À medida que a largura da rosca do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 se estreita na direção radialmente para fora, essa mudança na profundidade da rosca DT dentro da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 afetará a largura da superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 ao longo do comprimento da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510, como é claramente visto em cada uma das FIGS. 1A-5A.
[162] A mudança no diâmetro de núcleo DC em cada um dos implantes 100, 200, 300, 400, 500 é mostrada nas FIGS. 1B a 5B, respectivamente, pelas linhas 109, 209, 309, 409, 509, ao passo que a mudança no diâmetro externo D0 é indicada pelas linhas 111, 211, 311, 411, 511.
[163] Em cada uma das modalidades preferenciais descritas, a porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 compreende uma seção apical 115, 215, 315, 415, 515 e uma seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520.
[164] Dentro da seção apical 115, 215, 315, 415, 515 o ângulo de conicidade do diâmetro externo, em relação ao eixo longitudinal central L, é sempre maior que 20°, o ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo em relação ao eixo longitudinal central sendo menor que o ângulo de conicidade do diâmetro externo em todas as localizações axiais da seção apical, de modo que a profundidade da rosca DT na seção apical 115, 215, 315, 415, 515 diminui em uma direção apical. Nas modalidades preferenciais, a seção apical 115, 215, 315, 415, 515 tem um comprimento axial de menos de 1,6 mm.
[165] As seções apicais 115, 215, 315, 415, 515 compreendem, cada uma, dois segmentos adjacentes 216, 217, cada segmento 216, 217 tendo um diâmetro externo que se afunila em um ângulo constante em relação ao eixo longitudinal L da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. O diâmetro externo do segmento mais apical 216 tendo um ângulo de conicidade maior, conforme medido a partir do eixo longitudinal central L, do que o diâmetro externo do segmento mais coronal 217.
[166] Para simplificar, esses segmentos 216, 217 da seção apical 115, 215, 315, 415, 515 são indicados apenas na FIG. 2B, entretanto, esses segmentos também estão presentes em cada um dos implantes 100, 300, 400, 500. Ter um ângulo de conicidade maior no segmento mais apical 216 faz com que a profundidade de rosca aumente muito rapidamente na direção coronal antes de aumentar de forma mais suave, criando assim uma seção apical mais arredondada 115, 215, 315, 415, 515.
[167] Em cada uma das modalidades preferenciais descritas, o ângulo de conicidade do diâmetro externo do segmento mais apical 216 é de aproximadamente 60°, ao passo que o ângulo de conicidade do diâmetro externo do segmento mais coronal 217 é de 28° a 48°. Como pode ser visto a partir de uma comparação das FIGS. 1B e 2B, por exemplo, o ângulo de conicidade do segmento mais coronal 217 varia em função do diâmetro externo D0 da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 na extremidade coronal da seção apical 115, 215, 315, 415, 515. Quanto maior o diâmetro externo D0, maior será o ângulo de conicidade dentro do segmento mais coronal 217.
[168] Na seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520, o ângulo de conicidade do diâmetro externo em relação ao eixo longitudinal central é sempre menor que 5°.
[169] Ao limitar o ângulo de conicidade desse modo, o diâmetro externo D0 da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 aumenta apenas muito gradualmente na direção coronal, controlando, assim, o torque necessário durante a inserção do implante 100, 200, 300, 400, 500 em ossos de alta densidade. Além disso, ter um ângulo de conicidade baixo na seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 aumenta a estabilidade primária, visto que, para um dado diâmetro de orifício passante, um número maior de cristas de rosca pode cortar a parede do orifício.
[170] É possível que o diâmetro externo D0 se afunile ao longo de todo o comprimento axial da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520, quer em um ângulo de conicidade constante ou em ângulos de conicidade variáveis. Entretanto, em cada uma das modalidades preferenciais mostradas, o diâmetro externo da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 compreende um segmento apical 121 no qual o diâmetro externo se afunila radialmente para dentro na direção apical com um ângulo de conicidade de menos de 2,5° e um segmento coronal 122 no qual o diâmetro externo D0 tem um ângulo de conicidade de 0°, definindo assim uma superfície cilíndrica na parte mais coronal da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520. Para simplificar, esses segmentos 121, 122 da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 são indicados apenas na FIG. 1B, entretanto, esses segmentos também estão presentes em cada um dos implantes 200, 300, 400, 500.
[171] Em cada uma das modalidades mostradas, o comprimento axial do segmento coronal 122 é de aproximadamente 2 mm. O ângulo de conicidade do segmento apical 121 é menor que 1° nos implantes 100, 300, 400, 500 e menor que 1,5° no implante 200.
[172] Embora esse ângulo de conicidade seja pequeno, a fim de controlar o torque de inserção e aumentar a estabilidade primária, o ligeiro aumento no diâmetro externo D0 ao longo do segmento apical 121 ajuda a comprimir o osso de baixa densidade na direção radial quando o implante 100, 200, 300, 400, 500 é inserido no osso de baixa densidade.
[173] Em cada uma das modalidades preferenciais mostradas, o diâmetro do núcleo DC da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada, como mostrado pelas linhas 109, 209, 309, 409, 509. A natureza totalmente afunilada do diâmetro de núcleo DC permite que o implante 100, 200, 300, 400, 500 comprima o osso de baixa densidade ao longo de toda a extensão axial da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 quando colocado em um orifício passante subpreparado, isto é, um orifício passante com um diâmetro menor que o diâmetro de núcleo DC da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. À medida que o implante é inserido no osso, o diâmetro gradualmente crescente do núcleo 109, 209, 309, 409, 509 comprime o osso de baixa densidade na direção radial em torno da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 do implante 100, 200, 300, 400, 500.
[174] Como discutido acima, embora a compressão do osso de baixa densidade seja desejável a fim de aumentar a estabilidade primária, quando o implante é inserido em ossos de alta densidade, a compressão do osso não é desejável e/ou não é possível. Portanto, ao inserir o implante 100, 200, 300, 400, 500 no osso de alta densidade, o cirurgião cria um orifício passante com um diâmetro maior que o diâmetro máximo do diâmetro de núcleo DC, de modo que o núcleo não comprima o osso de alta densidade durante a inserção. Como discutido acima, o ângulo de conicidade da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 é menor que 2,5° em cada uma das modalidades mostradas, a fim de controlar o torque de inserção ao inserir o implante 100, 200, 300, 400, 500 em ossos de alta densidade. Além disso, em cada uma das modalidades preferenciais, o perfil de rosca do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 é moldado para auxiliar a inserção do implante no osso de alta densidade, como será discutido mais abaixo com relação às FIGS. 6A e 6B.
[175] Embora o diâmetro de núcleo DC da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510 de cada implante 100, 200, 300, 400, 500 se afunile continuamente ao longo de toda a extensão axial da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510, o ângulo de conicidade não é constante.
[176] Em particular, dentro da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520, o núcleo 104, 204, 304, 404, 504 compreende pelo menos dois segmentos adjacentes, 223, 224, 225 e o diâmetro de núcleo DC de cada segmento afunilando-se em um ângulo diferente, α1, α2, α3, em relação ao eixo longitudinal central L da porção roscada. Em algumas modalidades, tais como o implante 200, a seção de corpo principal 220 compreende exatamente três segmentos de núcleo 223, 224, 225. Em tais modalidades, os ângulos de conicidade α1, α2, α3 preferencialmente aumentam sequencialmente na direção coronal. Em outras modalidades, tais como o implante 300, a seção de corpo principal 320 compreende exatamente quatro segmentos de núcleo 323, 324, 325, 326. Em tais modalidades, os ângulos de conicidade α1, α2, α3, α4 preferencialmente não aumentam sequencialmente.
[177] Em vez disso, um segmento 325 é delimitado em ambas as direções apical e coronal por um segmento de núcleo 326, 324 tendo um ângulo de conicidade menor. Em tais modalidades, portanto, a taxa de aumento do diâmetro do núcleo DC aumenta e, em seguida, diminui na direção coronal.
[178] Em outras modalidades, tais como o implante 500, a seção de corpo principal 520 compreende exatamente dois segmentos de núcleo 523, 524.
[179] Para simplificar, os segmentos de núcleo dos implantes 100 e 400 não são mostrados, entretanto, a seção de corpo principal 120, 420 compreende cada um dos quatro segmentos de núcleo 123, 124, 125, 126, 423, 424, 425, 426 tendo diferentes ângulos de conicidade α em relação ao eixo longitudinal central L.
[180] Os segmentos de núcleo 123-126, 223-225, 323-326, 423-426, 523, 524 são usados em conjunto com o diâmetro externo D0 da porção roscada 120, 220, 320, 420, 520, a fim de controlar a largura da superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 dentro da seção de corpo principal 120, 220, 320, 42O, 52O. Em cada uma das modalidades mostradas, a largura da superfície lateral WL, mostrada para simplificar apenas na FIG3A, do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 dentro da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 nunca é menor que 0,08 mm e nunca maior que 0,45 mm.
[181] Esses limites superior e inferior na largura da superfície lateral WL evitam que essa superfície se torne muito estreita (o que pode resultar em fratura ou distorção das partes apicais da rosca) ou muito larga (o que pode perder a função de corte da rosca e aumentar o torque de inserção em osso de alta densidade para níveis inaceitáveis). Esses limites superior e inferior na largura da superfície lateral WL melhoram, portanto, a capacidade dos implantes 100, 200, 300, 400, 500 de autoperfurarem ossos de alta densidade, ao passo que mantêm o torque de inserção dentro de níveis aceitáveis.
[182] Como mencionado acima, a largura do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 de cada implante 100, 200, 300, 400, 500 se afunila na direção radialmente para fora, de modo que o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 seja mais largo onde entra em contato com o núcleo 104, 204, 304, 404, 504 e se estreite em direção à superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508.
[183] Em cada uma das modalidades preferenciais mostradas, o perfil de rosca de base do rosqueamento e a largura de rosca no núcleo permanecem constantes ao longo da extensão axial da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. Isso implica que o formato do flanco apical 106, 206, 306, 406, 506 e do coronal 107, 207, 307, 407, 507 permaneça constante ao longo da extensão axial da porção roscada 120, 220, 320, 420, 520, de modo que as mudanças na largura WL da superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 sejam os resultados de mudanças na profundidade de rosca DT ao longo da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510.
[184] As FIGS. 6A e 6B mostram os exemplos de perfis de rosca de acordo com o primeiro aspecto da presente invenção, ambos os quais podem ser usados como o perfil de rosca de base para o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 de implantes 100, 200, 300, 400, 500.
[185] As FIGS. 6A e 6B mostram, cada uma, um perfil de rosca 600, 610 formado por exatamente três subsegmentos 601-603, 611-613 dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, o flanco apical 606, 616 e o coronal 607, 617 se afunilam em direção um ao outro em um ângulo constante β, o subsegmento do meio 602, 612 tendo um ângulo de conicidade β2 que é maior que os ângulos de conicidade β1, β3 dos subsegmentos radialmente mais interno 601, 611 e radialmente mais externo 603, 613, o ângulo de conicidade formado entre o flanco apical 606, 616 e o coronal 607, 617 no subsegmento radialmente mais externo 603, 613 sendo menor que 30°.
[186] Os ângulos β1, β2, β3 são mostrados na FIG. 6B como semiângulos.
[187] Nessas modalidades preferenciais, os ângulos de conicidade β1, β3 dos subsegmentos radialmente mais interno 601, 611 e radialmente mais externo 603, 613 são substancialmente os mesmos e de aproximadamente 25°. O ângulo de conicidade β2 do subsegmento do meio 602, 612 é mais de duas vezes maior que o do subsegmento radialmente mais externo 603, 613 a aproximadamente 60°.
[188] Os perfis de rosca das FIGS. 6A e 6B são formados exclusivamente pelos três subsegmentos 601-603, 611-613 descritos, na medida do possível por técnicas de fabricação. Portanto, em ambos os perfis é necessária uma pequena transição curva R entre o núcleo 604, 614 e o subsegmento radialmente mais interno 601, 611. Portanto, o subsegmento radialmente mais interno 601, 611 efetivamente começa no diâmetro de núcleo e o subsegmento radialmente mais externo 603, 613 termina na superfície lateral do rosqueamento, sem intervenção de subsegmentos adicionais posicionados entre os três subsegmentos.
[189] O perfil de rosca das FIGS. 6A e 6B tem benefícios durante a inserção tanto em ossos de alta densidade quanto em ossos de baixa densidade. O ângulo estreito β3do subsegmento radialmente mais externo 603, 613 fornece uma boa capacidade de corte, o que é particularmente importante quando o implante é inserido em ossos de alta densidade. Fornecer o subsegmento do meio 602, 612 alarga a rosca no local radialmente para dentro do ângulo de corte afiado do subsegmento radialmente mais externo 603, 613, fortalecendo assim a rosca, bem como fornecendo uma maior compressão axial do osso de baixa densidade quando o implante é inserido em um orifício passante subpreparado. O subsegmento radialmente mais interno 601, 611 do perfil de rosca tem um ângulo de conicidade β1 menor que o subsegmento do meio 602, 612, resultando em uma melhor função de corte.
[190] Os perfis de rosca mostrados nas FIGS. 6A e 6B diferem entre si nos comprimentos radiais relativos dos subsegmentos 601-603, 611-613 e na largura da rosca no núcleo 604, 614. Pode-se ver, por exemplo, que o subsegmento do meio 612 tem um comprimento radial maior que o subsegmento do meio 602, resultando em um maior aumento na largura da rosca. A largura da rosca, os comprimentos radiais relativos e os ângulos de conicidade dos subsegmentos podem ser ajustados em função do implante com o qual o perfil de rosca se destina a ser usado.
[191] O perfil de rosca de base do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 dos implantes 100, 200, 300, 400, 500 pode ser formado pelos três subsegmentos 601-603, 611-613 descritos com relação às FIGS. 6A ou 6B.
[192] Como a profundidade de rosca DT do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 varia ao longo da extensão axial da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510, o subsegmento radialmente mais externo 603, 613 e até mesmo o subsegmento do meio 602, 612, podem não estar presentes ao longo de todo o comprimento axial da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520.
[193] Entretanto, como pode ser visto nas FIGS. 1A a 5A, o subsegmento radialmente mais externo 603, 613 está presente pelo menos na parte mais apical da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 e está presente ao longo de várias extensões axiais da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520. Isso é benéfico, pois permite que o subsegmento radialmente mais externo 603, 613, com sua função de corte aprimorada, esteja presente em uma parte localizada apicalmente da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510.
[194] À medida que os implantes 100, 200, 300, 400, 500 das modalidades preferenciais mostradas são cravados em osso denso, o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 corta inicialmente uma ranhura no osso correspondente ao formato da rosca na extremidade apical da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. Como descrito acima, a profundidade da rosca DT na seção apical 115, 215, 315, 415, 515 da porção roscada 120, 220, 320, 420, 520 aumenta rapidamente a fim de permitir que o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 corte o osso. Como o subsegmento radialmente mais externo 603, 613 está localizado na parte apical da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520, isso fornece uma ação de corte aprimorada, que é particularmente benéfica em ossos de alta densidade. Como descrito acima, o subsegmento do meio 602, 612 fortalece o rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 e aumenta a compressão fornecida ao osso de baixa densidade em orifícios passantes subpreparados. À medida que o implante 100, 200, 300, 400, 500 é cravado mais para dentro do osso, a ranhura inicial formada pelo rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 é gradualmente alargada tanto na direção axial, conforme a superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 se alarga, quanto na direção radial, conforme o diâmetro externo DO aumenta. Desse modo, a ranhura dentro do osso é formada de forma incremental, garantindo que o torque de inserção não seja muito grande enquanto, ao mesmo tempo, fornece uma fixação firme dentro do osso. Além disso, visto que a largura de superfície lateral WL do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 dentro da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 é mantida dentro do intervalo de 0,08 a 0,45 mm, isso evita que a superfície lateral 108, 208, 308, 408, 508 se torne muito estreita (o que poderia resultar em fratura ou distorção das partes apicais da rosca) ou muito larga (podendo levar à perda da função de corte da rosca e a um aumento do torque de inserção em osso de alta densidade a níveis inaceitáveis).
[195] Os implantes 100, 200, 300, 400, 500 das modalidades preferenciais mostradas compreendem ainda pelo menos 2 sulcos 700. O implante 200 compreende quatro sulcos 700. Os sulcos 700 se estendem de maneira helicoidal ao longo de todo o comprimento da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. Desse modo, arestas de corte são fornecidas ao longo de todo o comprimento da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. A natureza helicoidal dos sulcos 700 permite que fragmentos de osso sejam transportados e distribuídos ao longo do comprimento da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510.
[196] Os sulcos 700 se estendem para dentro do núcleo 104, 204, 304, 404, 504 da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. Isso é mostrado pela linha 190, 290, 390, 490, 590, respectivamente, nas FIGS. 1B a 5B. Essa linha 190, 290, 390, 490, 590 mostra a profundidade do sulco 700 ao longo da extensão axial da porção roscada 120, 220, 320, 420, 520. Ao comparar essa linha 190, 290, 390, 490, 590 com a linha 109, 209, 309, 409, 509 indicando o diâmetro de núcleo DC, pode-se ver que o sulco 700 sempre se estende para dentro do núcleo 104, 204, 304, 404, 504. Desse modo, cada sulco forma um canal contínuo ao longo do comprimento da seção roscada 120, 220, 320, 420, 520 para transporte de fragmentos de osso.
[197] Em cada um dos implantes 100, 200, 300, 400, 500, a seção transversal do sulco 700, pelo menos em uma porção do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505, é mostrada na FIG. 7.
[198] Como mostrado nessa figura, a seção transversal do sulco 700 dentro de pelo menos uma porção do rosqueamento 705 compreende um arco circular 701 e, adjacentes a cada extremidade do arco circular 701, seções retas 702 opostas que se afunilam em direção uma à outra na direção radialmente para fora e, adjacentes a cada seção reta 702, superfícies de transição 703 que conectam as extremidades radialmente externas das seções retas 702 à superfície lateral 708 do rosqueamento 705, a superfície lateral 708 do rosqueamento tendo um raio maior que a extremidade externa 702a das seções retas 702, de modo que a aresta de corte dianteira do sulco esteja localizada radialmente para dentro da superfície lateral 708.
[199] Como discutido em mais detalhes acima, as seções retas 702 formam rebaixos na rosca, o que cria uma aresta de corte mais agressiva. O fato de o sulco 700 compreender seções retas em ambos os lados implica que o sulco 700 forneça a mesma capacidade de corte, independentemente da direção de rotação do implante. Isso é benéfico para a colocação exata do implante.
[200] As superfícies de transição 703, quando colocadas em contato com osso de baixa densidade, guiam e comprimem o osso radialmente para fora. Portanto, em vez de esse osso ser cortado pela aresta de corte afiada do sulco 700, ele forma parte da massa óssea que é comprimida em torno do implante, melhorando a estabilidade primária. Quando inserido no osso de alta densidade, entretanto, esse osso não se comprimirá e, portanto, é contatado e cortado pela aresta dianteira 702a dentro do sulco 700.
[201] Em cada uma das modalidades mostradas, a profundidade da rosca DT geralmente diminui na direção coronal ao longo da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520 da porção roscada 110, 210, 310, 410, 510. Portanto, em função do comprimento das seções retas 702, o rebaixo pode não estar presente ao longo de todo o comprimento do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505.
[202] Entretanto, as seções retas 702 descritas acima do sulco 700 estão presentes na parte apical da seção de corpo principal 120, 220, 320, 420, 520. É a parte apical da seção roscada 110, 210, 310, 410, 510 que precisará ter a maior capacidade de corte e, portanto, essa área do implante é a que mais se beneficia com a inclusão do rebaixo de sulco.
[203] As seções retas 702 e a superfície de transição 703 do sulco 700 aumentam a capacidade do rosqueamento 105, 205, 305, 405, 505 de cortar osso de alta densidade enquanto auxilia na compressão do osso de baixa densidade.
[204] A porção roscada 120, 220, 320, 420, 520 de cada implante compreende ainda, em sua extremidade coronal 103, 203, 303, 403, 503, uma seção de saída de rosca 130, 230, 330, 430, 530, na qual o diâmetro externo DO se afunila radialmente para dentro na direção coronal, de modo que, na extremidade coronal da seção de saída, o diâmetro externo DO seja igual ao diâmetro de núcleo DC. Essa seção de saída 130, 230, 330, 430, 530 é a mais curta possível e em cada modalidade tem um comprimento axial menor que 1 mm.
[205] As porções roscadas 120, 220, 320, 420, 520 descritas acima podem ser usadas em implantes de uma ou duas peças.
[206] Em cada uma das modalidades da FIG. 1A a 5A, o implante 100, 200, 300, 400, 500 é a parte de ancoragem de um implante de duas peças, em que o implante como um todo se estende ao longo do eixo longitudinal central L da porção roscada 120, 220, 320, 420, 520.
[207] Os implantes 100 e 200 são implantes de nível ósseo, ao passo que os implantes 300, 400 e 500 são implantes de nível de tecido.
[208] Cada implante 100, 200, 300, 400, 500 compreende uma porção de pescoço 140, 240, 340, 440, 540 em uma localização coronal da porção roscada 120, 220, 320, 420, 520. Para simplificar, a porção de pescoço 140, 240, 340, 440, 540 só será descrita em detalhes com relação à FIG. 1A, entretanto, todos os elementos da porção de pescoço 140 descritos abaixo também estão presentes nas porções de pescoço 240, 340, 440, 540.
[209] A porção de pescoço 140 é cilíndrica circular com um diâmetro exterior DE (vide FIG. 1B) que é menor que o diâmetro externo DO máximo da porção roscada 120, 220, 320, 420, 520. A porção de pescoço 140, 240, 340, 440, 540 compreende duas seções adjacentes 141, 142 dispostas axialmente. A seção de pescoço apical 141, que se encontra diretamente adjacente à extremidade coronal da porção roscada 120, compreende uma microrrosca helicoidal 143 que inclui um sulco 144.
[210] A seção de pescoço coronal 142, diferentemente da seção de pescoço apical 141, não compreende quaisquer ranhuras ou rosqueamento. Esta seção é, portanto, mais lisa do que a seção de pescoço apical 141.
[211] Além da porção de pescoço 340, 440, 540, os implantes 300, 400, 500 compreendem ainda uma porção de cabeça 350, 450, 550 disposta para se estender, em uso, para dentro do tecido mole de um paciente.
[212] Em cada caso, o diâmetro da extremidade apical da porção de cabeça 350, 450, 550 é igual ao diâmetro da extremidade coronal da porção de pescoço 340, 440, 540, de modo que a porção de pescoço transicione suavemente para a porção de cabeça.
[213] Nas FIGS. 3A e 3B, a porção de cabeça 350 é cilíndrica circular, ao passo que nas FIGS. 4A, 4B, 5A, 5B, a porção de cabeça 450, 550 compreende uma seção alargada que se estende radialmente para fora na direção coronal, em que o diâmetro da extremidade coronal da seção alargada é maior que o diâmetro externo DO máximo da seção roscada 120, 220, 320, 420, 520.
[214] Na modalidade das FIGS. 4A e 4B, a seção alargada se afunila radialmente para fora na direção coronal ao longo de um raio R1, criando assim uma seção transversal longitudinal curva.
[215] Na modalidade das FIGS. 5A e 5B, a seção alargada compreende tanto uma seção transversal afunilada curva quanto uma reta, a extremidade apical da seção alargada afunilando-se radialmente para fora ao longo de um raio R2 antes de continuar a se alargar para fora de maneira cônica; a saber, com uma seção transversal afunilada reta 551.
[216] Em cada uma das modalidades descritas, o implante 100, 200, 300, 400, 500 compreende, em sua extremidade coronal, uma parte chanfrada 160, 260, 360, 460, 560 que se afunila radialmente para dentro na direção coronal para formar um cone truncado e um ombro plano 170, 270, 370, 470, 570 que define a extremidade coronal do implante dentário 100, 200, 300, 400, 500.
[217] Como os implantes 100, 200, 300, 400, 500 são implantes de duas peças, eles compreendem geometria de conexão de pilar padrão, que será brevemente descrita com relação à FIG. 3B, esta descrição sendo válida para todos os implantes 100, 200, 300, 400, 500. O implante 300 compreende um orifício cego 380 estendendo-se a partir da extremidade coronal 370 do implante ao longo do eixo longitudinal central L da porção roscada, o orifício cego 380 compreendendo um meio antirrotação 381 tendo uma seção transversal não circularmente simétrica em um plano perpendicular ao eixo longitudinal central L e, em uma localização apical do referido meio antirrotação, uma seção roscada 382. O orifício cego 380 compreende ainda, em uma localização coronal do meio antirrotação 381, uma porção cônica 383 afunilando-se radialmente para fora na direção coronal. Tal porção afunilada 383 pode formar uma vedação segura com um pilar de formato complementar, evitando assim que bactérias entrem no implante 100, 200, 300, 400, 500.
[218] As modalidades descritas acima são apenas para fins ilustrativos e o técnico no assunto perceberá que são possíveis arranjos alternativos que se enquadrem no escopo das reivindicações. Por exemplo, a porção roscada pode ser usada com implantes de uma peça ou implantes de duas peças compreendendo geometrias de conexão de implante, porções de pescoço e porções de cabeça alternativas.
Claims (32)
1. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) compreendendo: uma porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) estendendo-se ao longo de um eixo longitudinal (L) central de uma extremidade apical (102, 202, 302, 402, 502) até uma extremidade coronal (103, 203, 303, 403, 503), a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreendendo um núcleo (104, 204, 304, 404, 504) a partir do qual o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) se estende radialmente para fora, o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) compreendendo: um flanco apical (106, 206, 306, 406, 506), um flanco coronal (107, 207, 307, 407, 507) e uma superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) conectando os flancos apical e coronal, a superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) definindo a superfície radialmente mais externa do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) estendendo-se ao longo do comprimento da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) de maneira helicoidal e a largura de rosca estreitando-se na direção radialmente para fora, de modo que o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) seja mais amplo onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508), o diâmetro de núcleo (DC) da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) sendo definido pelo diâmetro externo do núcleo (104, 204, 304, 404, 504) e o diâmetro externo (D0) da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) sendo definido pela superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), caracterizado pelo fato de que, ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), o perfil de rosca do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) é formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, os flancos apical (106, 206, 306, 406, 506) e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo constante, o subsegmento do meio tendo um ângulo de conicidade que é maior que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e radialmente mais externo, o ângulo de conicidade formado entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo sendo menor que 30° sendo que o perfil de rosca de base do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) e a largura de rosca no diâmetro de núcleo permanecem constantes ao longo de toda a extensão axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) de modo que qualquer alteração da largura da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) ao longo do comprimento da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) será resultante das alterações na profundidade da rosca (DT), o perfil de rosca de base sendo formado pelos referidos três subsegmentos.
2. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o diâmetro de núcleo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
3. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizado pelo fato de que o diâmetro externo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de pelo menos a metade apical da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
4. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreende uma seção apical (115, 215, 315, 415, 515) e uma seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), em que, dentro da seção apical (115, 215, 315, 415, 515), o ângulo de conicidade do diâmetro externo, em relação ao eixo longitudinal central (L), é sempre maior que 20°, o ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo em relação ao eixo longitudinal central (L) sendo menor que o ângulo de conicidade do diâmetro externo em todas as localizações axiais da seção apical (115, 215, 315, 415, 515), de modo que a profundidade de rosca na seção apical (115, 215, 315, 415, 515) diminua continuamente em uma direção apical, a seção apical (115, 215, 315, 415, 515) tendo um comprimento axial menor que 2 mm e em que, dentro da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), o ângulo de conicidade do diâmetro externo, em relação ao eixo longitudinal central (L), é sempre menor que 5°.
5. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que, dentro da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), a largura da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) nunca é menor que 0,08 mm e nunca maior que 0,45 mm.
6. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) compreendendo: uma porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) estendendo-se ao longo de um eixo longitudinal central (L) de uma extremidade apical (102, 202, 302, 402, 502) extremidade apical (102, 202, 302, 402, 502) até uma extremidade coronal, a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreendendo: um núcleo a partir do qual o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) se estende radialmente para fora, o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) compreendendo um flanco apical (106, 206, 306, 406, 506), um flanco coronal (107, 207, 307, 407, 507) e uma superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) conectando os flancos apical (106, 206, 306, 406, 506) e coronal, a superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) definindo a superfície radialmente mais externa da rosca, o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) estendendo-se ao longo do comprimento da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) de maneira helicoidal e a largura de rosca estreitando-se na direção radialmente para fora, de modo que o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) seja mais largo onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508), o perfil de rosca de base do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) e a largura de rosca no núcleo permanecendo constantes ao longo da extensão axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), o diâmetro de núcleo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) sendo definido pelo diâmetro externo do núcleo e o diâmetro externo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) sendo definido pela superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), caracterizado pelo fato de que o diâmetro de núcleo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de todo o comprimento axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) e o diâmetro externo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) se afunila radialmente para dentro na direção apical ao longo de pelo menos a metade apical da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreendendo: uma seção apical (115, 215, 315, 415, 515) e uma seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), em que, dentro da seção apical (115, 215, 315, 415, 515), o ângulo de conicidade do diâmetro externo, em relação ao eixo longitudinal central (L), é sempre maior que 20°, o ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo em relação ao eixo longitudinal central (L) sendo menor que o ângulo de conicidade do diâmetro externo em todas as localizações axiais da seção apical (115, 215, 315, 415, 515), de modo que a profundidade de rosca na seção apical (115, 215, 315, 415, 515) diminua na direção apical, a seção apical (115, 215, 315, 415, 515) tendo um comprimento axial menor que 2 mm, e em que, na seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), o ângulo de conicidade do diâmetro externo em relação ao eixo longitudinal central (L) é sempre menor que 5°, os ângulos de conicidade do diâmetro de núcleo e do diâmetro externo dentro da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) sendo tais que, ao longo do comprimento axial da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), a profundidade do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) varia de modo que a profundidade do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) na extremidade apical (102, 202, 302, 402, 502)da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) seja maior que a profundidade do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) na extremidade coronal da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) e a largura da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) na extremidade apical (102, 202, 302, 402, 502) da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) seja menor que a largura da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) na extremidade coronal da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), em que a largura da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) dentro da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) nunca é menor que 0,08 mm e nunca maior que 0,45 mm.
7. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que o perfil de rosca de base do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) é formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em uma ângulo, o subsegmento do meio tendo um ângulo de conicidade que é maior que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e radialmente mais externo, o ângulo de conicidade formado entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo sendo menor que 30°.
8. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 6 ou 7, caracterizado pelo fato de que, ao longo de pelo menos uma seção da extensão axial da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), o perfil de rosca é formado por exatamente três subsegmentos dispostos sequencialmente na direção radial, em que, em cada subsegmento, os flancos apical e coronal se afunilam em direção um ao outro em um ângulo constante, o subsegmento do meio tendo um ângulo de conicidade que é maior que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e radialmente mais externo, o ângulo de conicidade formado entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo sendo menor que 30°.
9. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, 7 ou 8, caracterizado pelo fato de que o ângulo entre os flancos apical e coronal no subsegmento radialmente mais externo é de 20° a 29° e, de maneira mais preferencial, de 24° a 26°.
10. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, 7, 8 ou 9, caracterizado pelo fato de que o ângulo de conicidade do subsegmento do meio é pelo menos duas vezes o ângulo de conicidade do subsegmento radialmente mais externo.
11. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4 ou 7 a 10, caracterizado pelo fato de que os ângulos de conicidade dos subsegmentos radialmente mais interno e mais externo são substancialmente os mesmos.
12. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4 ou 7 a 11, caracterizado pelo fato de que o perfil de rosca do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) é formado pelos referidos três subsegmentos ao longo de pelo menos um quarto da extensão axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), de maneira mais preferencial ao longo de pelo menos metade da extensão axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
13. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4 ou 7 a 12, caracterizado pelo fato de que o perfil de rosca do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) é formado pelos referidos três subsegmentos em uma localização axial dentro da metade mais apical da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), mais preferencialmente dentro do quarto mais apical da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
14. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 4, 5 ou 7 a 11, caracterizado pelo fato de que o perfil de rosca do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) é formado pelos referidos três subsegmentos ao longo de pelo menos um quarto da extensão axial da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), de maneira mais preferencial ao longo de pelo menos metade da extensão axial da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520).
15. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 4, 5, 7 a 11 ou 14, caracterizado pelo fato de que o perfil de rosca do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) é formado pelos referidos três subsegmentos em uma localização axial dentro da metade mais apical da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), mais preferencialmente dentro do quarto mais apical da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520).
16. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 8 ou reivindicações 9 a 15 quando dependentes de uma das reivindicações 3 a 8, caracterizado pelo fato de que o ângulo de conicidade do diâmetro externo na seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) é sempre menor que 2,5°.
17. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a rosca compreende uma rosca de entrada dupla.
18. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 4 a 9 ou reivindicações 10 a 18 quando dependentes de uma das reivindicações 4 a 9, caracterizado pelo fato de que o diâmetro externo se afunila radialmente para dentro ao longo de pelo menos a metade apical da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520).
19. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 8 ou reivindicações 9 a 18 quando dependentes de uma das reivindicações 3 a 8, caracterizado pelo fato de que o diâmetro externo da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) compreende um segmento apical no qual o diâmetro externo se afunila radialmente para dentro na direção apical e um segmento coronal no qual o diâmetro externo tem um ângulo de conicidade de 0° e, assim, define uma superfície cilíndrica.
20. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 8 ou reivindicações 9 a 19 quando dependentes de uma das reivindicações 3 a 8, caracterizado pelo fato de que, dentro da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), o núcleo compreende pelo menos dois segmentos adjacentes (216, 217), o diâmetro de núcleo de cada segmento afunilando-se em um ângulo diferente em relação ao eixo longitudinal central (L) da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
21. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 a 8 ou reivindicações 9 a 20 quando dependentes de uma das reivindicações 3 a 8, caracterizado pelo fato de que, na seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) em cada localização axial, o ângulo de conicidade do diâmetro de núcleo é maior que o ângulo de conicidade do diâmetro externo, de modo que a profundidade de rosca na seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520) aumente continuamente na direção apical e a largura da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) aumente continuamente na direção coronal.
22. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreende, em sua extremidade coronal, uma seção de saída de rosca (130, 230, 330, 430, 530) na qual o diâmetro externo se afunila radialmente para dentro na direção coronal, de modo que, na extremidade coronal da seção de saída (130, 230, 330, 430, 530), o diâmetro externo seja igual ao diâmetro de núcleo.
23. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreende pelo menos dois sulcos (700) que se estendem de maneira helicoidal ao longo de todo o comprimento da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
24. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 23, caracterizado pelo fato de que a seção transversal dos sulcos (700) dentro do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), em um plano perpendicular ao eixo longitudinal central (L), compreende um arco circular (701) e duas seções retas (702) opostas localizadas adjacentes às extremidades radialmente externas do arco circular (701), as referidas seções retas (702) afunilando-se em direção uma à outra na direção radialmente para fora.
25. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 24 quando dependente das reivindicações 3 a 8, caracterizado pelo fato de que as referidas seções retas (702) estão presentes no rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) ao longo de 15 a 100% do comprimento axial da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520), mais preferencialmente ao longo de pelo menos 50% do comprimento axial da seção de corpo principal (120, 220, 320, 420, 520).
26. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 24 ou 25, caracterizado pelo fato de que a seção transversal dos sulcos (700) dentro de pelo menos uma porção do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) compreende um arco circular (701) e, adjacentes a cada extremidade do arco circular (701), seções retas (702) opostas que se afunilam em direção uma à outra na direção radialmente para fora e, adjacentes a cada seção reta (702), superfícies de transição (703) que conectam as extremidades radialmente externas das seções retas (702) à superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), a superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) tendo um raio maior que a extremidade externa das seções retas (702), de modo que a aresta de corte dianteira do sulco (700) esteja localizada radialmente para dentro da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508).
27. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) compreendendo: uma porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) estendendo-se ao longo de um eixo longitudinal central (L) de uma extremidade apical (102, 202, 302, 402, 502) até uma extremidade coronal, a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreendendo um núcleo a partir do qual o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) se estende radialmente para fora, o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) compreendendo um flanco apical (106, 206, 306, 406, 506), um flanco coronal (107, 207, 307, 407, 507) e uma superfície lateral conectando os flancos apical e coronal, a superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) definindo a superfície radialmente mais externa do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) estendendo-se ao longo do comprimento da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) de maneira helicoidal e a largura de rosca estreitando-se na direção radialmente para fora, de modo que o rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) seja mais amplo onde entra em contato com o núcleo e se estreite em direção à superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508), o diâmetro de núcleo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) sendo definido pelo diâmetro externo do núcleo e o diâmetro externo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) sendo definido pela superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), caracterizado pelo fato de que a porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) compreende pelo menos um sulco (700) que se estende de maneira helicoidal ao longo de todo o comprimento da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), a seção transversal do sulco (700) dentro de pelo menos uma porção do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) compreendendo um arco circular (701) e, adjacentes a cada extremidade do arco circular (701), seções retas (702) opostas que se afunilam em direção uma à outra na direção radialmente para fora e, adjacentes a cada seção reta (702), superfícies de transição (703) que conectam as extremidades radialmente externas da seção reta (702) à superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508) do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505), a superfície lateral do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) tendo um raio maior que a extremidade externa das seções retas (702), de modo que a aresta de corte dianteira do sulco (700) esteja localizada radialmente para dentro da superfície lateral (108, 208, 308, 408, 508).
28. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 28, caracterizado pelo fato de que o implante compreende ainda uma porção de pescoço (140, 240, 340, 440, 540) coronal da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), a porção de pescoço (140, 240, 340, 440, 540) sendo cilíndrica circular com um diâmetro exterior que é menor que o diâmetro externo máximo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
29. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 29, caracterizado pelo fato de que o implante compreende ainda, em uma localização coronal da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510), uma porção de cabeça (350, 450, 550) disposta para se estender, em uso, para dentro do tecido mole de um paciente.
30. Um implante dentário (100, 200, 300, 400, 500) de acordo com a reivindicação 29, caracterizado pelo fato de que a porção de cabeça (350, 450, 550) compreende uma seção alargada que se estende radialmente para fora na direção coronal, em que o diâmetro da extremidade coronal da seção alargada é maior que o diâmetro externo máximo da seção roscada.
31. Uma pluralidade de implantes dentários de acordo com as reivindicações 1, 6 ou 27, caracterizado pelo fato de compreender pelo menos dois dentre a pluralidade de implantes tendo diâmetros externos máximos diferentes de porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) dentro do intervalo de 3 mm a 8 mm, e pelo menos dois dentre a pluralidade de implantes tendo diferentes comprimentos axiais no intervalo de 5 mm a 25 mm.
32. Uma pluralidade de implantes de acordo com a reivindicação 32, caracterizado pelo fato de que o passo do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) da seção roscada de cada implante varia em função do diâmetro externo máximo e do comprimento axial do implante, em que, para um dado diâmetro externo máximo de porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) , o passo do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) na porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) aumenta com o comprimento axial da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) e, para um dado comprimento da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) , o passo do rosqueamento (105, 205, 305, 405, 505) na porção roscada (110, 210, 310, 410, 510) aumenta com o diâmetro externo máximo da porção roscada (110, 210, 310, 410, 510).
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