BR112016022167B1 - Método para a produção de uma suspensão de celulose microfibrilada - Google Patents

Método para a produção de uma suspensão de celulose microfibrilada Download PDF

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Marcus Lillandt
Tom Lundin
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Kemira Oyj
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MÉTODO PARA A PRODUÇÃO DE UMA SUSPENSÃO DE CELULOSE MICROFIBRILADA, CELULOSE MICROFIBRILADA E USO DA MESMA A presente invenção refere-se a um método para a produção de uma suspensão de celulose microfibrilada. O método compreende pelo menos as etapas de obtenção de uma suspensão aquosa de fibras naturais de celulose, adição de um aditivo que consiste em pelo menos um polímero natural à suspensão de fibras naturais de celulose, e alimentação da mistura obtida que compreende as fibras naturais de celulose e o aditivo em um homogeneizador ou um fluidizador. A invenção também se refere à celulose microfibrilada obtida pelo método e ao uso da mesma.

Description

[001] A presente invenção refere-se a um método para a produçãode uma suspensão de celulose microfibrilada, a celulose microfibrilada e ao uso da mesma de acordo com os preâmbulos das reivindicações anexas.
[002] A celulose microfibrilada (MFC) é produzida a partir de váriasfontes de fibra que compreendem estruturas celulósicas, tais como a polpa de madeira, a beterraba, o bagaço, o cânhamo, o linho, o algodão, a abaca, a juta, a paina de sumaúma e a borra de seda. A celulose microfibrilada compreende fibrilas de celulose nanodimensionadas se- micristalinas liberadas que têm uma elevada razão entre o comprimento e a largura. Uma fibrila de celulose nanodimensionada típica tem uma largura de 5 a 60 nm e um comprimento em uma faixa de dezenas de nanômetros a vários micrômetros.
[003] A celulose microfibrilada é produzida ao usar homogeneiza-dores ou fluidizadores de alta pressão, em um processo no qual as paredes das células da celulose que contêm fibras são deslaminadas e as fibrilas de celulose nanodimensionadas são liberadas. O processo é extremamente consumidor de energia, o que aumenta os custos de produção da celulose microfibrilada. Além disso, os homogeneizadores e os fluidizadores são facilmente entupidos pelas fibras naturais que compreendem estruturas celulósicas. A fim de minimizar esses inconvenientes, as fibras naturais são previamente tratadas antes de ser homogeneizadas, por exemplo, ao usar vários tratamentos mecânicos/enzi- máticos, a oxidação, a introdução de cargas através da carboximetila- ção, etc. A produção de celulose microfibrilada é discutida, por exemplo, em Ankerfors, M., "Microfibrillated cellulose: Energy efficient preparation techniques and key properties", Licentiate Thesis, KTH Royal Instituteof Technology, Estocolmo, Suécia, 2012.
[004] O interesse em celulose microfibrilada aumentou durante osúltimos anos, uma vez que o material tem mostrado um potencial promissor em uma variedade de aplicações, por exemplo, no processamento de alimentos ou para o uso em produtos de alimentos, produtos farmacêuticos ou materiais avançados, que compreendem materiais metálicos, de cerâmica, de polímeros, de cimento e de madeira e várias composições desses materiais. Consequentemente há uma necessidade quanto a métodos eficazes e econômicos para produzir a celulose microfibrilada.
[005] O documento de patente WO 2010/092239 divulga um método para a produção de celulose nanofibrilada modificada. No método, o material celulósico é colocado em uma suspensão de fibras, um derivado de celulose ou um polissacarídeo adsorvido em fibras na dita suspensão sob condições especiais, e o derivado obtido da suspensão de fibras é sujeitado à desintegração mecânica, por meio do que a celulose nanofibrilada modificada é obtida. A celulose nanofibrilada modificada obtida compreende o derivado de celulose ou o polissacarídeo que foi adsorvido nas fibras, e a celulose adsorvida modificada não pode ser separada do produto obtido.
[006] Um objetivo da presente invenção consiste em minimizar oupossivelmente até mesmo eliminar as desvantagens que existem na técnica anterior.
[007] Um objetivo da presente invenção consiste na provisão deum método simples para a produção de celulose microfibrilada, que pode ser facilmente purificada.
[008] Outro objetivo da invenção consiste na provisão de nanoce-lulose pura, que é livre de modificadores do processo.
[009] Esses objetivos são atingidos com um método e um arranjoque tem as características apresentadas a seguir nas partes caracteri- zantes das reivindicações independentes.
[0010] Um método típico para a produção de uma suspensão decelulose microfibrilada compreende pelo menos as seguintes etapas:
[0011] - obtenção de uma suspensão aquosa de fibras naturais decelulose,
[0012] - adição de um aditivo que compreende pelo menos um polímero natural à suspensão de fibras naturais de celulose,
[0013] - alimentação da mistura obtida que compreende as fibrasnaturais de celulose e o aditivo em um homogeneizador ou um fluidiza- dor, e
[0014] - obtenção da suspensão de celulose microfibrilada.
[0015] A celulose microfibrilada típica de acordo com a presente invenção é obtida ao usar o método de acordo com a presente invenção.
[0016] O uso da celulose microfibrilada típica de acordo com a presente invenção é para aplicações de perfuração de óleo e mineração, para a manufatura de alimentos, em produtos de alimentos, cosméticos e/ou produtos farmacêuticos.
[0017] Tipicamente, a celulose microfibrilada de acordo com a presente invenção é usada para o controle da reologia, aplicações estruturais e/ou para a manufatura de polpa e produtos de papel.
[0018] Foi agora verificado de modo surpreendente que é possívelproduzir a celulose microfibrilada em um homogeneizador ou em um fluidizador sem problemas de entupimento simplesmente mediante a adição de um aditivo que compreende pelo menos um polímero natural à suspensão aquosa de fibras naturais de celulose antes que a suspensão seja alimentada no homogeneizador ou no fluidizador. Nenhum tratamento prévio das fibras naturais de celulose é necessário, o que torna o processo eficaz e econômico, também em grande escala industrial.Além disso, o polímero natural não é irrevogavelmente ligado a ou ad- sorvido nas fibras de celulose ou na celulose microfibrilada produzida. Isto significa que o polímero natural pode ser removido da celulose mi- crofibrilada produzida, por exemplo, por meio de lavagem. Além disso, uma vez que o processo também emprega somente soluções aquosas sem aditivos químicos, por exemplo, solventes orgânicos, a celulose mi- crofibrilada produzida é apropriada para os usos que requerem uma pureza elevada, por exemplo, na produção de produtos de alimentos ou produtos farmacêuticos. A presente invenção provê desse modo um método simples para a produção de celulose microfibrilada pura de uma maneira econômica.
[0019] No contexto do presente pedido de patente, o termo "fibrasnaturais de celulose" denota as fibras de celulose que originam do material de planta da semente, isto é, o material de planta de ginosperma e angiosperma, tal como a madeira, beterraba, bagaço, batatas, cenouras, sisal, cânhamo, linho, abaca, juta, paina de sumaúma, algodão ou palha de trigo. As fibras naturais de celulose são manufaturadas ao usar processos de formação de polpa convencionais. As fibras de celulose podem ser, caso desejado, lavadas, alvejadas e/ou secadas antes de serem usadas para a produção de celulose microfibrilada por meio de homogeneização ou fluidização, mas elas são ainda não refinadas, não tratadas, não hidrolisadas, não oxidadas, não condicionadas, não enxertadas e/ou não modificadas química, enzimática e mecanicamente após a produção da polpa da fibra de celulose. Por exemplo, as fibras de polpa felpudas são excluídas das fibras naturais de celulose.
[0020] De acordo com uma modalidade preferida da invenção, asuspensão aquosa de fibras naturais de celulose compreende principalmente a água como fase líquida. A fase líquida da suspensão aquosa compreende > 70% em peso, de preferência > 85% em peso de água, em que o teor da água fica tipicamente na faixa de 70 a 100% em peso,mais tipicamente de 85 a 100% em peso, ainda mais tipicamente de 90 a 100% em peso, até mesmo algumas vezes de 97 a 100% em peso, da fase líquida. De preferência, a suspensão aquosa de fibras naturais de celulose é livre de líquidos orgânicos. De acordo com uma modalidade, a suspensão aquosa de fibras naturais de celulose é obtida ao suspender as fibras naturais de celulose na água.
[0021] A celulose microfibrilada é usada como um sinônimo com ostermos "microfibrilas de celulose", "celulose microfibrilar" e "celulose na- nofibrilada". No contexto do presente pedido de patente, o termo "celulose microfibrilada" é compreendido como estruturas de fibrilas celulósicas semicristalinas liberadas ou como feixes liberados de fibrilas de celulose nanodimensionadas. A celulose microfibrilada tem um diâmetro de 2 a 60 nm, de preferência de 4 a 50 nm, com mais preferência de 5 a 40 nm, e um comprimento de vários micrômetros, de preferência de menos de 500 μm, com mais preferência de 2 a 200 μm, ainda com mais preferência de 10 a 100 μm, e com a máxima preferência de 10 a 60 μm. A celulose microfibrilada compreende frequentemente feixes de 10 a 50 microfibrilas. A celulose microfibrilada pode ter um elevado grau de cristalinidade e um elevado grau de polimerização, por exemplo, o grau de polimerização DP, isto é, o número de unidades monoméricas em um polímero, pode ser de 100 a 3.000. Além disso, a celulose microfi- brilada pode ter como suspensão um módulo elástico elevado, por exemplo, na faixa de 10 a 105 Pa.
[0022] De acordo com uma modalidade preferida, as fibras naturaisde celulose que são originárias de madeira dura são usadas para produzir a suspensão de celulose microfibrilada. As fibras naturais de celulose podem ser alvejadas ou não alvejadas. As fibras naturais de celulose podem ser selecionadas de fibras de vidoeiro, fibras de eucalipto, fibras de acácia, fibras de álamo, fibras de bordo, fibras de choupo, fibras de alfarroba ou qualquer mistura das mesmas. De acordo com umamodalidade especialmente preferida, as fibras naturais de celulose são fibras de vidoeiro alvejadas.
[0023] O aditivo, que é adicionado à suspensão de fibras naturaisde celulose antes da homogeneização ou da fluidização, compreende pelo menos um polímero natural. O termo "polímero natural" deve ser aqui compreendido como um material ou um composto polimérico que é originário de material que não de petróleo que ocorre originalmente na natureza. Pelo menos um polímero natural no aditivo pode ser selecionado do grupo que consiste em carboxi metil celulose (CMC), metil celulose, hidroxi propil celulose, amido, carragenina, goma de alfarroba, goma de tamarindo, quitosana, quitina, goma de guar, derivados celulósicos, tais como celulose nanofibrilada, e qualquer uma de suas misturas. De acordo com uma modalidade preferida, o aditivo compreende o polímero natural que é o amido e/ou a carboxi metil celulose. De preferência, o polímero natural no aditivo é a carboxi metil celulose. O polímero natural, que é usado como aditivo, é de preferência solúvel em água e pode ser catiônico, aniônico ou anfotérico. De acordo com uma modalidade da invenção, o polímero natural no aditivo usado é um amido catiônico.
[0024] O aditivo pode compreender dois ou mais polímeros naturaisdiferentes. No caso em que dois ou mais polímeros naturais são usados, eles podem ser adicionados à suspensão de fibras naturais de celulose separadamente, porém simultaneamente, ou podem ser misturados entre si para formar um único aditivo, o qual é adicionado à suspensão de fibras naturais de celulose.
[0025] O polímero natural pode ser adicionado em uma quantidadede 2 a 75% em peso, de preferência de 5 a 60% em peso, com mais preferência de 7 a 50% em peso, ainda com mais preferência de 10 a 30% em peso, calculado a partir do peso do teor sólido seco total dasuspensão de fibras naturais de celulose. De acordo com uma modalidade preferida, o aditivo é adicionado em uma quantidade tal que o(s) polímero(s) natural(is) pode(m) ser adicionado(s) em uma quantidade de 15 a 75% em peso, de preferência de 17 a 60% em peso, com mais preferência de 20 a 50% em peso, ainda com mais preferência de 23 a 30% em peso, calculado a partir do peso do teor sólido seco total da suspensão de fibras naturais de celulose.
[0026] De acordo com uma modalidade preferida da invenção, oaditivo consiste unicamente em um ou mais polímeros naturais, sem nenhum outro produto químico. De preferência, o aditivo é livre de quaisquer eletrólitos que compreendem cátions monovalentes e/ou polivalentes.
[0027] De acordo com uma modalidade preferida da invenção, oaditivo que compreende pelo menos um polímero natural é adicionado à suspensão de fibras de celulose natural a uma temperatura < 160°C, de preferência < 80°C, com mais preferência < 60°C, ainda com mais preferência < 30°C. A temperatura, durante a adição, pode ficar na faixa de 5 a 160°C ou de 5 a 80°C, de preferência de 10 a 60°C, com mais preferência de 15 a 35°C, ainda com mais preferência de 15 a 30°C. Desse modo nenhum aquecimento da suspensão de fibras de celulose é necessário, o que reduz o consumo de energia do processo e torna mais fácil a execução do mesmo também em grande escala.
[0028] O tempo entre a adição do aditivo à suspensão de fibras naturais de celulose e a alimentação da mistura das fibras naturais de celulose e do aditivo no homogeneizador ou no fluidizador pode ser < 1.500 minutos, de preferência < 30 minutos, com mais preferência < 15 minutos, ainda com mais preferência < 5 minutos. Não há nenhuma ad- sorção do polímero natural do aditivo nas fibras naturais de celulose ou qualquer ligação permanente entre a fibra natural de celulose e o polímero natural. Isto significa que nenhum tempo de reação específico énecessário entre a adição do aditivo à suspensão de fibra natural de celulose e o processamento da mistura no homogeneizador ou no flui- dizador. De acordo com uma modalidade preferida, a mistura das fibras naturais de celulose e do aditivo é alimentada imediata e diretamente no homogeneizador ou no fluidizador após a adição do aditivo à suspensão das fibras naturais de celulose.
[0029] A mistura das fibras naturais de celulose e do aditivo podeser alimentada no homogeneizador ou no fluidizador a uma consistência de alimentação de 1 a 50% em peso, de preferência de 1 a 30% em peso, com mais preferência de 2 a 20% em peso, ainda com mais preferência de 3 a 15% em peso, até mesmo algumas vezes de 5 a 15% em peso, calculado como sólidos secos. A alta consistência de alimentação permite a produção de celulose microfibrilada redispersível com alta consistência, o que reduz a necessidade de secagem da celulose microfibrilada após a sua produção por meio de homogeneização ou fluidização. A celulose microfibrilada produzida desta maneira é disper- sível na água e tem uma boa usabilidade nas várias aplicações descritas a seguir.
[0030] Todos os homogeneizadores e fluidizadores convencionaisdisponíveis podem ser usados, tais como o homogeneizador ou micro- fluidizador Gaulin. A homogeneização ou a fluidização podem ser executadas sob a influência de uma diferença de pressão. Durante a homogeneização ou a fluidização, a mistura que compreende fibras naturais de celulose é sujeitada a uma alta pressão de 5 x 107 Pa (500 bar) a 2,1 x 108 Pa (2.100 bar). Por exemplo, na homogeneização a mistura que compreende as fibras naturais de celulose e o aditivo pode ser bombeada a alta pressão, tal como definido acima, e alimentada através de um conjunto de válvula acionada a mola. As fibras naturais de celulose na mistura são sujeitadas a uma grande queda de pressão sob forças de cisalhamento elevadas. Isso conduz à fibrilação das fibras naturais decelulose. Alternativamente, na homogeneização ou fluidização a mistura que compreende as fibras naturais de celulose e o aditivo passa através dos canais com formato de Z sob alta pressão, tal como definido acima. O diâmetro do canal pode ser de 200 a 400 μm. A taxa de cisalhamento, que é aplicada às fibras naturais de celulose na mistura é desse modo elevada, e resulta na formação de microfibrilas de celulose. Independente do procedimento, isto é, homogeneização ou fluidização, que é usado para produzir a celulose microfibrilada, o procedimento pode ser repetido por vários passes até que o grau desejado de fibrilação seja obtido.
[0031] A celulose microfibrilada produzida pode ter um teor de sólidos na faixa de 1 a 50% em peso, de preferência de 1 a 30% em peso, com mais preferência de 2 a 20% em peso, ainda com mais preferência de 3 a 15% em peso, e até mesmo algumas vezes de 5 a 15% em peso, calculado como sólidos secos. A celulose microfibrilada obtida fica na forma de fibrilas, uma suspensão ou um gel estável. A celulose microfi- brilada é livre de líquidos orgânicos, isto é, solventes orgânicos.
[0032] A celulose microfibrilada produzida compreende eletrólitosinorgânicos adsorvidos, de preferência menos de 4 mg/g de celulose microfibrilada seca, com mais preferência 2 mg/g de celulose microfibri- lada seca. As quantidades do eletrólito são determinadas a partir da celulose microfibrilada direta e imediatamente depois de sua produção, sem nenhuma etapa de lavagem intermediária entre a produção e a determinação. Isto significa que é possível produzir uma celulose microfi- brilada que compreende quantidades mínimas de cátions inorgânicos, tal como o cálcio.
[0033] De acordo com uma modalidade da invenção o aditivo, istoé, o(s) polímero(s) natural(is), é removido da suspensão produzida de celulose microfibrilada. A remoção pode ser feita, por exemplo, por meio de lavagem com água. Desta maneira é possível obter uma celulosemicrofibrilada que é apropriada até mesmo para os usos com demandas de alta pureza.
[0034] A celulose microfibrilada, que é produzida ao usar o métododescrito, pode ser usada, por exemplo, como um modificador da viscosidade em aplicações de perfuração de óleo e mineração. Além disso, ela pode ser usada na produção de produtos de alimentos, cosméticos e/ou produtos farmacêuticos como um agente/aditivo interfacial, um agente/aditivo tensoativo, um agente/aditivo de liberação, um agente/aditivo de veículo ou um agente/aditivo estrutural. Ela pode ser usada para a dispersão ou o controle da suspensão, como agente de dispersão, estabilizador ou de reologia. Ela pode ser usada como uma parte de um agente de reologia de um, dois ou múltiplos componentes. Por exemplo, ela pode ser usada para o controle da reologia, aplicações estruturais e/ou para a manufatura de polpa e produtos de papel. Ela também pode ser usada para a manufatura de estruturas de sólidos, tais como películas transparentes, ou como aditivo de alimento não calórico.
[0035] De acordo com uma modalidade preferida, a celulose micro-fibrilada, que é produzida ao usar o método descrito, é usada na produção da polpa, do papel e/ou do papelão como uma carga, aditivo de reforço, agente de revestimento ou de barreira. De acordo com uma modalidade da invenção, a celulose microfibrilada é usada para a produção da(s) camada(s) externa ou interna de placas de múltiplas camadas.PARTE EXPERIMENTAL
[0036] Algumas modalidades da invenção são descritas de maneiramais próxima nos seguintes não limitadores a seguir.Exemplo 1
[0037] A homogeneização de quatro amostras diferentes da suspensão foi executada a fim de produzir celulose microfibrilada.
[0038] Polpa kraft de vidoeiro comercial foi usada nas Amostras 2,3 e 4, e carboxi metil celulose, CMC, Finnfix 300 fornecida pela CPKelco, foi usada nas Amostras 1, 2 e 4.
[0039] A Amostra 1 compreendia a celulose microcristalina, MCC, eCMC, a uma razão de 1:1, e o teor de sólidos secos da suspensão era de 1,5% em peso.
[0040] A Amostra 2 compreendia a polpa kraft de vidoeiro e CMC,a uma razão de 1:1, e o teor de sólidos secos da suspensão era de 1,5% em peso.
[0041] A Amostra 3 compreendia 100% de polpa Kraft de vidoeiro,e o teor de sólidos secos da suspensão era de 0,7% em peso.
[0042] A Amostra 4 compreendia a polpa kraft de vidoeiro e CMC,a uma razão de 1:1, e o teor de sólidos secos da suspensão era de 1,4% em peso.
[0043] As amostras foram dispersas na água ao usar um instrumento Ultraturrax. Em seguida, as amostras foram homogeneizadas no homogeneizador Ariete NS3006 a 1x108 Pa (1.000 bar).
[0044] A fibrilação das amostras foi caracterizada pela transmitân-cia da luz a um comprimento de onda de 800 nm, que é conhecido para ser correlacionado com as mudanças no grau de fibrilação. A transmi- tância da luz foi medida com um espectrofotômetro Perkin Elmer Lambda 900 UV/VIS/NIR a partir de uma amostra homogeneizada diluída a 0,1% em peso para as Amostras 1, 2 e 3, e a 0,2% em peso para a Amostra 4. Os resultados são mostrados na Tabela 1. Os comprimentos de onda da transmitância de 400 nm, 600 nm, 800 nm e 1.000 nm foram comparados.
[0045] O declínio na transmitância da luz após o primeiro passe édevido à formação de fibrilas maiores e à liberação finos iniciais. Além de dois passes, os valores da transmitância foram estabilizados ou aumentaram ligeiramente, indicando a formação de celulose microfibri- lada. A partir da Tabela 1 pode ser observado que as Amostras 2 e 4 resultaram em transmitâncias significativamente maiores depois de doispasses, quando comparadas à Amostra 1. Isto indica uma fibrilação melhor das Amostras 2 e 4. Esses resultados são confirmados também por dados nas Figuras 1 e 2. A Figura 1 representa uma figura de microsco- pia eletrônica da Amostra 2 depois de 3 passes, com um grau elevado de fibrilação. É mostrada na Figura 2 uma figura de microscopia eletrônica da Amostra 1 depois de 3 passes. É aparente que o grau de fibrila- ção na Figura 2 (Amostra 1) era menor do que na Figura 1 (Amostra 2).
[0046] A partir dos dados da transmitância na Tabela 1, é aparenteque nenhuma fibrilação significativa da polpa de vidoeiro ocorreu a 0,7% em peso sem adição de CMC na Amostra 3.Exemplo 2
[0047] Uma curva de calibração foi preparada ao preparar soluçõesaquosas que compreendem quantidades diferentes de carboxi metil celulose (CMC) e ao medir a carga (μeq/l) da solução como uma função da concentração de CMC (g/l).
[0048] A amostra de referência foi preparada ao lavar primeiramente uma amostra da polpa com água deionizada. Em seguida, uma pasta com uma consistência da polpa de 30 g/l que contém 0,05 M de CaCl2 e 0,05 M de NaHCO3 foi preparada e aquecida até 75 a 80°C. 20 mg de carboxi metil celulose foram adicionados por grama da polpa (o.d.). O pH foi ajustado a um pH 7,5 a 8 com NaOH 1 M. A pasta foi misturada por 2 horas a 75 a 80°C, e homogeneizada em um fluidizador. Uma pasta com 2% de consistência foi obtida.
[0049] A amostra de acordo com a invenção foi preparada ao usaruma pasta da polpa com a mesma consistência que a amostra de referência. A mesma quantidade de carboxi metil celulose (CMC) que aquela na amostra de referência foi adicionada à pasta à temperatura ambiente imediatamente antes da homogeneização. Uma pasta com 2% de consistência foi obtida.
[0050] Depois da homogeneização as amostras da pasta de nano-celulose obtidas foram filtradas ou centrifugadas. A carga da fase líquida foi determinada, e a quantidade de CMC liberada foi estimada com base na curva de calibração. Os resultados são mostrados na Tabela 2.
[0051] Os valores da porcentagem para amostras de acordo com ainvenção são > 100% porque algumas cargas são liberadas das fibras a partir da homogeneização. No entanto, pode ser observado a partir da Tabela 2 que na prática toda a CMC é removida das fibras. Nas amostras de referência, cerca de 75% de CMC continuam adsorvidos nas fibras.
[0052] Mesmo que a invenção tenha sido descrita com referênciaao que no presente parece ser as modalidades mais práticas e mais preferidas, deve ser apreciado que a invenção não vai ficar limitada às modalidades descritas acima, mas a invenção também se presta a cobrir modificações diferentes e soluções técnicas equivalentes dentro do âmbito das reivindicações anexas.Tabela 1. Dados da transmitância da luz de amostras de suspensão di-ferentes, indicando o grau de fibrilação na amostra.
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Figure img0002
Tabela 2. Resultados do Exemplo 2
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Claims (14)

1. Método para a produção de uma suspensão de celulose microfibrilada tem um diâmetro de 2-60 nm e comprimento menor do que 500 μm, caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos as seguintes etapas:- obtenção de uma suspensão aquosa de fibras naturais de celulose,- adição à suspensão de fibras naturais de celulose de um aditivo que consiste em pelo menos um polímero natural selecionado de carboximetil celulose (CMC), metil celulose, hidroxipropil celulose, amido, carragenina, goma de alfarroba, goma de tamarindo, quitosana, quitina, goma de guar, derivados celulósicos, tal como celulose nanofi- brilada, e qualquer uma de suas misturas,- alimentação da mistura obtida que consiste em fibras natu-rais de celulose e o aditivo diretamente em um homogeneizador ou um fluidizador após a adição do aditivo à suspensão de fibras naturais de celulose, e- obtenção da suspensão de celulose microfibrilada.
2. Método de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a adição do aditivo ocorre em uma quantidade tal que o(s) polímero(s) natural(is) é(são) adicionado(s) à suspensão aquosa de fibras naturais de celulose em uma quantidade de 2 a 75% em peso, de preferência de 5 a 60% em peso, com mais preferência de 7 a 50% em peso, ainda com mais preferência de 10 a 30% em peso, calculado a partir do peso do teor sólido seco total.
3. Método de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a adição do aditivo ocorre em uma quantidade tal que o(s) polímero(s) natural(is) é(são) adicionado(s) à suspensão aquosa de fibras naturais de celulose em uma quantidade de 15 a 75% em peso, de preferência de 17 a 60% em peso, com mais preferência de 20 a 50%em peso, ainda com mais de preferência de 23 a 30% em peso, calcu-lado a partir do peso do teor sólido seco total da suspensão de fibras naturais de celulose.
4. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que o aditivo pode compreender dois ou mais polímeros naturais diferentes.
5. Método de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o aditivo consiste em amido e/ou carboximetil celulose.
6. Método de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o aditivo é isento de qualquer eletrólito compreendendo cátions monovalente e/ou polivalente.
7. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que o aditivo é removido da suspensão de celulose microfibrilada produzida.
8. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado por alimentar a mistura das fibras naturais de celulose e o aditivo no homogeneizador ou fluidizador na consistência da alimentação de 1 a 50% em peso, de preferência de 1 a 30% em peso, com mais preferência de 2 a 20% em peso, ainda com mais preferência de 3 a 15% em peso, calculado como sólidos secos.
9. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que as fibras naturais de celulose são originárias de madeira dura.
10. Método de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que as fibras naturais de celulose são alvejadas ou não alvejadas e selecionadas de fibras de vidoeiro, fibras de eucalipto, fibras de acácia, fibras de álamo, fibras de choupo, fibras de alfarroba, fibras de bordo, ou uma mistura das mesmas, de preferência de fibras de vi-doeiro alvejadas.
11. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações1 a 10, caracterizado pelo fato de que a adição do aditivo à suspensão de fibras naturais de celulose ocorre à temperatura < 160°C, de preferência < 80°C, com mais preferência < 60°C, ainda com mais preferência na faixa de 15 a 35°C.
12. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizado pelo fato de que a homogeneização ou a fluidiza- ção é executado sob a influência de uma diferença de pressão.
13. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 12, caracterizado pelo fato de que a suspensão aquosa de fibras naturais de celulose é isenta de líquidos orgânicos.
14. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 13, caracterizado pelo fato de que a celulose microfibrilada tem um diâmetro de 4 - 50 nm, mais de preferência de 5 - 40 nm, e um compri-mento de 2 - 200 μm, mais de preferência de 10 – 60 µm.
BR112016022167-2A 2014-04-28 2015-04-28 Método para a produção de uma suspensão de celulose microfibrilada BR112016022167B1 (pt)

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