BR112013003658B1 - Composição farmacêutica compreendendo ácido graxo, carboidrato e lipídio de isoprenoide modificados com azida, uso de tais componentes e método para inibir infectividade de um vírus - Google Patents

Composição farmacêutica compreendendo ácido graxo, carboidrato e lipídio de isoprenoide modificados com azida, uso de tais componentes e método para inibir infectividade de um vírus Download PDF

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Abstract

COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA COMPREENDENDO ÁCIDO GRAXO, CARBOIDRATO E LIPÍDIO DE ISOPRENOIDE MODIFICADOS COM AZIDA, USO DE TAIS COMPONENTES E MÉTODO PARA INIBIR INFECTIVIDADE DE UM VÍRUS. A presente invenção refere-se a métodos de uso de biomoléculas modificadas com azida, tais como ácidos graxos, carboidratos e lipídios, para o tratamento de uma planta, um inseto ou um animal infectado com um vírus ou para inibir a infectividade de um vírus, tal como o vírus ou para inibir a infectividade de um vírus, tal como o vírus da imunodeficiência humana, são fornecidos. Também são fornecidos métodos para identificar um vírus, tal como o vírus da imunodeficiência humana, com uma biomolécula modificada com azida, tal como um ácido graxo, um carboidrato ou um lipídio de isoprenoide. Além disso, são proporcionados métodos para o rastreio de um vírus in vivo com uma biomolécula modificada com azida, tal como um ácido graxo, um carboidrato ou um lipídio de isoprenoide. As biomoléculas modificadas com azida podem ser combinadas com um excipiente farmaceuticamente aceitável para a produção de uma composição farmacêutica contendo, opcionalmente, um outro agente antiviral e/ou um agente de distribuição, tal como um lipossoma.

Description

Antecedentes
[0001] Infecções virais respondem por morbidade e mortalidade significativa em seres humanos e animais. Além disso, infecções virais também resultam em perdas agrícolas significativas, com vírus de plantas causando uma perda estimada em US $ 60 bilhões em colheitas em todo o mundo a cada ano. Apesar de recursos significativos terem sido dedicados à identificação de compostos com propriedades antivirais, infecções virais continuam a representar um risco significativo para a saúde humana e agricultura.
[0002] Além disso, a utilidade da maioria dos tratamentos antivirais existentes está limitada pelo desenvolvimento de resistência a múltiplos fármacos, pobre eficácia e/ou toxicidade. De fato, muitos tratamentos antivirais são altamente tóxicos e podem causar efeitos secundários graves, incluindo dano cardíaco, insuficiência renal e osteoporose. Outros desafios incluem a criação de um fármaco que é amplamente aplicável no combate de diversos tipos de infecções virais, os quais podem ser particularmente importante no tratamento de indivíduos imunocomprometidos.
[0003] Um vírus em particular, o vírus da imunodeficiência humana (Human Immunodeficiency Virus - HIV), permanece uma pandemia global, apesar do desenvolvimento de fármacos anti-retrovirais que objetivam o HIV. A partir de 2007, estima-se que mais de 33 milhões de pessoas foram infectadas com o HIV e doenças associadas ao HIV representam um problema de saúde mundial. O HIV é um retrovírus que infecta células CD4+ do sistema imune, destruindo ou prejudicando sua função. À medida que a infecção progride, o sistema imune torna-se mais fraco, deixando a pessoa infectada mais susceptível à infecções oportunistas e tumores, tais como sarcoma de Kaposi, câncer cervical, linfoma e distúrbios neurológicos. O estágio mais avançado da infecção pelo HIV é síndrome da imunodeficiência adquirida (Acquired Immunodeficiency Syndrome - AIDS). Pode levar de 10-15 anos para que uma pessoa infectada pelo HIV desenvolva AIDS. Alguns medicamentos anti-retrovirais pode atrasar ainda mais o processo.
[0004] Apesar de muito esforço ter sido empreendido para desenvolver produtos terapêuticos eficazes contra o HIV, atualmente nenhum existe fármaco anti-retroviral curativo contra o HIV. Vários estágios do ciclo de vida do HIV foram avaliados como alvos para o desenvolvimento de agentes terapêuticos (Mitsuya, H. et al., 1991, FASEB J 5: 2369-2381). Uma área de foco tem sido a enzima transcriptase reversa de HIV. A transcriptase reversa copia o HIV, o genoma de RNA fita simples em DNA viral fita dupla. O DNA viral é, então, integrado no DNA cromossômico do hospedeiro onde os processos celulares do hospedeiro, tais como transcrição e tradução, são usados para produzir proteínas virais e, por fim, novas partículas virais. Portanto, interferência com a transcriptase reversa inibe a capacidade de replicação do HIV. Uma classe de inibidores de transcriptase reversa é análogos de nucleosídeo, tais como Zidovudina (AZT), Didanosina (ddI), Zalcitabina (ddC) e Estavudina (d4T), Lamivudina (3TC), Abacavir (ABC), Entricitabina (FTC), Entecavir (INN) e Apricitabina (ATC) (Mitsuya, H. et al., 1991, Science 249: 1533-1544;. El Kouni, Curr Pharm Des, 2002, 8: 581-93;. Sharma et al., Cur Top Med Chem, 2004, 4: 895-919). Outra classe de inibidores de transcriptase reversa é análogos de nucleotídeo, tais como Tenofovir (Tenofovir disoproxil fumarato) e Adefovir (bis-POM PMPA) (Palmer et al., Hum Retroviruses AIDS Res, 2001, 17: 1167-73). Estes compostos de nucleosídeo e nucleotídeo são análogos dos nucleotídeos de deoxirribose que ocorrem naturalmente, no entanto, os análogos não têm o grupo 3'-hidroxila do açúcar deoxirribose. Como resultado, quando os análogos são incorporados em uma cadeia de DNA viral em crescimento, o deoxinucleotídeo que chega não pode formar uma ligação de fosfodiéster com o análogo que é necessário para prolongar a cadeia de DNA. Assim, os análogos terminam a replicação do DNA viral. Outra classe de inibidores de transcriptase reversa são os inibidores de transcriptase reversa de não nucleosídeo, tais como Efavirenz, Nevirapina, Delavirdina e Etravirina (El Safadi et al., Appl Microbiol Biotechnol, 2007, 75: 723-37). Eles têm um modo de ação diferente dos inibidores de núcleosídeo e nucleotídeo, se ligando à transcriptase reversa e interferindo com sua função.
[0005] Os últimos estágios de replicação de HIV envolvem processamento de determinadas proteínas virais antes da montagem final de novos vírions. Este processamento em estágio tardio é dependente, em parte, da atividade de uma protease viral. Assim, outra área de foco para o desenvolvimento de fármacos anti-retrovirais é inibidores de protease, tais como saquinavir, ritonavir, indinavir, nelfinavir, amprenavir, lopinavir e atazanavir (Erickson, J., 1990, Science 249: 527-533; Klei et al., J Virol, 81: 9525-35).
[0006] Outros fármacos anti-retrovirais objetivam a entrada viral na célula, o estágio mais precoce da infecção pelo HIV. Para que o HIV entre em uma célula, sua proteína gp120 na superfície se liga a CD4, expondo uma região conservada da gp120 que se liga a um correceptor CCR5 ou CXCR4. Após a gp120 se ligar ao correceptor, um peptídeo de fusão hidrofóbico no N-término da proteína de envelope gp41 é exposto e inserido na membrana da célula. Inibidores de entrada atuam interferindo com qualquer estágio do processo de entrada viral. Por exemplo, foi mostrado que CD4 solúvel recombinante, por exemplo, inibe a infecção de células T CD4+ para algumas cepas de HIV-1 (Smith, D. H. et al., 1987, Science 238: 1704-1707). Similarmente, TNX-355 é um anticorpo monoclonal que se liga a CD4 e inibe a ligação à gp120 (Kuritzkes et al., J Infect Dis, 2004, 189: 286-91). BMS-806 se liga à proteína do envelope viral e inibe a ligação a CD4 (Veazy et al., Nature 2003, 438: 99-102). Ligação ao co-receptor pode ser inibida por vários inibidores de CCR5, incluindo SCH-C e SCH-D, UK-427.857, maraviroc, vicriviroc e um anticorpo anti-CCR5 (PRO-140) (Emmelkamp et al., Eur J Med Res, 2007, 12: 409-17). Ligação ao correceptor também pode ser inibida pelos inibidores de CXCR4, AMD070 e AMD3100 (De Clerq, Nature Reviews Drug Discovery 2003, 2: 581-87). Outros compostos, tal como enfuvirtida, se ligam à gp41 e interferem com sua capacidade de mediar a fusão e entrada na membrana (La Bonte et al., Nature Reviews Drug Discovery 2003, 2: 345-36).
[0007] Embora benéficos, estes fármacos anti-retrovirais apresentam frequentemente efeitos secundários tóxicos, tais como supressão da medula óssea, vômitos e anomalias da função hepática. Além disso, eles não são curativos, provavelmente em virtude do rápido aparecimento de mutantes de HIV resistentes a fármacos (Lander, B. et al., 1989, Science 243: 1731-1734). Cepas de HIV resistentes a fármacos se desenvolvem em virtude da variabilidade genética muito alta do HIV. Esta variabilidade genética resulta de vários fatores, incluindo o rápido ciclo de replicação do HIV, com a geração de 109-1010 vírions por dia, uma alta taxa de mutação de aproximadamente 3 x 10-5 por base de nucleotídeo por ciclo de replicação e propriedades recombinogênicas da transcriptase reversa.
[0008] Para combater o desenvolvimento de cepas de HIV resistentes a fármacos, múltiplos fármacos têm sido combinados como parte de terapia anti-retroviral altamente ativa (Highly Active AntiRetroviral Therapy - HAART) (El Safadi et al., Appl Microbiol Biotechnol, 2007, 75: 723-37; Sharma et al., Cur Top Med Chem, 2004, 4: 895-919). Atualmente, HAART envolve, tipicamente, a combinação de pelo menos três fármacos que pertencem a pelo menos duas classes de agentes anti-retrovirais. Conforme discutido acima, essas classes incluem inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleosídeo ou nucleotídeo, inibidores de transcriptase reversa de não nucleosídeo, inibidores de protease e inibidores de entrada.
[0009] Assim, embora uma grande quantidade de esforço esteja sendo dirigida ao desenvolvimento e testagem de fármacos antivirais, a pesquisa por métodos novos e aprimorados de tratamento de infecções virais, tal como HIV, continua.
Sumário
[00010] A presente descrição proporciona métodos de uso de biomoléculas modificadas com azida, tais como ácidos graxos modificados com azida, carboidratos modificados com azida, lipídios de isoprenoide modificados com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos, para o tratamento de infecções virais, tais como infecções pelo HIV, ou para marcação uma proteína de um vírus, tal como HIV, bem como composições farmacêuticas contendo uma biomolécula modificada com azida ou sal farmaceuticamente aceitável da mesma.
[00011] Um aspecto da presente descrição é dirigido a um método de tratamento de um indivíduo infectado com um vírus de planta, inseto ou animal e que precisa de tratamento para a infecção, o método compreendendo a administração, ao indivíduo, de uma quantidade terapeuticamente eficaz de um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida, um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos.
[00012] Em algumas modalidades, o ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem a fórmula: Y-CH2-X-CO2H [I] em que, Y é H ou um grupo azido; e quando Y é um grupo azido, X é uma cadeia de carbono linear ou ramificada compreendendo 6 a 28 átomos de carbono, em que um ou mais dos referidos átomos de carbono podem ser independentemente substituídos por um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1 ou em que um ou mais pares dos referidos átomos de carbono adjacentes um ao outro podem estar ligados um ao outro por uma ligação dupla ou tripla, ou quando Y é H, X é uma cadeia de carbono linear ou ramificada compreendendo 6 a 28 átomos de carbono, em que um hidrogênio sobre um dos referidos átomos de carbono é substituído por um grupo azido e em que um ou mais dos referidos átomos de carbono que não o grupo azido preso aos mesmos podem ser independentemente substituídos por um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1 ou em que um ou mais pares dos referidos átomos de carbono adjacentes um ao outro e não tendo um grupo azido podem ser ligados um ao outro por uma ligação dupla ou tripla; em que R1 é H ou um grupo alquila compreendendo 1 a 6 átomos de carbono.
[00013] Em algumas destas modalidades, o símbolo Y representa um grupo azido. Em algumas destas, X é uma cadeia de carbono linear. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear compreende 8 a 15 carbonos. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear não contém um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1. Em algumas destas, a cadeia de carbono não contém uma ligação dupla ou tripla. Em algumas destas, o ácido graxo modificado com azida é ácido 15-azidopentadecanoico, ácido 12-azidododecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos.
[00014] Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada, N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilgluco-samina tetra-acetilada.
[00015] Em algumas modalidades, o lipídio de isoprenoide modificado com azida compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila. Em algumas destas, o lipídio de isoprenoide modificado com azida é um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico.
[00016] Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de animal não humano ou um vírus de animal humano.
[00017] Em algumas modalidades, o vírus de animal não-humano é um picornavírus, um pestivírus, um arterivírus, um coronavírus, um paramixovírus, um ortomixovírus, um reovírus, um circovírus suíno, um herpesvírus, um asfarvírus, um retrovírus, um flavivírus ou um Rabdovírus.
[00018] Em algumas modalidades, o vírus de animal humano é um adenovírus, um astrovírus, um hepadnavírus, um herpesvírus, um papovavírus, um poxvírus, um arenavírus, um Bunyavírus, um calcivírus, um coronavírus, um filovírus, um flavivírus, um ortomixovírus, um paramixovírus, um picornavírus, um reovírus, um retrovírus, um Rabdovírus ou um togavírus. Em algumas destas, o retrovírus é um vírus da imunodeficiência humana ou um vírus T-linfotrópico humano. Em algumas destas, o retrovírus é o vírus da imunodeficiência humana, HIV-1.
[00019] Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de planta. Em algumas destas, o vírus de planta é uma alfamovírus, um alexivírus, um alfacriptovírus, um anulavírus, um apscaviroide, um aureusvírus, um avenavírus, um avsunviroide, um Badnavírus, um begomovírus, um benyvírus, um betacriptovírus, um betaflexiviridae, um Bromovírus, um bymovírus, um capilovírus, um Carlavírus, um carmovírus, um caulimovírus, um cavemovírus, um cheravírus, um Closterovírus, um cocadviroide, um coleviroide, um Comovírus, um crinivírus, um Cucumovírus, um Curtovírus, um citorabdovírus, um diantovírus, um enamovírus, um umbravírus & vírus satélite do tipo B, um fabavírus, um fijivírus, um furovírus, um hordeivírus, um hostuviroide, um idaeovírus, um ilarvírus, um ipomovírus, um luteovírus, um machlomovírus, um macluravírus, um Marafivírus, um mastrevírus, um nanovírus, um necrovírus, um nepovírus, um nucleorabdovírus, um oleavírus, um ofiovírus, um orizavírus, um panicovírus, um pecluvírus, um petuvírus, um fitoreovírus, um Polerovírus, um pomovírus, um pospiviroide, um potexvírus, um potivírus, um reovírus, um Rabdovírus, um rimovírus, um sadwavírus, um vírus SbCMV-like, um sequivírus, um sobemovírus, um tenuivírus, um vírus satélite TNsatV-like, um tobamovírus, um topocuvírus, um tospovírus, um tricovírus, um tritimovírus, um Tungrovírus, um Timovírus, um umbravírus, um varicosavírus, um Vitivírus ou um waikavírus.
[00020] Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de inseto. Em algumas destas, o vírus de inseto é uma densovírus, um iridovírus, um cloriridovírus, um baculovírus, um polidnavírus, um vírus de entomopox, um ascovírus, um picornavírus de inseto, um calicivírus ou um nodavírus.
[00021] Em algumas modalidades, o indivíduo é um animal humano.
[00022] Outro aspecto da presente descrição é dirigido um método de inibição da infectividade de um vírus, o método compreendendo contato de uma célula infectada com o vírus com um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida, um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos em uma quantidade eficaz para inibir a infectividade do vírus.
[00023] Em algumas modalidades, o ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem a fórmula estrutural [I], conforme descrito acima. Em algumas destas, o símbolo Y representa um grupo azido. Em algumas destas, X é uma cadeia de carbono linear. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear compreende 8 a 15 carbonos. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear não contém um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1. Em algumas destas, a cadeia de carbono não contém uma ligação dupla ou tripla. Em algumas destas, o ácido graxo modificado com azida é ácido 15-azidopentadecanoico, ácido 12-azidododecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos.
[00024] Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada, N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilgluco-samina tetra-acetilada.
[00025] Em algumas modalidades, o lipídio de isoprenoide modificado com azida compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila. Em algumas destas, o lipídio de isoprenoide modificado com azida é um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico.
[00026] Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de animal não humano ou um vírus de animal humano.
[00027] Em algumas modalidades, o vírus de animal não-humano é um picornavírus, um pestivírus, um arterivírus, um coronavírus, um paramixovírus, um ortomixovírus, um reovírus, um circovírus suíno, um herpesvírus, um asfarvírus, um retrovírus, um flavivírus ou um Rabdovírus.
[00028] Em algumas modalidades, o vírus de animal humano é um adenovírus, um astrovírus, um hepadnavírus, um herpesvírus, um papovavírus, um poxvírus, um arenavírus, um Bunyavírus, um calcivírus, um coronavírus, um filovírus, um flavivírus, um ortomixovírus, um paramixovírus, um picornavírus, um reovírus, um retrovírus, um Rabdovírus ou um togavírus. Em algumas destas, o retrovírus é um vírus da imunodeficiência humana ou um vírus T-linfotrópico humano. Em algumas destas, o retrovírus é o vírus da imunodeficiência humana, HIV-1.
[00029] Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de planta. Em algumas destas, o vírus de planta é uma alfamovírus, um alexivírus, um alfacriptovírus, um anulavírus, um apscaviroide, um aureusvírus, um avenavírus, um avsunviroide, um Badnavírus, um begomovírus, um benyvírus, um betacriptovírus, um betaflexiviridae, um Bromovírus, um bymovírus, um capilovírus, um Carlavírus, um carmovírus, um caulimovírus, um cavemovírus, um cheravírus, um Closterovírus, um cocadviroide, um coleviroide, um Comovírus, um crinivírus, um Cucumovírus, um Curtovírus, um citorabdovírus, um diantovírus, um enamovírus, um umbravírus & vírus satélite do tipo B, um fabavírus, um fijivírus, um furovírus, um hordeivírus, um hostuviroide, um idaeovírus, um ilarvírus, um ipomovírus, um luteovírus, um machlomovírus, um macluravírus, um Marafivírus, um mastrevírus, um nanovírus, um necrovírus, um nepovírus, um nucleorabdovírus, um oleavírus, um ofiovírus, um orizavírus, um panicovírus, um pecluvírus, um petuvírus, um fitoreovírus, um Polerovírus, um pomovírus, um pospiviroide, um potexvírus, um potivírus, um reovírus, um Rabdovírus, um rimovírus, um sadwavírus, um vírus SbCMV-like, um sequivírus, um sobemovírus, um tenuivírus, um vírus satélite TNsatV-like, um tobamovírus, um topocuvírus, um tospovírus, um tricovírus, um tritimovírus, um Tungrovírus, um Timovírus, um umbravírus, um varicosavírus, um Vitivírus ou um waikavírus.
[00030] Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de inseto. Em algumas destas, o vírus de inseto é uma densovírus, um iridovírus, um cloriridovírus, um baculovírus, um polidnavírus, um vírus de entomopox, um ascovírus, um picornavírus de inseto, um calicivírus ou um nodavírus.
[00031] Em algumas modalidades, a célula é uma célula humana.
[00032] Um terceiro aspecto da presente descrição é dirigido a um método de produção de um vírus marcado com um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida, um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos, o método compreendendo contato de uma célula infectada com o vírus com o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida, o lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos, de modo que o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida entre na célula e seja incorporado em uma proteína do vírus, deste modo, produzindo o vírus marcado.
[00033] Em algumas modalidades, o método é um método de produção de um vírus da imunodeficiência humana marcado com um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida, um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos, o método compreendendo contato de uma célula infectada com o vírus da imunodeficiência humana com o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida, o lipídio de isoprenoide modificado com azida ou seu farmaceuticamente aceitável do mesmo, de modo que o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida, o lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos entre na célula e seja incorporado em uma proteína do vírus, deste modo, produzindo o vírus marcado.
[00034] Em algumas modalidades, o ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem a Fórmula [I], conforme descrito acima. Em algumas destas, Y é um grupo azido. Em algumas destas, X é uma cadeia de carbono linear. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear compreende 8 a 15 carbonos. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear não contém um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1. Em algumas destas, a cadeia de carbono não contém uma ligação dupla ou tripla. Em algumas destas, o ácido graxo modificado com azida é ácido 15-azidopentadecanoico, ácido 12-azidododecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos.
[00035] Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada, N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilgluco-samina tetra-acetilada.
[00036] Em algumas modalidades, o lipídio de isoprenoide modificado com azida compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila. Em algumas destas, o lipídio de isoprenoide modificado com azida é um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico.
[00037] Em algumas modalidades, a célula é uma célula humana.
[00038] Em algumas modalidades, o vírus é o vírus da imunodeficiência humana enquanto que, em outras, o vírus é um baculovírus.
[00039] Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida, ácido graxo modificado com azida, lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos é formulado com um excipiente farmaceuticamente aceitável.
[00040] Em algumas modalidades, o método compreende ainda a etapa de administração, ao indivíduo, do carboidrato modificado com azida, ácido graxo modificado com azida, lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável, o qual é formulado com um excipiente farmaceuticamente aceitável.
[00041] Um quarto aspecto da presente descrição é dirigido a um método de rastreio de um vírus in vivo compreendendo as etapas de contato de células cultivadas ou um indivíduo com um carboidrato modificado com azida, um ácido graxo modificado com azida, lipídio de isoprenoide modificado com azida ou um sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos; contato das células cultivadas ou do indivíduo com uma molécula repórter marcada com alcino; e rastreio do vírus marcado com repórter nas células cultivadas ou no indivíduo.
[00042] Em algumas modalidades, as células cultivadas ou o indivíduo é contatado com um ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
[00043] Em algumas modalidades, o ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem a Fórmula [I], conforme descrito acima. Em algumas modalidades, Y é um grupo azido. Em algumas destas, X é uma cadeia de carbono linear. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear compreende 8 a 15 carbonos. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear não contém um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1. Em algumas destas, a cadeia de carbono não contém uma ligação dupla ou tripla. Em algumas destas, o ácido graxo modificado com azida é ácido 15-azidopentadecanoico, ácido 12-azidododecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos.
[00044] Ainda um outro aspecto da presente descrição é dirigido a uma composição farmacêutica que compreende um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida, um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo e um excipiente farmaceuticamente aceitável.
[00045] Em algumas modalidades, o ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem a Fórmula [I], conforme descrito acima. Em algumas destas, Y é um grupo azido. Em algumas destas, X é uma cadeia de carbono linear. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear compreende 8 a 15 carbonos. Em algumas destas, a cadeia de carbono linear não contém um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1. Em algumas destas, a cadeia de carbono não contém uma ligação dupla ou tripla. Em algumas destas, o ácido graxo modificado com azida é ácido 15-azidopentadecanoico, ácido 12-azidododecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos.
[00046] Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em algumas modalidades, o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada, N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilgluco-samina tetra-acetilada.
[00047] Em algumas modalidades, o lipídio de isoprenoide modificado com azida compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila. Em algumas destas, o lipídio de isoprenoide modificado com azida é um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico.
[00048] Em algumas modalidades, a composição compreende ainda pelo menos um agente antiviral. Em algumas destas, o agente antiviral é selecionado de um inibidor de transcriptase reversa, um inibidor de protease viral, um inibidor de fusão viral, um inibidor de integrase viral, um inibidor de glicosidase, um inibidor de neuraminidase viral, um inibidor de proteína M2, uma anfotericina B , hidroxiureia, α-interferon, β-interferon, Y-interferon, e um oligonucleotídeo anti-senso. Em algumas destas, o inibidor de transcriptase reversa é pelo menos um de Zidovudina (AZT), Didanosina (ddI), Zalcitabina (ddC), ddA, Estavudina (d4T), Lamivudina (3TC), Abacavir (ABC), Entricitabina (FTC), Entecavir (INN), Apricitabina (ATC), Atevirapina, ribavirina, aciclovir, famciclovir, valaciclovir, ganciclovir, valganciclovir, tenofovir, adefovir, PMPA, cidofovir, efavirenz, nevirapina, delavirdina ou etravirina; em que o inibidor de protease viral é pelo menos um de tipranavir, darunavir, indinavir, lopinavir, fosamprenavir, atazanavir, saquinavir, ritonavir, indinavir, nelfinavir ou amprenavir; em que o inibidor de fusão viral é pelo menos um de um antagonista de CD4, um antagonista de CCR5, um antagonista de CXCR4 ou enfuvirtida; em que o inibidor de integrase viral é raltegravir; em que o inibidor da glicosidase é pelo menos um de SC-48334 ou MDL-28574; em que o inibidor de neuraminidase viral é pelo menos um de oseltamivir, peramivir, zanamivir e laninamivir; e em que o inibidor de proteína M2 é pelo menos um de amantadina ou rimantidina.
[00049] Em algumas modalidades, a composição compreende ainda um agente para distribuição do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida, do lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos a uma célula. Em algumas destas, um agente para distribuição do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida ou do lipídio de isoprenoide modificado com azida a uma célula.
Breve Descrição dos Desenhos
[00050] Os desenhos anexos, os quais são incorporados e constituem uma parte do presente relatório descritivo, ilustram determinadas modalidades da invenção e, juntamente com a descrição escrita, servem para explicar certos princípios da invenção.
[00051] A Figura 1 mostra um curso de tempo de proteínas modificadas com azida em células CEMx174 infectadas com HIV. Células CEMx174 infectadas foram marcadas com (A) ácido 15- azidopentadecanoico, (B) ácido 12-azidododecanoico, (C) N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada ou (D) N-azidoacetil-D- manosamina tetra-acetilada e foram coletadas a 12, 24, 72 horas e 14 dias pós-infecção. A Figura 1(E) mostra um gel representativo que foi pós-corado com o corante de proteína total: SYPRO® Ruby Protein Stain (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO).
[00052] A Figura 2 mostra eletroforese em gel de proteínas de HIV modificadas com azida produzidas a partir de células CEMx174 cronicamente infectadas. A Fig. 2(A) mostra proteínas virais marcadas com N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada (Man), N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada (GalNaz), ácido 15- azidopentadecanoico (palmítico), ácido 12-azidododecanoico (Mirístico) e marcado com TAMRA. A Fig. 2(B) mostra um corante de proteína total usando SYPRO® Ruby Protein Stain (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO).
[00053] A Figura 3 mostra os resultados de um ensaio repórter de luciferase (reagente luciferase da Applied Biosytems) para medir a infectividade de HIV não marcado (CONTROLE) ou HIV marcado com ácido 15-azido-pentadecanoico (PALM), ácido 12-azidododecanoico (BRL), N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada (MAN) ou N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada (GAL).
[00054] A Figura 4 mostra os resultados de um ensaio repórter de luciferase (reagente luciferase da Promega) para medir a infectividade de HIV não marcado (CONTROLE) ou HIV marcado com ácido 15- azido-pentadecanoico (PALM), ácido 12-azidododecanoico (BRL), N- azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada (MAN) ou N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada (GAL).
[00055] A Figura 5 mostra os resultados de modificação pós- traducional (Post Translational Modification - PTM) por incorporação de análogo sobre a capacidade de BacMam de entrar em células de mamífero. Os painéis mostram imagens de fase (parte inferior dos painéis) e imagens GFP fluorescentes (parte superior dos painéis) de células U2-OS infectadas com vírus BacMam marcador com PTM de análogo.
Definições
[00056] A menos que definido em contrário, todos os termos técnicos e científicos usados aqui têm o mesmo significado conforme comumente entendido por aqueles versados no campo ao qual a presente invenção está relacionada. De forma que a presente invenção possa ser mais facilmente compreendida, determinados termos são definidos primeiro. Definições adicionais são apresentadas ao longo da descrição detalhada. Em caso de conflito, o presente relatório descritivo, incluindo definições, controlará.
[00057] Como usado aqui, "ácido graxo modificado com azida" refere-se a um ácido graxo que compreende um grupo azido e tem a fórmula R-N3 a seguir, onde R compreende uma cadeia de hidrocarboneto com pelo menos um grupo funcional ácido carboxílico o qual está, usualmente, embora não necessariamente, em uma posição terminal.
[00058] Conforme usado aqui, "carboidrato modificado com azida" refere-se a um carboidrato que compreende um grupo azido e tem a fórmula R-N3 a seguir onde R é um carboidrato.
[00059] Conforme usado aqui, "lipídio de isoprenoide modificado com azida" refere-se a um lipídio contendo isopreno ou derivado do mesmo. O isoprenoide modificado com azida compreende um grupo azido e tem a fórmula R-N3 a seguir, onde R é um lipídio contendo isopreno, tal como o lipídio de isoprenoide C15 farnesila ou lipídio de isoprenoide C20 geranilgeranila ou derivado dos mesmos incluindo, porém sem limitações, um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico.
[00060] Conforme usado aqui, "vírus animal" refere-se a um vírus que infecta uma célula de animal não humano ou animal humano. Um vírus de animal não humano infecta células de animais não humanos. Em determinados casos, um vírus que infecta células de animais não humanos também é capaz de infectar células de animais humanos. Um vírus de animal humano infecta células de animais humanos. Em determinados casos, um vírus que infecta células de animais humanos é também capaz de infectar células de animais não humanos.
[00061] Conforme usado aqui, "biomolécula," refere-se à proteínas, peptídeos, aminoácidos, ácidos nucleicos, glicoproteínas, nucleotídeos, nucleosídeos, oligonucleotídeos, oligossacarídeos, açúcares, lipídios, hormônios, proteoglicanas, carboidratos, polipeptídeos, polinucleotídeos, polissacarídeos, os quais tenham características típicas de moléculas encontradas em organismos vivos e podem ser de ocorrência natural ou podem ser artificiais (não encontradas na natureza e não idênticas a uma molécula encontrada na natureza).
[00062] Conforme usado aqui, "química click", refere-se à variante catalisada por cobre (I) da cicloadição de Huisgen ou da cicloadição 1,3- dipolar entre uma azida e um alcino terminal para formar uma 1,2,4- triazola. Tais reações químicas podem usar, porém sem limitações, reagentes orgânicos heteroatômicos simples e são confiáveis, seletivas, estéreo-específicas e exotérmicas.
[00063] Conforme usado aqui, "cicloadição" refere-se a uma reação química em que dois ou mais sistemas de π (pi)-elétrons (por exemplo, moléculas insaturadas ou partes insaturadas da mesma molécula) se combinam para formar um produto cíclico no qual há uma redução líquida da multiplicidade de ligação. Em uma cicloadição, os π (pi) elétrons são usados para formar novas π (pi) ligações. O produto de uma cicloadição é denominado um "aduto" ou "cicloaduto". Diferentes tipos de cicloadição são conhecidos na técnica incluindo, porém sem limitações, [3+2] cicloadições e reações de Diels-Alder. [3+2] cicloadições, as quais são também denominadas cicloadições 1,3- dipolares, ocorrer entre um 1,3-dipolo e um dipolarófilo e são, tipicamente, usadas para a construção de anéis heterocíclicos com cinco membros. O termo "[3+2] cicloadição" também abrange [3+2] cicloadições "sem cobre" entre azidas e ciclo-octinos e difluorociclo- octinos descritas por Bertozzi et al., J. Am. Chem. Soc., 2004, 126: 15046-15047.
[00064] Conforme usado aqui, "vírus de DNA" refere-se a um vírus que tem ácido deoxirribonucleico (DNA) como seu material genético. Vírus de DNA são usualmente fita dupla, mas também podem ser fita simples.
[00065] Conforme usado aqui, "glicoproteína" refere-se a uma proteína que tenha sido glicosilada e aquelas que foram enzimaticamente modificadas, in vivo ou in vitro, para compreender um grupo carboidrato.
[00066] Conforme usado aqui, "HIV" e "vírus da imunodeficiência humana" referem-se ao vírus 1 e 2 da imunodeficiência humana (HIV-1 e HIV-2).
[00067] Conforme usado aqui, "infectividade" refere-se à capacidade de um vírus de entrar ou sair de uma célula.
[00068] Conforme usado aqui, "vírus de inseto" refere-se a um vírus que infecta células de inseto. Determinados vírus de inseto tais como, por exemplo, baculovírus não modificado ou baculovírus modificado (BacMam), também podem infectar células de animal não humano e/ou de animal humano.
[00069] Conforme usado aqui, "vírus de planta" refere-se a um vírus que infecta células de plantas.
[00070] Conforme usado aqui, "excipiente farmaceuticamente aceitável" inclui solventes, meios de dispersão, diluentes, revestimentos, agentes antibacterianos e antifúngicos, agentes isotônicos e retardantes de absorção, etc. que são compatíveis com administração farmacêutica. O uso desses agentes para substâncias farmaceuticamente ativas é bem conhecido na técnica.
[00071] Conforme usado aqui, "proteína" e "polipeptídeo" são usados em um sentido genérico para incluir polímeros de resíduos de aminoácidos de qualquer comprimento. O termo "peptídeo" é usado aqui para referir-se a polipeptídeos tendo menos de 100 resíduos de aminoácidos, tipicamente menos de 10 resíduos de aminoácidos. Os termos se aplicam a polímeros de aminoácidos nos quais um ou mais resíduos de aminoácidos são um análogo químico artificial de um aminoácido que ocorre naturalmente correspondente, bem como a polímeros de aminoácido que ocorrem naturalmente.
[00072] Conforme usado aqui, "molécula repórter" refere-se a qualquer porção capaz de ser presa a uma proteína pós- traducionalmente modificada da presente invenção e detectada direta ou indiretamente. Moléculas repórter incluem, sem limitação, um cromóforo, um fluoroforo, uma proteína fluorescente, um corante fosforescente, um corante aleatório, uma partícula, um hapteno, uma enzima e um radioisótopo. Moléculas repórter preferidas incluem fluoroforos, proteínas fluorescentes, haptenos e enzimas.
[00073] Conforme usado aqui, "vírus de RNA" refere-se a um vírus que tem ácido ribonucleico (RNA) como seu material genético. Vírus de RNA são usualmente de fita simples, mas também podem ser fita dupla.
[00074] Conforme usado aqui, o termo "indivíduo" se destina a incluir animais humanos e não humanos, plantas e insetos. Indivíduos podem incluir um paciente humano tendo uma infecção viral incluindo, porém sem limitações, uma infecção pelo HIV. O termo "animais não humanos" da invenção inclui todos os vertebrados, tais como primatas não humanos, ovelhas, cães, gatos, vacas, cabras, cavalos, galinhas, porcos, anfíbios, répteis, etc.
[00075] Conforme usado aqui, "tratamento" ou "tratar" refere-se a uma medida terapêutica ou preventiva. O tratamento pode ser administrado a um indivíduo tendo um distúrbio o qual pode incluir, porém sem limitações, um distúrbio médico no caso onde o indivíduo é um animal ou que, em última instância, pode adquirir o distúrbio, de forma a prevenir, curar, retardar, reduzir a gravidade de e/ou melhorar um ou mais sintomas de um distúrbio ou distúrbio recorrente ou de forma a prolongar a sobrevivência de um indivíduo além do esperado na ausência de tal tratamento.
[00076] Conforme usado aqui, uma "quantidade terapeuticamente eficaz" ou "quantidade eficaz" significa a quantidade de um composto que, quando administrada a um animal não humano ou animal humano, uma planta, um inseto ou outro indivíduo para o tratamento de uma doença, é suficiente para efetuar tal tratamento para a doença. A "quantidade eficaz" variará, dependendo do composto, da doença e sua gravidade e da idade, peso, etc. do indivíduo a ser tratado.
[00077] Deverá ser notado que, conforme usado no presente relatório descritivo e nas reivindicações em anexo, as formas no singular "a", "o", "um" e "uma" incluem as referências no plural, a menos que o contexto indique o contrário. Assim, por exemplo, a referência a "um vírus" inclui uma pluralidade de vírus, a menos que o contexto indique o contrário.
[00078] Embora a presente invenção tenha sido particularmente mostrada e descrita com referências às modalidades preferidas da mesma, será entendido por aqueles versados no campo que várias alterações na forma e detalhes podem ser feitas sem sair do âmbito da invenção abrangido pelas reivindicações em anexo. Além disso, os materiais, métodos e exemplos são apenas ilustrativos e não se destinam a ser limitativos. Todas as publicações, pedidos de patentes, patentes e outras referências aqui mencionadas são incorporadas por referência em sua totalidade.
Descrição Detalhada
[00079] A presente descrição refere-se ao uso de biomoléculas modificadas com azida, tais como ácidos graxos ou carboidratos, para o tratamento de infecções virais, bem como composições farmacêuticas contendo uma biomolécula modificada com azida. Ácidos graxos modificados com azida, carboidratos modificados com azida e lipídios de isoprenoide modificados com azida foram previamente descritos como reagentes úteis para a marcação e detecção de proteínas de interesse como parte de uma reação química click envolvendo uma reação de cicloadição catalisada por cobre (I) entre uma azida e um alcino. Vide reagentes de marcação metabólicos CLICK-IT® para proteínas (Invitrogen, Carlsbad, CA); vide também Publicação de Pedido de Patente N° 2007/0249014 e Publicação de Pedido de Patente U.S. N° 20050222427, descrições as quais são aqui incorporadas por referência em sua totalidade. Os requerentes, contudo, descobriram, inesperadamente, que essas biomoléculas modificadas com azida têm atividade antiviral e podem ser usada para tratar infecções virais. Surpreendentemente, descobriu-se que estas biomoléculas modificadas com azida afetam profundamente a infectividade viral e que marcação de vírus com estas biomoléculas modificadas com azida inibiu a entrada viral em células hospedeiras. Sem pretender estar preso à qualquer teoria, parece que a modificação pós-traducional de proteínas virais com uma biomolécula modificada com azida em locais normalmente ocupados por biomoléculas não modificadas, tais como ácidos graxos saturados (por exemplo, ácido mirístico e ácido palmítico), pode resultar na inibição da infectividade do vírus de uma maneira similar à ausência destas biomoléculas nestes locais.
Química Click
[00080] Azidas e alcinos terminais ou internos podem sofrer uma reação de cicloadição 1,3-dipolar (cicloadição de Huisgen) para proporcionar uma 1,2,3-triazola. No entanto, esta reação requer longos tempos de reação e temperaturas elevadas. Alternativamente, azidas e alcinos terminais podem sofrer Cicloadição de Azida-Alcino catalisada por cobre (I) (Copper(I)-catalyzed Azide-Alkyne Cycloaddition - CuAAC) em temperatura ambiente. Tais cicloadições de azida-alcino catalisadas por cobre (I), também conhecidas como química click, é uma variante da cicloadição 1,3-dipolar de Huisgen, em que azidas orgânicas e alcinos terminais reagem para proporcionar 1,4-regioisômeros de 1,2,3- triazolas. Exemplos de reações de química click são descritos por Sharpless et al. (Publicação de Pedido de Patente U.S. N° 20050222427, PCT/US03/17311; Lewis W.G. et al., Angewandte Chemie-Int'l Ed. 41 (6): 1053; método revisto em Kolb, H.C. et al., Angew. Chem. Inst. Ed. 2001, 40: 2004-2021), os quais desenvolveram reagentes que reagem uns com os outros em alto rendimento e com poucas reações colaterais em uma ligação de heteroátomo (em oposição à ligações carbono-carbono) de modo a criar bibliotecas de compostos químicos.
[00081] Química click tem sido usada para marcar e detectar proteínas de interesse. Por exemplo, a reação CLICK-IT® (Invitrogen, Carlsbad, CA) é uma técnica de marcação em duas etapas que envolve a incorporação de um precursor metabólico modificado, tal como um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida, em proteínas como um "handle" químico, seguido por ligação quimio-seletiva (ou reação "click") entre uma azida e um alcino. Na reação click, a proteína modificada é detectada com um corante contendo azida ou alcino correspondente ou hapteno. Os reagentes de marcação metabólica CLICK-IT® têm sido usados para monitorar modificações pós- traducionais de proteínas, tais como acilação, glicosilação e prenilação, e incluem: 1) ácidos graxos modificados com azida, tais como azida de ácido palmítico CLICK-IT® (isto é, ácido 15-azidopentadecanoico) e azida de ácido mirístico CLICK-IT® (isto é, ácido 12-azidododecanoico), para marcação de proteínas palmitoiladas e miristoiladas, respectivamente; 2) carboidratos modificados com azida, incluindo GalNAz CLICK-IT® (N-azidoacetilga-lactosamina tetra-acetilada) para marcação de glicoproteínas)-ligadas, ManNAz CLICK-IT® (N- azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada) para marcação de glicoproteínas modificadas com ácido siálico e GlcNAz CLICK-IT® (N-azidoacetilglucosamina tetra-acetilada) para marcação de glicoproteínas modificadas com O-GlcNAz; e 3) lipídios de isoprenoide modificados com azida, tais como álcool azido farnesílico CLICK-IT® e azida de álcool azido geranilgeranílico CLICK-IT®. Conforme mencionado acima, os Requerentes descobriram, inesperadamente, que essas biomoléculas modificadas com azida têm atividade antiviral e podem ser usadas para tratar infecções virais.
Glicosilação
[00082] Glicosilação é um processo enzimático em que carboidratos são ligados à proteínas, lipídios ou outras moléculas orgânicas em uma célula. Glicoproteínas são biomoléculas compostas de proteínas covalentemente ligadas a carboidratos. Determinadas modificações pós-traducionais anexam uma porção açúcar (carboidrato) a uma proteína, deste modo, formando uma glicoproteína. Os monossacarídeos comuns encontrados em glicoproteínas incluem, porém sem limitações, glicose, galactose, manose, fucose, xilose, N- acetilgalactosamina (GalNAc), N-acetilglucosamina (GlcNAc) e ácido N- acetilneuramínico (NANA, também conhecido como ácido siálico). N- acetil-D-manosamina (ManNAc) é um precursor dos ácidos neuramínicos, incluindo NANA. Dois dos mesmos ou diferentes monossacarídeos podem ser unidos para formar um dissacarídeo. A adição de mais monossacarídeos resulta na formação de oligossacarídeos de comprimento crescente. Além disso, a porção açúcar pode ser um grupo glicosila.
[00083] Em glicoproteínas, carboidratos podem ser ligados ao componente de proteína através de uma N-glicosilação ou O- glicosilação. N-glicosilação ocorre, comumente, através de um nitrogênio sobre uma cadeia lateral de asparagina ou arginina, formando uma ligação N-glicosídica via um grupo amida. O-glicosilação ocorre, comumente, no oxigênio hidróxi de cadeias laterais de hidróxilisina, hidróxiprolina, serina, tirosina ou treonina, formando uma ligação O- glicosídica. GalNAc e GlcNAc são ambos carboidratos O-ligados. Ácido siálico é encontrado em carboidratos N- e O-ligados.
[00084] A glicosilação de proteínas é uma das modificações pós- traducionais mais abundantes e desempenha um papel fundamental no controle de sistemas biológicos. Por exemplo, a glicosilação influencia o dobramento de proteínas e pode contribuir para a estabilização de proteínas e evitar sua degradação. A glicosilação pode também afetar a capacidade de uma proteína de se ligar a outras moléculas e mediar vias de sinalização intra- ou intercelulares. Por exemplo, modificações de carboidratos são importantes para a interação patógeno-hospedeiro, inflamação, desenvolvimento e malignidade (Varki, A. Glycobiology 1993, 3, 97-130; Lasky, L. A. Annu. Rev. Biochem. 1995, 64, 113-139. (c) Capila, I.; Linhardt, R. J. Angew. Chem., Int. Ed. 2002, 41, 391-412; Rudd, P. M.; Elliott, T.; Cresswell, P.; Wilson, I. A.; Dwek, R. A. Science 2001, 291, 2370-2376). Uma de tais modificações covalentes é glicosilação de O-GlcNAc, a qual é a modificação covalente dos resíduos de serina e treonina por D-N-acetilglucosamina (Wells, L.; Vosseller, K.; Hart, G. W. Science 2001, 291, 2376-2378; Zachara, N. E.; Hart, G. W. Chem. Rev. 2002, 102, 431). A modificação O-GlcNAc é encontrada em todos os organismos eucariotas superiores, de C. elegans ao homem, e foi mostrado que é induzível, ubíqua e altamente dinâmica, sugerindo um papel regulador análogo à fosforilação.
Acilação de Ácido Graxo
[00085] Acilação de ácidos graxos é um processo enzimático no qual ácidos graxos são ligados às proteínas de uma célula. Este processo pode afetar a função de uma proteína, bem como sua localização celular e é comum às proteínas de origem celular e viral (Towler et al., Proc Natl Acad Sci USA 1986, 83: 2812-16). Ácido mirístico e ácido palmítico são os dois ácidos graxos mais comuns que são ligados às proteínas (Olson et al., J Biol Chem 261(5): 2458-66). Em geral, ácido mirístico está ligado às proteínas solúveis e da membrana via uma ligação de amida a uma glicina amino terminal exposta durante remoção de um resíduo de N-metionina, embora ele também possa estar preso a outros aminoácidos. Miristoilação pode também ocorrer pós-traducionalmente, por exemplo, quando uma protease cliva um polipeptídeo e expõe um resíduo de glicina. Ácido palmítico está preso às proteínas de membrana por meio de uma ligação de éster ou tioéster. Miristoilação e palmitoilação parecem desempenhar um papel significativo em tráfego subcelular de proteínas entre compartimentos da membrana, bem como em modulação de interações proteína-proteína.
[00086] Ácidos graxos têm duas regiões distintas, uma cadeia de hidrocarboneto hidrofóbica longa e um grupo ácido carboxílico, o qual é geralmente ionizado em solução (COO-), extremamente hidrofílico e forma prontamente ésteres e amidas. Ácidos graxos naturais têm, comumente, uma cadeia de quatro a 28 carbonos (usualmente não ramificada e mesmo numerada) e podem ser saturados ou insaturados. Ácidos graxos saturados não contêm ligações duplas na cadeia de hidrocarboneto e incluem ácido láurico, ácido mirístico, ácido palmítico, ácido esteárico e ácido araquídico. Ácidos graxos insaturados contêm pelo menos uma ligação dupla na cadeia de hidrocarboneto e incluem ácido miristoleico, ácido palmitoleico, ácido sapiênico, ácido oleico, ácido linoleico, ácido α-linoleico, ácido araquidônico, ácido eicosapentaenoico, ácido erúcico e ácido docosa-hexaenoico.
Prenilação
[00087] Prenilação de proteínas envolve a ligação de um lipídio de isoprenoide, tal como um ou uma porção farnesila ou geranil-geranila, a (uma) cisteína(s) C-terminal(is) da proteína-alvo (McTaggert, Cell Mol Life Sci 2006, 63: 255-67). Essas reações são catalisadas pela farnesil transferase, geranilgeranil transferase e Rab geranilgeranil transferase (Magee e Seabra, Biochem J 2003, 376: e3-4). Em virtude da natureza hidrofóbica do lipídio de isoprenoide, a maioria das proteínas preniladas está associada a uma membrana. A maioria das proteínas farnesiladas está envolvida em sinalização celular onde associação à membrana é importante para função. Lipídios de isoprenoide são também importantes para mediar a ligação proteína-proteína através de domínios de ligação à prenila especializados. Modificações Pós-Traducionais em Vírus
[00088] Muitas proteínas virais são extensivamente modificadas com modificações pós-traducionais incluindo, porém sem limitações, glicosilação, acilação e prenilação. Em muitos casos, estas modificações pós-traducionais são necessárias para que o vírus infecte uma célula hospedeira e/ou escape do sistema imune. Modificações pós traducionais são de importância particular em virologia porque, em geral, os genomas virais são pequenos e, assim, há grande pressão pela fragilidade de codificação. Tirando proveito da maquinaria pós- traducional do hospedeiro, vírus podem explorar múltiplas alternativas e funcionar com genomas mínimos, uma vez que uma única modificação pós-traducional pode alterar a função ou localização celular de uma proteína.
[00089] Por exemplo, em HIV e vírus da imunodeficiência em símios (Simian Immunodeficiency Viruses - SIV), a glicosilação desempenha um papel importante durante múltiplos estágios do ciclo de infectividade. Durante infecção, glicoproteínas virais influenciam a ligação de proteínas virais gp120 e gp41 ao receptor de CD4 na célula do hospedeiro e aos co-receptores CXCR4 e CCR5 (Chen et al., Virus Res 2001, 79: 91-101). A glicosilação é responsável pelo dobramento e processamento corretos de gp160 (o precursor de gp120 e gp41 (Land et al., Biochimie 2001, 83: 783-90) e pode intensificar as interações de HIV e SIV com diferentes tipos de células, incluindo células dendríticas (Geijtenbeek et al., Curr Top Microbiol Immunol 2003, 276: 31-54). O papel normal de gp120 em biologia de HIV é iniciar a ligação viral à células via o receptor de CD4 e co-receptores CXCR4 e CCR5 expressos sobre a célula-alvo. Quando gp120 se liga a CD4, ocorrem alterações conformacionais na gp120 que expõem sítios de ligação a correceptor e desencadeiam alterações conformacionais na gp41. As alterações conformacionais em gp41, por sua vez, expõem um peptídeo de fusão em gp41, o qual media a fusão entre o envelope viral e a célula- alvo (Chen et al., Virus Res 2001, 79: 91-101). A alteração de um carboidrato em um único resíduo (N197) em gp120 muda completamente o tropismo viral de CD4 tropico para CD4 independente (Kolchinksy et al., J Virol 2001, 75: 3435-43). Alteração das proporções globais de alto teor de manose em comparação com carboidratos do tipo complexo (contendo ácido siálico) presentes em gp120 afeta o grau de ligação viral às células-alvo (Fenouillet et al., J Gen Virol 1991, 19191926). Após infecção, glicosilação é necessária para clivagem da proteína precursora de envelope (gp160) em gp120 e gp41. Quando de liberação do vírus de uma célula infectada, a glicosilação é importante também para a evasão imune, uma vez que alterações na glicosilação de envelope alteram significativamente as respostas imune humorais ao vírus (Kwong et al., Nature 2002, 420: 678-82; Shi et al., J Gen Virol 2005, 86: 3385-96).
[00090] A acilação de proteínas virais é também importante para biologia de HIV. O surgimento de HIV é um processo complexo que envolve a coordenação de muitas proteínas celulares e virais (Resh Trends Microbiol 2001, 9: 57; Freed, J Virol 2002, 76: 4679-87). Surgimento de HIV é dirigido a uma área da membrana plasmática enriquecida em "rafts" de membrana (Lindwasser et al., J Virol 2001, 75: 7913-24; Nguyen et al., J Virol 2000, 74: 3264-72; Ono et al., Proc Natl Acad Sci USA 2001, 98: 13925-30; Hermida-Matsumoto et al., J Virol 2000, 74: 8670-79), anteriormente denominados "rafts" lipídicos (Pike et al., J Lipid Res 2006, 47: 1597-98), através de miristoilação da glicina N-terminal do precursor de poliproteína de capsídeo (pr55 gag) (Lindwasser et al., J Virol 2001, 75: 7913-24; Nguyen et al., J Virol 2000, 74: 3264-72; Ono et al., Proc Natl Acad Sci USA 2001, 98: 13925-30). A proteína gp120 é dirigida a "rafts" de membrana através de palmitoilação (Yang et al., Proc Natl Acad Sci USA 1995, 92: 9871-75). "Rafts" de membrana desempenham um papel importante em diversos processos celulares, incluindo endocitose, transporte de vesículas, seleção de colesterol, apoptose e sinalização através do receptor de células T (Jordan et al., J Immunol 2003, 171: 78-87; Viola et al., Apmis 1999, 107: 615-23; Viola et al., Science 1999, 283: 680-82; Bezombes et al., Curr Med Chem Anti-Canc Agents 2002, 3: 263-70; Kabouridis et al., Eur J Immunol 2000, 30: 954-63). Orientação de proteínas de HIV a estas regiões pode permitir que os vírions capturem estas vias de forma mais eficiente, assim, explicando potencialmente a complexa patogenicidade associada à progressão da doença em AIDS. De fato, a remoção de colesterol, um componente de "raft" de membrana importante, de partículas de HIV resulta em inativação através de pelo menos dois mecanismos, uma perda da capacidade de se fundir à célula-alvo e a perda de integridade do vírion, resultando em permeabilização do vírus (Guyader et al., J Virol 2002, 76: 10356-64; Campbell et al., J Virol 2004, 78: 10556-65; Viard et al., J Virol 2002, 76: 11584-595; Campbell et al., Aids 2002, 16: 2253-61; Liao et al., AIDS Res Hum Retroviruses 2003, 19: 675-87; Graham et al., J Virol 2003, 77: 8237-48).
[00091] Vírus também podem usar a maquinaria da célula hospedeira para modificar proteínas virais mediante adição de lipídios de isoprenoide, tais como os grupos farnesila e geranilgeranila. Por exemplo, prenilação desempenha um papel importante no ciclo de vida do delta vírus de hepatite (Hepatitis Delta Virus - HDV), o agente etiológico de doença hepática aguda e crônica associada ao vírus da hepatite B (Einav e Glenn, J Antimicrobial Chemotherapy 2003, 52: 88386). Uma das proteínas de HDV, o antígeno delta grande (LHDAg), é crítica para montagem viral e sofre farnesilação em sistemas de tradução in vitro e em células intactas (Einav e Glenn, J Antimicrobial Chemotherapy 2003, 52: 883-86). Inibição de prenilação mediante uso de inibidores de farnesil transferase impede a montagem de HDV e elimina a viremia pelo HDV em um modelo de HDV em camundongo, assim, ressaltando a importância da prenilação no ciclo de vida de determinados vírus (Einav e Glenn, J Antimicrobial Chemotherapy 2003, 52: 883-86).
[00092] Similar ao HIV, SIV e HDV, outros vírus dependem de modificações pós-traducionais de proteínas virais para mediar a entrada nas células hospedeiras e / ou para evadir o sistema imune do hospedeiro. Deste modo, ácidos graxos modificados com azida, carboidratos modificados com azida e lipídios de isoprenoide modificados com azida descritos aqui terão uma ampla faixa de atividade antiviral (por exemplo, atividade de modulação mediante inibindo ou prevenção de transcrição reversa do genoma viral de HIV, processamento em estágio tardio de determinadas proteínas virais antes de montagem final de novos vírions ou entrada viral na célula) e podem ser usados para tratar uma grande variedade de infecções virais. Métodos de Uso
1. Método de Tratamento de uma Infecção Viral
[00093] A presente descrição proporciona um método de tratamento de uma planta, inseto ou um animal infectado com um vírus, o método compreendendo administração, à planta, inseto ou animal, de uma quantidade eficaz de um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida. Em uma modalidade, o ácido graxo modificado com azida é um ácido graxo saturado, tal como ácido 15- azidopentadecanoico ou ácido 12-azidododecanoico. Em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N- ligado ou um carboidrato O-ligado. Em ainda outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N-azidoacetilgalactosamina, N- azidoacetil-D-manosamina ou N-azidoacetilglucosamina. O carboidrato modificado com azida compreende opcionalmente uma unidade que facilita a entrada na célula incluindo, porém sem limitações a, uma porção tetraacetila. Assim, em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N-azidoacetil-galactosamina tetra-acetilada, N- azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilglucosamina tetra-acetilada. Em outra modalidade, o lipídio de isoprenoide compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila e inclui, porém sem limitações, um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico.
[00094] O vírus pode ser um vírus de planta, um vírus de inseto ou um vírus de animal. Em determinadas modalidades, o animal é um ser humano e o vírus é um vírus humano, tal como um adenovírus, um astrovírus, um hepadnavírus, um herpesvírus, um papovavírus, um poxvírus, um arenavírus, um Bunyavírus, um calcivírus, um coronavírus, um filovírus, um flavivírus, um ortomixovírus, um paramixovírus, um picornavírus, um reovírus, um retrovírus, um Rabdovírus ou um togavírus. Em uma modalidade, o animal é um ser humano e o vírus é o vírus da imunodeficiência humana. De preferência, o vírus da imunodeficiência humana é o HIV-1.
[00095] Se o ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida é eficaz para tratar uma infecção viral pode ser determinado usando qualquer um de uma variedade de ensaios conhecidos na técnica. Por exemplo, modelos animais existentes ou em modelos in vitro de infecção viral podem ser usados para determinar se um dado composto é eficaz para reduzir a carga viral. Para HIV, a título de exemplo, o ensaio de repórter luciferase in vitro descrito no Exemplo 2 pode ser usado para medir a eficácia de um composto modificado com azida. Em um ser humano, a eficácia do composto pode ser determinada medindo-se a carga viral e/ou medindo-se um ou mais sintomas de uma infecção viral. A carga viral pode ser medida medindose a titulação ou nível de vírus no soro. Estes métodos incluem, porém sem limitações, uma reação em cadeia de polimerase (Polymerase Chain Reaction - PCR) quantitativa e um teste de DNA ramificado (bDNA).
2. Método de Inibição de Infectividade de um Vírus
[00096] Também é fornecido um método de inibição da infectividade de um vírus, o método compreendendo contato de uma célula infectada com o vírus com ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida em uma quantidade eficaz para inibir a infectividade do vírus. Em uma modalidade, o ácido graxo modificado com azida é um ácido graxo saturado, tal como ácido 15-azidopentadecanoico ou ácido 12- azidododecanoico. Em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em ainda outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina, N-azidoacetil-D-manosamina ou N-azidoacetilglucosamina. O carboidrato modificado com azida compreende opcionalmente uma unidade que facilita a entrada na célula incluindo, porém sem limitações a, uma porção tetraacetila. Assim, em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada, N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilglu-cosamina tetra-acetilada. Em outra modalidade, o lipídio de isoprenoide compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila e inclui, porém sem limitações, um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico.
[00097] O vírus pode ser um vírus de planta, um vírus de inseto ou um vírus de animal. Em determinadas modalidades, o animal é um ser humano e o vírus é um vírus humano, tal como um adenovírus, um astrovírus, um hepadnavírus, um herpesvírus, um papovavírus, um poxvírus, um arenavírus, um Bunyavírus, um calcivírus, um coronavírus, um filovírus, um flavivírus, um ortomixovírus, um paramixovírus, um picornavírus, um reovírus, um retrovírus, um Rabdovírus ou um togavírus. Em uma modalidade, o animal é um ser humano e o vírus é o vírus da imunodeficiência humana. De preferência, o vírus da imunodeficiência humana é o HIV-1.
[00098] Se o ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida é eficaz para inibir a infectividade de um vírus pode ser determinado usando qualquer um de uma variedade de ensaios conhecidos na técnica, incluindo um ensaio de gene repórter, tal como o ensaio de repórter luciferase in vitro descrito no Exemplo 2.
3. Método de Marcação de uma Proteína Viral
[00099] Um ácido graxo modificado com azida também pode ser usado para marcar proteínas virais que são modificadas com lipídios através de acilação pós-traducional incluindo, porém sem limitações, palmitoilação e miristoilação. Em tais modificações pós-traducionais, um ácido graxo modificado com azida é usado para identificar uma proteína viral. Se desejado, a proteína viral marcada com azida pode ser acoplada a uma molécula repórter marcada com alcino usando uma reação química click para permitir detecção da proteína viral marcada com azida.
[000100] Similarmente, um carboidrato modificado com azida pode ser usado para marcar proteínas virais que são modificadas com carboidratos por meio de glicosilação pós-traducional incluindo, porém sem limitações, glicosilação N-ligada e glicosilação O-ligada. Em tais modificações pós-traducionais, um carboidrato modificado com azida é usado para identificar uma proteína viral. Se desejado, a proteína viral marcada com azida pode ser acoplada a uma molécula repórter marcada com alcino usando química click para permitir detecção da proteína viral marcada com azida.
[000101] Um lipídio de isoprenoide modificado com azida pode também ser usado para marcar proteínas virais que são modificadas com lipídios por meio de prenilação pós-traducional incluindo, porém sem limitações, farnesilação e geranilgeranilação. Em tais modificações pós-traducionais, um lipídio de isoprenoide modificado com azida é usado para identificar uma proteína viral. Se desejado, a proteína viral marcada com azida pode ser acoplada a uma molécula repórter marcada com alcino usando química click para permitir detecção da proteína viral marcada com azida.
[000102] Qualquer vírus marcado conforme descrito acima pode ser acoplado a uma molécula repórter ou molécula veículo marcada com alcino. O termo "alcino" inclui, porém sem limitações, alcinos terminais e alcinos internos tais como, por exemplo, ciclo-octinos e difluorociclo-octinos, conforme descrito por Agard et al., J. Am. Chem. Chem. Soc., 2004, 126 (46): 15046-15047, dibenzociclo-octinos, conforme descrito por Boon et al., documento WO2009/067663 A1 (2009) e aza-dibenzociclo-octinos, conforme descrito por Debets et al., Chem. Comm., 2010, 46: 97-99. Moléculas repórter usadas nos métodos e composições descritos aqui podem conter, porém sem limitações, um cromoforo, um fluoroforo, uma proteína fluorescente, um corante fosforescente, um corante aleatório, uma partícula de nanocristal, um hapteno, uma enzima e um radioisótopo. Em determinadas modalidades, tais moléculas repórter incluem fluoroforos, proteínas fluorescentes, haptenos e enzimas.
[000103] O vírus marcado com azida pode ser usado para rastrear a infectividade viral in vivo, pelo que o vírus marcado com um carboidrato modificado com azida, ácido graxo modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida é usado para infectar células em cultura ou um indivíduo. As células podem ser infectadas durante um curso de tempo, então, fixadas, permeabilizadas e click-marcadas com um corante fluorescente de alcino. A localização intracelular (ou transporte durante um curso de tempo) das partículas virais fluorescentes pode ser visualizada, por exemplo, através de microscopia. Similarmente, tratamento de animais de pequeno porte com vírus marcado com azida pode ser realizado e usado para rastrear a biodisponibilidade do vírus em diversos tecidos, incluindo detecção do vírus em células sanguíneas brancas em circulação por meio de citometria de fluxo e microscopia de seção tecidual/célula. Em algumas modalidades, o método de rastreio de um vírus in vivo compreende as etapas de contato de células cultivadas ou de um indivíduo com um carboidrato modificado com azida, ácido graxo modificado com azida, lipídio de isoprenoide modificado azida ou um sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos; contato das células cultivadas ou do indivíduo com uma molécula repórter marcada com alcino; e rastreio do vírus marcado com repórter nas células cultivadas ou no indivíduo. Em algumas modalidades, o método de rastreio de um vírus in vivo compreende as etapas de colocar em contato de células cultivadas ou de um indivíduo com um ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo; contato das células cultivadas ou do indivíduo com uma molécula repórter marcada com alcino; e rastreio do vírus marcado com repórter nas células cultivadas ou no indivíduo.
[000104] Assim, outro aspecto da descrição é dirigido a um método de produção de um vírus de imunodeficiência humana marcado com um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida, o método compreendendo contato de uma célula infectada com o vírus da imunodeficiência humana com o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida, de modo que o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida entre na célula e seja incorporado em uma proteína viral, deste modo, produzindo o vírus marcado. Em uma modalidade, o ácido graxo modificado com azida é um ácido graxo saturado, tal como ácido 15-azidopentadecanoico ou ácido 12-azidododecanoico. Em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N- ligado ou um carboidrato O-ligado. Em ainda outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N-azidoacetilgalactosamina, N- azidoacetil-D-manosamina ou N-azidoacetilglucosamina. O carboidrato modificado com azida compreende opcionalmente uma unidade que facilita a entrada na célula incluindo, porém sem limitações a, uma porção tetraacetila. Assim, em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N-azidoacetil-galactosamina tetra-acetilada, N- azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilglucosamina tetra-acetilada. Em outra modalidade, o lipídio de isoprenoide compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila e inclui, porém sem limitações, um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico. Em determinadas modalidades, a célula é uma célula humana.
Vírus
[000105] Os ácidos graxos modificados com azida, carboidratos modificados com azida ou lipídios de isoprenoide modificados com azida objetivem, de preferência, modificações pós-traducionais comuns para a maioria dos vírus e, assim, representam uma nova classe de agentes antivirais com potencial por atividade antiviral contra um amplo espectro de vírus. Em princípio, estes compostos podem ser usados para o tratamento de uma planta, inseto ou animal infectado com vírus. Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de planta. Em algumas modalidades, o vírus é um vírus de inseto. Em outras modalidades, o vírus é um vírus animal. Em ainda outras modalidades, o vírus é um vírus humano. Em uma modalidade, o vírus é um que infecta um mamífero não humano, tal como um animal de criação mamífero incluindo, porém sem limitações, uma vaca, um cavalo, um porco, uma cabra ou ovelha.
[000106] Em outras modalidades, o vírus é um vírus de DNA. Vírus de DNA incluem, porém sem limitações, um vírus pertencente a uma das seguintes famílias: adenovírus, astrovírus, hepadnavírus, herpesvírus, papovavírus e poxvírus. Em outras modalidades, o vírus é um vírus de RNA. Vírus de RNA incluem, porém sem limitações, um vírus pertencente a uma das seguintes famílias: arenavírus, Bunyavírus, calcivírus, coronavírus, filovírus, flavivírus, ortomixovírus, paramixovírus, picornavírus, reovírus, retrovírus, Rabdovírus e togavírus.
1. Vírus de Animal Não Humano
[000107] Em métodos dirigidos ao tratamento de uma infecção viral ou inibição de infectividade viral em um animal não-humano, o vírus animal é, de preferência, selecionado de um picornavírus, tal como um enterovírus bovino, enterovírus B suíno, um vírus da doença do pé-e- boca, um vírus de rinite A equina, um vírus de rinite B bovina, um vírus ljungan, vírus de rinite B equina, um vírus aichi, um kobuvírus bovino, um teschovírus suíino, um sapelovírus suíno, um sapelovírus de símio, um sapelovírus aviário, um vírus da encefalomielite aviária, um vírus de hepatite A de pato ou enterovírus A de símio; um pestivírus, tal como o vírus da doença de fronteira, um vírus da diarréia bovina ou um vírus da peste suína clássico; um arterivírus, tal como um vírus da arterite equina, vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína, um vírus que eleva a deidrogenase de lactato ou um vírus da febre hemorrágica de símio; um coronavírus, tal como um coronavírus bovino, um coronavírus suíno, um coronavírus felino ou um coronavírus canino; um paramixovírus, tal como um vírus hendra, um vírus Nipah, um vírus da cinomose canina, um vírus da peste bovina, um vírus da doença de Newcastle e um vírus sincicial respiratório bovino; um ortomixovírus, tal como um vírus da gripe A, um vírus da gripe B ou um vírus da gripe C; um reovírus, tal como um vírus da febre catarral; um circovírus suíno; um herpesvírus, tal como um vírus da pseudo-raiva ou um herpesvírus bovino 1; um asfarvírus, tal como um vírus da peste suína Africano; um retrovírus, tal como um vírus da imunodeficiência de símio, vírus da imunodeficiência felina, vírus da imunodeficiência bovina, um vírus de leucemia bovina, vírus da leucemia felina, um retrovírus Jaagsiekte de ovelha ou um vírus da encefalite por artrite caprina; um flavivírus, tal como um vírus da febre amarela, um vírus West Nile, um virus da dengue, vírus da encefalite por mordida de carrapato ou um vírus da diarréia bovina; ou um Rabdovírus, tal como um vírus da raiva.
2. Vírus de Animal Humano
[000108] Em métodos dirigidos ao tratamento de uma infecção viral ou inibição de infectividade viral em um ser humano, o vírus humano é, de preferência, selecionado de um adenovírus, um astrovírus, um hepadnavírus, um herpesvírus, um papovavírus, um poxvírus, uma arenavírus, um Bunyavírus, um calcivírus, um coronavírus, um filovírus, um flavivírus, um ortomixovírus, um paramixovírus, um picornavírus, um reovírus, um retrovírus, um Rabdovírus ou um togavírus.
[000109] Em modalidades preferidas, o adenovírus inclui, porém sem limitações, um adenovírus humano. Em modalidades preferidas, o astrovírus inclui, porém sem limitações, um mamastrovírus. Em modalidades preferidas, o hepadnavírus inclui, porém sem limitações, vírus da hepatite B. Em modalidades preferidas, o herpesvírus inclui, porém sem limitações, um vírus do herpes simplex tipo I, um vírus do herpes simplex tipo 2, um citomegalovírus humano, um vírus de Epstein- Barr, um vírus da varicela zoster, um Roseolovírus e Herpesvírus associado a sarcoma de Kaposi. Em modalidades preferidas, o papovavírus inclui, porém sem limitações, vírus do papiloma humano e vírus do polioma humano. Em modalidades preferidas, o poxvírus inclui, porém sem limitações, um vírus da varíola, um vírus da catapora, um vírus da varíola bovina, um vírus da varíola de símio, vírus da rubéola, um vírus pseudocowpox, um vírus da estomatite papular, um vírus tanapox, um vírus do tumor de macaco yaba e um vírus de molluscum contagiosum. Em modalidades preferidas, o arenavírus inclui, porém sem limitações, um vírus da coriomeningite linfocitária, um vírus Lassa, um vírus Machupo e um vírus Junin. Em modalidades preferidas, o Bunyavírus inclui, porém sem limitações, um vírus hanta, um nairovírus, um ortobunyavírus e um Flebovírus. Em modalidades preferidas, o calcivírus inclui, porém sem limitações, um vesivírus, um norovírus, tal como o vírus Norwalk e um sapovírus. Em modalidades preferidas, o coronavírus inclui, porém sem limitações, um coronavírus humano (agente etiológico da síndrome respiratória aguda grave (Severe Acute Respiratory Syndrome - SARS)). Em modalidades preferidas, o filovírus inclui, porém sem limitações, um vírus Ebola e um vírus Marburg. Em modalidades preferidas, o flavivírus inclui, porém sem limitações, um vírus da febre amarela, um vírus do Nilo Ocidental, um vírus da dengue, um vírus da hepatite C, vírus da encefalite por mordida de carrapato, um vírus da encefalite Japonesa, um vírus da encefalite de Murray Valley, um vírus da encefalite de St. Louis, um vírus da encefalite de primavera- verão Russa, um vírus da febre hemorrágica de Omsk, vírus da diarréia viral bovina, um vírus da doença Kyasanus Forest e um vírus da encefalite Powassan. Em modalidades preferidas, o ortomixovírus inclui, porém sem limitações, um vírus de influenza do tipo A, um vírus da influenza do tipo B e um vírus da influenza do tipo C. Em modalidades preferidas, o paramixovírus inclui, porém sem limitações, um vírus da parainfluenza, um vírus rubula (papeira), um Morbilivírus (sarampo), um pneumovírus, tal como um vírus respiratório sincicial humano e um vírus da panencefalite esclerosante subaguda. Em modalidades preferidas, o picornavírus inclui, porém sem limitações, um poliovírus, um rinovírus, um coxsackievírus A, um coxsackievírus B, um vírus da hepatite A, um ecovírus e um enterovírus. Em modalidades preferidas, o reovírus inclui, porém sem limitações, um vírus da febre do carrapato do Colorado e um rotavírus. Em modalidades preferidas, o retrovírus inclui, porém sem limitações, um lentivírus, tal como um vírus da imunodeficiência humana e um vírus T-linfotrópico humano (Human T-Lymphotrophic Virus - HTLV). Em modalidades preferidas, o Rabdovírus inclui, porém sem limitações, um lissavírus, tal como o vírus da raiva, um vírus da estomatite vesicular e um vírus da necrose hematopoiética infecciosa. Em modalidades preferidas, o togavírus inclui, porém sem limitações, um alfavírus, tal como um vírus River Ross, um vírus O'nyong'nyong, um vírus Sindbis, um vírus da encefalite equina Venezuelana, um vírus da encefalite equina do Leste e um vírus da encefalite eqüina Ocidental e um vírus da rubéola.
3. Vírus de Planta
[000110] Em métodos dirigidos ao tratamento de uma infecção viral ou inibição de infectividade viral em uma planta, o vírus de planta é selecionado de um alfamovírus, um alexivírus, um alfacriptovírus, um anulavírus, um apscaviroide, um aureusvírus, um avenavírus, um avsunviroide, um Badnavírus, uma begomovírus, um benyvírus, um betacriptovírus, um betaflexiviridae, um Bromovírus, um bimovírus, um capilovírus, um Carlavírus, um carmovírus, um caulimovírus, um cavemovírus, um cheravírus, um Closterovírus, um cocadviroide, um coleviroide, um Comovírus, um crinivírus, um Cucumovírus, um Curtovírus, um citorabdovírus, um diantovírus, um enamovírus, um umbravírus & vírus satélite do tipo B, um fabavírus, um fijivírus, um furovírus, um hordeivírus, um hostuviroide, um idaeovírus, um ilarvírus, um ipomovírus, um luteovírus, um maclomovírus, um macluravírus, um Marafivírus, um mastrevírus, um nanovírus, um necrovírus, um nepovírus, um nucleorabdovírus, um oleavírus, um ofiovírus, um orizavírus, um panicovírus, um pecluvírus, um petuvírus, um fitoreovírus, um Polerovírus, um pomovírus, um pospiviroide, um potexvírus, um potivírus, um reovírus, um Rabdovírus, um rimovírus, um sadwavírus, um vírus SbCMV-like, um sequivírus, um sobemovírus, um tenuivírus, um vírus satélite TNsatV-like, um tobamovírus, um topocuvírus, um tospovírus, um tricovírus, um tritimovírus, um Tungrovírus, um Timovírus, um umbravírus, um varicosavírus, um Vitivírus ou um waikavírus.
4. Vírus de Inseto
[000111] Em métodos dirigidos à marcação de um vírus de inseto, tratamento de uma infecção por vírus de inseto ou inibição de infectividade viral em inseto, o vírus de inseto é, de preferência, selecionado de um densovírus, tal como densovírus de Junonia coenia, densovírus de Bombyx mori, densovírus de Aedes aegypti ou densovírus de Periplanta fuliginosa; um iridovírus, tal como vírus iridescente 6; um cloriridovírus, um baculovírus, tal como o vírus da poliedrose nuclear ou um Granulovírus; um polidnavírus, tal como um icnovírus ou bracovírus; um vírus entomopox, tal como um vírus entomopox A, um vírus entomopox B ou um vírus entomopox C; um ascovírus, tal como um ascovírus 1a de Spodoptera frugiperda, ascovírus 2a de Trichoplusia ni ou um ascovirus 4a de Diadromus pulchellus; um picornavírus de inseto, tal como um vírus da paralisia aguda de abelha, um vírus P, C ou A de Drosophila, um vírus X de abelha ou um vírus do bicho-da-seda; um calicivírus, um nodavírus, tal como um vírus de escaravelho negro, um vírus "flock house", um vírus nodamura, um vírus pariacoto ou um vírus da mariposa cigana. Biomoléculas Modificadas com Azida
[000112] As biomoléculas modificadas com azida descritas aqui representam uma nova classe de agentes antivirais. Em determinadas modalidades, a biomolécula modificada com azida é um carboidrato ou um derivado farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo. O carboidrato pode ser selecionado de uma grande variedade de carboidratos comercialmente disponíveis e/ou amplamente conhecidos por aqueles versados no campo. Em modalidades preferidas, o carboidrato é selecionado para prevenir, inibir e/ou retardar infecção viral de células. De preferência, o carboidrato é de ocorrência natural. Será apreciado que o carboidrato contendo azida, quer de ocorrência natural ou não, pode ser modificado, por exemplo, por meio de alquilação de cadeia curta, tal como metilação ou acetilação, esterificação, bem como outras derivatizações que mantêm atividade antiviral.
[000113] Em uma modalidade, o carboidrato é um que está ligado direta ou indiretamente a uma proteína através de uma reação de glicosilação em uma célula. Em uma modalidade, o carboidrato é um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em ainda outra modalidade, o carboidrato é uma N-azidoacetilgalactosamina, N- azidoacetil-D-manosamina ou N-azidoacetil-glucosamina.
[000114] Em determinadas modalidades, o carboidrato modificado com azida contém uma porção que facilita a entrada na célula incluindo, porém sem limitações, uma porção tetraacetila. Assim, em uma modalidade, o carboidrato modificado com azida é uma versão tetra- acetilada de um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em ainda outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada, N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N-azidoacetilglu-cosamina tetra-acetilada.
[000115] Em outras modalidades, a biomolécula modificada com azida é um ácido graxo ou um derivado farmaceuticamente aceitável ou pró- fármaco do mesmo. O ácido graxo pode ser selecionado de uma grande variedade de ácidos graxos comercialmente disponíveis e/ou amplamente conhecidos por aqueles versados no campo. Em modalidades preferidas, o ácido graxo é selecionado para prevenir, inibir e/ou retardar infecção viral de células. De preferência, o ácido graxo é de ocorrência natural.
[000116] Em uma modalidade, o ácido graxo é saturado ou insaturado e tem uma cadeia de hidrocarboneto com um número par de átomos de carbono, tal como 4-24 átomos de carbono. Ácidos graxos livres insaturados adequados têm uma cadeia de hidrocarboneto com 14-24 átomos de carbono e incluem ácido palmitoleico, ácido oleico, ácido linoleico, ácido alfa e gama linolênico, ácido araquidônico, ácido eicosapentanoico e ácido tetracosenoico. Ácidos graxos saturados adequados têm uma cadeia de hidrocarboneto com 4-18 átomos de carbono e são, de preferência, selecionados de ácido butírico ou isobutírico, ácido succínico, ácido caproico, ácido adípico, ácido caprílico, ácido cáprico, ácido láurico, ácido mirístico, ácido palmítico, ácido esteárico e ácido araquídico. Será apreciado que o ácido graxo contendo azida, quer de ocorrência natural ou não, pode ser modificado por meio de substituição química incluindo, porém sem limitações, alquilação de cadeia curta, tal como metilação ou acetilação, esterificação, bem como outras derivitizações que mantêm a atividade antiviral. Além disso, é possível substituir o ácido graxo na biomolécula modificada com azida por um alcino, cetona ou outra pequena molécula que tenha sido mostrado ser metabolicamente compatível.
[000117] Em algumas modalidades, ácido graxo modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem a fórmula: Y-CH2-X- CO2H, em que Y é H ou um grupo azido e, quando Y é um grupo azido, X é uma cadeia de carbono linear ou ramificada contendo 6 a 28 átomos de carbono, em que um ou mais dos referidos átomos de carbono podem ser independentemente substituídos por um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1 ou em que um ou mais pares dos referidos carbonos adjacentes um ao outro podem ser ligados um ao outro através de uma ligação dupla ou tripla ou, quando Y é H, X é uma cadeia de carbono linear ou ramificada compreendendo 6 a 28 átomos de carbono, em que um hidrogênio em um dos referidos átomos de carbono é substituído por um grupo azido e em que um ou mais dos referidos carbonos não tendo um grupo azido preso aos mesmos podem ser independentemente substituídos por um átomo de oxigênio, selênio, silício, enxofre, SO, SO2 ou NR1 ou em que um ou mais pares dos referidos carbonos adjacentes um ao outro e não tendo um grupo azido podem ser ligados um ao outro através de uma ligação dupla ou tripla; em que R1 é H ou um grupo alquila compreendendo 1 a 6 átomos de carbono.
[000118] Em uma modalidade, o ácido graxo é um que está ligado a uma proteína através de uma reação de acilação (por exemplo, palmitoilação ou miristoilação) em uma célula. Assim, em uma modalidade, o ácido graxo modificado com azida é um ácido graxo saturado, tal como ácido 15-azidopentadecanoico (ácido palmítico, azida) ou ácido 12-azidododecanoico (ácido mirístico, azida). Os compostos usados nos métodos da presente invenção podem estar presentes sob a forma de sais farmaceuticamente aceitáveis. Para uso em medicamentos, os sais dos compostos da presente invenção referem-se a sais farmaceuticamente aceitáveis não tóxicos.
[000119] Os sais farmaceuticamente aceitáveis destes compostos incluem sais de adição de ácido e sais de adição de base. O termo "sais farmaceuticamente aceitáveis" abrange sais comumente usados para formar sais de metais alcalinos e formar sais de adição de ácidos livres ou bases livres. A natureza do sal não é crítica, contanto que ele seja farmaceuticamente aceitável.
[000120] Sais de adição ácidos farmaceuticamente aceitáveis desses compostos podem ser preparados a partir de um ácido inorgânico ou um ácido orgânico. Exemplos de tais ácidos inorgânicos são ácido clorídrico, bromídrico, iodídrico, ácido nítrico, sulfúrico, carbônico e fosfórico. Ácidos orgânicos apropriados podem ser selecionados das classes de ácidos orgânicos alifáticos, cicloalifáticos, aromáticos, heterocíclicos, arilalifáticos, carboxílicos e sulfônicos, exemplos dos quais são ácido fórmico, acético, propiônico, succínico, glicólico, glucônico, maleico, embônico (pamoico), metano-sulfônico, etano- sulfônico, 2-hidroxietano-sulfônico, pantotênico, benzeno-sulfônico, tolueno-sulfônico, sulfanílico, mesílico, ciclo-hexilamino-sulfônico, esteárico, ácido, algênico, e-hidróxi-butírico, malônico, galáctico e galacturônico.
[000121] Sais ácidos/aniônicos farmaceuticamente aceitáveis também incluem os sais acetato, benzeno-sulfonato, benzoato, bicarbonato, bitartarato, brometo, edetato de cálcio, camsilato, carbonato, cloreto, citrato, dicloridrato, edetato, edisilato, estolato, esilato, fumarato, gliceptato, gluconato, glutamato, glicolilarsanilato, hexil-resorcinato, bromidrato, cloridrato, hidróxi-naftoato, iodeto, isetionato, lactato, lactobionato, malato, maleato, malonato, mandelato, mesilato, metil-sulfato, mucato, napsilato, nitrato, pamoato, pantotenato, fosfato/difosfato, poligalacturonato, salicilato, estearato, subacetato, succinato, sulfato, hidrogen-sulfato, tartarato, tanato, teoclato, tosilato e trietiodeto.
[000122] Sais de adição de base farmaceuticamente aceitáveis adequados dos compostos divulgados incluem, porém sem limitações, sais metálicos feitos de alumínio, cálcio, lítio, magnésio, potássio, sódio e zinco ou sais orgânicos feitos a partir de N,N'-dibenziletileno-diamina, cloroprocaína, colina, dietanolamina, etilenodiamina, N-metilglucamina, lisina, arginina e procaína. Todos estes sais podem ser preparados através de meios convencionais a partir do composto correspondente representado pelo composto descrito por meio de tratamento, por exemplo, dos compostos divulgados com o ácido ou base apropriada. Sais básicos/catiônicos farmaceuticamente aceitáveis também incluem, dietanolamina, amônio, etanolamina, trietanolamina e piperazina.
[000123] Tais sais podem ser formados conforme conhecido por aqueles versados no campo.
[000124] Em ainda outra modalidade, a biomolécula modificada com azida é um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou um derivado farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo. O lipídio de isoprenoide pode ser selecionada de uma grande variedade de lipídios de isoprenoide comercialmente disponíveis e/ou amplamente conhecidos por aqueles versados no campo. Em modalidades preferidas, o lipídio de isoprenoide é selecionado para prevenir, inibir e/ou retardar infecção viral de células. De preferência, o lipídio de isoprenoide é um que ocorre naturalmente. Será apreciado que o lipídio de isoprenoide contendo azida, quer de ocorrência natural ou não, pode ser modificado, por exemplo, por meio de alquilação de cadeia curta, tal como metilação ou acetilação, esterificação, bem como outras derivatizações que mantêm a atividade antiviral.
[000125] Em uma modalidade, o lipídio de isoprenoide é um que está ligado a uma proteína através de uma reação de prenilação em uma célula. Em uma modalidade, o lipídio de isoprenoide, na presença da atividade catalítica de uma farnesil transferase ou uma geranilgeranil transferase, está ligado a uma proteína em uma célula. Em outra modalidade, o lipídio de isoprenoide compreende um grupo farnesila ou um grupo geranilgeranila e inclui, porém sem limitações, um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico. Os carboidratos modificados com azida, ácidos graxos modificados com azida e lipídios de isoprenoide modificados com azida aqui descritos podem ser preparados usando métodos conhecidos na técnica, incluindo aqueles descritos na Publicação de Pedido de Patente U.S. N° 20050222427, Publicação de Pedido de Patente U.S. N° 2007/0249014 e Hang, H.C. et al., J Am Chem Soc 2007, 129: 2744-45, divulgações as quais são incorporadas por referência em sua totalidade.
Terapia Combinada
[000126] Em uma modalidade, uma composição farmacêutica que compreende um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida e pelo menos um agente antiviral é administrada em terapia combinada. A terapia é útil para o tratamento de infecções virais incluindo, porém sem limitações, uma infecção pelo HIV. O termo "combinada", no presente contexto, significa que o ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida e o agente antiviral são fornecidos de modo substancialmente contemporâneo, quer simultânea ou sequencialmente. Em uma modalidade, se fornecidos sequencialmente, no início de administração do segundo composto, o primeiro dos dois compostos ainda é detectável em concentrações eficazes no local de tratamento. Em outra modalidade, se fornecidos sequencialmente, no início da administração do segundo composto, o primeiro dos dois compostos não é detectável em concentrações eficazes no local de tratamento.
[000127] Por exemplo, a terapia combinada pode incluir um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida coformulado com e/ou coadministrado com pelo menos um agente antiviral adicional. Embora exemplos específicos de agentes antivirais sejam fornecidos, em princípio, o ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida pode ser combinado com qualquer composição farmacêutica útil para o tratamento de uma infecção viral. Tais terapias combinadas podem, vantajosamente, usar menores dosagens dos agentes terapêuticos administrados, deste modo, evitando possíveis efeitos tóxicos ou complicações associadas a várias monoterapias. Além disso, os outros agentes antivirais aqui divulgados atuam sobre vias ou estágios de uma infecção viral além de ou diferentes da via ou estágio de infecção viral afetados pelo ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida e, portanto, espera-se que intensifiquem e/ou atuem sinergisticamente com os efeitos do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida ou do lipídio de isoprenoide modificado com azida. O agente antiviral adicional pode incluir pelo menos um inibidor de transcriptase reversa, um inibidor de protease viral, um inibidor de fusão viral, um inibidor de integrase viral, um inibidor de glicosidase, um inibidor de neuraminidase viral, um inibidor de proteína M2, uma anfotericina B, hidroxiureia, α-interferon, β-interferon, Y—interferon e um oligonucleotídeo antissenso.
[000128] O pelo menos um inibidor de transcriptase reversa inclui, porém sem limitações, um ou mais análogos de nucleosídeo, tais como zidovudina (AZT), didanosina (ddI), zalcitabina (ddC), estavudina (d4T), lamivudina (3TC), abacavir ( ABC), entricitabina (FTC), entecavir (INN), Apricitabina (ATC), Atevirapina, ribavirina, aciclovir, famciclovir, valaciclovir, ganciclovir e valganciclovir, um ou mais análogos de nucleotídeo, tais como Tenofovir (Tenofovir disoproxil fumarato), adefovir (bis-POM PMPA), PMPA e cidofovir ou um ou mais inibidores de transcriptase reversa de não nucleosídeo, tais como efavirenz, nevirapina, delavirdina e etravirina.
[000129] O pelo menos um inibidor de protease viral inclui, porém sem limitações, tipranavir, darunavir, indinavir, lopinavir, fosamprenavir, atazanavir, saquinavir, ritonavir, indinavir, nelfinavir e amprenavir.
[000130] O pelo menos um inibidor de fusão viral inclui, porém sem limitações, um antagonista de CD4 tal como, por exemplo, CD4 solúvel ou um anticorpo que se liga a CD4, tal como TNX-355, BMS-806; um antagonista de CCR5, tal como SCH-C, SCH-D, UK-427.857, maraviroc, vicriviroc ou um anticorpo que se liga a CCR5, tal como PRO- 140, um antagonista de CXCR4, tal como AMD3100 ou AMD070 ou um antagonista de gp41, tal como enfuvirtida.
[000131] O pelo menos um inibidor de integrase viral inclui, porém sem limitações, raltegravir.
[000132] O pelo menos um inibidor de glicosidase inclui, porém sem limitações, SC-48334 ou MDL-28574.
[000133] O pelo menos um inibidor de neuraminidase viral inclui, porém sem limitações, oseltamivir, peramivir, zanamivir e laninamivir. Neuraminidase é uma proteína na superfície de vírus da gripe que media a liberação do vírus de uma célula infectada (Bossart-Whitaker et al., J Mol Biol, 1993, 232: 1069-83). O vírus da gripe se prende à membrana celular usando a proteína viral hemaglutinina. A proteína hemaglutinina se liga às porções de ácido siálico em glicoproteínas encontradas nas membranas da célula hospedeira. Para que o vírus seja liberado da célula, a neuraminidase deve clivar enzimaticamente os grupos ácido siálico de glicoproteínas do hospedeiro. Assim, inibição de neuraminidase impede a liberação do vírus da gripe de uma célula infectada.
[000134] O pelo menos um inibidor de M2 inclui, porém sem limitações, amantadina e rimantidina. M2 é uma proteína do canal iônico encontrada no envelope viral do vírus da gripe (Henckel et al., J Biol Chem, 1998, 273: 6518-24). A proteína M2 desempenha um papel importante no controle de desencapsulação do vírus da gripe, levando à liberação dos conteúdos de vírions no citoplasma da célula hospedeira. Bloqueio de M2 inibe a replicação viral.
[000135] Um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida aqui descrito pode ser usado em combinação com outros agentes terapêuticos específicos para o tratamento de infecções virais, conforme discutido em maiores detalhes abaixo.
[000136] Exemplos não limitativos de agentes para o tratamento de uma infecção pelo HIV, com os quais o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida pode ser combinado incluem pelo menos um dos seguintes: zidovudina (AZT), didanosina (ddI), zalcitabina (ddC), estavudina (d4T), lamivudina (3TC), abacavir (ABC), entricitabina (FTC), Entecavir (DCI), Apricitabina (ATC), tenofovir (Tenofovir disoproxil fumarato), Adefovir (bis-POM PMPA), efavirenz, nevirapina, delavirdina, etravirina, tipranavir, darunavir, indinavir, lopinavir, fosamprenavir, atazanavir, saquinavir, ritonavir, indinavir, nelfinavir, amprenavir, um antagonista de CD4 tal como, por exemplo, CD4 solúvel ou um anticorpo que se liga a CD4, tal como TNX-355, BMS-806, um antagonista de CCR5, tal como SCH-C, SCH-D, UK-427.857, maraviroc, vicriviroc ou um anticorpo que se liga a CCR5, tal como PRO- 140, um antagonista de CXCR4, tal como AMD3100 ou AMD070 ou um antagonista de gp41, tal como enfuvirtida.
[000137] Exemplos específicos de terapia combinada que pode ser usada para tratar infecção pelo HIV incluem, porém sem limitações, um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou um lipídio de isoprenoide modificado com azida combinado com: 1) tenofovir, entricitabina e efavirenz; 2) lopinavir e ritonavir; 3) lamivudina e zidovudina; 4) abacavir, lamivudina e zidovudina; 5) lamivudina e abacavir; ou 6) tenofovir e entricitabina.
[000138] Exemplos não limitativos de agentes para uma infecção pelo herpesvírus com os quais o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida pode ser combinado incluem cidofovir aciclovir, famciclovir, valaciclovir, foscarnet, ganciclovir e valganciclovir.
[000139] Exemplos não limitativos de agentes para uma infecção pelo vírus da influenza com os quais o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida pode ser combinado incluem amantadina, rimantidina, oseltamivir, peramivir, zanamivir e laninamivir.
[000140] Exemplos não limitativos dos agentes para uma infecção pelo vírus sincicial respiratório com os quais o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida pode ser combinado incluem ribavirina.
[000141] Outro aspecto da presente invenção refere-se a kits para realizar a administração combinada do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida ou do lipídio de isoprenoide modificado com azida com outros agentes terapêuticos. Em uma modalidade, o kit compreende o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida formulado em um excipiente farmacêutico e pelo menos um agente antiviral formulado conforme apropriado em um ou mais preparados farmacêuticos distintos. Composições Farmacêuticas e Métodos de Administração
[000142] A presente descrição proporciona composições que são adequadas para uso farmacêutico e administração a pacientes. As composições farmacêuticas compreendem um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida, um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou qualquer um dos compostos aqui e um excipiente farmaceuticamente aceitável. Em uma modalidade, o ácido graxo modificado com azida é um ácido graxo saturado, tal como ácido 15-azidopentadecanoico ou ácido 12-azidododecanoico. Em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em ainda outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N-azidoacetilga-lactosamina, N- azidoacetil-D-manosamina ou N-azidoacetilglucosamina. Em uma outra modalidade, o carboidrato modificado com azida contém uma porção que facilita a entrada na célula incluindo, porém sem limitações, uma porção tetraacetila. Assim, em uma modalidade, o carboidrato modificado com azida é uma versão tetra-acetilada de um carboidrato N-ligado ou um carboidrato O-ligado. Em ainda outra modalidade, o carboidrato modificado com azida é N-azidoacetilgalactosamina tetra- acetilada, N-azidoacetil-D-manosamina tetra-acetilada ou N- azidoacetilglucosamina tetra-acetilada. Em outra modalidade, o lipídio de isoprenoide compreende um grupo farneila ou um grupo geranilgeranila e inclui, porém sem limitações, um difosfato de azido farnesila, um álcool azido farnesílico, um difosfato de azido geranilgeranila ou um álcool azido geranilgeranílico. As composições farmacêuticas podem também ser incluídas em um recipiente, pacote ou distribuidor juntamente com instruções para administração.
[000143] Uma composição farmacêutica é formulada para ser compatível com sua via de administração pretendida. Métodos para realizar a administração são conhecidos por aqueles versados no campo. As composições farmacêuticas podem ser administradas por via tópica ou por via oral ou capazes de transmissão através de membranas mucosas. Exemplos de administração de uma composição farmacêutica incluem ingestão oral ou inalação. A administração pode também ser intravenosa, intraperitoneal, intracavidade, intramuscular, subcutânea, cutânea ou transdérmica.
[000144] Soluções ou suspensões usadas para aplicação intradérmica ou subcutânea incluem, tipicamente, pelo menos um dos seguintes componentes: um diluente estéril, tal como água, solução salina, óleos fixos, polietileno glicol, glicerina, propileno glicol ou outros solventes sintéticos; agentes antibacterianos, tais como álcool benzílico ou metil parabenos; antioxidantes, tais como ácido ascórbico ou bissulfito de sódio; agentes de quelação, tais como ácido etileno diamino tetra acético (EDTA); tampões, tais como acetato, citrato ou fosfato; e agentes de tonicidade, tais como cloreto de sódio ou dextrose. O pH pode ser ajustado com ácidos ou bases. Estes preparados podem estar contidos em ampolas, seringas descartáveis ou frascos de doses múltiplas.
[000145] Soluções ou suspensões usadas para administração intravenosa incluem um veículo, tal como solução salina fisiológica, água bacteriostática, Cremophor ELTM (BASF, Parsippany, NJ), etanol ou poliol. Em todos os casos, a composição deve ser estéril e fluida para fácil fluidez em uma seringa. Fluidez adequada pode, muitas vezes, ser obtida usando lecitina ou tensoativos. A composição deve também ser estável sob as condições de fabricação e armazenamento. Prevenção de microrganismos pode ser obtida com agentes antibacterianos e antifúngicos, por exemplo, parabenos, clorobutanol, fenol, ácido ascórbico, timerosal, etc. Em muitos casos, agentes isotônicos (açúcar), poliálcoois (manitol e sorbitol) ou cloreto de sódio podem ser incluídos na composição. Absorção prolongada da composição pode ser obtida mediante a adição de um agente que retarda a absorção, por exemplo, monoestearato de alumínio e gelatina.
[000146] Composições orais incluem um diluente inerte ou veículo comestível. A composição pode estar encerrada gelatina ou comprimida em comprimidos. Para fins de administração oral, o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida pode ser incorporado com excipientes e colocado em comprimidos, trociscos ou cápsulas. Agentes aglutinantes ou materiais adjuvantes farmaceuticamente compatíveis podem ser incluídos na composição. Os comprimidos, trociscos e cápsulas podem conter (1) um aglutinante, tal como celulose microcristalina, goma tragacanto ou gelatina; (2) um excipiente, tal como amido ou lactose; (3) um agente de desintegração, tal como ácido algínico, Primogel ou amido de milho; (4) um agente lubrificante, tal como estearato de magnésio; (5) um agente de deslizamento, tal como dióxido de silício coloidal; ou (6) um agente edulcorante ou um agente aromatizante.
[000147] A composição pode também ser administrada através de uma via transmucosal ou transdérmica. Administração transmucosal pode ser obtida usando pastilhas, sprays nasais, inaladores ou supositórios. Administração transdérmica pode também ser obtida mediante uso de uma composição contendo unguentos, pomadas, géis ou cremes conhecidos na técnica. Para a administração transmucosal ou transdérmica, agentes de penetração apropriados à barreira a ser permeada são usados.
[000148] Para administração através de inalação, o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida são distribuídos em um spray aerossol a partir de um recipiente pressurizado ou distribuidor que contém um propelente (por exemplo, líquido ou gasoso) ou um nebulizador. Em determinadas modalidades, o ácido graxo modificado com azida, o carboidrato modificado com azida ou o lipídio de isoprenoide modificado com azida é preparado com um veículo para proteger os compostos contra rápida eliminação do corpo. Polímeros biodegradáveis (por exemplo, acetato de etileno vinila, polianidridos, ácido poliglicólico, colágeno, poliortoésteres, ácido poliláctico), são frequentemente usados. Métodos para preparo de tais formulações são conhecidos por aqueles versados no campo.
[000149] Em outras modalidades, a composição compreende um agente de distribuição para distribuição do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida ou do lipídio de isoprenoide modificado com azida a uma célula incluindo, porém sem limitações, um lipossoma. Os lipossomas (também conhecidos como vesículas lipídicas) são partículas coloidais que são preparadas a partir de moléculas lipídicas polares, quer derivadas de fontes naturais ou através de síntese química. Tais estruturas fechadas esféricas compostas por bicamadas lipídicas curvas são, tipicamente, usadas para encerrar fármacos os quais são frequentemente citotóxicos, de forma a reduzir a toxicidade e/ou aumentar a eficácia. Preparados de fármaco encerrados lipossoma são muitas vezes fornecidos na forma seca (por exemplo, liofilizado) a qual é substancialmente reconstituída com uma solução aquosa imediatamente antes de administração. Isto é feito a fim de minimizar a possibilidade de vazamento, por exemplo, de fármaco citotóxico em solução aquosa e, deste modo, reduzir o efeito de contenção do lipossoma.
[000150] Exemplos de formulações compreendendo, inter alia, ingredientes ativos encapsulados em lipossomas são discutidos na Pat. U.S. N° 4.427.649, Pat. U.S. N° 4.522.811, Pat. U.S. N° 4.839.175, Pat. U.S. N° 5.569.464, documentos EP 249 561, WO 00/38681, WO 88/01862, WO 98/58629, WO 98/00111, WO 03/105805, Pat. U.S. N° 5.049.388, Pat. U.S. N° 5.141.674, Pat. U.S. N° 5.498.420, U.S. Pat. No 5.422.120, documentos WO 87/01586, WO 2005/039533, US 2005/0112199 e Pat. U.S. N° 6.228,393, todos os quais são aqui incorporados por referência em sua totalidade.
[000151] Composições contendo ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida são administradas em quantidades terapeuticamente eficazes, conforme descrito. Quantidades terapeuticamente eficazes podem variar com a idade do indivíduo, condição, sexo e gravidade da condição médica. A dosagem apropriada pode ser determinada por um médico com base em indicações clínicas. A composição contendo ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida pode ser administrada como uma dose em bolo para maximizar os níveis em circulação do ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida durante o maior período de tempo. Infusão contínua pode também ser usada após a dose em bolo.
[000152] Exemplos de faixas de dosagem que podem ser administradas a um indivíduo podem ser escolhidos de: 1 μg/kg a 20 mg/kg, 1 μg/kg a 10 mg/kg, 1 μg/kg a 1 mg/kg, 10 μg/kg a 1 mg/kg, 10 μg/kg a 100 μg/kg, 100 μg/kg a 1 mg/kg, 250 μg/kg a 2 mg/kg, 250 μg/kg a 1 mg/kg, 500 μg/kg a 2 mg/kg, 500 μg/kg a 1 mg/kg, 1 mg/kg a 2 mg/kg, 1 mg/kg a 5 mg/kg, 5 mg/kg a 10 mg/kg, 10 mg/kg a 20 mg/kg, 15 mg/kg a 20 mg/kg, 10 mg/kg a 25 mg/kg, 15 mg/kg a 25 mg/kg, 20 mg/kg a 25 mg/kg, and 20 mg/kg a 30 mg/kg (ou maior). Estas dosagens podem ser administradas diariamente, semanalmente, duas vezes por semana, mensalmente ou menos frequentemente, por exemplo, semestralmente, dependendo da dosagem, do método de administração, distúrbio ou sintoma(s) a ser tratado e das características de pessoas individuais. As dosagens podem também ser administradas através de infusão contínua (por exemplo, através de uma bomba). A dose administrada pode também depender da via de administração. Por exemplo, administração subcutânea pode requerer uma dose mais elevada do que administração intravenosa.
[000153] Em determinadas circunstâncias, pode ser vantajoso formular as composições na forma de dosagem unitária para facilidade de administração e uniformidade de dosagem. Forma de dosagem unitária, conforme usado aqui, refere-se às unidades fisicamente distintas adequadas para o paciente. Cada unidade de dosagem contém uma quantidade predeterminada de ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida calculada para produzir um efeito terapêutico em associação com o veículo. A unidade de dosagem depende das características do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida ou do lipídio de isoprenoide modificado com azida e do efeito terapêutico a ser obtido em particular.
[000154] A toxicidade e eficácia terapêutica da composição podem ser determinadas por meio de procedimentos farmacêuticos padrões em culturas de células ou animais experimentais, por exemplo, determinando-se a LD50 (a dose letal para 50% da população) e a ED50 (a dose terapeuticamente eficaz em 50% da população). A proporção de dose entre efeitos tóxicos e terapêuticos é o índice terapêutico e pode ser expresso como a proporção LD50/ED50.
[000155] Os dados obtidos a partir de ensaios de cultura de células e estudos em animais podem ser usados para formular uma faixa de dosagem em seres humanos. A dosagem destes compostos pode estar dentro da faixa de concentrações em circulação do ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida no sangue, que inclui uma ED50 com pouca ou nenhuma toxicidade. A dosagem pode variar dentro desta faixa, dependendo da forma da composição de dosagem empregada e da via de administração. Para qualquer ácido graxo modificado com azida, carboidrato modificado com azida ou lipídio de isoprenoide modificado com azida usado nos métodos aqui descritos, a dose terapeuticamente eficaz pode ser estimada inicialmente usando ensaios de cultura de células. A dose pode ser formulada em modelos animais para obter uma faixa de concentração em circulação no plasma que inclui a IC50 (isto é, a concentração de anticorpo a qual obtém metade da inibição máxima dos sintomas). Os efeitos de qualquer dosagem em particular podem ser monitorados por meio de um bioensaio adequado.
[000156] As composições podem também conter outros compostos ativos que conferem funções terapêuticas suplementares, adicionais ou intensificadas. Em uma modalidade, a composição compreende ainda pelo menos um agente antiviral, tal como um inibidor de transcriptase reversa, um inibidor de protease viral, um inibidor de fusão viral, um inibidor de integrase viral, um inibidor de glicosidase, uma anfotericina B, hidroxiureia, α- interferon, β-interferon, Y—interferon e um oligonucleotídeo antissenso.
[000157] Em uma modalidade, o pelo menos um inibidor de transcriptase inversa inclui, porém sem limitações, um ou mais análogos de nucleosídeo, tais como zidovudina (AZT), didanosina (ddI), zalcitabina (ddC), estavudina (d4T), lamivudina (3TC), abacavir (ABC), entricitabina (FTC), entecavir (INN), Apricitabina (ATC), Atevirapina, ribavirina, aciclovir, famciclovir, valaciclovir, ganciclovir e valganciclovir, um ou mais análogos de nucleotídeo, tais como Tenofovir (Tenofovir disoproxil fumarato), adefovir (bis-POM PMPA), PMPA e cidofovir ou um ou mais inibidores de transcriptase reversa de não nucleosídeo, tais como efavirenz, nevirapina, delavirdina e etravirina.
[000158] Em outras modalidades, o pelo menos um inibidor de protease viral inclui, porém sem limitações, tipranavir, darunavir, indinavir, lopinavir, fosamprenavir, atazanavir, saquinavir, ritonavir, indinavir, nelfinavir e amprenavir.
[000159] Em outras modalidades, o pelo menos um inibidor de fusão viral inclui, porém sem limitações, um antagonista de CD4 tal como, por exemplo, CD4 solúvel ou um anticorpo que se liga a CD4, tal como TNX- 355, BMS-806; um antagonista de CCR5, tal como SCH-C, SCH-D, UK- 427.857, maraviroc, vicriviroc ou um anticorpo que se liga ao CCR5, tal como PRO-140, um antagonista de CXCR4, tal como AMD3100 ou AMD070 ou um antagonista de gp41, tal como enfuvirtida.
[000160] Em outras modalidades, o pelo menos um inibidor de integrase viral inclui, porém sem limitações, raltegravir.
[000161] Em outras modalidades, o pelo menos um inibidor de glicosidase inclui, porém sem limitações, SC-48334 ou MDL-28574.
[000162] Referência será feita agora em detalhes às várias modalidades exemplificativas. Deve ser entendido que a descrição detalhada que segue é fornecida para dar ao leitor uma melhor compreensão de determinadas modalidades, características e detalhes de aspectos da presente invenção e não deve ser interpretada como uma limitação do âmbito da invenção.
[000163] EXEMPLO 1: Marcação de HIV com Biomoléculas Modificadas com Azida
[000164] Células CEMx174 foram transfectadas com HIVNL4-3 em um frasco T-150 e a produção de vírus foi monitorada pela atividade de transcriptase reversa até que produção de vírus de pico ocorresse (usualmente 7 a 9 dias pós-infecção). Antes de transfecção, as células CEMx174 foram misturadas com as seguintes biomoléculas modificadas com azida: ácido 15-azidopentadecanoico (50-100 μM), ácido 12-azidododecanoico (50-100 μM), N-azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada (20-40 μM) e N-azidoacetil-D-mannosamina tetra- acetilada (20-40 μM).
[000165] As células infectadas foram coletadas a 12, 24, 72 horas e 14 dias. As células coletadas foram isoladas e submetidas à lise. Os lisatos de células foram, então, misturados com o reagente de detecção CLICK-IT, o alcino tetrametil-rodamina (TAMRA) e o kit CLICK-IT® Protein Reaction Buffer (Invitrogen, Carlsbad, CA). Amostras de lisatos celulares foram passadas sobre um gel unidimensional para monitorar alterações nas proteínas marcadas com azida ao longo do tempo (Figura 1).
[000166] Vírus marcado foi também obtido de células transfectadas. Mais especificamente, sobrenadantes contendo vírus foram coletados e o vírus foi purificado através de sacarose a 20%, conforme descrito anteriormente (Graham, D.R. et al., 2008, Proteomics 8: 4919-30). O vírus purificado foi, então, misturado com o reagente de detecção CLICK-IT®, alcino tetrametil-rodamina (TAMRA) e o kit CLICK-IT® Protein Reaction Buffer (Invitrogen, Carlsbad, CA). As amostras de vírus foram passadas sobre um gel unidimensional para revelar proteínas virais marcadas com azida (Figura 2). Os níveis de vírus foram normalizados pelo teor de p24 e através de eletroforese em gel unidimensional.
[000167] Nenhum efeito aparente de replicação aguda ou crônica de HIV sobre modificações de proteínas celulares do hospedeiro foi observado (Figura 1, comparar marcação com controles). As biomoléculas modificadas com azida, contudo, não marcam proteínas virais e permitem sua detecção nos pesos moleculares esperados para proteínas virais de HIV: 55 KDa (gag - miristoilada); 41 kDa (gp41 - palmitoilada) e 120 kDa (gp120 - N-glicosilada) a 14 dias em células cronicamente infectadas (Figura 1). EXEMPLO 2: Inibição de Infectividade de HIV
[000168] Para examinar o efeito das biomoléculas modificadas com azida sobre a biologia inata do vírus, o vírus marcado com azida das células transfectadas foi isolado e testado em estudos de infecção de células. HIV não marcado, em uma concentração 100 vezes menor do que as amostras de teste, foi usado como controle. As cargas virais foram normalizadas para a abundância de p24 e os vírus incubados durante 12 horas com uma linhagem de células repórter (TZM/BI). TZM/BI é uma linhagem de células HeLa geneticamente manipulada que expressa CD4, CXCR4 e CCR5 e contém os genes repórter β-Gal e luciferase induzíveis por Tat. A infectividade viral foi determinada medindo-se as atividades de luciferase celular com dois diferentes reagentes de luciferase. Os resultados, usando um sistema de replicação de ciclo único, mostraram que o vírus marcado com as biomoléculas modificadas com azida, em particular ácido 12- azidododecanoico e, em menor extensão, ácido 15- azidopentadecanoico e N-azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada, teve um profundo impacto sobre a infectividade do vírus (Figuras 3 e 4). O nível de inibição de entrada viral observado era comparável com o nível de inibição observado em células pré-tratadas com um agente antiretroviral, tal como um inibidor de fusão ou de um análogo de nucleosídeo.
EXEMPLO 3: Perfil de Toxicidade
[000169] Pouca ou nenhuma toxicidade foi observada com estes biomoléculas modificadas com azida em várias linhagens de células eucariotas, o que sugere que estes compostos têm um perfil de toxicidade mínima e sustentando seu uso em um ambiente terapêutico. EXEMPLO 4: Inibição de Infectividade por Baculovírus em Célula de Inseto Inibição de infectividade por baculovírus em célula de inseto com análogos de ácido graxo: O sistema BacMam usa um vírus de célula de inseto modificado (baculovírus) como um veículo para distribuir e expressar eficazmente genes em células de mamíferos. Um sistema de expressão BacMam 2.0 Nuclear-GFP (Invitrogen, C10602) foi usado como um modelo para determinar se marcação com análogo de PTM do vírus afetaria a infectividade de células de mamíferos. Os vírus foram marcadas com vários análogos de PTM e usados para infectar células de mamífero. A infectividade foi determinada pela expressão de nuclear-GFP, uma vez que a entrada do vírus na célula é necessária para a expressão da proteína GFP.
[000170] Marcação e amplificação de Vírus BacMam 2.0 Nuclear- GFP: Para marcar, amplificar e enriquecer vírus BacMam com análogos de modificação pós-traducional (Post Translational Modification - PTM) com azida/alcino, 20 ml de células de inseto Sf9 em uma concentração de 1,5E6 células/ml em meio de células de inseto Sf-900 II SFM foram infectadas com BacMam 2.0 Nuclear-GFP em uma multiplicidade de infecção (Multiplicity Of Infection - MOI) de 0,1 vírus/célula. Vários análogos de PTM, incluindo azida de ácido palmítico (ácido 15- azidopentadecanoico) (Invitrogen, C10265), azida de ácido mirístico (ácido 12-azidododecanoico) (Invitrogen, C10268), alcino fucose (Invitrogen, C10264), ManNAz (N-azidoacetil-D-manosamina tetra- acetilada) (Invitrogen, C33366) e GalNAz (N-azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada) (Invitrogen, C33365), em DMSO ou etanol a 100%, foram adicionados às células de inseto ao mesmo tempo até uma concentração final de 50 μM. As culturas foram agitadas (120 rpm) no escuro a 27°C durante 4 dias. Os baculovírus BacMam foram coletados por meio de centrifugação a 1000 x g, durante 15 minutos. Os sobrenadantes resultantes foram filtrados através de um filtro estéril de 0,22 μm em frascos cônicos estéreis âmbar de 50 ml separados e armazenados a 4°C.
[000171] Caracterização de produção de vírus BacMam: Para verificar, quantificar e normalizar a quantidade de vírus enriquecidos obtidos a partir de sobrenadantes de células de inseto, amostras de cada vírus foram submetidas à lise em tampão de preparo de amostra de SDS (SPB), sonicadas com um sonicador com ponta de sonda e aquecidas a 90°C para dissolver completamente as proteínas virais. As concentrações de proteína dos lisatos virais foram, então, determinadas. Amostras de lisatos virais foram separadas por meio de SDS-PAGE 1D e, então, analisadas através de Western blot usando anticorpos contra as proteínas virais específicas gp64 [eBiosciences, anticorpo monoclonal de camundongo, 14-69995-85) e VSV-G (Sigma, anticorpo policlonal de coelho, V4888)]. As concentrações relativas de vírus obtidas a partir de análise de proteína e Western blotting foram usadas para normalizar a adição de vírus em subsequentes experimentos de transdução viral.
[000172] Protocolo de infecção de célula de mamífero: Para determinar se os vírus marcados com análogo PTM mantêm a capacidade de infectar células de mamífero, 50.000 células U2-OS (linhagem de células de osteosarcoma humano) foram colocadas em uma lâmina de vidro de fundo redondo com 6 câmaras. 20 ou 50 μL de vírus enriquecido foram adicionados em um volume final de 2 ml de meio + soro (McCoy's + FBS a 10%). As lâminas foram, então, incubadas durante a noite a 37°C em 5% de CO2. Em seguida, as células foram fotografadas em um microscópio de fluorescência AMG EVOS em uma ampliação de 10X ou 20X usando luz branca e filtros GFP (FIGURA 5).
[000173] Para determinar o efeito de incorporação de análogo PTM sobre a capacidade do BacMam de entrar em células de mamífero, um construto de BacMan que expressa GFP nuclear foi usado. Como o vírus BacMam se reproduz em células de inseto, mas não em células de mamífero, vírus marcados com análogo de ácido graxo e açúcar foram produzidos em células de inseto SF9 e os vírus marcados foram, então, usados para determinar a infectividade de células U2-OS (linhagem de células de osteosarcoma humano). Expressão GFP nuclear em células U2-OS só pode ocorrer se o vírus é capaz de entrar na célula. Os painéis da Figura 5 mostram imagens de fase (parte inferior dos painéis) e imagens fluorescentes de GFP (parte superior dos painéis) de células U2-OS infectadas com vírus BacMam marcados com análogo de PTM. Nestes painéis, células tratadas com vírus marcados com miristato-azida e palmitato-azida não mostram expressão de GFP nuclear, enquanto que células de controle (sem vírus) e células tratadas com vírus marcados com açúcar mostram expressão significativa de GFP nuclear.

Claims (19)

1. Composição farmacêutica, caracterizada pelo fato de que compreende um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida, um lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos e um excipiente farmaceuticamente aceitável, em que o ácido graxo é um que é capaz de se ligar direta ou indiretamente à proteína através de uma reação de palmitoilação em uma célula e é um ácido graxo insaturado tendo uma cadeia de hidrocarboneto com 14 a 24 átomos de carbono ou um ácido graxo saturado selecionado de um grupo que consiste em ácido palmítico, ácido pentadecanóico, ácido esteárico, e ácido araquídico; em que o carboidrato é um que é capaz de se ligar direta ou indiretamente a uma proteína através de uma reação de glicosilação na célula; e em que o lipídio isoprenoide é um que é capaz de se ligar à proteína através de uma reação de prenilação na célula.
2. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o ácido graxo modificado com azida é ácido 15-azidopentadecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
3. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o ácido graxo modificado com azida é ácido 12-azidododecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
4. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que ainda compreende um agente antiviral.
5. Composição de acordo com a reivindicação 4, caracterizada pelo fato de que o agente antiviral é selecionado de um inibidor de transcriptase reversa, um inibidor de protease viral, um inibidor de fusão viral, um inibidor de integrase viral, um inibidor de glicosidase, um inibidor de neuraminidase viral, um inibidor de proteína M2, uma anfotericina B, hidroxiureia, α-interferon, β-interferon, Y— interferon e um oligonucleotídeo antissenso.
6. Composição de acordo com a reivindicação 5, caracterizada pelo fato de que o inibidor de transcriptase reversa é selecionado do grupo que consiste em zidovudina (AZT), didanosina (ddI), zalcitabina (ddC), ddA, estavudina (d4T), lamivudina (3TC), abacavir (ABC), entricitabina ( FTC), entecavir (INN), Apricitabina (ATC), Atevirapina, ribavirina, aciclovir, famciclovir, valaciclovir, ganciclovir, Tenofovir, valganciclovir, adefovir, PMPA, cidofovir, efavirenz, nevirapina, delavirdina e etravirina; em que o inibidor de protease viral é selecionado do grupo que consiste em tipranavir, darunavir, indinavir, lopinavir, fosamprenavir, atazanavir, saquinavir, ritonavir, indinavir, nelfinavir e amprenavir; em que o inibidor de fusão viral é selecionado do grupo que consiste em um antagonista de CD4, um antagonista de CCR5, um antagonista de CXCR4 e enfuvirtida; em que o inibidor de integrase viral é raltegravir; em que o inibidor de glicosidase é selecionado do grupo que consiste em SC-48334 e MDL-28574; em que o inibidor de neuraminidase viral é selecionado do grupo que consiste em oseltamivir, peramivir, zanamivir e laninamivir; e em que o inibidor de proteína M2 é selecionado do grupo que consiste em amantadina e rimantidina.
7. Composição de acordo com a reivindicação 5, caracterizada pelo fato de que ainda compreende um agente para distribuição do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida, do lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos a uma célula.
8. Composição de acordo com a reivindicação 7, caracterizada pelo fato de que o agente para distribuição do ácido graxo modificado com azida, do carboidrato modificado com azida, do lipídio de isoprenoide modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos a uma célula é um lipossoma.
9. Uso de um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos, caracterizado pelo fato de ser na preparação de um medicamento para tratar um indivíduo infectado com um vírus de planta, inseto ou animal e que precisa de tratamento para a infecção, em que o ácido graxo é um que é capaz de se ligar direta ou indiretamente à proteína através de uma reação de palmitoilação em uma célula e é um ácido graxo insaturado tendo uma cadeia de hidrocarboneto com 14 a 24 átomos de carbono ou um ácido graxo saturado selecionado de um grupo que consiste em ácido palmítico, ácido pentadecanóico, ácido esteárico, e ácido araquídico; e em que o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada.
10. Uso de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o ácido graxo modificado com azida é ácido 15- azidopentadecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
11. Uso de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o ácido graxo modificado com azida é ácido 12- azidododecanoico ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
12. Uso de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o vírus é um vírus de animal não humano ou um vírus de animal humano.
13. Uso de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o vírus é um vírus de planta.
14. Uso de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o vírus é um vírus de inseto.
15. Uso de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que o vírus de animal humano é um adenovírus, um astrovírus, um hepadnavírus, um herpesvírus, um papovavírus, um poxvírus, uma arenavírus, um Bunyavírus, um calcivírus, um coronavírus, um filovírus, um flavivírus, um ortomixovírus, um paramixovírus, um picornavírus, um reovírus, um retrovírus, um Rabdovírus ou um togavírus.
16. Uso de acordo com a reivindicação 15, caracterizado pelo fato de que o retrovírus é um vírus da imunodeficiência humana ou um vírus T-linfotrópico humano.
17. Uso de acordo com a reivindicação 16, caracterizado pelo fato de que o retrovírus é o vírus da imunodeficiência humana, HIV- 1.
18. Uso de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o indivíduo é um animal humano.
19. Método in vitro para inibir a infectividade de um vírus, caracterizado pelo fato de que compreende contactar uma célula infectada com o vírus com um ácido graxo modificado com azida, um carboidrato modificado com azida ou sal farmaceuticamente aceitável dos mesmos em uma quantidade eficaz para inibir a infectividade do vírus, em que o ácido graxo é um que é capaz de se ligar direta ou indiretamente à proteína através de uma reação de palmitoilação em uma célula e é um ácido graxo insaturado tendo uma cadeia de hidrocarboneto com 14 a 24 átomos de carbono ou um ácido graxo saturado selecionado de um grupo que consiste em ácido palmítico, ácido pentadecanóico, ácido esteárico, e ácido araquídico; e em que o carboidrato modificado com azida é N- azidoacetilgalactosamina tetra-acetilada.
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