BR102022010287A2 - Peptídeos sintéticos, método e kit de diagnóstico da rubéola, e uso - Google Patents

Peptídeos sintéticos, método e kit de diagnóstico da rubéola, e uso Download PDF

Info

Publication number
BR102022010287A2
BR102022010287A2 BR102022010287-2A BR102022010287A BR102022010287A2 BR 102022010287 A2 BR102022010287 A2 BR 102022010287A2 BR 102022010287 A BR102022010287 A BR 102022010287A BR 102022010287 A2 BR102022010287 A2 BR 102022010287A2
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
rubella
protein
enzyme
marker
diagnosing
Prior art date
Application number
BR102022010287-2A
Other languages
English (en)
Inventor
Alexsandro Sobreira Galdino
Jonatas Oliveira Da Silva
Michelli Dos Santos
Mariana Teixeira Faria
Isadora Braga Gandra
Juliana Martins Machado
Laís Moreira Nogueira
Reysla Maria Da Silveira Mariano
Mariana Campos Da Paz Lopes Galdino
Original Assignee
Universidade Federal De São João Del Rei
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Universidade Federal De São João Del Rei filed Critical Universidade Federal De São João Del Rei
Priority to BR102022010287-2A priority Critical patent/BR102022010287A2/pt
Publication of BR102022010287A2 publication Critical patent/BR102022010287A2/pt

Links

Landscapes

  • Medicines Containing Antibodies Or Antigens For Use As Internal Diagnostic Agents (AREA)
  • Peptides Or Proteins (AREA)
  • Micro-Organisms Or Cultivation Processes Thereof (AREA)

Abstract

PEPTÍDEOS SINTÉTICOS, MÉTODO E KIT DE DIAGNÓSTICO DA RUBÉOLA, E USO. A presente tecnologia refere-se à área de biotecnologia. Trata-se de dois peptídeos reativos com soros de humanos infectados com vírus da rubéola, além de um método e kit para o diagnóstico da rubéola, que utilizam como antígenos os dois peptídeos sob a forma sintética ou recombinante, isolados ou associados. Além disso, os peptídeos podem ter potencial de serem usados para produção de anticorpos e vacinas.

Description

CAMPO TÉCNICO DA INVENÇÃO
[01] A presente tecnologia refere-se a área de biotecnologia. Trata-se de dois peptídeos reativos com soros de humanos infectados com vírus da rubéola, além de um método e kit para o diagnóstico da rubéola, que utilizam como antígenos os dois peptídeos sob a forma sintética ou recombinante, isolados ou associados. Além disso, os peptídeos podem ter potencial de serem usados para produção de anticorpos e vacinas.
ESTADO DA TÉCNICA
[02] A rubéola, também chamada de “sarampo alemão”, é uma doença causada por um vírus da família Togaviridae, gênero Rubivirus. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa pela via respiratória e pode causar febre moderada e doença exantemática em crianças e adultos. A erupção começa no rosto e pescoço e progride para o corpo, com tempo médio de duração de 1 a 3 dias. Quando uma pessoa é infectada, o vírus se espalha por todo o corpo em cerca de 5 a 7 dias. Os sintomas geralmente aparecem 2 a 3 semanas após a exposição. O período mais infeccioso costuma ser de 1 a 5 dias após o surgimento da erupção cutânea.
[03] Outra forma de infecção pelo vírus da rubéola, consiste na infecção durante a gravidez, principalmente no primeiro trimestre, em que pode levar a ocorrência de abortos espontâneos, morte fetal e a síndrome da rubéola congênita (SRC), que é responsável por malformações congênitas. Crianças afetadas pela SRC podem apresentar deficiências auditivas, problemas oculares e cardíacos, bem como outras incapacidades, tais como: autismo, diabetes mellitus, disfunções na tireoide, esofágicos, gastrointestinais e urogenitais dentre outros.
[04] A doença foi erradicada de muitos países, abrangendo o Brasil, no entanto o continente africano, a arábia, grande parte dos países asiáticos e oceania, são endêmicos para a doença. O Yemen é o país com a mais alta taxa de incidência de rubéola por milhões de pessoas por ano. Estima-se que, entre os anos de 2018 a 2021 foram reportados 79.651 casos de rubéola em todo o mundo, sendo que existe uma grande maioria de casos que não são devidamente diagnosticados e reportados pelos órgãos competentes. (WHO. Global Measles and Rubella Monthly Update. Disponível em: <https://www.who.int/teams/immunization-vaccines-and-biologicals/immunization-analysis-and- insights/surveillance/monitoring/provisional-monthly-measles-and-rubella-data> Acesso: março/2022).
[05] Com o intuito de evitar a transmissão do vírus e realizar o controle da rubéola, estratégias preventivas são aplicadas, compreendendo a implementação da vacinação e o diagnóstico precoce. O diagnóstico clínico da rubéola é muitas vezes difícil, pois, os sintomas se assemelham ao de outras doenças exantemáticas, por isso, o diagnóstico laboratorial se torna uma ferramenta essencial para o rastreamento e identificação da infecção através de análises sorológicas. A presença de anticorpos IgM específicos de rubéola podem indicar a presença de infecção aguda e desaparecem após 4 a 5 semanas após o primeiro contato com o vírus. A soroconversão pode ser sugestiva de infecção aguda. Ensaios de avidez, usando IgG, têm sido empregados para confirmar ou excluir uma infecção primária.
[06] Dentre os métodos com potencial magnitude para diagnóstico mais preciso da infecção por vírus da rubéola, encontra-se os testes imunoenzimáticos, destacando-se o ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA), que apresenta vantagens como elevada sensibilidade, possibilidade de automação, capacidade de fornecer resultados quantitativos, abrindo perspectivas para utilização em estudos de ensaios de campo. Mulheres em idade fértil e grávidas devem ser rastreadas para anticorpos IgG contra a rubéola na primeira consulta e testadas para IgM em casos de erupções cutâneas no início da gravidez. Mulheres que apresentaram anticorpos IgG negativos, na primeira visita, devem ser testadas novamente se o feto tiver menos que 16 semanas, com o intuito de se excluir infecções intercorrentes. Mulheres soronegativas devem ser vacinadas no pós- parto.
[07] Em casos suspeitos de SRC, o diagnóstico sorológico pode ser feito primeiro testando a presença de IgG no cordão umbilical. Anticorpo IgM é um indicador confiável de infecção congênita, entretanto, alguns recém-nascidos podem não ter níveis detectáveis de IgM específicos para rubéola. Outra abordagem, consiste em monitorar os níveis de IgG na criança ao longo do tempo de vida, uma vez que os anticorpos maternos possuem meia-vida de 30 dias em média. A persistência de anticorpos IgG após 6 a 12 meses de idade do feto é um indicativo de infecção intra-uterina com o vírus da rubéola
[08] A infecção por vírus da rubéola pode ser evitada através do uso de vacina, tendo como objetivo principal dos programas de controle a prevenção da doença em mulheres grávidas e mulheres suscetíveis em idade fértil. Contudo, a baixa cobertura vacinal tem colocado em risco a reincidência de rubéola bem como a importação do vírus de áreas ainda não erradicadas. Estima-se que 100.000 casos de síndrome da rubéola congênita sejam relatados anualmente em todo mundo. (Rubella—fact sheet (updated March 2017). Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs367/en/>. Acesso: setembro de 2021).
[09] Perante a gravidade da doença, principalmente devido a teratogenicidade do vírus, e a baixa cobertura vacinal, ensaios laboratoriais que apoiam o monitoramento da rubéola e da SRC em programas de controle e eliminação se tornam essenciais. Portanto, a busca por um método de monitoramento e controle da rubéola com elevada confiabilidade, tem conduzido à investigação de antígenos promissores para a utilização no imunodiagnóstico. Um dos maiores entraves no desenvolvimento de testes de diagnóstico com alta sensibilidade e especificidade é a triagem de antígenos com potencial a baixo custo, visto que visto que alguns fatores podem influenciar na seleção de um antígeno candidato ao diagnóstico, tais como a simplicidade de obtenção e produtividade, alta estabilidade em condições de estocagem, capacidade antigênica e possibilidade de uso em métodos sorológicos acessíveis e simples.
[010] Atualmente, os antígenos utilizados em ensaios sorológicos podem ser preparados por concentração das partículas virais obtidos a partir de culturas de células infectadas e empregados como um mix de antígeno bruto, no entanto, este tipo de preparação antigênica exibe uma variação muito grande, e, uma cuidadosa padronização é necessária antes do uso. Uma alternativa para esse gargalo seria a síntese química de antígenos sintéticos, no entanto o processo de síntese química do antígeno apresenta elevado custo e, conseguentemente, o encarecimento do kit de diagnóstico para o consumidor final.
[011] Mediante à necessidade de investigação de novos candidatos que possam propiciar um diagnóstico com elevada sensibilidade e especificidade, na presente invenção, foi selecionado um epítopo reconhecidamente antigênico para Rubéola, a partir de proteína comprovadamente promissora ao diagnóstico da Rubéola, E1 e sintetizado dois peptídeos para a investigação de novos antígenos que possam ser empregados no diagnóstico da rubéola.
[012] Estudos vêm demonstrando que o desenvolvimento de anticorpos IgG específicos para rubéola, gerados a partir da glicoproteína E1, constituem a resposta imunogênica dominante em indivíduos infectados com o vírus ou em resposta a vacinação, isso porque a maioria dos epítopos neutralizantes do vírus da rubéola estão localizados na glicoproteína E1 (NEDELJKOVIC, Jasminka et al. Immunoblot analysis of natural and vaccine-induced IgG responses to rubella virus proteins expressed in insect cells. Journal of clinical virology, v. 14, n. 2, p. 119-131, 1999). Nesse âmbito, esta proteína foi selecionada para a triagem de um epítopo.
[013] Por meio do epítopo selecionado, na presente invenção, foram sintetizados dois peptídeos, peptídeo 1 e peptídeo 2, sendo que o peptídeo 1 compreende a sequência de aminoácidos do epítopo selecionado (Tabela 1) e o peptídeo 2 a repetição (duas vezes) da sequência de aminoácidos do epítopo selecionado. Pelo fato destes peptídeos 1 e 2, descritos na presente invenção, terem sido triados a partir de proteína já comprovadamente promissoras ao diagnóstico da rubéola, a probabilidade de demonstrarem-se potenciais candidatos ao diagnóstico de indivíduos infectados com vírus da rubéola, poderia ser aumentada. Tabela 1. Epítopo selecionado a partir de proteína comprovadamente promissora ao diagnóstico da rubéola
[014] Nesse contexto, salienta-se que são vários os exemplos de tecnologias que são desenvolvidas para diagnóstico e elaboração de vacinas contra o vírus da rubéola, baseado no uso de proteínas do virus estruturais e não-estruturais, na forma recombinante ou produzidas sinteticamente (não recombinante).
[015] Por exemplo, a patente CN101781360 descreve o uso de uma proteína recombinante formada por partes da proteína E1 e do fragmento C para diagnóstico de IgG rubéola. Esta invenção se difere da proposta da presente invenção, por utilizar uma proteína maior, contendo além da proteína E1, partes do fragmento C. Já na tecnologia EP0299673, os autores descrevem a utilização de uma porção da proteína E1 na forma recombinante, que contém pelo menos 3 sítios de epitopos, e que esta pode ser utilizada para diagnóstico e vacina para rubéola. Os autores também relatam que esta proteína mostrou uma boa especificidade para anticorpos IgG humano. Esta invenção difere da proposta da presente invenção por utilizar uma proteína recombinante maior do que a da presente invenção e com regiões antigênicas diferentes. Além disso, a proposta da presente invenção usa apenas um pequeno epítopo da proteína E1 de forma fusionada para aumentar a sensibilidade do teste.
[016] As tecnologias WO9403490, US5298596 e US6180758 construíram proteínas ou peptídeos sintéticos que relatam as suas aplicações para diagnóstico ou vacina de rubéola, seja na forma isolada ou em conjunto com outros peptídeos e proteínas. Por exemplo, a patente WO9403490 - descreve sobre o uso de peptídeos lineares ou cíclicos da proteína E1 e E2 do vírus da rubéola e sua utilização para diagnóstico e vacina de rubéola. A tecnologia US5298596 descreve a utilização de peptídeos, como por exemplo, o BCH-140, BCH-178 e BCH-139 e sua capacidade de detector e elicitor anticorpos contra o vírus da rubéola. Por sua vez, a patente US6180758 descreve o uso de peptídeos sintéticos derivados de proteínas estruturais como E1, E2 e C do vírus da rubéola e que estas podem ser utilizadas para o tratamento da rubéola. As patentes descritas anteriormente (WO9403490, US5298596 e US6180758), apesar de utilizarem peptídeos ou proteínas sintéticas para diagnóstico e vacina de rubéola, são completamente diferentes da presente invenção. Isso porque a proposta desse pedido de patente, contém apenas um peptídeo sintético muito pequeno, que é conservado em diferentes sorotipos virais da rubéola e que foi fusionado em mais de uma cópia para dar sensibilidade ao teste. A especificidade já é garantida uma vez que esse fragmento não possui similaridade com outras espécies filogeneticamente relacionadas.
[017] A presente tecnologia refere-se a 2 (dois) peptídeos reativos com soros de humanos infectados com vírus da rubéola, além de um método e kit para o diagnóstico da rubéola, que utilizam como antígenos os 2 peptídeos sob a forma sintética ou recombinante, isolados ou associados.
[018] No estado da técnica não foi encontrada nenhuma tecnologia para o diagnóstico da rubéola que compreenda o uso dos dois peptídeos conforme é descritos na presente invenção. Por meio dos ensaios de ELISA, foi verificado que os dois peptídeos separados ou combinados são capazes de serem reconhecidos por anticorpos presentes no soro de indivíduos com rubéola e de discriminar entre amostra positiva e negativa. Logo, podem representar potenciais candidatos ao diagnóstico da doença. A presente invenção também favorece o uso de tecnologia nacional, e permite a redução de custos de empresas de diagnósticos, uma vez que, a maior parte dos reativos de ensaios em diagnóstico de rubéola são importados.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[019] Figura 1: ELISA in-house da combinação dos peptídeos 1 (rP1) e 2 (rP2). O ensaio de ELISA foi realizado utilizando amostra de dois pacientes positivos para rubéola e dois soros negativos, na microplaca Costar. A placa foi sensibilizada com uma combinação dos peptídeos na quantidades de 250 ng (1. rP1 250 ng + rP2 250 ng) a 4°C/16-18 horas. Posteriormente, a placa foi bloqueada com leite em pó desnatado 5% a 37°C/1 hora e incubada com o soro positivo e negativo diluído 1:40 à 37°C/1 hora e anticorpo anti-IgG humano diluído 1:5.000 a 37°C/1 hora. A revelação foi feita com TMB por 30 minutos e parada com ácido sulfúrico 0,2M. A leitura foi realizada a 450nm. Os * denotam diferença significativa com todos os soros positivos, ao nível de 95% de significância.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA TECNOLOGIA
[020] A presente tecnologia refere-se ao uso de 2 (dois) peptídeos reativos com soros de humanos infectados com vírus da rubéola, além de um método e kit para o diagnóstico da rubéola, que utiliza como antígenos os 2 peptídeos sob a forma sintética ou recombinante, isolados ou associados.
[021] Mais especificamente, a presente invenção trata dos peptídeos definidos pelas SEQ ID No. 1 e 2, sintetizados quimicamente e o do uso dos peptídeos sintéticos para o diagnóstico e/ou kits para diagnóstico da rubéola.
[022] O método proposto para o diagnóstico da rubéola compreende as seguintes etapas: a) exposição de uma amostra contendo anticorpos específicos para pelo menos um dos peptídeos definidos pelas sequências de aminoácidos SEQ ID No.1 e 2 descritos na presente tecnologia, estando estes peptídeos ligados a um suporte sólido ou a um carreador; b) adição de um anticorpo secundário ou uma proteína, que estejam conjugados a uma enzima ou a um marcador e que se liguem aos anticorpos da amostra da etapa (a) supracitada; c) detecção dos anticorpos específicos para rubéola na amostra citada na etapa (a), utilizando-se reagentes capazes de detectar a enzima ou o marcador citados na etapa (b).
[023] Na etapa “a”, as amostras utilizadas são selecionadas do grupo compreendendo sangue, soro, plasma e/ou outro fluído corporal.
[024] Na etapa “b”, o anticorpo secundário pode ser as imunoglobulinas IgG, IgM, IgA, IgE ou respectivas subclasses; a proteína pode ser a Proteína A e/ou a Proteína G; e a enzima que está conjugada ao anticorpo secundário ou à proteína é selecionada do grupo abrangendo peroxidase, fosfatase alcalina, betagalactosidase, urease, xantina oxidase, glicose oxidase e penicilinase. Por outro lado, o marcador é selecionado do grupo compreendendo enzimas, radioisótopos, biotina, cromóforos, fluoróforos e quimioluminescentes.
[025] Por fim, na etapa “c”, o reagente para detectar a enzima ou o marcador é selecionado do grupo abrangendo qualquer substrato cromógeno que seja reconhecido por alguma das enzimas ou algum dos marcadores mencionados acima.
[026] O kit para o diagnóstico da rubéola compreende as seguintes etapas: a) suporte sólido tratado como grupamentos químicos que podem refletir em baixa ou alta adsorção de antígenos de interesse ou carreador contendo pelo menos um dos 2 (dois) peptídeos sintéticos definidos pelas sequências de aminoácidos SEQ ID No1 e 2; b) anticorpo secundário monoclonal ou policlonal ou uma proteína, conjugados a uma enzima peroxidase ou fosfatase alcalina ou a um outro marcador, c) o reagente para detectar a enzima ou o marcador podendo ser colorimetrico como TMB, luminol ou outro revelador .
[027] O suporte sólido mencionado no item “a” pode ser escolhido do grupo de materiais compreendendo nitrocelulose, nylon, látex, polipropileno e/ou poliestireno. De preferência, deve consistir em placas de microtitulação de 96 poços, tubos, esferas ou papéis de nitrocelulose e/ou nylon.
[028] O anticorpo secundário mencionado no item “b” pode compreender IgG, IgM, IgA, IgE e/ou suas respectivas subclasses e a proteína pode ser a proteína A e/ou proteína G.
[029] Para os itens “b” e “c”, a enzima que está conjugada ao anticorpo secundário ou proteína pode ser selecionada do grupo incluindo peroxidase, fosfatase alcalina, beta-galactosidase, urease, xantina oxidase, glicose oxidase e penicilinase. Em relação ao marcador, pode ser selecionado do grupo incluindo enzimas, radioisótopos, biotina, cromóforos, fluoróforos e compostos quimioluminescentes.
[030] Por fim, no ítem “c”, o reagente para detectar a enzima ou o marcador mencionado pode ser selecionado do grupo incluindo substratos cromógenos que sejam reconhecidos por alguma das enzimas ou algum dos marcadores mencionados acima.
[031] Os peptídeos sintéticos podem ser utilizados para o diagnóstico e/ou produção de kits para diagnóstico da rubéola.
[032] A presente invenção pode ser mais bem compreendida por meio dos exemplos que se seguem, não limitantes da tecnologia.
EXEMPLO 1. ELISA in-house
[033] ELISA in-house da padronização da quantidade dos peptídeos. A microplaca de ELISA (Costar - alta adsorção) foi sensibilizada adicionando as quantidades dos peptídeos rP1 e rP2 de 15.6, 31.3, 62.5, 125, 250 e 500 ng em 100μL de tampão de adsorção carbonato bicarbonato pH 9,6 em cada poço. As placas foram incubadas a 4°C durante 16-18 horas. Decorrido o tempo de sensibilização, as placas foram lavadas 5 vezes com 200 μL de tampão de lavagem PBST (PBS + 0,05% de Tween) em cada poço. Para a retirada do excesso do tampão de lavagem, as placas foram friccionadas sobre papel absorvente ao término da lavagem. Posteriormente, adicionou-se, em cada poço, 300 μL de solução bloqueio com leite em pó desnatado a 5% em PBST e as placas foram incubadas a 37°C por 1 hora. Decorrido o tempo de bloqueio, as placas foram lavadas 5 vezes com 300 μL de tampão de lavagem em cada poço. Para a retirada do restante do tampão de lavagem, as placas foram friccionadas sobre papel absorvente ao término da lavagem. Posteriormente, foram adicionados 100 μL dos soros, na diluição de 1:40 em solução bloqueio e, em seguida, as placas foram então incubadas a 37°C durante 1 horas. Decorrido o tempo de incubação com os soros, as placas foram novamente lavadas 5 vezes com 300 μL tampão de lavagem por poço. Em seguida, adicionou-se 100 μL do anticorpo secundário (anti- IgG conjugada com peroxidase) em cada poço, na diluição de 1:5.000 em PBST e as placas foram incubadas a 37°C por 1 hora. Decorrido o tempo, as placas foram lavadas 5 vezes com 300 μL tampão de lavagem por poço e, ao final da lavagem, as placas foram vertidas sobre papel absorvente para retirada do excesso de tampão. Por fim, 100 μL da solução reveladora (TMB) foram adicionados em cada poço e as placas foram incubadas por 30 minutos em temperatura ambiente, sob abrigo da luz. Decorrido o tempo de revelação, a reação foi parada pela adição de 100 μL de ácido sulfúrico 0,2 mol/L em cada poço. Em seguida, foi realizada a leitura das placas em leitor de ELISA em faixa de luz de 450nm.
EXEMPLO 2. ELISA in-house da combinação dos peptídeos
[034] A microplaca de ELISA (Costar - alta adsorção) foi sensibilizada com a combinação dos peptídeos (rP1 e rP2) nas quantidades de 250 ng (1. rP1 250ng + rP2 250 ng) em 100μL de tampão de adsorção carbonato bicarbonato pH 9,6 em cada poço. A placa foi incubada a 4°C durante 16-18 horas. Decorrido o tempo de sensibilização, a placa foi lavada 5 vezes com 200 μL de tampão de lavagem PBST (PBS + 0,05% de Tween) em cada poço. Para a retirada do restante do tampão de lavagem, a placa foi friccionada sobre papel absorvente ao término da lavagem. Posteriormente, adicionou-se, em cada poço, 300 μL de solução bloqueio com leite em pó desnatado a 5% em PBST e a placa foi incubada a 37°C por 1 hora. Decorrido o tempo de bloqueio, a placa foi lavada 5 vezes com 300 μL de tampão de lavagem em cada poço. Para a retirada do restante do tampão de lavagem, a placa foi friccionada sobre papel absorvente ao término da lavagem. Em seguida, foram adicionados 100 μL dos soros positivos e negativo, na diluição de 1:40 em solução bloqueio e a placa foi então incubada a 37°C durante 1 horas. Decorrido o tempo de incubação com os soros, a placa foi novamente lavada 5 vezes com 300 μL tampão de lavagem por poço. Em seguida, adicionou-se 100 μL do anticorpo secundário (anti- IgG conjugada com peroxidase) em cada poço, na diluição de 1:5.000 em PBST e a placa foi incubada a 37°C por 1 hora. Decorrido o tempo, a placa foi lavada 5 vezes com 300 μL tampão de lavagem por poço e, ao final da lavagem, a placa foi vertida sobre papel absorvente para retirada do excesso de tampão. Por fim, 100 μL da solução reveladora (TMB) foram adicionados em cada poço e a placa foi incubada por 30 minutos em temperatura ambiente, sob abrigo da luz. Decorrido o tempo de revelação, a reação foi parada pela adição de 100 μL de ácido sulfúrico 0,2 mol/L em cada poço. Em seguida, foi realizada a leitura da placa em leitor de ELISA em faixa de luz de 450nm. O resultado do ELISA é mostrado na figura 1.
[035] De acordo com os resultados dos ensaios de ELISA mostrados na figura 1, foi possível verificar que rP1 e rP2 foram reconhecidos por anticorpos IgG específicos para rubéola presentes nos soros testados. A combinação de peptídeos apresenta uma diferença estatisticamente significativa entre soros negativos e positivos. Analisando os soros positivos, as amostras de soros positivo 1 e 2 obtiveram diferênças estatísticas significativa entre sí. Os soros negativo 1 e 2 não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre sí, no entanto, foram estatisticamente diferentes dos soros positivo ao nível de 95% de significância (p < 0,05).
[036] Para a combinação dos peptídeos 1 e 2, foi possível notar que utilizando a combinações dos peptídeos houve diferença estatística entre o reconhecimento dos peptídeos pelos anticorpos presentes no soro positivo em relação ao soro negativo.

Claims (10)

1. Peptídeos sintéticos definidos pelas SEQ ID No. 1 e 2, pelo uso em conjunto.
2. Método para diagnóstico da rubéola caracterizado por compreender as seguintes etapas: a) Exposição de uma amostra a pelo menos um dos peptídeos definidos pelas sequências de aminoácidos SEQ ID No 1 ou 2, estando tais peptídeos ligados a um suporte sólido ou carreador; b) Adição de um anticorpo secundário ou uma proteína que estejam conjugados a uma enzima ou a um marcador e que se liguem aos anticorpos da amostra da etapa (a); c) Detecção dos anticorpos específicos para a rubéola na amostra citada na etapa (a), utilizando-se reagentes capazes de detectar a enzima ou os marcadores citados na etapa (b).
3. Método para o diagnóstico da rubéola, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por utilizar amostras de sangue, soro, plasma e/ou outro fluido.
4. Método para o diagnóstico da rubéola, de acordo com as reivindicações 2 e 3, caracterizado pelo anticorpo secundário ser selecionado do grupo compreendendo IgG, IgM, IgA, IgE e/ou respectivas subclasses; pela proteína ser preferencialmente a Proteína A e/ou Proteína G; pela enzima ser selecionada do grupo compreendendo ser peroxidase, fosfatase alcalina, beta-galactosidase, uréase, xantina oxidase, glicose oxidase e penicinilase e pelo marcador ser selecionado do grupo compreendendo ser enzimas, radioisótopos, biotina, cromóforos, fluoróforos e compostos quimioluminescentes.
5. Método para o diagnóstico da rubéola, de acordo com as reivindicações 2 a 4 caracterizado pela detecção do anticorpo secundário ou proteína especificamente ligados aos anticorpos anti-vírus da rubéola ser feita utilizando reagentes selecionados do grupo compreendendo substratos cromógenos que sejam reconhecidos por alguma das enzimas dos marcadores da reivindicação 4.
6. Kit para diagnóstico da rubéola caracterizado por compreender: suporte sólido tratado como grupamentos químicos que podem refletir em baixa ou alta adsorção de antígenos de interesse ou carreador contendo pelo menos um dos peptídeos sintéticos definidos pelas sequências de aminoácidos SEQ No. 1 a 2; anticorpo secundário monoclonal ou policlonal ou uma proteína, conjugados a uma enzima, como peroxidase ou fosfatase alcalina ou a um outro marcador e reagente para detectar a enzima ou o marcador podendo ser colorimétrico como TMB, luminol ou outro revelador.
7. Kit para diagnóstico da rubéola, de acordo com a reivindicação 6 caracterizado pelo suporte ser selecionado do grupo de materiais compreendendo nitrocelulose, nylon, látex, polipropileno e/ou poliestireno. De preferência, deve consistir em placas de microtitulação de 96 poços, tubos, esferas ou papéis de nitrocelulose e/ou nylon.
8. Kit para diagnóstico da rubéola, de acordo com as reivindicações 6 e 7, , caracterizado pela enzima que está conjugada ao anticorpo secundário ou proteína poder ser selecionada do grupo incluindo peroxidase, fosfatase alcalina, beta-galactosidase, urease, xantina oxidase, glicose oxidase e penicilinase e o marcador ser selecionado do grupo incluindo enzimas, radioisótopos, biotina, cromóforos, fluoróforos e/ou quimioluminescentes.
9. Kit para diagnóstico da rubéola, de acordo com as reivindicações 6 a 8 caracterizado pelo reagente para detectar a enzima ou o marcador poder ser selecionado do grupo incluindo substratos cromógenos que sejam reconhecidos por alguma das enzimas ou algum dos marcadores.
10. Uso dos peptídeos sintéticos definidos na reivindicação 1, caracterizado por ser para o diagnóstico e/ou kits para diagnóstico da rubéola.
BR102022010287-2A 2022-05-26 2022-05-26 Peptídeos sintéticos, método e kit de diagnóstico da rubéola, e uso BR102022010287A2 (pt)

Priority Applications (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102022010287-2A BR102022010287A2 (pt) 2022-05-26 2022-05-26 Peptídeos sintéticos, método e kit de diagnóstico da rubéola, e uso

Applications Claiming Priority (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102022010287-2A BR102022010287A2 (pt) 2022-05-26 2022-05-26 Peptídeos sintéticos, método e kit de diagnóstico da rubéola, e uso

Publications (1)

Publication Number Publication Date
BR102022010287A2 true BR102022010287A2 (pt) 2023-11-28

Family

ID=89075959

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BR102022010287-2A BR102022010287A2 (pt) 2022-05-26 2022-05-26 Peptídeos sintéticos, método e kit de diagnóstico da rubéola, e uso

Country Status (1)

Country Link
BR (1) BR102022010287A2 (pt)

Similar Documents

Publication Publication Date Title
Clements et al. Serodiagnosis of Rocky Mountain spotted fever: comparison of IgM and IgG enzyme-linked immunosorbent assays and indirect fluorescent antibody test
ES2664173T3 (es) Ensayo para anticuerpos contra el virus jc
JPH03502241A (ja) ヒト血清におけるhiv抗原を検出する酵素免疫検定法
Knisley et al. Detection of rotavirus in stool specimens with monoclonal and polyclonal antibody-based assay systems
AU738964B2 (en) Bovine viral diarrhea virus serum antigen capture immunoassay
US20230358757A1 (en) Antigen for 2019 novel coronavirus and detection use thereof
Miotti et al. Comparative efficiency of commercial immunoassays for the diagnosis of rotavirus gastroenteritis during the course of infection
Tešija Kuna et al. Comparison of diagnostic accuracy for eight SARS-CoV-2 serological assays
US20210356464A1 (en) Serological assays for diagnosing or confirming covid-19 virus infections
CN112585468A (zh) 用于寨卡病毒免疫测定的方法和试剂
Pustowoit et al. Predictive value of serological tests in rubella virus infection during pregnancy
BR102022010287A2 (pt) Peptídeos sintéticos, método e kit de diagnóstico da rubéola, e uso
Gandhi et al. Enzyme linked protein-A: an ELISA for detection of amoebic antibody
WO2021221082A1 (ja) SARS-CoV-2由来ヌクレオカプシド断片および該断片を用いて抗SARS-CoV-2抗体を検出する方法およびキット
US20070026386A1 (en) Method for the detection of newly acquired hiv infection
PT811165E (pt) Deteccao da producao de anticorpos
BR102021007058B1 (pt) Diagnóstico da covid-19 utilizando antígeno peptídico sintético proveniente da proteína do nucleocapsídeo
Weissfeld et al. Comparison of several test systems used for determination of rubella immune status
Mansueto et al. Laboratory diagnosis of boutonneuse fever by enzyme-linked immunosorbent assay
Gupta et al. An enzyme immunoassay based micro-neutralization test for titration of antibodies to human cytomegalovirus (CMV) and its correlation with direct ELISA measuring CMV IgG antibodies
NATES et al. Immunoglobulin M antibody response to measles virus following natural virus infection, primary vaccination, and reexposure to the virus
Gosbell et al. An unexpected result in an evaluation of a serological test to detect syphilis
Safford et al. Evaluation of a rapid passive hemagglutination assay for anti‐rubella antibody: Comparison to hemagglutination inhibition and a vaccine challenge study
US20190227078A1 (en) Assay for anti-polyvinyl alcohol antibodies
BR102020024403B1 (pt) Antígenos peptídeos sintéticos para o diagnóstico do sars-cov-2

Legal Events

Date Code Title Description
B03A Publication of a patent application or of a certificate of addition of invention [chapter 3.1 patent gazette]