BR102021024294B1 - Estojo de munição e processo de fabricação de estojo de munição - Google Patents

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Vinicius Oliveira
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Abstract

estojo de munição e processo de fabricação de estojo de munição. a invenção refere-se a um estojo de munição (17) constituído por um corpo polimérico (1), dotado de um anel de fixação (2) e cabeça (3) com coroa (4), ambos fabricados em material metálico, fixados ao corpo polimérico (1) utilizando um dispositivo de fixação (15) e uma prensa (6), de modo que o estojo quando completo seja capaz de resistir as solicitações mecânicas provenientes dos fenômenos que ocorrem no momento do disparo. outro objetivo da invenção é um processo de fabricação do estojo de munição baseado no uso dos tratamentos de solubilização e envelhecimento de ligas de metálicas, de modo a possibilitar tanto a conformabilidade quanto a resistência mecânica necessária para a cabeça do estojo, com as seguintes etapas: (a) fabricação do corpo polimérico (1); (b) fabricação do anel de fixação externo (2) e do inserto de cabeça (3), (c) montagem do anel de fixação externo (2) no corpo polimérico (1); (d) montagem do inserto de cabeça (3) no corpo polimérico (1) e (e) conformação da coroa (4) do inserto de cabeça (3) no anel de fixação externo (2).

Description

CAMPO TÉCNICO DA INVENÇÃO
[01]. A invenção se insere no campo técnico de munições para armas de fogo, da indústria armamentista e metalúrgica, bem como nos campos da engenharia de materiais e engenharia química.
[02]. Mais especificamente, a presente invenção se refere a um estojo de munição construído em material polimérico e dotado de uma cabeça metálica, desenvolvido para possuir peso reduzido e assim facilitar seu transporte. Além disso, é proposto também um processo para fabricar a referida munição.
ESTADO DA TÉCNICA CONHECIDO
[03]. Estojos de munição construídos em materiais poliméricos são comumente utilizados em armamentos de diversos calibres, de forma automática, semiautomática ou ferrolhada. São indicados, por exemplo, para utilização em metralhadoras e rifles.
[04]. A motivação para a invenção baseia-se no fato que a redução de peso em armamentos, traz maior conforto para o usuário em situações de rendição, que envolvem a manutenção dos braços na posição estendida, apontando o armamento em direção a um indivíduo potencialmente perigoso, enquanto o usuário aguarda a chegada de reforços. Este conforto resulta em uma melhor segurança para o usuário, que deve ser então capaz de se manter em guarda por mais tempo, especialmente necessário quando o local é de difícil acesso aos reforços.
[05]. Outro benefício dos estojos poliméricos é o melhor aproveitamento logístico, uma vez que certos meios de entrega de armamentos possuem sérias restrições de peso no transporte, como furgões blindados em terrenos acidentados e íngremes, e aviões militares.
[06]. Com o surgimento dos materiais poliméricos no século XX, começaram a surgir armamentos construídos com materiais plásticos, como as consagradas pistolas semiautomáticas da fabricante austríaca Glock, que possuem armação fabricada em poliamida injetada, diminuindo o peso da arma descarregada de 970g (Beretta 9mm) para apenas 670g, uma redução de 30% do peso.
[07]. Entretanto, ainda que aperfeiçoamentos tenham sido feitos para reduzir o peso em armas de fogo, o esforço realizado para reduzir o peso de munições para estas armas ainda não obteve êxito em produzir uma solução robusta, confiável e financeiramente viável. Ainda que o peso individual desses tipos de munições seja de apenas 10 a 25 g para armamentos considerados leves, o peso acumula-se rapidamente quando considerado o fato que um carregador de munição possui cerca de 15 munições no caso de uma pistola, 30 no caso de fuzis e 100 para cofres do calibre .50BMG, por exemplo. Ainda, na ocasião de conflitos armados, torna-se necessário transportar toneladas de cartuchos para abastecer a infantaria, e cada grama economizado no peso de um cartucho individual, se traduz no abastecimento de suprimentos adicionais ao considerar- se o tamanho dos carregamentos envolvidos.
[08]. A falta de inovações no campo técnico de cartuchos para munições se deve às preocupações com segurança e confiabilidade envolvidas na elaboração de uma munição adequada, bem como os custos e produtividade de fabricação.
[09]. Não só um estojo deve manter segura a carga de propelente, impedindo a ignição acidental, como também deve ser capaz de suportar a montagem dos demais componentes que compõem a munição.
[10] . Além disso, deve também ser considerada a resistência mecânica do cartucho em resposta à ignição do propelente. Ainda que a munição seja um consumível, e os cartuchos muitas vezes não são reaproveitados, estes não podem se deformar ou se fragmentar após um disparo, uma vez que é necessário a ejeção do estojo vazio após um disparo, alimentando outra munição na câmara da arma e reiniciando o ciclo do disparo. Deformações ou fragmentos remanescentes do cartucho anterior podem causar emperramento da arma, tornando o usuário vulnerável até que este seja capaz de desemperrar a arma.
[11] . Tradicionalmente, o material utilizado para a produção de cartuchos é o latão, uma vez que este é capaz de se manter intacto após o disparo das munições, e também é resistente à corrosão, mantendo-se funcional mesmo após ser imerso ou armazenado em presença de umidade, essencial para as mais diversas condições de utilização.
[12] . A fabricação destes cartuchos se dá por processos de conformação automatizados, resultando em uma grande produtividade. Entretanto, esta modalidade de processo gera encruamento do latão utilizado, sendo necessárias etapas intercaladas de moldagem e tratamentos térmicos de recozimento.
[13] . Uma das alternativas propostas para a substituição do latão estampado para a produção de estojos é o uso do processo de injeção de plásticos, visando menor peso e custo de produção, além de maior produtividade. Este processo é conhecido na indústria por ser um dos mais eficientes para produção de componentes em larga escala, entretanto apresenta uma série de limitações quanto à geometria das peças possíveis de serem produzidas.
[14] . No processo de moldagem por injeção, peças com partes ocas inevitavelmente precisam de uma parte do molde, chamada de macho, para fazer a porção interna da cavidade da peça. Após a injeção esse macho precisa ser removido da peça, e para tal, deve ser utilizado um ângulo de extração no componente fabricado, como um cone dentro de outro, para que possa sair pela maior abertura da peça.
[15] . No caso de munições, a geometria do estojo é tal que, na extremidade dianteira desse cone é montado o projétil, e na extremidade posterior forma-se uma porção chamada de cabeça, onde no seu interior é montada uma espoleta (primer) para servir de mecanismo de ignição da pólvora armazenada no cartucho, através do impacto da agulha acionada pelo gatilho da arma. A cabeça também é por onde o usuário, ou o próprio armamento (no caso de armas automáticas e semiautomáticas), manipula o cartucho para inserir e remover o mesmo da câmara da arma.
[16] . Em razão destes requisitos geométricos, a forma mais simples de moldar um estojo por injeção é fazê-lo sem a cabeça, com o macho do molde de injeção entrando por esta abertura, e posteriormente montar uma cabeça no corpo injetado, devido às limitações desse processo de fabricação.
[17] . Para que a munição possa ser manipulada pelo armamento, é necessário que uma porção da cabeça do cartucho fique para fora do cano, para que o aro de cabeça possa ser acessado pelo ferrolho do armamento. Em razão dessa porção da cabeça da munição não estar suportada pelo cano, a mesma deve ter resistência mecânica para sozinha suportar a pressão da expansão dos gases. Desta forma, torna-se inviável confeccionar um estojo apenas de materiais poliméricos, sendo necessário que as munições poliméricas possuam a cabeça em material de maior resistência que o usado na porção do corpo.
[18] . Para contornar estas limitações, no estado da técnica existem dezenas de patentes que dispõem sobre formas de fixação entre cabeça e corpo, algumas usam engates por interferência, adesivos, outras estampam elementos de fixação e existem as que fazem engates tipo “Snap-fit”. As patentes que moldam a cabeça como inserto no processo de injeção não serão citadas, pois essa forma de fabricação não pode ser usada em um estojo com ombro e pescoço, pois o macho que forma a parte interna do estojo não poderá ser extraído da peça.
[19] . Como se verá adiante, as tecnologias atualmente existentes apresentam quatro problemas envolvendo a união entre o corpo do estojo polimérico e a cabeça metálica. O primeiro problema consiste na baixa de resistência mecânica na fixação entre essas duas partes do estojo munição, provendo um material com falhas na união dessas partes.
[20] . O segundo problema consiste na ineficiente vedação da câmara de combustão após a união do corpo do estojo com a cabeça metálica, permitindo mais facilmente que a pressão dos gases escape entre as peças e saia para a culatra do armamento. A vedação de pouca eficácia também permite a entrada de água, o que compromete a qualidade do produto pela elevação de umidade.
[21] . O terceiro problema que existe em munições do estado da técnica, chamado de “Crush Condition”, ocorre quando o retorno elástico do estojo é menor que o retorno elástico do cano da arma. O estojo acaba ficando preso pelo cano do armamento. Esse nome vem do fato do estojo ter aumentado de tamanho plasticamente com a expansão, e com o alívio de pressão acabe esmagado pelo cano ao retornar a dimensão original.
[22] . O quarto problema se refere à utilização de adesivos para acoplamento da cabeça no corpo do estojo de munição que, como se verá adiante na descrição das tecnologias do estado da técnica, reduz a resistência mecânica do produto, demanda aumento de etapas no processo de fabricação e danifica quimicamente o material.
[23] . De modo a melhor compreender os problemas citados, que são resolvidos pela presente invenção, as tecnologias atualmente existentes no estado da técnica serão descritas a seguir.
[24] . O documento US2021041213A1, por exemplo, revela engates do tipo Snap-Fit. No entanto, para viabilizar sua execução, o corpo do estojo precisa ser espesso e, consequentemente, não é possível extrair um macho de dentro da peça se esta for fina na região próxima ao pescoço e ombro, mas espessa abaixo onde os “dentes” do engate seriam moldados. Fazendo todo o corpo espesso como existe atualmente, se perde volume interno necessário para abrigar o propelente e aumenta o consumo de matéria prima.
[25] . O documento KR102255849 descreve uma munição que compreende um projétil, um estojo de corpo polimérico e uma cabeça metálica. Embora seja revelado o uso de um anel de fixação, esse anel é disposto internamente ao corpo do estojo (trata-se de um anel interno), apresentando como única função a fixação da cabeça metálica no estojo polimérico. Como consequência da concepção de um anel interno, a munição descrita nessa anterioridade apresenta como problema o “Crush Condition”, pois no momento do disparo o material polimérico do estojo escoa, sem retorno elástico, emperrando o cano interno do armamento. Além disso, é utilizado um adesivo para o acoplamento do anel de fixação interno no estojo, o que reduz a qualidade do produto final. A utilização de adesivos para fixação de corpo e cabeça no processo de fabricação de estojo de munição resulta em um produto mecanicamente não confiável, sendo ainda comum interações químicas indesejáveis entre adesivo e o polímero que constitui o corpo do estojo, levando à sua danificação. Nesse documento do estado da técnica, por exemplo, a fixação do anel no estojo mediante utilização de adesivo implica em etapas adicionais para cura, tornando mais complexo o processo como um todo.
[26] . O documento US4726296 descreve um processo de montagem de munição, realizada por interferência. Nesse contexto, a fixação da cabeça no corpo é realizada por interferência e não aplica outra ação sobre a parte interna da cabeça que faz interface com o polímero. As soluções que fazem a união entre cabeça e corpo por interferência deformam o estojo na montagem, afetando sua precisão dimensional. Além disso, a utilização de adesivos, prevista nesse tipo de montagem, demanda etapas adicionais no processo de fabricação, aumenta a necessidade de controles morosos para um produto feito em grande escala e reduz a qualidade do produto final. Conforme descrito para a anterioridade KR102255849, utilização de adesivos para fixação de corpo e cabeça no processo de fabricação de estojo de munição resulta em um produto mecanicamente não confiável. Esse processo revelado em US4726296 serviu como uma das inspirações para a presente invenção, por conta de o processo utilizado danificar o polímero e a interferência forçar o plástico para fora de sua dimensão nominal. Para que a variação dimensional seja desprezível, os dentes do engate devem ser pequenos e logo perdem eficiência na transmissão do esforço de tração entre cabeça e corpo.
Objetivo e solução proporcionada pela invenção
[27] . O invento trata-se de um estojo de munição compreendido por um corpo polimérico aberto na parte da frente para montagem do projétil e na parte de trás para montagem de um inserto de cabeça em liga de alumínio, reforçado por um anel de fixação externo também em alumínio, sendo utilizado um tratamento térmico de solubilização e envelhecimento no inserto para viabilizar o processo de fabricação do mesmo.
[28] . Em razão das limitações do processo de injeção, e propriedades necessárias para garantir o funcionamento com segurança, foi desenvolvido uma forma geométrica de unir cabeça e corpo onde a cabeça é feita usando ligas de alumínio e um tratamento térmico para viabilizar sua execução. A montagem é feita usando um processo de conformação mecânica e para viabilizar essa conformação sem reduzir a resistência mecânica necessária na região não suportada, é proposto um tratamento térmico no componente durante a sequência de fabricação.
[29] . A invenção acaba por resolver o somatório dos 4 (quatro) problemas citados, envolvendo a união entre o corpo do estojo polimérico e a cabeça em material metálico. O primeiro problema é contornado garantindo-se uma forma de fixação resistente que possa extrair o estojo sem falhas na união entre as partes.
[30] . O segundo, é resolvido por meio de uma eficiente vedação provida pela construtividade do estojo de munição e das particularidades de seu processo de produção. Essa eficiente vedação permite isolar a câmara de combustão para impedir que a pressão dos gases escape entre as peças e saia para a culatra do armamento, além de vedar contra entrada de água.
[31] . O terceiro problema (“Crush Condition”) é contornado por meio da utilização, no estojo de munição, de um material com menor módulo elástico em relação ao cano do armamento, e dito material tendo tensão de escoamento e/ou encruamento altos, para que possa retornar elasticamente até uma dimensão menor que a variação do cano.
[32] . O quarto problema técnico, por fim, é resolvido pela presente invenção por meio da não utilização de materiais adesivos do processo, resultando, inclusive, na redução de etapas. A retirada de adesivo nesse contexto só foi possível devido à nova construtividade do estojo de munição, resultado de esforços para desenvolvimento, bem como à adaptação do processo de produção de dito estojo de munição.
[33] . A solução convencional para os problemas um, dois e três (e consequentemente para o problema quatro), na geometria de corpo proposta, é fazer uma cabeça metálica unida por engate tipo snap-fit, mas para tal, a espessura do corpo deve ser grande o suficiente para criar os dentes do engate, e isso consome material e aumenta o peso total do componente.
[34] . Como forma de resolver estes problemas e reduzir a espessura do corpo do estojo, foi proposta uma geometria onde a porção posterior do mesmo possui uma parte cilíndrica para interface com a cabeça. Esta cabeça possui uma seção conformável, chamada de coroa, na forma similar a uma sanfona e um anel externo de fixação para dar apoio no ato da conformação com a forma negativa desta sanfona. Esta solução por si só não é viável, pois gera um problema adicional, solucionado de maneira inédita na arte de munições de baixo peso.
[35] . A solução para esse problema adicional é conseguir um material com resistência mecânica adequada para suportar a pressão do disparo, mas também prover alongamento necessário para permitir a conformação mecânica necessária para formar o engate entre cabeça e corpo.
[36] . Em geral, os materiais com alta tensão de escoamento alcançam essa característica comprometendo o alongamento na ruptura. E o inverso também é verdade: metais muito dúcteis que podem ser deformados sem romper, têm, relativamente, baixa tensão de escoamento. Desta forma, a solução para o problema adicional pode ser vista como a necessidade de fazer a cabeça da munição com estas duas características antagônicas no mesmo material.
[37] . Para solucionar esta dificuldade, a invenção propõe a utilização de uma característica única das ligas de alumínio, o tratamento térmico de solubilização e envelhecimento artificial. Se utilizando do tratamento térmico de solubilização, uma liga de alumínio estrutural pode ser alterada para que tenha a ductilidade necessária para o processo de conformação mecânica. Este tratamento é iniciado com um aquecimento que causará a dissolução dos elementos da liga na solução sólida.
[38] . Após isso, ocorre o processo de solubilização e o resfriamento rápido, geralmente na água, que previne a precipitação dos elementos da liga, formando uma solução saturada. Nesse momento é possível conformar o componente sem quebrá-lo, pois o material está dúctil e é o momento ideal para montar a cabeça no corpo polimérico. Após este, como o estado solubilizado é instável, naturalmente outras fases precipitam no material e ele recobre sua resistência mecânica, fenômeno chamado de envelhecimento natural.
[39] . Caso se tente fazer a forma de fixação proposta neste invento, por conformação, porém em outro material que não o alumínio com o tratamento térmico proposto, o resultado é que o material irá quebrar na conformação por ser muito rígido ou, se for dúctil, não terá o retorno elástico necessário para escapar do deslocamento do cano, e evitar o fenômeno de Crush Condition explicado anteriormente.
BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
[40] . Em um primeiro aspecto, a presente invenção se refere a um estojo de munição compreendendo um corpo polimérico, um inserto de cabeça dotado de um aro de cabeça, um bolso de espoleta e pelo menos um furo de evento, sendo que dito estojo de munição compreende o inserto de cabeça dotado de uma coroa em sua porção superior, e compreende um anel de fixação externo encaixado em uma porção inferior rebaixada do corpo polimérico e unido com o inserto de cabeça, sendo que dita união do anel de fixação externo com dito inserto metálico é provida por meio da coroa conformada mecanicamente no interior da porção inferior do corpo polimérico.
[41] . Em um segundo aspecto, a presente invenção se refere a um processo de fabricação do estojo de munição, dito estojo de munição sendo tal como ora descrito na presente invenção, e dito processo compreendendo as seguintes etapas: (A) fabricação do corpo polimérico; (B) fabricação do anel de fixação externo e do inserto de cabeça; (C) montagem do anel de fixação externo junto ao corpo polimérico, em que o corpo polimérico é inserido em um dispositivo de posicionamento e o anel de fixação externo é movido por uma prensa até sua posição final; (D) montagem do inserto de cabeça no corpo polimérico compreendendo o anel de fixação externo montado conforme etapa, em que a prensa move o inserto de cabeça até sua posição final; e (E) conformação da coroa do inserto de cabeça contra o anel de fixação externo por meio de um punção; e obtenção do estojo de munição.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
[42] . A fim de que a invenção seja plenamente compreendida e levada à prática por qualquer técnico deste setor tecnológico, a mesma será descrita de forma clara, concisa e suficiente, tendo como base os desenhos anexos, que a ilustra e subsidia: Figura 1 representa uma vista em perspectiva explodida do estojo de munição; Figura 2 representa uma vista frontal em corte do estojo de munição; Figura 3 representa uma vista frontal em corte detalhando o inserto de cabeça montado no corpo; Figura 4 representa uma vista frontal em corte detalhando o inserto de cabeça; Figura 5 representa uma perspectiva detalhando o inserto de cabeça; Figura 6 representa um diagrama esquemático de um exemplo de processo de produção do estojo de munição.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[43] . Em um primeiro aspecto, a presente invenção se refere a um estojo de munição (17), conforme demonstrado nas figuras 1 e 2, compreendendo um corpo polimérico (1), um inserto de cabeça (3) dotado de um aro de cabeça (8), um bolso de espoleta (11) e pelo menos um furo de evento, sendo que dito estojo de munição (17) compreende o inserto de cabeça (3) dotado de uma coroa (4) em sua porção superior, e compreende um anel de fixação externo (2) encaixado em uma porção inferior rebaixada (5) do corpo polimérico (1) e unido com o inserto de cabeça (3), sendo que dita união do anel de fixação externo (2) com dito inserto metálico (3) é provida por meio da coroa (4) conformada mecanicamente no interior da porção inferior do corpo polimérico (1).
[44] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, a coroa (4) compreende uma superfície externa corrugada (16) montada no interior da porção inferior do corpo polimérico (1) e o anel de fixação externo (2) compreende uma superfície interna corrugada (18) envolvendo a porção rebaixada (5) do corpo polimérico (1).
[45] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o corpo polimérico (1) compreende uma extremidade dianteira (1A) ligada com uma extremidade posterior (1B) por meio de uma porção de cone (9), dita extremidade posterior (1B) compreendendo a porção inferior rebaixada (5) do corpo polimérico (1).
[46] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o inserto de cabeça (3) compreende, acima do pelo menos um furo de evento, uma forma curvilínea seguida de uma porção cônica da coroa (4), cuja superfície externa corrugada (16) é envolvida pela porção inferior rebaixada (5) do corpo polimérico (1).Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o inserto de cabeça (3) é uma liga metálica endurecível por precipitação, o anel de fixação externo (2) é um material metálico selecionado do grupo compreendendo ligas de latão, aço ou alumínio, preferencialmente aços de baixa liga 2200, 2700, 4605, 316L, 420, 430L, 17-4, 17-4PH, 17-7, F15, Fe-3% Si, Fe-50% Ni e Fe-50% Co. Além disso às composições de metal específicas podem incluir designações comerciais comuns, por exemplo, C-0000 Cobre e Ligas de Cobre; ligas de cobre; CNZP-1816 Cobre e ligas de cobre; CT-1000 Cobre e Ligas de Cobre; Cobre CZ-1000 e ligas de cobre; Cobre CZ-2000 e ligas de cobre; Cobre CZ- 3000 e ligas de cobre; Cobre CZP-1002 e ligas de cobre; CZP-2002 Cobre e ligas de cobre; Cobre CZP-3002 e ligas de cobre; F-0000 Ferro e Aço Carbono; F-0000-K; F-0005 Ferro e aço carbono; FC-0200 Ferro-Cobre e Aço Cobre; FC- 0205 Ferro-Cobre e Aço Cobre; FC-0208 Ferro-Cobre e Aço Cobre; FC-0505 Ferro-Cobre e Aço Cobre; FC-0508 Ferro-Cobre e Aço Cobre; FC-0808 Ferro- Cobre e Aço Cobre; FC-1000 Ferro-Cobre e Aço Cobre; FD-0200 Aço com Liga por Difusão; FD-0205 Aço Ligado por Difusão; FD-0208 Aço com Liga por Difusão; FD-0400 Aço Ligado por Difusão; FD-0405 Aço Ligado por Difusão; FD- 0408 Aço Ligado por Difusão; FF-0000 Ligas magnéticas suaves; FL-4005 Aço Pré-ligado; FL-4205 Aço Pré-ligado; FL-4400 Aço Pré-ligado; FL-4405 Aço Pré- ligado; FL-4605 Aço Pré-ligado; FL-4805 Aço Pré-ligado; FL-48105 Aço Pré- ligado; FL-4905 Aço Pré-ligado; FL-5208 Aço Pré-ligado; FL-5305 Aço Pré- ligado; FLC-4608 Aço endurecido por sinterização; FLC-4805 aço sinterizado; FLC-48108 Aço temperado por sinterização; FLC-4908 Aço endurecido por sinterização; FLC2-4808 Aço endurecido por sinterização; FLDN2-4908 Aço com Liga por Difusão; FLDN4C2-4905 Aço ligado por difusão; FLN-4205 Steel; FLN- 48108 Aço endurecido por sinterização; FLN2-4400; FLN2-4405 Steel; FLN2- 4408 Aço endurecido por sinterização; FLN2C-4005; FLN4-4400; FLN4-4405 aço híbrido de baixa liga; FLN4-4408 Aço temperado por sinterização; FLN4C- 4005; FLN6-4405; FLN6-4408 Aço endurecido por sinterização; FLNC-4405; FLNC-4408 Aço endurecido por sinterização; FN-0200 Ferro-Níquel e Níquel Aço; FN-0205 Ferro-Níquel e Níquel Aço; FN-0208 Ferro-Níquel e Níquel Aço; FN-0405 Ferro-Níquel e Níquel Aço; FN-0408 Ferro-Níquel e Níquel Aço; FN- 5000 Ligas magnéticas macias; FS-0300 Ligas magnéticas macias; Ferro e aço infiltrados com cobre FX-1000; Ferro e aço infiltrados com cobre FX-1005; FX- 1008 Ferro e Aço Infiltrados com Cobre; Ferro e aço infiltrados com cobre FX- 2000; FX-2005 Ferro e Aço Infiltrados com Cobre; FX-2008 Ferro e Aço Infiltrados com Cobre; Ligas magnéticas macias FY-4500; Ligas magnéticas macias FY-8000; P / F-1020 Aço Carbono PF; P / F-1040 Aço Carbono PF; P / F-1060 Aço Carbono PF; P / F-10C40 Cobre Aço PF; P / F-10050 Cobre Aço PF; P / F-10060 Cobre Aço PF; P / F-1140 Aço Carbono PF; P / F-1160 Aço Carbono PF; P / F-11C40 Aço Cobre PF; P / F-11050 Aço Cobre PF; P / F-11060 Aço Cobre PF; P / F-4220 Liga Baixa P / F-42XX Aço PF; P / F-4240 Liga Baixa P / F-42XX Aço PF; P / F-4260 Liga Baixa P / F-42XX Aço PF; P / F-4620 Liga Baixa P / F-46XX Aço PF; P / F-4640 Liga Baixa P / F-46XX Aço PF; P / F-4660 Liga Baixa P / F-46XX Aço PF; P / F-4680 Liga Baixa P / F-46XX Aço PF; SS-303L Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-303N1 Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-303N2 Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-304H Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-304L Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-304N1 Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-304N2 Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-316H Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-316L Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS- 316N1 Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-316N2 Aço Inoxidável — Liga Série 300; SS-409L Aço Inoxidável — Liga Série 400; SS-409LE Aço Inoxidável — Liga Série 400; Aço inoxidável SS-410 - liga da série 400; SS-410L Aço Inoxidável - Liga Série 400; SS-430L Aço Inoxidável — Liga Série 400; SS-430N2 aço inoxidável - liga da série 400; SS-434L Aço Inoxidável — Liga Série 400; SS- 434LCb Aço Inoxidável - Liga da Série 400; e SS-434N2 aço inoxidável - liga da série 400. As ligas de titânio que podem ser usadas nesta invenção incluem qualquer liga ou liga modificada conhecida, incluindo titânio graus 5-38 e mais especificamente titânio graus 5, 9, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 28, 29, 35, 36 ou 38. Graus 5, 23, 24, 25, 29, 35 ou 36 recozidos ou envelhecidos; Graus 9, 18, 28 ou 38 trabalhados a frio e aliviados de tensão ou recozidos; Graus 9, 18, 23, 28 ou 29 condição beta transformada; e Graus 19, 20 ou 21 tratados com solução ou tratados com solução e envelhecidos. Grau 5, também conhecido como Ti6Al4V, Ti-6Al-4V ou Ti 6-4, é a liga mais comumente usada. Tem uma composição química de 6% de alumínio, 4% de vanádio, 0,25% (máximo) de ferro, 0,2% (máximo) de oxigênio e o restante de titânio. Uma modalidade inclui uma composição com 3-12% de alumínio, 2-8% de vanádio, 0,1-0,75% de ferro, 0,1-0,5% de oxigênio e o restante titânio. Mais especificamente, cerca de 6% de alumínio, cerca de 4% de vanádio, cerca de 0,25% de ferro, cerca de 0,2% de oxigênio e o restante titânio. Por exemplo, uma composição de Ti pode incluir 10 a 35% de Cr, 0,05 a 15% de Al, 0,05 a 2% de Ti, 0,05 a 2% de Y2O5, com o equilíbrio sendo Fe, Ni ou Co, ou uma liga consistindo em 20 ± 1,0% Cr, 4,5 ± 0,5% Al, 0,5 ± 0,1% Y2O5 ou ThO2, com o equilíbrio sendo Fe. Exemplos de metais para uso na presente invenção incluem, mas não estão limitados a: aço inoxidável, incluindo aço inoxidável martensítico e austenítico, ligas de aço, ligas de tungstênio, ligas magnéticas macias, como ferro, ferro-silício, aço elétrico, ferro-níquel (50Ni -50F3), ligas de baixa expansão térmica ou combinações das mesmas. Em uma modalidade, o metal em pó é uma mistura de aço inoxidável, latão e liga de tungstênio. O aço inoxidável utilizado na presente invenção pode ser quaisquer aços carbono série 1, aços níquel série 2, aços níquel-cromo da série 3, aços molibdênio série 4, aços cromo série, aços cromo-vanádio da série 6, aços tungstênio série 7, 8 aços série níquel-cromo-molibdênio ou aços silício- manganês série 9, por exemplo, 102, 174, 201, 202, 300, 302, 303, 304, 308, 309, 316, 316L, 316Ti, 321, 405, 408, 409, 410, 416, 420, 430, 439, 440, 446 ou 601-665 de aço inoxidável. Em outra concretização, o material usado por ser; SAE: 409, 410, 430, 440A, 440B, 440C, 440F, 410, 416, 420, 420F, 430F, 431, 630 (17 -4 aço inoxidável), 301, 301LN, 304, 304L, 304L, 304LN, 304H, 305, 310, 3105, 316, 316LN, 316L, 316L, 316L, 316Ti, 316LN, 317L, 321, 321H, 2304, 2205, J405, 904L, 254SMO, 620Ni, 718Ni, 920 ou super cromo.
[47] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o corpo polimérico (1) é um material polimérico selecionado do grupo compreendendo o pré-polímero de poliuretano, celulose, fluoropolímero, elastômero de liga interpolímero de etileno, etileno vinil acetato, náilon, poliéterimida, elastômero de poliéster, poliéster sulfona, polifenilamida, polipropileno, fluoreto de polivinilideno ou elastômero de poliureia termoendurecível, acrílicos, homopolímeros, acetatos, copolímeros, acrilonitrila-butadineno-estireno, fluoro polímeros termoplásticos, inômeros, poliamidas, poliamida-imidas, poliacrilatos, poliacrilatos, poliacrilatos, poliacrilatos policarbonatos, polibutileno, tereftalatos, imidas de poliéter, sulfonas polier, poliimidas termoplásticas, poliuretanos termoplásticos, sulfuretos de polifenileno, polietileno, polipropileno, polisulfonas, polyvinylchlorides, acrilonitrilos estireno, poliestirenos, polifenileno, misturas de éter, estireno anidridos maleico, policarbonatos, alilos, aminos, cianatos , epóxis, fenólicos, poliésteres insaturados, bismaleimidas, poliuretanos, silicones, vinilésteres, híbridos de uretano, polifenilsulfonas, copolímeros de polifenilsulfonas com polietersulfonas ou polissulfonas, copolímeros de polifenilsulfonas com siloxanos, misturas de polifenilsulfonas com polifenilsulfonas com polietersulfonas ou polissulfonas, copolímeros de polifenilsulfonas com siloxanos, misturas de polifenilsulfonas de polifenilsulfonas com copolímeros de polifenilsulfonas e copolimidas de polifenilsulfonas com siloxanos, misturas de polifenilsulfonas e copolimidas de polifenilsulfonas, polissiloxanos, ou misturas de poliéterimidas e copolímeros de poli (eterimida- siloxano), preferencialmente o grupo das polisulfonas.
[48] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, a liga metálica endurecível por precipitação é escolhida dentre ligas de alumínio.
[49] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o pelo menos um furo de evento é um furo de evento (12).
[50] . Em uma modalidade da presente invenção, o estojo de munição (17) é isento de quaisquer materiais adesivos para fixação dos componentes entre si, tais como o corpo polimérico (1), o anel de fixação externo (2) ou o inserto de cabeça (3). A eliminação de materiais adesivos se deve, principalmente, à construtividade do estojo de munição (17) com seus referidos componentes, bem como ao processo de fabricação de estojo (17), tal como ora descrito. Ao desenvolver o estojo de munição (17) e seu respectivo processo de fabricação, os inventores descobriram que a utilização de qualquer material adesivo para colagem dos referidos componentes é desnecessária, favorecendo a obtenção de um estojo de munição (17) mais robusto mecanicamente. As tecnologias do estado da técnica, por exemplo, fazem uso de materiais adesivos para colagem de seus componentes, prejudicando a qualidade do produto final, tal como a resistência mecânica durante o disparo da munição.
[51] . O corpo polimérico (1) tem a função de abrigar o projetil no extremo de menor diâmetro conformado pela extremidade dianteira (1A). Nesta região as folgas entre cano e o estojo de munição (17) são maiores para facilitar o carregamento na arma, e, portanto, no momento do disparo o material do estojo de munição (17) precisa ser complacente e se deformar radialmente sem romper, se apoiando no cano do armamento. Essa deformação também tem a função de vedar a câmara de combustão, para que os gases não retornem para trás pelas folgas entre o corpo polimérico (1) e o cano do armamento.
[52] . Por esta razão é possível construir o estojo de munição (17) usando material polimérico na seção frontal da munição, isto é, no corpo polimérico (1) como um todo, porém, o mesmo não pode ser dito para a região da cabeça, dita região de cabeça compreendendo o inserto de cabeça (3) e o anel de fixação externo (2).
[53] . Neste outro extremo, parte da munição, que compreende o estojo de munição (17), está fora do cano da arma e não conta com o suporte radial do armamento para suportar as pressões do explosivo, e, por essa razão, um componente metálico é necessário. A função do inserto de cabeça (3) é justamente prover essa resistência mecânica, pois materiais metálicos conseguem alcançar tensões de escoamento acima de 500 MPa, valor necessário para suportar as pressões internas de munições militares, por exemplo.
[54] . Auxiliado pelas figuras 3 a 5, a geometria do inserto de cabeça (3) permite a montagem de uma espoleta no bolso de espoleta (11) e permite ser carregado e extraído do cano da forma convencional pelo aro da cabeça (8). O inserto de cabeça (3) possui um furo central chamado de furo do evento (12), tal como ora mencionado, por onde a chama da espoleta se comunica com o interior da munição. O interior do inserto de cabeça (3), acima do furo do evento (12), tem uma forma curvilínea como a tampa de um vaso de pressão para dissipar de forma homogênea os esforços da expansão dos gases. Acima do fundo interno da cabeça, uma porção cônica, ora denominada na presente invenção como coroa (4), apresenta a superfície externa corrugada (16) para formar uma união com a sua contraparte metálica do anel de fixação externo (2), restringindo o movimento da porção inferior rebaixada (5) do corpo polimérico (1) quando conformada. Essa superfície externa corrugada (16) da coroa (4), é vista nas imagens com quatro picos e três vales entre estes picos, mas pode ter uma quantidade maior ou menor de picos, caso os esforços de extração do estojo de munição (17) permitam reduzir este número. Inevitavelmente o mínimo de um pico é necessário para o acoplamento ocorra.
[55] . A diferença do invento para o estado da técnica inicia-se no fato de que o inserto de cabeça (3) não segue o dimensional convencional de uma munição, pois compreende a coroa (4) com a superfície externa corrugada (16), onde ocorre o acoplamento entre a coroa (4) e o corpo polimérico (1). Esta coroa (4) é dimensionada de forma que durante a conformação seja flexível, usando o tratamento de solubilização, para que seja capaz de prender o corpo polimérico (1) contra a superfície interna corrugada (18) do anel de fixação (2), formando assim o estojo da munição.
[56] . Por último, o anel de fixação externo (2) tem a função de manter o dimensional do estojo de munição (17) quando ocorre a conformação da coroa (4), pois sem o anel de fixação externo (2) a lateral do corpo polimérico (1) ficaria amassada, de dentro para fora, pela coroa (4) do inserto de cabeça (3). Outra função do anel de fixação externo (2) é transferir os esforços longitudinais do corpo polimérico (1) para o inserto de cabeça (3), pelas seções retas (13) e (14) que fazem interface entre o corpo polimérico (1) e o inserto de cabeça (3). No momento do disparo, o anel de fixação externo (2) ajuda no retorno elástico do conjunto montado, quando a pressão do propelente cessa, evitando que o estojo de munição (17) fique preso dentro da câmara da arma.
[57] . Em um segundo aspecto, a presente invenção se refere a um processo de fabricação de estojo de munição (17), dito estojo de munição (17) sendo tal como ora descrito na presente invenção, e dito processo compreendendo as seguintes etapas, fazendo referência à figura 6: (A) fabricação do corpo polimérico (1); (B) fabricação do anel de fixação externo (2) e do inserto de cabeça (3); (C) montagem do anel de fixação externo (2) junto ao corpo polimérico (1), em que o corpo polimérico (1) é inserido em um dispositivo de posicionamento (15) e o anel de fixação externo (2) é movido por uma prensa (6) até sua posição final; (D) montagem do inserto de cabeça (3) no corpo polimérico (1) compreendendo o anel de fixação externo (2) montado conforme etapa (C), em que a prensa (6) move o inserto de cabeça (3) até sua posição final; e (E) conformação da coroa (4) do inserto de cabeça (3) contra o anel de fixação externo (2) por meio de um punção (7); e obtenção do estojo de munição (17).
[58] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, na etapa (A) - não ilustrada no fluxograma da figura 6 - o corpo polimérico (1) é fabricado por métodos de fabricação selecionados dentre moldagem por injeção, usinagem, extrusão, sopro, rotomoldagem, envasamento de resina termorrígida ou manufatura aditiva, preferencialmente moldagem por injeção. Mais especificamente, apesar de a moldagem por injeção ser o método preferido para fabricação do corpo polimérico (1), este pode alternativamente ser fabricado por usinagem de um semiacabado como barra ou tubo, por exemplo.
[59] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, na etapa (B) - não ilustrada no fluxograma da figura 6 - o anel de fixação externo (2) e o inserto de cabeça (3) compreendendo a coroa (4) são fabricados por métodos de fabricação selecionados dentre métodos de conformação mecânica, usinagem, manufatura aditiva, sinterização, fundição ou injeção de metais.
[60] . Ainda com relação à etapa (B), o anel de fixação externo (2) e o inserto de cabeça (3) podem ser alternativamente fabricados usando qualquer um dos métodos disponíveis para produzir componentes em ligas de alumínio das famílias 2xxx, 6xxx, 7xxx e 8xxx como, por exemplo, conformação mecânica, usinagem, manufatura aditiva, sinterização ou até métodos de fundição, como injeção de alumínio fundido.
[61] . Ainda com relação à etapa (B), e em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o anel de fixação externo (2) e o inserto de cabeça (3) são fabricados por usinagem, mais especificamente, torneamento. Apesar de o torneamento ser preferencial, o anel de fixação externo (2) e o inserto metálico podem ser alternativamente fabricados por manufatura aditiva ou sinterização.
[62] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o processo de fabricação de estojo de munição (17) adicionalmente compreende uma etapa (C1), posterior à etapa (B), e paralela ou anterior à etapa (C), dita etapa (C1) compreendendo o envio do inserto de cabeça (3) para um processo de tratamento térmico de solubilização (não ilustrado no fluxograma), dito processo de solubilização ocorrendo em um forno a temperaturas selecionadas da faixa entre 480°C a 600°C, e em um período variando de 2 a 22 horas. A temperatura e o tempo são dependentes do tipo de material metálico que compreende o inserto de cabeça (3). Além disso, durante o processo de aquecimento podem existir mais de um patamar de temperatura durante este ciclo para permitir a fusão controlada dos diferentes elementos no material que compreende o inserto de cabeça (3). Após este estágio os componentes são resfriados rapidamente, podendo ser em água a temperatura ambiente, e estão prontos para a montagem e conformação.
[63] . Ainda com relação à etapa (C1), o processo de tratamento térmico de solubilização é tradicionalmente usado na indústria aeronáutica para viabilizar a conformação de componentes em alumínio de alta resistência. Desta forma, é possível fazer a fuselagem de uma aeronave com chapas moldadas e, com o posterior envelhecimento, retornar a sua rigidez e resistência para suportar os esforços mecânicos da aplicação.
[64] . Ainda com relação à etapa (C1), quando o tratamento térmico de solubilização é utilizado em uma liga de alumínio estrutural, o material é amolecido temporariamente dando a ductilidade necessária para a conformação mecânica do inserto de cabeça (3) na etapa (D) posterior. Este tratamento é feito com um aquecimento que causará a dissolução dos elementos da liga na solução sólida. Após isso, ocorre o processo de solubilização e o resfriamento rápido, geralmente na água, que previne a precipitação dos elementos da liga, formando uma solução saturada. Nesse momento é possível conformar o inserto de cabeça (3) sem quebrá-lo na etapa (C), pois dito inserto de cabeça (3) está dúctil. Esse é o momento ideal para montar a cabeça no corpo polimérico (1), e utilizando o punção (7), aplicar, internamente, a deformação na região da coroa (4) necessária para ajustar o corpo polimérico (1) entre os componentes metálicos (2) e (3).
[65] . Ainda com relação à etapa (C1), o tratamento térmico de solubilização pode alternativamente ser realizado usando técnicas de aquecimento por indução, onde as temperaturas necessárias são as mesmas, mas os tempos podem ser reduzidos em razão da maior rampa de aquecimento proporcionada por este método.
[66] . Ainda com relação à etapa (C1), a aplicação do tratamento térmico de solubilização é feita em todo o inserto da cabeça (3) do estojo da munição, mas o objetivo com este tratamento é amolecer a região da coroa (4) para que esta possa ser deformada além do limite de ruptura do alumínio, que é baixo quando este está na sua condição envelhecida. Isto é importante, pois a conformação deve atingir grandes deformações para gerar uma montagem robusta. Outro ganho do uso deste tratamento é a redução do retorno elástico do alumínio no momento da conformação, pois quanto maior este retorno após a aplicação do deslocamento do punção (7), maior tendência de afrouxar a conexão entre as partes quando este deslocamento recua e ocorre o efeito também chamado de Spring Back. É preciso lembrar que o retorno elástico de um material é proporcional à sua tensão de escoamento e inversamente proporcional ao seu módulo elástico. Dessa forma é importante que a conformação ocorra quando o material está com a sua tensão de escoamento reduzida para minimizar o retorno elástico. Em resumo, o tratamento térmico de solubilização permite dois ganhos na montagem do estojo de munição (17): viabilizar grandes deformações no ato da crimpagem dos componentes, e reduzir o retorno elástico da coroa (4) quando esta é conformada.
[67] . Acima foi descrito como o retorno elástico da coroa (4) é maléfico para estojo de munição (17) durante a montagem, mas é importante entender, que no momento do disparo da munição compreendendo dito estojo de munição (17), ele passa a ser benéfico. Isso ocorre, pois é este retorno à forma original que impede que a munição fique presa no cano, ou seja, evita o fenômeno de Crush Condition.
[68] . A etapa (D) é executada de forma similar à etapa (C), sendo também ilustrada no fluxograma da figura (6). Com o corpo polimérico (1) e o anel de fixação (2) já montados, o inserto de cabeça (3) é posicionado e inserido para dentro do corpo polimérico (1). Neste momento as peças estão posicionadas com o mínimo de interferência, apenas o suficiente para que não desmontem sobre a ação do peso próprio.
[69] . Após este, como o estado solubilizado é instável, naturalmente outras fases precipitam no material e ele recobra sua resistência mecânica. Este fenômeno é chamado de envelhecimento natural. A instabilidade do estado solubilizado pode ser mantida por longos períodos apenas se o componente for resfriado, e, se o componente for aquecido, o processo de envelhecimento é acelerado. O uso deste aquecimento após a conformação é chamado de envelhecimento artificial.
[70] . Com relação à etapa (E), o punção (7) é usado para conformar a coroa (4) contra o anel de fixação (2), o que resulta na fixação do corpo polimérico (1) entre a coroa (4) e o anel de fixação (2). Essa etapa é visualizada no fluxograma da figura 6. Para realizar a conformação na coroa (4) o punção (7) entra pela boca do estojo de munição (17) onde é montado o projétil. Este punção (7) tem a forma interna da coroa (4) na sua configuração deformada e, assim, quando usado, imprime uma deformação nessa seção cilíndrica da coroa (4). Essa seção cilíndrica cede sobre a ação do punção (7) e sua extremidade deforma o corpo polimérico (1), pressionando-o contra o anel de fixação externo (2), e criando uma pressão de contato que veda a câmara de combustão. O punção (7) pode ser pressionado por uma prensa hidráulica, aplicando uma pressão selecionada da faixa entre 1 e 10 toneladas força.
[71] . Em uma modalidade não restritiva da presente invenção, o processo de fabricação de estojo de munição (17) adicionalmente compreende uma etapa (F), dita etapa (F) sendo posterior à etapa (E), e dita etapa (F) compreendendo a submissão do estojo de munição (17) da etapa (E) para um método de envelhecimento artificial, dito envelhecimento artificial sendo realizado em temperaturas entre 150°C e 250°C e por período variando entre 2h a 24h.
[72] . Ainda com relação à etapa (F), em um processo industrial de grande escala de um produto como munições, por exemplo, não é possível esperar que ocorra o envelhecimento natural para que o material recubra sua resistência, pois esse processo pode levar meses. Nestes casos um segundo tratamento, isto é, o envelhecimento artificial, é necessário para que a munição fique pronta para comercialização.
[73] . Ainda com relação à etapa (F), é importante garantir que o envelhecimento artificial ocorra em temperatura inferior à temperatura de deflexão térmica do polímero usado no corpo polimérico (1), conforme medido usando a norma ASTM D648. Quando o corpo polimérico for produzido com resina de polisulfona ou alguma mistura contendo polímero sulfonado, a temperatura máxima pela qual o envelhecimento artificial ocorre, seguindo-se a norma ASTM D648, é de até 197°C.
EXEMPLOS
[74] . Os exemplos que se seguem possuem como objetivo apenas descrever, para fins de melhor compreensão, modalidades preferidas da presente invenção, não devendo, portanto, ser entendidos como restrição de escopo.
[75] . Do ponto de vista do estojo de munição (17), este apresenta os componentes ora descritos, sendo constituídos dos seguintes materiais constituintes: - o corpo polimérico é constituído do polímero polifenil sulfona (PPSU), sendo fabricado a partir da matéria-prima comercializada de acordo com a marca comercial Radel; - o anel de fixação externo (2) é constituído do metal alumínio 7075, sendo fabricado a partir da matéria-prima comercializada de acordo com a marca comercial Zicral; e - o inserto de cabeça (3) é constituído do metal alumínio 7075, sendo fabricado a partir de matéria-prima comercializada de acordo com marca comercial Zicral.
[76] . Para fins de melhor compreensão da presente invenção, alumínio 7075 é uma liga de alumínio compreendendo, em massa, 87,1 - 91,4% de alumínio, 5 - 6% de zinco, 2,1 - 2,9 % de magnésio e 1,2 - 2% de silício, titânio, cromo, ferro, manganês e outros metais constituintes.
[77] . Do ponto de vista do processo de fabricação do estojo de munição (17), suas particularidades são definidas a seguir.
[78] . Na etapa (C1) a temperatura de forno é de 480°C e o tempo de aquecimento é de 30 minutos. Do ponto de vista do resfriamento rápido em água, este é realizado na temperatura ambiente. Após o resfriamento, a conformação realizada pelo punção (7) deve ocorrer em até dez horas.
[79] . Na etapa (F), o envelhecimento artificial é realizado na temperatura de 197°C e por um período de duas horas.
[80] . É importante salientar que as figuras e descrição realizadas não possuem o condão de limitar as formas de execução do conceito inventivo ora proposto, mas sim de ilustrar e tornar compreensíveis as inovações conceituais reveladas nesta solução. Desse modo, as descrições e imagens devem ser interpretadas de forma ilustrativa e não limitativa, podendo existir outras formas equivalentes ou análogas de implementação do conceito inventivo ora revelado e que não fujam do espectro de proteção delineado na solução proposta.

Claims (13)

1. ESTOJO DE MUNIÇÃO compreendendo um corpo polimérico (1), um inserto de cabeça (3) dotado de um aro de cabeça (8), um bolso de espoleta (11) e pelo menos um furo de evento (12), caracterizado por compreender o inserto de cabeça (3) uma coroa (4) em sua porção superior, e compreender um anel de fixação externo (2) encaixado em uma porção inferior rebaixada (5) do corpo polimérico (1) e unido com o inserto de cabeça (3), sendo que dita união do anel de fixação externo (2) com dito inserto metálico (3) é provida por meio da coroa (4) conformada mecanicamente no interior da porção inferior do corpo polimérico (1).
2. ESTOJO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a coroa (4) compreender uma superfície externa corrugada (16) montada no interior da porção inferior do corpo polimérico (1) e o anel de fixação externo (2) compreender uma superfície interna corrugada (18) envolvendo a porção rebaixada (5) do corpo polimérico (1).
3. ESTOJO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizado por compreender uma extremidade dianteira (1A) ligada com uma extremidade posterior (1B) por meio de uma porção de cone (9), dita extremidade posterior (1B) compreendendo a porção inferior rebaixada (5) do corpo polimérico (1).
4. ESTOJO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado por o inserto de cabeça (3) compreender, acima do pelo menos um furo do evento, uma forma curvilínea seguida de uma porção cônica de coroa (4), cuja superfície externa corrugada (16) é envolvida pela porção inferior rebaixada (5) do corpo polimérico (1).
5. ESTOJO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado por o inserto de cabeça (3) ser uma fabricado com uma liga metálica endurecível por precipitação.
6. ESTOJO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado por o anel de fixação externo (2) e o inserto de cabeça (3) serem uma liga de alumínio e o corpo polimérico (1) ser o PPSU.
7. ESTOJO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado por pelo menos um furo de evento ser um furo de evento (12) e o estojo de munição (17) ser isento de quaisquer materiais adesivos para fixação do corpo polimérico (1), anel de fixação externo (2) ou do inserto de cabeça (3).
8. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE ESTOJO DE MUNIÇÃO, dito estojo de munição (17) sendo definido de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, e dito processo sendo caracterizado por compreender as etapas: (A) fabricação do corpo polimérico (1); (B) fabricação do anel de fixação externo (2) e do inserto de cabeça (3); (C) montagem do anel de fixação externo (2) junto ao corpo polimérico (1), em que o corpo polimérico (1) é inserido em um dispositivo de posicionamento (15) e o anel de fixação externo (2) é movido por uma prensa (6) até sua posição final; (D) montagem do inserto de cabeça (3) no corpo polimérico (1) compreendendo o anel de fixação externo (2) montado conforme etapa (C), em que a prensa (6) move o inserto de cabeça (3) até sua posição final; e (E) Conformação da coroa (4) do inserto de cabeça (3) contra o anel de fixação externo (2) por meio de um punção (7); e obtenção do estojo de munição (17).
9. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado por adicionalmente compreender etapas adicionais, ditas etapas adicionais sendo: - uma etapa (C1), posterior à etapa (B), e paralela ou anterior à etapa (C), dita etapa (C1) compreendendo um processo de tratamento térmico de solubilização do inserto de cabeça (3); e - uma etapa (F), dita etapa (F) sendo posterior à etapa (E), e dita etapa (F) compreendendo um método de envelhecimento artificial do estojo de munição (17) obtido conforme etapa (E).
10. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por o processo de tratamento térmico de solubilização ser realizado entre 490°C a 600°C, por um período entre 2 e 22 horas.
11. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por o método de envelhecimento artificial ser realizado em temperaturas entre 150°C e 250°C, por um período entre 2h a 24h.
12. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 8 a 11, caracterizado por o corpo polimérico (1) da etapa A ser fabricado por métodos de fabricação selecionados dentre moldagem por injeção, usinagem, extrusão, sopro, rotomoldagem, envasamento de resina termorrígida ou manufatura aditiva.
13. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 8 a 12, caracterizado por o anel de fixação externo (2) e o inserto de cabeça (3) compreendendo a coroa (4) serem fabricados por métodos de fabricação selecionados dentre métodos de conformação mecânica, usinagem, manufatura aditiva, sinterização, fundição ou injeção de metais.
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