BR102021019835A2 - Composteira e processo de compostagem compreendendo o uso da mesma - Google Patents

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COMPOSTEIRA E PROCESSO DE COMPOSTACEM COMPREENDENDO Ο USO DA MESMA sendo a dita composteira de fácil manuseio e que viabiliza o transporte do material compostado e do chorume eventualmente formado até o local do seu depósito que pode ser uma área queimada a ser recuperada, uma área desmatada a ser recuperada, uma horta, um canteiro, um vaso de plantas, dentre outros locais possíveis. A presente invenção situa-se no campo do aproveitamento do material orgânico de origem vegetal, incluindo material cítrico em quaisquer proporções, proveniente dos refeitórios industriais ou escolares, residências, restaurantes, bares, lanchonetes, supermercados, feiras livres, varrição de ruas e calçadas dentre outras fontes possíveis sendo tal aproveitamento submetido ao processo da compostagem. Em especial, a compostagem da presente invenção ocorre em uma composteira posicionada ao ar livre, entretanto, protegida da incidência de água da chuva, geada ou neve, em local ventilado podendo, ainda, eventualmente receber a incidência da luz solar. Brevemente, a composteira da presente invenção compreende um recipiente (1) com aberturas para a entrada e saída de ar (4) nas laterais, na base e na tampa (3), onde é depositado o material vegetal a ser compostado e um recipiente (2, 10) para a coleta de chorume o qual pode compreender um fundo afunilado (10) e um dispositivo para a dispensa (11) do chorume (21) eventualmente formado. A composteira e o processo de compostagem da presente invenção podem ainda ser automatizados.

Description

COMPOSTEIRA E PROCESSO DE COMPOSTAGEM COMPREENDENDO O USO DA MESMA
[001] A composteira e o processo de compostagem compreendendo o uso da mesma situa-se no campo do aproveitamento do material orgânico in natura, de origem vegetal, que inclui material cítrico proveniente de refeitórios industriais e escolares, residências, restaurantes, bares, lanchonetes, supermercados, feiras livres, resíduos vegetais de origem industrial como o bagaço da cana-de-açúcar, da laranja, bem como material vegetal seco tais como os de varrição de calçadas e de ruas, dentre outras fontes de material vegetal in natura possíveis bem como a mistura dos mesmos em quaisquer proporções. Em especial, a presente invenção pertence ao grupo das composteiras e dos processos de compostagem compreendendo as mesmas, com o diferencial do uso de material cítrico em quaisquer proporções.
Antecedentes da Invenção
[002] O ciclo da matéria orgânica na mata inicia-se quando uma flor, folha, restos de fruto, frutos inteiros, pequenos galhos e outros materiais são naturalmente depositados no solo, decorrentes do processo de senescência floral, foliar, do fruto, de ventanias, tempestades naturais ou mesmo porque um animal, ao se alimentar, deixou restos do fruto no solo.
[003] Forma-se assim, a chamada serrapilheira, que consiste na camada de deposição de material orgânico, juntamente com as fezes e urina de animais, que se forma no solo da mata.
[004] Tal material, ao se decompor pela ação de microorganismos tais como bactérias e fungos, moscas, minhocas, dentre outros agentes decompositores, quebram este material orgânico em partículas cada vez menores e, pela ação da chuva, um processo denominado de lixiviação, tais partículas penetram no solo onde sofrem novo processo de degradação pela microbiota submersa, sendo então, disponibilizados para a absorção pelas raizes das plantas. As plantas utilizam tais nutrientes em seu metabolismo, dentre outros, na absorção de gás carbônico, na fotossíntese e na produção das demais moléculas necessárias ao seu metabolismo tais como hormônios, fatores de crescimento, dentre outros, dando origem ã novas folhas, flores e frutos. Estes, no momento adequado, irão novamente se depositar no solo e reiniciar todo o ciclo.
[005] Quando ocorre a abertura de uma clareira por causas naturais, como na queda de uma árvore que recebeu um raio em uma tempestade, as condições locais são drasticamente modificadas.
[006] A interrupção do dossel, causa a incidência solar direta no solo, aumentando a temperatura local, causando a evaporação da umidade do solo e dificultando a decomposição da matéria orgânica já depositada.
[007] Por outro lado, sementes de gramíneas anteriormente depositadas no solo e que não encontravam as condições ideais para germinar, pela presença de umidade e baixa temperatura da serrapilheira, encontram agora as condições ideais de germinação e iniciam o processo de recomposição daquela clareira.
[008] Ocorre que a recuperação de uma clareira é um processo extremamente lento e que, não poucas vezes, resulta na perda de espécies vegetais que já estavam adaptadas àquele ambiente climax da mata. Se não houver nenhuma outra intervenção humana, acontecerá no local a chamada sucessão ecológica, na qual espécies vegetais diferentes vão encontrando condições adequadas para germinar e a mata vai, muito vagarosamente, se recompondo. Um processo que leva muitos e muitos anos. Nesse ínterim, ocorre a migração da fauna pois o ambiente que antes lhe fornecida os frutos para a sua alimentação já não existe mais e os indivíduos daquela população, ou melhor, de várias populações simultaneamente, são obrigados a procurar alimento em outro local. Ocorre a perda da biodiversidade local.
[009] Se um incêndio, ocorre na mata, perde-se enorme quantidade de matéria orgânica que estava fixada nas plantas, incluindo também a que estava em processo de decomposição, e têm-se enorme liberação para a atmosfera de CO2 e cinzas.
[0010] É sabido que o CO2 é um dos gases geradores do chamado efeito estufa que tem afetado de maneira importante o clima do planeta. Uma vez perdida a cobertura vegetal de uma região, perde-se a capacidade de retenção do CO2 atmosférico pela ação da fotossíntese.
[0011] Ou seja, a queima do material vegetal libera para a atmosfera o CO2 anteriormente convertido em glicose pela fotossíntese das plantas.
[0012] É importante lembrar também que em um incêndio, toda a umidade da superfície do solo, a qual influi diretamente na absorção dos nutrientes pelas plantas, é perdida. O solo é convertido em pó. Bactérias, fungos, pequenos insetos e outros seres decompositores que compõem a microbiota submersa também são perdidos e o ambiente deve fazer um enorme esforço para que a mata se recupere. Desnecessário dizer que esse não é um evento rápido e tampouco capaz de recuperar todas as espécies que lá estavam. Sempre ocorrem perdas significativas, tanto na flora como na fauna.
[0013] É sabido que incêndios naturais ocorrem nas matas nos períodos de seca em decorrência de descargas elétricas provenientes das nuvens.
[0014] Entretanto, é também sabido que incêndios criminosos ou por total descontrole de técnicas de queima preventiva, os chamados aceiros, acabam acontecendo e causando grandes estragos ambientais. Isso sem falar nos incêndios propositais para a criação de áreas de pastagens, prática que no entender desta inventora, não tem o menor sentido.
[0015] A consequência de tais incêndios é a liberação cada vez maior para a atmosfera do CO2, o agravamento do efeito estufa, e a presença de fuligem e material particulado que, por ação dos ventos, são levados às cidades e vilarejos próximos onde causam grande quantidade de problemas respiratórios na população.
[0016] Para que esse excesso de CO2 liberado na atmosfera seja removido a cobertura vegetal local deve ser refeita. Em condições naturais, sem a intervenção do homem, o processo de recomposição da mata leva muitos e muitos anos.
[0017] Se fossem as queimadas a única fonte de liberação de CO2, ainda teríamos alguma chance de recapturar esse CO2 se um grande esforço de recomposição da mata através do reflorestamento fosse feito. Entretanto, existe ainda uma outra fonte de liberação de CO2 a qual é inevitável e contínua: a expiração humana e animal.
[0018] Todas as vezes que se cria um local de pastagem para a pecuária, está-se diminuindo localmente a cobertura vegetal, e, consequentemente, a capacidade de retenção de CO2 e, ao mesmo tempo, aumentando-se a sua formação devido á respiração dos animais.
[0019] À primeira vista, pode parecer pouco, mas não é. Aves respiram, suínos respiram, caprinos respiram, bovinos respiram, humanos respiram, peixes respiram, mamíferos aquáticos respiram, anfíbios respiram, répteis respiram, anelídeos respiram, plantas respiram, bactérias respiram, fungos respiram, protozoários respiram ou seja, todos os seres vivos realizam trocas gasosas absorvendo o oxigênio do ar e liberando o CO2 para o ambiente. Esse ambiente pode ser o ar atmosférico ou um corpo d'água como regiões lodosas, mares, rios e riachos.
[0020] Ou seja, o equilíbrio entre o CO2 presente na atmosfera, o dissolvido nos corpos d'água e o convertido em moléculas de açúcar pela ação da fotossíntese das plantas, algas e cianofíceas, é um equilíbrio extremamente delicado e que deve ser preservado.
[0021] Foi o processo da industrialização e do desenvolvimento da Humanidade que fez aparecer esse desequilíbrio do CO2 causando a situação alarmante que estamos vivenciando hoje.
[0022] Por um lado, a queima de combustíveis fósseis elevou consideravelmente o nível de CO2 atmosférico. A necessidade de aumento na produção de alimentos, em especial de proteína animal, dado o aumento populacional, fez com que rebanhos de gado, suínos, caprinos e aves aumentassem em número, elevando também a liberação de CO2 para a atmosfera através da sua respiração. Em paralelo, grandes áreas de cobertura vegetal foram substituídas por áreas agrícolas cujas plantas cultivadas não retém a totalidade do CO2 atmosférico pela fotossíntese. E, a baixa capacidade de absorção do CO2 local pela fotossíntese das plantas cultivadas é momentânea pois, de tempos em tempos, ocorre o replantio da cultura. Ou seja. existe uma etapa de preparo do solo na qual não ocorre a retenção do CO2 atmosférico.
[0023] Simultaneamente, ao desenvolvimento da agricultura e da pecuária, houve ao longo do tempo a derrubada de enormes áreas de mata para o uso da madeira explorada de forma totalmente desenfreada e indiscriminada.
[0024] Como consequência, expressiva quantidade de CO2 atmosférico que deveria ser absorvida pela fotossíntese das plantas, deixou de ser, causando também uma expressiva elevação na concentração do CO2 atmosférico.
[0025] É bem verdade que as cianofíceas, algas azuis uni ou pluricelulares, exercem um papel bastante importante no equilíbrio do CO2 pelo fato de serem seres fotossintetizantes e por estarem presentes em inúmeros habitats diferentes como em corpos d'água e, também, no solo. Entretanto, a atividade de fixação do CO2 atmosférico por estes seres vivos não tem sido suficiente ante a elevada concentração desse gás na atmosfera e em 1992, já houve o primeiro alerta a respeito.
[0026] Ocorreu na cidade do Rio de Janeiro em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO 92, para debater o futuro do desenvolvimento humano e a necessidade de controle e equilíbrio no uso dos recursos naturais. Já naquela época foi dado o alarme a respeito do aumento da temperatura do Planeta, o dito Efeito Estufa, pela elevação da concentração de gases como o gás carbônico (CO2) , o metano (CH4) , o óxido nitroso (N2O), ozônio (O3) , halocarbonos e vapor d'água.
[0027] Tal Convenção da Biodiversidade entrou em vigor em nosso país através do Decreto Legislativo no. 2 em 1994 e, dentre outras questões, estabeleceu que cada Estado Membro tem o dever de recuperar áreas ambientais degradadas em seu território.
[0028] Vejamos o disposto no art. 8°., alínea f e no art.10 alínea d:
Art.8°. Conservação in situ
Cada Parte Contratante deve, na medida do possível e conforme o caso:
f) Recuperar e restaurar ecossistemas degradados e promover a recuperação de espécies ameaçadas, mediante, entre outros meios, a elaboração e Implementação de planos e outras estratégias de gestão.
Art. 10 - Utilização Sustentável de Componentes da Diversidade Biológica
Cada Parte Contratante deve, na medida do possível e conforme o caso:
d) Apoiar populações locais na elaboração e aplicação de medidas corretivas em áreas degradadas ande a diversidade biológica tenha sido reduzida;
(grifo nosso)
[0029] Nenhum Estado-Membro pôde fazer reservas a nenhum artigo desta Convenção de modo que, todos se comprometeram a cumprir todos os artigos desta Convenção.
[0030] Pensando em tal questão, os inventores da presente invenção consideraram que pouco esforço governamental tem sido feito nesse sentido.
[0031] Noticias da ocorrência de incêndios criminosos e desmatamentos ilegais são frequentes, mas muito pouco se fala em medidas efetivas de recuperação ambiental. Noticias dos enormes esforços das equipes de brigadistas e dos bombeiros para conter o avanço das chamas nos incêndios são veiculadas, mas quase nada é mencionado sobre o replantio de espécies nativas e medidas efetivas para a recuperação ambiental, fato que nos faz concluir que nada ou muito pouco tem sido feito a respeito.
[0032] Algumas iniciativas de particulares têm sido feitas, mas um investimento maciço na recuperação de áreas degradadas, despoluição e replantio de espécies nativas como parte de uma Política Nacional de Reflorestamento é algo que ainda precisa ser feito. E rápido.
[0033] Pensando nestas questões, os inventores da presente invenção enxergaram na compostagem de material vegetal uma forma de trazer ao ambiente degradado, nutrientes que auxiliam a recuperação do solo e, consequentemente, a recuperação das espécies vegetais nativas. A compostagem juntamente com o plantio de mudas nativas é uma prática que pode contribuir muito para recuperação de uma área degradada.
[0034] O depósito de material orgânico compostado em uma área degradada favorece o reaparecimento de microorganismos decompositores, traz umidade e fertiliza o solo com nutrientes já parcialmente degradados pela compostagem.
[0035] Mas não apenas isso.
[0036] A compostagem pode ainda auxiliar na resolução de um outro grave problema ambiental: a existência dos chamados lixões urbanos, locais onde a matéria orgânica é degradada pela via anaeróbica gerando a formação do gás metano (CH4) , que também é um dos gases cuja concentração está elevada e que gera o efeito estufa.
[0037] Ο aterramento dos lixões é uma prática que tem sido feita em algumas cidades, mas que não soluciona de maneira efetiva o problema: o metano continua sendo formado mesmo após o aterramento dos lixões.
[0038] Está mais do que na hora da Humanidade aprender a tratar o próprio lixo de forma eficiente.
[0039] A indústria de embalagens tem um bom desafio pela frente, qual seja, desenvolver embalagens que atendam às especificações de seus produtos, mas ao mesmo tempo que sejam recicláveis.
[0040] As Universidades também têm o desafio de encontrar soluções para o aproveitamento de materiais inorgânicos que hoje ainda não tem uso certo como, por exemplo, o isopor e, também de desenvolver novos combustíveis em substituição aos combustíveis fósseis hoje utilizados como o querosene da aviação e a gasolina, dentre outros.
[0041] A sociedade, também tem um desafio que não é pequeno: separar de forma eficiente o material orgânico do inorgânico. Nota-se claramente que de 1992 até hoje, algum esforço tem sido feito pela sociedade para a separação do próprio lixo, mas tal esforço é ainda um tanto tímido haja vista os lixões continuarem a existir.
[0042] Havendo a correta separação e processamento do lixo urbano, os lixões deixarão de existir no futuro.
[0043] O setor da construção civil também tem um importante papel no sentido de planejar edificações nas quais seja prático o processo de separação e descarte do material inorgânico do material orgânico como, por exemplo, instalando amassadores de latinhas em todos os apartamentos ou conjuntos comerciais, instalando uma tubulação suficientemente larga para que tais latinhas lavadas e amassadas possam, por gravidade, ser depositadas em um recipiente em andares mais baixos, instalar containeres de descarte dos diversos tipos de material inorgânico, etc.
[0044] Os governos e as empresas, precisarão criar serviços eficientes de coleta dos materiais inorgânicos separados pois caso contrário, de nada adiantará o esforço de todos os outros elos da cadeia na separação de tais resíduos.
[0045] Especificamente com relação aos materiais orgânicos, os inventores da presente invenção vislumbram uma ótima oportunidade de aproveitamento do material vegetal pela compostagem.
[0046] É fato que durante o preparo das refeições, partes de materiais vegetais in natura, isto é, sem terem sido submetidos a qualquer tipo de processamento, são desprezados, tais como cascas de cebola, cascas de alho, casca de ovo, talos de couve, cascas de laranja, grãos de feijão furados, folhas de alface ou de outras hortaliças amareladas, murchas ou impróprias para o consumo humano, frutas parcial ou totalmente inutilizadas durante o processo de transporte ou armazenamento inadequados, dentre outras fontes de material vegetal, podem ser aproveitados na compostagem em vez de irem parar nos lixões.
[0047] É espantosa a quantidade destes materiais em ambientes como restaurantes, refeitórios, lanchonetes, bares, supermercados, feiras livres dentre outros.
[0048] Existem ainda os resíduos vegetais provenientes de algumas indústrias como a sucro-alcooleira, a de processamento de alimentos e sucos, dentre outras que também podem ser processados pela compostagem.
[0049] Um dos processos de compostagem bastante conhecido e já em fase de comercialização é a vermicompostagem, ou seja, a compostagem realizada com o uso de minhocas.
[0050] Nesse tipo de compostagem, as minhocas consomem o material orgânico depositado na composteira e os resíduos formados, o "húmus de minhoca" e o chorume, são adubos de ótima qualidade que podem ser utilizados em ambiente doméstico ou diretamente na lavoura. Entretanto, esse tipo de compostagem oferece uma limitação quanto ao tipo de material a ser compostado pois as minhocas apresentam baixa tolerância ã ingestão de resíduos cítricos, tais como bagaços e cascas de laranja, limão, tangerina, dentre outros.
[0051] Assim, um restaurante, por exemplo, que sirva muitas unidades de suco de laranja aos seus clientes não poderia através da compostagem com minhocas, processar as cascas e o bagaço da laranja. Assim, é grande a chance de descarte desse material no lixo convencional, gerando assim, os danos ambientais já relatados.
[0052] É preciso interromper esse ciclo de inutilização dessa matéria orgânica vegetal.
[0053] Um outro tipo de compostagem, também já conhecida é a chamada compostagem in situ. Nessa compostagem, o material orgânico é depositado em valas abertas no solo e lá se decompõe naturalmente pela ação dos microorganismos e animais frugívoros presentes no ambiente, sendo expostos diretamente às condições ambientais como a chuva, o granizo, a geada, a neve, e o sol. Nesse tipo de compostagem, a matéria orgânica sofre localmente a ação de agentes decompositores e o chorume formado penetra naturalmente no solo, não sendo viável o transporte do chorume ou da matéria compostada para outros locais.
[0054] A literatura patentária descreve algumas composteiras e processos de compostagem os quais serão descritos a seguir.
[0055] O documento BR102018004562-8 descreve um processo de compostagem o qual seleciona os componentes vegetais a serem compostados de acordo com o seu teor de nutriente. Neste processo, ocorre a adição de um catalisador e de água à compostagem, diferindo do processo da presente invenção o qual não compreende o uso de água, não compreende a adição de catalizador ou de qualquer composto químico e pelo fato de viabilizar a compostagem de qualquer material vegetal in natura, em qualquer quantidade.
[0056] O documento CN 111333442 revela um processo de compostagem que compreende a mistura de restos vegetais semi-secos com fertilizantes e com estrume de porco. Este documento difere da presente invenção pelo fato desta não compreender a adição de fertilizantes ou de estrume de porco.
[0057] O documento GR 1003486 revela um processo de compostagem que utiliza resíduos orgânicos líquidos provenientes da indústria que podem conter contaminantes. Tal documento difere da presente invenção tendo em vista que esta não utiliza material orgânico líquido e tampouco contendo contaminantes, mas apenas materiais vegetais de fontes diversas sem qualquer tipo de contaminação com metal pesado ou outro material tóxico.
[0058] O documento DE 000004314786 revela uma composteira e um processo de compostagem direcionados para o uso do lixo de cozinha e do jardim. Tal composteira é de pequeno porte e, segundo o inventor, pode ser posicionada até dentro de casa. Tal composteira compreende um local para o depósito do material a ser compostado e um local para a coleta do líquido formado, entretanto, diferentemente da presente invenção, aquela composteira apresenta movimento constante e o processo de compostagem deve ocorrer entre 4 e 12 meses. Tal composteira difere da presente invenção pelo fato desta compreender uma etapa de repouso do material e do processo de decomposição ocorrer ao ar livre em prazo menor do que 4 meses.
[0059] O documento AU 2010101380 revela uma composteira cilíndrica, estática, posicionada horizontalmente em relação ao solo que compreende compartimentos internos para a maceração, desidratação e condução do material em compostagem pela mesma. Tal cilindro compreende um eixo interno cujo movimento é causado por um motor externo. Internamente, tal cilindro é dividido verticalmente por placas com duas grandes aberturas através das quais o material em compostagem vai sendo transportado de uma câmara à outra no sentido vertical. Tal composteira e processo de compostagem diferem da presente invenção pelo fato desta não compreender a passagem do material em compostagem de uma câmara à outra e por compreender uma etapa de repouso do material em compostagem.
[0060] O documento EP1404630 descreve uma composteira que compreende um dispositivo para a deposição do material a ser compostado compreendendo uma base com reentrâncias de 1 a 5 cm, e aberturas para a entrada e saída de ar sendo tais aberturas vedadas com um anel de vedação de altura até maior do que a altura de tais reentrâncias. A base compreende ainda uma abertura para a retirada da água condensada. Na parede de tal composteira, também há reentrâncias de 1 a 5 cm de profundidade e aberturas para a entrada e saída de ar. A presente invenção difere da invenção descrita neste documento pelo fato de não compreender reentrâncias internas e, tampouco, anéis de vedação para a entrada e saída de ar e de, tampouco, compreender tais reentrâncias na parede de tal recipiente.
[0061] Pensando nessas questões, os inventores da presente invenção buscaram desenvolver uma composteira e um processo de compostagem que aceitasse qualquer quantidade de material cítrico e também de qualquer quantidade de outro material vegetal in natura, e ainda, cujos produtos formados pudessem ser transportados a outros locais onde houvesse a necessidade de recuperação ambiental e de adubação.
[0062] Tal processo, pode ainda ser automatizado e implantado em escala industrial nos grandes centros urbanos.
[0063] O técnico no assunto saberá valorizar a presente invenção bem como reconhecer as diferenças entre esta e os documentos aqui descritos, com base no Sumário e na Descrição Detalhada da Invenção a seguir expostos.
Sumário da Invenção
[0064] A presente invenção compreende uma composteira e um processo de compostagem compreendendo a mesma conforme a seguir descrito.
[0065] A composteira da presente invenção pode ser de uso doméstico, agrícola ou industrial.
[0066] O processo de compostagem, que compreende o uso da composteira aqui descrita é de fácil manuseio para o usuário e permite que o material compostado e o chorume eventualmente formado sejam transportados para outro local.
[0067] Em uma concretização, a composteira da presente invenção compreende um recipiente (1), contendo aberturas para a entrada e saída de ar (4) nas laterais, na base e na tampa (3), bem como uma alça (5) que viabiliza o transporte do material compostado até ο local de depósito, sendo que tal recipiente é posicionado em um suporte (6) que permite a entrada de ar pela base do recipiente (1) e permite também o escoamento do chorume para um dispositivo coletor de chorume (2).
[0068] Em uma concretização, a composteira da presente invenção compreende um recipiente (1) contendo aberturas para a entrada e salda de ar (4) nas laterais na base e na tampa (3), e pés (8) que se encaixam internamente (9) em um dispositivo coletor de chorume compreendendo um fundo afunilado (10) que compreende um dispositivo regulador da dispensa do chorume (11); sendo que tal dispositivo coletor de chorume tem pés (12) que elevam todo o conjunto do chão de modo a viabilizar a coleta do chorume pela ação da gravidade em um recipiente (13) sendo que o recipiente (1) compreende uma alça externa (5).
[0069] Em uma concretização, a composteira da presente invenção, Figura 10, é uma peça única que compreende um recipiente (1) contendo aberturas para a entrada e salda de ar (4) o qual compreende ainda um fundo afunilado (1) com um dispositivo regulador da dispensa do chorume (11) e, internamente, um assoalho removível (Figura 11, 16) compreendendo aberturas (4); externamente, tal recipiente compreende uma alça (Figura 10, 5) que viabiliza o transporte da composteira; e pés (1) que mantém o recipiente elevado em relação ao chão e permite a coleta do chorume pela ação da gravidade através de um recipiente posicionado sob o mesmo (13).
[0070] Em uma concretização opcional, a composteira da presente invenção (Figuras 6, 7 e 8, 14) compreende uma tela anti-mosquito (14) posicionada externamente ao recipiente (1) e fixada através de meios de fixação adequados, externamente ao dispositivo coletor de chorume (2 e 10).
[0071] O recipiente contendo aberturas para a entrada e saída de ar é o local onde o material a ser compostado é depositado em quaisquer proporções.
[0072] Em uma concretização, o tal recipiente (1) tem seção transversal cilíndrica, elíptica, retangular, quadrada, pentagonal, hexagonal, dentre outras formas possíveis mas cujo interior tem cantos arredondados.
[0073] Em uma concretização, o recipiente (1) é de material plástico, de acrílico ou metálico de fácil limpeza após o processo de compostagem.
[0074] Em uma configuração opcional, a composteira da presente invenção compreende um dispositivo externo de aquecimento do recipiente (1) como por exemplo, uma serpentina elétrica.
[0075] Em uma configuração, a composteira da presente invenção possui um dispositivo automatizado compreendendo um motor (Figura 12, 17) uma haste vertical (18), uma haste horizontal (19) e pás (20) que giram no sentido vertical, para mexer o material a ser compostado.
[0076] Em uma configuração, a composteira da presente invenção opcionalmente compreende um dispositivo capaz de girar o recipiente 1 no sentido vertical de modo a permitir o despejo do seu conteúdo, material compostado ao final do processo, em um carrinho de mão ou diretamente na carroceria de um caminhão para ser transportado a outro local.
[0077] O processo de compostagem da presente invenção compreende o uso de uma ou mais concretizações das composteiras aqui descritas e compreende as etapas de:
  • a. Adicionar material vegetal seco no interior do recipiente (1);
  • b. Adicionar o material vegetal a ser compostado, incluindo material cítrico, sobre a camada de material seco mencionada em a);
  • c. Adicionar uma nova camada do material vegetal seco;
  • d. Repetir as etapas de a) à c) tantas vezes quanto necessárias conforme a quantidade de material vegetal a ser compostado;
  • e. Manter em repouso os materiais descritos de a) à d) por, pelo menos, 10 horas;
  • f. Revolver o material descrito nas etapas de a) à e) até que todo ο material da composteira esteja uniformemente misturado;
  • g. Adicionar nova camada de material vegetal a ser compostado;
  • h. Adicionar uma nova camada de material vegetal seco;
  • i. Manter em repouso os materiais descritos nas etapas de a) à h) por, pelo menos, 10 horas;
  • j. Revolver o material descrito nas etapas de a) à i) até que todo o material vegetal esteja uniformemente misturado na composteira;
  • k. Repetir as etapas de g) à j) até que todo o recipiente (1) esteja com o seu volume preenchido;
  • l. Revolver periodicamente o material depositado em k) e aguardar até que a compostagem ocorra;
  • m. Coletar ο chorume, eventualmente formado durante o processo, pelo dispositivo coletor de chorume (13); e
  • n. Coletar o material compostado ao final do processo no recipiente (1) e transportá-lo até o local de depósito.
[0078] Em uma concretização, o material vegetal a ser compostado é previamente fragmentado de modo a formar fragmentos cuja área varia, por exemplo, de 1 a 5 cm2 em média.
[0079] Em uma concretização, o material vegetal a ser compostado não é fragmentado previamente.
[0080] Em uma concretização, o material vegetal seco opcionalmente é também previamente fragmentado.
[0081] Em especial, as etapas f) , j) e 1) são realizadas com qualquer dispositivo que viabilize a homogeinização do material vegetal depositado no interior do recipiente (1).
[0082] Em uma concretização, a etapa de revolver o material depositado é realizada com uma pá de jardim contendo 3 hastes (Figura 1, 22).
[0083] Em uma concretização, o dispositivo que viabiliza a homogeinização é uma haste mecanizada compreendendo um motor com hastes e pinos móveis (Figura 12).
[0084] Em uma concretização o processo da presente invenção gera o chorume.
[0085] Em uma concretização, o processo da presente invenção gera apenas o material orgânico compostado ou gera também o chorume mas em quantidades insignificantes.
[0086] O processo da presente invenção é realizado ao ar livre, em local coberto e com boa ventilação.
[0087] Em especial, o local coberto deve evitar a entrada de água da chuva, geada, granizo, neve, água de irrigação ou de qualquer outra fonte mas pode permitir a entrada da luz solar ou ainda, em locais que permitam a incidência da luz solar lateralmente à composteira.
[0088] Opcionalmente, o processo de compostagem da presente invenção pode ainda compreender o uso de ventiladores externos de modo a aumentar a ventilação local.
[0089] Opcionalmente, o processo da presente invenção compreende o uso de uma composteira com um dispositivo externo de aquecimento, como por exemplo, uma serpentina elétrica de modo a viabilizar a compostagem da matéria orgânica vegetal em ambientes externos com temperatura abaixo de zero.
[0090] O processo de compostagem da presente invenção, aceita qualquer tipo de material vegetal in natura e seco, principalmente material vegetal cítrico, em proporções que variam de 1/1 a 1/5 entre o material vegetal a ser compostado e o material vegetal seco.
Descrição Das Figuras
[0091] As Figuras 1 e 2 mostram uma forma de concretização da composteira da presente invenção compreendendo um recipiente (1) com aberturas para a entrada e saída de ar (4) onde o material a ser compostado é depositado; um suporte (6) que permite a entrada de ar pela base do recipiente (1) e um dispositivo para a coleta do chorume (2), sendo que o recipiente (1) compreende uma alça (5) e uma tampa (3) compreendendo aberturas para a entrada e saída de ar e uma área de encaixe (7) na borda do recipiente (1).
[0092] A Figura 3 mostra detalhes do recipiente (1) mostrando as aberturas para entrada e saída de ar (4) nas laterais, e na base e uma alça (5) para o transporte do recipiente.
[0093] A Figura 4 mostra detalhes de uma tampa (3) do recipiente (1) a qual também compreende aberturas (4) para a entrada e saída de ar e um encaixe (7a) na borda do recipiente (1).
[0094] A Figura 5 mostra o processo de montagem de uma forma de concretização da composteira da presente invenção a qual compreende o encaixe do suporte (6) no interior do recipiente coletor de chorume (2), sendo que sobre o referido suporte (6) é colocado um recipiente (1) contendo aberturas para a entrada e saída de ar (4) na base e nas laterais e uma tampa (3) que também compreende aberturas para a entrada e saída de ar (4).
[0095] A Figura 6 mostra uma concretização da presente invenção na qual o recipiente contendo aberturas (1) compreende pés (8) encaixados no interior do recipiente coletor de chorume (10), o qual apresenta um fundo afunilado (10) e um dispositivo que viabiliza a dispensa do chorume formado (11), como por exemplo uma torneira (11) e pés (12) que elevam todo o conjunto do chão de modo a viabilizar a coleta do chorume formado (21), pela ação da gravidade, em um recipiente adequado (13).
[0096] A Figura 7 mostra outra concretização da composteira da presente invenção na qual semelhantemente ã concretização da figura 6, o recipiente (1) também está encaixado no interior do dispositivo coletor de chorume (10) com uma região afunilada (10), mas cujos pés (8) são menores de modo a que uma parte do recipiente (1) permaneça no interior do dispositivo coletor de chorume afunilado (10), diferente da concretização da Figura 6 na qual a base do recipiente (1) está posicionada na altura da borda do dispositivo coletor de chorume com o fundo afunilado (10). As Figuras 6, 7 e 8 mostram ainda uma tela anti-mosquito (14) que pode ser instalada na parte externa do dispositivo (1), sendo posicionada entre o dispositivo (1) e a tampa (3).
[0097] A Figura 8 mostra uma outra configuração da composteira da presente invenção na qual o recipiente contendo furos (1) também compreende pés (8) encaixados no interior do dispositivo coletor de chorume com o fundo afunilado (10) e um dispositivo para a dispensa do chorume (11), sendo que os pés (8) posicionam o dispositivo (1), acima da borda do dispositivo coletor de chorume com fundo afunilado (10) e um recipiente adequado (13) para a coleta do chorume (21). Externamente, tal composteira também pode compreender uma tela anti-mosquito (14) fixada por meios de fixação adequados (15) no recipiente coletor de chorume com fundo afunilado (10) e posicionada entre a borda do dispositivo (1) e a tampa (3).
[0098] A Figura 9 mostra um corte transversal da composteira da Figura 8 no qual pode-se observar os meios de encaixe (9) do dispositivo coletor de chorume com fundo afunilado (10) e os pés (8) do recipiente (1) os quais fazem com que a base do recipiente (1), a qual também contém aberturas para a entrada e saída de ar (4) fique acima da borda do recipiente coletor de chorume com fundo afunilado (10).
[0099] A Figura 10 mostra uma outra concretização da composteira da presente invenção a qual compreende uma peça única (1) compreendendo aberturas para a entrada e saída de ar(4), sendo que tal peça (1) tem um fundo afunilado compreendendo um dispositivo regulador da dispensa (11) do chorume (21), o qual é coletado em um recipiente adequado (13) que pode compreender uma escala graduada, sendo que tal dispositivo (1) compreende pés(l) que elevam todo o conjunto do chão e uma alça (5) que viabiliza o transporte da composteira até o local adequado.
[00100] A Figura 11 mostra a parte superior e interna no dispositivo da figura 10 na qual o assoalho interno (16) compreende aberturas para a entrada e salda de ar(4) e é removível, de modo a viabilizar a lavagem de todo o conjunto ao término do processo de compostagem do material vegetal lá depositado. Esta figura mostra ainda um dispositivo (11) que controla a dispensa do chorume formado.
[00101] A Figura 12 A mostra um mecanismo de mecanização do processo de compostagem, o qual é posicionado internamente à composteira, o qual compreende um motor (17) com uma haste vertical móvel (18) a qual compreende uma haste horizontal em sua extremidade (19) a qual compreende pás (20) que giram em seu próprio eixo. A Figura 12B mostra o sentido de rotação da haste (18) o qual pode ocorrer tanto no sentido horário como anti-horário e a Figura 12C mostra o sentido de rotação da haste (19) o qual pode ser no sentido horário ou anti-horário.
Descrição Detalhada da Invenção
[00102] A seguir serão mostrados alguns exemplos de concretização da presente invenção, dentre vários outros possíveis, que podem ser realizados a partir dos ensinamentos da presente invenção e que encontram-se dentro do escopo da presente invenção, ainda que, contudo, eventualmente não tenham sido aqui claramente descritos.
Material orgânico a ser compostado
[00103] O material orgânico a ser compostado é um material vegetal in natura, ou seja, sem que tenha sido submetido a qualquer processamento prévio ou que tais processamentos sejam apenas a refrigeração, ο congelamento, ο cozimento somente em água, sem a adição de qualquer tipo de molho, tempero, sal, óleo ou conservante, materiais cuja decomposição já tenha sido iniciada e inclui material cítrico como cascas, bagaços e sementes de laranja, limão, tangerina dentre outros cítricos possíveis bem como a mistura dos mesmos em quaisquer proporções podendo ainda conter qualquer outro material vegetal in natura como por exemplo, cascas de banana, de abacate, de cenoura, de batata, de cebola, de alho, de manga, de melão, de melancia, de fruta-do-conde, de maracujá, de graviola, de maçã, de abóbora, talos de repolho, talos de couve, cascas de ovo, borras de café, saquinhos de chá sem o grampo de metal, restos de beringela não-cozidas, folhas de couve-flor, de beterraba, folhas de alface ou de quaisquer outras hortaliças que estejam amareladas, amassadas ou impróprias para o consumo humano, sobras de salada sem a presença de temperos ou de materiais vegetais temperados, sementes de abóbora, de melão, de melancia, restos de cachos de uva, restos de maçã, cascas e restos de pêra, sementes, cascas e restos de mamão, sobras de temperos vegetais in natura como raizes de salsa, de cebolinha, de coentro, pimenta, louro, dentre outros possíveis, bem como a mistura dos mesmos, em quaisquer proporções estando estes preferencialmente à temperatura ambiente ou previamente refrigerados.
[00104] Em uma concretização, o material vegetal a ser compostado é previamente fragmentado, rasgado ou picotado com o uso das próprias mãos, com o uso de uma faca, ou de outro material cortante, de modo a formar pedaços menores como por exemplo, pedaços que variam de 1 a 5 cm2 de área.
[00105] Em uma concretização opcional da presente invenção, o material vegetal a ser compostado é utilizado por inteiro, sem ser picado, rasgado ou cortado ou passar por qualquer outro método de processamento mecânico.
[00106] Em uma concretização opcional da presente invenção, o material vegetal a ser compostado, pode ter sido previamente mantido em geladeira ou até mesmo congelado, sendo que tal refrigeração pode ocorrer com o material inteiro ou fragmentado.
[00107] Em uma concretização, materiais vegetais in natura cuja decomposição natural já foi iniciada podem também ser utilizados no processo de compostagem da presente invenção.
[00108] Em uma concretização preferencial, o material a ser compostado não inclui qualquer tipo de material de origem animal tais como ossos, restos de carne bovina, suína, de aves, peixe, frutos do mar ou de quaisquer outras fontes animais estando estas cruas ou cozidas. Da mesma forma, que qualquer tipo de óleo, materiais fritos ou que tenham recebido molhos como azeites, vinagre, maionese, bem como qualquer tipo de massa como macarrão, pão, biscoitos, restos de leite e derivados como iogurte, queijo, requeijão, vitaminas, lixos de banheiro, papel absorvido com óleo, restos de roupas ou panos, restos de chocolate, sorvete, comidas industrializadas, borracha, metais, papéis impregnados com tintas ã base de óleo, substâncias engordurantes, guardanapos de papel compreendendo óleo ou quaisquer outros compostos prejudiciais ao meio ambiente bem como quaisquer materiais inorgânicos em quaisquer quantidades ou proporções não são utilizáveis no processo de compostagem da presente invenção.
[00109] Em uma concretização preferencial, o material a ser compostado compreende uma mistura de quaisquer materiais orgânicos in natura, previamente fragmentados em partículas de 1 a 5 cm2, estando à temperatura ambiente.
Material orgânico seco
[00110] O material orgânico seco a ser utilizado na compostagem da presente invenção compreende, por exemplo, materiais resultantes da varrição de ruas e calçadas ou ainda os chamados "lixos de jardim", tais como folhas secas, pequenos galhos secos, restos de grama cortadas secas, restos de palha, de folhas de palmeiras picotadas, dentre outros materiais vegetais secos possíveis bem como a mistura dos mesmos em quaisquer proporções.
[00111] Em especial, o processo da presente invenção pode compreender ainda o uso de um pouco de serragem, juntamente com as folhas secas, de modo que a serragem compreenda de 1 a 5% do total de material seco.
[00112] Em especial, o material orgânico seco se, coletado ainda úmido, deve ser previamente submetido à secagem por exposição direta ao sol ou ainda por secagem em forno ou estufa apropriada.
[00113] Uma vez seco, o material orgânico pode ser processado mecanicamente pela quebra, picote ou outro método capaz de reduzir o seu tamanho seja com o uso das mãos, com o uso de máquinas trituradoras disponíveis no mercado ou por outro meio qualquer.
[00114] Em uma concretização opcional, o material orgânico seco pode ser utilizado inteiro, sem sofrer qualquer tipo de processamento mecânico.
Composteira
[00115] A composteira da presente invenção é indicada tanto para o uso doméstico como para o uso urbano e também, industrial sendo capaz de processar todo o material vegetal descritos em [00103] à [00109] gerado em uma residência, em um bairro, em uma cidade ou indústria.
Recipiente (1) compreendendo aberturas para a entrada e saída de ar
[00116] A composteira da presente invenção compreende um recipiente (1) compreendendo aberturas para a entrada e saída de ar (4) no qual o material vegetal a ser compostado e o material vegetal seco são depositados.
[00117] Tal dispositivo pode ser em formato cilíndrico, oval ou ainda de qualquer outro formato geométrico, tais como quadrado, retangular, pentagonal, hexagonal ou outro desde que seus cantos internos sejam arredondados, viabilize uma boa homogeinização do material depositado internamente e a sua limpeza ao final do processo de compostagem.
[00118] Tal dispositivo compreende aberturas para a entrada e saída de ar (4) na lateral, na base e na tampa (3) sendo que tais aberturas podem também ser em formato circular, retangular, quadrado ou de outra forma qualquer desde que permita a circulação de quantidade expressiva de ar, sem, no entanto, permitir a saída do material orgânico depositado no recipiente (1).
[00119] Tal recipiente (1) não deve estar posicionado diretamente no chão ou de outra superfície plana, de modo a viabilizar a circulação de ar pela base de tal recipiente (1).
[00120] Em uma concretização, tal recipiente (1) deve estar posicionado em cima de um suporte (6) de modo que o distancie do recipiente coletor de chorume (2).
[00121] Em uma concretização, ο recipiente (1) da composteira da presente invenção apresenta pés externos (8) no lugar do suporte (6).
[00122] Em uma concretização, os pés externos (8) posicionam o recipiente (1) na altura da borda do dispositivo coletor de chorume (Figura 6), abaixo de tal borda (Figura 7) ou ainda acima de tal borda (Figuras 8 e 9).
[00123] Especificamente, os pés externos (8) são encaixados internamente no assoalho do recipiente (2, 10) através de meios de encaixe tipo macho e fêmea (8,9). Outras formas de encaixe entre os 2 recipientes, como por exemplo, um encaixe entre o assoalho do recipiente (1) e a borda do recipiente (2, 10) podem também ser concretizados para trazer estabilidade à composteira.
[00124] Em uma concretização opcional, o recipiente (1) da composteira da presente invenção compreende uma tela anti-mosquito (14) posicionada externamente ao recipiente (1).
[00125] Em uma concretização, tal recipiente (1) compreendendo aberturas para a entrada e saída de ar, é de material plástico, de alumínio, inox, resina, fibra de vidro, metais, ligas metálicas ou de outro material compatível com o processo da compostagem e que permite a apropriada higienização ao término do processo.
[00126] Em uma concretização preferencial, a composteira da presente invenção é uma peça única (Figura 10,1) a qual compreende um recipiente (Figura 10, 1) compreendendo aberturas para a entrada e saída de ar (4), sendo que tal recipiente compreende, internamente, um assoalho removível (Figura 11,16) que também compreende aberturas para viabilizar o fluxo do chorume formado, sendo que tal recipiente (Figura 10,1) tem um fundo cônico ou afunilado (Figura 10, 1) com um dispositivo de controle da dispensa (Figura 10,11) do chorume formado (21), o qual é coletado em um recipiente adequado (13).
[00127] O recipiente (1) da composteira da presente invenção compreende ainda uma alça (5) que viabiliza o transporte, ao final do processo de compostagem, do material compostado até o seu local de depósito no ambiente, o qual pode ser uma região de mata queimada, de área desmatada, uma área agrícola, uma pequena lavoura de hortaliças, frutíferas, bem como um canteiro, ou um vaso de plantas.
Recipiente (2,10) coletor de chorume
[00128] Em uma concretização, o recipiente coletor de chorume da presente invenção (2, 10) tem um formato cilíndrico (2) e diâmetro maior do que o diâmetro do recipiente (1).
[00129] Em uma concretização, o recipiente coletor de chorume da presente invenção tem um fundo cônico (10), afunilado (10) que auxilia o recolhimento do chorume (21) formado por ação da gravidade através de um dispositivo de controle da dispensa (11) do chorume, como por exemplo, uma torneira.
[00130] Em uma concretização, internamente, tal recipiente cônico tem reentrâncias (9) para o encaixe dos pés (8) do recipiente (1) tipo encaixe macho e fêmea, de modo a estabilizar ambos os recipientes (1 e 10) .
[00131] Em uma concretização, a estabilização do conjunto dos dois recipientes, quais sejam (1) e (2, 10) é realizada através de um encaixe na borda do recipiente (2, 10), sem a necessidade da presença dos pés (8). Desenho não mostrado.
[00132] Em uma concretização, o recipiente cônico (10) tem, internamente, um meio de encaixe do recipiente (1), diferente do encaixe mostrados na Figura 9 mas ainda assim, capaz de estabilizar ambos os recipientes (1 e 10).
[00133] Em uma concretização, o recipiente coletor de chorume (2, 10) é de plástico, de alumínio, de inox, resina ou de qualquer outro material compatível, podendo, inclusive, ser do mesmo material que o recipiente (1) sendo passível de lavagem e higienização após o término de um processo de compostagem.
Tela contra-insetos (14)
[00134] A composteira e o processo de compostagem da presente invenção, não atraem alguns tipos de insetos como baratas, vespas e moscas varejeiras. Entretanto, atrai agentes decompositores como as moscas-de-frutas (Drosophila melanogaster) , algumas formigas, e lagartixas (Hemidactylus spp.) as quais podem não ser toleráveis pelo usuário da composteira da presente invenção.
[00135] Pensando nessa questão, os inventores da presente invenção desenvolveram um componente opcional da composteira da presente invenção qual seja, uma tela anti-inseto, instalada externamente ao recipiente (1), internamente à tampa (3) e cuja fixação é externa ao recipiente coletor de chorume (2, 10) através de meios de fixação adequados (15).
[00136] A tela da presente invenção é uma tela de nylon, ou de qualquer outro material compatível, de modo a ser lavável ao final de um processo de compostagem, e cuja trama seja suficientemente fechada a ponto de não permitir a entrada de inseto.
Processo de Compostagem
[00137] O processo de compostagem da presente invenção compreende a mistura de partes do material orgânico a ser compostado e partes de material orgânico seco, ambos descritos anteriormente, dentre outros possíveis.
[00138] Em especial, o processo de compostagem da presente invenção compreende o uso das composteiras aqui descritas e compreende as etapas de:
  • a. Adicionar material vegetal seco no interior do recipiente (1);
  • b. Adicionar o material vegetal a ser compostado, incluindo material cítrico, sobre a camada de material vegetal seco de a);
  • c. Adicionar uma nova camada do material vegetal
  • seco;
  • d. Repetir as etapas de a) à c) tantas vezes quanto necessárias conforme a quantidade disponível de material vegetal a ser compostado;
  • e. Manter em repouso por, pelo menos, 10 horas com
  • a composteira tampada;
  • f. Revolver o material descrito nas etapas de a) à e) até que todo o material vegetal esteja uniformemente misturado;
  • g. Adicionar nova camada de material vegetal a ser compostado;
  • h. Adicionar nova camada de material vegetal seco;
  • i. Manter em repouso os materiais descritos nas etapas de a) à h) por, pelo menos, 10 horas com a composteira tampada;
  • j. Revolver o material descrito nas etapas de a) à i) até que todo o material vegetal esteja uniformemente misturado;
  • k. Repetir as etapas de g) à j) até que o volume total da composteira tenha sido atingido;
  • l. revolver periodicamente o material vegetal descrito em k de modo a uniformizar todo o material da composteira até que o processo de compostagem seja finalizado;
  • m. Coletar o chorume (21) formado durante o processo através de um recipiente adequado (13); e
  • n. Coletar o material compostado formado ao final do processo de compostagem depositando-o diretamente no local de interesse.
[00139] Em uma concretização a etapa descrita em e) é feita pelo usuário com o auxilio de uma pá de jardim (22), com um ancinho de jardim ou outro dispositivo qualquer.
[00140] Em uma concretização, a etapa descrita em e) é mecanizada conforme esquema mostrado na Figura 12.
[00141] O processo de compostagem da presente invenção apresenta alto rendimento de compostagem, sendo capaz de compostar 100% do material vegetal disponibilizado, e aceita qualquer quantidade de material vegetal anteriormente descrito.
[00142] Ao final, os produtos obtidos pela compostagem, quais sejam, o material orgânico compostado bem como o chorume, podem ser transportados para o local de depósito o qual pode ser um local próximo ao local da compostagem, um vaso de plantas, um canteiro, uma horta ou até mesmo um local distante, como uma área desmatada ou queimada a ser recuperada.
Automatização do processo de compostagem
[00143] A composteira e o processo de compostagem da presente invenção podem ser automatizados.
[00144] Em uma concretização, a etapa de revolver o material em processo de compostagem pode ser automatizada de modo a compreender a introdução de uma haste vertical (18) compreendendo uma haste horizontal (19) com pinos fixos em posições variadas (20). Especificamente, tal haste horizontal é movimentada na posição vertical através de um motor (17).
[00145] Em uma concretização, a etapa de retirar o material compostado da composteira também pode ser automatizada de modo a ocorrer o desencaixe entre o recipiente (1) e o recipiente coletor de chorume (2, 10) o transporte lateral do dito recipiente e seu o giro vertical de modo a despejar o seu conteúdo em um carrinho de mão, na carroceria de um caminhão ou em outro dispositivo que viabilize o transporte do material compostado até o local de depósito.
Exemplo de concretização 1
[00146] Inicialmente, os inventores da presente invenção agradecem os donos do imóvel onde foi feito este desenvolvimento pelo auxilio e suporte durante a realização destes ensaios.
[00147] Em um exemplo de concretização, os inventores da presente invenção fizeram a compostagem de matéria vegetal in natura de origem doméstica (cascas de frutas, talos de couve, restos de salada sem molho, cascas de ovo, etc.) em um recipiente (1) cilíndrico, de plástico com 30,5 cm de diâmetro e 28,5 cm de altura com furos diversos nas laterais, na base e na tampa, sendo que tais furos variam de 3 a 5 mm de diâmetro. O dispositivo de coleta de chorume (2) tem o formato de uma bacia de plástico com 13,5 com de altura e 48,5 cm de diâmetro. Internamente ã dita bacia, foi colocado um suporte gradeado de formato quadrado (6) de madeira com 8 cm de altura e 15 cm de comprimento sobre o qual foi depositado o recipiente (1).
[00148] Foram intercaladas camadas de material vegetal seco e material vegetal a ser compostado na proporção 2: 1, terminando com o material seco até que todo material vegetal a ser compostado estivesse acomodado no recipiente (1). Novas camadas de material vegetal in natura e de material vegetal seco foram feitas ao longo de semanas até que todo o volume do recipiente (1) estivesse preenchido.
[00149] Esta compostagem foi feita em ambiente aberto, no verão, com a incidência de sol na composteira durante aproximadamente 4 horas.
[00150] Não foram vistos insetos como baratas e moscas, mas moscas-de-fruta e lagartixas apareceram.
[00151] Durante o processo de compostagem, algumas larvas cresceram no interior da composteira e no chorume formado. Entretanto, tais larvas não causaram nenhum prejuízo às plantas que receberam o material vegetal compostado tais como as primaveras, as roseiras, o limoeiro, os pés de tangerina, de mamão, e outros que se encontram no jardim dos inventores.
[00152] Houve a formação de aproximadamente 1,5 L de chorume, o qual foi diluído em água, 1/12 ou 1/20 e posteriormente aplicado nas plantas. Mesmo também compreendendo algumas larvas, estas também foram inócuas para as plantas do jardim.
[00153] O rendimento foi de 100%. Todo o material vegetal in natura que foi compostado pôde ser utilizado sem restrições, como adubo. Da mesma forma, o chorume formado.
Exemplo de concretização 2
[00154] Em um exemplo de concretização, os inventores da presente invenção fizeram a compostagem de matéria orgânica doméstica (cascas de frutas, talos de couve, restos de salada sem molho, cascas de ovo, etc.) em 4 recipientes de plástico, reutilização de recipientes de sorvete, contendo cada recipiente o mesmo número de furos na base, nas laterais e na tampa. Todas as caixas possuíam internamente uma escala em centímetros para avaliar a quantidade de material adicionado.
[00155] Foram adicionados 2 porções de material a ser compostado:
[00156] Material vegetal in natura 1: cascas de 2 bananas, casca e parte das sementes de 1 mamão formoso grande, 1 colher de sobremesa de borra de café e casca de 1 manga.
[00157] Material vegetal in natura 2: casca de 1 manga grande, casca de 5 bananas, casca de 1 cenoura, de 1 batata, de 1 dente de alho, casca e bagaço de 1 laranja, cascas de 1 tangerina e talos e raízes de 4 unidades de agrião.
[00158] Material seco: foram utilizadas folhas e pequenos gravetos coletados de espécies vegetais do jardim dos inventores.
[00159] Ambos os materiais orgânicos foram picados com o auxílio de uma faca em tamanhos retangulares aproximados de 1,5 a 2cm x 1 a 2 cm. Posteriormente, tais materiais foram medidos em um copo-medidor, usado em culinária, na medida equivalente ao arroz.
[00160] O material vegetal in natura 1 totalizou 1,300 kg e foi dividido igualmente nas 4 caixas em camadas de 150g cada.
[00161] O material vegetal in natura 2, acumulado no período de 4 dias seguintes, totalizou 1,430 kg e também foi igualmente dividido entre as 4 caixas em camadas de 180g.
[00162] O espaço de tempo entre o acúmulo do material 1, e o acúmulo do material 2, foi apenas de 4 dias.
[00163] Ο ensaio teve inicio em abril, 06/04/2021 e foi feito da seguinte forma:
Figure img0001
a Material vegetal in natura.
b Material vegetal seco.
[00164] As caixas, 1, 3 e 4 foram mantidas em local externo, coberto, ventilado e que eventualmente recebeu a luz do sol entre as 15 e 17 horas da tarde. A caixa 2, de mesma composição da caixa 3, foi mantida em local coberto, ventilado mas que não recebeu a luz do sol diretamente.
[00165] A caixa 4 foi totalmente revestida externamente com uma tela anti-mosquito de modo a evitar a entrada destes na composteira.
[00166] Todas as caixas tinham o mesmo tamanho e cantos arredondados medindo 14 cm de comprimento, 11 cm de altura e 9 cm de profundidade. Tais caixas tinham formato levemente trapezóide, mas para efeitos de cálculo de volume, foram consideradas retangulares.
[00167] O material orgânico in natura 2 foi adicionado 4 dias após o inicio do ensaio como mostrado na Tabela 2:
Figure img0002
a Material vegetal in natura.
b Material vegetal seco.
[00168] Este ensaio foi finalizado em 23/04/2021 e o resultado obtido mostrou que houve grande atração de formigas, e que, dadas as condições ambientais de outono, apenas a caixa 1, na qual não houve adição de matéria orgânica seca, houve a formação de chorume. Entretanto, tal chorume foi em quantidade minima, não sendo possível a sua quantificação.
[00169] Não foi encontrada diferença significativa entre as caixas 2 (ambiente escuro) e 3 (ambiente claro). Ou seja, a incidência dos raios solares diretamente nas caixas não foi determinante para a ocorrência da compostagem do material vegetal ou da formação do chorume.
[00170] Tendo em vista que houve a chegada de uma massa de ar fria, diminuindo a temperatura ambiente, a eficiência na produção do chorume diminuiu bastante a ponto de, neste caso, não fazer diferença entre as caixas 2 e 3.
[00171] A caixa 3, que ficou exposta ao sol, pegou pouco tempo de sol o qual várias vezes foi interrompido por nuvens e/ou chuva. Assim, o calor que a caixa 3 recebeu em relação ã caixa 2 que permaneceu todo o tempo no escuro não foi relevante o suficiente para gerar uma diferença significativa na formação do chorume, muito embora a compostagem do material orgânico tenha ocorrido em ambos os casos.
[00172] A caixa 4, envolta com tela e sem tampa, apresentou ainda algumas poucas moscas de fruta no interior da caixa mas não foi observada a ocorrência de larvas ou a deposição de ovos, fato que também não ocorreu em nenhuma das outras caixas.

Claims (16)

  1. COMPOSTEIRA caracterizada por compreender um recipiente (1) compreendendo aberturas (4) nas laterais, na base e na tampa (3) para a entrada e saída de ar, bem como uma alça (5) sendo que tal recipiente (1) é posicionado em um suporte (6) o qual é posicionado internamente em um dispositivo coletor de chorume (2).
  2. COMPOSTEIRA, caracterizada por compreender uma peça única que compreende um recipiente (Figura 10,1) contendo aberturas (4) nas laterais, na tampa (3) e no assoalho interno removível (16) sendo que tal recipiente (Figura 10, 1) compreende um fundo afunilado sem aberturas nas laterais para a entrada e saida de ar na região afunilada e com um dispositivo regulador da dispensa (11) do chorume (21) formado sendo que tal chorume é coletado em um recipiente (13), sendo que, externamente, tal dispositivo (Figura 10, 1) compreende uma alça (5) e pés (Figura 10,1).
  3. COMPOSTEIRA, caracterizada por compreender um recipiente (1) contendo abertura nas laterais, na base e na tampa (3) para a entrada e saída de ar, e uma alça externa (5), sendo que tal recipiente (1) compreende pés (8) que se encaixam no interior de um recipiente de formato afunilado (10) através de um encaixe (8,9), sendo que tal recipiente afunilado (10) compreende um dispositivo regulador da dispensa (11) do chorume formado (21) e pés (12).
  4. COMPOSTEIRA, de acordo com as reivindicações 1, 2 ou 3 caracterizado por, opcionalmente, compreender uma tela anti-mosquito posicionada externamente entre o recipiente (1) e a tampa (3) sendo fixada por meios de fixação adequados (15) no recipiente coletor de chorume (2, 10).
  5. COMPOSTEIRA, de acordo com as reivindicações de 1 a 4, caracterizada por ser de plástico, de alumínio, de inox, resina, fibra de vidro, metais, ligas metálicas ou de qualquer outro material compatível bem como a mistura dos mesmos em quaisquer proporções.
  6. COMPOSTEIRA, de acordo com as reivindicações de 1 a 5 caracterizada por compreender seção transversal cilíndrica, elíptica, quadrada, retangular, pentagonal, hexagonal dentre outras formas possíveis desde que internamente tenha cantos arredondados.
  7. COMPOSTEIRA, de acordo com as reivindicações de 1 a 6, caracterizada por adicionalmente compreender um dispositivo de aquecimento externo, como, por exemplo, uma serpentina elétrica, dentre outros possíveis bem como a mistura dos mesmos.
  8. COMPOSTEIRA, de acordo com as reivindicações de 3 a 7, caracterizada pelo encaixe entre os recipientes (1) e (2,10) ser diferente do encaixe (8,9).
  9. COMPOSTEIRA, de acordo com as reivindicações 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 ou 8 caracterizada pelo fato de viabilizar o transporte do material compostado e do chorume até o local de depósito.
  10. PROCESSO DE COMPOSTAGEM, compreendendo uma composteira conforme descrito nas reivindicações de 1 a 9, caracterizado por compreender as etapas de:
    • a) Adicionar material vegetal seco no interior do recipiente (1);
    • b) Adicionar o material vegetal a ser compostado, incluindo material cítrico, sobre a camada de material vegetal seco de a);
    • c) Adicionar uma nova camada do material vegetal seco;
    • d) Repetir as etapas de a) à c) tantas vezes quanto necessárias conforme a quantidade de material vegetal a ser compostado;
    • e) Manter em repouso os materiais descritos de a) à d) por, pelo menos, 10 horas com a composteira tampada;
    • f) Revolver o material descrito nas etapas de a) à e) até que todo o material da composteira esteja uniformemente misturado.
    • g) Adicionar nova camada de material vegetal a ser compostado;
    • h) Adicionar uma nova camada de material vegetal seco;
    • i) Manter em repouso os materiais descritos nas etapas de a) à h) por, pelo menos, 10 horas com a composteira tampada;
    • j) Revolver o material descrito nas etapas de a) à i) até que todo o material esteja uniformemente misturado na composteira.
    • k) Repetir as etapas de g) à j) até que o volume do recipiente (1) esteja completo;
    • l) revolver diariamente o material vegetal da composteira até que a compostagem ocorra;
    • l) Coletar o chorume (21), eventualmente formado durante o processo de compostagem, com o uso de um recipiente (13) posicionado abaixo do recipiente (10) coletor de chorume; e
    • m) Coletar ο material compostado ao final do processo transportando-o para o local de uso.
  11. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo material vegetal a ser compostado, incluindo material cítrico b) ser escolhido do grupo que compreende cascas e bagaços de laranja, tangerina, limão, cascas de banana, de abacate, de cenoura, de batata, de cebola, de alho, de manga, de melão, de melancia, de fruta-do-conde, de maracujá, de graviola, de maçã, de abóbora, talos de repolho, talos de couve, cascas de ovo, borras de café, saquinhos de chá sem o grampo de metal, restos de beringela não-cozidas, folhas de couve-flor, de beterraba, folhas de alface e de quaisquer outras hortaliças que estejam amareladas, amassadas ou impróprias para o consumo humano, sobras de salada sem a presença de temperos ou de materiais vegetais temperados, sementes de abóbora, de melão, de melancia, restos de cachos de uva, restos de maçã, cascas e restos de pêra, sementes, cascas e restos de mamão, sobras de temperos vegetais in natura como raízes de salsa, de cebolinha, de coentro, pimenta, louro, dentre outros materiais possíveis, bem como a mistura dos mesmos, em quaisquer proporções.
  12. PROCESSO, de acordo com as reivindicações 10 e 11, caracterizado pelo material a ser compostado ser escolhido do grupo que compreende os materiais in natura, previamente resfriados, congelados, cozidos apenas em água, materiais em estado de decomposição já iniciado bem como a mistura dos mesmos em quaisquer proporções.
  13. PROCESSO, de acordo com as reivindicações de 10 a 12, caracterizado por opcionalmente compreender uma etapa prévia de fragmentação do material a ser compostado.
  14. PROCESSO, de acordo com as reivindicações de 10 a 13, caracterizado pela proporção entre o material a ser compostado e o material vegetal seco estar em proporções que variam de 1:1 até 1:5, preferencialmente, 1:1.
  15. PROCESSO, de acordo com as reivindicações de 10 a 14, caracterizado por ocorrer ao ar livre, em local com boa ventilação, protegido da água da chuva, granizo, neve, geada, água de irrigação ou de qualquer outra fonte.
  16. PROCESSO, de acordo com as reivindicações de 10 a 15, caracterizado por ser automatizado.
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