BR102021010093A2 - Método de reconstrução tridimensional de tendões e lesões musculoesqueléticas e de membros amputados e seu uso - Google Patents

Método de reconstrução tridimensional de tendões e lesões musculoesqueléticas e de membros amputados e seu uso Download PDF

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Abstract

A presente invenção pertence ao setor de reabilitação e ortopedia e se refere, mais especificamente, a um método de reconstrução de lesões de partes moles em modelos físicos para aumentar a precisão do planejamento pré-operatório e de membros amputados na elaboração de encaixes de próteses para pacientes amputados, por meio de tecnologia de imagem e escaneamento corporal associado a impressão 3D. Com a reconstrução de modelos físicos de lesões em partes moles visa-se aumentar a precisão do planejamento pré-operatório, desenvolvimento, descrição, aplicação das classificações das lesões já consagradas nos novos modelos tridimensionais além do objeto físico para fins educacionais (modelos para estudo em profissionais de saúde das patologias musculoesqueléticas). E ainda, tem como objetivo fornecer uma base de encaixe de próteses inteiramente impressa e customizada para cada paciente, com um tempo de entrega muito menor e custo reduzido ao se lidar com a análise das superfícies tridimensionais do membro amputado.

Description

MÉTODO DE RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL DE TENDÕES E LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS E DE MEMBROS AMPUTADOS E SEU USO Setor tecnológico da invenção
[001] De maneira geral, a presente invenção pertence ao setor de reabilitação e ortopedia e se refere, mais especificamente, a um método de reconstrução de lesões de partes moles em modelos físicos para aumentar a precisão do planejamento pré-operatório e de membros amputados na elaboração de encaixes de próteses para pacientes amputados, por meio de tecnologia de imagem e escaneamento corporal associado a impressão 3D.
Estado da Técnica
[002] Poucos centros no Brasil oferecem o serviço de protetização para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com baixa qualidade final de produto, longo período e alto custo.
[003] O processo de elaboração atualmente da prótese se inicia com o “encaixe” que será a interface entre o coto de amputação e o novo sistema de transmissão de apoio. O método mais utilizado no Brasil é o método de “molde de gesso”, o qual está baseado em realizar um molde gessado do coto de amputação, seguido de uma prova positiva do molde de gesso; processo de cura da prova positiva evitando falhas na superfície para então elaborar o primeiro encaixe provisório em plástico termomoldável.
[004] Essa primeira etapa leva em torno de 15 a 30 dias, desde o molde de gesso e a entrega do primeiro encaixe. Ao iniciar a fase de apoio com o primeiro encaixe, os pacientes podem levar mais 2 meses até necessitarem a primeira troca, tendo em vista a hipotrofia muscular e remodelação das partes moles que resultarão em mudança de volume e formato do coto de amputação. A elaboração do segundo encaixe provisório segue a mesma metodologia de molde de gesso.
[005] A segunda troca visa a elaboração do terceiro encaixe, e muitas vezes o definitivo. Desde o ato cirúrgico e a elaboração do encaixe definitivo, o tempo em média é de 4 a 6 meses, nos melhores centros de reabilitação para amputados. Para uma sobrevida dos componentes da prótese, o paciente deverá realizar a manutenção periódica resultando em troca completa dos componentes a cada 2 anos.
[006] De acordo com estudo publicado por Normann, Olsson e Brodtkorb, no qual foi realizado a análise comparativa de custo para elaboração de encaixe de prótese através da utilização do sistema modular de encaixe em comparação a metodologia clássica de molde de gesso, conclui-se que o custo efetivo de um encaixe de plástico termomoldável com a metodologia clássica de molde de gesso é de 534 euros, por encaixe (Normann E, Olsson A, Brodtkorb TH. Modular socket system versus traditionally laminated socket: a cost analysis. Prosthet Orthot Int. 2011 Mar;35(1):76-80. doi: 10.1177/0309364610392812. PMID: 21515892). Métodos alternativos como o sistema modular de encaixe podem entregar o produto com um tempo menor, mas com um preço mais elevado, de aproximadamente 783 euros, por encaixe.
[007] No Brasil há um alto custo das próteses de qualidade, uma prótese transtibial, por exemplo, varia de R$ 7.000,00 a R$ 40.000,00, e demanda um longo tempo de entrega (30 a 60 dias); ao lidar com reabilitação, o tempo é uma variável importante. As próteses oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são de baixa qualidade e também possuem longo tempo de entrega (custam ao sistema em torno de R$ 5.000,00, e muitos pacientes não se adaptam a prótese).
[008] A prototipagem rápida ou impressão 3D constitui na construção de protótipos físicos, com protótipos de alta complexidade após estudos virtuais. O interesse médico na impressão 3D tem aumentado gradativamente, visto suas vantagens e potencial produção de dispositivos e guias personalizados, com angulação, dimensões complexas de forma acessível e rápida para auxílio em procedimentos cirúrgicos complexos. A capacidade em integrar imagens tomográficas com impressão 3D possibilita a produção personalizada, única e anatomicamente perfeita de dispositivos, máscaras, protótipos cirúrgicos ou modelos adaptados a anatomia do caso a ser estudado. Autores já realizam as tomografias associadas a reconstruções tridimensionais (3D) pré-operatórias de casos ósseos de cada caso e projetam dois guias individualizados em software de modelagem tridimensional, sendo após realizados as suas impressões em objetos plásticos, como expõe exemplificamente os documentos de patentes ES1207236 e ES2753977. Os referidos guias procuram facilitar a cirurgia no local pré-estabelecido pela análise no software 3D. Porém, a presente invenção visa a reconstrução de partes moles de lesões musculoesqueléticas (tecidos e tendões), em objetos plásticos e impressões que atualmente não estão no mercado pela dificuldade da obtenção pelos programas, ainda que existam em grandes centros a reconstrução de tecido cardíaco, pulmonar, renal e hepático.
Novidades e avanços da invenção
[009] A ressonância magnética (RNM) tornou-se o padrão atual para o diagnóstico das lesões de partes moles. Contudo, a RNM fornece uma imagem bidimensional com representação em um monitor, imagens projetadas que podem gerar dificuldades na interpretação da anatomia; assim, a prototipagem ou a impressão 3D fornecem uma solução para este problema. O design assistido por computador pode produzir modelos físicos sólidos de objetos em 3D que conseguem melhorar a análise das estruturas e realizar adequadamente o planejamento pré-operatório, avaliação de angulações e dimensões complexas de forma acessível, de forma rápida para auxílio em procedimentos cirúrgicos complexos. A capacidade em integrar imagens tomográficas e de RNM com impressão 3D possibilita a produção personalizada, única e anatomicamente perfeita dos modelos adaptados a anatomia do caso a ser estudado. O uso dos modelos 3D, em relação ao uso da ressonância magnética, evidenciará a melhora sobre o planejamento cirúrgico na correção da lesão de partes moles e as características do procedimento.
[010] O objetivo é o desenvolvimento da reconstrução de modelos físicos de lesões em partes moles para aumentar a precisão do planejamento pré-operatório. Outro foco é a reconstrução de partes moles de lesões musculoesqueléticas (tecidos e tendões) em objetos plásticos e impressões que atualmente não estão no mercado. Ao aumentar a precisão do planejamento pré-operatório, desenvolvimento, descrição, aplicação das classificações das lesões já consagradas nos novos modelos tridimensionais além do objeto físico para fins educacionais (modelos para estudo em profissionais de saúde das patologias musculoesqueléticas).
[011] E ainda, embora já existam próteses ou componentes destas impressas com a tecnologia 3D, a intenção da presente patente é fornecer um produto inteiramente impresso e customizado para cada paciente, com um tempo de entrega muito menor e custo reduzido ao se lidar com a análise das superfícies tridimensionais do membro amputado. Levando em consideração o tempo gasto para elaboração de encaixe de próteses e a dependência de trabalho manual com alto custo final, se propõe a utilização de tecnologia de escâner corporal associado a impressão 3D.
[012] A metodologia de escâner corporal para elaboração do encaixe da prótese propicia o caráter de customização e individualidade, trazendo agilidade e rapidez para o processo de elaboração, com impressão dos componentes da prótese com materiais resistentes e entrega em tempo otimizado (menos de 5 dias para elaboração de uma prótese totalmente impressa e customizada).
[013] A presente invenção pode revolucionar a reabilitação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da medicina privada, através de algo customizado e individualizado, com entrega rápida e menor custo. Além do fato de se poder imprimir com diversos tipos de materiais as próteses terão a possibilidade de atender as demandas individuais de cada paciente (pacientes com amputações devido a doenças vasculares que possuem uma demanda funcional menor que os pacientes vítimas de acidentes motociclísticos).
[014] A metodologia proposta apresenta vantagens técnicas com a elaboração da prótese customizada, pois descentraliza a coleta dos dados individuais, obtendo uma capilaridade infinitamente maior. Isso resulta em um número maior de pacientes assistidos, com tempo para entrega da prótese sendo reduzido em 1/8 com um custo de aproximadamente de 1/7. O parâmetro para a elaboração de uma prótese será o exame de diagnóstico por imagem panorâmico - o que fornecerá a real falha do membro em centímetros, visando um correto balanço pélvico e alinhamento do eixo de carga, e a captação das medidas do coto.
Descrição dos desenhos anexos
[017] A fim de que o presente invento seja plenamente compreendido e levado à prática por qualquer técnico deste setor tecnológico, será descrito de forma clara, concisa e suficiente, tendo como base os desenhos anexos, que o ilustram e subsidiam abaixo listados:
Figura 1 representa o fluxograma de etapas de método de reconstrução tridimensional de tendões e lesões musculoesqueléticas;
Figura 2 representa um exemplo de ressonância magnética no manguito rotador, com destaque a lesão no tecido;
Figura 3 representa um exemplo de ressonância magnética no manguito rotador, com destaque para as partes coloridas que demonstram a lesão;
Figura 4 representa a vista em perspectiva de um modelo ósseo padrão sem lesão, no caso um manguito rotador;
Figura 5 representa a vista em perspectiva de um modelo ósseo padrão sem lesão, no caso um manguito rotador;
Figura 6 representa a vista em perspectiva de um modelo ósseo que recebe o modelo lesionado;
Figura 7 representa a vista em perspectiva de um modelo ósseo que recebe o modelo lesionado;
Figura 8 representa a vista em perspectiva de um modelo ósseo que recebe o modelo lesionado;
Figura 9 representa um modelo impresso da reconstrução da lesão no manguito rotador, com destaque na seta que indica a lesão, acima da cabeça do úmero – sem tendão;
Figura 10 representa o fluxograma de etapas de método de reconstrução e leitura de membros amputados;
Figura 11 representa o escaneamento dos membros inferiores, com destaque a parte amputada;
Figura 12 representa o escaneamento dos membros inferiores na vista frontal, com destaque a parte amputada;
Figura 13 representa o escaneamento dos membros inferiores na vista lateral e frontal, com destaque ao encaixe da prótese aplicada ao coto;
Figura 14 representa a digitalização do coto de amputação;
Figura 15 representa um modelo digitalizado de base de encaixe da prótese consoante as superfícies do coto de amputação;
Figura 16 representa o escaneamento dos membros inferiores, com destaque a correção angular do encaixe da prótese;
Figura 17 representa o escaneamento dos membros inferiores, com destaque ao planejamento para correção do ângulo na perna, para aplicação no coto personalizado;
Figura 18 representa na vista em perspectiva a análise do eixo mecânico na base de encaixe da prótese;
Figura 19 representa na vista frontal a análise do eixo mecânico na base de encaixe da prótese.
Descrição detalhada da invenção
[015] Em geral, em todos os casos a serem avaliados são necessários uma ressonância magnética (RNM) como ilustra a Figura 2, exame indispensável para roturas completas de lesões musculoesqueléticas.
Da reconstrução tridimensional de tendões e lesões musculoesqueléticas
[016] No exemplo de membros superiores, as imagens de cada ombro serão importadas no formato DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine) da RNM. As informações irão ser introduzidas em um computador pessoal e processados através de software pela janela de partes moles (Slicer 3D ou Materalise). Este software é capaz de realizar a leitura no formato DICOM da RNM e realizar a reconstrução em imagem tridimensional 3D com ajustes finos das lesões. Várias opções para análise de janelas são ofertadas (axial, coronal, sagital, scout), em partes moles e partes ósseas. A opção é pelo corte sagital T2 (Corte da RNM – Padrão de Imagem). Após a seleção da janela e do corte, o programa expande as imagens novamente em todas as janelas de visualização para a seleção da densidade. Manualmente ajusta-se a densidade da coloração e editase os valores para que graficamente apenas partes moles fiquem demarcadas com a coloração desejada e reverte-se a densidade da coloração para destacar a imagem da lesão, como demonstra a rotura na Figura 3. Para que ocorra um detalhamento adequado do conteúdo criado utiliza-se a função “grow from seeds” adicionado ao suporte manual do “paint” e “draw”.
[017] Assim, clica-se na configuração “criar superfície 3D” e gera-se a reconstrução em 3D da lesão. Os fragmentos não desejados são retirados manualmente com função de recorte “scissors”.
[018] A imagem é exportada e salva em formato STL (STereoLithography - estereolitografia ou “Standard Triangle Language”). A criação de um arquivo STL consiste em converter o formato externo em uma infinidade de triângulos para o arquivo ser impresso e analisado. A escolha dos triângulos é pelo fato que o triângulo é a figura geométrica mais próxima de um vetor, características fundamentais de leitura da impressora 3D.
[019] Após a criação da imagem no primeiro programa será aplicado ao software Rhinoceros (CAD), em modelos de malhas triangulares (mesh model) fidedignos a anatomia do paciente. O modelo ósseo é padrão (modelo da parte óssea sem lesão) e será modificado de acordo com o tamanho do paciente. São criados o úmero, acrômio, glenóide e os tendões do manguito rotador, seguindo o exemplo, mas modificados de tamanho pela aferição prévia na RNM do caso a ser estudado, como ilustram as Figuras 4 e 5.
[020] O Rhinoceros, também conhecido como Rhino ou Rhino3D, é um software de modelagem 3D que possibilita modelar com precisão. Rhino é um modelador, criador em superfície NURBS de forma livre. Não há limitações na complexidade, grau ou tamanho do modelo. A tecnologia NURBS (Non-Uniform Rational BSplines) são representações matemáticas da geometria 3D, em planos de referência sobre a base X,Y,Z (planos axiais, sagitais e coronais), que podem descrever com precisão qualquer forma, desde uma simples linha 2D, círculo, arco ou curva até a mais complexa superfície orgânica de forma livre 3D ou sólido. Devido à sua flexibilidade e precisão, os modelos NURBS podem ser usados em qualquer processo, desde ilustração e animação até fabricação.
[021] É importado a lesão criada pelo programa Slicer3D e aplicada no modelo do manguito rotador as dimensões do paciente, que é mostrada ilustradamente na Figura 3. Utiliza-se a função “mesh boolean diference” que tem a função de retirar o tecido no local da lesão para mimetizar igualmente a lesão do paciente, conforme mostra as Figuras 6, 7 e 8.
[022] O modelo criado com a lesão do manguito rotador será aplicado ao software (Ultimaker Cura ou Simplify3D) que é um aplicativo de corte de impressora 3D de código aberto. Funciona dividindo o arquivo que foi criado em camadas e origina um código específico da impressora pré-determidada. Uma vez finalizado, o código pode ser enviado à impressora para a fabricação e impressão do objeto físico.
[023] A impressão dos materiais pode ser realizada por impressoras Ender 3 Pro e Sethi3D S4X, S3X com o tempo estimado de 6 a 12 horas por cada impressão. Utiliza-se cerca de 150 gramas em média de matéria, podendo ser utilizado PLA, PETG ou Nylon para cada impressão como mostra a Figura 9.
[024] A reconstrução de partes moles de lesões musculoesqueléticas (tecidos e tendões) inicialmente objetivada para a reconstrução do manguito rotador (tendão do ombro) pode ser aplicada a qualquer tendão/lesão musculoesqueléticas do corpo como tornozelo ou joelho seguindo as mesmas etapas, contudo o modelo da articulação mudaria.
[025] Os modelos 3D de tecidos moles não apresentam riscos perante cirurgias, pois não serão utilizados em campo cirúrgico. O material pode ser esterilizado e levado para a cirurgia, mas não é algo a ser usado efetivamente no procedimento. Toda a análise é feita pela tomografia (exame necessário pré-operatório e Ressonância Magnética), o material a ser utilizado na impressão é aprovado pela ANVISA e será esterilizado, caso o médico queira utilizar para análise do centro cirúrgico, dentro das normas de cada instituição. A reconstrução de partes moles de lesões musculoesqueléticas (tecidos, tendões) em objetos plásticos é inédita para o planejamento ortopédico. Com as impressões se aumenta a precisão do planejamento pré-operatório, auxílio para auditorias, ensino educacional para lesões e a facilidade para entendimento da anatomia.
Da prótese e encaixe customizado
[026] Embora a descrição usufruiu de um caso de membros superiores, o presente método aplica-se semelhantemente para amputações inferiores, com o uso agora de escâner corporal para elaboração do encaixe de uma prótese, dando o caráter de customização e individualidade, trazendo agilidade e rapidez para o processo de elaboração. Todo esse processo é feito sem uma avaliação radiografia panorâmica dos membros inferiores, resultando no alinhamento do eixo após a protetização. Levando em consideração o tempo gasto para elaboração de encaixe, dependência de trabalho manual com alto custo final, o objetivo é utilizar de tecnologia de escâner corporal associado a impressão 3D para elaboração de encaixes de próteses para pacientes amputados, como mostram as Figuras 11, 12 e 13.
[027] Ao citar o escâner corporal, refere-se a utilização do Sensor Canvas que capta a superfície corporal, sem a presença de ondas radioativas, baseada em raios infravermelhos e captação em alta resolução. A primeira etapa, portanto, consiste na utilização de aplicativo “Scanner” para dispositivos móveis para digitalização da imagem e criação de arquivo em formato OBJ (Object File Wavefront 3D) ou STL (Standard Triangle Language), como mostra a Figura 14.
[028] Os arquivos são enviados para software “Meshmixer” para computador pessoal, onde é possível trabalhar com malhas triangulares, sendo realizada a análise morfológica completa da estrutura anatômica do coto de amputação e melhora da qualidade gráfica e seleção para transporte de informação ao próximo software.
[029] A terceira etapa será aplicada ao software "Rhinoceros", modelagem tridimensional baseado na tecnologia NURBS (Non-Uniform Rational B-Splines) que são representações matemáticas da geometria 3D que podem descrever com precisão qualquer forma, desde linhas 2D, círculos, arcos ou curvas até complexas superfícies orgânica de forma livre 3D ou sólidas. Devido à sua flexibilidade e precisão, os modelos NURBS podem ser usados em qualquer processo, desde a ilustração e animação à fabricação.
[030] É aplicada a função MeshtoNURBS para converter o STL em uma polissuperfície, sendo criado uma matriz de planos de superfície com espaçamento aproximado para se ajustar ao comprimento do modelo digitalizado (Figura 14). Em seguida, utiliza-se o IntersectTwoSets para criar uma série de curvas da área de contato. Usa-se a função Rebuild nas curvas para consertar erros das curvaturas. A seguir, utiliza-se a função Loft para criar uma nova superfície, como mostra a Figura 15.
[031] Nas Figuras 16 e 17, após criado o encaixe, é realizada a análise do eixo mecânico do paciente pela radiografia panorâmica; sendo estudado a angulação corretiva para alinhar o membro de forma fisiológica, como no caso que é 11 graus. O ajuste se dá pela análise do eixo mecânico da perna, sendo analisado o eixo que está na patologia. Assim, aplica-se as angulações necessárias para a correção da deformidade na prótese para o paciente andar no eixo adequado.
[032] É aplicada a função de correção angular no encaixe da prótese com a rotação do STL (Standard Triangle Language) no encaixe (Figuras 18 e 19). O pé e a haste da prótese podem ser impressos (termoplástico biodegradável-PLA ou Nylon) ou em material metálico. A impressão da superfície pode ser realizada pela impressora Ender 3 Pro e Sethi3D S4X com o tempo estimado de 6 a 12 horas por cada impressão.
[033] O produto constituído pela base de encaixe da prótese e a reconstrução de tecidos moles para lesões musculoesqueléticas pode variar de acordo com o material selecionado para impressão (polímeros) e da anatomia do paciente (do coto a ser prototipado e o padrão, forma e tamanho da lesão do paciente), sendo o design do pé e da haste de conexão da prótese similares em todos os modelos.
[034] É importante salientar que as figuras e descrição realizadas não possuem o condão de limitar as formas de execução do conceito inventivo ora proposto, mas sim de ilustrar e tornar compreensíveis as inovações conceituais reveladas nesta solução. Desse modo, as descrições e imagens devem ser interpretadas de forma ilustrativa e não limitativa, podendo existir outras formas equivalentes ou análogas de implementação do conceito inventivo ora revelado e que não fujam do espectro de proteção delineado na solução proposta.

Claims (11)

  1. MÉTODO DE RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL DE TENDÕES E LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS, caracterizado por compreender as seguintes etapas:
    • a) Realizar ressonância magnética (RNM), com as imagens da estrutura anatômica sendo importadas em formato DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine);
    • b) Os arquivos serem introduzidos em um computador pessoal e processados através de software que realiza a leitura de formato DICOM ((Digital Imaging and Communications in Medicine);
    • c) Criar a superfície tridimensional gerando a reconstrução em imagem tridimensional com ajustes finos das lesões;
    • d) Exportar e salvar a imagem em formato STL (Standard Triangle Language);
    • e) Importar a imagem ao software de modelos padrões com malhas triangulares (mesh model);
    • f) O modelo criado com a lesão da estrutura anatômica ser aplicado ao software de corte de impressora 3D, para gerar um código específico da impressora pré-determinada, sendo depois impresso em material termoplástico ou de poliamida.
  2. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, e caracterizado por na etapa b) abrirem no software opções de janelas como axial, coronal, sagital, scout em partes moles e partes ósseas; e se escolher, preferencialmente, a opção de corte sagital T2.
  3. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, e caracterizado por na etapa c) após a seleção da janela e do corte, o programa expandir as imagens novamente em todas as janelas de visualização para a seleção da densidade; sendo ajustada manualmente a densidade da coloração e editado os valores para que apenas partes moles fiquem demarcadas com a coloração desejada e se reverta a densidade da coloração para destacar a imagem da lesão.
  4. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, e caracterizado por na etapa c) após gerar a reconstrução tridimensional da lesão, os fragmentos não desejados serem retirados manualmente com função de recorte.
  5. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, e caracterizado por na etapa e) ser criado um modelo de estrutura anatômica padrão, sem lesões, e ser modificado de acordo com o tamanho do paciente.
  6. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, e caracterizado por na etapa e) a lesão criada ser importada pelo software e aplicada no modelo da estrutura anatômica padrão.
  7. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, e caracterizado por na etapa e) ser acionada a função “mesh boolean diference” e retirar o tecido no local das lesões para mimetizar igualmente a lesões do paciente.
  8. USO, conforme descrito nas reivindicações 1 a 7, e caracterizado por ser aplicado na reconstrução de partes moles de lesões musculoesqueléticas de tecidos e tendões.
  9. MÉTODO DE RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL DE MEMBROS AMPUTADOS, caracterizado por compreender as seguintes etapas:
    • a) Realizar o escaneamento corporal, com as imagens da estrutura anatômica sendo importadas em formato OBJ (Object File Wavefront 3D) ou STL (Standard Triangle Language);
    • b) Os arquivos serem introduzidos em um computador pessoal e processados através de software que realiza a leitura de formato de imagem;
    • c) Criar a superfície tridimensional gerando a modelagem tridimensional baseado na tecnologia NURBS (Non-Uniform Rational B-Splines);
    • d) Ser aplicada a função MeshtoNURBS para converter o arquivo STL (Standard Triangle Language) em uma polissuperfície, sendo criado uma matriz de planos de superfície com espaçamento aproximado para se ajustar ao comprimento do modelo digitalizado;
    • e) Criar uma série de curvas da área de contato, e consertar erros das curvaturas, e em seguida, criar uma nova superfície;
    • f) Após se criar o encaixe, ser realizada a análise do eixo mecânico do paciente pela radiografia panorâmica; sendo estudado a angulação corretiva para alinhar o membro de forma fisiológica;
    • g) Ser aplicada a função de correção angular no encaixe da prótese com a rotação do arquivo de imagem STL (Standard Triangle Language) no encaixe;
    • h) O pé e a haste da prótese serem impressos em termoplástico, poliamida ou em material metálico.
  10. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, e caracterizado por na etapa b) se trabalhar com malhas triangulares, sendo realizada a análise morfológica completa da estrutura anatômica do coto de amputação e melhora da qualidade gráfica e seleção para transporte de informação ao próximo software.
  11. USO, conforme descrito nas reivindicações 9 a 10, e caracterizado por ser aplicado na construção de bases de encaixe de próteses conforme a estrutura anatômica do coto do paciente.
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