BR102020025151A2 - Gel cicatrizante a partir do pó da casca de barbatimão para uso veterinário - Google Patents

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Inventor
Saskya Araújo Fonseca
Aldenir Feitosa Dos Santos
Jessé Marques Da Silva Junior Pavão
Josefa Renalva De Macêdo Costa
Kelly Cristina Barbosa Silva Santos
Francisco Feliciano Da Silva Júnior
Thiago José Matos Rocha
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Fundação Educacional Jayme De Altavila - Fejal
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Abstract

A presente invenção trata de um gel fitoterápico produzido através de extratos aquosos, glicólicos e etanólicos da espécie Abarema cochliacarpos, conhecida popularmente como barbatimão. Foi comprovado ação cicatrizante em equinos quando utilizados os extratos e o pó da casca do caule os quais tem ação significativa na contração de feridas quando comparados ao Líquido de Dakin, o que indica que sua ação cicatrizante pode ser comparada ao referido agente A análise histológica revelou o pó da casca como o melhor tratamento em lesões cutâneas em equinos.

Description

GEL CICATRIZANTE A PARTIR DO PÓ DA CASCA DE BARBATIMÃO PARA USO VETERINÁRIO Campo de aplicação
[001] A presente invenção trata de um gel fitoterápico produzido através de extratos aquosos, glicólicos e etanólicos da espécie Abarema cochliacarpos. Foi comprovado ação cicatrizante em equinos quando utilizados os extratos e o pó da casca do caule os quais tem ação significativa na contração de feridas quando comparados ao Líquido de Dakin, o que indica que sua ação cicatrizante pode ser comparada ao referido agente A análise histológica revelou o pó da casca como o melhor tratamento em lesões cutâneas em equinos.
Estado da técnica
[002] Por ser a primeira barreira de proteção ao organismo, a pele desempenha uma série de funções importantes para a manutenção da fisiologia animal, pois confere proteção contra a penetração de agentes externos e injúrias físicas, químicas ou microbiológicas. Histologicamente é composta por duas camadas distintas, firmemente unidas entre si, a epiderme, camada mais superficial, e derme, camada mais internalizada (Junqueira & Carneiro, 1999). Na porção mais interna desse órgão encontram-se inseridas as terminações nervosas que são responsáveis pelas sensações de frio, calor, dor, táteis e de alterações na pressão (Lima, 2010).
[003] A localização anatômica da pele e dimensão a tornam susceptível a constantes agressões que rompem e danificam sua arquitetura, podendo ocasionar feridas (Nogueira et al., 2005). As feridas se caracterizam como uma solução de continuidade da pele geralmente produzida por ação traumática externa. Estas são classificadas como feridas abertas ou fechadas, sendo que ferimentos fechados relacionam-se às contusões, pois não há ruptura da pele, já nas feridas abertas, ocorre laceração ou perda cutânea e são distribuídas em abrasão, avulsão, incisas, laceradas e por punção (Serafini, 2012).
[004] Logo após a ocorrência da agressão o processo de reparação é iniciado, sendo esse dividido em três fases que se sobrepõem de forma contínua e temporal: inflamatória, proliferativa e de remodelagem (Mendonça & Coutinho-).
[005] Netto, 2009 & Lipinski, 2008). Para a ocorrência do processo cicatricial, fenômenos bioquímicos e fisiológicos que promovem a restauração tissular estão envolvidos (Oliveira, 2008), sendo a cicatrização de feridas um fenômeno natural de reorganização dos tecidos orgânicos que se inicia a partir da perda da integridade da pele, ocasionando uma solução de continuidade que atinge os planos subjacentes em diversos graus (Serafini, 2012).
[006] Segundo Bogliolo (2011) cicatrização é o processo pelo qual um tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado, sendo semelhante em lesões traumáticas ou por necrose. O processo cicatricial pode ocorrer por primeira intenção, que apresenta a fenda das feridas mais estreitas e a destruição tecidual de suas bordas é menor, ou por segunda intenção em que as margens das feridas são afastadas.
[007] O tratamento de feridas é um tema relevante na prática clínico-cirúrgica e nesse contexto diversas terapias alternativas têm sido empregadas no intuito de acelerar o processo cicatricial, além de prevenir contra eventuais agentes infecciosos. Dentre os produtos empregados destaca-se o açúcar como um dos agentes tópicos cicatrizantes e antimicrobianos utilizados em medicina veterinária, isso se deve ao fato do açúcar apresentar efeito higroscópico nos tecidos e morte das bactérias por plasmólise, tornando-o um bactericida, que não induz à resistência bacteriana (Serafini, 2012).
[008] Agentes anti-sépticos tópicos usados para limpeza de feridas como os compostos halogenados, iodo, cloro (Líquido de Dakin) e seus derivados, também vêm sendo bastante utilizados no tratamento e profilaxia antimicrobiana em tecidos do organismo, pele e mucosas (Barroso et al., 2010). Os extratos vegetais representam outra importante alternativa no tratamento de feridas, pois podem atuar sobre a superfície da lesão e criar um micro-ambiente favorável a fibroplasia, através de atividade antiinflamatória. Nas lesões podem trazer benefícios por manter a ferida descontaminada quando o extrato possui efeitos antimicrobianos ou por alterações de pH na ferida não favorecendo o crescimento de microrganismos (Lipinski, 2008).
[009] Dentre as inúmeras plantas utilizadas para o tratamento de feridas encontra-se em destaque o Stryphnodendron adstringens, outra espécie de Barbatimão. Estudos pré-clínicos com animais (Eurides et al., 1995) e estudos clínicos em humanos (Minatel et al., 2010) validaram a ação cicatrizante de S. adstringens. Esta espécie está descrita na Farmacopéia Brasileira e a monografia preconiza o controle de qualidade a partir da dosagem de taninos e polifenóis na ordem 20% (Farmacopéia Brasileira, 2002).
[0010] Para a medicina popular sua casca é usada na elaboração de medicamentos fitoterápicos, com efeito cicatrizante, antimicrobiano e adstringente, possuindo como constituintes químicos alcalóides, flavonóides, terpenos, estilbenos, esteróides, inibidores de proteases (como a tripsina) e taninos, que é o componente majoritário, sendo esse o possível responsável pela atividade antioxidante da planta, já que os taninos vegetais conseguem sequestrar os radicais livres (Shimizu et al., 2009 & Soares et al., 2008).
[0011] Os ferimentos de pele representam uma das mais frequentes ocorrências na clínica de equídeos, acometendo principalmente os membros locomotores, isso ocorre devido ao comportamento ativo e de reações rápidas, principalmente em cavalos que tem suas funções associadas a atividades esportivas (Paganela et al., 2009).
[0012] Além dos artigos científicos, foram encontrados também, documentos de patente que descrevem o uso de extratos de plantas na cicatrização e inflamação.
[0013] O documento BR 102017004247-2 A2 trata de uma mistura de aminoácidos e extrato aquoso e/ou alcoólico de plantas das espécies Stryphnodendron barbatiman, Arrebidaea chica e Copaifera reticulata. No qual foi comprovado que seu efeito na aceleração da cicatrização e como antiinflamatório são superiores aos efeitos dos extratos e aminoácidos quando utilizados isoladamente. A composição pode ser de uso tópico, oral ou injetável, apresentando-se na forma de gel, creme, pomada, adesivos ou em solução. Podendo ainda está associada a carreadores como lipossomas, quitosana, micelas e ou dendrímeros.
[0014] Já o documento BR 10 2018 069700 5 A2 refere-se à criação de um fármaco veterinário. O produto constitui-se de um agente natural com ação cicatrizante em feridas abertas e com ação repelente a insetos e ectoparasitos. O fármaco consiste em extrato natural de Triticum aestivum e Bixa orellana L. na sua formulação, com ação conjugadas e aditiva, com diferentes formas de apresentação. O presente fármaco é indicado para utilização em veterinária, com uma ação diferencial por ser um produto que não possui em sua formulação antibacterianos químicos, já que é composto por extratos de plantas presentes no bioma brasileiro. Com isto o uso do produto impede o desenvolvimento de resistência bacteriana aos antibióticos conhecidos no mercado evitando assim o desenvolvimento de superbactérias, como tem sido cada vez mais relatos. Assim, a formulação de uso veterinário proporciona uma proteção para o animal, auxiliando em tratamentos dermatológicos e evitando a aproximação de parasitos com isso as complicações causadas pelos mesmos.
[0015] O documento PI 1104746-1 A8 que trata da composição farmacêutica compreendendo extratos de plantas no processo de preparo, e seu uso em processos de cicatrização tecidual. A presente invenção proporciona extratos vegetais e composições farmacêuticas compreendendo tais extratos. As composições farmacêuticas da invenção compreendem extratos de plantas do gênero Pterodon, preferencialmente Pterodon pubescens, sendo marcadamente cicatrizantes, podendo opcionalmente estar associadas a outros ativos e/ou terapias, como a laserterapia.
[0016] No documento PI 0504720-0 A2 a presente invenção se refere a um processo de obtenção de catecol e seus derivados de forma mais simples e econômica. Adicionalmente, a invenção também trata do emprego e administração de formulações, como colírios, cápsulas, ampolas, entre outros, compreendendo o 4-nerolidilcatecol e os extratos de plantas do gênero Pothomorphe com método de prevenir o dano causado pela atividade de metaloproteases, como, por exemplo, processos envolvendo invasão celular, angiogênese, inflamação, cicatrização, cerateocone e outros.
[0017] O documento PI 1003215-0 A2 trata de um processo de invenção para obtenção de pomadas e/ou cremes contendo compostos antioxidantes obtidos de plantas ricas em polifenóis como, por exempto, Euterpe oleracea (açaí), para uso no tratamento de feridas visando acelerar o processo de cicatrização, onde existe aumento da formação de compostos pró-oxidantes e redução da síntese de óxido nítrico.
[0018] O documento US 6620419 B1 refere-se a uma invenção a qual fornece uma formulação à base de plantas úteis com aplicações terapêuticas e cosméticas para o tratamento de distúrbios gerais da pele. A composição compreende pelo menos dois ou mais extratos vegetais na forma de óleo ou pó ou suas misturas, os extratos vegetais foram selecionados a partir do grupo consistindo em extrato de água de Gymnena sylvestrae 3 a 6 em peso %; Extrato aquoso de Tridax procumbens 3 a 6 em peso %; seu extrato metanólico 4 a 6 em peso %, Extrato de hexano de óleo Allium sativum 1 a 3 em peso %; extrato seco de Aloe vera 2 a 6 em peso %; Pó de goma Olibanum na forma natural 4 a 7% em peso %; Extrato de solvente orgânico resinóide de goma Olibanum 3 a 8 em peso %; e farinha de goma olibano sem resinóide 5 a 10 em peso %., opcionalmente, incluindo qualquer fármaco com propriedade antiinflamatória e cicatrizante de feridas.
[0019] O documento US 5487899 descreve uma invenção a qual se configura em uma composição derivada da planta Aloe que, quando usada como um adjuvante para a cicatrização de feridas, exibe uma atividade antiinflamatória e de cicatrização aumentada. A composição, uma mucilagem de Aloe vera em uma proporção de aproximadamente 1: 1, de preferência com fibras de polpa de Aloe, aumentou a atividade de cicatrização de feridas abertas e aumentou a resistência à tração de feridas em 131 % em relação aos controles.
[0020] No documento US 4725438 descreve a invenção de uma pomada estabilizada que compreende uma mistura predeterminada de uma base colesterizada e o gel da planta de Aloe vera, a referida base tendo uma composição selecionada de modo que o referido gel da planta se combine com a referida base para formar a referida pomada estabilizada, em que a referida mistura é de cerca de 80 a 95 por cento em peso da referida base e cerca de 5 a cerca de 20 por cento em peso do gel da planta.
[0021] Neste documento US 4466,961 é divulgada uma nova composição farmacêutica adequada para o tratamento de lesões na pele, em particular queimaduras, um processo para a sua preparação e um método de tratamento para lesões na pele. A nova composição alivia a dor e promove a cura e é administrada localmente na lesão. A composição contém 5 a 20 mg de um material tânico, 5 a 15 mg de um carboidrato, 0,5 a 6 mg de um antociano e / ou um composto de flavonona e / ou pectina, 0,5 a 6 mg de cera vegetal e 0,01 a 0,1 mg de óleo volátil, equilibre um C.sub.2 a C.sub.4 alcanol, para render 100 ml de composição. Para a obtenção desta composição é necessário dissolver 5 a 20 mg de um composto tânico selecionado do grupo que consiste em pirocatecol, ácido tânico, ácido gálico, ácido digálico, ácido tânico catecol e pentadigaloil glicose, 5 a 15 mg de um carboidrato selecionado do grupo que consiste em glicose, frutose e xilose, 0,5 a 6 mg de um composto selecionado do grupo que consiste em quercetina, apigenina, cianidina, cianina, delfinina, pectina e suas misturas, 0,5 a 6 mg de uma cera selecionada do grupo que consiste em cera de carnaúba e cera de abelha e 0,01 a 0,1 mg de um óleo volátil selecionado do grupo que consiste em geraniol, nerol, citronelol, eugenol, linalol e aldeídos correspondentes, ou suas misturas, em um alcanol C.sub.2 -C.sub.4 para obter 100 ml de composição.
[0022] No documento KR20200003772A descreve uma invenção que se refere a uma composição para prevenir ou tratar doenças isquêmicas compreendendo um extrato de sementes de Cuscuta japonica como um ingrediente ativo e, mais especificamente, a uma composição alimentar funcional saudável, uma composição farmacêutica e uma composição de quase-fármaco para prevenir ou aliviar a isquemia doenças compreendendo um extrato de sementes de Cuscuta japonica ou suas frações como um ingrediente ativo, ou um método para o tratamento de doenças isquêmicas usando a composição farmacêutica. O extrato de sementes de Cuscuta japonica de acordo com a presente invenção é eficaz na melhoria da corrente sanguínea de um modelo animal isquêmico, promovendo a cicatrização de feridas, reduzindo a inflamação e promovendo a angiogênese para a composição da presente invenção para ser usada com utilidade na prevenção, alívio ou tratamento de doenças isquêmicas.
[0023] No documento CN105363021A a invenção divulga um gel para promover a cicatrização de feridas. O gel é principalmente preparado a partir das seguintes matérias-primas em partes por massa: 4-9 partes de Flos buddlejae, 7-12 partes de Ixeris sonchifolia hance, 8-16 partes de erva pastora, 8-14 partes de erva de absinto diversa, 5-10 partes de Rhizoma nelumbinis, 10-18 partes de Radix saposhnikoviae, 9-15 partes de mirra, 612 partes de Notopterígio inciso, 5-11 partes de gesso, 7-13 partes de erva chinesa Asystasiella, 10-15 partes de erva de violeta hairyfruit, 20-40 partes de carbômero, 14-18 partes de um substrato, 0,02-0,04 partes de um fator de crescimento de fibroblasto, 2-4 partes de vitamina E, 1,0 -1,4 partes de p-hidroxibenzoato de etila, bem como quantidades adequadas de glicerol e trietanolamina. O gel preparado pela invenção tem funções de cicatrização de feridas e alívio de inchaço, estancando sangramento e aliviando a dor, promovendo a cicatrização de feridas e semelhantes; o gel é bom em biocompatibilidade, bom em absortividade, não irritante para a pele. O gel não é adesivo na superfície da ferida e é capaz de aliviar cicatrizes hiperplásicas.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[0024] A presente invenção trata de um gel fitoterápico produzido através de extratos aquosos, glicólicos e etanólicos da espécie Abarema cochliacarpos. Foi comprovado ação cicatrizante em equinos quando utilizados os extratos e o pó da casca do caule os quais tem ação significativa na contração de feridas quando comparados ao Líquido de Dakin, o que indica que sua ação cicatrizante pode ser comparada ao referido agente A análise histológica revelou o pó da casca como o melhor tratamento em lesões cutâneas em equinos.
[0025] Os experimentos foram aprovados pelo comitê de ética de uso em animais (CEUA) da Universidade Federal de Alagoas, com parecer consubstanciado n°43/ 2012.
[0026] Foram selecionados cinco equinos, 2 machos e 3 fêmeas, raça mestiça, idade entre 2,5 a 3 anos, pesando de 270 a 320 Kg. Todos os animais foram considerados clinicamente sadios e nutridos. Os animais foram alimentados com a ração balanceada (milho + trigo + soja) na proporção de 2,5Kg/dia, volumoso (Capim Tifton) 28Kg/animal/dia e água ad libitum, sendo acomodados em baias individuais forradas com areia (Andriguetto et al,2002).
[0027] As amostras da casca do caule de Abarema cochliacarpos foram coletadas no município de Marechal Deodoro, Estado de Alagoas. Após coleta o material vegetal foi enviado para o Instituto do Meio Ambiente para identificação botânica. As cascas do caule foram secas à sombra, em temperatura ambiente e local ventilado e posteriormente trituradas, o pó da planta foi armazenado em recipiente escuro, hermeticamente fechado, até ser usado para a preparação dos extratos.
[0028] Para a preparação dos extratos aquoso, etanólico e glicólico foram pesadas três porções de 100 gramas de Abarema cochliacarpos. Na preparação do extrato aquoso o material foi submetido a decocção com um litro de água destilada e mantido em contato com o solvente extrator por 24 horas. Na preparação do extrato etanólico e glicólico o material foi submetido à maceração com um litro de etanol e propilenoglicol, respectivamente, por 24 horas. Após esse período os extratos foram filtrados com auxílio do funil de buchner (Ardisson et al., 2002 & Sonaglio et al., 2004).
[0029] Como componentes da fase A utilizou-se natrosol, EDTA (ácido etilenoamino tetra-acético), nipagin, nipazol e água destilada. Como componentes da fase B utilizou-se o propilenoglicol. Em becker colocou-se os componentes sólidos da Fase A, misturou-se com auxílio do bastão de vidro, adicionou-se a quantidade suficiente de água destilada e foi ao aquecimento até completa dissolução dos pós e agitando-se moderadamente até formar o gel. Retirou-se do aquecimento para baixar a temperatura para aproximadamente 40°C e adicionou-se a Fase B, misturou-se finalizando a preparação do gel (Ferreira, 2010).
[0030] Após a preparação dos géis os extratos aquoso a 10%, etanólico a 10%, e glicólico a 10%, foram incorporados ao gel de natrosol, mediante teste de estabilidade de 7 dias (Ferreira, 2010). Feito esta parte, procedeu-se a administração do gel nas feridas que foram realizadas (provocadas) nos animais, de acordo procedimento adequado a seguir.
[0031] Após pré-anestesia, utilizando-se xilazina a 10% (0,5 mg/kg/EV), os animais foram tricotomizados, logo após foi feita uma antissepsia da pele com iodopovidona 1% e, em seguida, foram confeccionadas cinco feridas circulares e simétricas, assepticamente, na região lombar, lateralmente à linha média dorsal de cada animal, com auxílio de lâmina de bisturi n° 23, após anestesia local com cloridrato de lidocaína 2% (Massone, 2011).
[0032] Foram confeccionadas 5 (cinco) feridas com auxílio de um vazador de 3 cm, com a distância de 5 centímetros entre elas. A lesão incluiu a epiderme, derme e subcútis. Após o procedimento cirúrgico as feridas foram mensuradas com paquímetro Vernier Caliper 200 x 0,05mm/8 x1/128 in, n° 7062865, França (Lipinski, 2008). Feito esta etapa, procedeu-se a análise das feridas, como descrito a seguir.
[0033] Para a obtenção da área das feridas, foram realizadas medições dos diâmetros no momento da biópsia ao 0°, 3°, 7° e 14° dias do pós-operatório, todas as feridas foram mensuradas com auxílio de paquímetro (Oliveira, 2008).A partir, desses elementos, utilizou-se a equação formulada: A = π.r2 onde A representa a área (cm2); e “r”, o raio.
[0034] O grau de contração expresso em percentual, foi mensurado pela equação proposta por Ramsey et al., (1995), onde Wo = área inicial da ferida e Wi = área da ferida no dia da biópsia:100 x (Wo - Wi)/ Wo = % de contração. Após esta etapa procedeu-se o tratamento das feridas.
[0035] As feridas foram tratadas diariamente com intervalos de 24 horas. Foram utilizados os extratos aquoso, glicólico e etanólico da casca do caule de Abarema cochliacarpos na forma farmacêutica de gel e o pó da casca do caule do vegetal. Quatro feridas foram tratadas com Abarema cochliacarpos e a ferida restante foi tratada com Líquido de Dakin (NaOCl) a 0,5%. De um animal para o outro os tratamentos foram sempre aplicados em feridas de posições diferentes. Durante todo o experimento, não foi aplicada bandagem sobre a ferida. Feito este procedimento seguiu-se o protocolo para análise histológica conforma mostrado a seguir.
[0036] Os animais foram submetidos à biópsia incisional bilateral de pele para análise microscópica do processo cicatricial. As avaliações microscópicas foram efetuadas no final do período experimental. Foi executada a coleta do material para análise histopatológica, com remoção de tecido quadrangular medindo cerca de 2 X 2 cm, de forma a englobar todo o diâmetro da ferida, além de tecido adjacente à lesão. O material coletado foi fixado em formol a 10% tamponado por 24 horas, sendo submetido ao processamento histológico de rotina, incluído em parafina e, em seguida, cortado em micrótomo ajustado para 6 cm. Os cortes obtidos foram então corados pela hematoxilina e eosina e, em seguida, analisados em microscópio de luz (Banks,1992).
[0037] A análise microscópica da cicatrização de cada uma das feridas foi qualitativa descritiva, avaliando a morfologia do processo inflamatório, tecido de granulação, celularidade, neovascularização e fibroplasia, bem como a evolução do processo cicatricial ao longo dos tempos experimentais (Banks,1992).
Os principais resultado alcançados
[0038] A cicatrização das feridas engloba a fase pré-exponencial, que dura em média dois dias, há um aumento da área da ferida, devido à retração das margens cutâneas. Após este período, a área começa a diminuir rapidamente e depois mais lentamente, constituindo a segunda fase chamada exponencial. A última fase, que é a pós-exponencial finaliza a contração e, assim a cicatrização da ferida (Rodrigues, 2013).
[0028] Em relação aos aspectos clínicos todas as feridas cicatrizaram por segunda intenção, caracterizado pela formação de tecido de granulação e contração da ferida. Os resultados do exame clínico permitem a associação entre os achados e o tempo da instalação da injúria tissular, sendo possível inferir em que fase da evolução do processo cicatricial a lesão se encontra (Lima, 2010).
[0029] Observou-se, após 24 horas, que as feridas apresentavam áreas hiperêmicas, com regiões de intensa vascularização. As bordas apresentaram-se bem definidas geometricamente, entretanto a presença de edema e áreas com crostas puderam ser visualizadas na região de suas margens. Nas inflamações agudas estão comumente presentes eritema, dor e edema (Bogliolo, 2011).
[0030] Durante todo o experimento as feridas tratadas com Abarema cochliacarpos apresentaram crostas irregulares, espessas e ressecadas. Resultados similares aos descrito por Martins et al. (2003) em experimento de cicatrização de pele em equinos. Esses eventos estão provavelmente relacionados à atividade adstringente dos taninos, viabilizando a formação de crostas na ferida, resultando no preenchimento da mesma por coágulos, fibrinas e exsudado, que a isola do meio ambiente (Barroso et al., 2010).
[0031] Nas feridas tratadas por Abarema cochliacarpos não se verificou a presença de secreção purulenta, possivelmente devido à formação da película, impedindo a penetração e multiplicação de microrganismos do meio externo no leito da ferida, assim como a perda de água e calor do tecido de granulação. Para Barroso et al. (2010) isto também se deve pela presença dos taninos encontrados na composição do barbatimão.
[0032] A área da ferida diminuiu gradativamente com a evolução do tempo no decorrer de 14 dias de tratamento. Este comportamento foi em ambos os grupos com a evolução do processo cicatricial. A média e o desvio padrão para cada subgrupo estão demonstrados na Tabela 1. Quando os grupos foram comparados entre si as, médias das áreas foram similares entre o grupo controle e os tratamentos utilizando barbatimão no 3° 7°, 14° dias de pós-operatório, não havendo diferença estatística entre os resultados (p> 0,005). Entre o 0° e 3° dia não houve diferença nas áreas de feridas. Depois do 3° dia a cicatrização foi se acentuando, apesar de não ter tido diferença significativa (Tabela 1).
Figure img0001
[0044] DP= Desvio Padrão; Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Legenda: amostra:1 (extrato etanólico), amostra 2 (extrato aquoso), amostra 3 (extrato glicólico), amostra 4 (pó da casca do caule) e amostra 5 (Líquido de Dakin).
[0045] Na maioria das pesquisas sobre cicatrização com o barbatimão, são utilizados como tratamento extrato aquoso ou glicólico (SILVA et al., 2009; MOURA, 2010), pomadas (MINATEL et al., 2010) e cremes a base do extrato seco (LIMA, 2010), mas em nenhuma destas pesquisas avalia o potencial cicatrizante de diferentes tipos de extratos do barbatimão.
[0046] A diminuição da área das feridas ocorreu em decorrência do mecanismo de contração e ao movimento centrípeto dos limites da ferida em direção ao centro, com o intuito de diminuir a área a ser recoberta pelo epitélio em proliferação, caracterizando a cicatrização por segunda intenção (Tabela 2) (Bogliolo, 2011).
Figure img0002
[0047] Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Legenda:1 (extrato etanólico), 2 (extrato aquoso), amostra 3 (extrato glicólico), 4 (pó da casca do caule) e 5 (Líquido de Dakin).
[0048] O líquido de Dakin foi o tratamento de escolha como controle positivo, pois apresenta eficácia comprovada no processo cicatricial. O NaOCl é uma solução muito utilizada em processos cicatriciais, devido às suas propriedades, antimicrobiana, capacidade de dissolver material orgânico, ser lubrificante, apresenta baixa tensão superficial e baixo custo (Câmara, 2010).
[0049] Através da observação macroscópica pode-se verificar que em termos aplicabilidade do produto fitoterápico o extrato glicólico do barbatimão se apresentou bem mais consistente, facilitando a aplicação do produto, bem como a limpeza nos demais dias. O propilenoglicol, solvente utilizado no extrato glicólico, é um produto viscoso, utilizado em uma grande variedade de formulações farmacêuticas de uso tópico, devido à sua propriedade emoliente, facilitando a penetração dos princípios ativos da formulação (Ferreira, 2010).
[0050] Segundo Faleiro et al., 2009, no estudo sobre o extrato das folhas de Aloe vera na cicatrização de feridas experimentais em pele de ratos, num ensaio controlado por placebo, os dados obtidos pelas análises executadas evidenciaram que o processo de cicatrização foi facilitado pela utilização do fitoterápico na forma de extrato glicólico, uma vez que este proporcionou maior contração das feridas experimentais. Também se verificou que o veículo testado, solução de propilenoglicol a 50%, não apresentou diferenças significativas quando comparado ao grupo controle.
[0051] Por meio da avaliação microscópica as principais alterações foram ulceração associada a infiltrado inflamatório neutrofílico, derme com proliferação de tecido conjuntivo, neovascularização, infiltrado mononuclear (macrófagos e linfócitos) e infiltrado eosinofílico. As amostras foram classificadas de acordo com a intensidade em ausente, discreto, moderado e acentuado (Oliveira, 2008).
[0052] A avaliação histológica das feridas do 14° dia revelou diferença significativa quanto à resposta inflamatória e deposição de tecido de granulação entre os extratos aquoso, etanólico e glicólico e pó da casca do Abarema cochliacarpos. Constatou-se que o melhor processo cicatricial ocorreu no pó da casca, seguido pelo promovido pelo extrato glicólico e pelo extrato etanólico. Devido as amostras apresentarem menor ulceração associada a inflamação neutrofílica acentuada, com maior grau de organização do tecido conjuntivo (Figura 1).
[0053] Figura 1. Aspecto histopatológico da lesão. (1.1) Tratada com pó da casca do caule de Abarema cochliacarpos. Reepitelização adequada (seta). Tecido de granulação organizado HE (asterisco). Objetiva 10X. (1.2) Aspecto histopatológico da lesão tratada com extrato glicólico. Edema e fibrina (seta). Colônia bacteriana (cabeça de seta). Ulceração associada com edema e fibrina (seta). Objetiva de 40x. (1.3) Aspecto histopatológico da lesão tratada com extrato etanólico. Lesão com ulceração associada a intenso infiltrado inflamatório neutrofílico (seta). Reepitelização irregular (asterisco). Objetiva de 40x. (1.4) Aspecto histopatológico da lesão tratada com extrato aquoso. Ulceração associada a infiltração neutrofílica (seta). Inflamação eosinofílica acentuada (cabeça de seta). Tecido de granulação (asterístico). Objetiva de 10x. (1.5) Aspecto histopatológico da lesão tratada com Líquido de Dakin. Úlcera associada a infiltrado neutrofílico (cabeça de seta). Tecido de granulação associado a infiltrado mononuclear (seta).
[0054] No processo de cicatrização são identificadas quatro fases: Inflamação, proliferação, maturação e remodelação (Bogliolo, 2011). É esperado que no 14° dia as lesões estejam na fase de remodelação o que foi observado em maior ou menor grau em todos os extratos e no pó da casca do Abarema cochliacarpos.
[0055] Conforme o esperado foi observada a presença de infiltrados mononucleares (macrófagos e linfócitos) e infiltrados eosinofílicos. Sendo a fase inflamatória caracterizada pela presença de células inflamatórias no tecido cicatricial, principalmente os leucócitos polimorfonucleares (PMN) e os macrófagos (Neto, 2003 & Oliveira & Dias, 2012).
[0056] A presença de infiltrado neutrofílico, devido à ocorrência de úlceras é observada no 14° dia, provavelmente por se tratar de cicatrização por segunda intenção. Segundo Bogliolo, 2011, na cicatrização por segunda intenção as feridas tem bordas afastadas, e na presença de infecção associada, surge reação inflamatória.
[0057] Todas as lesões apresentaram reação inflamatória eosinofílica de moderada a acentuada (Figura 2). Devido provavelmente a resposta a agressão tecidual induzida na derme dos equinos. Normalmente, a presença de infecções parasitárias e não parasitárias, doenças alérgicas, doenças do trato respiratório e doenças cutâneas favorecem a eosinofilia (Mendes et al., 2000).
[0058] Figura 2. Aspecto histopatológico da lesão tratada com o pó da casca do caule de Abarema cochliacarpos. A (tecido de granulação). (Seta) Inflamação eosinofílica moderada. Objetiva de 40x.
[0059] Os eosinófilos são considerados células predominantemente teciduais e podem se localizar no trato gastrintestinal, pulmões e pele. Uma vez no interior dos tecidos, os eosinófilos não mais retornam à circulação. O número de eosinófilos nos tecidos pode permanecer elevado mesmo quando baixo no sangue periférico (Chauffaille, 2010).
[0060] Na ferida tratada com pó da casca do caule foi verificada a presença de reepitelização, que significa que o processo de cicatrização estava finalizando, sugerindo a maior eficácia do produto.
[0061] Vale ressaltar na avaliação histopatológica que as feridas tratadas com S. adstringens tiveram resolução da cicatrização. Isso provavelmente ocorreu devido presença de taninos. Os taninos presentes no extrato da casca de S. adstringens possuem em abundância a substância epigalocatequina-3-O-galato (EGCG) (Mello et al., 1999). O EGCG é uma substância que estimula a reepitelização, angiogênese e reorganização do tecido de granulação, por processo de ativação do miofibroblasto (Kim et al., 2008).

Claims (3)

  1. Gel cicatrizante a partir do pó da casca de barbatimão para uso veterinário caracterizada por compreender partes da planta Abarema cochliacarpos, e excipientes farmacologicamente aceitáveis;
  2. Gel cicatrizante a partir do pó da casca de barbatimão para uso veterinário, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por ser extraída em meio aquoso, glicólico e etanólico, bem como utilização do pó do caule de Abarema cochliacarpos, para a preparação dos géis, os extratos aquosos a 10%, etanólico a 10%, e glicólico a 10%, foram incorporadas as seguintes substâncias, dividindo-se em duas fases:
    Fase A
    Natrosol® (hidroxietilcelulose - 250HHR) 2%
    EDTA (Ácido Etileno Diamino Tetracético Na2) 0,1%
    Nipagin ® (metilparabeno) 0,1%
    Nipazol® (propilparabeno) 0,05%
    Água destilada qsp 100g
    Fase B
    Propilenoglicol 5%
  3. Gel cicatrizante a partir do pó da casca de barbatimão para uso veterinário, de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por ser desenvolvida pela extração em meio aquoso, glicólico e etanólico, bem como utilização do pó do caule de Abarema cochliacarpos, para a realização das misturas os procedimentos foram: em becker colocar os componentes sólidos da FASE A, misturá-los com auxílio do bastão de vidro, adicionar a quantidade de suficiente de água destilada e levar ao aquecimento até completa dissolução e agitando moderadamente até formar um gel, retirar do aquecimento e deixar baixar a temperatura para aproximadamente 40°C e adicionar a FASE B, misturar finalizando a preparação do gel em pH 6,0.
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