BR102020019100A2

BR102020019100A2 - Palmilha de conforto

Info

Publication number: BR102020019100A2
Application number: BR102020019100-4A
Authority: BR
Inventors: Fernanda Sperb Moraes
Original assignee: Nobs Comércio De Calçados E Acessórios Ltda.
Priority date: 2020-09-23
Filing date: 2020-09-23
Publication date: 2022-03-29

Abstract

A presente invenção refere-se à área calçadista, mais especificamente consiste em uma palmilha de conforto (1) a ser utilizada de forma sobreposta às palmilhas de acabamento originais dos calçados. A palmilha de conforto (1) proposta é constituída de uma camada de amortecimento (2) de material polimérico, com recorte e perfil de espessura anatômicos, e ainda dispõe de uma camada de couro (3) sobreposta, promovendo a redução do impacto ao caminhar sem que esta prejudique a identidade estética de calçados abertos. Atualmente uma grande parte dos calçados femininos de moda não apresentam conforto durante o uso, devido a disfuncionalidade das palmilhas de acabamento utilizadas. Além disso, as palmilhas alternativas para a melhora do conforto prejudicam a estética dos calçados abertos, desestimulando sua utilização. Esta invenção vem ao encontro das necessidades de todos os usuários de calçados de salto ao fornecer conforto e amortecimento para permitir o uso do calçado por mais tempo, sem prejudicar a identidade dos calçados.

Description

PALMILHA DE CONFORTO

CAMPO DE APLICAÇÃO DA INVENÇÃO

[01] A presente patente de invenção se refere ao setor tecnológico da área calçadista, mais especificamente ao campo das palmilhas de acabamento para calçados em geral.

[02] Ainda cabe destacar que a presente invenção propõe atenção especial aos calçados de moda feminina, especialmente os que possuem salto, prezando pela conservação das características estéticas dos calçados, assim como contribuindo para a redução dos picos de pressão na planta dos pés. Desse modo, a presente invenção se trata de uma palmilha de conforto uma vez que proporciona maior absorção e uniformidade do impacto durante o ato de caminhar, resultando em melhores condições de saúde e conforto aos usuários.

ESTADO DA TÉCNICA DA INVENÇÃO

[03] As palmilhas são objetos de uso diário nos mais diversos modelos de calçados e, de um modo geral, foram desenvolvidas com o intuito de fornecer conforto diário ao usuário, mas também para solucionar outras lacunas como propor o aumento da altura, tratamento da fascite plantar, suporte do arco, alívio da dor nas articulações e nos pés devido a artrite e discrepância no comprimento das pernas, por exemplo.

[04] Tradicionalmente as palmilhas usuais são produzidas em espumas de baixa densidade, que não fornecem amortecimento suficiente quando submetidas ao peso corporal e impactos gerados ao caminhar. Somando a falta de amortecimento aos períodos, tipicamente, superiores a 8 horas pelos quais os calçados são utilizados pela população, tem-se como resultado a grande incidência de problemas crônicos como calos e fascite plantar. Para solucionar esse problema, já existem no mercado diversas palmilhas de linhas ortopédicas confeccionadas em géis e silicones, e outros materiais com características de absorção de impacto, muitas possuindo design visando a ergonomia ou com funções auxiliares como melhor ventilação dos pés.

[05] Como exemplos desse tipo de tecnologia e, realizando uma breve consulta de patentes no banco de dados do INPI, pode-se citar os documentos de patente PI 0803968-2 (intitulada APERFEIÇOAMENTOS INTRODUZIDOS EM PALMILHA PARA CALÇADOS EM GERAL) e BR 202016006910-1 (intitulada DISPOSIÇÃO INTRODUZIDA EM PALMILHA INTERNA PARA CALÇADOS). Nesse caso, ambos documentos descrevem palmilhas capazes de melhor absorverem impactos, além de apresentarem outras funcionalidades relacionadas à transpiração. Contudo, estas apresentam geometria ostensiva, prejudicando tanto a identidade de calçados abertos, quanto a própria capacidade da palmilha entrar nos mesmos, devido aos detalhes que os ajustam ao pé do usuário. Estas soluções, porém, acabam por ficarem restritas para uso em calçados fechados, visto que suas soluções para conforto trazem outros problemas à estética de calçados abertos, principalmente os calçados da moda feminina

[06] Atualmente, uma parcela dos calçados de moda feminina produzidos ao redor do mundo, apresentam desconforto durante o uso no que se refere à porção plantar do pé, ou seja, a palmilha de acabamento não apresenta ou propõe essa funcionalidade. Especialmente em calçados de salto, independentemente de serem altos, médios ou baixos, não são produzidos com visando o conforto e os atributos de biomecânica, os quais estão relacionados diretamente com a saúde dos pés e o bem-estar dos usuários.

[07] Do ponto de vista das opções de calçados de moda feminina, destaca-se, portanto, que em sua maioria atualmente não apresentam conforto no que se refere a palmilha de acabamento e, diante disto, podem contribuir para o desenvolvimento de bolhas, calosidades, dores, isquemias, úlceras na pele, etc

[08] Além disso, as palmilhas para conforto disponíveis no mercado (para uso sobre as palmilhas de acabamento dos calçados) são confeccionadas em materiais como gel e silicone, não sendo considerados produtos de moda e, principalmente, incompatíveis com os modelos que sejam abertos ou que tornem visíveis as palmilhas e porção interna do calçado durante o uso.

[09] As patentes americanas nº US7322132 e US7962986 intituladas “Device for high-heeled shoes and method of constructing a high-heeled shoe” e “Method of shifting weight in a high-heeled shoe” de titularidade da HBN Shoes, descrevem um dispositivo para inserção em um sapato de salto alto que apresenta uma primeira área elevada em forma crescente em uma região subjacente à borda do calçado que fica em contato com o osso do calcanhar de um usuário e ainda uma segunda área elevada na porção que entra em contato com o arco do pé do usuário. Contudo, a solução trazida nos documentos de anterioridade acima descritos não prevê a disposição de uma área de conforto para a região plantar do pé, nem mesmo um material que forneça a absorção de impacto, praticidade e conforto aos usuários.

[010] Desse modo, entende-se ser necessário o desenvolvimento de uma palmilha que possa ser utilizada com todos os modelos de calçado de salto, com o intuito de reduzir o prejuízo econômico causado por um calçado que não pode ser frequentemente utilizado por ser desconfortável; e, ainda agravantes morais causadas nas usuárias gerados pela impossibilidade física ou psicológica de calçar sandálias, scarpins, botas e outros modelos de calçados de salto de cobiça feminina, levando ao descarte e substituição por outros calçados, confortáveis, porém esteticamente menos desejáveis.

OBJETIVOS E VANTAGENS DA INVENÇÃO

[011] Tendo em vista que grande parte dos calçados femininos de moda não apresentam conforto e bem-estar durante o uso, a presente invenção propõe uma solução que vem ao encontro das necessidades das mulheres que gostam ou necessitam utilizar calçados de salto, e desejam que não apresentem nenhum desconforto durante o uso.

[012] Ou seja, as palmilhas apresentadas têm enfoque na sua utilização pelas mulheres, considerando que elas utilizam calçados não apenas como uma expressão de suas individualidades e estados emocionais, mas também como instrumentos para a melhora da autoestima. Finalidade essa, que, muitas vezes, leva as mulheres a utilizarem calçados desconfortáveis conscientemente, para poderem se enquadrar em febres sociais e para se sentirem realizadas, ou mesmo se sentirem mais empoderadas.

[013] A presente invenção, portanto, visa dispor ao mercado uma palmilha de conforto versátil que prolongue o tempo de uso intensivo do calçado de salto, proporcionando, para isto, alívio na região dos metatarsos devido à redução dos pontos de pressão na região e amortecimento e melhorando a acomodação do antepé ao usar calçados de salto. Como resultado tem-se a diminuição do desconforto e do desenvolvimento de problemas ortopédicos crônicos, como a fascite plantar, transformando o uso dos calçados em uma atividade prazerosa.

[014] Ademais, as palminhas possuem design ajustado a qualquer calçado de salto feminino, sendo confeccionadas em couro e com recorte discreto, de forma a não alterar as características estéticas do calçado. Seu formato também proporciona melhor ajuste na aplicação no calçado, servindo como guia para o correto local de fixação, feito por meio de adesivos estrategicamente posicionados para garantir aderência à palmilha original do calçado, sem alterar a numeração do mesmo. Ainda, a parte inferior da palmilha possui diferentes espessuras entre a área central e as extremidades, com suavização na região das bordas, o que proporciona naturalidade na presença da palmilha.

[015] Assim sendo, a presente invenção, preza pelo bem-estar do usuário, seja pelo conforto decorrente da redução dos impactos e picos de pressão plantar gerados ao caminhar, seja pela melhoria da autoestima e proporção do prazer relacionado à utilização de calçados de moda.

[016] Juntamente com as vantagens na qualidade de vida geradas pelo conforto, as palmilhas propostas no presente documento podem significar vantagem econômica, devido à possibilidade de reuso de calçados desconfortáveis previamente adquiridos, dispensando a aquisição de calçados substitutos. A readequação gerada pela palmilha potencializa os benefícios morais associados, visto que calçados de moda são objetos passiveis de apego emocional da proprietária, poupando-a de um penoso desapego.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[017] Os diferenciais da presente invenção, perante o estado da técnica conhecido, são suas características estéticas, combinadas com o alívio proporcionado na parte frontal da planta do pé do usuário, além do acerto na aplicação mediante guia pelo formato do calçado.

[018] A palmilha possui uma lâmina de couro pintado sobreposta à uma camada amortecedora de material polimérico, com perfil de diferentes espessuras, e simples aplicação por meio de adesivos para fixação, atuando como interface confortável entre o calçado e os pés do usuário. Desse modo, a palmilha pode ser utilizada em calçados abertos, como sandálias, scarpins e sapatos de salto em geral, sem prejuízo às características visuais e à identidade dos mesmos, visto que a pintura é feita em colorações predominantes nas palmilhas de acabamento originais dos calçados. Enquanto isso, a camada amortecedora realiza a distribuição e redução de impactos e picos de pressão, especialmente na região dos metatarsos, resultando na prevenção de problemas ortopédicos

[019] A aplicação da palmilha é feita de modo assertivo, vez que o usuário utilizará o próprio formato do calçado como guia a partir do calcanhar, ficando evidente o correto encaixe. Ou seja, o material que recobre a palmilha, com suas cores e design, somado à tecnologia para melhoria de acomodação do antepé, a redução dos pontos de pressão, e a facilitada aplicação pelo usuário são os grandes diferenciais de inovação da invenção.

[020] Além disso, a forma da palmilha, é projetada visando um equilíbrio entre funcionalidade e discrição, apresenta recorte na região da biqueira, e largura menor do que o padrão calçadista. Como consequência, a palmilha é capaz de adequar-se a numeração de qualquer sapato, e tornar-se indistinguível do calçado aos olhos de um observador externo, quando em contato com o pé do usuário.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[021] A fim de que a presente invenção seja plenamente compreendida e levada à prática por qualquer técnico deste setor tecnológico, a mesma será descrita de forma clara, concisa e suficiente, tendo como base o desenho anexo, que a ilustra e subsidia:
A Figura 1 representa uma vista em perspectiva da palmilha de conforto para calçados abertos, de acordo com a presente invenção, a partir de um ponto de vista inferior.
A figura 2 representa uma vista em perspectiva da palmilha de conforto para calçados abertos, de acordo com a presente invenção, a partir de um ponto de vista superior.
A Figura 3 representa uma vista inferior da palmilha de conforto para calçados abertos, de acordo com a presente invenção.
A Figura 4 representa uma vista lateral da palmilha de conforto para calçados abertos, de acordo com a presente invenção.
A Figura 5 representa uma vista em perspectiva superior da palmilha de conforto para calçados fechados, de acordo com a presente invenção.
A Figura 6 representa uma vista em perspectiva inferior da palmilha de conforto para calçados fechados, de acordo com a presente invenção.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[022] Detalhadamente, são descritas duas formas de palmilhas (1), para sobreposição à palmilha de acabamento pré-existente em calçados, com propósitos específicos para cada uma. A primeira, possui desenho e recorte (9) com a finalidade de aplicação em calçados abertos/cavados, cuja parte frontal é de maior exposição do pé do usuário, possuindo ainda uma secção (4) da região destinada à ao contato com a parte plantar do pé do usuário. A segunda modalidade, por sua vez, possui desenho e recorte (10) com finalidade de aplicação em modelos fechados, tais como botas e outros calçados de salto sem exposição do pé do usuário. Nesse caso, a camada de couro (3) que fornece o acabamento à palmilha de conforto (1.1) acompanha o recorte do calçado para fornecer perfeito encaixe, podendo ser em formato arredondado, triangular, quadrado, etc.

[023] Para tanto, o recorte das palmilhas de conforto (1) é feito pensando na anatomia dos pés dos usuários, sendo, preferencialmente, mais largo na região plantar (6), para melhor acomodar esta porção do pé, estreitando na porção central (7), de menor contato do pé, e alargando-se novamente, em menor escala, na região do calcâneo (8).

[024] Assim sendo, e conforme mencionado anteriormente, ambos modelos das palmilhas (1)(1.1) propostas no presente documento se utilizam de uma camada de amortecimento (2) com espessura entre 2 e 6 mm, preferencialmente havendo variação das espessuras nos pontos mais altos das regiões plantar (6), central (7) e calcânea (8). Nesse contexto, a palmilha apresenta as seguintes espessuras: entre 3,5 mm a 6 mm nas regiões plantar (6) e central (7) e entre 2,5 mm a 5,0 mm na região calcânea (8). A palmilha ainda possui variação de espessura nas regiões que são exigidos menores graus de pressão, apresentando espessura entre 0,5 e 2 mm, preferencialmente 1mm nos pontos mais baixos das mesmas regiões, especificamente nas bordas das extremidades. Ainda, cabe destacar que a espessura da camada de amortecimento (2) é preferencialmente mais alta na região central (7), devido ao estreitamento dessa região do pé ocasionar num aumento da pressão de contato. Ademais, a camada de amortecimento (2) é confeccionada em material polimérico com dureza entre 28 e 40 SHORE A, visando oferecer uma redução adequada dos picos de pressão nas três regiões do pé, plantar (6), central (7) e calcânea (8).

[025] A disposição das camadas e materiais da palmilha proposta no presente pedido de patente tem o intuito de oferecer maior alívio na região dos metatarsos devido à redução dos pontos de pressão na região e amortecimento, melhorando a acomodação do ante pé ao usar salto alto de impactos e picos de pressão plantar, causadores de desconforto e dores, além de contribuições para o desenvolvimento de bolhas, calosidades, isquemias e úlceras na pele, entre outras patologias crônicas, como a fascite plantar.

[026] A camada de amortecimento (2) é confeccionada em material polimérico que apresente flexibilidade e amortecimento dos impactos, tais como borrachas, silicone, poliuretano, elastômero termoplástico (TPE), borracha termoplástica (TPR), cloreto de polivinila (PVC) ou acetato de etileno e vinil (EVA). Ainda mais preferencialmente, a presente invenção propõe a utilização de poliuretano expandido de média densidade, preferencialmente com 0,25 e 0,40 g/mL e com dureza entre 28 e 40 SHORE A.

[027] Em uma modalidade preferencial a palmilha apresenta camada de amortecimento (2) com as seguintes espessuras: região plantar apresenta 4,5 mm; região central apresenta 4,5 mm e região calcânea apresenta 4mm. Além disso, essa camada (2) apresenta dureza de 30 SHORE A e densidade de 0,33 g/mL.

[028] Colada sobre a camada de amortecimento (2), uma lâmina de couro (3), protege a camada de poliuretano (2), sendo o seu formato/recorte dependente dos modelos de calçados, atuando como interface com o pé do usuário, reduzindo o desgaste por abrasão e impedindo a absorção de suor, que poderia acumular-se, acelerando a degradação da palmilha de conforto (1) e dando origem a odores desagradáveis. O couro, como material constituinte da camada superior (3), foi selecionado por oferecer um acabamento adequado para os fins estáticos pretendidos, devido à sua flexibilidade e estabilidade em termos de acabamento superficial, coloração e, principalmente, ampla utilização na indústria de moda calçadista, que permite sua adequação aos mais diversos calçados e customização do acabamento para determinadas marcas, sob demanda dos clientes. Ademais, a lâmina de couro (3) é confeccionada de modo a envolver o formato da superfície da camada de amortecimento (2), porém com uma área maior, assim, a camada de amortecimento (2) é oclusa durante a utilização da palmilha (1) em calçados abertos, resultando no efeito estético pretendido. Cabe ainda destacar que a lâmina de couro (3) serve como guia para o correto local de fixação da palmilha de conforto (1) sobre a palmilha de acabamento do calçado.

[029] De um modo geral, a disposição das camadas (2)(3) e materiais da palmilha (1) proposta no presente pedido de patente tem, portanto, o intuito de oferecer alívio na região dos metatarsos (6) devido à redução dos pontos de pressão na região e amortecimento, melhorando a acomodação do ante pé ao usar calçados de salto alto, causador de desconforto e dores, entre outras patologias crônicas, como a fascite plantar. Deste modo, é necessário que a palmilha permaneça sempre na mesma posição e, para isso podem ser aplicados, na camada inferior (2), adesivos (5) para fixação da palmilha de conforto (1) sobre a palmilha de acabamento do calçado, garantindo assim a correta acomodação da palmilha (1) entre o pé do usuário e o calçado, e ainda todos os demais efeitos previamente descritos.

[030] A Tabela 1 demonstra a absorção de impacto proporcionada pela palmilha de conforto (1), utilizando as numerações 35 e 36 para demonstração do efeito da palmilha de conforto (1).

[031] A Tabela 2 demonstra a absorção de impacto proporcionada pela palmilha, utilizando as numerações 36 e 37 para demonstração do efeito da palmilha em calçados de salto e fechados.

[032] Conforme procedimentos específicos para determinação da deformação por compressão dinâmica (400N) descritos na Norma ABNT NBR 14739/10, que visa a obtenção do grau de deformação da pisada do material, as amostras do corpo de prova foram medidas e, posteriormente, submetidas a teste por 100.000 ciclos a uma frequência de 65 +/-4 65 ciclos por minuto por período de, aproximadamente, 27h. Novas medidas foram realizadas após os testes, determinando o grau de deformação para 100.000 ciclos. 24h após o término dos testes, as amostras foram novamente medidas a fim de se determinar o efeito memória, ou a capacidade do material de voltar ao estado inicial. O percentual informado para 24h indica a deformação permanente da amostra. A tabela 3 apresenta a deformação após 100.000 ciclos e a deformação permanente da patente, frente a sucessivos ciclos de carga e descarga de 400N, média de 4,2% após 100 mil ciclos e 1,6% após 24h. Conforme PFI/2001, os percentuais resultantes são aceitáveis, pois ficam abaixo dos limites de 10% de deformação após 100.000 ciclos e 5% de deformação após 24h do término dos ciclos.

[033] A tabela 4 apresenta o aspecto visual de amostras de palmilhas com diferentes acabamentos ao envelhecimento em estufa, a temperatura de 50ºC, após 7 dias de ensaio conforme a norma ABNT NBR 15170/13. Comparando os resultados apresentados na tabela 3 com a ABNT NBR 16453/16, é possível atestar a resistência da patente às condições agressivas utilizadas no ensaio, que visa simular condições extremas de utilização das palmilhas.

[034] A tabela 5 apresenta a resistência do acabamento da lâmina de couro (3) ao desgaste por abrasão, simulando as condições de fricção geradas ao caminhar, pelo contato entre a palmilha (1) e os pés do usuário (12). O ensaio foi realizado utilizando como base a norma SATRA TM 167/17, e os resultados obtidos demonstram a resistência do acabamento frente ao desgaste das palmilhas (1).

[023] É importante salientar que as figuras e descrição realizadas não possuem o condão de limitar as formas de execução do conceito inventivo ora proposto, mas sim de ilustrar e tornar compreensíveis as inovações conceituais reveladas nesta solução. Desse modo, as descrições e imagens devem ser interpretadas de forma ilustrativa e não limitativa, podendo existir outras formas equivalentes ou análogas de implementação do conceito inventivo ora revelado e que não fujam do espectro de proteção delineado na solução proposta

[024] Tratou-se no presente relatório descritivo de uma nova palmilha de conforto, dotada de novidade, atividade inventiva, suficiência descritiva, aplicação industrial e, consequentemente, revestida de todos os requisitos essenciais para a concessão do privilégio pleiteado.

Claims

PALMILHA DE CONFORTO sendo uma palmilha (1) de sobreposição à palmilha de acabamento pré-existente em calçados, que compreende duas camadas laminares, sendo estas uma camada de amortecimento (2) de material polimérico e a camada superior (3) de couro caracterizada por apresentar espessura entre 2 e 6 mm, preferencialmente havendo variação das espessuras nos pontos mais altos das regiões plantar (6), central (7) e calcânea (8); em que regiões plantar (6) e central (7) apresentam espessura definida entre 3,5 mm a 6 mm e a região calcânea (8) apresenta espessura definida entre 2,5 mm a 5,0 mm; e por apresentar camada de amortecimento (2) com dureza entre 28 e 40 SHORE A.
PALMILHA DE CONFORTO, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por dita camada de amortecimento (2) apresentar as seguintes espessuras região plantar apresenta 4,5 mm; região central apresenta 4,5 mm e região calcânea apresenta 4mm.
PALMILHA DE CONFORTO, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por dita camada de amortecimento (2) apresentar dureza de 30 SHORE A.
PALMILHA DE CONFORTO, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por dita camada superior (3) ser fabricada em couro natural ou sintético.
PALMILHA DE CONFORTO, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por dita camada amortecedora (2) ser fabricada em poliuretano expandido de média densidade de 0,33 g/mL e com dureza de 30 SHORE A.
PALMILHA DE CONFORTO, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por possuir adesivos (5) de fixação da palmilha (1) à palmilha de acabamento (10) posicionados na porção inferior da camada de conforto (2).
PALMILHA DE CONFORTO, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por ser confeccionada ainda com secção frontal (4) da extremidade adaptada para recorte (9) de aplicação em calçados abertos/cavados ou com recorte (10) de aplicação em modelos fechados.