BR102018009824A2 - briquetes de lodo de esgoto sanitário estabilizado e aditivado - Google Patents

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Antonio Da Silva Edson
Sonsim De Oliveira Ricardo
Moreno Palácio Soraya
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Inst Federal Do Parana
Univ Estadual Do Oeste Do Parana
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Abstract

a presente patente briquetes de lodo de esgoto sanitário estabilizado e aditivado, refere-se a um produto combustível sólido, para a obtenção de energia térmica e elétrica a partir de um material residual, puro ou composto, com poder calorífico significativamente superior ao da madeira, proveniente dos processos de saneamento, tendo origem nas residências, comércios e industriais em geral. ecologicamente correto e fonte renovável e sustentável de energia.

Description

BRIQUETES DE LODO DE ESGOTO SANITÁRIO ESTABILIZADO E ADITIVADO
[001] A patente de invenção, é destinada ao setor energético e para áreas de monitoramento e controle ambiental. Trata-se de maneira geral de um biocombustível sólido gerado a partir de lodo de esgoto sanitário e seus aditivos.
[002] Particularmente, refere-se a um produto que será destinado especificamente ao setor energético sendo um biocombustível sólido gerado a partir de resíduos.
[003] A crescente demanda de energia leva a humanidade a se preocupar com suas reservas, de modo a melhorar a qualidade e aumentar as alternativas para suprir todas suas necessidades. Com as diversas tecnologias desenvolvidas pela ciência busca-se cada vez mais aproveitar a energia e cuidar do meio ambiente. Pensando em colaborar com o aspecto ambiental e energético surge o presente projeto que tem como objeto de estudo a utilização do lodo de esgoto sanitário (comercial, residencial e industrial), puro ou composto, na forma de briquetes para o uso de geração de energia térmica através da combustão, para isso, esse passivo ambiental (lodo) será coletado nas ETEs e levado a um processo de secagem e posterior prensagem com seus devidos tratamentos podendo se tornar um biocombustível sólido.
[004] A presente invenção refere-se à produção dos briquetes que foi realizada em escala laboratorial e também comprovada em escala industrial (briquetadeira) obedecendo a respectiva ordem, após a coleta: pré-secagem; moagem; secagem; ensaio granulométrico; mistura e briquetagem. Parte dos briquetes produzidos foi submetida à fritura por imersão em óleo residual vegetal de cozinha (quente) e outra parte incorporado a massa da mistura (frio). Independentemente do tipo de briquetadeira (aparelho que prensa), o lodo de esgoto sanitário estabilizado e aditivado com seus respectivos aditivos se tornará um biocombustível sólido. Esse processo irá concentrar a energia dessa biomassa tornando possível sua utilização por meio da combustão ou incineração em termoelétricas ou caldeiras em geral para geração de energia térmica e elétrica.
[005] Várias patentes já foram depositadas sobre produção de briquetes de carvão e outras matérias primas, porém nada consta a respeito do lodo de esgoto sanitário estabilizado e aditivado para produção de energia na forma proposta neste processo, sendo este objeto da presente patente, pois é um produto novo nessa modalidade que será industrializado onde se reveste condição de inovação, atividade inventiva e industrialização inéditas, o lodo de esgoto sanitário também é um problema ambiental por possuir uma composição quase impossível de se determinar com exatidão, por ter diferentes procedências e localidades, porém após a estabilização esse material apresenta uma homogeneidade, biológica, física e química. Na proposta inovadora deste documento será utilizado como combustível para a geração de energia e calor para os mais variados fins, seus microrganismos causadores de doenças e contaminações, serão transformados em energia a partir da combustão ou incineração. A composição do lodo de esgoto basicamente se resume em lipídios, proteínas, e carboidratos e alguns metias presente nos alimentos ingeridos e sua quantidade varia muito com o tipo de alimentação de cada região. O nitrogênio e enxofre são provenientes das proteínas (BOOCOOK, 1992). O lodo de esgoto geralmente é formado por uma mistura complexa de sólidos de origem mineral e orgânica, que são alterados por processos químicos, físicos ou biológicos. Sua composição poder ser muito variada devido aos diversos produtos químicos, incluindo-se aqueles empregados na higiene humana, que modificam as características do lodo até chegar à estação de tratamento (MOCELIN, 2007).
[006] O lodo pode conter significativas quantidades de substâncias tóxicas tais como metais pesados, substâncias orgânicas e microrganismos patogênicos (JINDAROM, 2007). Levando em consideração que cada componente do lodo tem seu próprio impacto ambiental seus microrganismos causadores de doenças e contaminações, serão transformados em energia a partir da combustão ou incineração, já seus metais pesados e substâncias tóxicas, serão transformados em óxidos, perdendo sua toxidade podendo ser utilizados na construção civil ou no enriquecimento de cerâmicas em geral.
[007] Diversas patentes foram depositadas entre outras é conhecida, por exemplo, a patente PI0901242-7 A2 que se refere a um sistema de fabricação de briquetes de carvão vegetal que é um passivo ambiental, já está invenção, difere completamente, mas principalmente nos seguintes aspectos, a composição química da matéria prima utilizada, o tratamento, a coleta, a armazenagem, as dimensões do produto o poder energético e os processos antes da briquetagem. Após realizar a medida do poder calorífico de 20 amostras com seus respectivos desvios do Lodo de Esgoto Sanitário colhidas na cidade de Cascavel na região oeste do Paraná, utilizando uma bomba calorimétrica com o método ASTM (International, formerly known as the American Society for Testing and Materials), ASTM D 2015. Gross Calorific value of solid fuel by the adiabatic bomb calorimeter. ASTM. Philadelphia, Pa. USA. O PCS (Poder Calorífico Superior) foi determinado, segundo o método ASTM D2015, através da queima de 0,5g de amostra em uma bomba calorimétrica adiabática com 30 atm de oxigênio sob condições determinadas. O poder calorífico foi calculado a partir das observações de temperatura registradas no calorímetro antes, durante e após a combustão com as tolerâncias aceitáveis para as correções termoquímicas e transferência de calor. A avaliação de desempenho da análise de PCS é realizada através da padronização, isto é, determina-se o equivalente energético do calorímetro utilizando ácido benzóico. Os dados foram satisfatórios variando dentro da faixa de 12,8 a 14.1MJ/Kg. Quando comparados a outras biomassas reveste grande potencial energético.
[008] Para a produção de um briquete que atendesse os padrões mínimos de resistência mecânica e poder calorífico foram realizados dois planejamentos experimentais um de PLACKETT-BURMAN (PB) e um mais completo chamando DELINEAMENTO COMPOSTO CENTRAL ROTACIONAL (DCCR). Os resultados desses planejamentos foram satisfatórios podendo ser visualizados através das propriedades do briquete.
[009] A faixa de cada propriedade do briquete está dentro dos valores correspondentes, resistência mecânica: 240 - 1300 kg.f.cm2, densidade: 1,190 g.cm-3- 1,468 g.cm-3, poder calorífico: 12,8 a 14.1MJ/Kg e densificação: 1,160 g.cm-3- 1,712 g.cm-3 obtidos nos ensaios realizados no DCCR. As propriedades atendem os padrões da norma europeia para briquetes ou pellets EN 14961 (2009). A patente de registro BR 20 2015 008452 3 refere-se a produção de briquetes com propriedades combustíveis obtido de matéria prima constituída de resíduos têxteis de diversos materiais tais como algodão, sintéticos, entretelados, lã, espuma, destacando-se entre os resíduos de algodão, índigo, malha, brim, sarja e outros; entre os materiais sintéticos, tectel, microfibra, elastano, acrílico; entre os materiais entretelados destacam-se tela, tecido não tecido; forros com algodão, sintético, e EVA, sendo este Processo Para Fabricação de Briquetes. Na proposta do invento teremos o uso do lodo de esgoto sanitário estabilizado e aditivado.
[010] Outra patente existente com alguma similaridade é a de registro BR 10 2014 004972 0 essa patente se intitula “PROCESSO DE OBTENÇÃO DE BRIQUETES PARA FORNOS DE INDUÇÃO E PRODUTO OBTIDO”. A diferença nessa patente também é a matéria prima que se refere a um processo de obtenção de briquete (1) utilizando fibras vegetais (5) como aglomerante, constituído pelas etapas (A), (B), (C), (D) e (E) que compreende todo o procedimento desde a separação dos polímeros até o produto final (1), com propriedades similares ao briquete convencional. A patente PI 1104494-2, refere-se ao processo para fabricação de briquetes de finos de carvão de resíduos de coco e briquetes de finos de carvão de resíduos de coco. A patente PI 1104560-4, refere-se a “PROCESSO DE PRODUÇÃO DE BRIQUETES” a presente invenção se refere a um processo de obtenção de briquete utilizando em sua confecção como matéria-prima as folhas de arvore. Desta forma, é possível obter uma fonte de energia autossustentável, que reduz as agressões causadas ao meio ambiente pela combustão para obtenção de energia térmica. O Processo compreende as etapas de coleta e seleção da matéria-prima; trituração; utilização de aglutinantes; lavagem; compactação; aquecimento e armazenamento. Por fim a patente PI 1000299-5, intitulada “PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE BRIQUETES DE MOINHA DE BIOMASSA ADITIVADA”, essa presente invenção refere-se a PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE BRIQUETES DE MOINHA DE BIOMASSA ADITIVADA, composto por uma sequência de operações que permitem a confecção de briquetes (200) onde a matéria prima principal é moinha (100) remanescente de fornalhas de biomassa. A moinha de fornalhas é rica em carbono que pode ser reciclado na própria fornalha que a originou. Para a reciclagem a moinha (100) de biomassa é moída e aditivada com um composto (70) de origem vegetal e então conformada em briquetes (200) de alto poder calorífico obtido. Os autores MUAZU, R. I. e STEGEMANN, J. A. publicaram um estudo onde o material de origem para o desenvolvimento dos briquetes foi a casca de arroz e também microalgas. O processo de compactação gerou um material com forma física diferente do proposto no estudo o qual se requer patente.
[011] A tecnologia a ser patenteada por meio do presente documento apresenta vantagens por ser um produto que tem por matéria prima um material abundante e que não possui um destino ou utilização o qual possa trazer benefícios e economia para a união. Com essa tecnologia esse material poderá ter um destino ambiental, social e econômico viável. Biocombustível sólido produzido a partir do lodo de esgoto sanitário puro e aditivado para geração de energia por combustão. Fonte sustentável e renovável. [012] Existem diversas patentes como PI 1104494-2, PI 1104560-4 e PI 1000299-5, relacionadas ao presente invento, e também artigos científicos, porém a uma diferença que torna essa tecnologia com teor inventivo que é o preparo, a natureza e as propriedades físico-químicas das matérias primas utilizadas, além da forma do material para determinado fim.
[013] Existem briquetes de diversas formas e tamanhos, com diversos tipos de materias. A produção comercial mecanizada de briquetes de carvão mineral teve sua origem na França, em 1842, até então era feita a aglomeração manual na China e na Inglaterra utilizando ligantes de origem mineral, vegetal e até animal. A técnica e matéria química da tecnologia que se pretende patente são diferentes das existentes nos bancos de pesquisas de patentes e artigos científicos até o momento pesquisados.
[014] De todo tipo de briquete que existe nada consta até o presente momento com os materiais e métodos proposto neste documento, esse produto utiliza neste processo, lodo de esgoto sanitário, e também o uso de um aditivo que modifica as propriedades físicas, químicas energéticas e morfológicas do briquete, sendo um novo produto na linha dos biocombustíveis.
[015] O que a invenção presente neste documento descreve é o uso do lodo de esgoto sanitário e de aditivos nos briquetes subproduto e resíduo da (ETE) estação de tratamento, podendo este conter outros compostos tais como: restos de cabelos, óleo de cozinha, gordura animal, dejetos de indústria, ácidos, bases, sais, entre outros tipos de matéria orgânica e inorgânica, variando com as regiões e procedências dos mesmos. Por ser estabilizado o lodo pode ser cuidadosamente manipulado e ao invés de ser despejado em aterros sanitários, iria para um processo de secagem e prensagem (briquetagem) com ou sem misturas, para ser queimado e transformado em energia térmica e elétrica. Uma vez adequados sua forma de armazenagem, manuseio e transporte para o uso em termoelétricas e caldeiras em geral estes serão dotados de um sistema de controle de poluentes atmosféricos do tipo filtros ou lavadores de gases.
[016] Conforme o conhecimento da técnica o volume de lodo de esgoto sanitário produzido no Brasil e no mundo vai numa escala de extrema preocupação, pois a uma despesa alta para o tratamento do mesmo que no passado era lançado (em alguns lugares ainda o é) nos rios e mares e hoje ocupa grande parte da natureza em aterros sanitários podendo contaminar lençóis e reservas de água potável. A eliminação do lodo no oceano foi muito utilizada, mas recentemente, esta prática tem sido proibida, devido aos danos ambientais ocasionados (SHEN, 2003).
[017] A disposição final do lodo de esgoto caracteriza atualmente um sério problema ambiental, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, como reflexo da ampliação das redes de coleta e tratamento. A utilização desse lodo para gerar energia aplicando a técnica proposta neste documento, que reveste a condição de invenção, permite a proteção do meio ambiente não poluindo nascentes e mares e determina um destino correto para um resíduo que é um problema emergente impulsionado pelas políticas de expansão das redes de coleta e implantação de novas estações de tratamento.
[018] Pensando em tais problemas e no intuito de solucioná-los foi desenvolvido um método de produção de energia a partir desse resíduo (LODO DE ESGOTO SANITÁRIO ESTABILIZADO, comercial, residencial e industrial), puro ou composto, para utilização como combustível pelo processo de briquetagem (prensagem) e posterior queima ou combustão, podendo receber ou não aglutinantes ou outras biomassas em sua composição, passíveis de ser utilizado como combustível para geração de energia e calor para os mais variados fins.
[019] A invenção será, a seguir, descrita em uma forma de realização, sendo que, para melhor entendimento, referências serão feitas ao desenho anexo, no qual está representada: [020] Figura 1: Vista geral dos briquetes produzidos a partir da compactação dos materiais seguindo os planejamentos de PB e DCCR, produto inovador deste documento. [021] Figura 2: Se ilustra um gráfico que apresenta através dos resultados a influência do aditivo no poder energético dos briquetes, sendo este um diferencial frente ao que se tem na literatura ou anterioridade de patentes.
[022] Figura 3: Se ilustra um gráfico de superfície de resposta dos efeitos negativos da umidade sem a mistura na resistência mecânica, porém atuando em conjunto com a mistura produzindo um ponto de cela, demonstrando um limite de umidade para o melhoramento da resistência.
[023] Figura 4: Se ilustra um gráfico de Calorimetria diferencial exploratória (DSC) que apresentou um pico exotérmico em 252oC o que caracterizou uma menor temperatura de ignição a combustão, ou maior característica inflamável ao produto em relação as matérias primas lodo (LP) e carvão (CP).
[024] Figura 5: Se ilustra um organograma para produção dos briquetes de lodo de esgoto estabilizados e aditivados.
[025] O método para obtenção dos “BRIQUETES DE LODO DE ESGOTO SANITÁRIO ESTABILIZADO E ADITIVADO, objeto desta solicitação de Patente de Invenção, conforme ilustrado na Figura 1, compreende em diversas fases relacionadas a seguir: [026] Retirada da umidade por: pré-prensagem, aquecimento solar ou de qualquer natureza;
[027] A secagem será especificada pela briquetadeira (aparelho que prensa), seja esta, de extrusão sem fim, manual ou de pistão em seguida a moagem e ensaio granulométrico; [028] Encaminhamento para um misturador se necessário\adição - opcional - de aglutinantes ou outros produtos de natureza orgânica ou inorgânica, inflamáveis ou inertes;
[029] Aditivação (adição de aditivos a mistura);
[030] De acordo com sua composição química será utilizado ou não aglutinante, observando que os briquetes (feitos de lodo de esgoto) são mais coesos. No entanto, o sucesso do processo depende da dosagem correta da mistura, o que não desaprova o uso do lodo de esgoto puro também objeto da presente patente. Qualquer tipo de biomassa pode ser adicionado ao lodo isso fará com que seu poder calorífico varie conforme a matéria prima e suas respectivas dosagens de misturas que podem variar entre 0,1% a 99,9%;
[031] Prensagem final na forma triangular ou qualquer outra forma geométrica com pressões que variam entre 8.000 Kgf. a 300.000 kgf.;
[032] Quando não for prensado ou mesmo na forma de briquete o produto poderá ser queimado na forma seca com outros produtos inflamáveis inclusive gases.
[033] Os briquetes poderão ser produzidos a partir de qualquer dimensão granulométrica.
[034] Após a produção desse novo produto compactado, será adequadamente manuseado, armazenado e transportado para o uso em termoelétricas e caldeiras em geral, para produção de energia através da queima ou incineração, produto este que é novo e será industrializado, onde reveste condição de inovação e industrialização inéditas o processo geral pode ser visto na figura 5 deste documento.
[035] Para a produção de um briquete que atendesse os padrões mínimos de resistência mecânica e poder calorífico foram realizados dois planejamentos experimentais um de PLACKETT-BURMAN (PB) e um mais completo chamando DELINEAMENTO COMPOSTO CENTRAL ROTACIONAL (DCCR). Os resultados desses planejamentos foram satisfatórios podendo ser visualizados através das propriedades do briquete anexo a este documento nas figuras 2, 3, e 4.
[036] Cada propriedade do briquete está dentro dos valores correspondentes, exigidos por normas internacionais, resistência mecânica: 240 - 1300 kg.f.cm2, densidade: 1,190 g.cm-3- 1,468 g.cm-3, poder calorífico: 12,8 a 14.1MJ/Kg e densificação: 1,160 g.cm-3-1,712 g.cm-3, obtidos nos ensaios realizados no DCCR.
[037] Como a umidade e a mistura foram os dois fatores mais significativos estatisticamente visualizados no gráfico de Pareto do experimento de PB, um modelo matemático (Eq.1) foi desenvolvido para expressar a realidade dos ensaios, demonstrando os efeitos da umidade e da mistura na resistência mecânica de cada briquete, para cada combinação de umidade e misturas (finos de carvão vegetal), através desse modelo prevemos um valor de resistência mecânica correspondente.
[038] A partir dessa análise percebe-se que quanto menor a quantidade de umidade e de mistura (finos de carvão), maior será a resistência mecânica dentro desse intervalo de ensaios seguindo as respectivas combinações do planejamento de PB. O aditivo não teve efeito significativo na resistência mecânica, mas sim no poder calorífico dos briquetes.
[039] A equação abaixo (Eq.l) define a função que representa o comportamento dos dados experimentais.
[040] Κθδ· Mecãnic = 456,7 - 5,733 x mistu - 28,33 x umid + 0,01467 x mistu2 + 0,3 x umid x mist. (Eq.l).
[041] As três variáveis mais influentes, obtidas no PB foram a mistura, umidade e a pressão. Os níveis das variáveis significativas foram otimizados utilizando a metodologia de superfície de resposta podendo ser observadas nas figuras 2 e 3 anexos a este documento. Os resultados dos poderes caloríficos dos briquetes foram satisfatórios para serem utilizados como um combustível sólido através da combustão e a incorporação do aditivo aumente significativamente o poder calorífico deste combustível.
[042] Como a mistura e o aditivo foram os dois fatores mais significativos estatisticamente visualizados no gráfico de Pareto gerado a partir dos cálculos estatísticos, um modelo matemático foi criado (Eq.2), onde expressa os efeitos da mistura (finos de carvão) e do aditivo de cada briquete, para cada combinação do DCCR, podendo ser visualizado também na figura 2, anexo a este documento. Através desse modelo prevemos um valor de poder calorífico correspondente, em outras combinações, a partir dos resultados obtidos nos ensaios do DCCR.
[043] A partir da análise da equação percebe-se que quanto maior a quantidade de mistura (finos de carvão) e aditivo maior será o poder calorífico, dentro do intervalo de ensaios seguindo as respectivas combinações do planejamento do DCCR.
[044] A Equação 2 define a função que representa o comportamento dos dados experimentais.
[045] P°4er calor = 10,33 + 0,2309 x adit + 0',03361 x mist — 0,00'07227 x adit2 — 0.01606 x adit x mist (Eq. 2).
[046] A partir da equação 2 é possível verificar a influência do aditivo no poder energético dos briquetes o que neste documento reveste atividade inventiva sendo esse um dos diferencias frente a trabalhos similares da literatura.
[047] Tendo em vista os dados estatísticos foi identificado que a umidade e a interação linear entre a mistura e a umidade foram os fatores mais significativos na resistência mecânica do briquete. Essa interação pode ser confirmada através do valor de R na matriz de Pearson. Dessa forma foi criado um modelo matemático (Eq.3) construído pelo método de interpolação polinomial de grau 2, utilizando como suporte o Software Mat Lab R 2015b para representar os efeitos da mistura e a umidade na resistência mecânica do briquete.
[048] Realizando a análise desse modelo foi possível verificar que quanto menor a quantidade de mistura (finos de carvão), maior será a resistência mecânica, porém percebe-se um pequeno aumento na resistência quando a quantidade de umidade aumenta. Isso corrobora com os valores e resultados estatísticos, confirmando um sinergismo entre a umidade e a mistura, representado como interação linear significativa no gráfico de Pareto dos tratamentos estatísticos.
[049] A Equação 3 define a função que representa o comportamento dos dados experimentais.
[050] Resist Mec = 1655 — 105,7 x mist — 180 x umid + 1,49 x mistu2 + 11,94 x mistu x umid (Eq.3) [051] O que a presente invenção deste documento descreve é a produção de um novo biocombustível sólido gerado a partir do lodo de esgoto sanitário estabilizado, subproduto e resíduo da (ETE) estação de tratamento, podendo este conter outros compostos tais como: restos de cabelos, óleo de cozinha, gordura animal, dejetos de indústria, ácidos, bases, sais, entre outros tipos de matéria orgânica e inorgânica, variando com as regiões e procedências dos mesmos. Por ser estabilizado o lodo pode ser cuidadosamente manipulado e ao invés de ser despejado em aterros sanitários, iria para um processo de secagem e prensagem (briquetagem) com ou sem misturas, para ser queimado e transformado em energia térmica e elétrica. Uma vez adequados sua forma de armazenagem, manuseio e transporte para o uso em termoelétricas e caldeiras em geral estes serão dotados de um sistema de controle de poluentes atmosféricos do tipo filtros ou lavadores de gases.
[052] Após a queima deste produto “BRIQUETES DE LODO DE ESGOTO SANITÁRIO ESTABILIZADO E ADITIVADO” os resíduos resultantes da queima total podem ser utilizados em argamassa na construção civil, em cerâmicas enriquecidas ou até mesmo na agricultura como macro e micronutrientes. Verificou-se que a utilização do lodo de esgoto sanitário estabilizado e aditivado como combustível, pertencente no campo dos processos industriais, permite o reaproveitamento desse resíduo orgânico e inorgânico que se torna um combustível inédito até o presente momento sendo esse objeto da presente patente. De acordo com os estudos de Wzorek (2012) um material sólido para ser utilizado como combustível deve acusar um poder calorífico superior a 13MJ.kg-1, comprovando o uso potencial do lodo de esgoto sanitário estabilizado e aditivado para esta finalidade.
REIVINDICAÇÕES

Claims (7)

1. BRIQUETES DE LODO DE ESGOTO SANITÁRIO ESTABILIZADO E ADITIVADO, composição CARACTERIZADO por possuir essencialmente sete etapas: a) Retirada da umidade por: pré-prensagem, aquecimento solar ou de qualquer natureza; b) A secagem será especificada pela briquetadeira (aparelho que prensa), seja esta, de extrusão sem fim ou de pistão; c) Encaminhamento para um misturador se necessário/adição - opcional - de aglutinantes ou outros produtos de natureza orgânica ou inorgânica, inflamáveis ou inertes; d) De acordo com sua composição química será utilizado ou não aglutinante, observando que os briquetes (feitos de lodo de esgoto) são mais coesos quando misturados 50% em volume com pó de carvão vegetal, o sucesso do processo depende da dosagem correta da mistura e o tipo de prensa utilizada, o que não desaprova o uso do lodo de esgoto puro, objeto da presente patente, qualquer tipo de biomassa pode ser adicionado ao lodo isso fará com que seu poder calorífico varie conforme a matéria prima e suas respectivas dosagens de misturas que podem variar entre 0,1% a 99,9%; e) Prensagem final na forma triangular ou qualquer outra forma geométrica com pressões que variam entre 8.000Kgf. a 300.000kgf.; f) Quando não for prensado ou mesmo na forma de briquetes o lodo de esgoto sanitário poderá ser levado a combustão ou queima na forma seca pura ou com outros produtos inflamáveis inclusive gases para produção de energia; e g) Após a produção desse novo produto compactado, que apresenta poder calorífico entre 13,867±0,179MJ/Kg e 30,367±0,179MJ/Kg, será adequadamente manuseado, armazenado e transportado para o uso em termoelétricas e caldeiras em geral para produção de energia através da queima ou incineração, o processo geral pode ser visto na figura 1 anexo a este documento.
2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO por utilizar como combustível a biomassa do lodo de esgoto sanitário que nesse caso se tornará um biocombustível sólido com compostos orgânicos e inorgânicos em forma de briquetes com tamanhos variados de acordo com a necessidade, esse processo irá concentrar a energia dessa biomassa para o poder calorífico dos lodos de esgoto com valor de 13,867±0,179MJ/Kg tornando possível sua utilização por meio da combustão ou incineração em termoelétricas ou caldeiras em geral para geração de energia térmica e elétrica;
3. Processo, de acordo com as reivindicações 1 e 2, CARACTERIZADO por tratar-se de um produto sólido, compactado que será adequadamente e facilmente armazenado manuseado e transportado, utilizado em termoelétricas ou caldeiras em geral, geralmente dotados de um sistema de controle de poluentes atmosféricos do tipo filtro ou lavadores de gases;
4. Processo, de acordo com as reivindicações 1 a 3, CARACTERIZADO por briquete de lodo com carvão, produtos inflamáveis, e outros tipos de biomassas ou produtos químicos, podendo variar a mistura de 0,1% a 99,9% em massa e volume, essas diferentes misturas serão responsáveis pela mudança do poder calorífico dos briquetes produzidos;
5. Processo, de acordo com as reivindicações 1 a 4, CARACTERIZADO por ser um combustível passível de ser utilizado em usina termoelétrica que geralmente funciona por meio da combustão de algum tipo de combustível fóssil como gasolina, petróleo, gás natural ou carvão que é queimado, e que a cada dia vem se tornando mais escasso, este novo produto descrito neste documento, objeto da presente patente, além do processo de industrialização que é inédito, surge como fonte renovável e sustentável de energia, o funcionamento das centrais termelétricas é semelhante, independentemente do combustível utilizado;
6. Processo, de acordo com as reivindicações 1 a 5, processo CARACTERIZADO por ser ecologicamente correto não só com a fauna e a flora mas também com a atmosfera, pois após a incineração ou combustão os gases podem além de passar por filtros ou lavadores de gases, também podem ser submetidos a precipitadores que retêm as cinzas e outros resíduos voláteis da combustão, as cinzas são recuperadas para aproveitamento em processos de metalurgia e no campo da construção, que são misturadas com o cimento ou na recuperação de metais por eletrólise ou outra técnica possível;
7. Processo, de acordo com as reivindicações 1 a 6, processo CARACTERIZADO por ser produto de inovação transformando um resíduo incomodo em energia, e que a partir dessa ideia será possível desenvolver uma usina sustentável até então não existente no território nacional ou no mundo, transformando o lodo de esgoto sanitário comercial, residencial e industrial em fonte de energia elétrica, diminuindo ou erradicando o excesso e o depósito em aterros sanitários, ajudando o meio ambiente, protegendo os lençóis freáticos e evitando a contaminação por doenças, trazendo mais um bem para a humanidade.
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