BR102017026980A2 - Dispositivo de led para tratamentos vaginais - Google Patents
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Abstract
dispositivo de led para tratamentos vaginais o objetivo da presente patente de invenção (pi) é descrever um equipamento de fototerapia com emissão de luz de led no comprimento de onda variando entre 390-490 nm, passando pelo ultra violeta a e pela região visível do violeta e azul. este dispositivo irá disponibilizar uma nova possibilidade terapêutica para as alterações vulvovaginais e para aplicação comercial entre os profissionais que atuam na área da saúde da mulher, entre outros. será desenvolvido um dispositivo portátil composto por leds em cor azul (390 a 490 nm) com possibilidade de emissão da luz em região interna ao canal vaginal e/ou região externa da vulva. a obtenção de um novo tratamento de alterações vaginais, proposto e revelado nesta patente de invenção, visa solucionar o problema da dificuldade no manejo clínico de algumas vulvovaginites, principalmente as de características recorrentes. ressalta-se ainda como vantagem apresentada pela invenção, o fato do produto ser portátil, intravaginal, não invasivo e de fácil manuseio.
Description
DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS
BREVE APRESENTAÇÃO
[001] Trata a presente solicitação de Patente de Invenção (PI) de um inédito produto tecnológico denominado de DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, cuja proposta é o de revelar de forma detalhada e reivindicar proteção para um dispositivo de fototerapia para aplicação comercial em serviços voltados para atenção a saúde, preferencialmente na medicina ginecológica, uroginecológica, fisioterapia pélvica e rejuvenescimento vaginal.
[002] Assim, a presente invenção diz respeito a um dispositivo de fototerapia, mais especificamente um Diodo Emissor de Luz- LED, que atua através da transferência de radiação eletromagnética com transmissão de fótons, apresentando comprimento de onda entre 390-490 nm, variando do Ultra Violeta A invisível, e na região visível do violeta e azul. É importante destacar que o atual problema existente no estado da técnica é a dificuldade no manejo clínico de vulvovaginites, principalmente as de características recorrentes, ou atrofias vulvo-vaginais e alterações miccionais. Ressalta-se ainda como vantagem apresentada pela invenção, o fato do produto ser portátil, não invasivo e de fácil manuseio. Além disso, o mecanismo de ação da luz não é propício para o desenvolvimento de resistência dessas patologias, além de baixo risco, atérmico, indolor e tendo como única contra-indicação a presença de neoplasia vaginal e/ou colo de útero.
[003] Por fim, para comprovar o mérito da invenção proposta, destaca-se que não há no mercado nacional ou internacional produtos que atuem através da fototerapia com uso de um dispositivo de LED para tratamentos vaginais com aplicação de forma externa e/ou interna à cavidade vaginal, com possibilidade de controle de potência. Dessa forma, a invenção aqui apresentada é de caráter inovador e atende aos requisitos de patenteabilidade: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.
CAMPO DE APLICAÇÃO
[004] A presente invenção se destina preferencialmente à área de Saúde da Mulher (Medicina ginecológica, uroginecológica, Fisioterapia pélvica e rejuvenescimento vaginal), tendo como público alvo profissionais da área da saúde como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e profissionais que atuem em estética íntima.
FUNDAMENTOS DA TÉCNICA
[005] O LED consiste em um diodo semicondutor que ao ser submetido a uma corrente elétrica emite luz [Estrela JV, Duarte CCF, Almeida DNA, Araruna VR, da Silva RMV, Cavalcanti RL, et al. - Efeito do LED na flacidez tissular facial -Catussaba, 2014]. Esta luz compõe o espectro eletromagnético e varia no comprimento de onda, 247 - 1300 nm, com emissão de luz desde a ultravioleta, não visível, passando pela visível e indo até o infravermelho. A diferenciação de comprimento de onda gera mudança da cor da luz, sendo as mais utilizadas a azul (400 - 470nm), verde (470-550nm), vermelho (630- 700 nm) e infravermelho (7701200nm) [DOURADO, K.B.V; JUNIOR, L.C.C; DE PAULO, R.J.F; GOMES, A.C.-Ledterapia uma nova perspectiva terapêutica ao tratamento de doenças de pele, cicatrização de feridas e reparação tecidual - Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, 2011].
[006] A fototerapia com uso do LED foi inicialmente utilizada em associação a substâncias fotossenbilizadoras, que constitui a TFD. No entanto, alguns estudos observaram que a luz utilizada de forma isolada e em comprimentos de onda menores, entre 400 e 410 nm (LED azul), inibiu o crescimento de inúmeros microrganismos, como fungos e bactérias, sendo que o de 405 nm apresentou melhor resposta de inativação. Alguns estudos comprovam a ação fungicida do LED azul e seus efeitos variam dependendo da dose, comprimento de onda e natureza do microrganismo [INAMURA T, TATEHARA S, TAKEBE Y, TOKUYAMA R, OHSHIMA T, MAEDA N et al - Antibacterial and antifungal effect of 405 nm monochromatic laser on endodontopathogenic microorganisms - Int J Photoenergy, 2014].
[007] Sabe-se que na membrana plasmática e nas mitocôndrias dos fungos e bactérias, há a presença de porfirinas, que são substâncias fotossensibilizadoras. Quando essas substâncias são expostas à luz azul, especificamente no comprimento de onda 405 nm, geram oxigênio singleto e radicais livres, que causam danos celulares irreversíveis, com consequente morte celular do micro-organismo [MURDOCK LE, MCKENZIE K, MACLEAN M, MACGREGOR SJ, ANDERSON JG -Lethal effects of high-intensity violet 405-nm light on saccharomyces cerevisiae, candida albicans and on dormant and germinating spores of aspergillus niger -Fungal Biol, 2013]. Este mecanismo de morte celular apresenta um efeito seletivo e não é propício ao desenvolvimento de resistência microbiana, o que difere do uso de medicações com a mesma finalidade. [MACLEAN M, MCKENZIE K, ANDERSON JG, GETTINBY G, MACGREGOR SJ- 405 nm light technology for the inactivation of pathogens and its potential role for environmental disinfection and infections control -J Hosp Infect, 2014]. Apesar da luz azul ser germicida, ele encontra-se dentro de um espectro de comprimento de onda benigna e se for operado a níveis de irradiância adequados é seguro para exposição humana, tendo como reação adversa leve eritema na região tratada, ocasionado pelo aumento da circulação local [MACLEAN M, MCKENZIE K, ANDERSON JG, GETTINBY G, MACGREGOR SJ- 405 nm light technology for the inactivation of pathogens and its potential role for environmental disinfection and infections control - J Hosp Infect, 2014].
[008] Pesquisadores [INAMURA T, TATEHARA S, TAKEBE Y, TOKUYAMA R, OHSHIMA T, MAEDA N et al - Antibacterial and antifungal effect of 405 nm monochromatic laser on endodontopathogenic microorganisms - Int J Photoenergy, 2014] realizaram um estudo cujo objetivo foi avaliar os efeitos da luz azul em microrganismos associados à infecções persistentes da cavidade oral, dentre eles, a Candida albicans. Esta foi cultivada em colônias e dividida em três amostras, expostas a radiação da luz azul 405 nm com potência de 0,2 W e diferentes tempos de radiação e dose. Como resultados, verificaram que não houve efeito inibitório no tempo de 5 minutos (60J), porém nos tempos de 10 (120J) e 20 minutos (240J) houve uma redução de 60% e 90% na quantidade de fungos, respectivamente [INAMURA T, TATEHARA S, TAKEBE Y, TOKUYAMA R, OHSHIMA T, MAEDA N et al - Antibacterial and antifungal effect of 405 nm monochromatic laser on endodontopathogenic microorganisms - Int J Photoenergy, 2014]. Outros pesquisadores realizaram um ensaio clínico com uso da luz azul 405 nm em região de mucosa gástrica de pacientes sintomáticos infectados cronicamente por H. pylori para testar a hipótese de que esta luz poderia ser utilizada como método terapêutico para inativar e erradicar a bactéria. Como resultados, observou-se morte bacteriana significativa nas amostras tratadas quando comparadas com as amostras controle, com erradicação de pelo menos 90% das bactérias em sete dos nove pacientes. Além disso, não foram observadas diferenças histológicas entre as áreas tratada e não tratada, o que demonstra a segurança da metodologia utilizada [GANZ RA, VIVEIROS J, AHMAD A, AHMADI A, KHALIL A, TOLKOFF J et al - Helicobacter pylori in patients can be killed by visible light - Lasers Surg Med, 2005]. Justificam-se esses achados pela presença de porfirinas nas células bacterianas, que quando expostas à luz azul 405 nm, geram oxigênio singleto e outras espécies de oxigênio reativo, resultando na morte celular devido à ruptura de organelas e material cromossômico. Além disso, os parâmetros de dose e potência utilizados, apresentaram segurança, sem geração de calor e respeitando os limites para exposição do olho e pele à luz [GANZ RA, VIVEIROS J, AHMAD A, AHMADI A, KHALIL A, TOLKOFF J et al - Helicobacter pylori in patients can be killed by visible light - Lasers Surg Med, 2005].
[009] Um estudo envolvendo oito voluntários foi realizado com objetivo de testar os efeitos da luz azul em pele saudável com avaliação em relação a danos da luz, fotoenvelhecimento e melanogênese. Foi realizada exposição dos indivíduos por 5 dias consecutivos a luz com espectro entre 380-480 nm, associada a agente fotossensibilizador (Terapia Fotodinâmica), com uma dose diária de 20J/cm2. Apesar do espectro de luz ser similar ao UVA, observaram-se como efeitos melanogênese transitória e maior vascularização sem apoptose resultante, configurando-se assim como uma técnica segura para humanos. [KLEIPENNING MM, SMITS T, FRUNT MHA, VAN ERP PEJ, VAN DE KERKHOF PCM, GERRITSEN RMJ - Clinicai and histological effects of blue light on normal skin- Photodermatology, Photoimmunology & Photomedicine, 2010].
LITERATURA TÉCNICA ESPECIALIZADA
[010] A pesquisa realizada na base de patentes do Instituto Nacional de Aprendizagem Industrial (INPI) que compila o acervo de patentes depositadas do Brasil, e na base europeia de Patentes (Espacenet) que compila o acervo de patentes depositadas em mais de 90 países, não identificou nenhum documento de patente que faz referência ao objeto proposto neste documento de patente, encontrando-se os documentos de patentes que serão descritos a seguir. Entretanto, é importante deixar claro que nenhum deles fere o quesito de novidade da patente de invenção requerida nesse documento.
[011] O documento de patente americano US2016059034 diz respeito a um dispositivo de terapia de luz LED para tratamento de infecções bacterianas e fúngicas. O dispositivo compreende um corpo de LED, um suporte de colo do útero, um único ou uma pluralidade de LEDs, um interruptor, um grupo de ancoragem, microchip e uma bateria. Uma extremidade do dispositivo de suporte compreende um colo para colocar o dispositivo suavemente contra o colo do útero. Uma pluralidade de LEDs é fornecida sobre o corpo de LED, que compreende um ou mais LEDs que emite(m) uma luz com um comprimento de onda numa zona terapêutica de luz. A luz emitida está numa gama de luz azul e/ou da luz vermelha. O circuito integrado é alojado no interior do corpo de LED. O microchip conecta uma bateria para a pluralidade única ou de LEDs e está ainda ligado ao switch.
[012] O documento de patente também americano US2011190689 refere-se a um dispositivo de tratamento intravaginal que fornece luz terapêutica e tratamentos de fluido. O dispositivo possui sistemas de visão e interface a redes e dispositivos que permitem um controle dirigido dos processos de tratamento. Também utiliza iluminação para reunir vários tipos de dados, gerador de imagens que é utilizado para identificar e condições, monitorizar o processo de tratamento e avaliar a eficácia do tratamento. Emissões de luz de frequência específica e fluidos associados são usadas para reduzir a infecção ou, pelo menos, auxiliar na eliminação de infecções fúngicas, bacterianas e virais, além de melhorar o processo de detecção [013] Ampliando o escopo da pesquisa para tecnologias disponíveis no mercado, a busca encontrou os produtos intitulados “LASPOT” e um “Laser para terapia da luz vermelha e azul para tratamento de vaginites”, porém, tanto os documentos supracitados, como as invenções disponíveis no mercado, diferem consideravelmente do que é solicitado proteção neste documento de patente no que se refere a: [014] i) a forma de aplicação da luz do dispositivo aqui reivindicado ocorre simultaneamente em parte interna e externa de vulva e vagina;
[015] ii) a fonte de alimentação do dispositivo pode ser através de tomada ou bateria;
[016] iii) o dispositivo aqui reivindicado apresenta temporizador para cronometrar duração de sessão e aviso sonoro no momento do término;
[017] iv) o cabeçote aplicador do dispositivo aqui reivindicado é produzido em material plástico do tipo Poliacetal, com lente de acrílico protetora dos emissores de leds para região externa (vulva);
[018] v) tubo de acrílico aplicador do dispositivo aqui reivindicado para emissão de luz interna da vagina é descartável;
[019] vi) o dispositivo aqui reivindicado possibilita a emissão de luz simultaneamente em região interna e externa da vulva e vagina ou de acordo com a necessidade da utilização da terapêutica.
[020] Portanto, os documentos US2016059034, US2011190689 e as tecnologias listadas não podem ser considerados como limitante para a solicitação de exclusividade do que é proposto neste documento de patente.
[021] Com isso, o desenvolvimento e aplicação do dito DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS proposto neste documento de patente de invenção possui o parâmetro de novidade, pois até o presente momento nenhum trabalho científico ou técnico compreendido no estado da técnica possui a tecnologia de desenvolvimento, obtenção e aplicação semelhantes. Destaca-se ainda que a tecnologia proposta neste documento de patente de invenção apresenta também os outros critérios de patenteabilidade, como atividade inventiva e aplicação industrial, requisitos estes necessários para a concessão da patente requerida.
VANTAGENS DA INVENÇÃO
[022] Em relação às vantagens e diferenciais apresentados pelo dito DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, pode-se destacar como mais relevantes: [023] A presente patente de invenção é portátil;
[024] A presente patente de invenção apresenta baixo custo em relação aos produtos do estado da técnica;
[025] A presente patente de invenção se trata de tecnologia não invasiva;
[026] A presente patente de invenção se trata de tecnologia que permite um tratamento indolor e atérmico;
[027] A presente patente de invenção permite controle de potência;
[028] A presente patente de invenção permite emissão de luz em região interna ao canal vaginal e/ou parte externa da vulva.
DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
[029] O modelo de utilidade será, a seguir, explicado em seus detalhes, sendo que, a título ilustrativo, são apresentadas as Figura 1 a 8.
[030] A Figura 1, revela de forma ilustrativa, e em hipótese alguma de forma limitante, a vista inferior do DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS.
[031] A Figura 2, revela de forma ilustrativa, e em hipótese alguma de forma limitante, a vista lateral esquerda do DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS.
[032] A Figura 3, revela de forma ilustrativa, e em hipótese alguma de forma limitante, a vista superior do DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS.
[033] A Figura 4, revela de forma ilustrativa, e em hipótese alguma de forma limitante, a vista frontal do DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS.
[034] A Figura 5, revela de forma ilustrativa, e em hipótese alguma de forma limitante, a vista posterior do DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS.
[035] A Figura 6, revela de forma ilustrativa, e em hipótese alguma de forma limitante, a perspectiva isométrica do DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
[036] A presente invenção, denominada de DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, diz respeito a uma nova alternativa terapêutica de vulvovagintes, principalmente as de caráter recorrentes, e tem como público alvo profissionais de saúde da área de Saúde da Mulher, como médicos e fisioterapeutas.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[037] O DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, objeto desta solicitação de Patente de Invenção (PI), consiste em um dispositivo portátil com emissão de luz de LED no comprimento de onda variando de 390 a 490 nm, passando pelo Ultra Violeta A e pela região visível do violeta e azul. Para que a invenção possa ser mais bem compreendida e avaliado, sua descrição detalhada será feita a seguir.
[038] A presente Patente e Invenção refere-se a um dispositivo foto-terapêutico de transferência de radiação eletromagnética com transmissão de fótons ocupando o espectro de emissão. O comprimento de onda é de 390 a 490 nm, e a principal função é promover o tratamento de vulvovaginites.
[039] O dispositivo aqui reivindicado é constituído dos seguintes elementos: ponteira intravaginal (1), com 100 milímetros de comprimento e 25 milímetros de diâmetro, que poderá ser removível ou fixa, sendo confeccionada principalmente em material polimérico, mas também podendo ser confeccionada em material cerâmico transparente de elevada resistência mecânica, que atua como barreira de contato entre canal vaginal e região de emissão de LED intravaginal (2) composto por luzes de LED, com comprimento de onda entre 390 a 490 nm, cuja emissão ocorrerá em todo entorno do canal podendo ser organizado de forma pontual ou contínua. Região de emissão de LED vulvar (3), com 10 milímetros de comprimento por 80 milímetros de diâmetro, confeccionada principalmente em material polimérico, mas também podendo ser em poliacetal, que permite emissão de luz em genitália externa (região de vulva) na qual as luzes poderão estar organizadas de forma pontual ou contínua. Câmara de suporte (4), com 40 milímetros de comprimento e 80 milímetros de diâmetro, confeccionada principalmente em material polimérico, mas também podendo ser confeccionada em poliacetal, que abriga e protege a placa do circuito eletrônico (8) e as luzes de LED intravaginais e vulvares. Manípulo (5), com 150 milímetros de comprimento e um diâmetro que varia de 30 a 50 milímetros, confeccionado principalmente em material polimérico, mas também podendo ser em poliacetal, que permite apoio e manuseio pelo terapeuta durante tratamento. Cabo de ligação (6) o qual é fonte de alimentação da placa do circuito eletrônico (8) através do Conector (7), que estará ligado a uma unidade de controle já existente no mercado, o qual tem como função principal, permitir o ajuste do tempo de aplicação e apresenta as seguintes dimensões básicas: 440 milímetros de largura por 270 milímetros de profundidade e 125 milímetros de altura e peso aproximado de 3.400 g sem acessórios. Este dispositivo possui alimentação de 115 volts/220volts- 60 Hertz e modo de operação contínuo, operando em temperaturas de trabalho que variam de 5°C a 40 °C e umidade relativa máxima de 75%. Este equipamento é constituído de fusíveis externos e interno, temporizador e transformador de força classe B.
[040] A forma construtiva deste dispositivo permite a obtenção de um equipamento de baixo peso (300 a 350 g), sendo, dessa forma, portátil, permitindo assim um fácil transporte, e fácil manuseio pelo operador.
[041] Para fins de comprovação de eficácia da aplicação de LED, foi realizado estudo, pelos inventores da presente invenção, cujo objetivo foi relatar os efeitos microbiológico e clínico do LED azul 401±5nm em uma paciente com candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR). O estudo foi realizado no período de fevereiro a junho de 2017 e possui aprovação pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), CAAE: 56391416.1.0000.0056 e possui registro no Clinicaltrial número NCT03075046 por tratar-se de um estudo que terá continuidade através da realização de um ensaio clínico randomizado.
[042] De forma pioneira, este estudo apresentou a utilização do LED azul-violeta na CVVR, apresentando resultados positivos na queixa clínica e microbiológica em uma paciente. Ainda é desconhecido o mecanismo de ação neste caso, porém, sabe-se que a utilização da luz azul com o objetivo de avaliar carga fúngica em estudos in vitro e carga bacteriana em humanos, também obteve resultados eficazes, com redução significativa dos microrganismos.
[043] O resultado de redução da carga fúngica em relação ao número de colônias de C. albicans quando comparados o exame anterior e imediatamente após o tratamento e o resultado negativo da cultura para fungos, feita três meses após conclusão do tratamento podem ser explicados pela presença de porfirinas endógenas presentes nos fungos, que ao entrarem em contato com a luz azul, geram oxigênio singleto e outras espécies reativas de oxigênio, levando a morte celular.
[044] Um estudo [Inamura T, Tatehara S, Takebe Y, Tokuyama R, Ohshima T, Maeda N et al. - Antibacterial and antifungal effect of 405 nm monochromatic laser on endodontopathogenic microorganisms. - Int J Photoenergy, 2014] avaliou os efeitos da luz azul 405nm em microrganismos patogênicos presentes na cavidade oral, dentre eles, a C. Albicans demonstrando que houve redução de 90% na carga fúngica ao utilizar uma dose de 240J num tempo de 20 minutos. Este estudo justificou a utilização na mucosa vaginal pelas características semelhantes dos tecidos.
[045] Um outro estudo [Ganz RA, Viveiros J, Ahmad A, Ahmadi A, Khalil A, Tolkoff MJ, et al. - Helicobacter pylori in patients can be killed by visible light. - Lasers Surg Med, 2005 ] também realizou um ensaio clínico utilizando a luz azul 405 ± 2 nm em mucosa gástrica de pacientes sintomáticos infectados por Helicobacter pylor e comprovaram que em todos os indivíduos tratados, houve morte bacteriana significativa, com erradicação de pelo menos 90% das bactérias em sete dos nove pacientes submetidos ao tratamento. Segundo os autores, este resultado pode ser explicado pelo fato da luz, neste comprimento de onda, induzir a fotoexcitação de porfirinas endógenas presentes no Helicobacter pylori, resultando posteriormente na produção de espécies reativas de oxigênio singleto e consequente morte do microrganismo5.
[046] Neste estudo desenvolvido pelas inventores da presente invenção, os sintomas clínicos da paciente de prurido, ardência, disúria, dispareunia e edema foram sanados após aplicação do LED azul imediatamente após a conclusão da terceira sessão e este resultado se manteve na reavaliação de três meses após o tratamento concluído. Este achado pode estar relacionado à restauração da microflora vaginal pela significativa redução da carga fúngica pós tratamento, já que há absorção da luz pelas porfirinas presentes em fungos. As moléculas, ao interagirem com esta luz, geram oxigênio singleto altamente reativo, causando dano na membrana e nas mitocôndrias das espécies fúngicas, com consequente morte celular seletiva.
[047] Outro estudo [Morton CA, Scholefield RD, Whitehurst C, Birch J. - An open study to determine the efficacy of blue light in the treatment of mild to moderate acne. - J Dermatolog Treat, 2005] realizou pesquisa em 30 indivíduos com leve a moderada acne em face, que receberam oito sessões de tratamento com luz azul (409-419 nm), dose de 48J/cm2 e intensidade de 40 Mw/cm2. Segundo os autores, apesar da variação de resposta clínica entre os indivíduos, houve 73% de melhora das lesões inflamatórias secundárias a acne. Este resultado pode ser justificado pela destruição e inibição da proliferação da Propionibacterium acnes devido a absorção da luz azul pelas porfirinas endógenas, gerando produção de oxigênio singleto, com posterior destruição das bactérias.
[048] Em outra pesquisa [Elman M, Slatkine M, Harth Y. - The effective treatment of acne vulgaris by a high-intensity, narrow band 405-420 nm light source. - J Cosmetic & Laser Ther, 2003] foi realizado um estudo em pacientes com acne vulgar, utilizando o LED azul 405-420 nm, com irradiância entre 50 e 200 mW/cm2. Esta pesquisa envolveu estudo de dose resposta, envolvendo parte da face; ensaio clínico, envolvendo toda a face, e estudo controlado duplo cego com aplicação do LED em apenas uma hemiface. Os três estudos encontraram diminuição das lesões inflamatórias. Segundo os autores, a Propionibacterium acnes produz, como parte do seu metabolismo normal, a porfirina, que exposta a luz gera uma reação química com produção de peróxido, capaz de destruir a bactéria.
[049] No estudo desenvolvido pelos inventores da presente invenção, a diminuição do pH vaginal, aproximando-o dos valores considerados fisiológicos e protetores da saúde genital, configura-se como um benefício, tendo em vista que ambientes ácidos são menos favoráveis ao desenvolvimento de patógenos. Apesar da Candida apresentar metabolismo diferente da maioria dos microrganismos, se adaptando melhor a este meio, houve uma melhora do quadro clínico e microbiológico, com desaparecimento dos sintomas e ausência de fungos. A persistência dos sinais inflamatórios quando comparados os resultados do exame de citologia e microflora realizados antes e imediatamente após o tratamento, pode ser justificada pelo fato da reavaliação ter sido feita logo depois da última aplicação do LED e não ter existido tempo suficiente para resolução de quadro inflamatório. Além disso, pesquisas demonstram que o LED azul não possui efeito anti inflamatório.
[050] A escassez de estudos com a utilização de LED azul em região genital feminina denota necessidade de mais experimentações para que se possa explicar a possível relação entre esta luz e seus efeitos na microflora e no pH vaginal.
[051] Não foram relatados efeitos adversos pela paciente neste estudo, tais como hiperemia, irritação ou desconforto durante e após o tratamento com o LED. O estudo de Ganz e colaboradores, desenvolvido em indivíduos com H. pylori utilizando a luz azul 405±2 nm5, demonstrou concordância com a presente pesquisa, tendo em vista que não foram evidenciadas reações adversas [Ganz RA, Viveiros J, Ahmad A, Ahmadi A, Khalil A, Tolkoff MJ, et al. - Helicobacter pylori in patients can be killed by visible light. - Lasers Surg Med, 2005].
[052] Concluiu-se, portanto, que o LED azul 401±5 nm pode ser uma alternativa terapêutica promissora não medicamentosa, de baixo custo, fácil aplicabilidade e sem reações adversas no tratamento da CVVR. Porém faz-se necessário a realização de ensaios clínicos randomizados para avaliar a eficácia além de testes de não inferioridade comparativos com o tratamento medicamentoso.
[053] Após revelada com detalhes toda a invenção, bem como as vantagens apresentadas pela mesma, deve, entretanto, mais uma vez ficar claro, que a invenção não está limitada à concretização revelada, pois aqueles com habilidades na técnica irão imediatamente perceber que alterações e substituições podem ser feitas dentro deste conceito inventivo aqui descrito. Desta forma, não pode de forma alguma ser considerada como limitante da invenção, a qual está limitada ao escopo das reivindicações que seguem.
REIVINDICAÇÕES
Claims (9)
1. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, CARACTERIZADO POR compreender uma ponteira intravaginal (1), uma região de emissão de LED intravaginal (2), uma região de emissão de LED vulvar (3), uma câmara de suporte (4), um manípulo (5), um cabo de ligação (6), um conector (7) e um circuito eletrônico (8).
2. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO POR ser um dispositivo portátil com emissão de luz de LED no comprimento de onda variando de 390 a 490 nm, passando pelo Ultra Violeta A e pela região visível do violeta e azul.
3. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, CARACTERIZADO POR a ponteira intravaginal (1) possuir 100 milímetros de comprimento e 25 milímetros de diâmetro, podendo ser removível ou fixa e confeccionada principalmente em material polimérico, mas também em material cerâmico transparente de elevada resistência mecânica.
4. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com as reivindicações 1, 2 ou 3, CARACTERIZADO POR a região de emissão de LED intravaginal (2) ser composta por luzes de LED, com comprimento de onda entre 390 a 490 nm, cuja emissão ocorre em todo entorno do canal podendo ser organizado de forma pontual ou contínua.
5. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com as reivindicação 1, 2, 3 ou 4, CARACTERIZADO POR a região de emissão de LED vulvar (3) possuir 10 milímetros de comprimento por 80 milímetros de diâmetro, confeccionada principalmente em material polimérico, mas também podendo ser em poliacetal e com as luzes organizadas de forma pontual ou contínua.
6. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com as reivindicações 1, 2, 3, 4 ou 5, CARACTERIZADO POR a câmara de suporte (4), possuir 40 milímetros de comprimento e 80 milímetros de diâmetro, confeccionada principalmente em material polimérico, mas também podendo ser confeccionada em poliacetal.
7. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com as reivindicações 1, 2, 3, 4, 5 ou 6, CARACTERIZADO POR o manípulo (5) possuir 150 milímetros de comprimento e um diâmetro que varia de 30 a 50 milímetros, confeccionado principalmente em material polimérico, mas também podendo ser em poliacetal.
8. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com as reivindicações 1, 2, 3, 4, 5, 6 ou 7, CARACTERIZADO possuir peso total entre 300 a 350g.
9. DISPOSITIVO DE LED PARA TRATAMENTOS VAGINAIS, de acordo com as reivindicações 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, CARACTERIZADO POR ser um dispositivo portátil de fototerapia para aplicação na medicina ginecológica, uroginecológica, fisioterapia pélvica e rejuvenescimento vaginal.
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