CAMPO DA INVENÇÃO
[001] O presente privilégio de invenção refere-se a um novo componente intermediário protético odontológico, constituído de duas partes que se unem de forma rosqueável, aplicável em especial para uso em cirurgias de implante dentário, em osso do arco zigomático, por acesso intra-oral.
ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
[002] O componente intermediário protético pilar zigomático é inserido de forma aparafusada, através de processo cirúrgico em procedimento intra-oral em um implante convencional que é instalado cirurgicamente no arco zigomático em conjunto com o elemento de prótese antirrotacional do tipo cone morse.
[003] O componente intermediário protético pilar zigomático é uma opção para pacientes com perda óssea acentuada e que não podem passar por procedimentos de enxertos ósseos.
[004] O componente intermediário protético pilar zigomático, é confeccionado em titânio ASTM - F136 sendo esse equivalente ao titânio puro - NBR ISO 5832-2:2001 - Implantes para Cirurgia - Materiais Metálicos o qual é fixado no osso zigomático por acesso intrabucal. Os implantes zigomáticos têm, entre as suas funções, há de servir de ancoragem aplicável para a maioria das próteses dentárias.
[005] O componente intermediário protético pilar zigomático tem como função prioritária unir o implante dentário à uma estrutura protética que irá proporcionar uma melhor retenção, passividade, conectividade e reversibilidade no tratamento reabilitador.
[006] A perda e fratura de alguns componentes, a dificuldade de se assentarem os intermediários nos tecidos subgengivais profundos, a falta da qualidade do tecido ósseo original, entre outros são problemas usualmente e/ou comumente constatados.
[007] Para contornar esses problemas em meados de 1990 o Dr. Per- Ingvar Brânemark, médico ortopedista Sueco, idealizou uma solução cirúrgica para casos limítrofes onde até mesmo os enxertos ósseos tiveram um prognóstico sombrio. Os casos selecionados à época envolviam pacientes com pouca quantidade ou qualidade óssea, geralmente mutilados, em que a única solução seria explorar a região zigomática. Com o passar dos anos, a técnica evoluiu e várias alternativas acabaram por ser criadas. Os implantes zigomáticos então, começaram a ter as suas indicações ampliadas.
[008] Já há algum tempo, o tratamento reabilitador com implantes dentários utilizando o osso zigomático como ancoragem têm se tornado muito necessário nos consultórios odontológicos e; uma série de inovações já foram criadas com o objetivo de melhorar o resultado de cirurgias de ressecção tumoral, trauma ou defeitos faciais congênitos.
[009] O atual desafio, tem sido superar a perda óssea peri- implantar que comumente ocorre no decorrer dos anos, com a aplicação dos diversos sistemas de implantes o que acarreta na maioria das vezes na reabsorção da crista óssea peri-implantar.
[010] Os ajustes, tão comuns nos sistemas atuais, são normalmente motivados por fatores internos, porém, podem ocorrer casos específicos de influência externa.
[011] Em sua maioria, os sistemas atuais de implantes, são compostos fundamentalmente por implantes em dois estágios: um intraósseo que é o implante propriamente dito a qual é instalado na fase cirúrgica e outro que é uma conexão transmucosa que é aplicado após o período pré-determinado para a osseointegração do implante. O modelo mais conhecido é o de sistema hexagonal que pode ser externo ou interno.
[012] Tradicionalmente os componentes zigomáticos até então existentes, necessitam de ajustes diversos, conforme a vida útil do componente. Alguns exemplos de componentes zigomáticos podem ser encontrados nos documentos MU 9001607-6, BR 102012012935-3, US2012077151, PI 0905306- 9, CN203555847, CN103550002 e CN 203591347.
BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
[013] O que difere o componente intermediário protético pilar zigomático dos tradicionalmente utilizados é a redução praticamente a zero dos problemas atuais, incluindo seus ajustes, podendo ainda ser aplicado nos mais variados modelos de próteses e implantes dentários existentes e ainda para aqueles que forem desenvolvidos tendo como base, tecnologias semelhantes, além de poder ser utilizados em restaurações unitárias, múltiplas, totais e/ou ainda para o sistema de carga Imediata, resultando em um sistema estável, aumentando significativamente a vida útil do conjunto implantado como um todo.
[014] O presente privilégio de invenção se propõe a simplificar e aperfeiçoar a técnica até então existente e difundida no mundo, porém, pouco praticada por cirurgiões dentistas, mesmo os mais especializados, devido ao grau elevado de dificuldade dos sistemas até então desenvolvidos e utilizados.
[015] Busca o presente privilégio de invenção aumentar o acesso do número de pacientes a esse novo componente protético, aliado a técnica cirúrgica efetiva, gerando à esses pacientes uma integralidade de vantagens obtidas com o procedimento relatado que; apesar de sua grande eficácia comprovada, muitas vezes é delegado a uma segunda opção, devido à escassez de profissionais que à empreguem em relação as técnicas usuais convencionais, acabando por proporcionar o aumento no custo para este procedimento de reabilitação oral.
[016] Em relação às técnicas cirúrgicas de instalação de implantes zigomáticos já relatados na literatura, O componente intermediário protético pilar zigomático, traz como diferencial a fácil instalação tanto do implante dentário como do componente protético propriamente dito, resultando na melhor fixação do conjunto, acabando por reduzir a morbidade, favorecendo o pós-operatório, além da possibilidade da técnica cirúrgica poder ser realizada tanto em nível hospitalar quanto em consultório.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
[017] Tendo descrito, desse modo, a invenção em termos gerais, referência será feita agora aos desenhos anexos, que não são necessariamente fornecidos em escala, em que números iguais se referem a elementos iguais ao longo dos mesmos. A Figura 1 mostra uma vista lateral do componente intermediário protético pilar zigomático, de acordo com a presente invenção; A Figura 2 mostra uma vista lateral da parte A do componente intermediário protético pilar zigomático, de acordo com a presente invenção; A Figura 3 mostra uma vista lateral da parte B do componente intermediário protético pilar zigomático, de acordo com a presente invenção; A Figura 4 mostra uma vista explodida do componente intermediário protético pilar zigomático, de acordo com a presente invenção; A Figura 5 mostra uma vista lateral mostrando os detalhes internos da parte A componente intermediário protético pilar zigomático, de acordo com a presente invenção; A Figura 6 mostra uma vista em corte longitudinal da parte A do componente intermediário protético pilar zigomático; A Figura 7 mostra uma vista corte longitudinal da parte B do componente intermediário protético pilar zigomático; A Figura 8 mostra um instantâneo da parte A do protótipo do componente intermediário protético pilar zigomático e; A Figura 9 mostra um instantâneo da parte B do protótipo do componente intermediário protético pilar zigomático.
DESCRIÇÃO DE REALIZAÇÕES DA INVENÇÃO
[018] Agora com relação às figuras, o componente intermediário protético pilar zigomático C para as cirurgias de um implante dentário em osso do arco zigomático por acesso intra-oral, de acordo com a presente invenção, compreende duas partes, onde uma primeira parte A é constituída de três porções, sendo que uma primeira porção A1 sendo dotada de uma rosca interna E1 em uma primeira extremidade E, a primeira porção A1 sendo vertical e se estendendo até uma segunda porção A2, a segunda porção A2 sendo intermediária e inclinada em relação à primeira porção A1, uma segunda porção A2 se estendendo até uma terceira porção A3 inclinada em direção contrária à segunda porção A2, uma terceira porção A3 constituída de uma conectividade cônica I sendo dotada de uma passagem interna configurada para receber um parafuso passante D para fixação à um componente do tipo cone morse H.
[019] Ainda, de acordo com uma realização do componente intermediário protético pilar zigomático C, objeto da presente invenção, as primeira, segunda e terça porções A1, A2, A3 definindo um formato em “Z” para a primeira parte A do componente intermediário protético pilar zigomático C,
[020] Já uma segunda parte B do componente intermediário protético pilar zigomático C é constituída de uma base B1 que compreende um componente hexagonal externo de plataforma regular G para receber o implante dentário e de um corpo roscado B2 que interage com a rosca interna E1 da primeira parte A, o corpo roscado B2 ainda compreende uma porca auto rosqueável F configurada para delimitar a altura e travamento entre a base G e a primeira extremidade E da primeira parte A.
[021] De acordo com uma realização particular da presente invenção, o componente intermediário protético pilar zigomático C (Figura 1), é confeccionado em titânio ASTM - F136, conforme especificações da NBR ISO 5832-2:200.
[022] Conforme realização da presente invenção, o componente intermediário protético pilar zigomático C a conectividade cônica I é configurada para inserção de implantes convencionais cone morse e em sua base por uma conexão interna auto rosqueável. Ainda, de acordo com outra concretização, componente hexagonal externo de plataforma regular G em sua base que é constituído por um conector de formato cônico para inserção de implantes tipo cone morse ou similares, sendo seu formato de conector cônico interno é auto rosqueável para inserção, facilitando a acoplagem do implante propriamente dito.
[023] A técnica cirúrgica aplicada se inicia com o acesso intra-oral ao osso do arco zigomático e eventual instalação dos implantes convencionais em titânio comercialmente puros, do tipo cone morse, é feita então a instalação da primeira parte A do componente intermediário protético pilar zigomático C, de forma aparafusada, conforme já relatado. Sua base é então unida à segunda parte B, auto-rosqueante, para que o componente hexagonal externo de plataforma regular G fique no nível da crista óssea alveolar.
[024] Para que se possa melhor compreender o objeto da patente, é possível o observar nas figuras e, principalmente na figura 04, vimos a sequência de montagem de todo sistema, nesse exemplo, com um componente cone morse H já implantado no paciente, a conectividade cônica I lisa é inserida no componente H e fixado com auxílio do parafuso passante D. Posteriormente, a segunda parte B tem o corpo roscado B2 inserido na porca auto rosqueável F e na rosca interna da primeira parte A, utilizando a função de delimitação de altura e travamento com a base B1 da porca F. Por fim, a base B1 recebe no componente hexagonal externo de plataforma regular G um implante dentário.
[025] Na figura 5, vimos a sequência de montagem de todo sistema, agora sob uma visão interna do conjunto, nesse exemplo; sem o componente cone morse H.
[026] As outras características notáveis do componente intermediário protético pilar zigomático são: ■ A manutenção da osseointegração próxima aos 100%; ■ Redução da absorção óssea; ■ Processo aplicável em quaisquer próteses / implantes com características dos implantes cone Morse e; ■ Ampliação significativa da vida útil dos implantes e próteses dentárias como um todo.