BR102013032583A2 - Method of obtaining polysaccharides, process of modification of polysaccharides and polysacarides obtained by the referred process - Google Patents

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Abstract

processo de obtenção de polissacarídeos, processo de modificação de polissacarídeos e polissacarídeos obtidos pelo referido processo. a presente invenção permite obter um polissacarídeo com propriedades similares a outro de alto preço e interesse mercadológico, produto este, obtido a partir de processos que são escopo desta invenção, permitindo substituir uma goma por outra de valor inferior com propriedades semelhantes ou superiores. o presente pedido de patente refere-se a um processo de obtenção de um polissacarídeo, um processo de modificação de polissacarideos que permite alterar as características naturais, gerando novos 'compostos com propriedades funcionais distintas das apresentadas pelo material de origem eo produto obtidopelo processo.

Description

“PROCESSO DE OBTENÇÃO DE POLISSACARÍDEOS, PROCESSO DE MODIFICAÇÃO DE POLISSACARÍDEOS E f}oLISSACARÍDEOS OBTIDOS PELO REFERIDO PROCESSO” CAMPO DA INVENÇÃO
[001] O presente pedido de patente refere-se a um processo de obtenção de polissacarídeo, processo de modificação de pó issacarídeos proveniente da goma do cajueiro (GC), um produto isolado do exsudadd bruto do cajueiro para utilização como uma possível alternativa para emulsificantes de origem animal ou vegetal, tal como a goma arábica/acácia na indústria de alimentos, através do uso de alta pressão dinâmica (APD) e um polissacarídeos obtido pelo referido processo, FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO
[002] O Brasil é um reconhecido produtor de substâncias naturais de importância internacional por apresentar uma extensa biodiversidade e características de solo e clima favoráveis a sua produção. Exsudados de plantas são um material pegajoso secretado pela planta como mecanismo de proteção (BeMiller e Huber, 2010) e sua produção ocorre de forma espontânea (devido aos estresses das condições ambientais principalmente em períodos secos), ou de forma induzida (através de incisões feitas no tronco de árvores ou arbustos). Goma arábica (Acacia senegal L. Wílld.), tragacanto (Astragalus gummifer Labill), caraia (Sterculia urens Roxb.) e goma do cajueiro (Anacardium occidentale L.) são exemplos de gomas obtidas de exsudado de plantas, seguras para consumo humano. A goma do cajueiro é comparável em muitos aspectos com a goma arábica (Paula e Rodrigues, 1995) e apresenta potencial para substituí-la em suas aplicações (RosenthalJ 1951; Lima et al,, 2002), porém não há estudos que comparem suas propriedades emulsificantes em emulsões para bebidas, área de principal atuação da goma arábica na injdústria de alimentos.
[003] O Brasil tem capacidade de produzir quantidade superior a 47 mil toneladas de exsudado bruto de cajueiro por ano. Um processo de purificação com baixo rendimento gera 50% de goma purificada, o total obtido corresponde a valor 3,5 vezes maior que o importado em goma arábica no ano de 2008 (6,7 mil toneladas) (Cunha et al., 2009). Somente no ano de 2007, o Brasil importou 111 milhões de dólares em polissacarídeos e exportou 70 milhões (US$) (Cunha et al., 2009). A simplicidade do processo de exsudação e purificação, juntamente com a quantidade de estudos que evidenciam sua capacidade tecnológica e possibilidade de produção comercial elevada são características importantes que fazem da goma do cajueiro uma excelente opção econômica, sobretudo para o Nordeste brasileiro, responsável pela maior área plantada de cajueiro (99%) do país (Leite e Pessoa, 2004).
[004] Em alimentos, as gomas são utilizadas no melhoramento e manutenção das características reológicas dos produtos: textura, viscosidade, consistência, aspecto e corpo. Dentre os efeitos secundários estão estabilização de emulsões, suspensão de partículas, controle de cristalização de açúcares, inibição de sinérese, encapsulação e formação de filmes (Dziezak, 1991). A ação das gomas ocorre basicamente pela capacidade de retenção de água e aumento de consistência ao dissolver ou dispersar esses polímeros em água (Dziezak, 1991).
[005] Polissacarídeos naturais são frequentemente modificados com processos químicos, físicos e/ou bioquímicos^, gerando uma diversidade de novos produtos com propriedades funcionais completamente diferentes das apresentadas pelo material de origem. Em muitos casos é possível atribuir a um determinado polissacarídeo propriedades de outro polissacatfdeo, tomando admissível a substituição de uma goma de alto preço por outra de valor inferior com propriedades semelhantes ou superiores (Towle e Whistler, 1993).
[006] A alta pressão dinâmica (APD) teh como princípio uma homogeneização convencional, entretanto, trabalha com pressões mais elevadas o que a torna uma tecnologia bastante promissora na indústria dê alimentos. O efeito primordial da APD sobre os alimentos e substâncias que os contém não se deve ao princípio de Le Chatelier, mas sim aos fenômenos de cavitação, turbulência e cisalhamento que ocorrem com a passagem do fluido pela válvula de homogeneização, resultando em modificação estrutural. A intensidade desses fehômenos será mais ou menos intensa de acordo com a magnitude da pressão aplicadá e número de passagens. Atualmente, a APD tem sido aplicada na inativação de micrd-organismos, rompimento de ligações interativas não covalentes de proteínas e enzimas, redução de peso molecular de polissacarídeos, alteração de atividade enzimática e modificações de propriedades de polpas, sucos e produtos lácteos.
BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
[007] A presente invenção permite obtejr um polissacarídeo com propriedades similares a outro de alto preço e interesse mercadológico, produto este, obtido a partir de processos que são escopo desta invenção, pèrmitindo substituir uma goma por outra de valor inferior com propriedades semelhantes ;òu superiores.
[008] O presente pedido de patente refiere-se a um processo de obtenção de um polissacarídeo, um processo de modificação de polissacarídeos que permite alterar as características naturais, gerando novos compostos com propriedades funcionais distintas das apresentadas pelo material de origèm e o produto obtido pelo processo.
[009] Um processo de obtenção de polissacarídeo do exsudado do cajueiro (.Anacardium occidentale) compreendendo as etapas de: (a) Reduzir o tamanho das partículas do exsudado; (b) Dissolver o dito exsudado bruto do cajueiro; (c) Filtrar a solução obtida na etapa (b) para a remoção deiresíduos e/ou materiais insolúveis; (d) Centrifugar o filtrado obtido na etapa (c); (e) Separar o sobrenadante obtido na etapa (d); (f) Opcionalmente, lavar o precipitado obtido na etapa (e) e centrifugar novamente como descrito na etapa (d); (g) Caso tenha sidojrealizada a etapa (f), adicionar o novo sobrenadante ao sobrenadante obtido na etapa (e); (h) Descartar o precipitado; (i) Secar o precipitado; e (j) Moer a goma para obtenção da goma pulverizada.
[0010] Um processo de modificação de um polissacarídeo a partir das etapas de: (a) Solubilizar uma goma de cajueiro, preferencialmente em água; (b) Repousar a dita solução obtida na etapa (a); (c) Aquecer a dita solução obtida na etapa (b) a uma temperatura preferencialmente entre 20 a 30°C;jcom ou sem agitação; (d) Aplicar alta pressão dinâmica na referida solução obtida na etapa (c) de 0 a 150 MPa em passagem única; (e) Secagem da referida solução obtida na etapa (d); e (f) Moer o produto obtido na etapa (e).
[0011] Um polissacarídeo obtido pelos processos anteriormente descritos ser capaz de produzir emulsões com viscosidade aparente ligeiramente inferior a goma não modificada, ter um índice de consistência preferéncialmente entre 0,005 e0,015 Pa.sn,e, ter um índice de fluxo preferencialmente entre ;Ò,95 e 0,99 em soluções com 10% de goma e curvas de fluxo realizadas em temperatura preferencial entre 25 e 309C. breve descrição das figuras [0012] Figura 1: Comportamento ao fluxo (259C) de soluções de goma do cajueiro (5, 10, 15 e 20%) e de goma arábica (10%).
[0013] Figura 2: Variação de “k” e "n” em função da concentração de goma.
[0014] Figura 3: Solubilidade da goma arábica e goma do cajueiro a 30, 60 e 909C: GC (goma do cajueiro) e GA (goma arábica).
[0015] Figura 4: CAA da goma arábica e goma do cajueiro a 30, 60 e 909C: GC (goma do cajueiro) e GA (goma arábica).
[0016] Figura 5: CAA a 309C da goma do cajueiro submetida a diferentes pressões de homogeneização e métodos de secagem.
[0017] Figura 6: Curvas de fluxo (259 C):das gomas processadas por HAP, σ e γ são tensão de cisalhamento e taxa de deformação, respectivamente).
[0018] Figura 7: Solubilidade a 30, 60 e 909C da goma do cajueiro submetida a diferentes pressões de processo.
[0019] Figura 8: CAA a 30, 60 e 909C da goma do cajueiro submetida a diferentes pressões de homogeneização. jj [0020] Figura 9: CAO a 30, 60 e 9θφ da goma do cajueiro submetida a !j diferentes pressões de processo.
[0021] Figura 10: Microscopia óptica das emulsões: GA (goma arábica), GC (goma do cajueiro), GC20 (goma do cajueiro prjocessada por HAP a 20 MPa) e GC40 (goma do cajueiro processada por HAP a 40 MPa).
[0022] Figura 11: Curvas de escoamerpo das emulsões a 25SC: GA (goma arábica), GC (goma do cajueiro), GC20 (goma do cajueiro processada por HAP a 20 MPa) e GC40 (goma do cajueiro processada por HAP a 40 MPa).
[0023] Figura 12: índice de cremeação das emulsões em sete dias de armazenamento. GA (goma arábica), GC (goma do cajueiro), GC20 (goma do cajueiro processada por HAP a 20 MPa) e GC40 (goma do cajueiro processada por HAP a 40 MPa).
[0024] Figura 13: Liberação de soro das emulsões com goma do cajueiro não processada (GC) após cinco dias de armazenamento.
[0025] Figura 14: Liberação de soro e formação de creme das emulsões com goma arábica após sete dias de armazenamento. DESCRICÃO DETALHADA DA INVENÇÃO Obtenção da goma do cajueiro purificada [0026] O presente pedido de patente refere-se a um processo de modificação das características de biopolímeros, por exempjp, polissacarídeos obtidos do cajueiro. Na presente invenção, o produto é denominado goma do cajueiro.
[0027] Para efeito de concretização, foram utilizadas duas concentrações de exsudado bruto do cajueiro (4 e 10% m/v) que fòram avaliadas quanto ao rendimento, sem entretanto, restringir o escopo da presente invenção [0028] Para descrição da presente invenção, será apresentado um exemplo de concretização da mesma.
[0029] Primeiramente, o exsudado brutd foi reduzido para tamanhos de 1 a 4 cm a fim de facilitar o processo de dissolução a qual foi realizada nas concentrações de 4 e 10% (m/v), à temperatura ambiente sem agitação por 24h.
[0030] Após dissolução, a solução foi (filtrada em peneira com aberturas de aproximadamente 1 mm; o filtrado foi centrifugádo de 3000 a 10.000 rpm/ por 5 min a 10 minutos, o sobrenadante foi separado, as impurezas retidas lavadas e novamente centrifugadas com a mesma velocidade e durante o mesmo tempo da primeira centrifugação. O novo sobrenadante foi adicionado ao sobrenadante anterior e o precipitado descartado (gel insolúvel com impurezas menores).
[0031] Posteriormente, o sobrenadante foi precipitado em etanol (92,8 INPM) a 4-25QC (refrigerado a precipitação ocorre mais rapidamente, porém até a temperatura ambiente seria possível) na proporção 1:1 a 2:3 (solução de goma:etanol). O precipitado foi separado e o sobrenadante centrifugado de 3.000 a 10.000rpm/5 a 15 min. O novo sobrenadante foi descartado e o novo precipitado adicionado ao precipitado anterior. A goma purificada foi seca em estufa com circulação de ar forçada a 50-60eC por 24-48h. Por fim, a amostra foi moída (moinho multiusp TE-631/2, Tecnal) para obtenção da goma pulverizada e classificada por tamanho através de peneiramento em peneiras com aberturas de 80,100,170 e 250 mesh (ABNT). O rendimento em porcentagem de goma purificada foi obtido pela Equação 1. (Equação 1) [0032] Os rendimentos encontrados forám 55 ± 14% e 59 ± 11%, utilizando 4 e 10% m/v de concentração de dissolução, respeçtivamente, não apresentando diferença estatística entre os valores (p>0,05). Dessa forrfia, a concentração de 10% foi uma boa ij opção para o processo de purificação não soifiente pelo rendimento observado, mas também pela redução na geração de resíduosj menor custo com reagentes, menor tempo de processo e menor desgaste de equipamentos. A utilização de uma concentração de 10% (m/v) de exsudado bruto reduziu em 60% o consumo de água e etanol e foi utilizada para os processos de purificação subsequentes.
Caracterização química e física [0033] A composição centesimal da gcjma do cajueiro foi obtida conforme metodologia descrita pelo manual internacional de análises químicas AOAC (2006). A carga de superfície foi investigada em solução éontendo 0,2% m/v de goma em água deionizada que foi obtida após agitação da solução por 2 h em agitador magnético e mantida a 89C/24 h para completa hidratação. Em seguida, a solução foi mantida a temperatura de 25°C e filtrada em papel de filtro para obtenção de uma solução ausente de partículas sedimentadas. A leitura da carga elétrica em solução foi realizada no intervalo de pH de 2 a 8 com sete repetições em equipamento Zetasizer modelo Nano-Z (Malvern Instruments, Malvern, orcestershire, U.K.). Uma alíquota de 13 mL da amostra foi transferida para a cubeta, a qual foi èquipada com dois canais de correção de pH, um para adição de NaOH 0,6 N e outro de HCI 0,6 N. O ponto isoelétrico (PI) foi obtido pelo próprio equipamento (pH em que a carga elétrica foi zero). A composição centesimal em base seca obtida no presente estudo consistiu de 0,84 ± 0,05% de cinzas, 0,90 ± 0,03% de proteína, 0,01 ± 0,00% de iipídios e 98,25 ± 0,05% de carboidratos [0034] Do ponto de vista tecnológico, os hidrocolóides podem apresentar capacidade emulsificante, como por exemplo, a goma arábica. De acordo com Al-Assaf et al. (2009), a fração responsável pela atividade emulsificante da goma arábica é o complexo proteína-polissacarídeo (proteína arajbinogalactana) o qual é formado pelo pequenoconteúdo proteico presente na gonha (aproximadamente 2% de sua composição total) e o dissacarídeo composto pelos monossacarídeos arabinose e galactose (arabinogalactana). Esse complexo corresponde 10 e 6% do conteúdo total do peso molecular da goma arábica e goma do cajueiro, respectivamente (Nussinovitch, 2010). Assim, pela análise de composição centesimal a goma do cajueiro possui í| potencial para se tornar um agente emulsificantel [0035] A goma do cajueiro apresentou carga elétrica em solução positiva de +7,8 mV em pH 2 quando avaliada em pH abaixo ;do seu ponto isoelétrico (PI = 3,2) e apresentou potencial zeta negativo de -9,7 mV em pH 5, quando avaliada em pH acima do seu PI.
[0036] A goma do cajueiro é um biopolímero e, como mostrado na varredura de potencial zeta é um composto anfifílico, pois apresenta cargas positivas e negativas em sua composição. Dessa forma, a medida de carga elétrica também sugere que a goma do cajueiro apresenta potencial para ser utilizado como agente emulsificante Caracterização tecnológica [0037] A reologia da goma do cajueiro fdi avaliada preparando-se suspensões (20 mL) de goma do cajueiro de 5, 10, 15 e 20% (m/v) e goma arábica 10% (m/v) em água destilada em tubos de ensaio com capacidade para 50 mL. O pH natural dos polissacarídeos foram mantidos, ou seja, ás soluções apresentaram pH de aproximadamente 4,6 para goma do cajueiro e 4,5 para goma arábica. O mesmo pH foi mantido nas análises de solubilidade, capacidadéj de absorção de água e óleo. Os tubos permaneceram em banho-maria a 60SC por 4 horas. Após esse tempo os tubosforam agitados em “vortex" (modelo 771, Fisatom) por | minuto e mantidos a 609C em banho-maria por mais 2 horas para que houvesse â máxima solubilização da goma. As suspensões foram mantidas a 6QC até o dia seguinte para completa hidratação.
[0038] Antes de serem avaliadas as suspjensões foram mantidas a temperatura ambiente (aproximadamente 25SC) e agitadas èm “vortex" por 5 s. As bolhas de ar incorporadas à amostra no momento da agitaçao foram cuidadosamente eliminadas previamente aos ensaios.
[0039] Primeiramente, ensaio de dependência do tempo foi realizado para verificar a existência de comportamento tixotrópico em reómetro com tensão controlada (AR2000ex, TA Instruments, USA). Em seguida, curvas de fluxo (tensão de cisalhamento versus taxa de deformação) foram realizadas com objetivo de caracterizar o comportamento ao fluxo da goma e possibilidade de correlacionar a concentração da goma com os índices de consistência (k) e jde fluxo (n) através de um modelo matemático.
[0040] Para os ensaios foram utilizados geometria cone-piaca com 2- de inclinação e 6 cm de diâmetro de base e temperatura de 25SC mantida através de sistema Peltier. A verificação de comportamentb tixotrópico foi realizada através de ensaios com taxa de deformação constante com 2 minutos de repouso de 300s-1 por 5 minutos. Já para os ensaios de fluxo foram realizados ensaios com curvas descendentes escalonadas de 300 a 0,1 s-1 a firrilde garantir o estado estacionário.
[0041] A partir da Figura 2, pode-se observar um aumento das medidas de tensão de cisalhamento conforme aumentou altaxa de deformação para uma dada concentração de goma, e esse aumento por não;|ser linear (constante ao longo da taxa de deformação), descaracteriza o comportamento da goma do cajueiro como um fluido Newtoniano.
[0042] Dessa forma, o comportamento ao fluxo da goma do cajueiro foi característico de comportamento pseudoplástico sem tensão inicial e, com isso, utilizou-se o modelo da Lei da Potência (Ostwald-de-Waele) Equação 2 para explicar tal comportamento, onde, σ é tensão de cisalhamento, k índice de consistência,' taxa de deformação e n índice de comportamento do fluxo. quação 2) [0043] Considerando apenas as curvas de 10% de suspensões de goma arábica e goma do cajueiro (Figura 2), observou-se que a goma arábica possui maior viscosidade aparente (qa) (maior tensão de cisalhamento para cada taxa de deformação) que a goma do cajueiro, já que é çliretamente proporcional à tensão de acordo com a Equação 3. (Equação 3) [0044] Ainda na Figura 2, observa-se que o aumento na concentração de goma proporcionou um aumento na consistência da solução, conforme esperado (Mothé e Rao, 1999). Quanto maior foi a concentração de goma, mais distante foi seu comportamento ao fluxo ao comportamento de iiim fluido Newtoniano (n=1), ou seja, maior o comportamento pseudoplástico. Tambéift pode ser observado que, quando a quantidade de goma em solução foi aumentada, houve um aumento exponencial da consistência do fluido (k), característica interessante devido sua aplicação, pois ao se adicionar um pouco mais de goma em um alimento pode-se obter um aumento exponencial de sua consistência, indicando que é possível adicioná-lo em menores quantidades e, portanto proporcionando menores custos.
[0045] Observa-se que o índice de fluxó (n) apresentou uma legítima curva sigmoidal, enquanto o índice de consistência (k) apresentou uma característica curva exponencial, permitindo ambos apresentarem um modelo matemático que relaciona a í! concentração de goma com o índice de fluxo de acordo com Equação 4 e índice de consistência com 0,999 de confiança (R2) (Tabela 1). (Equação 4) [0046] Tabela 1: Parâmetros do modelo dás dispersões de goma do cajueiro.
ConcfeMraçâo jndice de consistência índice de comportamento de fluxo R* ípasi j {adimwwiorwl) 5 3,0 x 1Õ-* 0,94 0,999 10 1,2x18-2 0,85 0,999 15 3,4 x 1(F 0,80 0,399 20 8,8x 10-2 0,78 0,399 [0047] Na Figura 2, a variação de "k” e “n| em função da concentração de goma. O índice de consistência e índice de comportamento do fluxo da goma arábica na concentração de 10% m/v foram de 9,2 x ]0-3 Pa.sn e 0,97, respectivamente. Observando-se ainda a Tabela 1, a goma do cajueiro apresentou maior índice de consistência (k) que a goma arábica, ou seja, sp fosse observado apenas o resultado de k, podería ser constatado que a consistência |da goma do cajueiro é maior que a da goma arábica. Entretanto, o elevado valor de ínibice de fluxo (n) da goma arábica, faz com que apresente maior viscosidade aparente que a goma do cajueiro. Na tabela 1, os parâmetros do modelo das dispersões de goma do cajueiro. Para que os hidrocolóides exerçam suas propriedades funcionais de modificação de aparência e textura dos produtos é necessário que estejam bastante soluicilizados em água (Mirhosseini e Amid, 2012). A interação dos hidrocolóides com as mdjéculas de água depende das ligações de pontes de hidrogênio, temperatura e da formação de agregados de água (Mirhosseini e Amid, 2012).
[0048] Os testes de solubilidade e capacidade de absorção de água (CAA) foram determinados de acordo com Betancur-Ancona et al. (2002) com algumas modificações. A determinação da CAA da goma do cajueiro consistiu da medida de entumecimento por ser bastante solúvel em água e devido à limitação da rotação da centrífuga. As amostras de gomas utilizadas foram de granulometria retida em peneira de 170 mesh. Suspensões de goma em água destilada (40 mL, 1% m/v) foram agitadas em “vortex” por 1 min. e colocadas a 30, 60 ou 90QC em banho-maria ultratermostático por 30 min sendo agitadas manualmente a cada 5 min. As suspensões foram centrifugadas a 1800 rpm/15 min (561,5 g) em centrífuga (modelo 1116, FANEM) em tubos de centrífuga previamente pesados. Alíquotas de 10 mL do sòbrenadante foram secas em estufa a 1209C por 5 h (Nova Ética), até massa constante, em placas de petri previamente pesadas. O restante do sòbrenadante foi descártado, os tubos de centrífuga com a amostra entumecida foram drenados ao serem colocados invertidos sobre um papel toalha e pesados (massa intumescida). jj [0049] Como pode ser observado na Fi|ura 3, o processo de aquecimento a 609C foi suficiente para dissolver quase que em sua totalidade as duas gomas. A goma arábica apresentou solubilidade ligeiramente süperior (4% quando avaliadas a 30 e 60SC e 8% maior a 909C) que a goma do cajueiro. Além disso são observados comportamentos diferentes da goma arábica e goma do cajueiro quanto à solubilidade quando submetidas ao aquecimento. A gorria do cajueiro apresenta a mesma solubilidade quando submetida às temperaturas de 30 e 60SC e se torna mais insolúvel quando a 90SC. Já a goma arábica aumentou a solubilidade com o aumento de temperatura de 30 a 609C e também apresentou diminuição a 90SG.
[0050] Sciarini et al. (2009) avaliaram á! solubilidade a 30, 60, 70 e 909C das gomas guar e xantana e obtiveram valores inferiores aos da goma arábica e goma do cajueiro em todas as temperaturas avaliadas. A goma guar apresentou maior solubilidade que a goma xantana na temperatura de 309C (65% e 60%, respectivamente).
[0051] Entretanto, a goma guar não apresentou maior solubilidade com o aumento de temperatura. Já para goma xantájna foi observado um comportamento semelhante ao da goma arábica, havendo um aüinento na solubilidade a 609C de 33,3% e uma redução de 12,5% a 909C. A possível justificativa pela redução na solubilidade da goma xantana foi atribuída a uma provável gélificação da goma, o que também pode ter ocorrido com a goma arábica e goma do cajueiro que, consequentemente, também apresentaram solubílídade reduzida a 905C.
[0052] Na Figura 3 é possível observar; os dados de solubilidade da goma arábica e goma do cajueiro a 30,60 e 908C: GC (goma do cajueiro) e GA (goma arábica).
[0053] Propriedades de hidratação são influenciadas não só pela solubilidade, mas também pela capacidade deabsorção de água (CAA). A larga aplicação das gomas está relacionada à sua habilidade de absorver água para formar géis ou soluções altamente consistentes (Simas-Tosin et al., 2010). A goma do cajueiro apresentou maior CAA que a goma arábica em todas as temperaturas avaliadas (63% maior a 309C, 58% a 60SC e 52% a 90SC) (Figura 4), o que sugeré que a goma do cajueiro apresenta quantidades superiores de frações hidrofílicas capazes de fazerem pontes de hidrogênio com a água do que a goma arábica.
[0054] Na Figura 4, é possível identificar o CAA da goma do cajueiro e goma arábica a 30, 60 e 90SC: GC (goma do cajueiro) e; GA (goma arábica).
[0055] Apesar da goma arábica e goma dq cajueiro diferir estatisticamente entre si (p<0,05) nos valores de CAA em todas as temperaturas avaliadas, observa-se semelhança no comportamento das gomas φ longo do aquecimento. As CAA aumentaram ao serem aquecidas de 30 a 60SC ereduziram ao serem aquecidas de 60 a 909C.
[0056] A mesma explicação utilizada para o aumento de solubilidade da goma ao ser aquecida a 60®G pode ser aplicada para à CAA. As gomas quando aquecidas podem apresentar rompimento de pontes ide hidrogênio entre as cadeias polissacarídicas, expondo seus grupos hidroxilas que irão formar pontes de hidrogênio com a água (Sciarini et al. 2009), aumentando a sua CAA.
[0057] A capacidade de absorção de óleo (CAO) foi determinada como descrito por Mirhosseini e Amid (2012) com poucas modificações. Amostra de goma (1 g) foi pesada e suspendida em 10 mL de D-limoneno erp tubo de centrífuga. O tubo foi agitado em “vortex” por 2 min e centrifugado a 10000 rpm|30 min (15317 g) a 5SC em centrífuga (AllegraTM 25R, Beckman CoulterTM, USA), p sobrenadante foi descartado e a amostra com óleo absorvido (massa intumescida) foi pesada. A goma arábica ;j apresentou CAO de 1,1 g de óleo/g de amostra, \|alor 36% maior que o encontrado para a goma do cajueiro (0,7 g de óleo/g de amostra), diferindo estatisticamente entre si (p<0,05), o que sugere que a goma arábica apresenta mais frações hidrofóbicas em sua composição química do que a goma do cajueiro. I
[0058] A alta CAO está relacionada ao maior caráter hidrofóbico do hidrocolóide. O principal mecanismo de retenção de óleo é atrilluído às cadeias apoiares de proteínas ;í e a presença de aminoácidos apoiares. Dessa forma, a maior concentração de proteína lí presente na goma arábica justifica sua maior pAO quando comparada à goma do cajueiro.
[0059] Conclui-se que a concentração de exsudado bruto inicial de 10% no processo de purificação é mais adequada que unja concentração de 4% (nas condições de purificação utilizadas no presente estudo), pois além de apresentarem o mesmo rendimento, a utilização da concentração de 10% proporciona redução nos custos e tempo de processo, menor desgaste de equipamentos e diminuição dos custos com tratamento de resíduos.
[0060] A goma do cajueiro é um biopolímero anfifílico com ponto isoelétrico em torno de 3,2, o que sugere seu uso como agente emulsificante. Em solução, a goma do cajueiro apresenta comportamento pseudoplástido e baixa viscosidade aparente mesmo em concentrações altas de até 20% de goma A goma do cajueiro apresenta menor consistência, alta solubilidade em água, maior capacidade de absorção de água (CAA) e menor capacidade de absorção de óleo (CAO| quando comparada a goma arábica.
Obtenção da goma do cajueiro modificada pór HAP l i [0061] Para efeito de concretização e exempltficação no que tange o objeto | adicional da presente invenção um processo de modificação do polissacarídeo, considerou-se as seguintes etapas a seguir listadas. Preparação de uma solução contendo 15% (m/v) de goma do cajueiro em áglia destilada dissolvida em agitador a 6CPC/2 h. Posteriormente, a solução foi deixada em repouso a 6sC/24 h para a completa hidratação e liberação de bolhas de ar incorporadas. O pH natural da goma (4,6) foi mantido em todas as análises realizadas.
[0062] Antes da aplicação de HAP, a solúção de goma foi aquecida até 25SC e agitada com bastão de vidro. Em seguida, a solução foi processada, em uma única passagem, nas pressões de homogeneização Oj 50, 100 e 150 MPa em equipamento Panda Plus 2000 (GEA Niro Soavi, Itália). Goma purificada sem processamento, mas :j submetida ao mesmo processo de secagem dás amostras processadas foi utilizada como controle. | [0063] Após processamento por HAP, φ soluções foram submetidas a dois processos de secagem: 1) Secagemem estufa com circulação de ar forçado a 509C/24 h (estufa Nova Ética, Brasil) ou 2) Liofilização (liofilizador Super Modulyo, Edwards®, EUA). Por fim, as amostras foram moídas em moiifiho (A11 Basic, IKA®, Alemanha) para obtenção da goma pulverizada e classificada por ítamanho em peneiras de 80,100,170 e 250 mesh (ABNT).
Intervalo de pressão de homogeneização e processo de secagem [0064] A escolha do intervalo de pressão e método de secagem a serem utilizados foi realizada através da avaliação da CAA a 308C das amostras submetidas às pressões de 0, 50,100 e 150 MPa, utilizando dois métodos de secagem: estufa com circulação de ar forçado a 50SC (processo padrão) e liofilização (Figura 5). A CAA para as gomas liofilizada e seca em estufa submetidas ao processo a 0 MPa foi 29% e 22% maior, respectivamente, quando comparadas à amostra controle. Entretanto, conforme a pressão de processo foi aumentada, houve redução na CAA das gomas. Uma possível explicação para tal comportamento está na degrádação (redução de peso molecular) de polissacarídeos quando submetidos ao processamento por HAP, o que explica também a maior solubilidade.
[0065] A propriedade básica das gomasjj que está diretamente ligada a sua li funcionalidade, é sua capacidade em reter ájgua. Dessa forma, como pode ser observado na Figura 5, o intervalo de pressão de homogeneização e método de secagem que proporcionaram maior CAA foram de 0 a 50 MPa e liofiiização, respectivamente.
Efeito da HAP nas características tecnológica£ da goma do cajueiro [0066] Para avaliação das características: reológicas, suspensões (20 ml_, 10% m/v) de goma do cajueiro submetida às diferentes pressões (HAP) em água destilada foram preparadas em tubos de ensaio com capãcidade para 50 mL. Os tubos foram mantidos em banho-maria a 60sC/4 h, agitados em “vortex" (modelo 771, Fisatom, Brasil) por 1 min e mantidos a 605C em banho-mária por mais 2 h para que houvesse a máxima solubilização da goma. As suspensões feiram mantidas a 69C até o dia seguinte para completa hidratação e liberação de bolhas de ar incorporadas. Antes de serem avaliadas, as suspensões foram mantidas a temperatura ambiente (aproximadamente 25SC, mesma temperatura de análise) e agitadâs em '‘vortex” (modelo 771, Fisatom, Brasil) por 5 s, bolhas de ar incorporadas à amostra foram cuidadosamente eliminadas il após adição da amostra no equipamento. Curvájs de fluxo (tensão de cisalhamento x taxa de deformação) foram obtidas utilizando (um reômetro com tensão controlada I (AR2000ex, TA Instruments, EUA) com objetivo de caracterizar o comportamento ij reológico das gomas processadas e possibilidade de explicar esse comportamento relacionando com a magnitude da pressão dè homogeneização aplicada. Para os ensaios foram utilizadas geometria cone-placa còm 2e de inclinação e 6 centímetros de ij diâmetro de base e temperatura de 25SC mantidãjatravés de sistema Peltier. Os ensaios de fluxo foram realizados com curvas descendentes escalonadas de 300 a 0,1 s-1 a fim de garantir o estado estacionário. Observou-se um aumento das medidas de tensão de cisalhamento com o aumento da taxa de deformação para todas as gomas processadas, e esse aumento por não ser linear (constante ao longo da taxa de deformação), descaracterizou o comportamento das gomas (como um fluido Newtoniano. Dessa forma, o comportamento ao fluxo das gomas do bajueiro processadas foi característico de comportamento pseudoplástico sem tensão inicial e, com isso, utilizou-se o modelo da Lei da Potência (Ostwald-de-Waele) (Equação 2) para explicar tal comportamento.
[0067] Na Figura 6, é possível identificar as curvas de fluxo (259C) das gomas processadas por HAP e são tensão de ciáalhamento e taxa de deformação, respectivamente.
[0068] A redução da tensão ocorre, prdvavelmente, ao fato da goma sofrer alteração em sua conformação e/ou redução de iseu peso molecular (degradação) com o aumento da pressão de homogeneização. Essa modificação ocorre até o ponto em que não há mais como alterar sua estrutura e séju comportamento de fluxo permanece constante. Isto foi observado nas pressões de homogeneização 30 e 50 MPa (Figura 8).
[0069] Ainda na Figura 6, observa-se qiiie a goma do cajueiro processada a pressões de homogeneização maiores apresentaram menores tensões de cisalhamento para uma mesma taxa de deformação, em comparação as amostras processadas a pressões de homogeneização menores e controle, indicando menor consistência.
Considerando que a viscosidade aparente (r\a) éj diretamente proporcional a tensão de í cisalhamento, ou seja, quanto maior a tensão m:aior a viscosidade aparente (Equação íi 3), pode-se afirmar que o aumento de pressão de processo reduziu a viscosidade aparente da goma. l] j [0070] Silvestri e Gabrielson (1991) submeteram uma solução de 0,2% m/v de il jj goma tragacanto ao processo de microfluidizaçãcj nas pressões de 0,28 a 0,55 MPa (40 a 80 psi) de 0 a 4 passagens e observaram uma diminuição na viscosidade aparente da mesma. Os autores atribuíram esse comportamento a uma possível redução no peso molecular do polissacarídeo. Floury et al. (2002)! processaram uma solução de 0,75% (m/m) de metilcelulose por HAP nas pressões dej20, 50,100,150,200,250,300 e 350 MPa com passagem única e também observaram uma diminuição na propriedade espessante de metilcelulose e redução da sua vjiscosidade intrínseca, o que, segundo Mothé e Rao (1999), está diretamente relacionadô com seu peso molecular. Os autores também sugeriram que a causa desse comportamento provavelmente estava ligada a diminuição no peso molecular da mesma, ocasionada pelo rompimento de ligações covalentes, reduzindo sua capacidade espessantè. De fato, a solução processada a 50 MPa apresentou peso molecular 23% menor que|a solução não processada (controle), entretanto, reduções maiores ocorreram entre 50 e 200 MPa. Villay et al. (2012) avaliaram o efeito da HAP em solução (0,1 mol/L) de cinco polissacarídeos com diferentes estruturas, composições, pesos molecúlares e características físico-químicas em solução (goma arábica, alginato de sódio, carboximetilcelulose de sódio, goma guar e hidroxietilcelulose). Os autores utilizaram pressões de homogeneização de 0, 50,100, 150 e 200 MPa em passagem única e perceberam que a sensibilidade dos polissacarídeos ao processamento relacíonaJjse fortemente com sua estrutura. Estruturas globulares ramificadas, como a goma arábica, são pouco afetadas pelo processo, enquanto que estruturas poliméricas lineares rígidas, como o alginato, poderão sofrer despolimerização. Para os autores o rompimento das ligações covalentes também depende do peso molecülar do polissacarídeo. Além disso, observaram diminuição da consistência dos cinco polissacarídeos estudados (goma arábica, alginato de sódio, carboximetilcejulose de sódio, goma guar e hidroxietilcelulose) conforme houve o aumento dja pressão de processo. Observaram, j! também, que ao submeterem as soluções a pressão de 50 MPa, houve redução no peso molecular em 13% para alginato, 56% para goma guar, 17% para hidroxietilcelulose e 12% para carboxietilcelulose, quando comparadâs as soluções processadas a 0 MPa. A goma arábica foi pouco afetada pelo processo, tendo seu peso molecular reduzido em 14% quando processada a 200 MPa (passagem única). A resistência da goma arábica a uma maior redução de peso molecular foi atribuída a presença da fração proteína arabinogalactana (Villay et al., 2012) qúe também está presente na goma do cajueiro em menor concentração. Dessa forma, parece estar claro que a HAP causa redução no peso molecular dos polissacarídeos è este rompimento vai depender da pressão de processo aplicada, número de passagens, e composição, conformação e tamanho do polissacarídeo.
[0071] A Tabela 2 apresenta a concordância dos dados obtidos no presente estudo com o modelo gerado por Harte e Venegab (2010), que interpreta a redução na viscosidade aparente de polissacarídeos com o aumento de pressão utilizada no processamento por HAP. Os modelos, de índibe de consistência (k) e índice de comportamento (n). jj [0072] Tabela 2 Parâmetros do modelo j das soluções de goma do cajueiro submetidas ao processamento por HAP. j Pressão de processo k i n :! 02 (MPa) (Pa.s*) (adjmensionaíj ft 0,8078 | 0.889 0,999 10 0.0045 ] 0,967 0.999 30 0,0032 ii Ô.996 0,999 50 0,0030 0 999 0,» j [0073] Harte e Venegas (2010) estudaram o efeito da HAP na redução de viscosidade aparente dos polissacarídeos alginato, goma xantana e carragena. Soluções entre 0,2 e 0,5% m/v de polissacarídèo foram submetidas às pressões de homogeneização de 0 a 300 MPa (1 a 5 passagens). Os autores observaram um comportamento semelhante entre os polissacarídeos estudados e propuseram um modelo matemático para explicar esse comportamento, utilizando uma função exponencial. O modelo foi utilizado para verificar o comportamento da goma do cajueiro submetida ao mesmo processo e observou-se que o comportamento obtido obedece a equação matemática de redução de viscosidade aparente com o aumento da pressão de processo com um R2 de 0,999. A HAP foi capaz de aumentar em 5% a solubilidade da goma do cajueiro a 309C nas pressões de 20; e 30 MPa, 3% a 609C nas pressões de 20 a 40 MPa e acima de 9% a 90SC nas pressões de 30 a 50 Mpa.
[0074] Figura 7, indica a solubilidade a 30, 60 e 90SC da goma do cajueiro submetida a diferentes pressões de processo.
[0075] Um comportamento interessante ocorreu na solubilidade das gomas a 909C. As gomas controle e processadas a 0 e 1Q MPa apresentaram menor solubilidade a 90SC. Conforme descrito anteriormente, um processo de gelificação da goma pode estar ocorrendo nesta temperatura e que quandjo submetido a pressões mais elevadas pode ter ocorrido a quebra da mesma corp consequente perda de capacidade gelificante. A HAP reduziu a CAA da goma do cajueiro conforme houve um aumento na pressão de processo (Figura 7). Este comportarpento foi observado quando a goma foi processada acima de 30 MPa na temperaturas d;e 60SC, bem como naquela que apenas foi processada a 0 MPa a 30 e 909C, A goma dojcajueiro sem processamento (controle) i] apresentou a máxima CAA em todas as temperaturas avaliadas, porém, na temperatura ií de 609C essa CAA foi semelhante às gomas processadas de 0 a 30 MPa. A HAP reduziu em 30% a CAA a 309C da goma do cajueiro proèessada nas pressões de 0 a 30 MPa e em 66% quando processada a 40 e 50 MPa. Qúando as CAA a 609C foram avaliadas, a redução de 40% só foi observada para as ambstras processadas a 40 e 50 MPa. Já | para a CAA a 9GQC a redução de 21% foi obsefvada para as amostras processadas a j! partir de 0 MPa (Figura 8) onde é possível observar CAA a 30, 60 e 90SC da goma do ij cajueiro submetida a diferentes pressões de homogeneização. ij [0076] Floury et al. (2002) processarájn uma solução de 0,75% (m/m) de lí í| metilceluiose por HAP nas pressões de 20, 50,1(00,150, 200, 250, 300 e 350 MPa com passagem única e também observaram uma dirhinuíção na propriedade espessante de metilceluiose e redução da sua viscosidade intrínseca, e sugeriram diminuição no peso molecular da mesma, ocasionada pelo rompifnento de ligações covalentes, o que ocasionou a redução de sua capacidade espjessante. Lagoueyte e Paquin (1998) avaliaram o efeito da microfluidização sobre lima solução de 1% (m/m) de goma xantana. Os autores utilizaram pressão de 75 MPa, diferentes números de passagens (0 a 20) e mencionaram que o efeito da pressãcj e do número de passagens produziram uma diminuição nas propriedades espessante é estabilizante da goma. Eles atribuíram esse resultado aos efeitos gerados pelo alto; cisalhamento, forças de turbulência e cavitação durante o processo de microfluidização (os mesmos efeitos encontrados no processamento por HAP) e que, com isso, proeluziram uma transição de conformação ordenada-desordenada (pela abertura da molécula) e degradação (redução de peso molecular) do polímero que acreditaram sererri os responsáveis por essas alterações. Para os autores, primeiro ocorreu a abertura dá molécula e, em seguida, a redução de peso molecular ocasionada pelo estresse mecânico. Dessa forma, como foi mencionado anteriormente para xantana e metilcelulose, acredita-se que o mesmo comportamento de redução na CAA da goma do cajueiro cofn o aumento da pressão possa estar ii relacionado com uma mudança de conformação!ou redução de peso molecular. Quando uma partícula de hidrocolóíde entra em contato com a água, rapidamente absorve a água que o rodeia, inchando seu tamanho original. Quando ela atinge um tamanho ;j limite, as moléculas da superfície estão completamente hidratadas e começam a desprender-se e flutuar para a solução. Neste ponto, a partícula de goma intumescida começa a se tornar menor de fora para dentro, como acontece com uma partícula de açúcar, e se dissolve. Assim sendo, hídrocolóiclss de tamanhos menores apresentarão menor capacidade de “inchamento" e, consequentemente, menor capacidade de retenção de água. A goma controle apresentou maior CAO que as gomas processadas e foi observada uma diminuição da CAG) com o aumento da pressão de homogeneização. O processo por HAP a 0 MPa reduziu em 48% a CAO da goma e manteve-se constante até a pressão de 20 Mpa. Na pressão de 30 MPa houve uma maior redução (63% em relação ao controle) e manteve-se constante nas pressão de 40 e 50 MPa. Não foram encontrados artigos que abordassem o efeito da HAP sobre a CAO dos biopolímeros até o momento. Mas sabe-se que a fração hidrofóbica das gomas está não apenas relacionada ao seu pequeno conteúdo proteico, mas também nas suas ramificações e quantidades residuais de lipídios. uessa forma, considerando o que foi mencionado sobre o efeito da HAP na redução Jde peso molecular de polissacarídeos, pode-se sugerir que tenha ocorrido uma reduçãb da exposição de grupos hidrofóbicos da goma, ocasionada pela quebra de ramificações (ligações mais fracas que as ligações presentes na cadeia principal), já que a fração pfoteica, proteína arabinogaiactana, que também é uma fração lipofílica, parece ser pouco afetada pela HAP como foi discutido por Villay et al. (2012). Além disso, a redução nó peso molecular da goma em si já seria causa suficiente da diminuição da CAO da mesma, uma vez que moléculas de tamanhos menores tendem a apresentar menor CAO, comportamento semelhante ao da CAA. Na Figura 9, é possível observar a CAO da goma do cajueiro submetida a diferentes pressões de processo e à temperatura ambiente.
[0077] Conclui-se que o intervalo de pressão e processo de secagem responsáveis por promover resultados favoráveis a capacidade de absorção de água da goma foram de 0 a 50 MPa (em comparação às pressões de homogeneização mais altas, 100 e 150 MPa) e liofilização (em comparação a secagem padrão em estufa a jj 50SC com circulação de ar). A HAP reduz a viscosidade aparente, capacidade de absorção de água e capacidade de absorção jje óleo da goma do cajueiro e essas reduções podem ser mais pronunciadas conforn|e o aumento da pressão de processo. i| [0078] A solubilidade da goma do cajuejro foi ligeiramente aumentada através do processo de HAP e foi dependente da pres|são e temperaturas utilizadas. A HAP aproxima mais a solução de goma do cajueiro ao comportamento de um fluido Newtoniano e reduz seu índice de consistência, indicando possível mudança conformacional e/ou redução de peso molecular.
[0079] A sugestão de que a HAP esteja alterando a conformação ou reduzindo o peso molecular da goma é reforçada pelo âumento na solubilidade e redução da capacidade de absorção de óleo e água. A redução de peso molecular da goma do cajueiro pode promover uma funcionalidade importante a este hidrocolóide como emulsificante de emulsões para bebidas e encapsulante, já que este poderá apresentar maior velocidade de adsorção na interface óleo-âgua e redução na viscosidade aparente da emulsão.
Preparo da emulsão [0080] Emulsões foram preparadas com goma arábica ou goma do cajueiro (12% m/m), benzoato de sódio (0,1% m/m), ácibo cítrico (0,3% m/m), D-limoneno (6% m/m), SAIB (agente de peso) (6% m/m) e água destilada até completar os 100% (m/m). O pH das emulsões variou de 3,4 a 3,7.
[0081] A fase óleo consistiu de SAIB e p-limoneno que foram adicionados na proporção de 1:1, uma vez que da média ponderada das densidades dos dois líquidos (=1,14 g/mL e =0,84 g/mL) obteve-se uma densidade da fase óleo próxima a da água ( =0,99 g/mL). Para produção da fase aquosa, primeiramente água destilada foi pesada em béquer e colocada em agitador magnético a temperatura ambiente (aproximadamente 23SC), em seguida foi acrèscentado o ácido cítrico, depois de solubilizado completamente para diminuição de pH, adicionou-se benzoato de sódio nas mesmas condições. A temperatura foi aumentada até 609C, a goma foi sendo vagarosamente adicionada à solução e esta foi mantida a 60SC sob agitação até completa solubilização. Em outro béquer foi pesado D-limoneno e, em seguida, SAIB (previamente aquecido em micro-ondas), adicionando-o sobre o óleo para facilitar a homogeneização dos dois líquidos e deixados sob agitação até o momento da emulsificação na temperatura de 50®C. A fase aquosa foi levada a um homogeneizador Ultra-Turrax (T-25 Basic, IKA Labortechnik, iWílmington, NC) com rotor de alto cisalhamento a 24000 rpm/30 s e então a fase óleo foi sendo vagarosamente adicionada e a emulsão mantida sob homogeneização até completar 2 min.
[0082] A emulsificação fina foi realizada pela homogeneização da pré-emulsão em homogeneizador (Panda Plus 2000, GEA Nirp Soavi, Itália) em dois ciclos, para uma maior redução de tamanho de gotículas, com ;dois estágios, no primeiro estágio foi mantida a pressão de 27 MPa e no segundo dei 3 MPa. Após preparo da emulsão, 10 ml_ da amostra foram colocados em proveta de 2ò mL (16 mm de diâmetro interno e 167 mm de altura) e acondicionados a 25SC po| sete dias para análise de cremeação. O restante da emulsão foi utilizado para as análises de turbidez, tamanho médio de gotículas, distribuição de tamanho de partículaé (DTP), potencial zeta, condutividade elétrica, reologia e microscopia óptica.
Medida de tamanho médio de gotículas e DTP
[0083] Tamanho médio de gotículas e distribuição de tamanho de partículas foram determinados pelo espalhamento de juz usando um difratômetro a laser (Mastersizer 2000, Malvern Instruments, Wórcestershíre, Inglaterra, unidade de amostragem Hydro 2000S, Malvern Instruments, Wórcestershíre, Inglaterra) com índice refrativo do dispersante de 1,330, zero de índice refrativo de absorbância e agitação de 1750 rpm. A amostra da emulsão foi adicionada vagarosamente em água destilada com pH corrigido para o pH da emulsão (3,4-3,7) até obscuração de aproximadamente 10 ser obtida. As medidas foram realizadas em até 24 h após preparo da amostra.
[0084] O tamanho das gotículas foi caracterizado pelo diâmetro médio da área superficial (D3,2) e diâmetro médio volumétricp (D4,3) e o índice de dispersão (ID) conforme descrito por Mirhosseini e Amid (2012). A Tabela 3 apresenta os resultados de tamanho médio de partículas (D4,3 e D3,2) é índice de dispersão das mesmas (ID). Observa-se que o tipo de emulsificante influenciou tanto no tamanho das partículas quanto na sua distribuição de tamanho (ID).
[0085] Tabela 3: Medidas de tamanho medio das gotículas da emulsão e índice de dispersão dessas gotículas.
Emulsíficantes Dj.j (jim) j Q*.s (pm) ID GA 1,46 :fc 0,07* jll.S3iO.07* 0,77 i 0,00* GC 2,34 i 0,10® 82,34 ± 0.136 1.37*0.07» jl GC20 2,01 ± 0,125 jj2,5Q±0,t3° 1,37*0,06* GC40 1,35 * 0,18° ^2,514 0,21° 1,38*0.08» [0086] As emulsões produzidas com gorria do cajueiro processada por HAP nas pressões de 20 e 40 MPa apresentaram diâmetro médio volumétrico (D4,3) 15% inferior e apresentaram diâmetro médio de área superficial (D3,2) 14 e 17% inferiores aos da goma do cajueiro controle, respectivamente. Entretanto, as emulsões produzidas com goma do cajueiro processada por HAP na pressão de 20 e 40 MPa apresentaram diâmetro médio volumétrico (D4,3) 36% maior e apresentaram diâmetro médio de área superficial (D3,2) com valores 25 e 27% maiores;! respectivamente, do que os resultados obtidos para goma arábica. O menor tamanho dás gotículas encontrado para as gomas modificadas por HAP indica que este processo {melhorou a atividade emulsificante da goma do cajueiro já que esta apresentou maior velocidade de adsorção na interface óleo-água, evitando coalescência de gotículas de óleo e produzindo gotículas de tamanho menores.
[0087] Vários pesquisadores sugerem que a HAP promove a dissociação ou possível redução de peso molecular de polissacarídeos tais como goma tragacanto (Silvestri e Gabrielson, 1991), xantana (Lagoueyte e Paquin, 1998; Harte e Venegas, 2010; Gulrez et al., 2012), metileelulose (Flour^ et al., 2002), quitosana (Kasaai et al, 2003), amido modificado (Modig et al., 2006), goma arábica (Al-Assaf et al., 2009; Villay et al., 2012), k-carragena (Harte e Venegas, 2010), alginato (Harte e Venegas, 2010; Villay et al., 2012), goma guar, carboximetilcelulose de sódio e hidroxietilcelulose (Villay et al., 2012). Dessa forma, a alta velocidade de adsorção da goma processada por HAP pode ser justificada pela possível redução de sèu peso molecular, já que substâncias de tamanhos menores tendem a possuir maior; facilidade de movimentação, ou seja, maior difusividade. Um índice de dispersão (|D) menor representa distribuição de tamanho mais uniforme (Tabela 3). O valor de ID foi maior para as emulsões formadas com goma do cajueiro, sugerindo uma larga distribuição de tamanho de gotículas em comparação as emulsões formadas com goma arábica. Além disso, de acordo com a medida de ID, não foi diferenciada a distribuição; de tamanho de partículas (DTP) entre as gomas do cajueiro sem processamento e processadas, embora o tamanho médio das gotículas (D3,2 e D4,3) tenha sido menor para as gomas processadas.
[0088] A Figura 19 apresenta as observações microscópicas das emulsões formadas com os diferentes emulsificantes. As imagens permitem observar as variações nos diâmetros das partículas. A emulsão com as gotículas de menor tamanho foi produzida com goma arábica, seguida das gomâs processadas (GC20 e GC40) e GC, o que demonstra que as imagens estão em concordância com as análises de tamanho médio de gotículas.
[0089] Na figura 10 é possível identificar ja microscopia óptica das emulsões: GA (goma arábica), GC (goma do cajueiro), GC20 (goma do cajueiro processada por HAP a 20 MPa) e GC40 (goma do cajueiro processada por HAP a 40 MPa).
[0090] Observa-se pela Figura 10 que a goma do cajueiro foi capaz de promover uma emulsão relativamente uniforme e que a goma do cajueiro controle produziu gotículas de tamanhos maiores quando comparada aos outros emulsificantes. A explicação pela melhor capacidade emulsificante da goma arábica em relação à goma do cajueiro é possivelmente justificada pela maior concentração da fração proteína arabinogalactana encontrada na goma arábica (10%), principal responsável pela capacidade emulsificante da goma (Al-Assaf et ãl„ 2009), comparada com a quantidade presente na goma do cajueiro (6%) (Nussinovitçh, 2010).
[0091] Até o momento não foram encontrados trabalhos que avaliassem o efeito da HAP nos polissacarídeos considerando suas propriedades emulsificantes, ou mesmo trabalhos que avaliassem a goma do cajueiro como agente emulsificante em emulsões para bebidas, o que oferece ao presente trabalho uma característica de inovação. O aumento da pressão (até 20 MPa) melhorou a capacidade emulsificante da goma provavelmente devido a um possível desdobramento da molécula. Porém, o aumento da pressão (40 MPa) causou novamente uma agregação ou modificação das características que vieram a diminuir a capacidade emulsificante da mesma. Estes resultados corroboram com os obtidos na seção] 1.2 deste trabalho, onde foi observado que a solubilidade e a CAA da goma foram m;aiores quando processada a 20 MPa. Ambas as propriedades foram melhoradas (em irelação aocontrole) quando a goma foi processada a 20 MPa e prejudicadas quando a pressão foi aumentada. i II ;!■ Reologia j [0092] A Figura 11 apresenta os resultados das curvas de escoamento das quatro emulsões formadas com goma arábica! e goma do cajueiro. Como pode ser observado, houve um aumento quase linear (constante ao longo da taxa de deformação), aproximando o comportamento das emulsões ao de um fluido Newtoniano. Entretanto, o comportamento nãoj linear caracterizou as emulsões como fluidos pseudoplásticos (não-Newtoniano), e oor não apresentarem tensão inicial descarta a hipótese de obedecer ao modelo de Herschel-Bulkley. Dessa forma, o comportamento ao fluxo da emulsão produzida com a goma do cajueiro foi característico de comportamento pseudoplástico sem tenèão inicial, o que fez com que o comportamento de fluxo das emulsões pudesse [ser explicado através do modelo de Lei da Potência (Ostwald-de-Waele) de acordo com Equação 2.
[0093] Na figura 11 é possível observar as curvas de escoamento das emulsões a 259C: GA (goma arábica), GC (goma do cajueiro), GC20 (goma do cajueiro processada por HAP a 20 MPa) e GC40 (goma do cajueiro processada por HAP a 40 MPa).
[0094] Maiores valores de tensão encpntrados para as emulsões com GA indicam maior consistência dessa goma em relação às emulsões produzidas com goma do cajueiro processada e não processada. A goma arábica é um emulsificante largamente utilizado devido sua alta solubilidade em água, baixa viscosidade aparente mesmo em altas concentrações e habilidade em criar um forte filme protetor na interface óleo-água. A baixa viscosidade aparente da gjoma arábica em altas concentrações talvez seja sua característica mais apreciada na indústria de alimentos, o que faz com que essa substância seja muito utilizada na Iprodução de emulsões para bebidas (proporciona consistência adequada à bebida); e na produção de microcápsulas por :| atomização (facilidade de bombeamento e atonhização). Os resultados de viscosidade aparente obtidos para a goma do cajueiro apofjitam este ingrediente como um grande I potencial para uso na indústria de alimentos) visto que possui boas propriedades emulsificantes e viscosidade aparente mais bai^a que a da goma arábica nas mesmas concentrações. Dessa forma, as emulsões produzidas com goma do cajueiro foram ;j melhores do ponto de vista de que a baixa cohsistência das emulsões é interessante para a indústria de alimentos, conforme mencionado anteriormente. | Potencial zeta. condutividade elétrica e turbidez i ;j [0095] Como pode ser observado na Tabela 4, não houve diferença significativa (p>0,05) entre as medidas de potencial zeta obtidas para a goma do cajueiro processada a 20 MPa (GC20) e controle (GC).
[0096] Tabela 4: Resultados de potencjal zeta em pH 3,4-3,7, condutividade elétrica e turbidez das emulsões. ;í. j Potencial zeta Condutividade Emuisifícante Turbidez Icm*1) (mVJ eletrica jmSfcm) GA -23,35 ± 1,02a I 0,20 ± 0,02a 390 * 60a : GC 127 ± 0,06? j 0,22 ± 0,00a 218 ± 12* GC20 ISlJrOJT8 j 0,22 ± 0,00* 271 ± 12o ! GC40 0,44 i 0,03° | 0,21 ± 0,01a 251 4 13^ [0097] Ambas apresentaram potencial zéta bastante inferior (em módulo) ao das emulsões com goma arábica, porém valores pouco maiores do que o da emulsão I formada com goma do cajueiro processada a 40 MPa (GC). Entretanto, nenhum dos potenciais zeta medidos foi suficientemente alto (>25 mV em módulo) para que as emulsões fossem consideradas não floculadas, indicando a necessidade de adição de um estabilizante, maior redução do tamanho de ijgotículas e/ou redução na diferença de entre as densidades. Os valores muito inferiores de potencial zeta para as emulsões com goma do cajueiro em comparação com |a emulsão com goma arábica estão relacionados com o pH das emulsões (3,4-3,7) que está muito próximo ao ponto isoelétrico da goma do cajueiro (Pl=3,2) e distante do ponto isoelétrico da goma arábica (PI = 1,85, Klassen e Nickerson (2012)). Escudos encontrados na literatura com emulsões para bebidas utilizaram pH de 3,4-3,6:j(Lim et al., 2011; Rezvani et al., 2012). Dessa forma, a análise de potencial zeta somente está sendo discutida [0098] Na tabela 4 estão indicados os résultados de potencial zeta em pH 3,4-3,7, condutividade elétrica e turbidez das emulsões.
[0099] Mirohosseini et al. (2008) investigaram os efeitos dos principais componentes nas propriedades físicoquímica fie emulsão de laranja para bebida e mencionaram que a concentração de goma xántana utilizada foi a responsável pela maior carga elétrica medida (-26,8 a -30,0 mV).!
[00100] Uma das razões responsáveis pelá estabilidade da emulsão é o equilíbrio entre forças atrativas (Van der Waals e osmófica) e forças repulsivas (eletrostática, estérica e camada de hidratação) entre as gotículas de emulsão. Na ausência de força osmótica, as forças de repulsão entre as gotíjculas de emulsão podem ser altas o suficiente para retardar sua floculação. Por outro lado, quando a concentração de polissacarídeo é aumentada, a atração osmóticá (adicionada de forças de atração de Van der Waals), ultrapassa as forças de repulsão e as gotículas tendem a flocular. A repulsão eletrostática é um parâmetro utilizadò para avaliar a estabilidade de uma suspensão de partículas em um sistema de dispersão. Assim, a determinação da condutividade é crucial para entender o comportamento e estabilidade dos hidrocolóides e suspensões em longo prazo. O interessante para uma emulsão é que esta apresente condutividade mínima. Os valores observados de condutividade elétrica não apresentaram diferença significativa entre as emulsões produzidas. Ou seja, a condutividade elétrica está sendo semelhantes em todas as emulsões. Pode-se observar que as gomas do cajueiro processadas a 20 e 40 MPa apresentaram turbidez 20% e 13% maiores, respectivamente, do que á goma do cajueiro controle, indicando maior estabilidade das emulsões produzidas dom goma processa por HAP, porém ambos os resultados foram menores 30 e 36%,j respectivamente, que os obtidos para goma arábica.
[00101] O aumento da turbidez é importante, pois está diretamente relacionada à estabilidade da emulsão. Emulsões que apresentam tamanho médio das gotículas maiores induzidas pela agregação de gotículas de óleo, bem como alterações no índice de retração da fase oleosa e fase aquosa tendem a apresentar menor turbidez (Mirhosseini et al., 2008). Dessa forma, o aumento na turbidez de emulsões geradas com gomas modificadas fisicamente por HAP (GjC20 e GC40) indica maior estabilidade em comparação à emulsão obtida com goma do; cajueiro controle. índice de cremeação [00102] Considerando que a medida dei! cremeação foi realizada utilizando a razão do volume da fase emulsão pelo volumé da fase soro, os resultados para IC seriam os apresentado na Figura 12 Observa-se que a emulsão com GA se assemelhou às emulsões com GC controle e GC40 e que a etjiulsão com GC20 foi a que apresentou maior estabilidade (menor IC) ao longo dos setejdias de armazenamento.
[00103] A Figura 23 exemplifica o tipo! de desestabilização observado nas emulsões produzidas com GC. A mesma separação em duas fases (fase soro e fase emulsão) foi observada para GC20 e GC40. (Já a Figura 24 exemplifica o tipo de desestabilização que ocorreu nas emulsões produzidas com GA. As emulsões com GA apresentaram três fases: fase soro, fase emulsão e fase creme, sinalizando maior rapidez na desestabilização da emulsão do què observada com a goma do cajueiro. Esse comportamento observado na emulsão com GA, ao longo do tempo, mostrará uma emulsão menos instável que as produzidas comlgoma do cajueiro.
[00104] Na Figura 12 é possível identificar o índice de cremeação das emulsões em sete dias de armazenamento. GA (goma arábica), GC (goma do cajueiro), GC20 (goma do cajueiro processada por HAP a 20 MPa) e GC40 (goma do cajueiro processada por HAP a 40 MPa).
[00105] Na figura 13, é possível identificar a liberação de soro das emulsões com goma do cajueiro não processada (GC) após pinco dias de armazenamento. Dessa forma, embora a emulsão produzida com GA teníha apresentado menor tamanho médio de gotículas (com consequente maior turbidez),! DTP mais uniforme e maior potencial zeta, uma maior estabilidade da emulsão com 0C2O podería ser justificada pela maior presença de forças repulsivas hidrodinâmicasj e estéricas, em relação à repulsão eletrostática da emulsão com GA. Gavlighi et al.i(2013) avaliaram o efeito de diferentes espécies de goma tragacanto (Astragalus spp.) ha estabilização de emulsões formadas com isolado proteico de soro e obtiveram resultádos de IC que variaram de 0 a 40% no sétimo dia de avaliação. Já no quinto dia houve èmulsão que apresentou IC de 33% (A. fluccosus). Ariyaprakai et al. (2013) avaliaram as propriedades emulsificantes e interfaciais de éster de sacarose em emulsõesc^e leite de coco e obtiveram resultados :!
II de IC que variaram de 8 a 50%. Os autores nãojavaliaram ao longo do tempo, mas sim após acelerar o processo de separação gravitaóional das emulsões recém-preparadas através de agitação. Shen e Tang (2012) avaliaram o efeito da microfluidização nas propriedades emulsificantes de isolado proteico de soja (IPS) e obtiveram valores de cremeação que variaram de 10 a 16% (dia 1), 30% (dia 2) e acima de 50% no (dia 3) não havendo diferença entre os resultados obtidos para IPS controle, aquecida ou não aquecida antes do processo de microfluidização. Embora tenha ocorrido desestabilização das emulsões, IC variando dè 2 a 3,5% são muito baixos quando comparados aos encontrados na literatura. Éedidas de índice de cremação tão pequenas são difíceis de avaliar. Nesse momento, o tamanho da fase soro é reduzido e alguns tubos podem apresentar fase soro e otitros tubos não, o que também justifica o elevado desvio padrão encontrado em cada vâlor.
[00106] Figura 14 mostra a liberação de soro e formação de creme das emulsões com goma arábica após sete dias de armazenamento. Conclui-se que a goma do cajueiro purificada obtida do exsudado do cjaule da árvore possui propriedades emulsificantes, é um biopolímero anfifílico capaz! de se adsorver na interface óleo-água e possibilitar a formação de uma emulsão estável. O processamento a alta pressão dinâmica (HAP) é um método físico capaz de rríélhorar as propriedades emulsificantes (aumento de turbidez e potencial zeta em pH 3,4-3,7, redução de tamanho médio de partículas e índice de cremeação) da referida goma. Assim sendo, a presente invenção apresenta as seguintes configurações abaixo descritas.
[00107] Processo de obtenção de pojissacarídeos compreendendo como matéria-prima o exsudado do cajueiro e as etapas de: a) Reduzir o tamanho das partículas do exsudado; b) Dissolver o dito exsudado bruto do cajueiro; c) Filtrar a solução obtida na etapa (b) para a remoção dejresíduos e/ou materiais insolúveis; d) Centrifugar o filtrado obtido na etapa (c); e) Separar o sobrenadante obtido na etapa (d); ;| f) Opcionalmente, lavar o precipitado obtido na etapa (e) e centrifugar novamente como descrito na etapa (d); g) Caso tenha sido reálizada a etapa (f), adicionar o novo sobrenadante ao sobrenadante obtido na etapa je); h) Descartar o precipitado; i) Secar o precipitado; e j) Moer a goma para obtenção da goma pulverizada.
[00108] Preferencialmente em (a) reduzir p exsudado em tamanhos de 1 a 5 cm, a etapa (b) dissolver o exsudado bruto do cajueiro em uma faixa de concentração compreendida entre 1 e 50% m/v, a etapa (b) dissolver o exsudado bruto do cajueiro em uma faixa de concentração preferencialmente 10% m/v, a etapa (d) centrifugar o filtrado obtido na etapa (c) de 1000 a 10.000 rpm entre;5 a 20 minutos, a etapa (d) centrifugar o filtrado obtido na etapa (c) preferencialmente 5.000 rpm/10 min, a etapa (i) secagem do precipitado preferencialmente em estufa com circulação de ar forçada ou em liofilizador, a etapa (i) secar o precipitado em eslufa com circulação de ar forçada a 50-60 °-C de 24 a 48h.
[00109] Processo de modificação de polisisacarídeos compreendendo as etapas de: a) Solubilizar uma goma de cajueiro, preferercialmente em água; b) Repousar a dita solução obtida na etapa (a); c) Aquecer a dita solução obtida na etapa (b) a uma temperatura preferencialmente entre 20 a 30 °C com ou sem agitação; d) Aplicar alta pressão dinâmica na referida solução obtida na etapa (c) de 0 a 150MPa em passagem única; e) Secagem da referida solução obtida nã etapa (d); e f) Moer o produto obtido na etapa (e). Sendo a etapa (a) solubilizar |a dita goma em uma concentração preferencial de 10 a 20% (m/v), a etapa (a) solubilizar a dita goma por um período de 1 a 3h, a etapa (a) repousar a uma temperatura de 2 a 10eC durante um período preferencial de 20 a 28h e, um pH de 4,2 a 5,2¾ a etapa (d) na referida solução obtida na etapa (c) ser preferencialmente 20 a 40 Mpja, a etapa (e) ser selecionada dentre métodos que compreendem liofilização, atomizáção, secagem em estufa com ou sem circulação forçada de ar e/ou qualquer outro' meio de secagem que conserve a modificação realizada, a etapa (e) ser preferencialmente por liofilização, a etapa (f) compreender a moagem do produto. Ij [00110] Processo de modificação de polissacarídeos reduzir de 10 a 20% o diâmetro médio volumétrico. Processo de modificação de polissacarídeos resultar em uma turbidez de ao menos 20%. Processo de modificação de polissacarídeos caracterizado pela solubilidade em água obtida ser de ao menos 70% e pela absorção de óleo ser 1 a 2 g de óleo/g de goma.
[00111] O produto obtido pelo dito fjrocesso compreender propriedades reológicas tais como um índice de consistênciá (k) preferencialmente entre 0,0078 e 0,0025 Pa.sn, um índice de comportamento ao; fluxo preferencialmente entre 0.889 e 0.999 em soluções contendo 10% de goma e ciirvas de fluxo a 25-30eC, ter um índice de cremeação preferencialmente entre 2 e 5% após tempo preferencial de 7 dias armazenado em temperatura preferencial entre 23 e 25QC.
[00112] Para dado exemplos de concretização, sem entretanto restringir, os dito polissacarídeos obtidos pelo processo acima deécrito apresentar umidade de 8 a 12%, 0,5 a 1,0% de cinzas, 0,5 a 1,5 de proteínas, 0,^305 a 0,02% de lipídeos, 85 a 90% de carboidratos, ponto isoelétrico de 2,5 a 3,5 e uma solubilidade de ao menos 70%.
[00113] O dito polissacarídeo obtido pelosj processo objeto desta invenção aquirir capacidade de absorção de água ser entre 3 a!|10g de água/ g de goma, absorção de óleo ser de 1 a 2 g óleo/g amostra. |j [00114] Polissacarídeo obtido pelo processo das reivindicações anteriores, caracterizado por produzir emulsões com viscosidade aparente ligeiramente inferior a goma não modificada, um índice de consistência!preferencialmente entre 0,005 e 0,015 Pa.sn,e, um índice de fluxo preferencialmente entre 0,95 e 0,99 em soluções com 10% de goma e curvas de fluxo realizadas em tempeíatura preferencial entre 25 e 30®C.
REIVINDICAÇÕES

Claims (33)

1. Processo de obtenção de polissacarídeos caracterizado por compreender o exsudado do cajueiro como matéria-prima e as etapas de: a) Reduzir o tamanho das partículas do exsudado; b) Dissolver o dito exsudado bruto do cajueiro; c) Filtrar a solução obtida na etapa (b) para a remoção de resíduos e/ou materiais insolúveis; d) Centrifugar o filtrado obtido na etapa (c); e) Separar o sobrenadante obtido na etapa (d); f) Opcionalmente, lavar © precipitado obtido na etapa (e) e centrifugar novamente como descrito na etapa (d); g) Caso tenha sido realizada a etapa (f), adicionar o novo sobrenadante ao sobrertadante obtido na etapa (e); h) Descartar o precipitado; i) Secar o precipitado; e j) Moer a goma para obtenção da goma pulverizada.
2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado .pela etapa (a) reduzir o exsudado em tamanhos de 1 a 5 cm.
3. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pela dita etapa (b) dissolver o exsudado bruto do cajueiro em uma.· faixa de concentração compreendida entre 1 e 50% m/v,
4. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pela dita etapa (b) dissolver .O:· exsudado bruto do cajueiro em uma faixa de concentraçãopreferenciaimente t'0% m/v.
5, Processo, de acordo com a reivindicarão 1 caracterizado pela dita etapa (d) centrifugar o filtrado obtido na etapa (c) de 1000 a 10.000 rpm entre 5 a:2Q minutos.
6. Processo, de acordo· com a reivindicação 1, caracterizado pela dita etapa (d) centrifugar o filtrado..obtido· na etapa (c) preferencialmente 5.000 rpm/10 min.
7. Processo, de acordo .com a reivindicação 1, caracterizado pela dita etapa (i) secagem do precipitado, .preferencialmente em estufa com circulação de ar forçada ou em iiOfilizador.
8. Processo, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pela dita etapa (i) secar o precipitado em estufa com circulação de ar forçada a 50-60 °G de 24 a 48h.
9. Processo, de acordo com qualquer uma ou mais reivindicações de 1 a 8, caracterizado pela obtenção da goma pulverizada a partir da moagem da goma.
10. Processo de modificação de polissacarídeos, caracterizado por compreender as etapas de: a) Sol.ubil.izar uma goma de cajueiro, preferencialmente em água; b) Repousar a dita solução obtida na etapa (a); c) Aquecer a dita solução obtida na etapa (b) a uma temperatura preferencialmente entre :20 a 30Χ com ou sem.agitação; d) Aplicar alta pressão dinâmica na referida solução obtida na etapa (c) de 0 a 15GMPa,em passagem única; e) Secagem da referida solução obtida na etapa (d); e f) Moer o produto obtido na etapa (e).
11. Processo de modificação de. poiissacarideos de acordo com a reivindicação Í.0, caracterizado pela etapa (a) solubilizar a dita goma em uma concentração preferencial de 10'a20%..(m/v);
12. Processo de modificação de polissacarídeos, de acordo com qualquer uma. ou as duas reivindicações de 19. e 11, caracterizado pela etapa (a) solubilizar a dita goma por um período de 1 a 3h,
13. Processo de modificação de polissacarídeos. de acordo com qualquer uma ou mais reivindicações de 10 a. 12, caracterizado pela dita solução obtida na etapa (a) repousar a uma temperatura de 2 a 10°C durante um período preferencial de 20 a 28h e, um pH dê· 4,2: â· 5,2.
14. Processo de modificação de poiissacarídeos, de acordo com qualquer uma ou mais .reivindicações de 10 a·. 1.3, caracterizado pela pressão submetida na etapa (d) na referida solução obtida na etapa (c) ser preferencialmente 20 a 40 MPa.
15. Processo de modificação de poiissacarídeos, de acordo com qualquer uma ou mais reivindicações de 10 a 14, caracterizado peia etapa (e) ser selecionada dentre métodos que compreendem liofilização, atomização, secagem em estufa com ou sem circulação forçada de ar e/ou qualquer outro meio de secagem que conserve a modificação realizada.
16. Processo de modificação de poiissacarídeos, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pela etapa (e) ser preferencialmente por liofilização.
17. Processo de modificação de poiissacarídeos, de acordo com uma ou mais reivindicações de 10 a 16» caracterizado pela etapa (f) compreender a moagem do produto.
18. Processo de modificação de poiissacarídeos, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado, por reduzir de 10 a2Q'%' o diâmetro médio volumétrico.
19. Processe de modificação de poiissacarídeos, de acordo com as reivindicações 9 e 17. caracterizado pela turbidez obtidas ser de ao. menos 20%.
20. Processo de modificação de poiissacarídeos, de .acordo.com as reivindicações ce 9 a 1S. caracterizado pela solubilidade em água obtida ser de ao menos 70%.
21. Processo de modificação de poiissacarídeos, de acordo com as reivindicações de 2 a 5, caracterizado pela absorção de ôleo ser 1 a-2-g.de óleo/ g de goma,
22. Processo de modificação de poiissacarídeos, de acordo com qualquer uma ou mais reivindicações de Θ a 20, caracterizado pelo produto obtido pelo dito processo compreender propriedades teológicas tais como um índice de consistência (k) preferencialmente entre 0,0078 e 0,0025 Pa.s", um índice de comportamento ao fluxo preferençialmente entre 0,889 e 0,999 em soluções contendo 10% de goma ecurvas de fluxo a 25-30¾.
23. Processo de modificação de polissacarídeos, de acordo com as reivindicações de 2 a 21, caracterizado pelo produto obtido pelo dito processo ter um índice dè cremeação preferencialmente entre 2 e 5% após tempo preferencial de 7 dias armazenadõem temperatura preferencial entre 23 e 25¾.
24. Polissacarídeos obtidos pelo processo das reivindicações 1 a 22, caracterizado por apresentar umidade de Sa 1.2%.
25. Polissacarídeos obtidos pelo processo das reivindicações de 1 a 23, caracterizado por compreender de 0,5 a 1.0% de cinzas.
26. Polissacarídeos obtidos pelo processo das reivindicações de 1 a 24, caracterizado por compreender de 0,5 a 1.5 de proteínas.
27. Polissacarídeos obtidos pelo processo das reivindicações de 1 a 25, caracterizado por compreender de 0,005 a 0,02% de lipídeos.
28. Polissacarídeos obtidos pelo processo das reivindicações de 1 a 26, caracterizado por .compreender de 85· a·. 9.0% deearbüidratos.
29. Polissacarídeos obtidos pelo processo, das reivindicações de 1 a 27, caracterszado por compreender um ponto isoelétrico de 2,5 a 3,5.
30. Polissacarídeos obtidos pelo processo oas reivindicações 1 a 28, caracterizado pela solubilidade ser de ao menos 70%.
31. Polissacarídeos obtidos pelo processo das reivindicações 1 a 29, caracterizado pela capacidade de absorção de água ser entre 3 a iOg de água/g de goma.
32. Polissacarídeos obtidos pelo processo das reivindicações· 1 a 30, caracterizado pela capacidade de absorção de óleo ser de 1 a 2 g ófeo/g amostra,
33. Potissaçarídeo obtido pelo processo das reivindicações anteriores, caracterizado por produzir emulsões com viscosidade aparente ligeiramente inferior a goma não modificada um :ndice de consistência preferençialmente entre 0,005 e 0,015 Pa,sn,e, um índice de fluxo preferencialmente entre 0,95 e 0,99 em soluções com 10% de goma e curvas de fluxo realizadas em temperatura preferencial entre 25 e 30°C.
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