BR102013007896A2 - isobenzofuran-1 (3h) -onas c-3 funcionalizadas, composições farmacêticas e uso como quimioterápicos - Google Patents
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Abstract
isobenzofuran-1(3h)-onas c-3 funcionalizadas, composiçoes farmaceuticas e uso como quimioterapicos. o presente pedido de patente apresenta compostos, de estrutura geral (i), com atividade antiproliferativa contra as linhagens de células tumorais u937 (linfoma) e k562 (leucemia mielóide). os compostos foram avaliados na faixa de concentração de 1 pmol l” a 100 umol l”, sendo observado que algumas das substâncias testadas apresentam elevada atividade antiproliferativa contra as linhagens de células supra-citadas. além disso, cálculos computacionais demonstram que estes compostos possuem propriedades fisico-químicas que os tornam compostos atrativos a serem utilizados como modelos para o desenvolvimento de novos fármacos contra o câncer.
Description
RELATÓRIO DESCRITIVO
ISOBENZOFURAN-1 (3F/)-ONAS C-3 FUNCIONALIZADAS, COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS E USO COMO QUIMIOTERÁPICOS
CAMPO DA INVENÇÃO A presente invenção refere-se a compostos do tipo isobenzofuran-1(3H)~ onas, funcionalizadas na posição C-3 do núcleo isobenzofuranona, com significativa atividade antiproliferativa. Quatro das substâncias sintetizadas e avaliadas ainda não foram descritas na literatura. A invenção relaciona-se ao campo da química medicinal e algumas das substâncias sintetizadas e biologicamente avaliadas podem servir como modelos para a indústria farmacêutica no que tange ao desenvolvimento de novos quimioterápicos para o tratamento do câncer.
ESTADO DA TÉCNICA O termo câncer refere-se a um conjunto de mais de cem patologias causadas pela multiplicação descontrolada de células anormais, podendo resultar em morte quando esta multiplicação desordenada não é controlada. No ano de 2008, estima-se que 7,6 milhões de pessoas ao redor do mundo morreram vítimas de câncer. Projeções apontam para o fato de que em 2030 21,4 milhões de novos casos de câncer irão aparecer vitimando 13,2 milhões de pessoas. O câncer é a principal causa de mortes em países desenvolvidos e a segunda causa de mortes em países subdesenvolvidos. No Brasil, estimativas para o ano de 2011 apontavam para o surgimento de 489.270 novos casos de câncer sendo 236.240 para o sexo masculino e 253.030 para o sexo feminino. Estimou-se que o câncer de pele não-melanoma (113.850 casos) seria o mais incidente na população brasileira, seguido de tumores de mama feminina (49.240 casos), próstata (52.350 casos), cólon e reto (28.110 casos), traqueia, brônquios e pulmão (27.360 casos), estômago (21.500 casos) e colo do útero (18.430 casos) (ABC DO CÂNCER - ABORDAGENS BÁSICAS PARA O CONTROLE DO CÂNCER - MINISTÉRIO DA SAÚDE - Instituto Nacional do Câncer, 2011).
Os três principais tipos de tratamento do câncer são a radioterapia, a cirurgia e a quimioterapia. No que tange à quimioterapia, são utilizados fármacos com o objetivo primário de destruir as células neoplásicas (células cancerígenas), preservando-se as células normais. Vários quimioterápicos já foram descobertos, citando-se como exemplos a cisplatina (comercialmente Platinil® ou Platinol®), a doxorrubicina (e seus congêneres), a procarbazina (Natulanar®), a mitoxantrona (Novantrone®), o mitotano (Lysodren®) e plactaxicel (Taxol®). A busca por compostos cada vez mais eficientes no combate ao câncer é uma área de intensa pesquisa. lsobenzofuran-1(3F/)-onas (também conhecidas como fitalidas) possuem como característica estrutural a presença de um anel ^-lactônico fundido a um anel aromático (Figura 1). Elas representam uma classe de compostos que tem atraído a atenção de vários grupos de pesquisa em parte devido ao seu espectro de atividades biológicas.
Na Figura 2 estão representadas 11 estruturas de diferentes isobenzofuran-1(3H)-onas, de origem natural e sintética. No tocante às isobenzofuranonas de origem natural, a grande maioria dessas substâncias têm sido isoladas a partir de diferentes espécies de fungos. Por exemplo, o fracionamento bio-guiado do extrato AcOEt da espécie fúngica Cephalosporium sp. AL031 resultou no isolamento das substâncias 1 e 2 que exibiram significativa atividade antioxidante avaliada pelo método DPPH (2,2-difenil-1-pioril hidrazil). Os valores de IC5o (concentração necessária para que se observe 50% da atividade biológica que está sendo avaliada) determinados para essa atividade foram, respectivamente, iguais a 10 μιτιοΙ L'1 e 5 μιτιοΙ L'1 (HUANG et ai A novel antioxidant isobenzofuranone derivative from fungus Cephalosríum sp.AL031. Molecuies, v. 17, p. 4219-4224, 2012). A atividade antioxidante também foi verificada para a isobenzofuran-1 (3H)-ona 3, conhecida como isopestacina e isolada a partir do fungo Pestalotiopsis microspora (STROBEL et ai Isopestacin, an isobenzofuranone from Pestalotiosis microspora, possessing antifunga! and antioxidant activities. Phytochemistry, v. 60, ρ. 170-183, 2002). Além disso, demonstrou-se que essa substância apresenta atividade antifúngica sendo capaz de, na concentração de 48 pg mL~1 e após 48h, inibir completamente o desenvolvimento da espécie patogênica para plantas Pythium ultimum. A isopestacina também foi avaliada contra as espécies patógenas de plantas Sclerotinia sclerotiorum e Rhizoctonia solani não sendo observado, nesses casos, nenhum efeito inibitório (STROBEL et ai Isopestacin, an isobenzofuranone from Pestalotiosis microspora, possessing antifungal and antioxidant activities. Phytochemistry, v. 60, p. 170-183, 2002).
Assim como a isopestacina (3), o ácido crifonéctrico (4) também possui um grupo aromático ligado à posição C-3 do anel lactônico. O estudo químico do extrato bruto AcOEt, obtido do cultivo em MPGA (Maltose-Peptone-Glucose-Ágar) produzido pelo fungo Cryphonectria parasitica (Murr.), resultou no isolamento de vários metabólitos secundários dentre eles o ácido crifonéctrico. Tal composto foi isolado como o componente majoritário (>20%) do extrato bruto (ARNONE et ai Cryphonectric acid and other minor metabolites from a hypovirulent strain of Cryphonectria parasitica. Journal of Natural Products, v. 65, p. 48-50, 2002). A atividade fitotóxica do ácido foi avaliada sobre o desenvolvimento de semeaduras de tomate, em diferentes concentrações. Observou-se que a germinação das sementes de tomate (Solanum iycopersicum) foi completamente inibida numa concentração de 100 μτηο\ L"1. A substância tricíclica fuscinarina (5) foi isolada do fungo Oidiodendron griseum e apresenta atividade anti-HIV (YOGANATHAN et ai 10-methoxydihydrofuscin, fuscinarin, and fuscin, novel antagonists of the human CCR5 receptor from Oidiodendron griseum. Journal of Natural Products, v. 66, p. 1116-1117, 2003). A 3-butilisobenzofuran-1(3H)-ona (6) foi isolada, na China, a partir das sementes de Apium graveolens e é capaz de inibir a agregação plaquetária (PENG et ai Antiplatelet and antithrombotic activity of L-3-n-butylphtalide in rats. Journal of Cardiovascular Pharmacology, v. 43, p. 876-881, 2004). A agregação de plaquetas está diretamente relacionada a doenças cardiovasculares e acidentes vasculares (DE ALMEIDA CHAVES et al. Metabólitos secundários de origem vegetal: uma fonte potencial de fármacos antitrombóticos. Química Nova, v. 33, p. 172-180, 2010). Outras isobenzofuranonas têm sido avaliadas com respeito à atividade antiplaquetária (YANG et al. Synthesis, resolution, and antiplatelet activity of 3-substituted 1(3H)-isobenzofuranone. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, v. 17, p. 5210-5213, 2007). No estudo recente de Ma e colaboradores, o derivado halogenado 7 foi avaliado in vitro sendo determinado para a atividade antiplaquetária o valor de IC50 = 84 jumol L"1. Na concentração de 84 prnol L'1, o composto 7 foi capaz de inibir a agregação plaquetária em aproxidamente 60%, demonstrando-se desse modo a maior eficiência do derivado halogenado (MA et al. Antiplatelet activity of 3-butyl-6-bromo-1 (3H)~ isobenzofuranone on rat platelet aggregation. Journal of Thromb Thrombolysis, v. 33, p. 64-73, 2012).
Cardozo e colaboradores descreveram atividade anticonvulsivante para o composto 8 (CARDOZO et al. 3-butil-isobenzofuranona: un compuesto aislado de Apium graveotens com actividad anticonvulsivante. Revista Colombiana de Ciências Quimico Farmacêuticas, v. 34, p. 69-79, 2005).
Empregando-se como material de partida ácidos anarcádicos, LOGRADO e colaboradores sintetizaram os derivados 9 e 10, que apresentaram significativa atividade antiproliferativa contra linhagens de célula HL-60 (leucemia promielocítica) e moderada atividade contra as linhagens SF295 (glioblastoma) e MDA-MB435 (melanoma) (LOGRADO et al. Synthesis and cytotoxicity screening of substituted isobenzofuranones desígned from anacardic acids. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 45, p. 3480-3489, 2010).
Cabe destacar que todos os exemplos de isobenzofuran-1(3H)-onas de origem natural descritas anteriormente foram isolados de espécies de fungo. No entanto, a literatura contém exemplos desses metabólitos que foram isolados de plantas, como as substâncias 10 e 11, isoladas de rizomas de Typha capensis (SHODE et al. Typhphtalide and typharin, two phenolic compounds from Typha capensis. Phytochemistry, v. 61, p. 955-957, 2002).
Em busca realizada nos bancos de patentes nacional e internacionais foram encontrados alguns documentos de patentes que apresentam tecnologias envolvendo isobenzofuranonas, porém distintas da apresentada no atual pedido de patente. A título de exemplificação e diferenciação, algumas delas são apresentadas a seguir. O pedido de patente US5968958A descreve a síntese de compostos 5-metanosulfonamido-3/-/-isobenzofuran-1-onas com propriedades farmacológicas, apresentando atividade no tratamento de doenças que requerem a inibição da enzima ciclooxigenase-2 (COX-2). A patente US7528266B2 descreve um processo de preparação de derivadados do tipo 3-alqui!-isobenzofuran-1(3H)-ona substituídos, o uso como intermediários na preparação de derivados 7-tio-isobenzofuran-1 (3H)-ona e o uso como intermediários na preparação de herbicidas 7-[(4,6-dimetoxi-pirimidin-2-il)tio]-3-metilisobenzofuran-1(3/-/)-ona. O pedido de patente US20070299085A1 relata a preparação de novos derivados fitalimidas e o uso desses compostos como inseticidas. Esta invenção inclui compostos derivados de isobenzofuran-1 (3H)~onas. A patente US6943199B2 relata a síntese de compostos que são moduladores de receptores do neuropeptídeo Y5 (NPY5) de mamíferos e o uso desses compostos no tratamento de doenças associadas com a ativação do receptor NPY5, como doenças psiquiátricas e cardiovasculares. Esta invenção descreve, especificamente, compostos do tipo espiro[isobenzofuran-1,4'-piperidin]-3-onas e 3H-espiroisobenzofuran-1,4'-piperidinas. A patente US6376505B1 é relacionada a compostos derivados de ariloxi-2-ol-3-(4-espiro-(alcanodioxi)izobenzofuranil~ e fitaloil-pipiridina) e são empregados no tratamento de doenças que causam desordens no sistema do neutrotransmissor serotonina. Os compostos atuam como antagonistas dos receptores 5-HT1A e 5-HTiD. A patente US6613716B2 fornece uma composição de revestimento e um método para o revestimento de substratos com a finalidade de proporcionar melhoria da impressão térmica. A composição do revestimento inclui compostos 6'-dipenti!amino-3 '-metil-2-'(fenilamino)-espiro[isobenzofuran-1 -(3/-/),9 [9H]xanten]-3-ona e 6'-dibutilamino-3'-metil-2'-(fenilamino)-espiro[isobenzofuran-1 (3H),9'-[9H]xanten]-3-ona. O pedido de patente US20040019098A1 refere-se a novos compostos capazes de modular, regular e/ou inibir a transdução do sinal da tirosina quinase. O pedido de patente é também dirigida a métodos para a regulação, modulação ou inibição de tirosina-quinases, da classe de receptores ou não, para a prevenção e/ou tratamento de desordens relacionadas com a transdução do sinal da tirosina-quinase não regulada, incluindo o crescimento celular, metabolismo, e desordens proliferativas dos vasos sanguíneos. Esta invenção descreve compostos derivados de isobenzofuranonas. O pedido de patente US20070098732A1 relaciona-se com a utilização de células PDT tratadas (inteiras ou fragmentos destas) e/ou de seu sobrenadante para a preparação de vacinas para a imunoproteção ou imunomodulação. Esta invenção inclui compostos derivados de isobenzofuran-1(3H)-onas. O pedido de patente US20080015193A1 relata um método de inibição de pelo menos uma enzima que utiliza ATP num indivíduo compreendendo a administração de pelo menos uma entidade química descrita na invenção, incluindo compostos com substituintes diidroisobenzofuran-5-il e derivados de isobenzofuran-1,3-dionas. O pedido de patente US4364768A descreve a síntese de compostos 3'-(fenil)-espiro[isobenzofuran-1 (3/-/),5'(4'H)-isoxazol]-3-onas substituídos, efetivos como herbicidas e reguladores de crescimento de plantas, especialmente na regulação do crescimento de soja. O pedido de patente US20100227878A1 relata a síntese de compostos bem como o preparo de formulações com esses compostos para a prevenção e/ou tratamento de diversos tipos de câncer, incluindo câncer resistente a drogas. Os compostos são análogos à noscapina e apresentam substituintes isobenzofuran-1 (3H)~ onas. O pedido de patente US20110071217A1 relata métodos de controle de impurezas em xantenos iodados para uso farmacêutico bem como os modos de preparo desses compostos, que apresentam substituintes isobenzofuran-1,9'-xanten-3-onas. O pedido de patente US2010331370A1 refere-se a compostos isobenzofuranos estruturalmente relacionados com esclerofitina A, tendo atividades anti-câncer e/ou antibióticas. O pedido de patente W003042202A1 refere-se à síntese de derivados isobenzofuranos análogos à droga com atividade anti-depressiva citalopram®. A invenção também se refere a composições farmacêuticas contendo os compostos como potenciais anti-depressivos. O pedido de patente RU2003112611A refere-se a um novo processo para a preparação de tiofenóis e à sua utilização como intermediários na preparação de herbicidas do tipo isobenzofuranona. O pedido de patente PI0308985-1A2 refere-se a moléculas do tipo (3Z)-3-(3-hidro-isobenzofuran-1-ilideno)-1,3-diidro-2H-indol-2-onas e sais farmaceuticamente aceitáveis destes, capazes de modular a transdução de sinal de espécies de tirosina de modo a regular, modular e/ou inibir a proliferação celular anormal.
Os pedidos de patente PI0116113-0 A2 e WO0248152A2 referem-se a espiro[isobenzofuran-1,4'-piperidin]-3-onas e 3H-espiroisobenzofuran-1,4'-piperidinas substituídas capazes de modular a atividade do receptor de NPY5. Estes compostos podem ser usados para modular a ligação do ligante a receptores de NPY5 in vivo ou in vitro, e são particularmente úteis no tratamento de vários distúrbios (por exemplo, distúrbios de alimentação tais como obesidade ou bulimia, distúrbios psiquiátricos, diabetes e distúrbios cardiovasculares tai como hipertensão) no homem, animais de estimação e gado. São fornecidas composições farmacêuticas e métodos para tratar tais distúrbios, assim como métodos de uso destes compostos para detectar receptores de NPY5. O documento de patente W09924436 refere-se a hidrohalogenetos de 1'-[4-[1 -(4-fluorofenil)-?H-indol~3-il]-1 -butil]-espiro[isobenzofuran-1 (3H),4'-piperidina] com ácido clorídrico, bromídrico, ou ácido iodídrico, às composições farmacêuticas que contêm os sais de adição de ácidos e à sua utilização para o tratamento de distúrbios psíquicos e neurológicos.
Apesar de serem relatados diversos compostos pertencentes à classe das isobenzofuranonas, não se localizou no banco de patentes registros isobenzofuran-1(3H)-onas contendo grupos alicíclicos e aromáticos ligados à posição C-3 do núcleo isobenzofuranona e que apresentam atividade antiproliferativa contra linhagens de céluias tumorais semelhantes às descritas na presente invenção, objeto de pedido de patente. Dessa forma, o objeto deste pedido de patente trata-se de novos compostos do tipo isobenzofuran-1{3/-/)-onas capazes de controlarem a proliferação de células tumorais, principalmente as linhagens de célula U937 (linfoma) e K562 (leucemia mielóide).
DESCRICÃO DAS FIGURAS
Figura 1: Estrutura básica de uma isobenzofuran-1(3F/)-ona.
Figura 2: Exemplos selecionados de isobenzofuran-1(3/-V)-onas.
Figura 3: Síntese das substâncias 13 a 24. Condições empregadas nas reações: (i) DBU, CHCI3l refluxo; (ii) DBU, CHCI3t t.a.; (iii) DBU, CH3CN, refluxo; (iv) Hg(OAc)2, NaOAc, CH3COOH, refluxo; (v) DMAP, Ac20, CHCI3, t.a.
Figura 4: Perfil de dose-resposta dos compostos 18, 19, 20 e controle positivo VP-16 na viabilidade de células K562 e U937. As linhagens de célula K562 e U937 foram tratadas por 48h com quantidades crescentes das substâncias indicadas. Todos os ensaios foram realizados em quadruplicata e os resultados normalizados considerando as culturas tratadas apenas com o veículo DMSO 1%.
Figura 5: Estrutura geral dos compostos 13 a 24.
Figura 6: Estruturas dos compostos 13 a 24 sintetizados.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO A presente invenção trata de compostos do tipo isobenzofuran-1(3/-/)-onas, apresentando a estrutura geral mostrada na Figura 5, sendo R igual a: i) 2,6-diidroxi-4-isopropilfenila, 2,6-diacetoxi-4-isopropilfenila, 2-hidroxi-4-isopropil-6-oxocicloex-1-enila ou 2-hidroxi-5-oxociclopent-1-enila; ii) substituintes ligados à posição meta do grupo fenila, quando R é igual a 2,6-diidroxi-4-isopropilfenila ou 2,6-diacetoxi~4-isopropilfenila; sendo tais substituintes selecionados do grupo que contenha: halogênios (F, Cl, Br, I), alquilas C1 a C5 alifáticos ou ramificados, -CF3, -OCF3i -OCF2H, -CN, -SR1, -OCH3, -S02N(R1)2, -CON(R1)2i -HNC(0)R1, em que R1 pertença ao grupo que contenha: H, alquilas C1 a C5 e fenila; iii) substituintes ligados à posição 3, quando R é igual a 2-hidroxi-5-oxocic!opent-1-enila ou 2-hidroxi-4-isopropil-6-oxocicloex-1-enila; sendo tais substituintes selecionados do grupo que contenha: halogênios (F, Cl, Br, I), alquilas C1 a C5 alifáticos ou ramificados, -CF3, -OCF3, -OCF2H, -CN, SR1, -OCH3, -S02N(R1)2, -CON(R1)2, -HNC(0)R1, em que R1 pertença ao grupo que contenha: H, alquilas C1 a C5 e fenila e iv) 2,6-diacetoxifenila que apresenta, ligado às posições 3, 4 e/ou 5 deste grupo R, substituintes selecionados do grupo que contenha: halogênios (F, Cl, Br, I), alquilas C1 a C5 alifáticos ou ramificados, -CF3, -OCF3, -OCF2H, -CN, SR1, -OCH3, -S02N(R1)2i -CON(R1)2, -HNC(0)R1, em que R1 pertença ao grupo que contenha: H, alquilas C1 a C5 e fenila. A presente invenção relata ainda a atividade antiproliferativa dos compostos de estrutura geral (Fig. 5) no controle das linhagens de célula U937 (linfoma) e K562 (leucemia mielóide), avaliados na concentração de ΙμΓηοΙ L"1, 50 μίτιοΙ L'1 e 100 μmol L'\ na forma dos princípios ativos ou associados a um ou mais ingredientes farmaceuticamente aceitáveis.
Os exemplos específicos de compostos de estrutura geral (Fig. 5) incluem as substâncias mostradas na Figura 6. Síntese dos compostos Os compostos apresentados na Figura 6 foram preparados utilizando-se como material de partida o ácido fitalaldeídico (disponível comercialmente) e empregando-se as condições apresentadas na Figura 3.
As reações de condensação entre o ácido fitalaldeídico (12) (Fig. 3) com vários compostos 1,3-dicarbonilados (MAL et ai Regiospecific synthesis of 3-(2,6-dihydroxyphenyl)phtalides: application to the synthesis of isopestacin and cryphonectric acid. Tetrahedron, v. 63, p. 11781-11792, 2007), na presença de diazabiciclo[5.4.0]undec-7-eno (DBU), resultou na formação das substâncias 13, 14, 15, 22, 23 e 24 (Fig. 3). As sínteses dos compostos 16, 17 e 18 (Fig. 3) foram realizadas via reações de aromatização dos compostos 13, 14 e 15, na presença de acetato de mercúrio(ll)/acetato de sódio (OLIVER et ai Synthesis of 1-(2,6-Dihydroxyphenyl)-1-alkanones and Benzophenone by Aromatization of 2-Acyi-3-hydroxy-2-cyclohexene-1-ones with Mercuric Acetate. Synthesis, p. 1117-1119, 1990). As reações de acetilação dos compostos 16, 17 e 18 levaram à formação das isobenzofuranonas 19, 20 e 21 (Fig. 3). Cabe destacar que as substâncias 15, 18, 21 e 23 não haviam sido previamente descritas na literatura.
Os compostos foram completamente caracterizados por espectroscopia no IV e de RMN, bem como espectrometria de massas. Alguns exemplos de sínteses são apresentados a seguir.
Exemplo 1: Síntese da 3-(2-hidroxi-4-isopropil-6-oxocicloex-1-enil)isobenzofuran-1(3H)-ona (composto 15).
A um balão de fundo redondo (50 mL) foi adicionado 5-isopropilciclohexano-1,3-diona (2,20 g; 14,1 mmol) em acetonitrila (20 mL) e DBU (2,11 mL; 14,1 mmol) sob agitação magnética a temperatura ambiente. Após 5 minutos foi adicionado ácido fitalaldeidico (12) (2,13 g; 14,1 mmol) à solução e a mistura resultante foi agitada sob refluxo por um período de 5 horas. Após este período, foram adicionados 20,0 mL de solução aquosa de HCI 10% v/v e a agitação foi mantida por 10 minutos. Em seguida, foram adicionados 200 mL de acetato de etila. A fase orgânica foi separada e lavada com água (2 x 20 mL) e solução saturada (10,0 mL) de NaCI (cloreto de sódio), seca (Na2SC>4) e concentrada sob pressão reduziada. O produto foi purificado por recristalização em acetato de etila, com obtenção de um sólido branco com rendimento de 90% (3,65 g; 12,7 mmol).
Característica: sólido branco. CCD: Rf = 0,08 (hexano-acetato de etila 1:2 v/v).
Tf= 176,7-177,8 °C. IV (ART) 2961, 2874, 2522 (banda larga), 2360, 1757, 1555, 1466, 1370, 1342, 1253, 1210, 1063, 948, 728. RMN de 1H (200 MHz, CD3OD) <5(J/Hz): 0,94 (d, 6H, J = 6,6; CH3); 1,48-1,72 (m, 1 Η, H-1 ”); 1,90 (m, 1H; H-4’); 2,37 (m, 4H; H-3’ e H-5’); 6,68 (s, 1H; H-3); 7,31 (dd, 1H, J = 7,6, J = 0,6; H-4); 7,50 (t, 1H, J = 7,4; H-5); 7,65 (td, 1 H, J = 7,4, J= 1,0; H-6); 7,81 (d, 1H, J = 7,6; H-7). RMN de 13C (50 MHz, CD3OD) ó: 18,2 (ÇH3); 31,2 (C-1 ”) ; 36,3 (C-37C-5’); 39,0 (C-4’); 74,8 (C-3); 108,9 (C-1’); 120,9 (C-4); 123,9 (C-6); 126,3 (C-8); 127,7 (C-7); 133,4 (C-5); 150,5 (C-9); 172,4 (C-1); 188,4 (C-2')· ESI-MS DE ALTA RESOLUÇÃO m/z [M+Hf: Calculado para C17H1904: 287,3304; encontrado: 287,1260.
Exemplo 2: Síntese da 3-(2,6-diidroxi-4-isopropilfenil) isobenzofuran-1(3/7)-ona (composto 18). A um balão de fundo redondo (50 mL) foram adicionados o composto 16 (0,561 g; 1,96 mmol), AcOH (25,0 mL), Hg(OAc)2 (1,89 g; 5,90 mmol) e NaOAc (0,484 g; 5,90). Após agitação sob refluxo por 5 horas foi adicionado à mistura 10 mL de HCI 10% v/v e a agitação foi mantida por mais 15 minutos. Em seguida, a mistura foi filtrada sob pressão reduzida sobre uma camada de Celite® e diluída com acetato de etila (20,0 mL). A fase orgânica foi separada e lavada com água (2 x 20,0 mL), solução saturada de NaCI (10,0 mL) e solução de EDTA 0,196 moI.L'1 (2 x 15 mL), seca (Na2S04) e concentrada sob pressão reduzida. O material resultante foi purificado por cromatografia em coluna de sílica gel eluída com hexano-acetato de etila (1:1 v/v). O composto 18 foi obtido como um óleo alaranjado de elevad viscosidade com rendimento de 94% (0,530 g; 1,87 mmol).
Característica: óleo viscoso alaranjado. CCD: Rf = 0,44 (hexano-acetato de etila 1:1 v/v). IV (ART) vmax'· 3305 (banda larga), 2959, 2924, 2870, 2159, 1726, 1621, 1596, 1433, 1034, 732. RMN de 1H (300 MHz, CD3OD) <5(J/Hz): 1,17 (d, 6H, J = 6,9; CH3); 2,68 (hept, 1H, J = 6,9; H-1”); 6,17 (s, 2H; H-37H-5'); 7,02 (s, 1H, H-3); 7,30 (dd, 1H, J = 7,5, J = 0,9; H-4); 7,49 (t, 1H, J = 7,2; H-5); 7,63 (td, 1 H, J = 7,5, J = 1,2; H-6); 7,82 (d, 1H, J= 7,5; H-7). RMN de 13C (75 MHz, CD3OD) %J/Hz) : 22,9 (CH3); 34,2 (C1”); 76,8 (C-3); 104,6 (C-37C-5’) ; 105,8 (C-1’) ; 121,8 (C-4); 124,1 (C-6); 127,0 (C-8); 128,0 (C-7); 133,7 (C-5); 151,8 (C-9); 152,3 (C-4*); 157,6 (C-27C-6’); 173,3 (C-1). ESI-MS DE ALTA RESOLUÇÃO m/z [M+H]+: Calculado para C17H1704: 285,3145; encontrado: 285,1116.
Exemplo 3: 3-(2,6-diacetato-4~isopropilfenil)isobenzofuran-1 (3H)-ona (composto 21). A um balão de fundo redondo (25 mL) foram adicionados o composto 18 (0,166 g; 0,45 mmol), CHCI3 (5 mL), Ac20 (0,16 mL; 1,62 mmol) e quantidade catalítica de DMAP (0,005 g; 0,045 mmol). A solução foi mantida sob agitação magnética a temperatura ambiente por 12 horas. O composto 19 foi obtido como um sólido branco cristalino em 78% de rendimento (0,166 g; 0,45 mmol) após recristalização em acetato de etila.
Característica: sólido branco. CCD: Rf = 0,81 (hexano-acetato de etila 1:1 v/v).
Tf = 157,5-158,1 °C. IV (ART) ^a,: 2963, 2930, 2870, 1756, 1620, 1366, 1288, 1179, 1030, 973, 739, RMN de 1H (200 MHz, CD3OD) <5(J/Hz): 1,17 (d, 6H, 6,8; CH3); 1,99 (sl, 6H; H-2”/H-4”); 2,89 (m, 1H, H-5”); 6,78 (s, 1H; H-3); 7,01 (s, 2H; H-37H-5’); 7,26 (d, 1 H, J = 7,4; H-4); 7,67 (m, 2H; H-5/H-6); 7,93 (d, 1 H, J = 7,4; H-7). RMN de 13C (50 MHz, CD3OD) â 22,1 (C-27C-4"); 25,0 (CH3); 34,8 (C-5”); 76,0 (C-3); 119,6 (C37C-5’); 121,1 (C-4); 124,5 (C-1’); 126,5 (C-7); 127,3 (C-8); 131,1 (C-6); 136,4 (C-4’); 150,7 (C-5); 151,5 (C-9); 153,6 (C-27C-6’); 170,5 (C-17C-3”); 172,0 (C-1). ESI-MS DE ALTA RESOLUÇÃO m/z [M+H]+: Calculado para C2iH2i06: 369,3868; encontrado: 369,1418.
Exemplo 4: Síntese da 3-(2-hidroxi-6-oxociclopent-1-enil)isobenzofuran-1 (3H)-ona (composto 23).
A um balão de fundo redondo (25 ml) foi adicionado cic!opentano-1,3-diona (0,357 g; 3,64 mmol) em clorofórmio (5 ml) e DBU (0,56 ml; 3,70 mmol) sob agitação magnética a temperatura ambiente. Após 5 minutos foi adicionado ácido fitalaldeidico (0,533 g; 3,55 mmol) à solução que, então foi colocada em agitação sob refluxo por um período de 5 horas. A reação foi finalizada com adição de HCI 10% ν/ν (10 ml) e diluída em de acetato de etila (100 ml). A fase orgânica foi separada e lavada com água (2 x 20 ml) e solução saturada (10 ml) de cloreto de sódio (NaCI), seca (Na2S04) e concentrada sob pressão reduzida. O produto foi purificado por recristalização em acetato de etila e obitido como um sólido branco com 53% de rendimento (0,4475 g; 1,94 mmol).
Característica: sólido branco. CCD: Rf = 0,10 (hexano-acetato de etila 1:1 v/v).
Tf = 203,6-205,2 °C. IV (ART) vmax: 2987, 2930, 2510 (banda larga), 2366, 2339, 1763, 1648, 1557, 1368, 1281, 1048, 963, 781. RMN de 1H (200 MHz, CDCI3/DMSO) δ: 2,27 (sl, 4H; H-37H-4’); 6,07 (s, 1H; H-3); 7,11 (d, 1H, J = 7,4 Hz; H-4); 7,36 (m, 2H; H-5/H-6); 7,62 (d, 1H, J = 7,4 Hz; H-7). RMN de 13C (100 MHz, CDCI3/DMSO) & 31,8 (C-37CM’); 74,5 (C-3); 112,6 (C-1 ’); 123,3 (C-4); 126,0 (C-6); 127,5 (C-8); 129,7 (C-7); 134,9 (C-5); 150,1 (C-9); 172,2 (C-1).
HREIMS m/z (M+H+): Calculado para Ci7H10O4: 230,2161; encontrado: 230,0672. EXPERIMENTOS DE DEMONSTRAÇÃO
Avaliação da atividade antiproliferativa das isobenzofuranonas 13 a 24 Condições Experimentais para Avaliação da Atividade Antiproliferativa As linhagens de células humanas U937 (linfoma) e K562 (leucemia mielóide) foram adquiridas do American Type Culture Collection (ATCC). Elas foram cultivadas em meio RPMI 1640, suplementado com 10% soro fetal bovino, 100 g/mL de estreptomicina e 100 U/mL de penicilina, a 37 °C sob 5,0% de atmosfera de C02. Para avaliar a atividade antiproliferativa dos compostos 13 a 24 (Fig. 3), as células U937 e K562 foram cultivadas em placas de 96 poços com uma densidade de 2,0 x 104 células por poço em concentrações de compostos diferentes (0-100 μηποΙ L~1) e etoposideo (VP-16) (0-100 μηποΙ L~1). A viabilidade celular foi determinada por colorimetria pelo ensaio do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT). Depois de 24 e/ou 48 h, uma solução de MTT (0,50 mg/mL) foi adicionada aos poços (2 h, 37 °C). Em seguida, o sobrenadante foi removido e adicionou-se 100 μL/poço de dimetilsulfóxido (DMSO), para solubilizar os cristais de formazan. As absorvâncias foram medidas a 540 nm. Cada análise foi realizada em quadruplicata.
Avaliação da Atividade Antiproliferativa Os compostos do tipo isobenzofurano-1(3H)-onas 13 a 24 (Fig.6) foram biologicamente avaliados contra as linhagens de célula U937 (linfoma) e K562 (leucemia mielóide), em comparação com DMSO (1%) e etoposideo (VP-16), utilizados como controles negativo e positivo, respectivamente. Após 48 horas de tratamento, os compostos 18 a 20 foram os mais eficazes na redução da viabilidade de ambas as linhagens de células testadas (Tabelas 1 e 2). O composto 21 também inibiu a proliferação, embora apenas individualmente, contra a linhagem K562. Embora os valores de IC50 obtidos para os compostos 18 a 20 sugerem um efeito moderado em células U937, uma forte atividade inibitória foi observada para os compostos 18 e 19 contra células K562 (IC5o 2,79 e 1,71 pmol L"1, respectivamente, Tabela 3 e Figura 4). Em adição, estas atividades inibitórias foram ainda melhores do que a observada para o etoposideo (VP-16) (IC50 7,82 pmol L'1), uma droga antineoplásica utilizada em vários tratamentos quimioterápicos, inclusive contra a leucemia.
Relação estrutura-atividade e cálculos in silico de propriedades físico-químicas das substâncias 12 a 24 Considerando-se o potencial terapêutico dos compostos do tipo isobenzofuran-1(3H)-onas, um estudo computacional foi realizado para prever as propriedades físico-químicas dos compostos 12 a 24. Esses parâmetros influenciam as propriedades farmacocinéticas, tais como absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME).
Tabela 1: Efeitos inibitórios3 (%) dos compostos 12 a 24 sobre a viabilidade de células K562 (média ± SD; n = 4) a Inibição (%) após 48h de tratamento contínuo (n = 4), normalizado contra células K562 tratadas com 1% DMSO (n = 4).
Tabela 2: Efeitos inibitóríos3 (%) dos compostos 12 a 24 sobre a viabilidade de células U937 (média ± SD; n = 4) a Inibição (%) após 48h de tratamento contínuo (n = 4), normalizado contra células U937 tratadas com 1% DMSO (n = 4).
Tabela 3: Valores de IC50 (μ mol L"1)a obtidos para as linhagens de células K562 e U937 tratadas com os compostos 18 a 20 e controle positivo etoposídeo (VP-16) a IC5o: concentração dos compostos requerida para inibir 50% da viabilidade celular, determinada após 48h de tratamento contínuo (n = 4). A triagem foi realizada para avaliar se as substâncias podem apresentar as características de candidatos a fármacos com base na regra dos cinco de Lipinski (LIPINSKI et al. Experimental and computational approaches to estimate solubility and permeability in drug discovery and development settings. Advanced Drug Delivery Review, v. 23, p.3-25, 1997) e outros critérios relacionados acrescentados por Veber e colaboradores (Veber et al. Molecular properties that influence the oral bioavailability of drug candidates. Journal of Medicinal Chemistry, v. 45, p. 2615-2623. 2002). Estas características, teoricamente, determinam se um composto apresenta boa absorção na membrana e permeabilidade através da mesma, propriedades que, provavelmente, o torna um medicamento ativo por via oral em seres humanos.
Os parâmetros moleculares analisados foram o coeficiente de partição n-octanol/água (LogP < 5), a quantidade de doadores de ligação de hidrogênio (HBD < 5), a quantidade de receptores de ligação de hidrogênio (HBA < 10), a massa molecular dos fármacos (MW s 500), número de ligações capazes de sofrer rotação (nRotb <10) e área de superfície polar (PSA <140 A2). Os valores entre parênteses representam os valores ideais de acordo com Lipinski (LIPINSKI et ai Experimental and computational approaches to estimate solubility and permeability in drug discovery and development settings. Advanced Drug Delivery Review, v. 23, p.3-25, 1997) e Veber (Veber et ai Molecular properties that influence the oral bioavailability of drug candidates. Journal of Medicinal Chemistry, v. 45, p. 2615-2623. 2002). Os parâmetros físico-químicos foram calculados usando os softwares Osiris Property Explorer (Tetko, I.V. Computing chemistry on the web. Drug Discovery Today, v.10, p. 1497-1500, 2005) e Moiinspiration (http://www.molinspiration.com/cgi-bin/properties), ferramentas computacionais de uso livre que ajudam a prever as propriedades farmacocinéticas de candidatos a drogas utilizadas por diversos grupos de pesquisa (Alafeefy et al. Quinazoline-etyrphostin as a new class of antitumor agents, molecular properties prediction, synthesis and biological testing. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 53, p. 133-140, 2012; Ali et al. Predictions and correlations of structure activity relationship of some aminoantipyrine derivatives on the basis of theoretical and experimental ground. Medicinal Chemistry Research, v. 21, p. 157-164, 2012; Mahajan et al. CoMSIA and POM analyses of anti-malarial activity of synthetic prodiginines. Bioorganic and Medicinal Chemistry, v. 22, p. 4827-4835, 2012; Chohan et al. Metal based biologically active compounds: Design, synthesis, and antibacterial/antifungal/cytotoxic properties of triazole-derived Schiff bases and their oxovanadium(IV) complexes. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 45, p. 2739-2745). O software Osiris Property Explorer permite a avaliação de parâmetros químicos e físico-químicos que influenciam as propriedades farmacocinéticas de uma droga. Os cálculos de toxicidade de drogas e drug-likeness realizados pelo software Osiris são baseados no método de fragmentos. O software pode calcular lipofilicidade, inferida a partir do valor de LogP, solubilidade em água, expresso como LogS, massa molecular, índices de drug-likeness e drug-scores. Baixa hidrofilicidade e, portanto, valores elevados de LogP, podem causar má absorção ou penetração. Além disso, o software Osiris calcula vários parâmetros das drogas, como os riscos de toxicidade (mutagênico, irritante, carcinogênico e efeitos reprodutivos), drug-likeness e drug-scores (Lipinski, C.A. Lead- and drug-like compounds: the rule-of-five revolution. Drug Discovery Today Technologies, v.1, p. 337-341, 2004; Proudfoot, R. Drugs, leads, and drug-likeness: an analysis of some recently launched drugs. Bioorganic and Medicinal Chemistry, v. 12, p. 1647-1650, 2012). Cálculos de LogP e massa molecular, bem como a área de superfície total polar (TPSA), número de ligações capazes de sofrer rotação (nRotB), número de doadores de ligação de hidrogênio (HBD), número de ligações aceptores de ligação de hidrogênio (HBA) e pontuações de bioatividade (Jarrahpour et ai Petra, Osiris and molinspiration (POM) together as a successful support in drug design: antibacterial activity and biopharmaceutical characterization of some azo schiff bases. Medicinal Chemistry Research, v. 21, p. 1984-1990, 2012) podem também ser determinadas pelo software Molinspiration. As Tabelas 4 e 5 mostram os resultados dos cálculos baseados nestes pacotes computacionais.
Um parâmetro utilizado para determinar uma boa absorção dos compostos é o valor de cLogP. Como indicativo de uma boa absorção, o valor de LogP não deve ser maior que 5,0. Os valores de cLogP das fitalidas 12 a 24 são maiores do que o valor do etoposídeo (VP-16), o que sugere que a hidrofobicidade dos derivados isobenzofuranonas é maior do que a do composto usado como controle positivo nos ensaios biológicos. Normalmente, as drogas que interagem com enzima no interior do corpo humano tem valores de LogP entre 2 e 5 (Tambunan, U.S.F.; Bramantya, N.; Parikesit, A.A., In silico modification of suberoylanilide hydroxamic acíd (SAHA) as potential inhibitor for class II histone deacetylase (HDAC), BMC Bioinformatics 2011, 12, Suppl13, S23).
Nesse contexto, a maior parte dos compostos descritos nessa invenção apresentam valores dentro desta faixa (Tabelas 4 e 5).
Alertas de risco de toxicidade são uma indicação de que a estrutura de um composto pode ser prejudicial. A análise teórica dos riscos de toxicidade para a série de compostos 12 a 24, usando o software Osiris, revelou que todos os compostos examinados foram não-mutagênicos, não carcinogênicos, não irritante e sem efeitos sobre a reprodução de mamíferos (Tabela 4). Além disso, estes compostos foram avaliados como potenciais drogas através dos cálculos drug-likeness, apresentando valores negativos entre -8,59 e -3,58, (Tabela 4), o que indica que os compostos 12 a 24 não contêm fragmentos que estão frequentemente presentes em medicamentos comerciais (Lipinski, C. A, Lead-and drug-like compounds: the rule-of-five revolution, Drug Discovery Today Technologies, v. 1, p. 337-341, 2004; Proudfoot, R, Drugs, leads, and drug-likeness: an analysis of some recently launched drugs. Bioorganic and Medicinal Chemistry, v. 12, p. 1647-1650, 2012). A solubilidade em água de um composto afeta significativamente a absorção e as características de distribuição. Em geral, é desejável a obtenção de compostos que sejam solúveis no meio biológico. Um parâmetro para avaliar a solubilidade é LogS. Mais de 80% dos medicamentos no mercado têm valores estimados de LogS superiores a -4 (Alafeefy et al. Quinazoline-etyrphostin as a new class of antitumor agents, molecular properties prediction, synthesis and biological testing. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 53, p. 133-140, 2012). No caso dos compostos 21 e 24, os valores de LogS (-4,41 e -4,04, respectivamente) são menores, em comparação com os outros da série (Tabela 4).
Valores de drug-score podem ser utilizados para avaliar o potencial global do composto que o qualifica como uma potencial droga. Os valores são a combinação de drug-likeness, o risco de toxicidade, e de alguns parâmetros físico-químicos, tais como o cLogP, solubilidade e de massa molecular (Lipinski, C. A., Lead- and drug-like compounds: the rule-of-five revolution. Drug Discovery Today Technologies, v.1, p. 337-341, 2004; Proudfoot, R., Drugs, leads, and drug-likeness: an analysis of some recently launched drugs. Bioorganic and Medicina! Chemistry Letters, v. 12, p. 1647-1650, 2012). Estes valores são utilizados para avaliar o potencial de um candidato a fármaco. Como pode ser observado na Tabela 4, os valores de drug-score dos compostos 12 a 24 são comparáveis ou superiores em relação à droga comercial etoposídeo (VP-16). O número de aceptores de ligação de hidrogênio (HBA) foi determinado considerando o número de átomos de nitrogênio e de oxigênio nas estruturas químicas.
Tabela 4: Propriedades drug-likeness previstas e riscos de toxicidade dos compostos 12 a 24 e do epotosídeo calculados pelo software Osiris. cLogP, lipofilicidade calculada; LogS, logaritmo da solubilidade aquosa medida em moi L'1; MM, massa molecular; HBD, número de doadores de ligação de hidrogênio; HBA, número de aceptores de ligação de hidrogênio; M, efeito mutagênico; T, efeito teratogênico; I, efeito irritante; R, efeito reprodutivo, aCíassificados de acordo com: (·), nenhum efeito negativo; (±), efeito negativo médio; (+), efeito negativo O número de doadores de ligação de hidrogênio (HBD) corresponde a soma dos átomos de hidrogênio ligados aos átomos de oxigênio e nitrogênio (Lipinski, C. A., Lead- and drug-like compounds: the rule-of-five revolution. Drug Discovery Today Technologies, v.1, p. 337-341, 2004). Os valores destes parâmetros para os compostos 12 a 24 estão dentro do limite estabelecido pelas regras de Lipinski. Esta regra sugere que duas ou mais violações para um composto podem apresentar problemas de biodisponibilidade (Lipinski et al. Advanced Drug Delivery Review, v. 46, p. 3-26, 2001). Todos os compostos da Tabela 4 apresentam ausência de violação da regra de Lipinski, ao contrário do epotosídeo (VP-16), que apresenta duas violações da regra.
Além de LogP, a área total de superfície polar (TPSA) é um descritor importante para a previsão das propriedades de transporte da droga, incluindo a absorção intestinal, permeabilidade da monocamada Caco-2, e penetração na barreira sangue-cérebro (Clark, D. E,, Rapid calculation of polar molecular surface area and its application to the prediction of transport phenomena, 1, Prediction of Intestinal Absorption. Journal of Pharmacy Science, v. 88, p. 807-814, 1999; Ertl et al. Fast Calculation of Molecular Polar Surface Area as a Sum of Fragment-Based Contributions and Its Application to the Prediction of Drug Transport Properties. Journal of Medicinal Chemistry, v. 43, p. 3714-3717, 2000). O número de ligações capazes de sofrer rotação é um parâmetro topológico simples de flexibilidade molecular. Tem-se mostrado ser um bom descritor indicativo de biodisponibilidade oral de drogas (Veber et al. Molecular properties that influence the oral bioavaiiability of drug candidates. Journal of Medicinal Chemistry, v. 45, p. 2615-2623, 2002).
Os compostos 19, 20 e 21 apresentam uma maior flexibilidade entre os compostos testados com nRotB = 3, 3, e 4, respectivamente, ao passo que a droga comercial etoposídeo (VP-16) apresentou um valor igual a 5 (Tabela 5).
Tabela 5: Cálculos de drug-likeness dos compostos 12 a 24 usando o software Molinspiration. 3 GPCRL: Lígante GPCR; !CM: Canal Modulador lônico; Kl: Inibidor de Quinase; NRL: Lígante de Receptor Nuclear; PI: Inibidor de Protease; El: Inibidor de Enzima, b TPSA: Área de Superfície Polar Total c NONI: numero de interações OH-NH d Etop: Etoposídeo A bioatividade de todos os 13 compostos e do etoposídeo (VP-16) foram analisadas sob diferentes receptores do corpo humano, com seis critérios de atividade de drogas sendo observadas: atividade do ligante de GPCR, modulação de canais iônicos, inibição da atividade da quinase, atividade de ligante de receptor nuclear, inibição da atividade de protease, e a atividade de inibição da enzima. Quanto maior o valor da atribuição numérica, melhor a probabilidade de uma molécula ser ativa. Os resultados destes parâmetros são apresentados (Tabela 5). Como o etoposídeo, todos os compostos estudados apresentam valores numéricos negativos para modulador de canal iônico e inibidor da quinase. No tocante as outras categorias, os valores para algumas isobenzofuranones foram positivos.
CONCLUSÃO
Utilizando-se reações de condensação, aromatização e acetilação, uma série de isobenzofuran-1(3W)-onas, contendo grupos alicíclicos e aromáticos ligados à posição C-3 do núcleo isobenzofuranona, foram sintetizadas. Esses compostos foram avaliados com respeito às suas atividades antiproliferativas contra duas linhagens de células de leucemia. Dentre as substâncias avaliadas, três (18, 19 e 20) apresentaram valores de IC5o de suas atividades antiproliferativas inferiores ao do fármaco comercial etoposídeo (VP-16). Considerando a significativa atividade antiproliferativa apresentada por estas substâncias bem como as favoráveis propriedades físico-químicas determinadas in silico, pode-se dizer que as isobenzofuranonas investigadas correspondem a protótipos que podem ser explorados na busca por novos agentes quimioterápicos. Este aspecto é de relevância considerando que os quimioterápicos atualmente utilizados no tratamento do câncer são, frequentemente, citotóxicos e não específicos. Embora nenhuma correlação direta foi encontrada entre as propriedades físico-químicas dos derivados isobenzofuranona e a atividade antiproliferativa, algumas generalizações podem ser feitas. Por exemplo, a presença do grupo acetila ligado ao anel benzênico dos compostos 16 a 21 parece aumentar a atividade biológica. Como tendência geral, a ligação de grupos alicíclicos ao núcleo isobenzofuranona produziu compostos com baixa ou moderada atividade antiproliferativa na concentração mais elevada (100 μίτιοΙ L~1). Há uma aparente correlação entre os valores de cLogP com a atividade antiproliferativa destes compostos, uma vez que os compostos mais ativos possuem valores cLogP na faixa de 3,1-4,19. Os outros compostos apresentam valores inferiores de lipofilicidade.
Claims (6)
1. ISOBENZOFURAN-1 (3H)-ONAS C-3 FUNCIONALIZADAS caracterizadas por compreenderem a estrutura geral sendo R igual a 2,6-diidroxi-4-isopropilfenila, 2,6-diacetoxi-4-isopropiifenila, 2-hidroxi-4-isopropil-6-oxocicloex-1 -enila ou 2-hidroxi-5-oxociclopent-1 -enila.
2. ISOBENZOFURAN-1 (3H)-ONAS C-3 FUNCIONALIZADAS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizadas por compreenderem substituintes ligados à posição meta do grupo fenila, quando R é igual a 2,6-diidroxi~4-isopropilfenila ou 2,6-diacetoxi-4-isopropilfenila; sendo tais substituintes selecionados do grupo que contenha: halogênios (F, Cl, Br, I), alquilas C1 a C5 alifáticos ou ramificados, -CF3, -OCF3, -OCF2H, -CN, -SR1, -OCH3, -S02N(R1)2, -CON(R1)2, -HNC(0)R1, em que R1 pertença ao grupo que contenha: H, alquilas C1 aC5e fenila.
3. ISOBENZOFURAN-1 (3H)-ON AS C-3 FUNCIONALIZADAS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizadas por compreenderem substituintes ligados à posição 3, quando R é igual a 2-hidroxi-5-oxociclopent-1 -enila ou 2-hidroxi-4-isopropil-6-oxocicloex-1-enila; sendo tais substituintes selecionados do grupo que contenha: halogênios (F, Cl, Br, I), alquilas C1 a C5 alifáticos ou ramificados, -CF3, -OCF3, -OCF2H, -CN, SR1, -OCH3, -S02N(R1)2, -CON(R1)2, -HNC(0)R1, em que R1 pertença ao grupo que contenha: H, alquilas C1 a C5 e fenila.
4. ISOBENZOFURAN-1 (3ff)-ONAS C-3 FUNCIONALIZADAS caracterizadas por compreenderem a estrutura geral sendo R’ igual a 2,6-diacetoxifenila e que apresenta, ligado às posições 3, 4 e/ou 5 deste grupo R\ substituintes selecionados do grupo que contenha: halogênios (F, Cl, Br, I), alquilas C1 a C5 alifáticos ou ramificados, -CF3, -OCF3, -OCF2H, -CN, SR1, -OCH3, -S02N(R1)2, -CON(R1)2, -HNC(0)R1, em que R1 pertença ao grupo que contenha: H, alquilas C1 a C5 e fenila.
5. USO DAS ISOBENZOFURAN-1 (3H)-ONAS C-3 FUNCIONALIZADAS, definidas nas reivindicações 1 a 4 e as que contenham R retirado do grupo compreendido por: 2-hidroxi-6-oxocicloex-1-enila, 2,6- diidroxifenila, 2,6-diacetoxifenila, 2-hidroxi-4-metil-6-oxocicloex-1-enila, 2,6-diidroxi-4-metilfenila, 2,6-diacetoxi-4-metilfenila, e 1,3-dioxo-2,3-diidro-1H-inden-2-ila; caracterizado por ser para o controle do crescimento desordenado de células tumorais, mais especificamente as linhagens de células U937 (linfoma) e K562 (leucemia mielóide), numa concentração de 1 a 100 pmol L'1, não restrita a essa.
6. COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS, caracterizadas por compreenderem um ou mais dos compostos definidos nas reivindicações 1 a 5 associados a um ou mais ingredientes farmaceuticamente aceitáveis.
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