BR102012019092B1 - Sistema de acionamento linear a partir da conversãPROCESSO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DE MINEo de movimento circular conjugado em linear, aplicRAÇÃO EXTINTAS OU EXAURIDAS ado a máquinas de extração de suco cítrico e outros equipamentos - Google Patents

Sistema de acionamento linear a partir da conversãPROCESSO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DE MINEo de movimento circular conjugado em linear, aplicRAÇÃO EXTINTAS OU EXAURIDAS ado a máquinas de extração de suco cítrico e outros equipamentos Download PDF

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Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "PROCESSO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DE MINERAÇÃO EXTIN- TAS OU EXAURIDAS".
CAMPO DA INVENÇÃO A presente invenção refere-se a um processo de recupera- ção ambiental de áreas de mineração extintas ou exauridas com o a- proveitamento de resíduos de mineração e/ou perfuração, particular- mente a um processo de aterro de resíduos industriais destinado à re- composição morfoiógíca dessas áreas em um grau próximo do original, aproximando-se do conceito de restauração aplicado a essas áreas. A presente invenção refere-se ainda ao uso de resíduos de mineração e/ou perfuração na recuperação ambiental de regiões de mineração extintas ou exauridas, particularmente resíduos de mineração de ro- chas ornamentais e resíduos de perfuração de poços de petróleo ter- restres ou onshore.
FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO O processo de recuperação de áreas de mineração extintas com auxílio de resíduos de mineração, conforme a invenção faz uso de dois tipos de resíduos: aqueles oriundos do beneficiamento de rochas ornamentais e aqueles oriundos da exploração de poços de petróleo ter- restres. O processo produtivo de beneficiamento de rochas ornamentais pode ser desenvolvido em três etapas: (A) extração da rocha bruta em forma de blocos, (B) desdobramento ou serragem dos blocos em chapas brutas e (C) acabamento, o qual consiste no polimento e corte das chapas em di- mensões predeterminadas, resultando em produtos acabados para a comer- cialização.
Durante todo o processo ocorre uma geração significativa de re- síduos, tanto no estado semissólido como sólido. De acordo com estudos, as perdas no processo chegam a 30% dos blocos, principalmente na forma de lama abrasiva descartada.
Atente-se, portanto, para o potencial polui dor que as lamas a- brasivas e do polimento descartadas do processo podem representar para o meio ambiente, em especial ao solo e às águas superficiais e subterrâneas das áreas próximas.
Na Tabela 1 a seguir é apresentado um fluxograma ilustrativo do processo produtivo e os resíduos gerados no beneficiamento de rochas or- namentais. TABELA 1 O processo de desdobramento ou serragem dos blocos pode ser descrito considerando-se duas etapas: lavagem e serragem da rocha. O processo de desdobramento inicia-se com a lavagem dos blo- cos, provenientes da área de extração da rocha ornamental, para a retirada de solo que adere ao bloco durante o processo de extração e manuseio para transporte.
Após a lavagem, inicia-se a serragem dos blocos através das lâminas dos teares, cujo processo é realizado com o auxílio de abrasivos (granalha metálica), cal para a lubrificação das lâminas e evitar a oxidação das chapas serradas, e água. A lama abrasiva, que é a mistura composta pela granalha metá- lica de ferro e/ou aço, cal e água - é produzida em tanques e distribuída por chuveiros sobre o bloco e as lâminas de corte em movimento, através de bombeamento, havendo recirculação e descargas periódicas do excesso da lama, principalmente devido ao aumento de sua densidade com o acréscimo do material removido dos blocos de rocha. A lama abrasiva descartada - lama fluida - é definida como resí- duo semissólido, pois possui teor de umidade tal que permite seu escoamen- to por tubulações em regime hidráulico. Destaca-se que a lama fluida consti- tui-se no principal resíduo resultante do processo de beneficiamento de ro- chas ornamentais, no que se refere à quantidade gerada.
No processo de acabamento ocorre o polimento das chapas bru- tas (peças serradas) e o corte das chapas polidas em dimensões predeter- minadas, resultando em produtos acabados para a comercialização.
Nesta etapa do beneficiamento das rochas ornamentais são também gerados resíduos semissólidos (lama fluida), contendo material de rocha com fina granulometria e de difícil sedimentação; porém em menores quantidades quando comparados com a lama abrasiva descartada no pro- cesso de desdobramento dos blocos. São gerados ainda no processo de acabamento outros resíduos, tais como, embalagens plásticas, metálicas, papelão, pastilhas de abrasivos desgastados, dentre outros, que não farão parte da presente proposta de recuperação de áreas degradadas pela mineração.
Apesar do longo período de exploração de rochas ornamentais no Espírito Santo e no Brasil, têm-se poucas publicações, na literatura espe- cializada, sobre os impactos ambientais causados pelos resíduos provenien- tes das atividades deste setor, vide J.C.S.Prezotti, Resultados de monitora- mentos de estações de tratamento de efluentes líquidos de indústrias de be- neficiamento de mármore e granito, implantadas no Município de Cachoeira de Itapemirim. In: Seminário Estadual Sobre Saneamento e Meio Ambiente, 5, Vitória, ABES, 2003.
No que se refere às pesquisas sobre a classificação da lama a- brasiva descartada, quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saú- de pública, alguns autores como Moura, W.A. et al. Utilização do resíduo de corte de mármore e granito em argamassas de revestimento e confecção de lajotas para piso. Sitientibus, Feira de Santana, n.26, p.5- 6, jan./jun. 2002, disponível em: www.ufes.br/sitientibus/tecnoloqia 26> obtiveram dados que indicam esses resíduos do beneficiamento de rochas ornamentais como sendo Classe II - A Não Inertes segundo a NBR10004/2004.
Para a obtenção da caracterização qualitativa da lama fluida, fo- ram realizadas amostragens em lamas fluidas desidratadas por processos de sedimentação primária provenientes do processo de desdobramento das rochas ornamentais.
As amostras foram encaminhadas a laboratórios credenciados junto ao órgão ambiental fiscalizador do estado do Espírito Santo, onde fo- ram analisados os metais pesados existentes nos extratos lixiviados (NBR 10.005/2004) e no extrato solubilizado (NBR 10.006/2004) e o pH das amos- tras coletadas. Os resultados obtidos nas análises laboratoriais indicam a classificação dos resíduos semissólidos desidratados (lama fluida desidrata- da) como Classe ll-A Não Inerte.
Nestes estudos foram realizados também os testes de permeabi- lidade e compactação da lama fluida desidratada coletada nas empresas em questão. A permeabilidade da amostra a 20°C resultou em 3,578 x 10'6 cm/s, com uma umidade de moldagem de 22,2%. A lama abrasiva descartada, resultante do processo de serra- gem dos blocos de granito ou mármore após ser submetida a processo de desidratação que resulta em teores de umidade inferiores a 30% representa o principal resíduo, em termos quantitativo e qualitativo, do processo de be- neficiamento de rochas ornamentais. A quantidade de lama abrasiva descartada do processo de des- dobramento dos blocos uma vez desidratada pode ser obtida considerando- se as dimensões dos blocos de granito em termos de valores médios, as características operacionais dos teares e os insumos utilizados no processo de serragem, resultando, de acordo com levantamento de campo realizado, em cerca de 14.007,86 kg/serrada com umidade final de 30%.
Em relação aos resíduos gerados pela exploração de petróleo, os poços de petróleo terrestres são abertos por equipamentos rotativos utili- zando fluidos compostos por água e misturas de argilas e aditivos, formando a lama de perfuração. A lama de perfuração é injetada no poço e mantém a pressão ideal para que as paredes do poço não desmoronem. Enquanto se processa a perfuração, todo o material triturado pela broca vem à superfície em mistura com a lama. A lama descartada gerada a partir da perfuração, devido à ne- cessidade de utilização de fluidos, adquire concentrações de produtos quí- micos alterando muitas vezes a inerticidade das camadas perfuradas, ne- cessitando, assim, do gerenciamento ambiental dessa lama descartada, co- nhecida como cascalho de perfuração, como resíduo sólido.
Nesse contexto surge a necessidade de tecnologias de trata- mento desses resíduos, visando à preservação do meio ambiente.
Estudos realizados pelo principal gerador desses resíduos no Brasil, no caso a Petrobrás, e confirmados por análises realizadas pelo pre- sente inventor, apresentam caracterizações que permitem classificá-los co- mo sendo da Classe ll-A Não Inerte, segundo A NBR 10.004/2004.
Visando a caracterização ambiental dos resíduos de perfuração de seus poços de petróleo terrestres situados no norte do estado de Espírito Santo, a Petrobrás - Petróleo Brasileiro SA realizou plano de amostragem considerando as diferentes fases do processo de perfuração, sendo forma- das por "n" subamostras obtidas nos intervalos de variações que ocorreram conforme a geologia da área. A coleta das "n" subamostras ocorreu durante as três diferentes fases da perfuração de um poço onde foram coletadas 5 (cinco) subamos- tras durante a 1a fase, 20 (vinte) subamostras durante a 2a fase e 29 (vinte e nove) subamostras durante a 3a fase.
Os resultados obtidos das análises físico-químicas realizadas permitiram caracterizar os referidos resíduos como sendo da Classe ll-A Não Inerte, segundo a NBR 10.004/2004: Resíduos sólidos - Classificação. A caracterização ambiental desses resíduos por meio da coleta de 7 (sete) subamostras nas caçambas de diferentes caminhões que se diri- giam ao aterro de resíduos implantado em área de mineração extinta a ser submetida ao presente processo revelou a mesma Classificação: Classe ll-A Não Inerte, segundo a NBR 10.004/2004: Resíduos sólidos - Classificação.
Para a estimativa da quantidade de cascalhos de perfuração ge- rados por poço de petróleo terrestre perfurado pelas torres da Petrobrás lo- calizadas no Norte do Espírito Santo, foi considerada a média atualmente recebida no aterro de resíduos submetido ao presente processo de cerca de 300 m3/mês por torre que perfura a uma profundidade total compreendida entre 1.200 e 1.500 metros. A técnica apresenta vários documentos relativos à disposição de resíduos de mineração e de recomposição de áreas de mineração extintas.
Assim, um apanhado geral da situação da disposição de casca- lhos de perfuração está no artigo de Internet que pode ser localizado no link Driíling Waste Management Technology Descriptions www.rouqhneckcitv.com/. Vários processos têm sido empregados no estado da técnica pa- ra a disposição de cascalhos de perfuração de poços de petróleo.
Em um processo, o cascalho é estabilizado e em seguida enter- rado ou espalhado sobre rodovias. Para tal o cascalho é misturado a peso igual de um produto ambientalmente correto, como cinzas volantes ou cinza de carvão de leito fluidizado, que apresentam baixo teor em metais. Esta operação dobra o volume original do cascalho, que é então 1) enterrado ou 2) espalhado sobre uma grande área de superfície da terra em espessura determinada por normas, ou ainda 3) espalhado sobre uma rodovia, recober- to por uma capa e compactado, ou ainda 4) injetado em subsuperfície ou em um anular ou 5) transportado para uma instalação comercial.
Estes procedimentos de estabilização embora efetivos apresen- tam desvantagens como o volume dobrado, o custo de enterrar o volume ampliado, se for esta a opção de descarte, a necessidade de grandes áreas para espalhamento do material se esta for a opção, e assim por diante, cada opção tendo desvantagens, principalmente quanto ao custo de revestimento de uma estrada, por exemplo, ou de injeção em um poço ou transporte a uma instalação de descarte. A patente US 4.942.929 descreve um processo de recuperação e reuso parcial de cascalho de perfuração de poços que compreende sepa- rar cascalho grau construção do fluido de perfuração e lavar o cascalho an- tes do armazenamento ou da colocação do mesmo como material de cons- trução. A patente US 4.611.951 descreve um processo para a recupera- ção de sítios de minas escavadas e terras sem serventia com auxílio de Io- dos e rejeitos do beneficiamento de minérios. A patente US 5.249.889 descreve um processo para preparar uma mistura de agregado a partir de subprodutos de refugo para recuperar uma área sem o uso de solo nativo ou outros materiais conduzidos por ca- minhões. Os materiais de refugo incluem lamas calcárias, cinzas de carvão, cinzas de madeira, resíduos de concreto quebrados e composto de jardins. A área é recomposta usando as cinzas ou refugo de concreto em combina- ção variável com a lama calcária. As características de pH e baixa permeabi- lidade da lama calcária são usadas para evitar metais pesados e outros po- luentes potenciais nas cinzas de lixiviar para a água do solo. O material de refugo de jardins é então espalhado sobre a mistura de agregado lama cal- cária/cinza/concreto para servir como cobertura final e servir de suporte para o crescimento de vegetação permanente. A área recuperada atende aos re- quisitos ambientais e é completada sem escavação ou uso de solos nativos ou transportados. A patente US 5.237.945 descreve uma barreira à água formada por um colchão de fibra e argila. Trata-se de uma barreira à água à base de um tecido enchido com um material absorvente de água como argila bentoni- ta granulada. Este produto age como um escudo. A patente US 6.322.489 descreve um processo para a restaura- ção de áreas alagadas separando os cascalhos do fluido de perfuração, mis- turando os cascalhos com um meio de estabilização e então completando uma posição desejada na área alagada com o material reconstituído. A patente US 6.381.899 descreve um processo para converter cascalho de perfuração contendo hidrocarbonetos de petróleo em um produ- to ambientalmente correto da categoria de húmus, onde o sal é eliminado do mesmo, os cascalhos lavados são misturados com uma carga tendo teor de carbono e nitrogênio suficiente para iniciar uma reação de compostagem em biopilha, formando um produto pelo desenvolvimento da reação de compos- tagem em biopilha até que i) a biopilha seja reduzida em peso e/ou volume até um peso e/ou volume que se aproxima do peso original e/ou volume dos cascalhos antes da adição da carga aos mesmos, ii) o teor total de hidrocar- boneto de petróleo da biopilha seja reduzido a um teor ambientalmente cor- reto para que seja espalhado sobre um terreno. O pedido de patente publicado norte-americano US 2009/0238643 descreve um processo para utilizar cascalhos de perfuração contaminados com óleo em estradas e primariamente em estradas de cascalho ou de chão para suprimir a poeira ou como componente da camada de topo de uma es- trada. Os cascalhos de perfuração são misturados com agregados virgens, compostos de asfalto e/ou hidrocarbonetos reciclados incluindo borracha reciclada de pneus e escamas de asfalto reciclado para incorporação em um leito de estrada para melhorar a estrutura da estrada. Se não forem usados como proposto neste documento, é alegado que os cascalhos seriam dis- postos em um aterro. O pedido de patente publicado norte-americano US 2012/0000654 A1 trata de uma composição para enchimento de um furo de uma mina que utiliza resíduos de vidro e cinzas volantes. A composição é uma mistura e- conomicamente viável de cimento, cinzas volantes, vidro e água e pode in- corporar agregados adicionais finos e grossos bem como misturas químicas. O uso de pilares de barreira é reduzido pelo uso da composição de enchi- mento. O estado da técnica ainda necessita de tecnologias de recupe- ração ambiental de áreas de mineração extintas ou exauridas, em que são utilizados os resíduos de mineração e/ou perfuração, incluindo resíduos da mineração de rochas ornamentais e da perfuração de poços de petróleo ter- restres, que são normalmente descartados no meio ambiente, significando grande prejuízo ambiental.
Conforme descrita adiante, a presente invenção soluciona o re- ferido problema técnico, através do fornecimento de um processo e de um uso, novos e inesperados ao técnico no assunto, que resultam no remode- lamento da paisagem em harmonia morfológica com o entorno, atenuação do impacto visual gerado pela degradação ambiental, restauração da forma original do local minerado, estabilização geológica da área afetada, e desti- nação de um resíduo que tinha até então caráter somente poluidor e sem utilidade.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO A presente invenção refere-se a um processo de recuperação ambiental de regiões de mineração extintas ou exauridas, através do apro- veitamento de resíduos de mineração e/ou perfuração, o qual compreende as etapas de: i) preparação da área ou "célula" a ser recuperada compreen- dendo: a) limpeza da referida célula, por meio da remoção, conten- ção ou realocação de rochas livres ou instáveis; b) construção de sistemas de drenagem na referida célula (incluindo seu entorno); e c) impermeabilização da superfície da referida célula; d) opcionalmente, construção de uma lagoa de acúmulo; ii) preenchimento da referida célula com resíduos de minera- ção e/ou perfuração; iii) enclausuramento da referida célula preenchida com camada impermeabilizante; e iv) a revegetação da referida célula enclausurada. O referido processo é assistido por unidades de apoio adminis- trativo.
Em uma concretização preferencial da invenção, o referido pro- cesso compreende as etapas de: a) Limpeza da dita área para remoção, contenção ou realoca- ção de blocos rochosos livres ou instáveis que ainda se en- contrem na área previamente lavrada; b) Construção dos sistemas de drenagem das águas pluviais precipitadas no entorno (fora) da dita célula de resíduos, di- recionando as ditas águas diretamente aos corpos hídricos receptores; c) Impermeabilização de toda a superfície da área de minera- ção exaurida; d) Construção do sistema de drenagem testemunha no fundo da dita célula, para detecção de vazamentos de líquidos percolados; e) Construção do sistema de drenagem dos líquidos percola- dos - águas pluviais precipitadas - do interior da dita célula; f) Construção da lagoa de acúmulo para os líquidos percola- dos drenados do interior da dita célula com vistas ao reuso em processos industriais, ou o lançamento em corpos hídri- cos, desde que apresentem parâmetros físico-químicos de acordo com os padrões para lançamentos estabelecidos pe- la Resolução CONAMA N° 430, de 13 de maio de 2011; g) Construção das unidades para apoio administrativo (e.g. vi- sitação e realização dos controles ambientais, balança de pesagem de resíduos, guarita de segurança, etc); h) Remodelamento topográfico garantindo-se a estabilidade do maciço com o preenchimento da dita célula com resíduos, e o taludamento para a recomposição morfológica; i) Enclausuramento final da célula encerrada com camada im- permeabilizante; j) Revegetação sobre a camada impermeabilizante; e k) Retirada das unidades para apoio administrativo após a re- vegetação da célula encerrada, permitindo que o local apre- sente-se como inicialmente existente. A presente invenção refere-se ainda ao uso de resíduos de mi- neração e/ou perfuração na recuperação ambiental de regiões de mineração extintas ou exauridas, através do aproveitamento dos referidos resíduos.
Os resíduos de mineração empregados na presente invenção podem ser resíduos provenientes de mineração de rochas ornamentais e os resíduos de perfuração podem ser resíduos provenientes de poços de petró- leo terrestres ou onshore, os quais são classificados na Classe ll-A e na Classe ll-B, conforme a norma NBR 10.004/2007.
As regiões de mineração extintas ou exauridas a serem recupe- radas de acordo com a invenção correspondem a minas, pedreiras, jazidas, encostas, montanhas, morros, depressões terrestres, dentre outras.
Assim, a presente invenção provê um processo e um uso para a recuperação de áreas de mineração extintas ou exauridas com o aproveita- mento de resíduos de mineração e/ou perfuração a serem encerrados em uma célula de resíduos que restaura a área de mineração extinta/exaurida a seu aspecto original. A presente invenção provê igualmente um processo e um uso para a recuperação de áreas de mineração extintas ou exauridas que permi- te que a dita área de recuperação funcione como um aterro industrial de re- síduos.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS A FIGURA 1 anexa é uma representação esquemática do siste- ma de dupla impermeabilização na parte inferior da célula empregando-se a manta (10) de geocomposto. A FIGURA 2 anexa é uma representação esquemática do siste- ma de dupla impermeabilização na parte inferior da célula empregando-se a manta (11) de geotêxtil. A FIGURA 3 anexa é uma representação esquemática da im- plantação de canais de escoamento das águas superficiais e da impermeabi- lização lateral das paredes da célula. A FIGURA 4 anexa é uma representação esquemática dos col- chões de drenagem intermediários às camadas de resíduos e dos canais de escoamento das águas superficiais. A FIGURA 5 anexa é uma representação esquemática da rede de tubos coletores perfurados e da caixa de monitoramento. A FIGURA 6 anexa é uma representação esquemática do siste- ma de drenagem testemunha no formato de espinha de peixe a ser implan- tada no fundo da célula. A FIGURA 7 anexa é uma representação esquemática do en- clausuramento de célula implantada em cava enterrada. A FIGURA 8 anexa é uma representação esquemática do en- clausuramento de célula implantada em cava não enterrada sem camada estrutural. A FIGURA 9 anexa é uma representação esquemática do en- clausuramento de célula implantada em cava não enterrada com camada estrutural.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
As diversas etapas do processo e do uso da presente invenção serão descritas detalhadamente a seguir, com relação às Figuras anexas.
Conforme a presente invenção, o termo "célula” significa local para a disposição final de resíduos, devidamente construído com as obras civis necessárias à realização dos controles ambientais estabelecidos pela legislação pertinente, em função das características dos resíduos a serem ali dispostos.
Ao longo do presente relatório descritivo e nas Figuras, a célula de resíduos é geralmente indicada pelo numeral (100). a) Limpeza da área para remoção ou contenção de blocos rochosos instáveis O procedimento geotécnico e a remoção de blocos livres ou ins- táveis em áreas lavradas, etapa inicial do processo de recuperação ambien- tal da invenção, consiste na retirada de blocos ou matacões rochosos, ou de outros minerais, em geral irregulares, com risco de quedas ou deslizamen- tos. A retirada é feita com auxílio de meios mecânicos ou manuais conven- cionais na técnica. É facultado que os materiais removidos sejam realocados e permaneçam no interior da área a ser recuperada, sendo cobertos com o sistema de impermeabilização a ser implantado em etapa posterior, ou se- rem aproveitados comercialmente. b) Construção dos sistemas de drenagem das águas pluvi- ais precipitadas no entorno (fora) da célula, direcionando-as diretamen- te aos corpos hídricos receptores Normalmente, em células de resíduos industriais, as águas plu- viais precipitadas sobre esses resíduos sofrerão contaminação, não poden- do, dessa forma, serem dispostas no meio ambiente sem prévio tratamento.
As águas pluviais precipitadas no entorno da célula de resíduos e que não tenham contato com os mesmos podem ser direcionadas direta- mente aos corpos hídricos receptores locais.
Sendo assim, todo o perímetro da célula de resíduos industriais a ser implantada na área previamente degradada pela mineração deverá ser provido de sistemas de drenagem de águas pluviais, o qual será projetado e dimensionado em função da bacia de contribuição a ser drenada com objeti- vo de impedir o escoamento dessas águas para o interior da célula.
No caso da impossibilidade construtiva desses sistemas, deverá ser considerada para o cálculo do volume de líquidos percolados no interior da célula a área total resultante da soma da área da célula de resíduos mais a área do seu entorno cuja declividade contribuirá com águas pluviais. c) Impermeabilização das superfícies da área de mineração exaurida Parte inferior da célula: De acordo com a Figura 1, uma concretização da invenção con- templa na parte inferior da célula (100) um sistema de dupla impermeabiliza- ção, constituído por uma manta (12) de polietileno de alta densidade com aproximadamente 1,0 mm a aproximadamente 2,0 mm de espessura, parti- cularmente 1,5 mm de espessura.
Existem duas opções para a proteção da manta (12) de polietile- no de alta densidade. Em uma alternativa é feito uso de manta (10) de geo- composto. De modo alternativo, é feito uso de manta (11) de geotêxtil, con- forme detalhado mais adiante no presente pedido. A Figura 1 ilustra a manta (10) e a Figura 2 ilustra a manta (11). A manta (12) é assentada sobre uma camada de argila compac- tada (18). Na dita camada de argila compactada (18), inserido em sulcos escavados em sua superfície em locais previamente detalhados, é construí- do um sistema de drenagem testemunha no formato de "espinha de peixe" para detecção de vazamentos de líquidos percolados que não devem passar pelas camadas impermeabilizantes. Tal sistema pode ser visto na Figura 5. O sistema consiste na utilização de tubo coletor perfurado (16) envolto em uma manta de geotêxtil não tecido (11) assentado no interior de uma camada de areia (17). A manta de geocomposto (10) será descrita mais adiante no presente pedido.
Para a proteção mecânica da manta (12) de polietileno de alta densidade uma camada (15) de lama abrasiva desidratada é implantada so- bre a mesma, não permitindo, desta forma, que a passagem de tratores ou outros equipamentos e veículos danifiquem a manta (12) de polietileno de alta densidade. Sobre esta camada (15) de lama abrasiva será implementa- do um colchão de drenagem (14) envolto em uma manta (11) de geotêxtil não tecido visando à drenagem subsuperficial dos líquidos percolados pela camada de resíduos (13) disposta sobre o mesmo. A Figura 1 ilustra os diversos constituintes do sistema de dupla impermeabilização na parte inferior da célula (100).
Para compor as diversas camadas ilustradas no sistema de du- pla impermeabilização na parte inferior da célula (100) da Figura 1, o nume- ral (20) representa uma camada do mineral ainda existente após a explora- ção. Sobre o mesmo é colocada uma camada (19) de brita ou outros tipos de minerais existentes, cujas características físicas sejam semelhantes à- quelas das britas citadas, particularmente britas nos 03 e 04, que servirá co- mo uma camada drenante. Dita camada (19) contém um tubo coletor perfu- rado (16) envolto por uma manta de geotêxtil não tecido (11), para transpor- tar os líquidos drenados pelas paredes laterais da célula (100), e que não tiveram contato com os resíduos, para o lado externo da célula (100). Em seguida, é adicionada uma camada de argila compactada (18), sobre a qual é colocada uma camada de areia (17) tendo no interior da mesma um tubo coletor perfurado (16) envolto por uma manta de geotêxtil não tecido (11).
Depois, é implantada a manta (12) de polietileno de alta densidade e sobre a mesma uma camada (15) de lama abrasiva desidratada para a proteção me- cânica da manta (12). Um colchão de drenagem (14) envolto em uma manta de geotêxtil não tecido (11) separa a manta (12) da primeira camada de re- síduos (13) a ser utilizada para preenchimento da célula (100).
Conforme a invenção, o termo "proteção mecânica" significa pro- teger a manta (12) de polietileno de alta densidade do atrito direto sobre a mesma das rodas dos tratores e outros equipamentos que poderíam danifi- cá-la. O termo "camada de resíduos (13)" significa uma camada com- posta com os resíduos da mineração de rochas ornamentais, tal como deta- lhado na Tabela 1 acima, dispostos juntamente com os resíduos de perfura- ção de poços de petróleo terrestres em proporções aleatórias, isto é, sem percentuais estabelecidos, com a espessura que dependerá dos resultados dos estudos geotécnicos que deverão ser realizados para cada caso em par- ticular. O termo "colchão de drenagem (14)" significa uma camada de aproximadamente 30,0 cm a aproximadamente 50,0 cm de espessura, parti- cularmente 30,0 cm de espessura, composta de brita ou outros tipos de mi- nerais existentes, cujas características físicas sejam semelhantes àquelas das britas citadas, particularmente britas ou outros minerais similares com granulometria entre aproximadamente 25,0 mm e aproximadamente 100,0 mm. O termo "camada de lama abrasiva desidratada" (15) significa uma camada de resíduos composta somente por lama abrasiva desidratada com aproximadamente 30,0 cm a aproximadamente 40,0 cm de espessura, particularmente 30,0 cm de espessura. O termo "camada de areia (17)" significa uma camada de apro- ximadamente 30,0 cm a aproximadamente 40,0 cm de espessura, particu- larmente 30,0 cm de espessura composta de areia no interior da mesma sendo assentado um tubo coletor perfurado (16) envolto por uma manta de geotêxtil não tecido (11), visando coletar eventuais líquidos que passarem pela manta de polietileno de alta densidade até uma caixa de monitoramento (24) situada externamente à célula (100). O termo "tubo coletor perfurado (16)" significa uma tubulação de diâmetro compreendido entre 65 e 230 mm em PVC com área perfurada en- tre 80 a 240 cm7metro para a drenagem de líquidos. O termo "camada de argila compactada (18)" significa uma ca- mada composta de argila com aproximadamente 0,80 m a 1,00 m de espes- sura, particularmente 1,0 m de espessura, compactada com coeficiente de permeabilidade acima de K < 1 x 10'6 cm/s. O termo "camada (19) de brita" significa uma camada de brita ou outros tipos de minerais existentes, cujas características físicas sejam seme- lhantes àquelas das britas citadas, particularmente britas nos 03 e 04, a refe- rida camada apresentando uma espessura de aproximadamente 30,0 cm a aproximadamente 40,0 cm, particularmente 30,0 cm de espessura. No interi- or da mesma é assentado um tubo coletor perfurado (16) envolto por uma manta de geotêxtil não tecido (11), visando drenar líquidos que percolam pela manta de geocomposto (10) implantada sob a manta (12) de polietileno de alta densidade instalada nas paredes laterais da célula (100). O termo "mineral (20) ainda existente após a exploração" signifi- ca o restante do mineral da jazida anteriormente explorada, sobre o qual é implantada a célula (100) dotada de todas as obras e dispositivos para a rea- lização dos controles ambientais necessários.
Partes laterais da célula: Para as laterais da célula (100) será implementada manta (12) de polietileno de alta densidade, não permitindo, desta maneira, que as ca- madas de resíduos (13) a serem dispostas no interior da mesma entrem em contato direto com o minerai (20) ainda existente após a exploração. Isso evitará que os líquidos percolados pelo interior das camadas de resíduos (13) permeiem eventuais fissuras geradas em processos explosivos de des- monte na camada do mineral (20) ainda existente após a exploração.
Visando à proteção mecânica da manta (12) de polietileno de al- ta densidade contra os efeitos de puncionamento das arestas do mineral (20) ainda existente após a exploração pode ser adotada uma ou mais den- tre as duas diferentes opções, detalhadas a seguir.
Opção 1: No caso de paredes verticais ou inclinadas na área a ser recupe- rada que possuam alturas superiores à altura máxima de implantação da manta (12) de polietileno de alta densidade é instalada sob a mesma a man- ta (10) de geocomposto mencionada acima cujas funções são a proteção mecânica e ainda possibilitar a drenagem das águas das chuvas precipita- das nas paredes verticais acima da altura máxima da manta (12) de polieti- leno de alta densidade, evitando assim a presença destas águas acumula- das que possam comprometer a satisfatória estabilidade do maciço de resí- duos, aliviando pressões e impedindo a formação de empuxos hidrostáticos. A manta (10) de geocomposto deve possuir as seguintes carac- terísticas: - Ser leve e flexível para drenagem, ter núcleo drenante constitu- ído por uma geomanta tridimensional com espessuras de 10 ou 18 mm; - Ser composta por sistema de drenagem com três elementos básicos: o drenante, que capta e conduz as águas de infiltração/percolação, o filtrante, que impede o carregamento das partículas para o interior do ele- mento drenante o que provocaria sua colmatação e consequente perda da vazão; e o coletor, que conduz a água drenada para a descarga; - Manter alta capacidade de vazão, mesmo quando instalada a grandes profundidades sob efeitos de compressão da manta (12) de polieti- leno de alta densidade; - Se instalada na posição vertical, aliviar o empuxo hidrostático, proporcionando melhores condições de estabilidade e melhorando o desem- penho dos sistemas de impermeabilização, evitando as indesejáveis infiltra- ções; - Se instalada na posição horizontal, proporcionar eficiente dre- nagem do excesso de águas acumuladas, aliviando poro-pressões e asse- gurando a integridade da obra. A Figura 3 ilustra a aplicação da manta de geocomposto (10) na proteção mecânica da manta (12) de poiietileno de alta densidade e na dre- nagem de águas pluviais que escoarão pelas paredes verticais da célula (100). A Figura 3 ilustra adicionalmente os diversos constituintes da implantação de canais de escoamento (21) das águas superficiais e da im- permeabilização lateral das paredes da célula (100).
Opção 2: No caso da inexistência de paredes verticais ou inclinadas na área a ser recuperada que possuam alturas superiores à altura máxima de implantação da manta de poiietileno de alta densidade (12) será instalada sob a mesma, somente para proporcionar proteção mecânica, a manta (11) de geotêxtil não tecido mencionada acima com a função única de proteger a mesma contra os efeitos de puncionamento das arestas do mineral (20) ain- da existente após a exploração. A Figura 2 ilustra os diversos constituintes do sistema de dupla impermeabilização na parte inferior da célula (100) empregando a manta (11) de geotêxtil. - Parte superior da célula (100): Para a impermeabilização superior da célula (100), isto é, quan- do ocorrer o encerramento da disposição de resíduos no interior da mesma, a forma de impermeabilização segue a metodologia de execução a ser esta- belecida para cada caso em particular para a recuperação vegetacional e morfológica do local, a ser definida por meio da observação das necessida- des para adequar a área em questão ao contexto global da paisagem exis- tente no seu entorno.
As diferentes formas propostas de impermeabilização superior da célula (100), quando do encerramento da mesma, são descritas detalha- damente no presente pedido. d) Construção do sistema de drenagem dos líquidos perco- lados -águas pluviais precipitadas do interior da célula (100).
Conforme a invenção, a destinação final adequada das águas superficiais que tiverem contato com os resíduos do interior da célula (100) e se contaminarem gerando assim os líquidos percolados é o reuso em em- presas de beneficiamento de rochas ornamentais, as quais utilizam grande quantidade de água para as atividades de desdobramento e polimento, e ainda para as torres de perfuração de poços de petróleo terrestre, que apre- sentam uso intensivo de água.
Com objetivo de drenar verticalmente as águas pluviais que pre- cipitam sobre os resíduos e formam assim os líquidos percolados no interior do maciço de resíduos, evitando a formação de colunas d’água que produ- zem pressões e empuxos hidrostáticos, e ainda possibilitar a drenagem da água presente na umidade dos resíduos, é previsto sistema de drenagem que compreende colchões (14) de drenagem posicionados entre as diversas camadas de resíduos (13).
Os colchões (14) com espessura de 30,0 cm são formados por material drenante e manta de geotêxtil não tecido (11). O material drenante, de granulometria elevada, na faixa de 25 a 100 mm é gerado pela trituração dos casqueiros dos blocos de granito não aproveitados no processo de desdobramento das rochas ornamentais.
As Figuras 1, 2, 3 e 4 apresentam os detalhes desses colchões (14) de drenagem dos líquidos percolados no interior do maciço de resíduos (13).
Para a drenagem superficial das águas das chuvas precipitadas sobre o maciço de resíduos no interior da célula (100) são previstos canais (21) de escoamento das águas superficiais, ditos canais sendo de formato trapezoidal, revestidos com manta (12) de polietileno de alta densidade ins- talados no lado externo de cada camada de resíduos (Figura 4).
Os líquidos percolados gerados no interior do maciço de resí- duos e drenados pelos colchões (14) de drenagem são direcionados aos canais (21) de escoamento das águas superficiais. Os canais (21) também coletam as águas das chuvas precipitadas sobre o maciço de resíduos, e as encaminham para as descidas d'águas (23) que nada mais são do que ca- nais (21) de escoamento das águas superficiais construídos na posição ver- tical a partir de escavação no talude externo do maciço dos resíduos.
Destas descidas d'águas (23), as águas serão direcionadas a uma lagoa de acúmulo (24), da qual, na medida da necessidade, caminhões pipas (não representados) fazem a captação e o transporte para o reuso nos processos industriais de beneficiamento de rochas ornamentais e de perfu- ração de poços de petróleo (Figura 6).
Para os cálculos de dimensionamento tanto para os canais de escoamento (21) como para as descidas d'águas (23) são levadas em con- sideração as áreas de precipitação a serem drenadas e a intensidade da maior precipitação pluviométrica medida historicamente para o local de inte- resse. A descrição dos taludes (22) se encontra mais adiante no pre- sente pedido. A Figura 4 ilustra os diversos constituintes dos colchões de dre- nagem (14) intermediários às camadas de resíduos (13) e dos canais de es- coamento (21) das águas superficiais. A Figura 5 ilustra a caixa (25) de monitoramento e a rede de tu- bos coletores perfurados (16). e) Construção de sistema de drenagem testemunha no fun- do da célula (100) Por questões de segurança ambiental, a presente invenção pre- vê a implantação no fundo da célula (100) de um sistema de detecção de vazamentos de líquidos percolados, denominado sistema de drenagem tes- temunha no formato de espinha de peixe, para detecção de vazamentos de líquidos percolados.
Este sistema será composto por uma rede de tubos coletores perfurados (16) de diâmetro nominal compreendido entre 65 e 230 mm com área aberta perfurada de 80 a 240 cm2/m íigados na forma de espinha de peixe (Figuras 1, 2 e 6), assentados no interior de uma camada de areia (17), a qual por sua vez apoiará a manta (12) de poíietileno de alta densida- de.
Os tubos coletores perfurados (16) são assentados envoltos em uma manta de geotêxtil não tecido (11) e conectados a uma caixa (25) de monitoramento posicionada fora da célula (100).
Conforme a invenção, o termo "caixa (25) de monitoramento" significa caixa construída em concreto, com fundo impermeabilizado nas di- mensões 50 x 50 cm e altura variável, dotada somente de tubulação de en- trada, cujo objetivo único é possibilitar a realização de controles ambientais, verificando-se a existência de eventuais vazamentos de líquidos que possam ter passado pela manta de poíietileno de alta densidade (12). A Figura 6 ilustra os diversos constituintes do sistema de drena- gem testemunha no formato espinha de peixe a ser implantado no fundo da célula (100), a saber, canais (21) de escoamento das águas superficiais, descidas de águas (23) e lagoa de acúmulo (24). f) Construção de lagoa de acúmulo (24) dos líquidos perco- lados e das águas das chuvas superficiais com vistas ao reuso em pro- cessos industriais O dimensionamento da lagoa de acúmulo (24) deve ser efetuado considerando-se a série histórica da intensidade média mensal das precipi- tações ocorridas no local da recuperação ambiental da área degradada pela mineração.
Com o resultado do volume das águas a ser acumulado obtido pela multiplicação entre a intensidade média mensal historicamente medida pela área de contribuição, deve ainda ser considerada e diminuída a perda de água por evaporação para o local.
Remoções periódicas dos líquidos percolados acumulados para o reuso nos processos industriais citados são previstas. g) Construção das unidades para apoio administrativo Em locais degradados como resultado da atividade de minera- ção e posteriormente recuperados pela aplicação da presente invenção, são previstas unidades de apoio (não representadas graficamente), para que tais áreas operem como verdadeiros aterros de resíduos industriais devidamente licenciados pelos órgãos ambientais fiscalizadores. É igualmente prevista a instalação de uma balança rodoviária (não representada graficamente) a fim de aferir a quantidade exata de resí- duos que será disposta na célula (100) do aterro de resíduos, e também pa- ra a posterior emissão dos comprovantes de destinação final e das notas fiscais de serviços prestados para as empresas geradoras dos resíduos, fa- cilitando assim o trabalho de fiscalização dos órgãos ambientais. A condição para que a área de recuperação funcione como um aterro industrial de resíduos é a provisão de sistema viário de fácil acesso, limitado por portão de controle, impedindo a entrada indevida de caminhões com resíduos não conhecidos e pessoas.
Adicionalmente é prevista área interna para manobra dos cami- nhões transportadores (não representados graficamente), os quais deverão ter acesso aos pontos de lançamento dos resíduos para o interior da célula. h) Remodelamento topográfico garantindo-se a estabilidade do maciço com o preenchimento da célula com resíduos, e taludamen- to para a recomposição morfológica - Estabilidade de maciço de resíduos. O Plano de Ocupação da célula (100) com a indicação do se- quenciamento das camadas de resíduos (13) de preenchimento é estabele- cido em função dos estudos prévios realizados com os tipos de resíduos a serem ali dispostos, com objetivo de se garantir a estabilidade do maciço.
No caso de áreas degradadas a serem recuperadas cujas célu- las (100) ocorrem totalmente enterradas no solo, isto é, quando não existem alturas do maciço de resíduos que colocam em risco sua estabilidade, os estudos prévios para a comprovação da estabilidade podem ser dispensa- dos.
Porém, na maioria dos casos, essas áreas a serem recuperadas possuem lados mais altos que outros, resultando em situações em que o maciço não possui apoio estrutural em um dos seus lados, devendo, portan- to, ter garantida a sua estabilidade estrutural própria.
Preenchimento da célula (100) com resíduos (13): Os veículos transportadores (não representados graficamente) de resíduos (13) ao entrarem no aterro industrial são cadastrados, informan- do em seguida a origem dos mesmos e a classificação, necessariamente Classe ll-A ou ll-B conforme a NBR 10.004/2007, o volume e/ou peso trans- portado e o teor de umidade do dito resíduo.
Os veículos são então encaminhados à balança (não represen- tada) para aferição da pesagem, e, em seguida, direcionados para os pontos de basculagem (não representados graficamente) para o interior da célula (100).
Prefere-se que o procedimento proposto na presente invenção para a basculagem, ou seja, o descarregamento dos resíduos (13), ocorra em períodos de estiagem e em situações que não coloquem em risco a se- gurança dos operadores, dentro da própria célula (100) ou ainda em rampas construídas em alturas superiores ao nível final do maciço de resíduos (não representadas graficamente), as quais deverão ser dotadas dos devidos dis- positivos de segurança para a correta operação.
Assim, os resíduos (13) são basculados diretamente dos cami- nhões para o interior da célula (100) e espalhados e compactados respei- tando-se os colchões de drenagem (14) entre as camadas de resíduos e também os canais (21) de escoamento das águas pluviais superficiais.
Em relação ao Plano de Ocupação da célula (100) que deverá estabelecer o número de camadas a serem preenchidas e a vida útil da célu- la (100), isto é, o tempo previsto para o seu preenchimento total, o mesmo é definido em função dos resultados obtidos nos estudos realizados para ga- rantir a estabilidade do maciço de resíduos, estabelecendo assim o número de camadas com suas alturas, e em função das quantidades comercialmen- te previstas para o recebimento dos resíduos das empresas geradoras.
Taludamento para a recomposição morfológica: Conforme a presente invenção, o remodeíamento topográfico obtido para a área previamente degradada pela mineração compreenderá o taludamento, isto é, a realização de terraplenagens simples (movimentações dos resíduos com cortes e aterros) buscando-se redesenhar a topografia original da área minerada por meio de taludes inclinados (22) com as alturas definidas pelas camadas de resíduos (13), e ainda com a construção de pla- tores horizontais (31) entre essas camadas para permitir a mobilidade das máquinas para operação das atividades.
Através deste procedimento, pretende-se remodelar a paisagem em harmonia morfológica com o entorno, de forma a atenuar o impacto visu- al, restaurar a forma original do local minerado e estabilizar o terreno fazen- do uso dos resíduos aterrados.
Na proposta de recuperação da invenção, depois de encerradas as atividades do aterro industrial, o remodelamento topográfico auxilia a re- cuperação biológica. Fazem parte deste processo, entre outras, espécies nativas da região (endêmicas), raras e ameaçadas de extinção.
Conforme a invenção, o termo "talude inclinado (22)" refere-se à parte externa de cada camada de resíduos (13), isto é, as partes que não se situam próximas às paredes da célula (100) ou confinadas entre as diversas camadas de resíduos (13), dito talude (22) sendo construído com angulação e altura máxima definidas em função dos estudos geotécnicos a serem reali- zados para garantir a estabilidade do maciço de resíduos. i) Enclausuramento final da célula (100) quando encerrada: Após o encerramento de uma célula (100) de resíduos em ater- ros industriais licenciados é necessário o enclausuramento final da mesma utilizando-se uma camada superior impermeabilizante, cuja função principal é impedir o contato das águas das chuvas com os resíduos ali dispostos, evitando-se assim a geração de líquidos percolados que obrigatoriamente devem ser tratados antes de serem lançados ao meio ambiente, eliminando assim custos operacionais. - No caso de célula (100) implantada em área enterrada: A Figura 7, que é uma representação esquemática do enclausu- ramento de uma célula (100) implantada em cava enterrada mostra detalhes do preenchimento com resíduos (13) em área minerada escavada abaixo do nível no solo, isto é, quando não ocorrerem paredes laterais verticais ou in- clinadas que resultem em alturas superiores às alturas máximas de implan- tação da manta (12) de polietileno de alta densidade.
Conforme mostra a representação esquemática da Figura 7, a proteção dos resíduos (13) ali dispostos, isto é, o enclausuramento da céíula (100) se dará com a implantação de uma camada de argila compactada (18) sobre a última camada de resíduos (13), e sobre a mesma um colchão de drenagem (14). O colchão de drenagem (14) permite o escoamento das águas das chuvas que infiltram por uma camada (26) de solo orgânico posicionada sobre o mesmo, possibilitando assim o crescimento da vegetação (27) pro- posta para o local. A espessura da camada (26) de solo orgânico é definida em fun- ção do projeto de revegetação proposto para o local. - No caso de célula (100) implantada em área não enterrada que resulte com paredes laterais verticais ou inclinadas: Nesse caso, as paredes laterais verticais ou inclinadas formadas pelas camadas de resíduos (13) incluem duas diferentes alternativas para a construção da camada impermeabilizante (18) que será responsável pelo enclausuramento da célula (100). A primeira alternativa é a construção de camada impermeabili- zante (18) sem a função estrutural, isto é, essa camada não terá a função de auxiliar na estabilidade do maciço de resíduos, mas somente a de isolar es- se maciço das águas pluviais que precipitarão sobre os mesmos. A Figura 8 é uma representação esquemática do enclausura- mento de célula (100) implantado em cava não enterrada sem camada estru- tural. O enclausuramento é construído utilizando uma camada de argi- la compactada (18) sobre a camada de resíduos (13), apoiando-se sobre a mesma um colchão de drenagem (14) que terá a função de drenar as águas pluviais que precipitarão na camada (26) de solo orgânico utilizado para o desenvolvimento da vegetação {27) que fará parte da recuperação vegeta- cional da área degradada. A segunda alternativa é a construção de uma camada imperme- abilizante e estrutural (28), a qual, nesse caso, além de garantir a não con- taminação das águas das chuvas que precipitarem sobre o local, deverá ter ainda a função de contribuir para a estabilização final dos taludes inclinados {22) de resíduos.
Para isso, propõe-se a utilização de técnicas mundialmente já aplicadas, a serem definidas a partir de ensaios geotécnicos do maciço de resíduos na medida em que for sendo preenchido.
Propõe-se, na presente invenção, que à medida que cada talude inclinado (22) seja finalizado ao longo do preenchimento da célula (100) com os resíduos (13), seja implementada a camada impermeabilizante e estrutu- ral (28) do dito talude, conforme mostra a Figura 8, cuja função será de grande importância para o objetivo final esperado que é a estabilidade de todo o maciço de resíduos.
As técnicas mundialmente já aplicadas úteis para o presente processo são a técnica da Cortina Atirantada e aquela do Solo Grampeado.
Conforme a invenção, o termo "camada impermeabilizante e es- trutural" (28) refere-se à estrutura de construção civil implantada na parte externa do talude inclinado (22), a qual resultará em uma superfície externa em concreto armado onde podem ser utilizadas as técnicas da cortina atiran- tada ou do solo grampeado, cujas funções são de impermeabilizar as cama- das de resíduos (13) da ação das águas das chuvas que precipitam sobre as mesmas, e também de contribuir com a estabilidade do maciço de resíduos. A Figura 9 ilustra a representação esquemática do enclausura- mento de célula (100) não enterrada com camada impermeabilizante e estru- tural (28). j) Revegetação sobre a camada impermeabilizante: - No caso de célula (100) implantada em cava enterrada: Geralmente, a técnica de revegetação por regeneração suces- sional natural, em que se isola a área degradada e remaneja-se apenas o solo para que a vegetação vizinha possa crescer em direção a ela englo- bando-a novamente é muito utilizada e têm-se obtido bons resultados finais na revegetação de áreas degradadas.
No caso de célula (100) implantada em área enterrada que não resulte após seu encerramento em topografia com declividades elevadas, a técnica de revegetação por regeneração sucessional natural atenderá as necessidades dos locais. - No caso de célula (100) implantada em cava não enterrada que resulte em taludes inclinados (22): Para paredes muito íngremes e altas, o que acontece na maioria das áreas degradadas pela mineração, a vegetação não tem capacidade de se fixar naturalmente. Nesta proposta de recuperação, o remodelamento topográfico a ser atingido auxiliará a recuperação biológica.
Com o encerramento do lançamento de resíduos na célula (100) e a conclusão das obras de implantação da camada (28) impermeabilizante e estrutural dos taludes inclinados (22) resultando em superfícies de concre- to armado, propõe-se o grampeamento, sobre essa camada, de mantas or- gânicas (29) para semeadura de espécies de vegetação primária para a for- mação de ilhas de vegetação (30) (Figura 9).
Esse grampeamento deverá ser realizado de forma espaçada, isto é, não necessariamente deverá recobrir toda a superfície de concreto armado resultante sobre as camadas de resíduos (13), e será definida em função do que se pretende recuperar vegetacionalmente em cada caso par- ticular.
Conforme a presente invenção, o termo "mantas orgânicas (29) para semeadura" significa mantas feitas com resíduos de vegetais, incluindo fibra de coco e similares, que servirão inicialmente para afixar a vegetação primária a ser semeada e que irão se decompor ao íongo do tempo, restan- do somente a vegetação que se desenvolveu e se fixou diretamente na ca- mada (28) impermeabilizante e estrutural. O termo "ilhas de vegetação (30)" corresponde aos locais posi- cionados sobre a camada (28) impermeabilizante e estrutural dos taludes inclinados (22) de resíduos (13) onde foram afixadas as mantas orgânicas (29) para semeadura para possibilitarem o desenvolvimento da vegetação.
Devido ao pouco substrato existente inicialmente nas mantas or- gânicas (29) para semeadura instalada para o desenvolvimento da vegeta- ção primária, essa, ao morrer, dará início ao processo de recuperação bioló- gica com a formação de um substrato mínimo para o desenvolvimento natu- ral de forma acelerada e monitorada de outras espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção presentes na flora local. k) Retirada das obras de construção civii (não representa- das graficamente): O objetivo final da invenção para a recuperação de área degra- dada pela mineração é a recuperação morfológica e ambientai do locai.
Sendo assim, após o encerramento das atividades de recebi- mento de resíduos, do enclausuramento da célula (100) e da recomposição vegetacional é fundamental a retirada das obras de construção civil implan- tadas (não representadas graficamente) para o normal funcionamento do aterro industrial de resíduos.
Essa retirada deve ser devidamente informada ao órgão ambien- tal fiscalizador, comprovando-se a destinação final adequada para os dife- rentes tipos de resíduos da construção civil gerados.

Claims (12)

1. Processo de recuperação ambiental de regiões de mineração extintas ou exauridas, através do aproveitamento de resíduos de mineração e/ou perfuração, caracterizado pelo fato de que compreende as etapas de: i) preparação da área ou "célula" a ser recuperada compreen- dendo: a) limpeza da referida célula, por meio da remoção, con- tenção ou realocação de rochas livres ou instáveis; b) construção de sistemas de drenagem na referida célula (incluindo seu entorno); e c) impermeabilização da superfície da referida célula; d) opcionalmente, construção de uma lagoa de acúmulo; ii) preenchimento da referida célula com resíduos de minera- ção e/ou perfuração; e iii) enclausuramento da referida célula preenchida com camada impermeabilizante.
2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende ainda iv) a revegetação da referida célula enclausu- rada.
3. Processo de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que, na etapa ii), os referidos resíduos de mineração são resíduos provenientes de mineração de rochas ornamentais e os referidos resíduos de perfuração são resíduos provenientes de poços de petróleo terrestres ou onshore, e são classificados na Classe ll-A e na Classe ll-B, conforme a norma NBR 10.004/2007.
4. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que o referido processo é assistido por unida- des de apoio administrativo.
5. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que as referidas regiões de mineração extintas ou exauridas são selecionadas a partir do grupo consistindo de minas, pe- dreiras, jazidas, encostas, montanhas, morros e depressões terrestres.
6. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende as etapas de: a) limpeza da dita área de mineração para remoção, conten- ção ou realocação de blocos rochosos livres ou instáveis que ainda se encontrem na área previamente lavrada, op- cionalmente os referidos blocos instáveis removidos per- manecem no local, sendo alternativamente retirados para uso comercial; b) construção dos sistemas de drenagem das águas pluviais precipitadas no entorno da dita célula (100), direcionando ditas águas diretamente aos corpos hídricos receptores; c) impermeabilização da superfície da área de mineração ex- tinta; d) construção do sistema de drenagem testemunha no fundo da célula (100) para detecção de vazamentos de líquidos percolados, opcionalmente as águas pluviais que precipi- tam sobre os resíduos (13) serem drenadas com auxílio de colchões (14) com espessura de aproximadamente 30,0 cm a aproximadamente 50,0 cm e constituídos de i) material drenante com granulometria entre 25 e 100 mm resultante da trituração dos casqueiros de blocos de granito da explo- ração, e ii) manta (11) de geotêxtil não tecido, ditos col- chões (14) sendo posicionados entre as diversas camadas de resíduos (13) a serem depositados na célula (100), em que os líquidos percolados drenados pelos colchões (14) são direcionados a canais (21) de formato trapezoidal para escoamento das águas superficiais instalados no lado ex- terno de cada camada de resíduos (13) e revestidos com manta (12), em que os ditos canais (21) adicionalmente co- letarem e encaminharem as águas das chuvas para desci- das d'águas (23) e as ditas descidas d'águas (23) as águas pluviais serem dirigidas para uma lagoa de acúmulo (24) para coleta e reuso industrial; e) construção do sistema de drenagem (104) dos líquidos per- colados - águas pluviais precipitadas - do interior da célula; f) construção de lagoa de acúmulo (24) para os líquidos per- colados drenados do interior da célula (100) com vistas ao reuso em processos industriais, alternativamente lança- mento em corpos hídricos; g) construção das unidades para apoio administrativo; h) remodelamento topográfico garantindo-se a estabilidade do maciço com o preenchimento da célula (100) com resíduos (13) e taludamento com taludes (22) para a recomposição morfológica, em que os referidos resíduos (13) são classifi- cados na Classe ll-A e Classe ll-B conforme NBR 10.004/2007 e compreendem resíduos de mineração de ro- chas ornamentais e/ou de perfuração de poços de petróleo onshore, opcionalmente, o descarregamento de resíduos (13) ocorre dentro da própria célula (100) e alternativamen- te em rampas construídas em alturas superiores ao nível fi- nal do maciço de resíduos (13), ditos resíduos sendo espa- lhados e compactados respeitando-se os colchões de dre- nagem (14) entre as camadas de resíduos e os canais de escoamento (21); i) enclausuramento final da célula encerrada com camada impermeabilizante (28); j) revegetação com ilhas de vegetação (30) sobre a camada impermeabilizante (28); e k) retirada das unidades para apoio administrativo, de modo que o local apresente-se como inicialmente existente; em que as laterais da célula (100) são protegidas por manta (12) para evitar contato direto das camadas de resíduos (13) com o mineral (20).
7. Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por a impermeabilização da parte inferior da célula (100) compreen- der na etapa c) colocar em camadas sucessivas a partir do mineral (20) re- manescente da exploração uma camada drenante (19) de brita dotada de tubo coletor perfurado (16) envolto por manta de geotêxtil não tecido (11), uma camada de argila compactada (18), uma camada de areia (17) o interior da mesma sendo dotado de tubo coletor perfurado (16) envolto por manta de geotêxtil não tecido (11), seguido de manta (12) e sobre a mesma uma ca- mada (15) de aproximadamente 30,0 cm a aproximadamente 40,0 cm de espessura de lama abrasiva desidratada para a proteção mecânica da man- ta (12) e um colchão de drenagem (14) de aproximadamente 30,0 cm a a- proximadamente 50,0 cm de espessura envolto em manta de geotêxtil não tecido (11) separando a dita manta (12) da primeira camada de resíduos (13) a ser utilizada para preenchimento da célula (100); o tubo coletor perfurado (16) compreender uma tubulação de di- âmetro compreendido entre 65 e 230 mm em PVC com área perfurada entre 80 a 240 cm*/metro para a drenagem de líquidos; a camada de argila compactada (18) compreender uma camada composta de argila com aproximadamente 0,80 ma aproximadamente 1,00 m de espessura, compactada com coeficiente de permeabilidade acima de K <1 x 10 ® cm/s
8, Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por instalar sob a dita manta (12) uma manta (10) de geocomposto se as paredes verticais da área a ser recuperada possuem altura superior à altura máxima de implantação da dita manta (12); e/ou uma manta (11) de geotêxtil não tecido se paredes verticais ou inclinadas na área a ser recuperada com altura superior à altura máxima de implantação da dita manta (12) estiverem ausentes.
9. Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por na etapa e) o sistema (104) de drenagem testemunha para detecção de va- zamentos de líquidos percolados compreender uma rede de tubos coletores perfurados (16) de diâmetro nominal entre 65 e 230 mm com área aberta perfurada de 80 a 240 cm2/m ligados na forma de espinha de peixe, assen- tados no interior de uma camada de areia (17) que suporta a manta (12), ditos tubos (16) sendo envoltos em manta (11), em que os ditos tubos cole- tores perfurados (16) são conectados a uma caixa de monitoramento (25) construída em concreto com fundo impermeabilizado de 50 x 50 cm e altura variável, dotada somente de tubulação de entrada para efetuar controles ambientais, dita caixa (25) sendo posicionada externamente a dita célula (100).
10. Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por adicionalmente na etapa h) a estabilidade do maciço de resíduos (13) ser garantida por taludes inclinados (22).
11. Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por a etapa i) de enclausuramento de célula implantada em cava enterrada compreender uma camada de argila compactada (18) sobre a última camada de resíduos (13) e sobre a mesma um colchão de drenagem (14) para esco- ar as chuvas infiltradas por uma camada (26) de solo orgânico, opcionalmen- te o solo orgânico (26) sendo utilizado para o crescimento de vegetação (27).
12. Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por alternativamente o enclausuramento da célula (100) compreender uma ca- mada impermeabilizante e estrutural (28), a qual compreende estrutura de construção civil implantada na parte externa dos taludes inclinados (22) re- sultando em uma superfície externa em concreto armado, opcionalmente fixa-se ainda sobre a dita camada impermeabilizante e estrutural (28) man- tas orgânicas (29) para semeadura de espécies de vegetação primária, in- cluindo aquelas feitas com resíduos de vegetais para a formação de ilhas de vegetação (30).
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