BR102012008870B1 - dispositivo ajustável ao corpo para treinamento de acessos vasculares - Google Patents

Abstract

DISPOSITIVO AJUSTÁVEL AO CORPO PARA TREINAMENTO DE ACESSOS VASCULARES. Patente de Invenção "Dispositivo Ajustável ao Corpo para Treinamento de Acessos Vasculares" consistindo de um corpo estrutural adaptável e fixado ao corpo do usuário que é composto de camadas superpostas ou integradas que mimetizam algumas camadas do corpo, tendo como constituintes principais uma mais externa que simula a pele, uma ou várias intermediárias que simula(m) o subcutâneo, vasos sanguíneos e uma profunda que é constituída por material resistente ao ponto de não permitir progressão de uma agulha através de si. O(s) canal(ais) que simula(m) os vasos sanguíneos é(são) conectado(s) em uma das extremidades a um reservatório de paredes deformáveis que uma vez comprimido, gera pressão positiva no interior dos mesmos (canais).

Description

[001] A presente invenção refere-se a um “DISPOSITIVO AJUSTÁVEL AO CORPO PARA TREINAMENTO DE ACESSOS VASCULARES” que tem por finalidade estabelecer um simulador capaz de permitir treinamento para obtenção de acessos vasculares com ganho não só em termos de habilidades, além de permitir ganho, também, nas atitudes envolvidas na relação profissional de saúde-paciente. A característica de ser ajustável ao corpo permite muito maior realismo ao treinamento, pois além de aperfeiçoamento da habilidade manual em si, há ganho em aspectos psíquicos e interpessoais.

[002] Os acessos vasculares, notadamente as punções venosas de membros superiores, estão seguramente entre os procedimentos mais realizados no âmbito da saúde, seja para colher amostras de sangue, administrar medicamentos, nutrientes, cristaloides, colóides, sangue, hemoderivados entre outros, seja para realizar os mais diversos procedimentos diagnósticos. Trata-se de um procedimento simples que, indiscutivelmente, salva muitas vidas diariamente. Embora seja tecnicamente simples, pode se revestir de surpreendente dificuldade na prática, daí a necessidade de seu treinamento. A simulação tem papel central onde a realização do referido treino ocorre sem riscos para pacientes e sem consequências negativas diante do insucesso. A simulação em dispositivos é preferida por evitar uso de animais nos quais existem dificuldades em seu manuseio e sofrimento dos mesmos. A desvantagem de se usar um dispositivo tipo manequim inanimado é que os aspectos psíquicos e interpessoais não são treinados de forma adequada, uma vez que o treinamento é realizado em um corpo inanimado.

[003] A presente invenção se enfrenta com os problemas supracitados no treinamento de acessos vasculares efetuados em simulador.

[004] Em função da situação descrita, surgiram diversas alternativas, a fim de resolver a problemática representada pela necessidade de treinamento na obtenção de acessos vasculares: as patentes US2686374, US2704897A, US2871584, US3789518 que funcionam em linhas gerais como um manequim inanimado para treinamento, ou seja, apenas oportunizam a prática de habilidades manuais em um contexto irreal, onde os aspectos psíquicos e interpessoais são desconsiderados, portanto são limitados e não permitem uma ambientação mais completa para o aprendizado da habilidade como um todo, que não pode ser entendida apenas como uma sucessão de passos mecânicos.

[005] Outras patentes buscaram a adaptação de dispositivos sobre o corpo dos usuários, mas ainda assim, não traziam o grau de realismo desejado em seu funcionamento, versatilidade ou simplicidade para seu uso: a patente CN201845491U se restringe à punção venosa do dorso da mão, a US2945304A descreve versatilidade, mas com sistema hidráulico pouco prático para gerar fluxo nos vasos simulados, já o “Phlebotomy Training Device” (US5839904A) não traz a conformação mais prática e realista de acionamento de fluxo, pois exige que o usuário use o outro membro ou necessite de um auxiliar para gerar pressão positiva nos vasos, pois o seu reservatório é conectado na extremidade proximal do dispositivo. As patentes JP2006317635A, WO2008011675, CN201918092 e JP2006195447A também não permitem geração de fluxo de líquido de modo mais realista, que seria a partir de contração voluntária do próprio membro do usuário no qual o dispositivo encontra-se fixado, etapa universalmente observada na prática de punção venosa, por exemplo.

[006] O objetivo da presente invenção “DISPOSITIVO AJUSTÁVEL AO CORPO PARA TREINAMENTO DE ACESSOS VASCULARES” é desenvolver um mecanismo capaz de simular com fidedignidade a obtenção de acessos vasculares com base em uma estrutura totalmente ajustável, fixa ao corpo, e que seja utilizada seguindo as mesmas etapas dos procedimentos realizados na prática, gerando, portanto, muito maior realismo.

[007] A invenção, “DISPOSITIVO AJUSTÁVEL AO CORPO PARA TREINAMENTO DE ACESSOS VASCULARES” proporciona a seguinte solução: desenvolver um dispositivo que dispensa uso de manequim inanimado e proporciona um meio de aprendizado em equipamento ajustável e fixado ao corpo do usuário e que exige as mesmas manobras necessárias na prática para obtenção de acessos vasculares, gerando muito maior realismo. O referido dispositivo pode ser composto de camadas superpostas ou integradas, tais camadas mimetizam algumas correspondentes do corpo, havendo uma camada mais superficial que simula a pele, uma ou várias intermediária(s) que simula(m) o subcutâneo e vasos sanguíneos (estes representados por canais distribuídos de forma diversa), e uma camada mais profunda construída de material resistente que evita, no momento da simulação, progressão da agulha através de si impedindo um acidente. O sistema de canais supradescritos pode possuir uma extremidade proximal em fundo cego, a distal é conectada a um reservatório de paredes deformáveis que, ao ser comprimido, preferencialmente pelo próprio usuário e pelo mesmo membro onde o dispositivo foi ajustado, gera pressão positiva nos citados canais, permitindo que o acesso vascular corretamente feito (que a agulha atinja a luz dos canais) possa ser constatada pela presença de líquido na luz do dispositivo para acesso vascular (Ex.: Jelco), tal qual ocorre em um procedimento real.

[008] Tomemos como exemplo a punção de veia periférica no ser humano: uma vez iniciado o treinamento, aquele que realizará a punção informará ao que encontra-se com o dispositivo ajustado ao corpo, o que será feito e qual o objetivo (tal qual numa situação real); em seguida, ajusta um garrote proximalmente ao dispositivo, a seguir é solicitado ao usuário que possui o dispositivo ajustado ao seu antebraço e mão, que realize preensão palmar por repetidas vezes (numa situação real isto provocaria ordenha do sangue venoso e facilitaria a punção); neste momento, o reservatório que se encontra na mão do usuário e é conectado à extremidade distal do sistema de canais será deformado e gerará uma pressão positiva no interior dos mesmos (canais). Após ser selecionado o canal (veia) a ser puncionado e, simulada a antissepsia, é realizada a punção propriamente dita: uma agulha transfixa plano por plano e ao ser alcançada a luz do canal, a pressão positiva gerada pela compressão do reservatório demonstrará que a punção foi adequadamente feita (líquido será eliminado através da agulha), caso a agulha transfixe o canal, esta não ferirá quem usa o dispositivo, uma vez que a camada mais profunda, por ser mais resistente, impedirá que isto aconteça.

[009] Para melhor compreensão do presente “DISPOSITIVO AJUSTÁVEL AO CORPO PARA TREINAMENTO DE ACESSOS VASCULARES” é feita, em seguida, uma descrição detalhada do mesmo, fazendo-se referencias aos desenhos abaixo listados que representam apenas uma concepção dos diversos modelos possíveis.

[010] Assim sendo:

[011] A FIGURA 1 (secções A, B, C, D, E e F) ilustra o dispositivo camada por camada (aqui são ilustradas 4 camadas).

[012] A FIGURA 2 - ilustra de forma esquemática como este exemplo de dispositivo é ajustável e fixado a um membro superior humano. Aqui é exemplificado o uso de correias (secção G).

[013] As FIGURAS 3, 4, 5 e 6 - ilustram o funcionamento do dispositivo note-se que a agulha (secção O da FIGURA 3) progride camada por camada: pele sintética (secção H da FIGURA 3), esponja (secção I da FIGURA 3), parede do canal (secção J da FIGURA 3) até atingir a luz do canal (secção L da FIGURA 3). A disposição do canal pode variar sendo mais ou menos superficial, ou seja, logo abaixo da pele sintética, imersa na camada de esponja ou abaixo da mesma, gerando progressivamente maior dificuldade e exigindo maior habilidade.

[014] A FIGURA ilustra situação na qual a agulha (secção O) progride demasiadamente e não ultrapassa a camada mais profunda do dispositivo (secção N).

[015] A FIGURA 7 ilustra a deformação do reservatório (secção D) que está conectado à porção distal do sistema de canais (não representado nesta figura) e a consequente pressão positiva no canal (secção C) e extravasamento de líquido (secção P).

[016] De acordo com estas ilustrações e em seus pormenores, mais particularmente as Figuras 1 a 7, o “DISPOSITIVO AJUSTÁVEL AO CORPO PARA TREINAMENTO DE ACESSOS VASCULARES” é constituído por um corpo estrutural composto por diversas camadas que mimetizam algumas do corpo. A mais superficial simula a pele (secção A da FIGURA 1), portanto idealmente deverá ter características delicadas e parecidas (Ex.: borracha, silicone, látex, etc), uma intermediária constituída por material que simula o tecido subcutâneo (secção B da FIGURA 1) (Ex.: esponja), uma camada constituída por canal(ais) (secção C da FIGURA 1) que simulam os vasos sanguíneos (Ex.: borracha, silicone , látex, etc) e uma camada mais profunda constituída por material resistente capaz de impedir progressão de uma agulha através de si (secção E da FIGURA 1) (Ex.: PVC, metal, etc) e portanto, protege o usuário que tem o dispositivo ajustado (secção F da FIGURA 1). O corpo estrutural supracitado deve se assemelhar com a unidade topográfica na qual será ajustado, seja um membro superior ou inferior ou outra (secção A da FIGURA 1), e tal ajuste/fixação ao corpo do usuário poderá ser feita por diversas maneiras tais como: faixas, correias (secção G da FIGURA 2) ou o corpo estrutural poderá ser “calçado” tal qual uma luva, ou ajustado de outras maneiras. O corpo estrutural, também, poderá ser montado camada a camada sobre o corpo do usuário, constituindo uma apresentação alternativa, ou todas as camadas podem ser integradas em uma única. Há um reservatório (secção D da FIGURA 2) de paredes deformáveis conectado ao(s) canal(ais) (secção C da FIGURA 2) que simulam os vasos sanguíneos, o referido reservatório, que está conectado à porção distal do sistema de canais poderá ser empunhado pelo usuário e ao ser comprimido gera pressão positiva no(s) citado(s) canal(ais) (FIGURA 7).

[017] A descrição supramencionada serve para estabelecer linhas gerais do dispositivo, facilitar sua compreensão e não possui intenção de restringir o invento apenas estritamente ao que foi descrito (poderia, por exemplo, ter sido descrito modelo para membro inferior), qualquer dispositivo equivalente, no princípio de funcionamento ou emprego, obviamente encontra-se contemplado na presente patente.

Claims (1)

1)“DISPOSITIVO AJUSTÁVEL AO CORPO PARA TREINAMENTO DE ACESSOS VASCULARES”, constituído por um corpo estrutural ajustável e fixado ao corpo do usuário e composto de camadas superpostas ou integradas que mimetizam as equivalentes do corpo tendo como constituintes uma mais externa que simula a pele (A), uma ou várias intermediária(s) que simula(m) o subcutâneo (B) e vasos sanguíneos (C) e uma profunda (E) que é resistente à progressão de uma agulha, caracterizado por o(s) canal (ais) que simulam os vasos sanguíneos ser (serem) conectado(s) em suas extremidades distais a um reservatório (D) de paredes deformáveis.

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