BRPI0901333B1 - composição auto-ignescente, método para sua preparação e uso da mesma em composições pesticidas - Google Patents

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Abstract

composição auto-ignescente, método para sua preparação e uso da mesma em composições pesticidas. a presente invenção revela uma composição pastosa destinada ao controle de pragas, mais especificamente insetos cujas colônias são subterrâneas ou crípticas. a composição da presente invenção é uma pasta auto-ignescente, isto é, entra em combustão incompleta, sem a necessidade de pavio, gerando uma fumaça que, por ser mais densa que o ar, pesada, com alto poder de penetração descendente, que não se disperse na atmosfera e seja capaz de penetrar em locais subterrâneos, como colônia de insetos crípticos, promovendo a erradicação dos mesmos. a invenção ainda fornece método de aplicação de pesticidas, métodos de fabricação de composição pastosa auto-ignescente e seu uso no controle de pragas tanto nas áreas externas agrícolas quanto nas áreas externas urbanas.

Description

Relatório Descritivo Composição Auto-ignescente, Método para sua Preparação e Uso da Mesma em Composições Pesticidas campo da invenção A presente invenção revela uma composição pastosa destinada ao controle de pragas, mais especificamente insetos cujas colônias são subterrâneas ou crípticas. A composição da presente invenção é uma pasta auto-ignescente, isto é, entra em combustão incompleta, sem a necessidade de pavio, gerando uma fumaça que, por ser mais densa que o ar, pesada, com alto poder de penetração descendente, que não se disperse na atmosfera e seja capaz de penetrar em locais subterrâneos, como colônia de insetos crípticos, promovendo a erradicação dos mesmos. A invenção ainda fornece métodos de fabricação desta composição e seu uso no controle de pragas tanto nas áreas externas agrícolas quanto nas áreas externas urbanas. antecedentes da invenção As formigas se distribuem no Mundo todo em cerca de 10.000 espécies ocupando praticamente todos os ecossistemas, com exceção das regiões de gelo perpétuo, exercendo um papel muito importante no contexto ecológico. Estes insetos sociais são responsáveis por tarefas importantes tais como a aeração do solo permitindo uma melhor distribuição de nutrientes e da umidade, transformando este solo em fértil e onde alguns vegetais encontram condições de colonizar (Caetano et al; “Formigas: biologia e anatomia”; 2002). Somente algumas espécies são consideradas praga. A maioria das espécies têm importante papel ecológico de reciclagem de nutrientes, possibilitando a estabilização de vários ecossistemas (Mariconi; “Insetos e outros invasores de residências”; 1999). A formiga acaba desempenhando o seu papel, mesmo Santos (Santos; “Os lnsetos”;página 185, 1985) afirma que “não há inseto que mais se assemelhe ao homem nas suas manifestações de vida social: são criadoras, agricultoras, caçadoras; escravizam seus semelhantes, roubam, conquistam, guerreiam e defendem seus lares, seus povoados, suas terras, com valentia e patriotismo”.
Todas as formigas pertencem a uma só família (Formicidae). Das 16 subfamílias, sete ocorrem no Brasil, pais onde se registrou maior número de espécies. Atualmente, cerca de 10.000 espécies são conhecidas, mas acredita-se que esse número deve dobrar quando as faunas das copas das árvores e do folhíço das florestas tropicais forem mais bem estudadas. Dois detalhes anatômicos podem distinguir as formigas de outros insetos da ordem Hymenoptera. Um deles é o primeiro segmento da antena, que em geral é mais comprido do que a cabeça. O outro é um pecíolo, segmento que une o tronco ao gáster.
Uma colônia de formigas pode conter uma ou várias rainhas, sendo por isso chamada de monogínica ou poligínica. As rainhas são fêmeas reprodutivamente férteis, fecundadas por um ou vários machos, que se ocupam em pôr ovos. Os ovos, por sua vez, podem ser férteis (fecundados ou não) ou inférteis (ovos tráficos). Dos ovos férteis não fecundados emergem os machos e dos ovos fecundados emergem as fêmeas, que segundo a alimentação posterior se convertem em rainhas ou operárias. Os ovos tráficos, que também podem ser colocados por operárias de algumas espécies, servem de alimento para as larvas da colônia.
As operárias são fêmeas estéreis, sem a capacidade de reprodução plena. Porém, no caso de operárias ovipositoras (que põem ovos), os ovos são tráficos ou só produzem machos. Operárias similares em aparência e tamanho são ditas monomórficas (mono= uma; morfo= forma); aquelas que apresentam formas e tamanhos distintos são polimórficas (poli= muitas; morfo= forma). Em alguns casos existe uma casta de operárias muito diferenciada, é a dos soldados. Esta é formada por indivíduos muito maiores que as demais operárias, possuindo mandíbulas muito desenvolvidas e cabeças muito grandes. A maioria das espécies de formigas têm hábitos oportunistas e dieta generalista. Isso sugere uma ampla distribuição pelos ecossistemas. Entretanto, com base no conhecimento sobre os padrões de distribuição, grande parte das espécies vive em regiões restritas. Nos trópicos, vivem as formigas-de-correição, em colônias com milhares de indivíduos. Essas formigas têm hábitos nômades. Na verdade, elas alternam períodos estacionários (quando se reúnem em acampamentos temporários) e períodos de deslocamento, em que toda a colônia se transfere de lugar. Durante os ciclos de deslocamento, acontecem os ciclos de produção de novos indivíduos.
Muitas formigas possuem na parte final do abdômen um ferrão, qué é ligado a glândulas. Com o ferrão elas injetam substâncias que paralisam suas presas; outras utilizam substâncias produzidas nessas glândulas para marcar trilhas, que serão usadas por suas companheiras. A vida em colônias e a dominância comportamental no solo e na vegetação tornaram as formigas responsáveis pelo controle da população de outros insetos, além de serem os primeiros decompositores a atacar carcaças de animais mortos nas matas tropicais.
As formigas são insetos cuja importância para a manutenção de nossos ecossistemas é parcialmente conhecida. Há muito que estudar a respeito, porém não há como negar a necessidade de conter o seu padrão de destruição das monoculturas. Do ponto de vista ecológico é importante que o homem aprenda a conviver em harmonia com estes insetos explorando os recursos da natureza de uma forma mais equilibrada. Mas, enquanto o homem não chega neste passo da evolução precisa garantir a produção das colheitas. Os diversos métodos de controle existentes no mercado até hoje reforçam essa importância.
As formigas constituem um exemplo de peste das que mais incomoda os seres humanos, tanto nas áreas urbanas quanto nas áreas rurais. Como são muito abundantes, as numerosas colônias desfolham a vegetação, sendo consideradas as principais pragas agrícolas no Brasil, com prejuízos estimados em milhões de reais. Alguns autores têm quantificado os estragos causados pelas formigas do gênero Atta spp. em diversas culturas e ambientes no Brasil.
Em pastagens, Amante (Amante; “O Biológico”; 1967) relatou os danos causados pela Atta capiguara e determinou que 10 sauveiros com 5 anos de idade que ocupam uma área de 715 metros quadrados consomem cerca de 21 kg de capim por dia, o que equivale ao consumo de 1 bovino em regime de pasto. Nas condições descritas acima as saúvas reduzem em 50% a capacidade do pasto. Dez sauveiros adultos por hectare podem cortar 25 quilos de forragem por dia, além de ocuparem 7% da área com terra solta dos sauveiros, o que reduz em 1,23 cabeças por hectare a capacidade de suporte destes pastos (Pacheco; "Biologia, Morfologia e Controle de Formigas cortadeiras no Brasil”; 1993). A produção de cana de açúcar também costuma ser prejudicada pela presença destes insetos. Em um trabalho de Amante (Amante; “Preliminary observations on the swarming behaviour of the leaf-cutting ant”; 1972) foi estimada uma perda da ordem de 1,74 toneladas de cana/ha/sauveiro por Affa capiguara, e de 4 toneladas de cana/hectare, para uma densidade média de 2,34 sauveiro/ha. O autor considera uma perda de 385,5 kg de açúcar/ha, considerando-se uma extração de 9,4% de açúcar/tonelada de cana. Um sauveiro maduro de saúva mata-pasto (Affa bisphaerica) pode ocasionar uma perda de 3,4 a 3,6 toneladas de cana/ha por ano, considerando-se um canavial com produtividade de 60 toneladas de cana/há (Pacheco; “Biologia, Morfologia e Controle de Formigas cortadeiras no Brasil”; 1993).
Oda e Berti Filho ("Incremento anual e volumétrico de Eucalyptus saligna em áreas de diferentes níveis de infestação de lagartas de Thyrínteina amobia"\ 1978) concluíram que árvores de Eucalyptus saligna com 100% de copa destruída por saúvas deixaram de produzir 40,4% da madeira que deveríam produzir durante o ano seguinte ao desfolhamento e que tais árvores, com 50% de copa destruída deixaram de produzir 13,2% de madeira. Em 1983, Moraes (falta a referência completa) generalizou que uma empresa florestal com área de 150.000 ha de eucaliptos plantados teria um prejuízo de 2,1% na produção, ou 470.000 metros cúbicos de madeira a cada ano devido ao ataque de formigas cortadeiras. Anjos et al. (“A Lagarta Parda”; 1987) observaram que árvores de Eucalyptus grandis desfolhadas aos seis meses de idade tiveram a mortalidade aumentada em 99,5%, a altura reduzida em 31,7%, o crescimento diamétrico diminuído em 25,1% e a produção de madeira reduzida em 61,6% em razão do corte por formigas. Cherret (“History of the leaf-cutting ant problems”; 1986) estimou que as florestas tropicais perdem cerca de 12 a 17% da sua produção apenas pela ação da Atta.
OS NINHOS DE FORMIGAS A maioria das formigas constrói um tipo de ninho particular à sua espécie, ainda que exista uma grande variedade de ninhos. Mas, uma mesma espécie pode construir mais de um tipo de ninho, dependendo das condições climáticas da região que habita, das facilidades que oferece o ecossistema ou, inclusive, da estação do ano. Sem dúvida, apesar desta enorme diversidade, podemos classificar os ninhos segundo a distribuição espacial em monodômicos (um só ninho) e polidômicos (uma mesma colônia utiliza vários ninhos de uma vez).
Outra forma de classificar os tipos de ninhos é segundo o ambiente em que são construídos, tais como: ninhos arbóreos (nas árvores), superficiais (acima do solo) e subterrâneos (dentro do solo). A presente invenção tem seu objetivo voltado principalmente para os ninhos subterrâneos, descritos a seguir.
NINHOS SUBTERRÂNEOS O NINHO DE Atta (SAÚVA) e Acromyrmex (QUEMQUEM) O ninho da formiga cortadeira de folhas e cultivadora de fungo do gênero Atta é um dos ninhos subterrâneos mais complexos conhecidos entre os insetos. O ninho maduro abarca um volume de aproximadamente 20 metros de diâmetro e 5 metros de profundidade. As saúvas vivem em formigueiros subterrâneos caracterizados por apresentarem numerosas câmaras (panelas) e galerias (canais que ligam panelas). Na superfície do solo, o sauveiro apresenta monte de terra solta e olheiros (orifícios das galerias que se comunicam com o exterior). Estas formigas cortam plantas do meio externo e transportam o material vegetal para o interior da colônia, nas panelas, a fim de cultivar um fungo simbionte (a saúva não vive sem o fungo e vice-versa) de cujas frutificações se alimentam e criam suas larvas. O fluxo de ar que penetra no ninho através dos olheiros mantém a temperatura do ninho constante e, por conseguinte a umidade relativa também. A concentração de dióxido de carbono (C02) é estritamente regulada nos ninhos. A câmara de lixo, geralmente colocada na parte mais profunda do ninho, é de maior dimensão que as demais, e é utilizada para produzir calor e dióxido de carbono, graças à ação da fermentação e da degradação bacteriana do lixo. Outras galeria chegam até os lençóis freáticos, a fim de fornecer a umidade requerida pela colônia. O NINHO DE Acromyrmex Outro tipo de espécie de inseto que incomoda muito a população em geral, e em especial áreas de plantação e indústrias de madeira e afins são os cupins. Os cupins ocorrem nas áreas tropicais e temperadas do mundo, entre os paralelos 52° N e 45° S. Reúnem-se todos na Ordem Isoptera (do grego, isos = igual, ptera = asas, pois os alados apresentam dois pares de asas quase iguais). A Ordem Isoptera tem mais de 2000 espécies descritas. Excluídos os fósseis, estão representados nas Américas por cerca de 90 gêneros em 5 famílias, com cerca de 640 espécies.
Cupins são insetos sociais. Assim, há completa interdependência entre os indivíduos. As comunidades possuem indivíduos de diferentes morfologias (castas), adaptadas ao trabalho que desempenham. As colônias de cupins apresentam, basicamente, três castas de indivíduos: alados, soldados e operários. Em uma colônia saudável também se encontram ovos e jovens. Soldados e operários são designadas castas neutras, por serem estéreis. Porém, diferentemente das abelhas e formigas (cujas castas não reprodutoras são compostas exclusivamente por fêmeas), soldados e operários de cupins preservam o sexo genético, bem como resquícios do aparelho genital e das gônadas, correspondentes ao respectivo sexo.
As comunidades de cupins vivem em ninhos. O conjunto comunidade e ninho constitui a colônia. O ninho varia enormemente em complexidade arquitetural, dependendo da espécie considerada. Pode ser representado por simples conjunto de túneis difusos pelo solo e sem padrão arquitetônico bem definido, até uma construção muito elaborada, de padrão bem definido e de grande beleza plástica. Alguns ninhos podem atingir grandes dimensões, seja em altura, seja em diâmetro. O ninho de um cupim africano, por exemplo, pode atingir quinze, metros de circunferência na base e quase 8 metros de altura. Algumas espécies fazem ninhos nos galhos das árvores, ou até mesmo cavam túneis nos troncos das árvores. Os ninhos preservam as condições microclimáticas (especialmente temperatura e umidade) adequadas à vida saudável de todos os indivíduos. Além de moradia o ninho provê segurança contra inimigos e contra as adversidades do meio ambiente. Nele se abrigam todos os indivíduos que não estão envolvidos em atividade externa de forrageamento (procura e coleta de alimento), os reprodutores e os imaturos em várias fases de desenvolvimento. A alimentação dos cupins é constituída basicamente de materiais de origem vegetal, que contém celulose, digerida à custa de um flagelado que vive em simbiose no seu aparelho digestivo. Os cupins desempenham papéis ecológicos fundamentais nos ecossistemas naturais. São importantíssimos na reciclagem dos nutrientes acumulados nos tecidos vegetais. Atuam na aeração e drenagem do solo, bem como transportam os nutrientes entre os seus perfis. Participam ativamente no processo de gênese de alguns tipos de solo. Mantém, também, complexas relações ecológicas (competição, simbiose, predação, parasitismo, comensalismo, etc) com diversas espécies de organismos. A famosa frase de SainfHilaire, naturalista francês que esteve no Brasii entre 1816 e 1822 ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil ainda é válida nos dias de hoje (Mariconi, “As Saúvas" 1970). Muito se caminhou em busca de alternativas viáveis e econômicas para o combate a esta praga, porém estas espécies de formigas denominadas popularmente de “cortadeiras” continuam a fazer grandes estragos em diversas culturas importantes e, por conseqüência causando grandes prejuízos. O controle das espécies chamadas de cortadeiras tem sido constante na agricultura. Conforme vimos antes, as perdas tem sido significativas e justificaram a entrada no mercado de inúmeras formulações químicas além, naturalmente, da implementação de uma série de métodos de manejo integrado e biológicos.
Na década de 30 utilizavam-se insufladores e gaseificadores que eram equipamentos usados na época para introduzir nos formigueiros as substâncias letais (bissulfeto de carbono, gás cianídrico, enxofre e arsênico, cloro e fósforo (MARICONI, F. A. M. As saúvas. São Paulo: Agronômica Ceres, 1970. 167 p.). Ao acompanhar os relatos observa-se que já era possível avaliar os bons resultados oferecidos com estes processos, que ainda eram embrionários, porém a tendência futura caminhava na direção da termonebulização como alternativa melhor, já que as espécies praga do gênero Atta costumam construir os seus ninhos em grandes profundidade e os tratamentos utilizando pós secos ou inseticidas líquidos com equipamentos pulverizadores e polvilhadeiras produzem resultados superficiais. O Brometo de Metila tem sido também uma opção para este controle porém, os altos custos de aplicação e elevada periculosidade no seu manuseio tem restringido o seu uso (Pacheco, “Biologia, Morfologia e Controle de Formigas cortadeiras no Brasil"; 1993). A utilização de organoclorados, principalmente iscas à base o dodecacloro, pois por possuir ação retardada nas concentrações adequadas, sendo assim eficaz como agente pesticida, foram, nos últimos 30 anos, as mais utilizadas no controle de formigas cortadeiras, dos gêneros Atta e Acromyrmex. No entanto, apesar da sua boa eficiência, praticidade e menor custo, as iscas à base de dodecacloro apresentavam os inconvenientes de serem de baixa degradação e persistentes no meio ambiente (J. C. Zanuncio et al.; “Uso da Isca Granulada de Sulfluramida 0,3%, no Controle de Atta sexdens rubropilosa''\ 1997). Dessa maneira, a preocupação com o meio ambiente passou a ser um fator importante a partir da década de 70, após a edição do famoso livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson. Antes desse fato, ativos pesticidas baseados em organoclorados eram largamente utilizados, o que acabou por ocasionar diversos casos relatados de contaminação de solos, lençóis freáticos, alimentos, e, por conseguinte, animais, plantas e pessoas. Os clorados foram então sendo pouco a pouco banidos do cenário mundial e as iscas para formigas passaram a ser formuladas com outros princípios ativos. A sulfluramida foi a alternativa ao uso do dodecacloro mais utilizada por possuir ação lenta, baixa resistência no ambiente e rápida degradação, além de produzirem resultados comparáveis aos obtidos com o uso de dodecacloro no combate à formigas (J. C. Zanuncio et ai.; “Uso da Isca Granulada de Sulfluramida 0,3%, no Controle de Atta sexdens rubropilosa”·, 1997). Estas iscas produziram excelentes resultados em campo, especialmente a formulação de sulfluramida 0,3% em 8 g/m2 de terra solta de sauveiro (J. C. Zanuncio et ai.; “Uso da Isca Granulada de Sulfluramida 0,3%, no Controle de Atta sexdens rubropilosa"·, 1997). A utilização de iscas para o controle de formigas é o processo mais usado no momento, mas algumas restrições, ho entanto, têm surgido. Uma delas diz respeito à aplicação propriamente dita: as iscas não toleram umidade e uma chuva após a sua distribuição anula o combate. Um outro problema diz respeito à aceitação por parte das formigas. Apesar de todas as espécies terem como objetivo o corte das folhas e carregar para o interior do formigueiro, algumas espécies não se interessam pelas iscas e continuam a destruir as culturas. Uma terceira questão é o meio ambiente já que as iscas podem ser francamente distribuídas podendo causar acidentes e poluição (Delia Lucia; “As formigas Cortadeiras”; 1993). A termonebulização é uma outra opção conhecida por sua eficiência, porém abandonada em razão de vários inconvenientes. Um deles é o alto custo do investimento inicial em equipamentos e de manutenção, além da dificuldade em transitar no campo com os equipamentos. Some-se a isso os custos de mão de obra de operação e manutenção, além de exigir muito do operador em campo (Delia Lucia; “As formigas Cortadeiras” 1993; Pacheco, “Biologia, Morfologia e Controle de Formigas cortadeiras no Brasil” 1993). Métodos clássicos de eliminação de insetos consistem em colocar o inseto em contato com substâncias tóxicas de forma a eliminá-lo. Diversas formas de pesticidas são conhecidas, e podemos ainda citar inúmeros meios alternativos para que se eliminem tais pragas. O documento US 6,294,576 descreve formulações pesticidas para controle de pragas como mosquitos, formigas, pulgas, moscas domésticas, etc. As formulações compreendem o uso da cipermetrina, entre outros, como princípio ativo pesticida, em associação com cloratos (como por exemplo, o clorato de potássio), derivados de tiouréia, entre outros ingredientes carreadores das formulações. As formulações descritas podem estar sob a forma de emulsões, soluções, pós, etc, podem ser voláteis ou não, e precisam do auxílio de um pavio para início da combustão e são aplicadas diretamente sobre os insetos a serem eliminados ou em seus habitats. O documento WO 2005/082877 descreve uma formulação pesticida que contém como princípio ativo pesticida piretróides e seus derivados. A patente ainda descreve diversas formas de obtenção desses compostos e formulações para eliminação de insetos como, mosquitos, carrapatos, formigas, pulgas domésticas, etc. A composição descrita pode estar na forma de emulsões, pós, em soluções aquosas ou suspensões, soluções oleosas, etc. O pedido de patente ainda descreve formulações inflamáveis, e de acordo com o documento, a formulação é útil para o controle de insetos e é aplicada diretamente sobre o inseto ou em seu habitat.
Um meio bastante utilizado é a produção de fumaça contendo o ativo pesticida para eliminação de pestes tanto subterrâneas quanto terrestres e aéreas, necessitando de uma fonte de calor, ou outro meio de ignição, para que a fumaça seja produzida. A fumaça produzida é capaz de se dissipar no ambiente, alcançando locais de difícil acesso e também cobrindo uma grande área: Diversos documentos falam de composições de fumaças pesticidas, dentre eles podemos citar o US 2005/255047, que descreve uma composição de fumaça contendo um biocida e/ou um composto fitofarmacêutico, onde a degradação de ingredientes é melhorada, evitando a formação de resíduos tóxicos tanto no ar quanto no solo.
Além desse, o documento US 5,464,457 descreve uma composição fumigante baseada em vapores de carbamatosi aplicada ao solo. No entanto, após a aplicação, o local é tampado para que não ocorra o escape de vapores para o ambiente, ficando concentrado no local de aplicação. A patente US 5,653,990 descreve uma formulação pesticida que contém como princípio ativo pesticida um derivado de éster, que, de acordo com o seu relatório descritivo, pode ser usado em conjunto com uma variedade de outros compostos pesticidas, entre eles a cipermetrina. O documento ainda descreve outros ingredientes, como clorato de potássio e o uso de óleos minerais e vegetais para a produção de diversas formulações, entre elas sendo citado formulações auto-comburentes capazes de gerar uma fumaça carreadora do agente pesticida. A formulação descrita pela atual invenção propõe como condição sine qua non a produção de uma fumaça mais densa que o ar, com poder de penetração descendente, permitindo assim que o princípio ativo pesticida alcance lugares de difícil acesso e de grandes profundidades, de forma intacta, sem degradar o princípio ativo pesticida e sem o alto risco de contaminação do ambiente à sua volta e do usuário. A literatura patentária traz muito pouca informação a respeito de tal melhoria a composições pesticidas, sendo a mais próxima encontrada o documento chinês CN 1044275, que relata o uso de fumaças pesadas para uso militar, levando medicamentos, e na agricultura. No entanto, não é mencionado seu uso em erradicação de pragas como formigas ou cupins e sua composição, por necessitar de uma enorme quantidade de NH4CI, difere da composição da presente invenção.
Em relação a composições auto-ignescentes, podemos citar o documento US 5,460,671, que descreve uma composição auto-ignescente para uso em veículos, composta por uma mistura de clorato de potássio e mono- ou dissacarídeos, e que tal mistura provoca uma diminuição da temperatura de autoignição para a faixa de 130-140°C. No entanto, não é previsto o uso dessa composição no combate de pragas, nem o uso de princípios ativos e muito menos a produção de uma fumaça densa.
Ainda, podemos citar os documentos US 3,248,287, US 3,723,615, US 3,819,823 e US 4,144,318 que revelam composições auto-ignescentes para combate a mosquitos (composições essas, popularmente conhecidas como varetas ou espirais), tais composições funcionam de maneira similar a um incenso, constituindo-se de mistura seca de pós e aglutinantes, com intuito de liberar fumaça menos densa que o ar para afastar mosquitos. Ou seja, difere da presente invenção por ser uma composição sólida seca, sensível a umidade, não apresentar a plasticidade da presente invenção, apresentar composições e finalidades diferentes.Em alguns casos de composições de fumaça há o inconveniente no que se refere à segurança do produto, pois para ocorrer a combustão da formulação para obtenção da fumaça, são utilizados diversos componentes comburentes, e assim, o risco de acidentes com explosões, ou queima descontrolada da formulação torna-se alto. Esse problema técnico veio a ser resolvido pela presente invenção de uma forma segura, onde a formulação é uma pasta auto-ignescente e a queima ocorre de maneira branda e controlada.
OBJETO DA INVENÇÃO É um objeto da presente invenção, uma composição pastosa auto-ignescente, ou seja, que dispensa o uso de pavios e de qualquer fonte externa de ignição, que promova combustão incompleta, de forma a gerar fumaça, e cuja fumaça produzida seja mais densa que o ar, com alto poder de penetração descendente. Mais especificamente, tal composição fornece uma combustão branda, contínua e controlada. É um adicional objeto da presente invenção uma composição capaz de produzir fumaça densa capaz de carrear um principio ativo, em especial um pesticida. Mais especificamente o princípio ativo pesticida é capaz de eliminar artrópodes, mais precisamente insetos. A fumaça que serve como carreadora do princípio ativo pesticida é mais densa que o ar, com alto poder de penetração descendente permitindo que o seu raio de atuação seja amplo e alcance profundas galerias típicas de diversas colônias de insetos e/ou pragas, fazendo assim com que sua ação seja concentrada nas colônias subterrâneas das pragas a serem eliminadas, de forma a minimizar contaminação do ar ambiente e do usuário, resultando numa maior eficiência do produto. É ainda objeto da seguinte invenção fornecer uma composição pesticida, que seja composta pela associação de um princípio ativo pesticida, espécies químicas combustíveis, cargas e aditivos. É ainda outro aspecto da presente invenção fornecer uma composição pesticida que seja envasada em embalagens, mais especificamente embalagens do tipo bisnagas descartável, de tamanhos e capacidades diversas, de fácil manipulação e utilização pelo usuário.
Em outra realização, a presente invenção fornece um método de aplicação de um ou mais princípios ativos pesticidas.
Esses e outros objetos da invenção serão melhor compreendidos e valorizados a partir da descrição detalhada da invenção.
DESCRICÃO DETALHADA DA INVENÇÃO A composição da presente invenção é resultado da combinação de diversos ingredientes, cujas proporções estão descritas na Tabela 1.
Tabela 01: Proporções da mistura Mistura Combustível Combustão ou queima é uma reação química exotérmica entre uma ou mais substâncias (combustíveis, associadas ou não a oxidantes) e um gás (comburente), usualmente oxigênio, para liberar calor. Em uma combustão completa, um combustível reage com um comburente, e como resultado se obtém compostos resultantes dessa reação , além de energia. Já em uma combustão incompleta, que acontece quando o suprimento de comburente é limitado, há a produção de fumaça, contendo subprodutos oriundos dessa queima incompleta. A fumaça pode ser definida como uma suspensão (aerosol) de pequenas partículas no ar, podendo tais partículas serem sólidas ou pequenas gotículas de líquidos. A composição da fumaça gerada depende da natureza do combustível e das condições de combustão.
Para efeitos desta invenção, “mistura combustível” será considerada como uma mistura de pelo menos um composto combustível e pelo menos um composto oxidante, capaz de promover uma combustão incompleta e a formação de fumaça mais densa que o ar. Essa fumaça produzida é suficiente para volatilizar o princípio ativo sem, no entanto promover sua degradação.
Substâncias úteis para serem utilizadas como compostos combustíveis incluem, mas não se limitam, a substâncias orgânicas conhecidamente combustíveis, em especial carboidratos e haletos orgânicos. Os carboidratos adequados para serem utilizados como combustíveis incluem monossacarldeos como, por exemplo, D-glicose, D-galactose, D-ribose; ácido pirúvico; ácido ascórbico; dissacarídeos como por exemplo sacarose, lactose, maltose, trealose, celobiose; trissacarídeos; tetrassacarídeos; alguns haletos orgânicos úteis na presente invenção incluem compostos com 1 a 6 átomos de carbono, ramificados ou não, contendo pelo menos um átomo da família dos halogênios, dentre os quais tal átomo é escolhido dentre F, Cl, Br e/ou I; pode-se ainda utilizar compostos contendo enxofre como por exemplo enxofre molecular e tiouréia.
Substâncias úteis para serem utilizadas como compostos oxidantes incluem sais inorgânicos nos quais os cátions destes sais sâo escolhidos do grupo que compreende metais alcalinos, metais alcalinos terrosos e mistura dos mesmos; e onde os ânions destes sais sâo escolhidos do grupo que compreende nitratos, perhalogenatos, halogenatos e mistura dos mesmos, em especial perclorato e clorato. A mistura combustível está presente numa faixa que varia de 20% a 65% p/p da formulação final. Em uma maneira preferida da invenção, a mistura combustível é composta por 2 agentes combustíveis, em especial a lactose, presente em uma faixa de concentração de 15% a 28% p/p em relação a composição total e o enxofre molecular, presente na faixa de 15% a 32% p/p em relação a composição total, em combinação com 1 agente oxidante, em especial o clorato de potássio, presente na formulação na faixa de 12% a 50% p/p em relação a composição total.
Princípio Ativo Para efeitos desta invenção a expressão “princípio ativo" engloba toda e qualquer molécula orgânica capaz de ser volatilizada pelo calor gerado com a auto-ignição da formulação sem contudo sofrer degradação química, e capaz de provocar um efeito desejado em um alvo pré-determinado. Em especial, esse efeito desejado é a diminuição da população de pestes agrícolas e/ou urbanas, como por exemplo formigas saúvas. Portanto, o princípio ativo pode ser classificado como inseticida, nematicida, entre outros.
Exemplos de ativos pesticidas úteis na presente invenção incluem, mas não se limitam a compostos organofosforados tais como fenitrotiona, fentiona, diazinona, clorpirifos, acefato, metidationa, disulfoton, DDVP, sulprofos, cianofos, dioxabenzofos, entre outros. Outros exemplos incluem carbamatos tais como BPMC, benfuracarbe, propoxur, carbosulfan, entre outros. Outros exemplos incluem compostos piretróides tais como etofenprox, fenvalerato, es-fenvalerato, fenpropatrina, cipermetrina, entre outros. Outros exemplos incluem compostos derivados da tiadiazina tais como buprofezina, derivados de nitroimidazolidina tais como Imidacloprid, derivados de nereistoxina tais como cartap, tiociclam e Bensultap entre outros. Outros exemplos ainda incluem o uso de compostos organofluorados, como por exemplo a sulfluramida e seus derivados. Outros exemplos ainda incluem o uso de compostos sintéticos orgânicos, como por exemplo os fenilpirazóis, como o fipronil. O uso de princípios ativos pertencentes ao grupo químico dos piretróides, em especial a Cipermetrina, são compostos preferenciais da presente invenção. Estes compostos apresentam amplo espectro de atividade, ação rápida, eficiência em pequenas doses, baixo poder residual e, adicionalmente, são praticamente atóxicos para mamíferos, quando comparados a outros inseticidas (Hirata, R.; Quim. Nova 1995, 18, 368). A presente invenção se utiliza de pelo menos um princípio ativo numa faixa de concentração de 5% a 10% p/p. Em um aspecto preferencial esse princípio ativo é a cipermetrina.
Carga Para efeitos desta invenção a expressão “carga" engloba toda e qualquer substância inorgânica e/ou orgânica, que é inerte à mistura combustível, e que assegura o tipo desejado de apresentação e/ou consistência à formulação final.
Substâncias úteis para serem utilizadas como carga incluem sais como sulfatos de metais alcalinos e/ou alcalinos terrosos, carbonatos de metais alcalinos e/ou alcalinos terrosos; óleos escolhidos dentre óleos orgânicos, tais como óleos de silicone e seus derivados, óleos minerais derivados do petróleo, óleos vegetais refinados de todos os tipos, como, por exemplo, óleos derivados de plantas da família Linaceae, em especial, o óleo de linhaça, derivados de plantas da família Fabaceae (soja), derivados de plantas da família Malvaceae (algodão), derivados de plantas da família Euphorbiceae (mamona). A presente formulação utiliza preferencialmente uma mistura de sulfato de magnésio, óleo de linhaça, óleo de silicone, alumina neutra, polifosfato de cálcio e dióxido de titânio como carga, sendo que essa mistura está presente em uma concentração que pode variar de 30% a 75% p/p.
Ingredientes Opcionais Além dos ingredientes fundamentais da invenção citados acima, pode-se adicionar ainda ingredientes acessórios da invenção, de forma a conferir características adicionais como, por exemplo, cor e odor à formulação. Diversas classes de compostos são consideradas adequadas para efeitos dessa invenção, como por exemplo, corantes, perfumes, estabilizantes, tensoativos.
Ingredientes opcionais incluem, mas não se limitam a, polissacarideos como a pectina, as gomas vegetais, como a goma xantana, goma guar, goma gelana, goma tragacanta, goma arábica; surfactantes, escolhidos dentre surfactantes aniônicos, como por exemplo, os surfactantes sulfosuccinatos (por exemplo, Aerosol® 510 fabricado pela Cytec) os C10-C18 alquil sulfatos e C10-C18 alquil sulfatos etoxilados; surfactantes não-ionicos como, por exemplo, compostos polietoxilados, em especial o nonilfenol polietoxilado; surfactantes catiônicos, como por exemplo, o cloreto de cetiltrimetil amônio; e surfactantes anfóteros como, por exemplo, a lecitina de soja; compostos fenólicos; ésteres ftálicos; corantes e/ou perfumes de forma a produzir uma fumaça mais densa e pesada que o ar, dotada de coloração e/ou odores; e misturas dos ingredientes citados acima. A formulação da presente invenção apresenta preferencialmente tais compostos aditivos numa faixa de concentração de 0% a 2% p/p.
Em uma realização adicional, a presente invenção fornece um método de aplicação de um ou mais princípios ativos pesticidas, tal método consiste em uma etapa inicial de acender a composição pastosa auto-ignescente em ambiente oxidante, etapa essa que consiste em fornecer energia de ativação suficiente para iniciar a combustão de uma composição pastosa auto-ignescente que compreende pelo menos uma substância comburente, pelo menos uma substância combustível e pelo menos um composto ativo pesticida em um ambiente suficientemente oxidante para provocar uma combustão completa da composição pastosa; em uma segunda etapa se diminui a exposição da composição pastosa ao ambiente oxidante, de modo a tornar a combustão do composto em combustão incompleta, gerando uma fumaça densa, pesada capaz de carrear o princípio ativo pesticida.
Em uma realização preferencial, o método de aplicação do princípio(s) ativo(s) pesticida(s) pode ser realizado através de compressão de um recipiente plástico contendo a composição pastosa de modo a expor uma fração da composição pastosa ao ar; fornecimento de energia de ativação para a combustão da parte exposta. Dessa forma, a parte exposta ao ar sofrerá uma combustão completa, fornecendo a energia de ativação necessária para iniciar a combustão incompleta da composição pastosa restante no recipiente (não exposta ao ar), resultando na liberação de fumaça carreadora do(s) princípio(s) ativo(s).
Para as finalidades da presente invenção “ambiente oxidante” compreende qualquer substância ou composição capaz de promover a combustão completa da presente invenção, podemos citar como exemplos de ambientes oxidantes o gás oxigênio, o ar atmosférico, entre outros.
Exemplos Os exemplos a seguir têm apenas a finalidade de ilustrar um meio de se realizar a invenção, não limitando assim o escopo da presente invenção. Portanto, os ingredientes podem ser outros desde que a composição pastosa mantenha as características auto-ignescentes e de produção de fumaça densa e pesada com alto poder de penetração descendente, assim como o princípio ativo pode ser alterado dependendo do objetivo da formulação, por exemplo, a diminuição ou erradicação da população de uma determinada espécie de praga que seja sensível a um tipo específico de princípio ativo.
Exemplo 1 Um exemplo de formulação pesticida preferencial de acordo com as informações descritas acima pode ser visualizado na Tabela 2 abaixo, assim como seu método de preparação e uso.
Tabela 02: Formulação de pesticida Exemplo 2 Outro exemplo de formulação pesticida de acordo com as informações descritas acima pode ser visualizado na Tabela 3 abaixo, assim como seu método de preparação e uso.
Tabela 03: Formulação de pesticida Exemplo 3 Um exemplo de formulação pesticida preferencial de acordo com as informações descritas acima pode ser visualizado na Tabela 4 abaixo, assim como seu método de preparação e uso.
Tabela 04: Formulação de pesticida Método de preparação A formulação da presente invenção possui um método de preparação, que compreende as seguintes etapas: a) preparar a mistura combustível - essa mistura é feita até a completa homogeneização dos sólidos que compõem a mistura combustível. No caso da formulação da Tabela 2, a mistura combustível foi feita através da mistura de clorato de potássio, enxofre, tiouréia e lactose; b) adicionar o princípio ativo à mistura da etapa a) - após homogeneizada, o princípio ativo é adicionado à mistura combustível, seguido de completa homogeneização. No caso da formulação da Tabela 2, o princípio ativo adicionado é a cipermetrina. c) opcionalmente adicionar os ingredientes opcionais da invenção à mistura da etapa b) - após homogeneizada, os ingredientes opcionais são adicionados à mistura combustível, seguido de completa homogeneização. No caso da formulação da Tabela 2, não há ingredientes opcionais. d) preparar a mistura de carga - essa mistura é feita até a completa homogeneização dos ingredientes que compõem a carga. Caso haja componentes líquidos e sólidos na carga, será realizada primeiramente uma mistura dos líquidos, e em seguida esse liquido homogêneo será adicionado ao sólido da carga. No caso da formulação da Tabela 2, a carga foi preparada através da mistura inicial de óleo de silicone e óleo de linhaça, e após homogeneização completa, essa mistura foi adicionada ao sulfato de magnésio, seguido de homogeneização completa. e) adicionar a mistura de carga obtida na etapa d) à mistura de ingredientes combustíveis, principio ativo e ingredientes opcionais obtida na etapa c), de modo a se obter a formulação final. A adição da mistura da etapa d) deve ser feita lenta e gradual, de forma que a pasta formada seja uniforme, consistente e homogênea. A presente invenção será então acondicionada em embalagens cujo material seja capaz de sofrer uma deformação para que a pasta seja expelida, como por exemplo, plásticos como PET, PP, laminado e metais e/ou ligas metálicas.
Preferencialmente o recipiente será na forma de bisnaga, podendo ser descartável, e de diversos tamanhos, desde que acondicione a quantidade desejada de formulação. A fumaça produzida, por ser mais densa e pesada que o ar começará a preencher as galerias e corredores mais profundos do formigueiro, e pelo fato de carrear um princípio ativo formicida, irá causar a erradicação ou diminuição da população de formigas daquele local.
No entanto, salienta-se que não só formigas seriam os alvos, mas sim qualquer outra praga críptica , como por exemplo, os cupins de montículos, que colonizam espaços fechados de difícil acesso.,. Ademais, tal formulação tem o intuito de ser utilizada tanto em áreas agrícolas, como pastagens, plantações, bem como em jardins e gramados das áreas urbanas em geral onde as formigas cortadeiras venham formar suas colônias.
REIVINDICAÇÕES

Claims (22)

1. Composição pastosa auto-ignescente, caracterizada por não necessitar do uso de pavio, por gerar uma fumaça mais densa que o ar, pesada, com alto poder de penetração descendente e compreender: a) 20% a 65% p/p de uma mistura combustível; b) 5% a 10% p/p de um princípio ativo; c) 30% a 75% p/p de uma carga; e d) 0% a 2% p/p de ingredientes opcionais sendo que: a mistura combustível compreende pelo menos um composto combustível; e pelo menos um composto oxidante; sendo que: o composto combustível é escolhido do grupo que compreende substâncias orgânicas conhecidamente combustíveis; monossacarídeos; ácido pirúvico; ácido ascórbico; dissacarídeos; trissacarídeos; tetrasacarídeos; haletos orgânicos com 1 a 6 átomos de carbono, ramificados ou não, contendo pelo menos um átomo escolhido dentre F, Cl, Br e/ou I; enxofre molecular, tiouréia; e mistura dos mesmos; o composto oxidante é escolhido do grupo que compreende sais inorgânicos onde os cátions são escolhidos do grupo que compreende metais alcalinos, metais alcalinos terrosos e mistura dos mesmos; e onde os ânions destes sais são escolhidos do grupo que compreende nitratos, perhalogenatos, halogenatos; e mistura dos mesmos; a carga é escolhida do grupo que compreende sulfatos de metais alcalinos e/ou alcalinos terrosos, carbonatos de metais alcalinos e/ou alcalinos terrosos; óleos de silicone e seus derivados, óleos minerais derivados do petróleo, óleos derivados de plantas da família Linaceae, óleos derivados de plantas da família Fabaceae, óleos derivados de plantas da família Malvaceae, óleos derivados de plantas da família Euphorbiceae e mistura dos mesmos; os ingredientes opcionais são escolhidos do grupo que compreende polissacarídeos, gomas vegetais, surfactantes aniônicos, surfactantes não-jônicos, surfactantes catiônicos, surfactantes anfóteros, compostos fenólicos, ésteres ftálicos, corantes, perfumes e misturas dos mesmos.
2. Composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pela mistura combustível compreender lactose, enxofre molecular e clorato de potássio.
3. Composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 2, caracterizada pelo fato da lactose estar presente em uma concentração de 15% a 28% p/p, o enxofre molecular presente na faixa de 15% a 32% p/p, e o clorato de potássio presente na faixa de 12% a 50% p/p.
4. Composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo princípio ativo ser escolhido do grupo que compreende compostos organofosforados e derivados, carbamatos e derivados, piretróides e derivados, derivados da tiadiazina, derivados de nitroimidazolidina, derivados de nereistoxina, compostos organofluorados e derivados, fenilpirazóis e mistura dos mesmos.
5. Composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 4, caracterizada pelo princípio ativo compreender cipermetrina.
6. Composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pela carga ser escolhida do grupo que compreende sulfato de magnésio, óleo de silicone, óleo de linhaça, óleo de mamona, alumina neutra; e mistura dos mesmos.
7. Composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 6, caracterizada pela carga compreender sulfato de magnésio, óleo de silicone e óleo de linhaça.
8. Método de preparação de uma composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pela composição pastosa auto-ignescente não necessitar do uso de pavio, gerar uma fumaça mais densa que o ar, pesada, com alto poder de penetração descendente e o método compreender as etapas de: a) preparar a mistura combustível; b) adicionar o princípio ativo à mistura da etapa a); c) opcionalmente, adicionar os ingredientes opcionais à mistura da etapa b); d) preparar a mistura de carga; e e) adicionar a mistura de carga obtida na etapa d) à mistura de ingredientes combustíveis e princípio ativo obtida na etapa b) ou à mistura de ingredientes combustíveis, princípio ativo e ingredientes opcionais obtida na etapa c).
9. Método, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pela mistura da carga da etapa d) compreender as etapas de: a) homogeneizar os ingredientes líquidos; e b) adicionar os ingredientes sólidos ao ingrediente líquido.
10. Método, de acordo com as reivindicações 8 e 9, caracterizado por compreender adicionalmente uma etapa de envase da composição pastosa auto-ignescente em uma embalagem.
11. Método, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pela embalagem ser constituída de material plástico, laminado ou não, metais e/ou ligas metálicas.
12. Método de aplicação de pesticida, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender as etapas de: exposição de composição pastosa auto-ignescente a um ambiente suficientemente oxidante para promover a combustão completa da composição; fornecer energia de ativação suficiente para iniciar a combustão da composição pastosa auto-ignescente; diminuir a exposição da composição pastosa ao ambiente oxidante, de modo a tornar a combustão da composição uma combustão incompleta, gerando uma fumaça densa, pesada, capaz de carrear o princípio ativo pesticida.
13. Método de aplicação de pesticida, de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato do ambiente suficientemente oxidante ser o ar atmosférico.
14. Uso de uma composição pastosa auto-ignescente, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pela composição não necessitar do uso de pavio, gerar uma fumaça mais densa que o ar, pesada, com alto poder de penetração descendente e ser destinada ao controle de pragas agrícolas (formigas e cupins) e em jardinagem.
15. Uso, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato da composição pastosa auto-ignescente ser posicionada na entrada das colônias das pragas.
16. Uso, de acordo com a reivindicação 15, caracterizado pela colônia ser subterrânea ou críptica.
17. Uso, de acordo com as reivindicações 14 a 16, caracterizado pelas pragas serem artrópodes.
18. Uso, de acordo com a reivindicação 17, caracterizado pelos artrópodes serem insetos.
19. Uso, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelos insetos serem escolhidos do grupo que compreende formigas, cupins e mistura dos mesmos.
20. Uso, de acordo com a reivindicação 19, caracterizado pelas formigas serem escolhidas do grupo que compreende espécies pertencentes ao gênero Atta e Acromyrmex.
21. Uso, de acordo com a reivindicação 19, caracterizado pelos cupins serem escolhidos do grupo que compreende as espécies que produzem montículos no solo.
22. Uso, de acordo com as reivindicações 14 a 21, caracterizado pelo ambiente ser rural e/ou urbano.
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