BR112013022841B1 - método para determinação e fabricação de uma lente oftálmica progressiva e conjunto de dados - Google Patents

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Abstract

MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DE UMA LENTE OFTÁLMICA PROGRESSIVA. A presente invenção refere-se a um método para determinação de uma lente oftálmica progressiva em que: um primeiro ou um segundo eixos geométricos de referência (?1, ?2) é determinado, sendo que o primeiro eixo geométrico de referência é definido em um valor compreendido entre [?T? 20°, ?T + 20°], com ?T sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo sobre uma primeira porção temporal (Portion1), e o segundo eixo geométrico de referência é definido em um valor compreendido entre [?N ? 20°, ?N + 20°], com ?N sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo sobre uma segunda porção nasal (Portion2); sobre a primeira porção, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência é superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência (SPH(?1) > SPH(??1)); ou sobre a segunda porção, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência é superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência (SPH(?2) > SPH(??2)). O método permite uma distorção aprimorada sem degradar o desempenho em termos de correção do defeito de potência óptica e astigmatismo residual óptico. Isso resulta em (...).

Description

Campo da Invenção
[001] A presente invenção refere-se a um método para deter minar uma lente oftálmica progressiva. A invenção refere-se, adicionalmente, a uma lente oftálmica progressiva, a um método para a fabricação de um par de lentes oftálmicas progressivas, a um conjunto de aparelhos para a fabricação de um par de lentes oftálmicas, a um conjunto de dados, a um produto de programa de computador e a um meio legível por computador associado a esse método. A invenção também se refere a um bloco bruto de lente semiacabada e a um método para a fabricação de tal bloco bruto.
Antecedentes da Invenção
[002] A um usuário pode ser prescrita uma correção de potência óptica positiva ou negativa. Para usuários presbiópicos, o valor da correção de potência é diferente em visão para longe e visão para perto, devido às dificuldades de acomodação na visão para perto. A prescrição, então, compreende um valor de potência de visão para longe e uma adição que representa o incremento de potência entre a visão para longe e a visão para perto. A adição é qualificada como adição prescrita. As lentes oftálmicas para usuários presbiópicos são lentes multifocais, sendo que as mais adequadas são lentes multifocais progressivas.
[003] A prescrição oftálmica pode incluir um astigmatismo pres crito. Tal prescrição é produzida pelo oftalmologista na forma de um par formado por um valor de eixo geométrico (em graus) e um valor de amplitude (em dioptrias). O valor de amplitude representa a diferença entre potência mínima e máxima em uma direção dada que permite a correção do defeito visual de um usuário. De acordo com a convenção escolhida, o eixo geométrico representa a orientação de uma de duas potências em relação a um eixo geométrico de referência e no sentido da rotação escolhida. Normalmente, a convenção TABO é usada. Nessa convenção, o eixo geométrico de referência é horizontal e o sentido de rotação é anti-horário para cada olho, ao olhar para o usuário. Um valor de eixo geométrico de +45°, portanto, representa um eixo geométrico obliquamente orientado, que ao olhar para o usuário, se estende a partir desde o quadrante localizado acima e à direita até o quadrante localizado abaixo à esquerda. Tal prescrição de astigmatismo é medida no usuário que olha em visão para longe. O termo "astigmatismo" é usado para designar o par (amplitude, ângulo); apesar de esse uso não ser estritamente correto, esse termo também é usado para se referir à amplitude do astigmatismo. A pessoa versada na técnica pode entender a partir do contexto qual significado deve ser considerado. Também é conhecido pela pessoa versada na técnica que a potência prescrita e o astigmatismo de um usuário são normalmente chamados de esfera SPH, cilindro CYL e eixo geométrico. A Figura 1 é uma ilustração esquemática da prescrição expressa em referencial TABO desejado para o olho esquerdo de um usuário. O eixo geométrico da prescrição (65° aqui) proporciona a direção da potência menor que é, nesse caso, 3,50 δ, enquanto que a potência maior está ao longo da direção que é perpendicular ao eixo geométrico da prescrição e seu valor corresponde a +3,50 δ + 0,25 δ = 3,75 δ. A potência média (também chamada de esfera média SM) é a média aritmética da potência menor e a potência maior e é igual a 3,625 δ.
[004] Conforme explicado acima, as lentes mais adequadas para usuários presbiópicos são lentes multifocais progressivas. Entretanto, tais lentes induzem defeitos ópticos que devem ser minimizados a fim de satisfazer o usuário. Quando uma imagem percebida por um usuário é formada através de uma lente, ocorrem inúmeros fenômenos que degradam os desempenhos de imageamento de uma lente. O defeito de potência, defeito de astigmatismo e aberrações de alta ordem são exemplos de defeitos ópticos que impactam na qualidade óptica da imagem, assim, reduzindo sua nitidez e seu contraste. Os defeitos ópticos também modificam a aparência do objeto percebido pelo usuário. De fato, um objeto pode parecer distorcido (o formato da imagem é modificado) e/ou deslocalizado em comparação com o objeto.
[005] Ao projetar uma lente multifocal progressiva, procura-se, então, reduzir o tanto quanto possível os defeitos ópticos, mesmo que não seja possível cancelá-los completamente devido ao incremento de potência. Assim, procura-se também espalhar os defeitos de tal forma que a visão do usuário seja a menos afetada pelos defeitos ópticos restantes.
[006] A pessoa versada na técnica sabe como compensar os de feitos ópticos que compreendem, entre outros, o defeito de potência e defeito de astigmatismo conforme descrito nos EP-A-0.990.939, US-A- 5.270.746 (EP-A-0.461.624) e WO-A-98 12590. O projetista de lente tem que lidar com duas restrições contraditórias ao compensar os defeitos ópticos. Por um lado, ele precisa projetar zonas centrais amplas para dotar o usuário de visão confortável, durante a leitura, por exemplo. Isso pode ser feito afastando os defeitos ópticos em zonas laterais do campo de visão, desse modo, produzindo gradientes significativos na periferia do campo de visão que impactam na visão dinâmica. Por outro lado, o projetista precisa limitar os gradientes na periferia do campo de visão para aprimorar a visão dinâmica; isto é prejudicial ao tamanho da zona de visão central. Métodos conhecidos obrigam a um compromisso entre desempenhos de visão central e periférica.
[007] Além disso, os métodos mencionados acima apenas consi deram critérios ópticos que, em primeiro lugar, aprimoram ou degradam a nitidez da imagem percebida pelo usuário. Por exemplo, são tratados critérios de potência, astigmatismo e ordem de aberração mais elevada. O projetista de lente realizará um compromisso entre esses critérios para limitar a distorção da imagem percebida através da lente. Assim, as lentes são tipicamente um compromisso entre a nitidez e a deformação de imagem.
Sumário da Invenção
[008] O objetivo da presente invenção é suavizar, pelo menos parcialmente, as desvantagens mencionadas acima.
[009] Mais particularmente, a invenção visa aprimorar o conforto de uso de uma lente oftálmica para o usuário para o qual a lente é destinada, aprimorando o desempenho da lente em relação à deformação de imagem, isto é, distorção enquanto garante uma boa nitidez.
[0010] Esse objetivo é alcançado com um método para determinar uma lente oftálmica progressiva, sendo que as lentes compreendem um meridiano principal que separa a lente em uma área nasal e uma área temporal, sendo que o método compreende as etapas de: - escolher uma função óptica alvo apropriada ao usuário, sendo que a função óptica alvo define, para cada direção do olhar quando a lente é usada, uma potência refrativa, um módulo de astigmatismo e um eixo geométrico de astigmatismo, sendo que cada direção do olhar corresponde a um ângulo de abaixamento e a um ângulo azimutal; - definir uma primeira superfície da lente e uma segunda superfície da lente, sendo que cada superfície tem em cada ponto um valor de esfera média, um valor de cilindro e um eixo geométrico de cilindro, - definir pelo menos uma primeira porção na área temporal e pelo menos uma segunda porção na área nasal; - para pelo menos uma dentre a primeira ou a segunda porção da primeira superfície, determinar respectivamente um primei- ro ou um segundo eixo geométrico de referência, sendo que o primeiro eixo geométrico de referência é ajustado a um valor compreendido entre [YT - 20°, YT + 20°] com YT sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo da função óptica alvo para direções de olhar que cruzam a primeira superfície sobre a primeira porção temporal, e o segundo eixo geométrico de referência sendo ajustado a um valor compreendido entre [yN - 20°, yN + 20°] com yN sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo da função óptica alvo para direções de olhar que cruzam a primeira superfície ao longo da segunda porão nasal; - modificar a primeira superfície, tal que: - sobre a primeira porção, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência; ou - sobre a segunda porção, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência.
[0011] De acordo com uma modalidade, os primeiro e segundo eixos geométricos de referência são determinados respectivamente para a primeira e segunda porções da primeira superfície e a primeira superfície é modificada tal que: - sobre a primeira porção, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência; e - sobre a segunda porção, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência.
[0012] De acordo com outra modalidade, o primeiro eixo geométri co de referência é determinado para a primeira porção da primeira superfície e em que a primeira superfície é modificada, tal que: - sobre a primeira porção, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência; e - sobre a segunda porção, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência.
[0013] De acordo com outra modalidade, o segundo eixo geomé trico de referência é determinado para a segunda porção da primeira superfície e em que a primeira superfície é modificada, tal que: - sobre a primeira porção, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência; e - sobre a segunda porção, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência.
[0014] De acordo com uma modalidade, a primeira superfície é modificada, tal que a primeira superfície seja uma superfície tórica com um eixo geométrico de cilindro em cada ponto ajustado ao eixo geométrico de referência determinado.
[0015] O método de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o eixo geométrico médio de astigmatismo da função óptica alvo é o eixo geométrico médio de astigmatismo prescrito ou o eixo geométrico médio de astigmatismo total ou o eixo geométrico médio de astigmatismo residual para direções de olhar que cruzam a primeira superfície sobre a porção considerada.
[0016] De acordo com uma modalidade, o método compreende adicionalmente uma etapa de modificação da segunda superfície para cumprir a função óptica alvo.
[0017] De acordo com uma modalidade, o primeiro eixo geométrico de referência é ajustado ao eixo geométrico médio de astigmatismo sobre a primeira porção temporal e em que o segundo eixo geométrico de referência é ajustado ao eixo geométrico médio de astigmatismo sobre a segunda porção nasal.
[0018] De acordo com uma modalidade, cada eixo geométrico de referência respectivo é definido por otimização óptica para minimizar a distorção ao longo da porção respectiva.
[0019] De acordo com uma modalidade, a primeira superfície tem uma parte superior constituída por pontos de interseção com direções de olhar que correspondem a um ângulo de abaixamento negativo e uma parte inferior da lente constituída por pontos de interseção com direções de olhar que correspondem a um ângulo de abaixamento positivo, sendo que um eixo geométrico vertical é definido com base em micromarcações da lente, sendo que a primeira superfície também é modificada, tal que: - sobre a primeira porção, o valor de esfera média diminua ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical orientado a partir da parte superior até a parte inferior, e - sobre a segunda porção, o valor de esfera média diminua ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical orientado a partir da parte superior até a parte inferior.
[0020] A invenção também se refere a uma lente oftálmica pro gressiva que tem, quando é usada e para cada direção do olhar, uma potência refrativa, um módulo de astigmatismo e um eixo geométrico de astigmatismo, sendo que cada direção do olhar corresponde a um ângulo de abaixamento e a um ângulo azimutal, sendo que a lente compreende uma primeira superfície e uma segunda superfície, cada superfície tendo em cada ponto um valor de esfera média, um valor de cilindro e um eixo geométrico de cilindro, sendo que o eixo geométrico de cilindro é o eixo geométrico da esfera máxima, em que as lentes compreendem um meridiano principal que separa a lente em uma área nasal e uma área temporal, em que a primeira superfície tem: - em pelo menos uma primeira porção da área temporal, em que um eixo geométrico de cilindro está compreendido entre [YT- 20°; YT+20°], em que YT é o eixo geométrico médio de astigmatismo da lente ao longo da porção considerada; ou - em pelo menos uma segunda porção da área nasal, em que um eixo geométrico de cilindro está compreendido entre [yN-20°; yN+20°], em que yN é o eixo geométrico médio de astigmatismo da lente ao longo da porção considerada.
[0021] De acordo com uma modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, sendo que um eixo geométrico de cilindro está compreendido entre [yT-20°; yT+20°], em que yT é o eixo geométrico médio de astigmatismo da lente ao longo da porção considerada; e - na segunda porção da área nasal, sendo que um eixo geométrico de cilindro está compreendido entre [yN-20°; yN+20°], em que yN é o eixo geométrico médio de astigmatismo da lente ao longo da porção considerada
[0022] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, um eixo geométrico de cilindro que está compreendido entre 90° e 180°; e - na segunda porção da área nasal, um eixo geométrico de cilindro, de modo que a diferença de ângulo em valor absoluto en- tre o eixo geométrico de cilindro na primeira porção e o eixo geométrico de cilindro na segunda porção é superior a 20° (|YAX_T - YAX_N | > 20°), em que o eixo geométrico de cilindro é definido como o eixo geométrico da esfera máxima.
[0023] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, um eixo geométrico de cilindro igual a 155° mais ou menos 20°, e - na segunda porção da área nasal, um eixo geométrico de cilindro igual a 27° mais ou menos 20°.
[0024] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre 0° e 90°; e - na segunda porção da área nasal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre 0° e 90° e, de modo que a diferença de ângulo em valor absoluto entre o eixo geométrico de cilindro na primeira porção e o eixo geométrico de cilindro na segunda porção seja superior a 20° (|YAX_T - YAX_N | > 20°), sendo que o eixo geométrico de cilindro é definido como o eixo geométrico da esfera máxima.
[0025] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre 0° e 70°; e - na segunda porção da área nasal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre 0° e 70°, sendo que o eixo geométrico de cilindro é definido como o eixo geométrico da esfera máxima.
[0026] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre 110° e 180°; e - na segunda porção da área nasal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre 110° e 180°, sendo que o eixo geométrico de cilindro é definido como o eixo geométrico da esfera máxima.
[0027] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre [YT-20°; YT+20°]; e - na segunda porção da área nasal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre [YT-20°; YT+20], sendo que YT é o eixo geométrico médio de astigmatismo da lente sobre a primeira porção da área temporal.
[0028] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem: - na primeira porção da área temporal, um eixo geométri co de cilindro compreendido entre [YN-20°; YN+20°]; e - na segunda porção da área nasal, um eixo geométrico de cilindro compreendido entre [YN-20°; YN+20], em que YN é o eixo geométrico médio de astigmatismo da lente sobre a primeira porção da área nasal.
[0029] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem um eixo geométrico de cilindro na segunda porção da área nasal igual ao eixo geométrico de cilindro na primeira porção da área temporal.
[0030] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície é uma superfície tórica.
[0031] De acordo com uma modalidade, o eixo geométrico de as tigmatismo é o eixo geométrico de astigmatismo prescrito ou é o eixo geométrico de astigmatismo residual da lente nas porções consideradas ou é o eixo geométrico de astigmatismo total da lente nas porções consideradas, sendo que o astigmatismo total é a combinação entre o astigmatismo residual e o astigmatismo prescrito.
[0032] De acordo com outra modalidade, a lente tem, quando usa da, uma parte superior definida para direções de olhar que correspondem a um ângulo de abaixamento negativo e uma parte inferior definida para direções de olhar que correspondem a um ângulo de abaixamento positivo, sendo que um eixo geométrico vertical é definido com base em micromarcações da lente e em que a primeira superfície tem: - em pelo menos uma primeira porção da área temporal, um valor de esfera média que diminui ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical orientado a partir da parte superior até a parte inferior; - em pelo menos uma segunda porção da área nasal, um valor de esfera média que diminui ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical orientado a partir da parte superior até a parte inferior.
[0033] De acordo com outra modalidade, a primeira superfície tem um valor de esfera média que permanece substancialmente constante ao longo do meridiano.
[0034] A invenção também se refere a um produto de programa de computador que compreende uma ou mais sequências de instrução armazenadas que são acessíveis a um processador e que, quando executadas pelo processador, levam o processador a executar as etapas do método da invenção. A invenção também se refere a um meio legível por computador que executa uma ou mais sequências de instruções do produto de programa de computador da invenção. A invenção se refere adicionalmente a um conjunto de dados que compreende dados relacionados a uma primeira superfície de uma lente determinada de acordo com o método da invenção.
[0035] A invenção também se refere a um método para a fabrica ção de uma lente oftálmica progressiva, que compreende as etapas de: - fornecer dados relativos aos olhos de um usuário, - transmitir dados relativos ao usuário, - determinar uma primeira superfície de uma lente de acordo com o método da invenção, - transmitir dados relativos à primeira superfície, - executar uma otimização óptica da lente com base nos dados transmitidos relativos à primeira superfície, - transmitir o resultado da otimização óptica, - fabricar a lente oftálmica progressiva de acordo com o resultado da otimização óptica.
[0036] A invenção se refere adicionalmente a um conjunto de apa relhos para a fabricação de uma lente oftálmica progressiva, em que os aparelhos são adaptados para executar etapas de tal método.
[0037] A invenção também se refere a um método para a fabrica ção de um bloco bruto de lente semiacabada que compreende as etapas de: - definir uma primeira superfície e uma segunda superfície inacabada, sendo que a primeira superfície tem em cada ponto um valor de esfera média e um valor de cilindro e um eixo geométrico de cilindro; - escolher as funções ópticas alvo adequadas para um dado conjunto de prescrição, sendo que a função óptica alvo define, para cada direção do olhar quando a lente é usada, uma potência re- frativa, um módulo de astigmatismo e um eixo geométrico de astigmatismo, sendo que cada direção do olhar corresponde a um ângulo de abaixamento e a um ângulo azimutal; - definir um meridiano principal que separa a primeira superfície em uma área nasal e uma área temporal; - definir pelo menos uma primeira porção na área temporal e pelo menos uma segunda porção na área nasal; - para pelo menos uma dentre a primeira ou a segunda porções da primeira superfície, determinar, respectivamente, um primeiro ou um segundo eixo geométrico de referência, sendo que o primeiro eixo geométrico de referência é ajustado a um valor compreendido entre [YT - 20°, YT + 20°] com YT sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo da função óptica alvo para direções de olhar que cruzam a primeira superfície sobre a primeira porção temporal, e o segundo eixo geométrico de referência é ajustado a um valor compreendido entre [YN - 20°, YN + 20°] com YN sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo da função óptica alvo para direções de olhar que cruzam a primeira superfície sobre a segunda porção nasal; - determinar a primeira superfície, tal que: - sobre a primeira porção, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência; ou - sobre a segunda porção, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência; - revestir ou moldar a primeira superfície.
[0038] Os recursos e vantagens adicionais da invenção aparece rão a partir da descrição de modalidades da invenção a seguir, dados como exemplos não limitadores, com referência aos desenhos anexos listados abaixo. Breve Descrição dos Desenhos - A Figura 1 mostra uma ilustração esquemática da prescrição desejada para o olho esquerdo de um usuário expresso em convenção TABO; - A Figura 2 ilustra o eixo geométrico de astigmatismo y de uma lente na convenção TABO; - A Figura 3 ilustra o eixo geométrico de cilindro yAX em uma convenção usada para caracterizar uma superfície asférica; - A Figura 4 ilustra a esfera local ao longo de qualquer eixo geométrico; - A Figura 5 é uma ilustração da variação de um valor de esfera local de acordo com a fórmula de Gauss; - As Figuras 6 e 7 mostram referencial definido em relação a micromarcações, para uma superfície que porta micromarcações e para uma superfície que não porta as micromarcações, respectivamente; - As Figuras 8 e 9 mostram, diagramaticamente, sistemas ópticos de olho e lente; - A Figura 10 mostra um traçado de raios a partir do centro de rotação do olho; - As Figuras 11, 12 e 13 mostram o efeito de distorção em visão estática e modos para quantificar esse fenômeno; - As Figuras 14 e 15 mostram zonas de campo de visão de uma lente; - As Figuras 16 e 17 mostram os fenômenos responsáveis pela distorção; - A Figura 18 é um fluxograma esquemático das etapas do método para determinar uma lente progressiva de acordo com a invenção; - A Figura 19 mostra elementos da lente; - A Figura 20a mostra esquematicamente uma superfície frontal de uma lente obtida pelo método para determinar uma lente progressiva de acordo com a primeira modalidade da invenção; - A Figura 20b mostra esquematicamente uma superfície frontal de uma lente obtida pelo método para determinar uma lente progressiva de acordo com uma segunda modalidade da invenção; - A Figura 20c mostra esquematicamente uma superfície frontal de uma lente obtida pelo método para determinar uma lente progressiva de acordo com uma terceira modalidade da invenção; - A Figura 20d mostra esquematicamente uma superfície frontal de uma lente obtida pelo método para determinar uma lente progressiva de acordo com uma quarta modalidade da invenção; - As Figuras 21 e 22 ilustram a evolução do valor de esfera das superfícies frontais de lentes obtidas pelo método para determinar uma lente progressiva de acordo com a invenção; - A Figura 23 mostra a evolução de valor de ampliação como uma função de θ; - A Figura 24 mostra a evolução para uma direção do olhar da diferença entre a ampliação ao longo do eixo geométrico de astigmatismo da lente e a ampliação ao longo do eixo geométrico perpendicular ao eixo geométrico de astigmatismo da lente como uma função do eixo geométrico de cilindro da superfície frontal; - As Figuras 25 e 26 ilustram a evolução das curvaturas de lentes obtidas por um método para determinar uma lente progressiva de acordo com a invenção; - As Figuras 27 a 30 ilustram exemplos de função óptica alvo de lentes de acordo com a invenção para usuário com adição prescrita de 1 dioptria e astigmatismo (valor (dioptrias), eixo geométri- co(°)) de (0;0), (2,40), (1,20) e (3,120) respectivamente; - As Figuras 31 e 32 mostram um primeiro exemplo de uma lente de acordo com a invenção; - As Figuras 33 e 34 mostram um segundo exemplo de uma lente de acordo com a invenção; - As Figuras 35 e 36 mostram um terceiro exemplo de uma lente de acordo com a invenção; - As Figuras 37 e 38 mostram um quarto exemplo de uma lente de acordo com a invenção; - A Figura 39 ilustra um aparelho para processar o método da invenção; - A Figura 40 é um fluxograma de um método para a fa- bricação de uma lente de acordo com a invenção; - As Figuras 41 a 108 proporcionam características de superfície, desempenhos ópticos e comparações de distorção para 12 exemplos de lentes.
[0039] Pode ser apreciado que elementos nas figuras são ilustra dos para fins de simplicidade e clareza e que não são necessariamente desenhados em escala. Por exemplo, as dimensões de alguns dos elementos nas figuras podem ser exageradas em relação a outros elementos para ajudar a aprimorar a compreensão das modalidades da presente invenção. Descrição Detalhada de Modalidades Preferenciais
[0040] Um método para determinar uma lente oftálmica progressi va é proposto. Esse método permite uma distorção aprimorada sem a degradação do desempenho em termos de correção da potência óptica e astigmatismo. Isso resulta em um conforto aumentado para o usuário.
[0041] Uma lente progressiva compreende duas superfícies esféri cas não giratórias simétricas, por exemplo, mas não se limitando a, superfície progressiva, superfície regressiva, superfície tórica ou atóri- ca.
[0042] Como é conhecido, uma curvatura mínima CURVmin é defi nida em qualquer ponto sobre uma superfície asférica pela fórmula:
Figure img0001
[0043] em que Rmax é o raio de curvatura máximo local, expresso em metros e CURVmin é expressa em dioptrias.
[0044] De modo similar, uma curvatura máxima CURVmax pode ser definida em qualquer ponto sobre uma superfície asférica pela fórmula:
Figure img0002
[0045] em que Rmin é o raio de curvatura mínimo local, expresso em metros e CURVmax é expressa em dioptrias.
[0046] Pode ser notado que quando a superfície é localmente es férica, o raio de curvatura mínimo local Rmin e o raio de curvatura máximo local Rmax são iguais e, consequentemente, as curvaturas mínima e máxima CURVmin e CURVmax também são idênticas. Quando a superfície é asférica, o raio de curvatura mínimo local Rmin e o raio de curvatura máximo local Rmax são diferentes.
[0047] A partir dessas expressões das curvaturas mínima e máxi ma CURVmin e CURVmax, as esferas mínima e máxima identificadas SPHmin e SPHmax podem ser deduzidas de acordo com o tipo de superfície considerada.
[0048] Quando a superfície considerada é a superfície lateral do objeto, as expressões são as seguintes:
Figure img0003
[0049] em que n é o índice do material constituinte da lente.
[0050] Se a superfície considerada for uma superfície lateral do globo ocular, as expressões são as seguintes:
Figure img0004
[0051] em que n é o índice do material constituinte da lente.
[0052] Conforme é conhecido, uma esfera média SPHmédio em qualquer ponto sobre uma superfície asférica também pode ser definida pela fórmula:
Figure img0005
[0053] A expressão da esfera média, portanto, depende da super fície considerada: - se a superfície for a superfície lateral de objeto,
Figure img0006
se a superfície for a superfície lateral de globo ocular,
Figure img0007
Um cilindro CYL também é definido pela fórmu-la CYL = SPH max - SPH min .
[0054] As características de qualquer face asférica da lente podem ser expressas por meio das esferas médias locais e cilindros. Uma superfície pode ser considerada como localmente asférica quando o cilindro é pelo menos 0,25 dioptrias.
[0055] Para uma superfície asférica, um eixo geométrico de cilin dro local YAX pode adicionalmente ser definido. A Figura 2 ilustra o eixo geométrico de astigmatismo Y conforme definido na convenção TABO e a Figura 3 ilustra o eixo geométrico de cilindro yAX em uma convenção definida para caracterizar uma superfície asférica.
[0056] O eixo geométrico de cilindro yAX é o ângulo da orientação da curvatura máxima CURVmax com relação a um eixo geométrico de referência e no sentido de rotação escolhido. Na convenção definida acima, o eixo geométrico de referência é horizontal (o ângulo desse eixo geométrico de referência é 0°) e o sentido de rotação é anti- horário para cada olho, ao olhar para o usuário (0°<YAX<180°). Um valor de eixo geométrico para o eixo geométrico de cilindro yAX de +45°, portanto, representa um eixo geométrico obliquamente orientado, que ao olhar para o usuário, se estende a partir do quadrante localizado acima à direita até o quadrante localizado abaixo à esquerda.
[0057] Adicionalmente, com base no conhecimento do valor do eixo geométrico de cilindro local yAX, a fórmula de Gauss permite expressar a esfera local SPH ao longo de qualquer eixo geométrico θ, sendo que θ é um ângulo dado no referencial definido na Figura 3. O eixo geométrico θ é mostrado na Figura 4.
Figure img0008
[0058] Conforme esperado, ao usar a fórmula de Gauss, SPH
Figure img0009
[0059] A Figura 5 é uma ilustração de tal variação para um exem plo de um ponto da superfície do objeto. Essa é a curva 22. Nesse caso particular, a esfera máxima é 7,0 δ, a esfera mínima é 5,0 δ e Y# = 65°.
[0060] A fórmula de Gauss também pode ser expressa em termos de curvatura, de modo que a curvatura CURV ao longo de cada eixo geométrico forme um ângulo θ com o eixo geométrico horizontal através de:
Figure img0010
[0061] Uma superfície pode, então, ser localmente definida por um tripleto constituído pela esfera máxima SPHmax, a esfera mínima SPH- min e o eixo geométrico de cilindro YAX. Alternativamente, o tripleto pode ser constituído pela esfera média SPHmédio, o cilindro CYL e o eixo geométrico de cilindro YAX.
[0062] Toda vez que uma lente é caracterizada por referência a uma de suas superfícies asféricas, um referencial é definido em relação a micromarcações conforme ilustrado nas Figuras 6 e 7, para uma superfície que porta micromarcações e para uma superfície que não porta as micromarcações, respectivamente.
[0063] As lentes progressivas compreendem micromarcações que se tornaram obrigatórias por uma norma ISO 8990-2 harmonizada. As marcações temporárias também podem ser aplicadas na superfície da lente, indicando posições de pontos de controle na lente, como um ponto de controle para visão de longe, um ponto de controle para visão de perto, um ponto de referência de prisma e um cruzamento de ajuste, por exemplo. Se as marcações temporárias estiverem ausentes ou tiverem sido apagadas, é sempre possível que um versado na técnica posicione os pontos de controle na lente usando um gráfico de montagem e as micromarcações permanentes.
[0064] As micromarcações também tornam possível definir refe rencial para ambas as superfícies da lente.
[0065] A Figura 6 mostra o referencial para a superfície que porta as micromarcações. O centro da superfície (x=0, y=0) é o ponto da superfície no qual a normal N para a superfície cruza o centro do segmento ligando as duas micromarcações. MG é o vetor unitário colinear definido pelas duas micromarcações. O vetor Z do referencial é igual à normal unitária (Z=N); o vetor Y do referencial é igual ao produto do vetor de Z por MG; o vetor X do referencial é igual ao produto do vetor de Y por Z. Desse modo, {X, Y, Z} formam um triedro ortonormal direto. O centro do referencial é o centro da superfície x=0 mm, y=0 mm. O eixo geométrico X é o eixo geométrico horizontal e o eixo geométrico Y é o eixo geométrico vertical conforme mostrado na Figura 3.
[0066] A Figura 7 mostra o referencial para a superfície oposta à superfície que porta as micromarcações. O centro dessa segunda superfície (x=0, y=0) é o ponto no qual a normal N faz interseção com o centro do segmento que liga as duas micromarcações na primeira superfície faz interseção com a segunda superfície. O referencial da segunda superfície é construído da mesma forma que o referencial da primeira superfície, isto é, o vetor Z é igual à normal unitária da segunda superfície; o vetor Y é igual ao produto de vetor de Z por MG; o vetor X é igual ao produto de vetor de Y por Z. Como para a primeira superfície, o eixo geométrico X é o eixo geométrico horizontal e o eixo geométrico Y é o eixo geométrico vertical conforme mostrado na Figura 3. O centro do referencial da superfície também é x=0 mm, y=0 mm.
[0067] De modo similar, em um bloco bruto de lente semiacabada, a norma ISO 10322-2 exige que sejam aplicadas micromarcações. O centro da superfície asférica de um bloco bruto de lente semiacabada pode ser, portanto, determinado bem como um referencial conforme descrito acima.
[0068] Ademais, uma lente multifocal progressiva também pode ser definida por características ópticas, considerando-se a situação do indivíduo que usa as lentes.
[0069] As Figuras 8 e 9 são ilustrações diagramáticas de sistemas ópticos de olho e de lente, mostrando assim as definições usadas na descrição. Mais precisamente, a Figura 8 representa uma vista em perspectiva de tal sistema que ilustra os parâmetros α e β usados para definir uma direção do olhar. A Figura 9 é uma vista no plano vertical paralelo ao eixo geométrico antero-posterior da cabeça do usuário e que atravessa o centro de rotação do olho no caso quando o parâmetro β é igual a 0.
[0070] O centro de rotação do olho é denominado Q'. O eixo geo métrico Q'F', mostrado na Figura 9 em uma linha ponto-tracejada, é o eixo geométrico horizontal que atravessa o centro de rotação do olho e que se estende na frente do usuário - que é o eixo geométrico Q'F' que corresponde à vista do olhar primária. Esse eixo geométrico corta a superfície asférica da lente em um ponto denominado o cruzamento de ajuste, que está presente nas lentes para permitir o posicionamento das lentes em uma armação por um oftalmologista. O ponto de interseção da superfície posterior da lente e o eixo geométrico Q'F' é o ponto O. O pode ser o cruzamento de ajuste se estiver situado na superfície posterior. Uma esfera ápice, de centro Q', e de raio q', que é tangencial à superfície posterior da lente em um ponto do eixo geométrico horizontal. Como exemplos, um valor do raio q' de 25,5 mm cor-responde a um valor usual e fornece resultados satisfatórios durante o uso das lentes.
[0071] Uma dada direção do olhar - representada por uma linha sólida na Figura 8 - corresponde a uma posição do olho em rotação ao redor de Q' e para um ponto J da esfera ápice; o ângulo β é o ângulo formado entre o eixo geométrico Q'F' e a projeção da linha reta Q'J no plano horizontal que compreende o eixo geométrico Q'F'; esse ângulo aparece no esquema na Figura 8. O ângulo α é o ângulo formado entre o eixo geométrico Q'J e a projeção da linha reta Q'J no plano horizontal que compreende o eixo geométrico Q'F'; esse ângulo aparece no esquema nas Figuras 8 e 9. Uma dada vista do olhar corresponde, assim, a um ponto J da esfera ápice ou a um par (α, β). Quanto mais positivo for o valor do ângulo do olhar de abaixamento, maior o abaixamento do olhar e quanto mais negativo for o valor, mais o olhar se eleva.
[0072] Em uma dada direção do olhar, a imagem de um ponto M no espaço de objeto, situado a uma dada distância de objeto, é formada entre dois pontos S e T que correspondem a distâncias mínima e máxima JS e JT, que seriam os comprimentos focal local sagital e tangencial. A imagem de um ponto no espaço de objeto no infinito é formada no ponto F'. A distância D corresponde ao plano frontal posterior da lente.
[0073] O ergorama é uma função que associa cada direção do olhar à distância usual de um ponto de objeto. Tipicamente, em visão distante que segue a direção do olhar primária, o ponto de objeto está no infinito. Em visão próxima, que segue uma direção do olhar que corresponde essencialmente a um ângulo α da ordem de 35° e a um ângulo β da ordem de 5° em valor absoluto na direção do lado nasal, a distância de objeto está da ordem de 30 a 50 cm. Para maiores detalhes relacionados a uma possível definição de um ergorama, a Patente U.S. US-A-6.318.859 pode ser considerada. Esse documento descreve um ergorama, sua definição e seu método de modelagem. Para um método da invenção, os pontos podem estar no infinito ou não. O er- gorama pode ser uma função da ametropia do usuário.
[0074] Com o uso desses elementos, é possível definir uma po tência óptica e astigmatismo de usuário, em cada direção do olhar. Um ponto de objeto M a uma distância de objeto dada pelo ergorama é considerado para uma direção do olhar (α,β). Uma proximidade de objeto ProxO é definida para o ponto M no raio de luz correspondente no espaço de objeto como o inverso da distância MJ entre o ponto M e o ponto J da esfera ápice: ProxO=1/MJ
[0075] Isso permite calcular a proximidade de objeto dentro de uma aproximação de lente delgada para todos os pontos da esfera ápice, que é usada para a determinação do ergorama. Para uma lente real, a proximidade de objeto pode ser considerada como o inverso da distância entre o ponto de objeto e a superfície frontal da lente, no raio de luz correspondente.
[0076] Para a mesma direção do olhar (α,β), a imagem de um pon to M que tem uma dada proximidade de objeto é formada entre dois pontos S e T que correspondem, respectivamente, a distâncias mínima e máxima focais (que seriam as distâncias focais sagital e tangencial). A quantidade Prox I é denominada a proximidade de imagem do ponto M:
Figure img0011
[0077] Por analogia ao caso de uma lente delgada, pode ser, por tanto, definido, para uma dada direção do olhar e para uma dada pro-ximidade de objeto, isto é, para um ponto do espaço de objeto no raio de luz correspondente, uma potência óptica Pui como a soma da proximidade de imagem e da proximidade de objeto. Pui = Pr oxO + Pr oxI
[0078] Com as mesmas anotações, um astigmatismo Ast é defini do para cada direção do olhar e para uma dada proximidade de objeto
Figure img0012
[0079] Essa definição corresponde ao astigmatismo de um feixe de raio criado pela lente. Pode ser observado que a definição fornece, na direção do olhar primária, o valor clássico de astigmatismo. O ângulo de astigmatismo, usualmente chamado de eixo geométrico, é o ângulo Y. O ângulo Y é medido na armação {Q', xm, ym, zm} ligada ao olho. Isso corresponde ao ângulo com o qual a imagem S ou T é formada dependendo da convenção usada em relação à direção zm no plano {Q', zm, ym}.
[0080] As definições possíveis da potência óptica e do astigmatis mo da lente, nas condições de uso, podem ser, assim, calculadas conforme explicado no artigo por B. Bourdoncle et al., intitulado "Ray tracing through progressive ophtalmic lenses", 1990 International Lens Design Conference, D.T. Moore ed., Proc. Soc. Photo. Opt. Instrum. Eng. Devem ser consideradas as condições de uso padrão como a posição da lente em relação ao olho de um usuário-padrão, notada- mente definida por um ângulo pantoscópico de -8°, uma distância entre a lente e a pupila de 12 mm, um centro de rotação entre a pupila e o olho de 13,5 mm e um ângulo de envolvimento de 0°. O ângulo pan- toscópico é o ângulo no plano vertical entre o eixo geométrico óptico da lente de óculos e o eixo geométrico visual do olho na posição pri-mária, usualmente considerado o horizontal. O ângulo de envolvimento é o ângulo no plano horizontal entre o eixo geométrico óptico da lente de óculos e o eixo geométrico visual do olho na posição primária, usualmente considerado o horizontal. Outras condições podem ser usadas. As condições de uso podem ser calculadas a partir de um programa de rastreamento de raio, para uma dada lente. Adicionalmente, a potência óptica e o astigmatismo podem ser calculados de modo que a prescrição seja satisfeita nos pontos de referência (isto é, pontos de controle na visão distante) e para um usuário que usa seus óculos nas condições de uso ou medidos por um frontofocômetro.
[0081] A Figura 10 representa uma vista em perspectiva de uma configuração na qual os parâmetros α e β são não zero. O efeito de rotação do olho pode ser, então, ilustrado mostrando-se uma armação fixa {x, y, z} e uma armação {xm, ym, zm} ligadas ao olho. A armação {x, y, z} tem sua origem no ponto Q'. O eixo geométrico x é o eixo geométrico Q'O e está orientado da lente na direção do olho. O eixo geométrico y é vertical e orientado para cima. O eixo geométrico z tal que a armação {x, y, z} é ortonormal e direta. A armação {xm, ym, zm} está ligada ao olho e seu centro é o ponto Q'. O eixo geométrico xm corresponde à direção do olhar JQ'. Dessa forma, para uma direção do olhar primária, as duas armações {x, y, z} e {xm, ym, zm} são iguais. Sabe-se que as propriedades para uma lente podem ser expressadas de diversas formas e, notadamente, na superfície e opticamente. Uma caracterização de superfície é, dessa forma, equivalente a uma caracteriza-ção óptica. No caso de um bloco bruto, apenas uma caracterização de superfície pode ser usada. Deve ser compreendido que uma caracterização óptica exige que a lente seja usinada à prescrição do usuário. Em contraste, no caso de uma lente oftálmica, a caracterização pode ser de uma superfície ou tipo óptica, em que ambas as caracterizações permitem descrever o mesmo objeto de dois pontos de vista diferentes. Seja a caracterização da lente de tipo óptica, a mesma se refere ao sistema de ergorama-olho-lente descrito acima. Para simplificar, o termo 'lente' é usado na descrição, mas deve ser compreendido como o 'sistema de ergorama-olho-lente'. O valor em termos de superfície pode ser expresso em relação aos pontos. Os pontos são localizados com a ajuda de abcissa ou ordenada em uma armação conforme definido acima em relação às Figuras 3, 6 e 7.
[0082] Os valores em termos ópticos podem ser expressos para as direções de olhar. As direções de olhar são usualmente dadas por seu grau de abaixamento ou azimutal em uma armação cuja origem é o centro de rotação do olho. Quando a lente está montada na frente do olho, um ponto denominado o cruzamento de ajuste é colocado antes da pupila ou depois do centro de rotação de olho Q' do olho para uma direção do olhar primária. A direção do olhar primária corresponde à situação na qual um usuário olha para frente. Na armação escolhida, o cruzamento de ajuste corresponde, dessa forma, a um ângulo de abaixamento α de 0° e a um ângulo azimutal β de 0° seja em qual superfície da lente o cruzamento de ajuste está posicionado - superfície posterior ou superfície frontal.
[0083] A descrição acima, feita com referência às Figuras 8 a 10 foi dada para uma visão central. Em visão periférica, conforme a direção do olhar está fixa, o centro da pupila é considerado ao invés do centro de rotação do olho e as direções de raio periférico são consideradas ao invés de direções de olhar. Quando a visão periférica é considerada, o ângulo α e o ângulo β correspondem às direções de raio ao invés de direções de olhar.
[0084] No restante da descrição, os termos como "cima", "baixo", "horizontal", "vertical", "acima", "abaixo", ou outras palavras que indicam a posição relativa podem ser usados. Deve-se compreender esses termos nas condições de uso da lente. Notadamente, a parte "superior" da lente corresponde a um ângulo de abaixamento negativo α <0° e a parte "inferior" da lente corresponde a um ângulo de abaixamento positivo α >0°. De modo similar, a parte "superior" da superfície de uma lente - ou de um bloco bruto de lente semiacabada - corresponde a um valor positivo ao longo do eixo geométrico y, e, de preferência, a um valor ao longo do eixo geométrico y superior ao y_value no cruzamento de ajuste e a parte "inferior" da superfície de uma lente - ou de um bloco bruto de lente semiacabada - corresponde a um valor negativo ao longo do eixo geométrico y na armação conforme definido acima em relação às Figuras 3, 6 e 7, e, de preferência, a um valor ao longo do eixo geométrico y inferior ao y_value no cruzamento de ajuste.
[0085] As zonas de campo visual observadas através de uma len te são esquematicamente ilustradas nas Figuras 14 e 15. A lente compreende uma zona de visão distante 26 situada na parte superior da lente, uma zona de visão próxima 28 situada na parte inferior da lente e uma zona intermediária 30 situada na parte inferior da lente entre a zona de visão distante 26 e a zona de visão próxima 28. A lente também tem um meridiano principal 32 que atravessa as três zonas e definem um lado nasal e um lado temporal.
[0086] Para o propósito da invenção, a linha de meridiano 32 de uma lente progressiva é definida da seguinte forma: para cada abaixamento da vista de um ângulo α = α1 entre a direção do olhar que corresponde ao cruzamento de ajuste e uma direção do olhar na zona de visão próxima, a direção do olhar (α1, β1) é pesquisada para qual o astigmatismo residual local é mínimo. Dessa forma, todas as direções de olhar definidas dessa maneira formam a linha de meridiano do sistema de ergorama-olho-lente. A linha de meridiano da lente representa o local de direções de olhar médio de um usuário quando o mesmo observa de visões distantes a próxima. A linha de meridiano 32 de uma superfície da lente é definida da seguinte forma: cada direção do olhar (α, β) que pertence à linha de meridiano óptico da lente faz interseção com a superfície em um ponto (x, y). A linha de meridiano da superfície é o conjunto de pontos que correspondem às direções de olhar da linha de meridiano da lente.
[0087] Conforme mostrado na Figura 15, o meridiano 32 separa a lente em uma área nasal e uma área temporal. Conforme esperado, a área nasal é a área da lente que está entre o meridiano e o nariz do usuário enquanto a área temporal é a área que está entre o meridiano e a têmpora do usuário. A área nasal é denominada Area_nasal e a área temporal é denominada Area_temporal, conforme no restante da descrição.
[0088] A invenção apoiou-se em um estudo pela requerente da distorção. A distorção é um defeito que não está relacionado à resolução de imagens que impactam a nitidez ou o contraste da imagem formada pela periferia do campo visual da lente, mas meramente em seu formato. Na óptica oftálmica, a distorção em "barril" ocorre com lentes menos enquanto a distorção em "côncava" com lentes mais; essas são inerentes às características ópticas de simples lentes mais ou menos. A distorção pode ser avaliada em diferentes situações de uso da lente.
[0089] Em primeiro lugar, um ponto de fixação é imposto ao usuá rio de modo que o mesmo mantenha seu olho imóvel (dessa forma, a direção do olhar é fixa). Nesse caso, a distorção que é avaliada é denominada distorção estática e é avaliada em visão periférica (também chamada de visão indireta). A Figura 11 ilustra o efeito da distorção ao longo de um raio visto por um observador em seu campo periférico de visão após atravessar uma lente. Dessa forma, enquanto o usuário está olhando para um ponto A em visão central, alguns pontos periféricos como o ponto B também são observados. Devido ao desvio prismático, o usuário tem a sensação que o ponto de objeto está em B' e não no ponto B. O ângulo Δ é uma forma quantitativa de expressar o desvio prismático que fornece ao usuário a ilusão que o ponto B está situado no ponto B'. Diversas quantidades podem ser calculadas a fim de avaliar a distorção. Por exemplo, pode-se quantificar o quanto uma linha vertical e/ou uma linha horizontal de uma grade de obje-to observada na visão periférica é curvada conforme pode ser obser- vado na Figura 12. Nessa Figura, a grade observada sem a lente que não é deformada é sobreposta à grade distorcida observada através da lente. Portanto, fica evidente que a distorção tem um impacto sobre a visão periférica. Ademais, também fica evidente que a distorção pode ser quantificada calculando-se como um quadrado periférico é deformado. Para esse cálculo, a Figura 13 é uma vista ampliada de um quadrado da grade observada sem a lente sobre a qual é sobreposto o quadrado deformado da grade deformada observada através da lente. O quadrado tem duas diagonais cujos comprimentos são denominados a. Dessa forma, a divisão do comprimento de cada diagonal é a/a = 1 no caso do quadrado da grade observada sem a lente. O quadrado deformado correspondente tem duas diagonais cujos comprimentos são diferentes e são respectivamente denominados b e c, em que b corresponde a uma diagonal maior que c. Para esse quadrado deformado, b/c é diferente de 1. Quanto mais essa razão se diferenciar de 1 e mais importante é a distorção nessa área da lente. O cálculo da razão da diagonal é, dessa forma, uma forma de quantificação da distorção.
[0090] A distorção também pode ser avaliada considerando que o olho se move através da lente e esse tipo de distorção é denominado de distorção dinâmica. Isso aparece na periferia do campo visual central e é avaliado na visão central (também chamada de visão direta).
[0091] Dessa forma, a distorção pode ser avaliada na visão estáti ca, isto é, a direção do olhar é fixa e a distorção é analisada na visão periférica. A distorção também pode ser avaliada na visão dinâmica, isto é, a direção do olhar é livre e a distorção é analisada na visão central. A avaliação na visão estática ou dinâmica é feita dependendo do uso previsto da lente. Pode-se fazer referência à publicação "La distortion en optique de lunetterie" por Yves LE GRAND Annales d'Optique Oculaire 5ème année N°1 Janvier 1956.
[0092] A Figura 11 ilustra a distorção na visão estática. Na visão dinâmica, as quantidades analisadas seriam diferentes - a ampliação na visão periférica ou central respectivamente - mas as conclusões permanecem iguais, isto é, as variações de ampliação precisam ser controladas.
[0093] De modo a reduzir a distorção, o fenômeno que dispara a distorção deveria ser evidenciado. Em relação a lentes multifocais pro-gressivas, dois fenômenos são envolvidos. Em primeiro lugar, na periferia do campo de visão, a potência média óptica na visão central (e, consequentemente, a potência média óptica na visão periférica) aumenta durante o abaixamento da direção do olhar (ou para quando abaixar a direção de raio periférico) da parte superior da lente para a parte inferior da lente. Esse efeito se dá devido ao fato que, para se adequar às necessidades de usuário que sofre de presbiopia, a potência óptica entre as visões distante e próxima da lente multifocal aumenta. A seguir, a expressão 'partes superior/inferior da lente' significa as partes superior/inferior do campo central ou periférico da visão dependendo se é considerada a visão estática ou a visão dinâmica. Isso implica que as ampliações centrais ou periféricas médias do sistema olho-lente também aumentam durante o abaixamento da direção do olhar ou da direção de raio periférico da zona de visão distante periférica ou central para a zona de visão periférica ou central próxima visto que a ampliação média é, pelo menos em primeira ordem, proporcional à potência média. Uma forma de reduzir a distorção é, dessa forma, minimizar a diferença na ampliação central ou periférica média entre a zona de visão distante e a zona de visão próxima.
[0094] Em segundo lugar, a progressão de potência também gera astigmatismo residual em ambos os lados da linha de meridiano. Essa observação pode ser mostrada comentando-se as Figuras 16 e 17 que representam uma parte das características de uma lente adequada para um usuário cuja prescrição é uma prescrição esférica (sem as-tigmatismo na prescrição). A Figura 16 é uma vista esquemática da orientação média do eixo geométrico de astigmatismo da lente, em que o valor médio é calculado na parte inferior da lente para um abaixamento da direção do olhar igual a 25°. A Figura 17 corresponde à variação do eixo geométrico de astigmatismo resultante avaliado na visão central como uma função do ângulo azimutal β para um dado ângulo de abaixamento fixo α1 como é mostrado na Figura 16. Pode ser observado que, em cada lado do meridiano 32, para um dado ângulo fixo α1, os eixos geométricos de astigmatismo residual são quase constantes para toda a dada direção do olhar (α1,β). Por exemplo, para a lente selecionada, e para α1, no lado temporal, o eixo geométrico de astigmatismo resultante é de cerca de 150° e, no lado nasal, é de cerca de 40°. Essas indicações são relatadas esquematicamente na Figura 16. O astigmatismo residual pode ser avaliado, como a potência média, na visão periférica ou na visão central. O astigmatismo residual é o defeito de astigmatismo que significa o astigmatismo que não é necessário corrigir a visão do usuário.
[0095] O astigmatismo tem um impacto sobre a distorção. De fato, para cada direção do olhar, o valor de astigmatismo é a diferença entre a potência óptica mínima (potência óptica ao longo do eixo geométrico de astigmatismo) e a potência óptica máxima (potência óptica ao longo do contraeixo geométrico de astigmatismo, em que o contraeixo geométrico é definido como igual ao eixo geométrico de astigmatismo + 90°), resultando assim na diferença na ampliação entre os dois eixos geométricos (o eixo geométrico e o contraeixo geométrico). Outra forma para reduzir a distorção é, dessa forma, minimizar a diferença na ampliação central ou periférica entre esses dois eixos geométricos para cada direção do olhar.
[0096] A minimização da diferença na ampliação entre esses dois eixos geométricos para cada direção do olhar, enquanto mantém os critérios ópticos, por exemplo, de potência e astigmatismo, permite assim aprimorar o desempenho da lente em relação à distorção enquanto garante uma nitidez satisfatória da imagem para o usuário.
[0097] A Figura 18 ilustra um fluxograma de um exemplo do méto do de acordo com a invenção para determinar uma lente oftálmica progressiva. Nessa modalidade, o método compreende a etapa 10 de escolha de uma função óptica alvo adequada ao usuário. Como sabido, para aprimorar os desempenhos ópticos de uma lente oftálmica, os métodos para otimizar os parâmetros da lente oftálmica são, então, usados. Tais métodos de otimização são projetados de modo a aproximar a função óptica da lente oftálmica o máximo possível a uma função óptica alvo predeterminada.
[0098] A função óptica alvo representa as características ópticas que a lente oftálmica deveria ter. No contexto da presente invenção e no restante da descrição, o termo "função óptica alvo da lente" é usado por conveniência. Esse uso não é absolutamente correto na medida em que uma função óptica alvo tem apenas um sentido para um usuário - o sistema de lente oftálmica e ergorama. De fato, a função óptica alvo de tal sistema é um conjunto de critérios ópticos definidos para determinadas direções de olhar. Isso significa que uma avaliação de um critério óptico para uma direção do olhar fornece um valor de critério óptico. O conjunto de valores de critérios ópticos obtidos é a função óptica alvo. A função óptica alvo representa, então, o desempenho a ser alcançado. No caso mais simples, haverá apenas um critério óptico como a potência óptica ou o astigmatismo; no entanto, critérios mais elaborados podem ser usados como a potência média que é uma combinação linear da potência óptica e do astigmatismo. O critério óptico que envolve aberrações de ordem superior pode ser considerado. O número de critérios N considerados depende da precisão desejada. De fato, quanto maior for o número de critérios considerados, maior a probabilidade de a lente obtida satisfazer a necessidade do usuário. No entanto, aumentar o número N de critérios pode resultar no aumento do tempo tomado para o cálculo e da complexidade para que o problema de otimização seja resolvido. A escolha do número N de critérios considerados será, então, um acerto entre essas duas exigências. Mais detalhes sobre funções ópticas alvo, sobre a definição der critérios ópticos e sobre a avaliação de critérios ópticos podem ser encontrados no pedido de patente EP-A-2.207.118.
[0099] O método compreende também a etapa 12 de definição de uma primeira superfície esférica da lente e de uma segunda superfície esférica da lente. Por exemplo, a primeira superfície é uma superfície lateral de objeto e a segunda superfície é uma superfície lateral de globo ocular. Cada superfície tem, em cada ponto, um valor de esfera média SPHmédio, um valor de cilindro CYL e um eixo geométrico de cilindro YAX.
[00100] O método abrange ainda a etapa 14 de definição de pelo menos uma primeira porção Portion1 na área temporal e pelo menos uma segunda porção Portion2 na área nasal. Portanto, a Portion1 está incluída na Area_temporal e a Portion2 está incluída na Area_nasal.
[00101] Exemplos de escolha dessas porções Portion1 e Portion2 são ilustrados na Figura 19. No exemplo da Figura 19, as porções são discos que são simétricos em relação ao meridiano 32 da lente. Essas zonas ópticas Portion1 e Portion2 têm porções correspondentes sobre a superfície frontal da lente. Cada direção do olhar que delimita as porções ópticas faz interseção com a primeira superfície esférica (a superfície frontal) de modo a definir as porções correspondentes sobre a superfície frontal Portion1_Front_Surface e Portion2_Front_Surface.
[00102] De acordo com as modalidades, as porções Portion1 e Por- tion2 na área temporal e na área nasal podem ser definidas na lente da seguinte forma: quando a visão central é considerada, a Portion1 na área temporal pode ser delimitada por direções de olhar de 0°<α<30° e -40°<β<-5° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias. A Portion2 na área nasal pode ser delimitada por direções de olhar de 0°<a<30° e 5° <β<40° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias.
[00103] Quando a visão central é considerada, a Portion1 na área temporal pode ser delimitada adicionalmente por direções de olhar de 5°<α<30° e -30°<β<-10° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias. A Portion2 na área nasal pode ser delimitada adicionalmente por direções de olhar de 5°<α<30° e 10°<β<30° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias.
[00104] Quando a visão periférica é considerada, para uma direção do olhar fixa na direção do olhar primária, a Portion1 na área temporal pode ser delimitada por direções de raio de 0°<α<50° e -50°<β<-10° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias. A Portion2 na área nasal pode ser delimitada por direções de raio de 0°<α<50° e 10°<β<50° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias.
[00105] Quando a visão periférica é considerada, a Portion1 na área temporal pode ser delimitada adicionalmente por direções de raio de 10°<α<50° e -40°<β<-20° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias. A Portion2 na área nasal pode ser delimitada adicionalmente por direções de raio de 10°<α<50° e 20°<β<40° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias.
[00106] Quando a visão periférica é considerada, para uma direção do olhar fixa nas visões intermediárias ou próximas, a Portion1 na área temporal pode ser delimitada por direções de raio de -20°<a<20° e - 50°<β<-10° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias. A Portion2 na área nasal pode ser delimitada por direções de raio de -20°<α<20° e 10°<β<50° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias.
[00107] Quando a visão periférica é considerada, para uma direção do olhar fixa nas visões intermediárias ou próximas, a Portion1 na área temporal pode ser delimitada adicionalmente por direções de raio de - 20°<α<20 e -40°<β<-20° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias. A Portion2 na área nasal pode ser delimitada adicionalmente por direções de raio de - 20°<α<20 e 20°<β<40° e de tal modo que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptrias.
[00108] Quando a lente é montada, as porções Portion1 e Portion2 podem ser adicionalmente reduzidas.
[00109] Quando uma superfície da lente é considerada, as porções Portion1 e Portion2 são definidas como a projeção das porções definidas acima sobre a superfície. Em uma modalidade, a Portion1 poderia ser delimitada sobre a superfície frontal por -20 mm<x<-2,5 mm e 4>y>-11 mm e a Portion2 poderia ser delimitada sobre a superfície frontal por 2,5 mm<x<20 mm e 4>y>-11 mm. Em uma modalidade, a Portion1 poderia ser adicionalmente delimitada sobre a superfície frontal por -15 mm<x<-5 mm e 0>y>-11 mm e a Portion2 poderia ser adicionalmente delimitada sobre a superfície frontal por 5 mm<x<15 mm e 0>y>-11 mm.
[00110] O método compreende também uma etapa de determinação 16. Durante essa etapa, para a primeira porção da primeira superfície Portion1_Front_Surface, um primeiro eixo geométrico de referência ri é determinado com base no eixo geométrico médio de astigmatismo YT da função óptica alvo para as direções de olhar que pertencem à Portion1. O valor do ângulo ri é expresso em relação ao eixo geométrico horizontal usando-se a convenção conforme descrito anteriormente. yT corresponde a um valor médio do eixo geométrico diferente de astigmatismo yα,β para as direções de olhar que fazem interseção com a primeira superfície na primeira porção Portioni. Matematicamente, isso significa que yT = < yα,β >Portioni. Para a segunda porção da primeira superfície Por- tion2_Front_Surface, um segundo eixo geométrico de referência R também é determinado com base no eixo geométrico médio de astigmatismo yN da função óptica alvo para as direções de olhar que pertencem à Por- tion2. De modo similar, o valor do ângulo R é expresso em relação ao eixo geométrico horizontal usando-se a convenção descrita anteriormente e yN corresponde a um valor médio do eixo geométrico diferente de astigmatismo yα,β para as direções de olhar que fazem interseção com a primeira superfície na segunda porção Portion2. Matematicamente, isso significa que yN = < yα,β >Portion2.
[00111] Alternativamente, durante a etapa de determinação i6, apenas um dentre o primeiro ou o segundo eixos geométricos de referência R, R pode ser determinado.
[00112] Notadamente, durante a etapa de determinação i6, apenas o primeiro eixo geométrico de referência R é determinado com base no eixo geométrico médio de astigmatismo yT da função óptica alvo para as direções de olhar que pertencem à primeira porção Portioni da primeira superfície, isto é, no lado temporal onde a distorção pode incomodar principalmente a visão periférica do usuário.
[00113] Alternativamente, durante a etapa de determinação i6, apenas o segundo eixo geométrico de referência R é determinado com base no eixo geométrico médio de astigmatismo yN da função óptica alvo para as direções de olhar que pertencem à segunda porção Portion2 da primeira superfície, isto é, no lado nasal onde a distorção incomoda, às vezes, o usuário em uma posição de leitura.
[00114] O método adicionalmente compreende uma etapa 18 de modificação da primeira superfície. A primeira superfície é modificada de modo que, sobre a primeira porção Portion1_Front_Surface, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência ri seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência ri (condição 1) e sobre a segunda porção Portion2_Front_Surface, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência r2 superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência r2 (condição 2). Essas condições podem ser expressas matematicamente como: - condição 1: sobre a primeira porção, SPH(R) > SPH(±ri) e - condição 2: sobre a segunda porção, SPH(r2) > SPH(±R)
[00115] em que SPH (ri) é o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência ri, SPH (±H) o valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência ri, SPH (r2) é o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência r2 e SPH (±r2) o valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência r2.
[00ii6] Em termos de curvatura, em que a primeira superfície é a superfície lateral de objeto, as condições i e 2 podem ser expressas como: - condição 1: sobre a primeira porção, CURV(H) > CURV(±ri) e - condição 2: sobre a segunda porção, CURV (r2) > CURV(±R)
[00117] em que CURV(R) é o valor de curvatura ao longo do primeiro eixo geométrico de referência R, CURV(±R) o valor de curvatura ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência R, CURV(r2) é o valor de curvatura ao longo do segundo eixo geométrico de referência r2 e CURV(±r2) o valor de curvatura ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência r2.
[00118] Quando apenas um dentre o primeiro ou o segundo eixos geométricos de referência R, r2 é determinado durante a etapa de de-terminação 16, a etapa de modificação 18 compreende a modificação da primeira superfície de modo que, sobre a primeira porção Por- tion1_Front_Surface ou sobre a segunda porção Por- tion2_Front_Surface, o valor de esfera ao longo do eixo geométrico de referência determinado R ou R seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao dito eixo geométrico de referência R ou R. Essas condições podem ser expressas matematicamente como: - condição 1: sobre a primeira porção, SPH(R) > SPH(±R) ou - condição 2: sobre a segunda porção, SPH(R) > SPH(±R).
[00119] Quando apenas um dentre o primeiro ou o segundo eixos geométricos de referência R, R é determinado durante a etapa de de-terminação 16, a etapa de modificação 18 pode aplicar a condição 1 sobre a primeira porção e deixar a segunda porção livre da condição 2 ou pode aplicar a condição 2 sobre a segunda porção e deixar a primeira porção livre da condição 1.
[00120] Alternativamente, quando apenas o primeiro eixo geométrico de referência R é determinado durante a etapa de determinação 16, a etapa de modificação 18 pode compreender a modificação da primeira superfície de modo que, sobre a primeira porção Por- tion1_Front_Surface, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência ri seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência ri (condição 1) e, sobre a segunda porção Por- tion2_Front_Surface, o valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência ri superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência ri (condição 1'). Essas condições podem ser expressas matematicamente como: - condição 1: sobre a primeira porção, SPH(R) > SPH(±ri) e - condição i': sobre a segunda porção, SPH(R) > SPH(±ri)
[00121] Alternativamente, quando apenas o segundo eixo geométrico de referência r2 é determinado durante a etapa de determinação i6, a etapa de modificação i8 pode compreender a modificação da primeira superfície de modo que, sobre a primeira porção Por- tioni_Front_Surface, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geométrico de referência r2 seja superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência r2 (condição 2') e, sobre a segunda porção Por- tion2_Front_Surface, o valor de esfera ao longo do segundo eixo geo-métrico de referência r2 superior ao valor de esfera ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência r2 (condição 2). Essas condições podem ser expressas matematicamente como: - condição 2': sobre a primeira porção, SPH(r2) > SPH(±R) e - condição 2: sobre a segunda porção, SPH(r2) > SPH(±R)
[00122] De acordo com uma modalidade, quando apenas um dentre o primeiro ou o segundo eixos geométricos de referência ri, r2 é determinado durante a etapa de determinação 16, a primeira superfície pode ser modificada durante a etapa i8 para ser uma superfície tórica com o toro orientado de modo que o eixo geométrico de cilindro YAX em cada ponto seja definido para o eixo geométrico de referência determinado ri ou r2. Tal primeira superfície tórica fornecerá desempenhos satisfatórios na distorção sempre que o eixo geométrico de cilindro YAX estiver alinhado ao eixo geométrico de referência ri ou r2 determinado com base no eixo geométrico médio de astigmatismo y da função óptica alvo. Essa modalidade permite o fornecimento de uma primeira superfície personalizada para o usuário, notadamente quando a primeira superfície de toro estiver orientada com um eixo geométrico de cilindro yAX com base na prescrição do usuário.
[00123] Exemplos de variações do valor de esfera obtido quando as condições i e 2 são consideradas são ilustrados pelas Figuras 20a, 2i e 22. A Figura 20a corresponde, por exemplo, à superfície frontal da lente da Figura i6, em que o eixo geométrico de referência considerado é indicado para uma dada ordenada (y = -i0 mm). Para o lado temporal, ri = YT = 150° e para o lado nasal, r2 = YN = 40°.
[00124] A Figura 2i representa a evolução com a abcissa do valor de esfera ao longo do primeiro eixo geométrico de referência ri e ao longo do eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência r i na primeira porção - área temporal -para uma lente tradicional (Lente i) quando a superfície frontal é uma superfície progressiva clássica e para uma lente obtida de acordo o método descrito acima (Lente 3). A condição i é satisfeita pela lente obtida através do método descrito acima (Lente 3) visto que a curva da esfera ao longo de ri está situada acima da curva da esfera ao longo da perpendicular a ri. Em contraste, a lente tradicional (lente 1) não satisfaz a condição 1 visto que as curvas de esfera ao longo de ri estão abaixo da curva de esfera ao longo da perpendicular a ri.
[00125] A Figura 22 representa a evolução com a abcissa do valor de curvatura ao longo do segundo eixo geométrico de referência r2 e ao longo do eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência r2 na segunda porção - área nasal para uma lente tradicional (Lente i) e uma lente obtida de acordo o método descrito acima (Lente 3). A condição 2 é satisfeita pela lente obtida através do método descrito acima (Lente 3) visto que a curva da esfera ao longo de n está situada acima da curva da esfera ao longo da perpendicular a n. Em contraste, a lente tradicional (Lente 1) não satisfaz a condição 2 visto que a curva de esfera ao longo de r2 está situada abaixo da curva da esfera ao longo da perpendicular a r2.
[00126] A Figura 20b ilustra um exemplo no qual a condição i e a condição i' são aplicadas durante a etapa de modificação com um eixo geométrico de referência determinado apenas no lado temporal, ri = YT = i50°. Mesmo que não seja dada nenhuma ilustração, o versado na técnica pode compreender prontamente que a superfície frontal da lente poderia ser alternativamente modificada aplicando-se a condição 2 e a condição 2' durante a etapa de modificação com um eixo geométrico de referência determinado apenas no lado nasal, r2 = YN = 40°.
[00127] As Figuras 20c e 20d ilustram os exemplos onde apenas a condição i ou a condição 2 é aplicada durante a etapa de modificação com um eixo geométrico de referência determinado apenas no lado temporal, ri = YT = 150° ou apenas no lado nasal, r2 = YN = 40°, o outro lado permanece livre de quaisquer condições. Uma superfície tórica é uma solução possível que satisfaz as ditas condições.
[00128] O método adicionalmente compreende uma etapa 20 de modificação da segunda superfície esférica de modo a alcançar a função óptica alvo para a lente e garantir uma nitidez ideal para a lente. A modificação da segunda superfície é executada por otimização óptica para minimizar a diferença entre uma função óptica atual e a função óptica alvo com uma função de custo. Uma função de custo é uma quantidade matemática que expressa a distância entre duas funções ópticas. Isso pode ser expresso em diferentes maneiras de acordo os critérios ópticos favorecidos na otimização. No sentido da invenção, "executar uma otimização" deveria ser, de preferência, compreendido como "minimizar" a função de custo. Evidentemente, o versado na técnica compreenderá que a invenção não se limita à minimização por si só. A otimização também poderia ser uma maximização de uma função real, de acordo a expressão da função de custo que é considerada pelo versado na técnica. A saber, "maximizar" uma função real é equivalente a "minimizar" sua oposta. Com tais condições 1 e 2, a lente obtida (como aquela das Figuras 20, 21 e 22) exibe assim as propriedades de distorção reduzidas enquanto garante a função óptica alvo, em que a função óptica alvo é definida para fornecer uma nitidez ideal da imagem para o usuário. Tal efeito pode ser qualitativamente compreendido pelo fato de que as orientações das curvaturas para a primeira superfície são modificadas, o que implica que o impacto sobre a ampliação da lente é modificado, resultando em uma distorção reduzida. Em outras palavras, a geometria da primeira superfície é escolhida de modo que a distorção da lente seja reduzida. A segunda superfície é determinada a fim de assegurar desempenhos ópticos ideais que impactam a nitidez da imagem.
[00129] As etapas 18 e 20 de modificação das primeira e segunda superfícies podem ser executadas alternando-se entre a primeira e a segunda superfícies com uma primeira função óptica alvo associada à superfície frontal dedicada à minimização da distorção e uma segunda função óptica alvo associada à superfície posterior dedicada para assegurar a nitidez da lente. Tal alternância entre otimização das primeira e segunda superfícies é descrita, por exemplo, no documento EP- A-2.207.118.
[00130] A etapa de determinação 16 do método pode ser executada de formas diferentes.
[00131] Por exemplo, os primeiro e/ou segundo eixos geométricos de referência ri e r2 pode ser adicionalmente determinado com base no astigmatismo prescrito. Os primeiro e/ou segundo eixos geométricos de referência ri e R são, portanto, determinados de modo mais relevante, visto que os mesmos são adequados para o usuário. Nota- damente, quando o astigmatismo prescrito é alto, o eixo geométrico de astigmatismo total é quase igual ao eixo geométrico de astigmatismo prescrito.
[00132] Na etapa de determinação i6, ao invés de considerar valores médios do eixo geométrico de astigmatismo para as direções de olhar que pertencem à Portioni e à Portion2 para determinar os eixos geométricos de referência ri e/ou R, pode-se considerar o valor local do eixo geométrico de astigmatismo para cada direção do olhar que faz interseção com a primeira superfície. As condições i e/ou 2 ou as condições i e i' ou as condições 2 e 2' descritas acima se aplicariam a cada ponto da Portioni e/ou da Portion2 enquanto modificam a primeira superfície, em que cada é o ponto de interseção entre a dita superfície e a direção do olhar.
[00133] Na etapa de determinação i6, os primeiro e/ou segundo eixos geométricos de referência R e R também podem ser definidos em um valor composto entre [Y - 20°, Y + 20°]. em que Y é o eixo geométrico de astigmatismo nas porções (Portionl, Portion2) consideradas. YT é o eixo geométrico médio de astigmatismo sobre a primeira porção temporal Portion1. yN é o eixo geométrico médio de astigmatismo sobre a segunda porção nasal Portion2.
[00134] Então, para a primeira porção Portion1_Front_Surface, o valor do primeiro eixo geométrico de referência ri está composto na faixa [YT-20°; YT+20°], em que YT é o eixo geométrico médio de astigmatismo na primeira porção (R e YT são expressos em graus). De modo similar, para a segunda porção Portion2_Front_Surface, o valor do segundo eixo geométrico de referência r2 está composto na faixa [YN- 20°; YN+20°], em que YN é o eixo geométrico médio de astigmatismo na segunda porção (R e YN são expressos em graus). De acordo com uma modalidade, os eixos geométricos de referência ri e/ou R podem ser definidos em um valor igual a YT e/ou YN, respectivamente.
[00135] De acordo com outra modalidade, cada eixo geométrico de referência respectivo ri e/ou R também pode ser definido por otimização óptica que minimiza a distorção sobre a respectiva porção Por- tioni e Portion2. A otimização também poderia ser uma maximização de uma função real. De acordo com essa modalidade, a modificação das primeira e segunda superfícies pode ser executada alternando-se entre as primeira e segunda superfícies com uma primeira função óptica alvo que minimiza a distorção sobre a respectiva porção Portioni e Portion2 e uma segunda função óptica alvo assegura a nitidez da lente. Tal alternância entre as primeira e segunda superfícies otimização é descrita no documento EP-A-2.207.ii8 mencionado anteriormente.
[00136] Tal modalidade com uma otimização que minimiza a distorção sobre as respectivas porções Portioni e Portion2 permite a determinação dos eixos geométricos de referência R e/ou R que fornecem uma lente com uma distorção mais reduzida. A seguir, detalha-se a forma de execução de tal otimização usando-se fórmulas analíticas aproximadas.
[00137] A potência óptica Pα,β(θ) da lente em uma dada direção do olhar (α,β), ao longo de um geométrico que forma um ângulo θ com o eixo geométrico horizontal, é a combinação das esferas ao longo desse eixo geométrico da superfície posterior e da superfície frontal. Se SPH_frontx,y (θ) for a esfera da face frontal no ponto de interseção da direção do olhar (α,β) com a superfície frontal, ao longo do eixo geométrico θ, e SPH_rearx',y' (θ) for a esfera da superfície posterior no ponto de interseção da direção do olhar (α,β) com a superfície posterior, a potência óptica ao longo do eixo geométrico θ é de cerca da soma dessas duas quantidades, que significa que:
Figure img0013
[00138] A Figura 5 é uma ilustração dessa fórmula para um ponto de uma superfície frontal com uma esfera máxima de 7,0 δ, uma esfera mínima de 5,0 δ e um eixo geométrico de cilindro ?^ de 65° (curva 22 comentada anteriormente) e uma superfície posterior esférica (curva 42). Conforme esperado, a potência óptica Pα,β (θ) (curva 44) da lente para a direção do olhar (α,β) ao longo do eixo geométrico é igual à soma da esfera da superfície frontal ao longo do mesmo eixo geométrico no ponto correspondente (x,y) e da esfera da superfície posterior ao longo do mesmo eixo geométrico no ponto correspondente (x',y'), os pontos correspondentes são os pontos de interseção entre a direção do olhar (α,β) e as superfícies. Nesse exemplo, a título de simplicidade, a espessura da lente é considerada igual a 0 mm de modo que x=x' e y=y'.
[00139] Então, as fórmulas de aproximação permitem o fornecimento de uma estimativa da ampliação ao longo de um dado eixo geométrico que forma um ângulo θ com o eixo geométrico horizontal como uma função da potência óptica ao longo desse eixo geométrico e da esfera da superfície frontal ao longo do mesmo eixo geométrico:
Figure img0014
[00140] em que Gα,β (θ) é a ampliação ao longo do eixo geométrico que forma um ângulo θ com o eixo geométrico horizontal, L é a distância da superfície lateral de globo ocular da lente para o centro de rotação ocular se a visão central for considerada ou L é a distância da superfície lateral de globo ocular da lente para a pupila se a visão periférica for considerada, t é a espessura da lente e n o índice refrativo da lente.
[00141] Com a fórmula de Gauss dada anteriormente, uma evolução de ampliação Gα,β como uma função do ângulo θ é, dessa forma, conhecida. A Figura 23 é uma representação de tal variação para uma direção do olhar que pertence à Portion1 (Área Temporal)
[00142] O eixo geométrico de astigmatismo é Y conforme explicado anteriormente. Para qualquer direção do olhar, o eixo geométrico de astigmatismo é o eixo geométrico ao longo do qual a potência óptica é mínima. A potência óptica máxima é, dessa forma, ao longo do eixo geométrico Y +90°. Consequentemente, a ampliação mínima é Gα,β(Y) e a ampliação máxima é Gα,β(Y+90°). A quantidade DGα,β(Y)=Gα,β(Y+90°) - G«,β(Y) é, dessa forma, uma avaliação da diferença de ampliações principais, que é a quantidade que é pesquisada a ser minimizada para cada direção do olhar (α,β). De fato, a presença dessa diferença gera a distorção.
[00143] Com a fórmula acima, a quantidade DGα,β(y)=Gα,β(y+90°) - Gα,β(y) pode ser expressa. A ampliação mínima Gα,β(y) pode ser, dessa forma, calculada:
Figure img0015
[00144] De modo similar, a ampliação máxima G(y+90°) também pode ser calculada:
Figure img0016
[00145] De fato, como a função óptica alvo já foi definida, os valores de potência óptica mínima Pmin e de potência óptica máxima Pmax são impostos para qualquer direção do olhar. Os mesmos deveriam ser, portanto, considerados constantes nas fórmulas para a quantidade DG^β(Y).
[00146] No entanto, o valor da esfera da superfície frontal ao longo do eixo geométrico Y e o valor da esfera da superfície frontal ao longo do eixo geométrico Y+90° fornecidos pela fórmula de Gauss dependem do eixo geométrico de cilindro. Isso implica que o valor de DGα,β(Y) depende do eixo geométrico de cilindro escolhido. Em outras palavras, DGα,β(Y) é uma função de YAX. Essa função, quando representada, permite a obtenção da Figura 24. O exemplo foi executado com um valor de L de 25 mm para a distância da superfície lateral de globo ocular da lente até o globo ocular, um valor t de 1,4 mm para a espessura da lente e um valor n de 1,665 para o índice refrativo.
[00147] O gráfico da Figura 24 mostra que a quantidade DGα,β(Y) é mínima para um valor do eixo geométrico de cilindro. No caso da área temporal, o valor obtido é 155°. Um cálculo similar realizado para a área nasal levaria a um valor de 40°. Escolhendo-se os eixos geométricos de referência r e r2 iguais a esse valores (r = 155° e r2 = 40°), a quantidade DGα,β(Y) será minimizada, resultando em uma distorção reduzida. Um exemplo de execução de uma otimização para a etapa 16 do método de acordo o fluxograma da Figura 18 também foi descrito.
[00148] Além, ou no lugar de, das condições 1 e 2, outras condições podem ser impostas adicionalmente na etapa 18 de modificação da primeira superfície. Por exemplo, as condições 3 e 4 também po- dem ser consideradas na etapa 18 de modificação da primeira superfície. A condição 3 exige que, sobre a primeira porção, o valor de esfera média diminua ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical da parte superior para a parte inferior e a condição 4 exige, de forma similar, que, sobre a segunda porção, o valor de esfera média diminua ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical da parte superior para a parte inferior. Conforme definido acima, a parte "superior" da lente corresponde a um ângulo de abaixamento negativo α <0° e a parte "inferior" da lente corresponde a um ângulo de abaixamento positivo α >0°. Dessa forma, sobre a primeira superfície, a parte "superior" corresponde a um valor positivo ao longo do eixo geométrico y e a parte "inferior" corresponde a um valor negativo ao longo do eixo geométrico y na armação conforme definido acima em relação às Figuras 3, 6 e 7. A parte superior da primeira superfície pode ser esférica, embora a primeira superfície seja, como um todo, as- férica.
[00149] A adição dessas condições permite a redução local da curvatura local da lente. Portanto, a diferença da ampliação média entre a parte superior da lente e a parte inferior da lente é reduzida. Visto que isso é uma causa da distorção, a imposição de condições na etapa 18 permite que uma lente com distorção reduzida seja obtida. A ampliação média da lente pode ser estimada calculando-se o produto da ampliação ao longo do eixo geométrico de astigmatismo e da ampliação ao longo do contraeixo geométrico.
[00150] As Figuras 25 e 26 ilustram uma lente a qual as quatro condições 1, 2, 3 e 4 foram impostas na etapa 18. A Figura 25 é uma representação similar à representação da Figura 19. Uma linha vertical ao longo da qual a variação de esfera é representada na Figura 27 é a linha cuja abcissa é constante, fixa em -10 mm. A variação de esfera é, de fato, representada na Figura 26 ao longo da linha para uma lente tradicional progressiva (curva 62) e duas lentes obtidas através do método do fluxograma da Figura 18 (curvas 64 e 66). A curva 62 se eleva quando passa da parte superior da lente para a parte inferior da lente enquanto as curvas 64 e 66 diminuem quando passam da parte superior da lente para a parte inferior da lente.
[00151] De preferência, o valor de esfera média não diminui da parte superior da lente para a parte inferior da lente.
[00152] As condições adicionais, notadamente no meridiano conforme será mostrado posteriormente na descrição, também podem ser usadas em combinação com as condições 1 e 2 ou em combinação com as condições 1 a 4.
[00153] Conforme explicado anteriormente, o método para a determinação de uma lente oftálmica progressiva permite que uma lente oftálmica progressiva seja obtida.
[00154] Exemplos de lentes adequadas para um usuário com astigmatismo são fornecidos nas Figuras 27 a 30. As representações das Figuras 27 a 30 são representações similares àquelas da Figura 19; as partes correspondentes da descrição não são repetidas, mas deveria ser compreendido que todas as propriedades descritas em referência a essas Figuras estão incluídas. As Figuras 27 a 30 correspondem respectivamente ao eixo geométrico de astigmatismo total da função óptica alvo quando um astigmatismo prescrito é considerado. A adição prescrita é 1 dioptria e a potência prescrita é 0 dioptrias para as 4 Figuras, o astigmatismo prescrito é diferente. É igual respectivamente a 0 dioptrias para a Figura 27, 2 dioptrias e o eixo geométrico 40° para a Figura 28, 1 dioptria e o eixo geométrico 20° para a Figura 29 e 3 diop- trias e o eixo geométrico 120° para a Figura 30. Para cada direção do olhar, o eixo geométrico de astigmatismo total é igual à combinação do eixo geométrico de astigmatismo residual e do eixo geométrico de astigmatismo prescrito. O eixo geométrico de astigmatismo residual é dado pela função óptica adequada para uma prescrição esférica. Os valores do eixo geométrico médio de astigmatismo total de funções ópticas alvo sobre a Portion1 e a Portion2 ópticas são indicados nas Figuras. Para cada prescrição, os eixos geométricos de referência r 1 e R da superfície frontal que permitem os desempenhos mais satisfatórios na distorção para o usuário são iguais acerca dos eixos geométricos de astigmatismo total indicados nas Figuras.
[00155] De modo a caracterizar a lente com distorção reduzida descrita anteriormente, diversos recursos alternativos podem ser usados. Essas formas diferentes de caracterização da lente estão, todas, ligadas pelo fato de que as mesmas aprimoram o conforto de uso para o usuário para o qual a lente está prevista aprimorando-se o desempenho da lente em relação à distorção enquanto garante uma nitidez ideal da imagem percebida pelo usuário. Notadamente, o uso desse recurso pode ser uma forma de caracterizar uma lente obtida por qualquer um dos métodos descritos anteriormente.
[00156] A lente pode exibir uma propriedade denominada P1. De acordo com essa propriedade P1, a primeira superfície de tal lente tem, pelo menos na primeira porção Portion1_Front_Surface da área temporal Area_temporal, o eixo geométrico de cilindro YAX_T compreendido entre 90° e 180°. Se a primeira superfície satisfaz a exigência da propriedade P1, essa superfície também tem, pelo menos na segunda porção Portion2_Front_Surface da área nasal, um eixo geométrico de cilindro YAX_N de tal modo que a diferença do ângulo em valor absoluto entre o eixo geométrico de cilindro YAX_T na primeira porção Portion1_Front_Surface e o eixo geométrico de cilindro YAX_N na segunda porção Portion2_Front_Surface seja superior a 20°. Isso pode ser matematicamente expresso como | YAX_T - YAX_N | > 20°, com os ei-xos geométricos de cilindro YAX_N e YAX_T expressos em graus. Isso implica notadamente que os valores de eixo geométrico de cilindro YAX_T na área temporal e YAX_N na área nasal são diferentes.
[00157] Uma lente que satisfaz tal propriedade P1 exibe propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma nitidez ideal da imagem percebida pelo usuário. O conforto do usuário com tal tipo de lente é, dessa forma, aumentado.
[00158] A superfície frontal ideal para as lentes dos exemplos das Figuras 27 e 29 verifica essa propriedade P1, isto é, para a Figura 27, um eixo geométrico de cilindro YAX_T na primeira porção Portionl da área temporal é igual a 150° e um eixo geométrico de cilindro YAX_N na segunda porção Portion2 da área nasal é igual a 40°. Dessa forma, o eixo geométrico de cilindro YAX_T está compreendido entre 90° e 180° e | YAX_T - YAX_N | = | 150° — 40° | = 110°, que é superior a 20°. A propriedade P1 é, portanto, satisfeita pela superfície dos exemplos da Figura 27.
[00159] De modo similar, na Figura 29, o eixo geométrico de cilindro YAX_T na primeira porção Portion1 da área temporal é igual a 178° e o eixo geométrico de cilindro YAX_N na segunda porção Portion2 da área nasal é igual a 29°. Dessa forma, o eixo geométrico de cilindro YAX_T está compreendido entre 90° e 180° e | YAX_T - YAX_N | = | 178° — 29° | = 149°, que é superior a 20°. A propriedade P1 é, portanto, satisfeita pelas superfícies dos exemplos da Figura 29.
[00160] A lente que tem a superfície ilustrada nas Figuras 27 e 29 irá, portanto, exibir propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma nitidez ideal da imagem percebida pelo usuário.
[00161] De acordo com uma modalidade preferencial para a propriedade P1, em pelo menos uma primeira porção da área temporal, o eixo geométrico de cilindro YAX_T pode estar compreendido entre 110° e 180° e, em pelo menos uma segunda porção da área nasal, o eixo geométrico de cilindro YAX_N pode estar compreendido entre 0° e 70°. Esses valores correspondem a valores médios para os quais a dife rença de ampliação é reduzida conforme explicado em referência às Figuras 23 e 24. De acordo com outra forma de caracterização de tal lente, a lente pode exibir uma propriedade denominada P2. De acordo com essa propriedade P2, a primeira superfície de tal lente tem, pelo menos na primeira porção Portion1_Front_Surface da área temporal Area_temporal, o eixo geométrico de cilindro YAX_T compreendido entre 0° e 90° e, pelo menos na segunda porção Portion2_Front_Surface da área nasal Area_nasal, o eixo geométrico de cilindro YAX_N está compreendido entre 0° e 90°. Se a primeira superfície satisfaz a exigência da propriedade P2, essa superfície também tem, pelo menos na segunda porção Portion2_Front_Surface da área nasal, um eixo geométrico de cilindro YAX_N de tal modo que a diferença de ângulo em valor absoluto entre o eixo geométrico de cilindro YAX_T na primeira porção Portion1_Front_Surface e o eixo geométrico de cilindro YAX_N na segunda porção Portion2 seja superior a 20°. Isso pode ser matematicamente expresso como | YAX_T - YAX_N | > 20°, com os eixos geométricos de cilindro YAX_N e YAX_T expressos em graus. Isso implica notadamente que os valores de eixo geométrico de cilindro YAX_T e YAX_N e nas áreas temporal e nasal são diferentes.
[00162] Uma lente que satisfaz tal propriedade P2 exibe propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma compensação satisfatória para o fenômeno "óptico". O conforto do usuário com tal tipo de lente é, dessa forma, aumentado.
[00163] De acordo com outra forma de caracterização de tal lente, a lente pode exibir uma propriedade denominada P3. Nesse caso, a primeira superfície tem a zona de visão distante situada em uma parte superior da lente e a zona de visão próxima situada em uma parte inferior da lente e uma porção do meridiano na zona de visão distante define um eixo geométrico vertical. Além disso, na primeira porção Por- tion1 da área temporal, o valor de esfera média diminui ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical da parte superior para a parte inferior. De modo similar, na segunda porção Portion2 da área nasal, o valor de esfera média diminui ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical da parte superior para a parte inferior.
[00164] Uma lente que satisfaz tal propriedade P3 exibe propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma nitidez ideal para a imagem percebida pelo usuário. O conforto do usuário com tal tipo de lente é, dessa forma, aumentado.
[00165] De acordo com outra forma de caracterização de tal lente, a lente pode exibir uma propriedade denominada P4. A primeira superfície tem, pelo menos na primeira porção Portion1 da área temporal, um eixo geométrico de cilindro YAX_T igual ao eixo geométrico de astigmatismo na porção considerada mais ou menos 20°; de preferência mais ou menos 10°. Se o eixo geométrico de astigmatismo na primeira porção é denominado YT, o eixo geométrico de cilindro YAX_T na Portionl se situa na faixa [YT-20°; YT+20°], em que YAX_T e YT são expressos em graus. Além disso ou de modo alternativo, pelo menos na segunda porção da área nasal, o eixo geométrico de cilindro yAX_N é igual ao eixo geométrico de astigmatismo na porção considerada mais ou menos 20°; de preferência mais ou menos 10°. Se o eixo geométrico de astigmatismo na segunda porção é denominado yN, o eixo geométrico de cilindro yAX_N na Portion2 se situa na faixa [yN-20°; yN+20°], em que yAX_N e yN são expressos em graus.
[00166] Uma lente que satisfaz tal propriedade P4 exibe propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma nitidez ideal para a imagem percebida pelo usuário. O conforto do usuário com tal tipo de lente é, dessa forma, aumentado.
[00167] Os eixos geométricos de astigmatismo yN e yT podem ser os eixos geométricos de astigmatismo residual da lente na porção considerada. Alternativamente, os eixos geométricos de astigmatismo YN e YT podem ser os eixos geométricos de astigmatismo prescrito ou de astigmatismo total da lente na porção considerada.
[00168] De acordo com outra forma de caracterização de tal lente, a lente pode exibir uma propriedade denominada P5. De acordo com essa propriedade P5, a primeira superfície de tal lente tem, pelo menos na primeira porção Portion1_Front_Surface da área temporal Area_temporal, o eixo geométrico de cilindro YAX_T compreendido entre 0° e 70° e, pelo menos na segunda porção Portion2_Front_Surface da área nasal Area_nasal, o eixo geométrico de cilindro YAX_N está compreendido entre 0° e 70°.
[00169] Uma lente que satisfaz tal propriedade P5 exibe propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma compensação satisfatória para o fenômeno "óptico". O conforto do usuário com tal tipo de lente é, dessa forma, aumentado.
[00170] A superfície frontal ideal para a lente do exemplo da Figura 28 ratifica essa propriedade P5. De fato, na Figura 28, o eixo geométrico de cilindro YAX_T na primeira porção Portion1 da área temporal é igual a 32° e o eixo geométrico de cilindro YAX_N na segunda porção Portion2 da área nasal é igual a 41°. Dessa forma, os eixos geométricos de cilindro YAX_T e YAX_N estão compreendidos entre 0° e 70°. A propriedade P5 é, portanto, satisfeita pela superfície do exemplo das Figuras 28.
[00171] A lente que tem a superfície ilustrada nas Figuras 28 exibirá, portanto, propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma nitidez ideal para a imagem percebida pelo usuário.
[00172] De acordo com outra forma de caracterizar tal lente, a lente pode exibir uma propriedade intitulada P6. De acordo com essa propriedade P6, a primeira superfície de tal lente tem, pelo menos na pri- meira porção Portion1_Front_Surface da área temporal Area_temporal, o eixo geométrico de cilindro YAX_T compreendido entre 110° e 180° e pelo menos na segunda porção Portion2_Front_Surface da área nasal Area_nasal, o eixo geométrico de cilindro YAX_N está compreendido entre 110° e 180°.
[00173] Uma lente que satisfaz tal propriedade P6 exibe propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante a compensação satisfatória para o fenômeno "óptico". O conforto do usuário com tal tipo de lente é, dessa forma, aumentado.
[00174] A superfície frontal ideal para a lente do exemplo da Figura 30 ratifica essa propriedade P6. De fato, na Figura 30, o eixo geométrico de cilindro YAX_T na primeira porção Portionl da área temporal é igual a 127° e o eixo geométrico de cilindro YAX_N na segunda porção Portion2 da área nasal é igual a 120°. Dessa forma, os eixos geométricos de cilindro YAX_T e YAX_N estão compreendidos entre 110° e 180°. A propriedade P6 é, portanto, satisfeita pela superfície do exemplo das Figuras 30.
[00175] A lente que tem a superfície ilustrada nas Figuras 30 exibirá, portanto, as propriedades aprimoradas em relação à distorção enquanto garante uma nitidez ideal para a imagem percebida pelo usuário.
[00176] A lente de acordo com a invenção pode ser, dessa forma, caracterizada por qualquer uma dentre as propriedades P1 a P6. Deveria ser adicionalmente entendido que para cada propriedade, isso implica que a condição 1 e a condição 2 sejam satisfeitas para essa lente.
[00177] Além disso, a lente pode exibir diversas propriedades Pi quanto relevante. De forma notável, a lente pode apresentar a combinação das propriedades P1 e P3 ou a combinação das propriedades P2 e P3 ou a combinação das propriedades P4 e P3 ou a combinação das propriedades P5 e P3 ou a combinação das propriedades P6 e P3.
[00178] Além das propriedades Pi já descritas, a lente pode ter recursos adicionais. Por exemplo, a primeira superfície pode ter um meridiano substancialmente umbílico. Esse caso é ilustrado pelas Figuras 31 e 32. A Figura 31 indica um eixo geométrico de cilindro na área temporal que tem 146° e um eixo geométrico de cilindro na área nasal que tem 38°. A Figura 32 é uma Figura que representa a variação da esfera média da superfície frontal ao longo do meridiano (a curva central das 3 curvas) em relação ao valor de esfera média do ponto que corresponde ao ponto de prescrição de visão distante. O eixo geométrico vertical é Y. A Figura 32 mostra que o meridiano é, de fato, substancialmente umbílico visto que o cilindro está próximo à zero. Impor tal meridiano na etapa 18 do método de acordo com o fluxograma da Figura 18 é, dessa forma, uma condição que pode ser vantajosa visto que isso permite, após a etapa 20, o fornecimento de uma lente para o usuário na qual não há deformação da visão central ao longo do meridiano óptico para uma prescrição esférica. A superfície é definida para a prescrição cuja característica óptica da lente é definida na Figura 27. Essa superfície cumpre as condições 1, 2, 3, 4. A fim de obter um de-sempenho máximo na distorção, o valor absoluto da esfera média que é negativo deve ser muito alto induzindo a um problema de fabricação.
[00179] As Figuras 33 e 34 ilustram um exemplo de uma superfície que também cumpre as condições 1, 2, 3, 4. Essas Figuras 33 e 34 correspondem, respectivamente, às Figuras 31 e 32. A Figura 33 indica que um eixo geométrico de cilindro na área temporal tem 115° e um eixo geométrico de cilindro na área nasal tem 60°. A Figura 34 mostra que o meridiano da lente não é umbílico. Essa superfície exibe mais valor de cilindro na periferia do que a superfície ilustrada na Figura 31 e 32 sem impor que o valor absoluto da esfera média que é negativa seja muito alto. Isso pode ser vantajoso para o processo de fabricação. A fim de alcançar a adição prescrita, quanto maior o valor absoluto da esfera média no ponto correspondente em relação à direção do olhar próximo na superfície frontal e maior será a esfera média na superfície posterior no ponto correspondente. Então, é vantajoso reduzir esse valor.
[00180] As Figuras 35 e 36, que correspondem respectivamente às Figuras 31 e 32, ilustram uma superfície que apenas cumpre as condições 1 e 2. A Figura 35 indica que um eixo geométrico de cilindro na área temporal tem 100° e um eixo geométrico de cilindro na área nasal tem 80°. Com base na Figura 36, pode ser observado que a primeira superfície da lente tem um valor de esfera média que permanece substancialmente constante ao longo do meridiano. Essa superfície pode ser vantajosa para o processo de fabricação.
[00181] As Figuras 37 e 38 ilustram outro exemplo de uma lente que tem uma face frontal tórica. Essas Figuras 37 e 38 correspondem respectivamente às Figuras 31 e 32. A Figura 37 indica que um eixo geométrico de cilindro na área temporal tem 145° e um eixo geométrico de cilindro na área nasal tem 145°. Com base na Figura 38, pode ser observado que a primeira superfície da lente tem um valor de esfera média que permanece substancialmente constante ao longo do meridiano. Quando o astigmatismo prescrito é alto em comparação ao valor do astigmatismo residual, o eixo geométrico de astigmatismo total é igual para o astigmatismo prescrito. Uma superfície tórica como a superfície ilustrada nas Figuras 37 e 38 fornecerá desempenho satisfatório na distorção para um eixo geométrico prescrito de cerca de 145° quando o valor do astigmatismo prescrito for alto. Por exemplo, se a lente deve exibir um valor de adição de cerca de 1 dioptria, então o astigmatismo residual na periferia será de cerca de 1 dioptria. Então, para um astigmatismo prescrito de cerca de 2 dioptrias, a superfície fornecerá desempenho satisfatório na distorção. Essa superfície tam- bém é vantajosa para o processo de fabricação.
[00182] Tal superfície tórica frontal também fornecerá desempenhos mais satisfatórios na distorção que a superfície frontal tradicional para usuários cujo astigmatismo prescrito é baixo quando um eixo geométrico de referência de cerca de 145° for determinado na área temporal ou na área nasal e um eixo geométrico de cilindro é definido em 145° sobre a área temporal e a área nasal. Dessa forma, os desempenhos são parcialmente aprimorados visto que apenas o lado temporal ou o lado nasal é distorção aprimorada.
[00183] Uma superfície tórica também fornecerá desempenho satisfatório na distorção não importa qual for a prescrição, qual for o astigmatismo total, residual ou prescrito.
[00184] Por exemplo, a superfície frontal da lente pode ter um eixo geométrico de cilindro YAX_T na primeira porção Portionl da área temporal igual ao eixo geométrico de astigmatismo YT na dita primeira porção, e um eixo geométrico de cilindro YAX_N na segunda porção Por- tion2 da área nasal também igual a yT. Alternativamente, a superfície frontal da lente pode ter um eixo geométrico de cilindro yAX_N na segunda porção Portion2 da área nasal igual ao eixo geométrico de astigmatismo yN na dita segunda porção, e um eixo geométrico de cilindro yAX_T na primeira porção Portion1 da área temporal também igual a yN.
[00185] Cada uma das lentes anteriormente descritas pode ser obtida pelo método de determinação de uma lente oftálmica progressiva anteriormente descrito. Esse método pode ser implantado em um computador. Nesse contexto, a menos se especificamente estabelecido em contrário, é observado que, ao longo desse relatório descritivo, as discussões que utilizam termos como "de computador", "de cálculo" e "de geração", ou similares, se referem à ação e/ou processos de um computador ou sistema computacional, ou similar dispositivo computa- cional eletrônico, que manipula e/ou transforma dados representados como físicos, como quantidades eletrônicas dentro dos registros e/ou memórias do sistema computacional em outros dados similarmente representados como as quantidades físicas dentro das memórias, registros ou outros dispositivos de armazenamento, transmissão ou de exibição do sistema computacional.
[00186] Também é proposto um produto de programa de computador que compreende uma ou mais sequências armazenadas de instrução que são acessíveis a um processador e que, quando executadas pelo processador, fazem com que o processador execute as etapas do método.
[00187] Tal programa de computador pode ser armazenado em um meio de armazenamento legível por computador, como, mas não limitado a, qualquer tipo de disco incluindo disquetes, discos ópticos, CD- ROMs, discos magnético-ópticos, memória apenas para leitura (ROMs), memórias de acesso aleatório (RAMs) memórias apenas para leitura eletricamente programáveis (EPROMs), memórias apenas para leitura eletricamente apagáveis e programáveis (EEPROMs), cartões magnéticos ou ópticos, ou qualquer outro tipo de meio adequado para o armazenamento de instruções eletrônicas, e que tem a capacidade de ser acoplado a um barramento de sistema de computador. Um meio legível por computador que executa uma ou mais sequências de instruções do produto de programa de computador é, dessa forma, proposto. Isso permite a execução do método em qualquer local.
[00188] Os processos e visores aqui apresentados não estão inerentemente relacionados a nenhum computador particular ou outro aparelho. Vários sistemas de propósito geral podem ser usados com programas de acordo com os ensinamentos da presente descrição, ou podem se provar convenientes para a construção de um aparelho mais especializado para a realização do método desejado. A estrutura dese- jada para uma variedade desses sistemas surgirá a partir da descrição abaixo. Além disso, as modalidades da presente invenção não são descritas com referência a nenhuma linguagem de programação particular. Será observado que uma variedade de linguagens de programação pode ser usada para implantar os ensinamentos das invenções aqui descritas.
[00189] Muitos aparelhos ou processos podem ser usados para obter o par de lentes com o uso de uma primeira superfície de uma lente determinada de acordo com o método anteriormente descrito. Os processos implicam, com frequência, em uma troca de um conjunto de dados. Por exemplo, esse conjunto de dados pode compreender apenas a primeira superfície de uma lente determinada de acordo com o método. Esse conjunto de dados pode compreender, ainda, adicionalmente, dados relacionados aos olhos do usuário de modo que, com esse conjunto, a lente oftálmica progressiva possa ser fabricada.
[00190] Essa troca de dados pode ser esquematicamente compreendida pelo aparelho da Figura 39 que representa um aparelho 333 para receber dados numéricos. Isso compreende um teclado 88, um visor 104, um centro de informações externo 86, um receptor de dados 102, ligado a um dispositivo de entrada/saída 98 de um aparelho para processamento de dados 100 que é concretizado nisto como uma unidade lógica.
[00191] O aparelho para processamento de dados 100 compreende, ligados entre os mesmos um barramento de dados e de endereço 92: - uma unidade de processamento central 90; - uma memória RAM 96, - uma memória ROM 94, e - o dito dispositivo de entrada/saída 98.
[00192] Os ditos elementos ilustrados na Figura 39 são bem conhe- cidos pelo versado na técnica. Esses elementos não são adicionalmente descritos.
[00193] Para obter uma lente oftálmica progressiva que corresponde a uma prescrição de usuário, espaços vazios de lente oftálmica semiacabada podem ser fornecidos por um fabricante de lente para os laboratórios de prescrição. Em geral, um bloco bruto de lente oftálmica semiacabada compreende uma primeira superfície que corresponde a uma superfície de referência óptica, por exemplo, uma superfície progressiva no caso de lentes de adição progressiva, e uma segunda superfície não acabada. Um bloco bruto de lente semiacabada que tem características ópticas adequadas, é selecionado com base na prescrição de usuário. A superfície não acabada é finalmente usinada e polida pelo laboratório de prescrição de modo a obter uma superfície que cumpre com a prescrição. Uma lente oftálmica que cumpre com a prescrição é, dessa forma, obtida.
[00194] De forma notável, de acordo com a invenção, os blocos brutos de lente semiacabada podem ser dotados de uma primeira superfície que cumpre com as condições anteriormente descritas com referência à primeira superfície de uma lente oftálmica progressiva.
[00195] Para fornecer tais blocos brutos de lente semiacabada, uma função óptica alvo precisa ser escolhida para cada conjunto de prescrições (de modo similar à etapa 10 na Figura 18). Uma primeira superfície asférica e uma segunda superfície não acabada são definidas (de modo similar à etapa 12 na Figura 18). Pelo menos um eixo geométrico de referência ri ou r2 é determinado baseado não apenas no eixo geométrico médio de astigmatismo YT e YN da função óptica alvo para direções do olhar que pertence à Portioni e Portion2, mas também no eixo geométrico médio de astigmatismo para lentes do conjunto de prescrições. A primeira superfície asférica do bloco bruto de lente semiacabada é, então, modificada para cumprir as condições i e 2 ou 1 e 1' ou 2 e 2' e/ou 3 e 4 definidas acima.
[00196] No entanto, pode ser usado outro método para a fabricação. O método de acordo com Figura 40 é um exemplo. O método para a fabricação compreende uma etapa 74 de fornecimento de dados relacionados aos olhos do usuário em um primeiro local. Os dados são transmitidos do primeiro local para um segundo local na etapa 76 do método. A lente oftálmica progressiva é, então, determinada na etapa 78 no segundo local de acordo com o método para determinação anteriormente descrito. O método para a fabricação compreende, ainda, uma etapa 80 de transmissão em relação à primeira superfície para o primeiro local. O método também compreende uma etapa 82 de execução de uma otimização óptica com base nos dados em relação à primeira superfície transmitida. O método abrange, ainda, uma etapa de transmissão 84 do resultado da otimização óptica para um terceiro local. O método abrange, ainda, uma etapa de fabricação 86 da lente oftálmica progressiva de acordo com o resultado da otimização óptica.
[00197] Tal método de fabricação torna possível a obtenção de uma lente oftálmica progressiva com uma distorção reduzida sem degradar os outros desempenhos ópticos da lente.
[00198] As etapas de transmissão 76 e 80 podem ser alcançadas eletronicamente. Isso permite a aceleração do método. A lente oftálmica progressiva é fabricada mais rapidamente.
[00199] Para aprimorar esse efeito, o primeiro local, o segundo local e o terceiro local podem ser apenas três sistemas diferentes, um dedicado à coleta de dados, um ao cálculo e o outro à fabricação, em que os três sistemas estão situados no mesmo edifício. No entanto, os três locais também podem ser três empresas diferentes, por exemplo, um sendo um vendedor de óculos (oftalmologista), um sendo um laboratório e o outro sendo designer de lentes.
[00200] Também é revelado um conjunto de aparelhos para a fabri- cação de uma lente oftálmica progressiva, no qual os aparelhos são adaptados para executar o método de fabricação.
[00201] A invenção será adicionalmente ilustrada através do uso dos exemplos a seguir.
Descrição Geral das Figuras dos Exemplos
[00202] Conforme explicado anteriormente, uma superfície pode ser, dessa forma, definida localmente por um tripleto constituído pela esfera máxima SPHmax, pela esfera mínima SPHmin e pelo eixo geométrico de cilindro YAX.
[00203] As caracterizações de superfície dos exemplos são, dessa forma, dadas pelo mapa da esfera máxima, da esfera mínima e do eixo geométrico de cilindro para cada superfície considerada.
[00204] As Figuras 41, 48, 55, 62, 69, 86 e 95 são mapas de esfera mínima. Os eixos geométricos vertical e horizontal dos mapas são os valores da abcissa X (em mm) e da ordenada Y (em mm). As curvas de isovalor indicadas nesses mapas conectam os pontos que correspondem a um mesmo valor de esfera mínima. Os respectivos valores de esfera mínima para as curvas são incrementados em 0,10 dioptria entre curvas adjacentes, e são indicados em parte dessas curvas.
[00205] As Figuras 42, 49, 56, 63, 70, 87 e 96 são mapas de esfera máxima. Os eixos geométricos vertical e horizontal dos mapas são os valores da abcissa X (em mm) e da ordenada Y (em mm). As curvas de isovalor indicadas nesses mapas conectam os pontos que correspondem a um mesmo valor de esfera máxima. Os respectivos valores de esfera máxima para as curvas são incrementados em 0,10 dioptria entre curvas adjacentes, e são indicados em parte dessas curvas.
[00206] As Figuras 43, 50, 57, 64, 71, 88 e 97 são mapas de eixo geométrico de cilindro. Os eixos geométricos vertical e horizontal dos mapas são os valores da abcissa X (em mm) e da ordenada Y (em mm). As curvas isométricas indicadas nesses mapas conectam os pontos que correspondem a um mesmo valor de eixo geométrico de cilindro. Os respectivos valores de eixo geométrico de cilindro para as curvas são incrementados em 5° entre as curvas adjacentes, e são indicados em parte dessas curvas. As superfícies frontais de lentes exemplificadas têm um cilindro médio de pelo menos 0,25 dioptria nas porções consideradas, preferencialmente de pelo menos 1 dioptria, e preferencialmente 2 dioptrias. Quanto mais alto e mais bem orientado for o cilindro, menor será a distorção e menos sensível será a distorção em relação à orientação do eixo geométrico sobre a superfície frontal.
[00207] As Figuras 102 e 105 fornecem perfis de esfera máxima e mínima para superfícies tóricas frontais.
[00208] As Figuras 44, 45, 46, 47, 51, 52, 53, 54, 58, 59, 60, 61, 65, 66, 67, 68, 72, 73, 74, 75, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 89, 90, 93, 94, 98, 99, 103, 104, 106, 107, 108 fornecem análise óptica do desempenho das lentes consideradas.
[00209] As Figuras 46, 53, 60, 67, 74, 80, 83, 89, 93, 98, 103 e 106 são mapas de potência óptica. Os eixos geométricos vertical e horizontal dos mapas são os valores do ângulo de declinação de olho α e a ângulo azimutal de olho β. As curvas isométricas indicadas nesses mapas conectam as direções do olhar que correspondem a um valor de potência óptica igual. Os respectivos valores de potência óptica para as curvas são incrementados em 0,25 dioptria entre as curvas adjacentes, e são indicados em parte dessas curvas.
[00210] As Figuras 47, 54, 61, 68, 75, 81, 84 e 107 são plotagens de contorno de astigmatismo residual, com o eixo geométrico similar àqueles dos mapas de potência óptica. As curvas isométricas indicadas conectam as direções do olhar que correspondem a um valor de astigmatismo residual igual.
[00211] As Figuras 82, 85, 90, 94, 99, 104 e 108 são plotagens de contorno de astigmatismo total, com o eixo geométrico similar àqueles dos mapas de potência óptica. As curvas isométricas indicadas conectam as direções do olhar que correspondem a um valor de astigmatismo total igual.
[00212] As Figuras 44, 51, 58, 65, e 72 são mapas de potência óptica periférica. Os eixos geométricos vertical e horizontal dos mapas são os valores das direções de raio periféricas (α,β). As curvas isométricas indicadas nesses mapas conectam as direções de raio periféricas que correspondem a um valor de potência óptica periférica igual. Os respectivos valores de potência óptica periférica para as curvas são incrementados em 0,25 dioptria entre curvas adjacentes, e são indicados em parte dessas curvas.
[00213] As Figuras 45, 52, 59, 66 e 73 são plotagens de contorno de astigmatismo residual periférico, com o eixo geométrico similar àqueles dos mapas de potência óptica periférica. As curvas indicadas conectam as direções de raio periféricas que correspondem a um valor de astigmatismo residual periférico igual.
[00214] As Figuras 76, 77, 78, 79, 91, 92, 100 e 101 fornecem comparações de distorção para as lentes exemplificadas. Exemplo 1 (Técnica Anterior)
[00215] O Exemplo 1 corresponde a uma lente LENS1 de acordo com a técnica anterior. Nesse caso, a prescrição de potência é 0 δ na visão distante e a adição prescrita é 2,5 δ. Para esse exemplo 1, não é prescrito astigmatismo para o usuário.
[00216] As Figuras 41, 42 e 43 são as características de superfície da superfície frontal para LENS1. A título de comparação, dois pontos específicos A e B são considerados. O ponto A está situado na área temporal enquanto o ponto B está situado na área nasal. Para o ponto A, a esfera máxima SPHmax_A é igual a 6,90 δ, a esfera mínima SPH- min_A é igual a 4,80 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=64°. Para o ponto B, a esfera máxima SPHmax_B é igual a 6,90 δ, a esfera mínima SPHmin_B é igual a 4,65 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=126°.
[00217] As Figuras 44 e 45 fornecem desempenhos ópticos da LENS1 para a visão periférica quando a direção do olhar é fixa na direção do olhar primária. A título de comparação, duas direções de raio periféricas específicas DA e DB são consideradas. DA e DB fazem interseção com a superfície frontal da LENS1 nos pontos A e B.
[00218] Para a direção DA, a potência periférica média é 1,64 δ, o astigmatismo periférico é 3,56 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 150° e defeito de astigmatismo periférico é 3,56 δ. A distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de GDA(YA+90°) - GDA(yA) que equivale a 0,05238233. O valor correspondente da magni- ficação média GDA(yA +90°)*GDA (yA) é 1,05670098.
[00219] Para a direção DB, a potência periférica média é 1,62 δ, o astigmatismo periférico é 3,38 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 38° e o defeito de astigmatismo é 3,38 δ. A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de GDB(yB +90°) - GDB(yB) que equivale a 0,04838258. O valor correspondente da magnificação média GDB(yB +90°)*GDB(yB) é 1,05646721.
[00220] Além dessa análise local em duas direções de raio periféricas do desempenho da LENS1, uma análise global também pode ser executada. A Portion1 na área temporal pode ser delimitada por direções de raio de 0°<alfa<50° e -50°<beta<-10° e tal que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptria. A Por- tion2 na área nasal pode ser delimitada por direções de raio de 0°<alfa<50° e 50°>beta>10° e tal que o astigmatismo resultante na porção considerada seja maior que 0,50 dioptria. O valor de eixo geométrico médio y calculado em relação a Portion1 é de cerca de 150°. O valor correspondente de G(y +90°) - G(y) é 0,034529416. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,045640351. O valor de eixo ge- ométrico médio Y calculado em relação a Portion2 é de cerca de 40°. O valor correspondente de G(Y +90°) - G(Y) é 0,026984956. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,044253906.
[00221] A mesma avaliação pode ser realizada na visão central. As Figuras 46 e 47 fornecem desempenhos ópticos da LENS1 para visão central. Para a direção do olhar DA, na visão central, a potência média é 1,11 δ, o astigmatismo é 2,51 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yA é 153° e o defeito de astigmatismo é 2,51 δ. A distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de GDA(yA+90°) - GDA(yA) que equivale a 0,068361295. O valor de magnificação média GDA(yA+90°)*GDA(yA) é 1,069477041.
[00222] Para a direção DB, a potência média é 1,08 δ, o astigmatismo é 2,22 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 37° e defeito de astigmatismo é 2,22 δ. A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,060693133. O valor correspondente de GDB(yB +90°)*GDB(yB) é 1,067490878.
[00223] Essas diferentes caracterizações permitem uma comparação com LENS2, LENS3, LENS4 e LENS5 cujas características são desenvolvidas nos exemplos 2, 3, 4 e 5. Esses quatro exemplos são lentes de acordo com a invenção fabricadas para a mesma prescrição daquela da LENS1.
[00224] A primeira etapa do método (etapa 10 na Figura 18) é definir uma função óptica alvo. A função óptica alvo pré-determinada é a mesma para a LENS1, LENS2, LENS3, LENS4 e LENS5.
[00225] Dessa forma, para essa prescrição, os eixos geométricos de referência determinados na etapa 16 do método são ri= 150° na Portionl (Temporal_Area) e r2 =40° na Portion2 (Nasal_Area), em que Portion1 e Portion2 da superfície frontal são determinadas a partir da Portion1 e da Portion2 ópticas definidas nesse exemplo.
[00226] Todas as etapas do método (etapa 10, 12, 14, 16, 18, 20) foram executadas para as lentes LENS2 a LENS5. As LENS2 a LENS5 exibem desempenho diferente em termo de distorção, mas os mesmos desempenhos em potência e em astigmatismo. Exemplo 2:
[00227] As Figuras 48, 49 e 50 são as características de superfície da superfície frontal da LENS2. Para o ponto A, a esfera máxima SPHmax_A é igual a 4,88 δ, a esfera mínima SPHmin_A é igual a 3,00 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=153°, então o valor de esfera média é 3,94 δ. Para o ponto B, a esfera máxima SPHmax_B é igual a 4,72 δ, a esfera mínima SPHmin_B é igual a 3,05 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=37, então a esfera média é 3,89 δ.
[00228] As Figuras 51 e 52 fornecem análises ópticas do desempenho periférico da LENS2. A título de comparação, as mesmas duas direções específicas DA e DB são consideradas. Para a direção DA, a potência periférica média é 1,72 δ, o astigmatismo periférico é 3,68 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito periférico YA é 150° e o defeito de astigmatismo periférico é 3,68 δ. Para a direção DB, a potência periférica média é 1,74 δ, o astigmatismo periférico é 3,39 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito periférico yB é 40° e o defeito de astigmatismo periférico é 3,39 δ. Os desempenhos periféricos ópticos da LENS2 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos periféricos ópticos da LENS1 em relação a valores de potência e astigmatismo.
[00229] No entanto, apesar de desempenhos periféricos ópticos similares em termos de potência óptica e astigmatismo, a distorção da LENS2 é reduzida em relação à LENS1. De fato, GDA(yA +90°) - GDA(yA) = 0,04887881. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 6,7%. Ademais, G(yA +90°)*G(yA) = 1,05330224. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,3%. De modo simi- lar, a distorção na direção DB pode ser indicada pelo valor de G(YB +90°) - G(YB) que equivale a 0,04492625. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 7,1%. O valor correspondente de G(YB +90°)*G(YB) é 1,05310467. Em comparação ao valor do exemplo 1, há uma redução de 0,3%.
[00230] Além dessa análise local, uma análise global também pode ser executada. As porções são as mesmas que para LENS1. O eixo geométrico médio Y para a área temporal é 150°. O valor correspondente de G(Y +90°) - G(Y) é 0,034307044. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,6%. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,045072749. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,05%. O eixo geométrico médio para a área nasal é 40°. O valor correspondente de G(y +90°) - G(y) é 0,026948119. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,1%. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,042590305. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,16%.
[00231] A mesma avaliação pode ser realizada na visão central. As Figuras 53 e 54 fornecem desempenhos ópticos da LENS2 para visão central.
[00232] Para a direção DA, na visão central, a potência média é 1,12 δ, o astigmatismo é 2,52 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yA é 153° e o defeito de astigmatismo é 2,52 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,10 δ, o astigmatismo é 2,22 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 37° e o defeito de astigmatismo é 2,22 δ. Isso significa que os desempenhos ópticos da LENS2 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS1 em relação a valores de potência e astigmatismo na visão central.
[00233] A distorção na direção DA pode ser indicada pelo valor de GDA(yA+90°) - GDA(yA) que equivale a 0,064786606. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 5,2%. O valor correspondente de GDA(YA+90°)*GDA(YA) é 1,066037202. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,3%. A distorção na direção DB pode ser indicada pelo valor de G(YB +90°) - G(YB) que equivale a 0,057186898. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 5,8%. O valor correspondente de GDB(YB +90°)*GDB(YB) é 1,064093242. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,3%.
[00234] Então, o desempenho da LENS2 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS1 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário. Exemplo 3:
[00235] As Figuras 55, 56 e 57 são as características de superfície da superfície frontal da LENS3. Para o ponto A, a esfera máxima SPH max_A é igual a 5,10 δ, a esfera mínima SPH min_A é igual a 2,66 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=154°, então o valor de esfera média é 3,38 δ. Para o ponto B, a esfera máxima SPHmax_B é igual a 5,07 δ, a esfera mínima SPHmin_B é igual a 2,60 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=27°, então o valor de esfera média é 3,83 δ.
[00236] As Figuras 58 e 59 fornecem a análise óptica do desempenho periférico da LENS3. A título de comparação, as mesmas duas direções específicas DA e DB são consideradas. Para a direção DA, a potência periférica média é 1,68 δ, o astigmatismo periférico é 3,70 δ, o eixo geométrico do defeito periférico de astigmatismo YA é 151° e o defeito de astigmatismo periférico é 3,70 δ. Para a direção DB, a potência periférica média é 1,70 δ, o astigmatismo periférico é 3,44 δ, o eixo geométrico do defeito periférico de astigmatismo yB é 39° e o defeito de astigmatismo é 3,44 δ. Isso significa que o desempenho óptico periférico da LENS3 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS1 em relação aos valores de astigmatismo periférico e de potência periférica.
[00237] No entanto, apesar dos desempenhos similares em termos de potência óptica periférica e astigmatismo periférico, a distorção da LENS3 é reduzida em relação à LENS1. De fato, a distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(YA +90°) - G(YA) que equivale a 0,0484037. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 7,6%. O valor correspondente de G(YA +90°)*G(YA) é 1,05319618. Em comparação ao valor do exemplo 1, há uma redução de 0,3%.
[00238] De modo similar, a distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(YB +90°) - G(YB) que equivale a 0, 04441357. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 8,2%. O valor correspondente de G(YA +90°)*G(YA) é 1,0530075. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,3%.
[00239] Uma análise global também pode ser executada. O eixo geométrico médio Y para a área temporal é 150°. O valor correspondente de G(Y +90°) - G(Y) é 0,033326186. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 3,5%. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,044583748. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,10. O eixo geométrico global y para a área nasal é 40°. O valor correspondente de G(y +90°) - G(y) é 0,025899471. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 4,0%. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,042440926. Em comparação ao valor do exemplo 1, há uma redução de 0,17%.
[00240] A mesma avaliação pode ser realizada na visão central. As Figuras 60 e 61 fornecem os desempenhos ópticos da LENS3 para visão central.
[00241] Para a direção DA, na visão central, a potência média é 1,12 δ, o astigmatismo é 2,51 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yA é 153° e o defeito de astigmatismo é 2,51 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,09 δ, o astigmatismo é 2,23 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 37° e o defeito de astigmatismo é 2,23 δ. Isso significa que os desempenhos ópticos da LENS3 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS1 em relação aos valores de astigmatismo e potência na visão central.
[00242] A distorção na direção DA pode ser indicada pelo valor de GDA(YA+90°) - GDA(YA) que equivale a 0,06429864. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 5,94%. O valor correspondente de GDA(YA+90°)*GDA(YA) é 1,06592987. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,33%. Conforme esperado, a redução é maior do que para LENS2. A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(YB +90°) - G(YB) que equivale a 0,05662577. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 6,7%. O valor correspondente de GDB(YB +90°)*GDB(YB) é 1,063995107. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,33%.
[00243] Então, o desempenho da LENS3 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS1 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário. Ademais, o desempenho da LENS3 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS2 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário. Exemplo 4:
[00244] As Figuras 62, 63 e 64 são as características de superfície da superfície frontal da LENS4. Para o ponto A, a esfera máxima SPH max_A é igual a 5,02 δ, a esfera mínima SPH min_A é igual a 1,27 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=153°. Para o ponto B, a esfera máxima SPH max_B é igual a 4,80 δ, a esfera mínima SPH min_B é igual a 1,42 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=37°.
[00245] Em comparação à superfície frontal da LENS2, essa superfície tem aproximadamente o mesmo eixo geométrico de cilindro nos pontos A e B. Para essa superfície, a esfera média no ponto A é de cerca de 3,15 δ e, no ponto B, de cerca de 3,11 δ. Visto que os valores de esfera média são inferiores àqueles da LENS2, a distorção deveria ser aprimorada para a LENS4 em comparação à LENS2.
[00246] As Figuras 65 e 66 fornecem a análise óptica do desempenho periférico da LENS4. A título de comparação, as mesmas duas direções específicas DA e DB são consideradas. Para a direção DA, a potência média é 1,77 δ, o astigmatismo é 3,72 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 149° e o defeito de astigmatismo é 3,72 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,80 δ, o astigmatismo é 3,39 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 41° e o defeito de astigmatismo é 3,39 δ Isso significa que os desempenhos ópticos da LENS4 nas direções DA e DB são substancialmente iguais ao desempenho da LENS1 em relação aos valores de astigmatismo periférico e de potência periférica.
[00247] No entanto, apesar desses desempenhos similares, a distorção da LENS4 é reduzida em relação à LENS1. De fato, a distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(yA +90°) - G(yA) que equivale a 0,04724064. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 9,8%. O valor correspondente de G(yA +90°)*G(yA) é 1,05189442. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,45%. Conforme esperado, a redução é maior do que para LENS2.
[00248] De modo similar, a distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,04342451. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 10,2%. O valor correspondente de G(yB +90°)*G(yB) é 1,05173226. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,45%. Conforme esperado, a redução é maior do que para LENS2.
[00249] Uma análise global também pode ser executada. O eixo geométrico global y para a área temporal é 150°. O valor correspondente de G(y +90°) - G(y) é 0,03396042. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 1,65%. A redução é maior do que para a LENS2.
[00250] O eixo geométrico global Y para a área nasal é 40°. O valor correspondente de G(Y +90°) - G(Y) é 0,026100465. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 3,28%. O valor correspondente de G(yB +90°)*G(yB) é 1,041071791. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,3%. A redução é maior do que para a LENS2.
[00251] A mesma avaliação pode ser realizada na visão central. As Figuras 67 e 68 fornecem desempenhos ópticos da LENS4 para visão central.
[00252] Para a direção DA, na visão central, a potência média é 1,13 δ, o astigmatismo é 2,55 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yA é 152° e o defeito de astigmatismo é 2,55 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,12 δ, o astigmatismo é 2,21 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 37° e o defeito de astigmatismo é 2,21 δ. Isso significa que os desempenhos ópticos da LENS3 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS1 em relação aos valores de astigmatismo e potência.
[00253] A distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de GDA(yA+90°) - GDA(yA) que equivale a 0,063119118. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 7,67%. O valor correspondente de GDA(yA+90°)*GDA(yA) é 1,064612381. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,45%. A redução é maior do que para LENS2. A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,055665757. Em comparação ao valor do exemplo 1, há uma redução de 8,28%. O valor correspondente de GDB(yB +90°)*GDB(yB) é 1,062706521. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,45%. A redução é maior do que para LENS2.
[00254] Então, o desempenho da LENS4 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS1 enquanto garante a mesma niti- dez da imagem para o usuário. Ademais, o desempenho da LENS4 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS2 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário. Exemplo 5:
[00255] As Figuras 69, 70 e 71 são as características de superfície da superfície frontal da LENS5. Para o ponto A, a esfera máxima SPH max_A é igual a 4,95 δ, a esfera mínima SPH min_A é igual a 2,87 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=117°, então o valor de esfera média é 3,91 δ. Para o ponto B, a esfera máxima SPHmax_B é igual a 4,98 δ, a esfera mínima SPHmin_B é igual a 2,66 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=60°, então o valor de esfera média é 3,82 δ.
[00256] Nesse exemplo, o eixo geométrico de cilindro da superfície frontal nos pontos A e B não se baseiam no eixo geométrico de referência ri =150° e r2. = 40°. Ademais, os valores de esfera média nos pontos A e B, respectivamente, são aproximadamente iguais àqueles no exemplo 3. Nessas condições, a distorção deveria ser maior do que para LENS5 em comparação à LENS3.
[00257] As Figuras 72 e 73 fornecem a análise óptica dos desempenhos periféricos da LENS5. A título de comparação, as mesmas duas direções específicas DA e DB são consideradas. Para a direção DA, a potência média é 1,66 δ, o astigmatismo é 3,68 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 151° e o defeito de astigmatismo é 3,68 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,70 δ, o astigmatismo é 3,41 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 39° e o defeito de astigmatismo é 3,41 δ. Os desempenhos ópticos da LENS5 nas direções DA e DB são substancialmente iguais aos do desempenho da LENS1 em relação aos valores de astigmatismo e potência periférica.
[00258] No entanto, apesar desses desempenhos similares, a distorção da LENS5 é reduzida em relação à LENS1. De fato, a distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(YA +90°) - G(YA) que equivale a 0,04976309. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 5%. O valor correspondente de G(YA +90°)*G(YA) é 1,05324847. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,3%. A redução é menor do que para os casos da LENS3.
[00259] De modo similar, a distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(YB +90°) - G(YB) que equivale a 0,04487357. Em comparação ao valor do exemplo 1, há uma redução de 7,3%. O valor correspondente de G(YB +90°)*G(YB) é 1,05298936. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,3%. A redução é menor do que para os casos da LENS3.
[00260] Uma análise global também pode ser executada. O eixo geométrico global Y para a área temporal é 150°. O valor correspondente de G(Y +90°) - G(Y) é 0,034391644 Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,4%. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,044392747. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,12%.
[00261] O eixo geométrico global y para a área nasal é 40°. O valor correspondente de G(y +90°) - G(y) é 0,026054279. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 3,45%. O valor correspondente de G(y +90°)*G(y) é 1,042346482. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,18%.
[00262] A mesma avaliação pode ser realizada na visão central. As Figuras 74 e 75 fornecem os desempenhos ópticos da LENS4 para visão central.
[00263] Para a direção DA, na visão central, potência média é 1,11 δ, o astigmatismo é 2,51 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yA é 153° e o defeito de astigmatismo é 2,51 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,08 δ, o astigmatismo é 2,22 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 37° e o defeito de astigmatismo é 2,22 δ. Isso significa que os desempenhos ópticos da LENS5 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS1 em relação aos valores de astigmatismo e potência na visão central.
[00264] A distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de GDA(YA+90°) - GDA(YA) que equivale a 0,065832877. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 3,70%. O valor correspondente de GDA(YA+90°)*GDA(YA) é 1,065982726. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,33%. Conforme esperado, a redução é menor do que para LENS3.
[00265] A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(YB +90°) - G(YB) que equivale a 0,057219922. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 5,71%. O valor correspondente de GDB(YB +90°)*GDB(YB) é 1,063976669. Em comparação ao valor da LENS1, há uma redução de 0,33%. Conforme esperado, a redução é menor do que para LENS3.
[00266] Então, o desempenho da LENS5 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS1 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário. Ademais, o desempenho da LENS3 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS5 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário.
[00267] Nas Figuras 76, 77, 78 e 79 são mostrados GDA(YA+90°)- GDA(YA) e GDA(YA+90°)*GDA(YA) para a direção temporal DA, G(YB +90°)- G(YB) e GDB(YB +90°)*GDB(YB) para a direção nasal DB, para LENS1, LENS2, LENS3, LENS4 e LENS5, na visão central e na visão periférica. Pode-se observar que a distorção é aprimorada para LENS2, LENS3, LENS4 e LENS5 em comparação à LENS1. Ademais a distorção é aprimorada para LENS4 em comparação à LENS2. A distorção também é aprimorada para LENS3 em comparação à LENS5. Exemplo 6 (Técnica Anterior)
[00268] O Exemplo 6 corresponde a uma lente LENS6 de acordo com a técnica anterior. Nesse caso, a prescrição de potência é 0,0 δ e a adição é 2,5 δ. Para esse exemplo 6, o astigmatismo prescrito para o usuário é 2,00 δ, com um eixo geométrico de 45°.
[00269] A superfície frontal da LENS6 é a mesma que a superfície frontal da LENS1. Como para o exemplo 1, as Figuras 41, 42 e 43 são as características de superfície da superfície frontal da LENS6. A título de comparação, os mesmos pontos A e B são considerados. Para o ponto A, a esfera máxima SPHmax_A é igual a 6,90 δ, a esfera mínima SPHmin_A é igual a 4,80 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=64°. Para o ponto B, a esfera máxima SPHmax_B é igual a 6,90 δ, a esfera mínima SPHmin_B é igual a 4,65 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=126°.
[00270] As Figuras 80, 81 e 82 fornecem a análise óptica dos desempenhos da LENS6. A título de comparação, as mesmas direções DA e DB do exemplo 1 são consideradas.
[00271] Para a direção DA, a potência média é 2,04 δ, o astigmatismo é 1,31δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 4° e o defeito de astigmatismo é 2,22 δ. Além disso, a distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(yA +90°) - G(yA) que equivale a 0,041523015. O valor correspondente de G(yA +90°)*G(yA) é 1,125915769.
[00272] Para a direção DB, a potência média é 2,00 δ, o astigmatismo é 4,04 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 41° e o defeito de astigmatismo é 2,07 δ. Além disso, a distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,11919188. O valor correspondente de G(yB +90°)*G(yB) é 1,127009929.
[00273] Essas diferentes caracterizações permitirão uma comparação com a LENS7 e a LENS8 cujas características são desenvolvidas nos exemplos 7 e 8. Esses dois exemplos são lentes de acordo com a invenção produzidas para a mesma prescrição daquela da LENS6. Dessa forma, para essa prescrição, os eixos geométricos de referência determinados na etapa 16 do método são ri= 5° em Portion 1 (Tempo- ral_Area) e r2 =40° em Portion2 (Área Nasal), em que Portioni e Por- tion2 da superfície frontal são determinadas a partir da Portion1 e da Portion2 ópticas definidas no exemplo 1.
[00274] A primeira etapa do método (etapa 10 na Figura 18) é definir uma função óptica alvo. A função óptica alvo pré-determinada é a mesma para LENS6, LENS7 e LENS8. Exemplo 7:
[00275] A superfície frontal da LENS7 é a mesma que a superfície frontal da LENS2. Como para o exemplo 2, as Figuras 48, 49 e 50 são as características de superfície da superfície frontal da LENS7. Para o ponto A, a esfera máxima SPHmax_A é igual a 4,88 δ, a esfera mínima SPHmin_A é igual a 3,00 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=153°, então o valor de esfera média é 3,94 δ. Para o ponto B, a esfera máxima SPH max_B é igual a 4,72 δ, a esfera mínima SPH min_B é igual a 3,05 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=37°, então o valor de esfera média é 3,89 δ.
[00276] As Figuras 83, 84 e 85 fornecem a análise óptica dos desempenhos da LENS7 na visão central. A título de comparação, as mesmas duas direções específicas DA e DB são consideradas. Para a direção DA, a potência média é 2,06 δ, o astigmatismo é 1,35 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 3° e o defeito de astigmatismo é 2,29 δ. Para a direção DB, a potência média é 2,08 δ, o astigmatismo é 4,04 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 41° e o defeito de astigmatismo é 2,07 δ. Os desempenhos ópticos da LENS7 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS6 em relação aos valores de astigmatismo e potência na visão central.
[00277] No entanto, apesar desses desempenhos similares, a distorção da LENS7 é reduzida em comparação à LENS6. De fato, a distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(YA +90°) - G(YA) que equivale a 0,039313407. Em comparação ao valor do exemplo 6, há uma redução de 5,32 %. O valor correspondente de G(YA +90°)*G(YA) é 1,122294486. Em comparação ao valor da LENS6, há uma redução de 0,32 %.
[00278] De modo similar, a distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(YB +90°) - G(YB) que equivale a 0,115520465. Em comparação ao valor do exemplo 6, há uma redução de 3,08 %. O valor correspondente de G(YB +90°)*G(YB) é 1,123422866 Em comparação ao valor da LENS6, há uma redução de 0,32 %.
[00279] Então, o desempenho da LENS7 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS6 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário. Exemplo 8:
[00280] As Figuras 86, 87 e 88 são as características de superfície da superfície frontal da LENS8. Para o ponto A, a esfera máxima SPH max_A é igual a 4,84 δ, a esfera mínima SPH min_A é igual a 2,81 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=6°, então o valor de esfera média no ponto A é 2,82 δ. Para o ponto B, a esfera máxima SPHmax_B é igual a 5,00 δ, a esfera mínima SPHmin_B é igual a 2,53 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=32°. O valor de esfera média no ponto B é 3,76 δ.
[00281] Os valores de esfera média nos pontos A e B para LENS8 são aproximadamente os mesmos que aqueles da LENS7. O eixo geométrico de cilindro no ponto A, YAX_A tem aproximadamente o valor do eixo geométrico de referência r definido anteriormente. Ademais, o eixo geométrico de cilindro YAX_B tem aproximadamente o valor do eixo geométrico de referência r2 definido acima. Então, a LENS8 deveria aprimorar a distorção em comparação à LENS7, visto que os eixos geométricos de cilindro da superfície frontal da LENS7 não se baseiam no eixo geométrico de referência ri e r2.
[00282] As Figuras 89 e 90 fornecem a análise óptica dos desempenhos da LENS8.
[00283] Para a direção DA, a potência média é 2,06 δ, o astigmatismo é 1,34δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 3° e o defeito de astigmatismo é 2,28 δ. Para a direção DB, a potência média é 2,07 δ, o astigmatismo é 4,05 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 41° e o defeito de astigmatismo é 2,08 δ. Os desempenhos ópticos da LENS8 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS6 em relação aos valores de astigmatismo e potência na visão central.
[00284] No entanto, apesar desses desempenhos similares, a distorção da LENS8 é reduzida em relação à LENS6 e LENS7. De fato, a distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(yA +90°) - G(yA) que equivale a 0,03839i923. Em comparação ao valor do exemplo 6, há uma redução de 7,54 %. Em comparação ao valor da LENS7, isso é uma redução de 2,34%. O valor correspondente de G(yA +90°)*G(yA) é i,i2i236736. Em comparação ao valor da LENS6, há uma redução de 0,42 %. Conforme esperado, a redução é de 0,44% em comparação à LENS7.
[00285] De modo similar, a distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,ii50i5i36. Em comparação ao valor do exemplo 6, há uma redução de 3,50 %. Em comparação ao valor da LENS7, isso é uma redução de 0,09%. O valor correspondente de G(yB +90°)*G(yB) é i,i233i9i83 Em comparação ao valor da LENS6, há uma redução de 0,33 % Em comparação ao valor da LENS7, isso é uma redução de 0,0i%.
[00286] Então, o desempenho da LENS8 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS6 enquanto garante a mesma niti- dez da imagem para o usuário. Ademais, o desempenho da LENS8 em relação à distorção é aprimorado em comparação à LENS7 enquanto garante a mesma nitidez da imagem para o usuário.
[00287] As Figuras 91 e 92 fornecem GDA(YA+90°)-GDA(YA) e GDA(YA+90°)*GDA(YA) para a direção temporal DA, G(YB +90°)-G(YB) e GDB(YB +90°)*GDB(YB) para a direção nasal DB, na visão central para LENS6, LENS7 e LENS8. Pode-se observar que a distorção é aprimorada para LENS 7 e LENS8 em comparação à LENS6. Além disso, a distorção é aprimorada para LENS8 em comparação à LENS7. Exemplo 9 (Técnica Anterior)
[00288] O Exemplo 9 corresponde a uma lente LENS9 de acordo com a técnica anterior. Nesse caso, a prescrição de potência é 0,0 δ e a adição é 1,00 δ. Para esse exemplo 9, o astigmatismo prescrito para o usuário é 2,00 δ, com um eixo geométrico de 140°.
[00289] A superfície frontal da LENS9 não é mostrada nas Figuras, mas é uma superfície progressiva clássica como tal, para uma da LENS1. Os mesmos pontos A e B são considerados. Para o ponto A, a esfera máxima SPHmax_A é igual a 5,52 δ, a esfera mínima SPHmin_A é igual a 4,75 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_A=60°. Para o ponto B, a esfera máxima SPHmax_B é igual a 5,50 δ, a esfera mínima SPH- min_B é igual a 4,65 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX_B=126°.
[00290] As Figuras 93 e 94 fornecem a análise óptica do desempenho da LENS9. Como no exemplo 1, a título de comparação, as mesmas duas direções específicas DA e DB são consideradas.
[00291] Para a direção DA, a potência média é 1,37 δ, o astigmatismo é 2,72 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 142° e o defeito de astigmatismo é 0,73 δ. Além disso, a distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(yA +90°) - G(yA) que equivale a 0,07396544. O valor correspondente de G(yA +90°)*G(yA) é 1,08283716.
[00292] Para a direção DB, a potência média é 1,44 δ, o astigmatismo é 1,28 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YB é 147° e o defeito de astigmatismo é 0,82 δ. A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,03403641. O valor correspondente de G(yB +90°)*G(yB) é 1,048741551.
[00293] Essas diferentes caracterizações permitirão uma comparação à LENS10 cujas características são desenvolvidas no exemplo 10. Esse exemplo é uma lente de acordo com a invenção produzida para a mesma prescrição daquela da LENS9. Então, para essa prescrição, os eixos geométricos de referência determinados na etapa 16 do método são ri= 140° em Portionl (Temporal_Area) e r2 =145° em Portion2 (Área Nasal), em que Portion1 e Portion2 da superfície frontal são determinadas a partir de Portion1 e Portion2 ópticas definidas no exemplo 1.
[00294] A primeira etapa do método (etapa 10 na Figura 18) é definir uma função óptica alvo. A função óptica alvo pré-determinada é a mesma para LENS9 e LENS10. Exemplo 10:
[00295] As Figuras 95, 96 e 97 são as características de superfície da superfície frontal da LENS10. Para o ponto A, a esfera máxima SPH max_A é igual a 5,12 δ, a esfera mínima SPH min_A é igual a 2,54 δ e o eixo geométrico de cilindro yAX_A=144°. Para o ponto B, a esfera máxima SPH max_B é igual a 4,95 δ, a esfera mínima SPH min_B é igual a 2,48 δ e o eixo geométrico de cilindro yAX_B=146°.
[00296] As Figuras 98 e 99 fornecem a análise óptica do desempenho da LENS10. A título de comparação, as duas direções específicas DA e DB anteriormente definidas são consideradas.
[00297] Para a direção DA, a potência média é 1,37 δ, o astigmatismo é 2,72δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yA é 142° e o defeito de astigmatismo é 0,73 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,44 δ, o astigmatismo é 1,28 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YB é 147° e o defeito de astigmatismo é 0,82 δ. Isso significa que os desempenhos ópticos da LENS10 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS9 em relação aos valores de astigmatismo e potência na visão central.
[00298] A distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(yA +90°) - G(yA) que equivale a 0,07097944. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 4,04%. O valor correspondente de G(yA +90°)*G(yA) é 1,08045844. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 0,20%.
[00299] A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,03238737. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 4,484%. O valor correspondente de G(yB +90°)*G(yB) é 1,08312921. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 0,23%.
[00300] Para essa prescrição, ri e r2 são substancialmente iguais. Então, uma superfície tórica frontal cujo eixo geométrico é yAx = 145° e eventualmente cujo o valor de cilindro é igual ao valor de cilindro da superfície frontal da LENS10 fornecerá quase o mesmo resultado em termos da redução na distorção.
[00301] As Figuras 100 e 101 fornecem GDA(yA+90°)-GDA(yA) e GDA(yA+90°)*GDA(yA) para a direção temporal DA, G(yB +90°)-G(yB) e GDB(yB +90°)*GDB(yB) para a direção nasal DB, para LENS9 e LENS10 na visão central e na visão periférica. Pode-se observar que a distorção é evidentemente aprimorada para LENS10 em comparação à LENS9.
[00302] Os exemplos 1 a 10 descritos acima foram dados com as condições 1 e 2 acumuladas durante a determinação da primeira superfície. No entanto, deve-se compreender que apenas uma dentre a condição 1 ou a condição 2 pode ser usada durante a determinação da primeira superfície. Portanto, os exemplos descritos acima se aplicam para a porção temporal ou para a porção nasal. Exemplo 11:
[00303] A Figura 102 é a característica de superfície da superfície frontal da LENS11 que é uma superfície tórica. Os valores da esfera máxima, da esfera mínima e do eixo geométrico são constantes sobre a superfície. Para todos os pontos e particularmente para os pontos A e B, a esfera máxima SPHmax é igual a 5,0 δ, a esfera mínima SPHmin é igual a 2,50 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX=145°.
[00304] As Figuras 103 e 104 fornecem a análise óptica do desempenho da LENS11. A título de comparação, as duas direções específicas DA e DB anteriormente definidas são consideradas.
[00305] Para a direção DA, a potência média é 1,36 δ, o astigmatismo é 2,71δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 142° e o defeito de astigmatismo é 0,73 δ. Para a direção DB, a potência média é 1,43 δ, o astigmatismo é 1,27 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito yB é 147° e o defeito de astigmatismo é 0,82 δ. Isso significa que os desempenhos ópticos da LENS11 em DA e DB são substancialmente iguais aos desempenhos ópticos da LENS9 em relação aos valores de astigmatismo e potência na visão central.
[00306] A distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(yA +90°) - G(yA) que equivale a 0,07105139. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 3,94%. O valor correspondente de G(yA +90°)*G(yA) é 1,08031271. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 0,23%.
[00307] A distorção nessa direção DB pode ser indicada pelo valor de G(yB +90°) - G(yB) que equivale a 0,03236598. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 4,91%. O valor correspondente de G(yB +90°)*G(yB) é 1,08319312. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 0,22%.
[00308] A LENS11 com uma superfície tórica frontal fornece quase o mesmo resultado em termos da redução na distorção as LENS10. Exemplo 12:
[00309] Nesse caso, a prescrição de potência é 0,0 δ e a adição é 2,5 δ. Para esse exemplo 12, o astigmatismo prescrito para o usuário é 2,00 δ, com um eixo geométrico de 45°.
[00310] A Figura 105 é a característica de superfície da superfície frontal da LENS12 que é uma superfície tórica. Para todos os pontos e particularmente para os pontos A e B, a esfera máxima SPHmax é igual a 4,8 δ, a esfera mínima SPHmin é igual a 2,8 δ e o eixo geométrico de cilindro YAX=6°.
[00311] As Figuras 106, 107 e 108 fornecem a análise óptica do desempenho da LENS12. A título de comparação, apenas a direção específica DA é considerada.
[00312] Para a direção DA, a potência média é 2,02 δ, o astigmatismo é 1,30 δ, o eixo geométrico de astigmatismo de defeito YA é 4° e o defeito de astigmatismo é 2,21 δ.
[00313] A distorção nessa direção DA pode ser indicada pelo valor de G(yA +90°) - G(yA) que equivale a 0,03854906. Em comparação ao valor da LENS9, há uma redução de 7,16%. O valor correspondente de G(yA +90°)*G(yA) é 1,12203026. Em comparação ao valor da LENS6, há uma redução de 0,35%.
[00314] A LENS12 com uma superfície tórica frontal cuja orientação de eixo geométrico de cilindro yAX é definida quase igual ao primeiro eixo geométrico de referência ri= 5° (quase igual a YA) fornece resultado satisfatório em termos da redução na distorção no lado temporal. Para LENS 12, as condições 1 e 1' conforme definido acima foram usadas para determinar a superfície frontal.
[00315] Embora não ilustrado, uma lente que tem distorção reduzi- da no lado nasal poderia ser definida de forma similar definindo-se uma superfície tórica frontal que tem uma orientação do eixo geométrico definido com r2 apenas.

Claims (10)

1. Método para a fabricação de uma lente oftálmica progressiva, caracterizado pelo fato de que a lente compreende um meridiano principal (32) que separa a lente em uma área nasal (Area_nasal) e uma área temporal (Area_temporal), sendo que o método compreende uma etapa de determinar a lente que compreende as etapas de: - escolher uma função óptica alvo adequada para o usuário, sendo que a função óptica alvo define, para cada direção do olhar quando a lente é usada, uma potência refrativa (Pα,β), um módulo de astigmatismo (Astα,β) e um eixo geométrico de astigmatismo (Yα,β), e direção do olhar corresponde a um ângulo de abaixamento (α) e a um ângulo azimutal (β); - definir uma superfície frontal da lente e uma superfície posterior da lente, sendo que cada superfície tem, em cada ponto, um valor de esfera média (SPHmédio), um valor de cilindro (CYL) e um eixo geométrico de cilindro (YAX), e a superfície frontal e a superfície posterior são, cada uma, superfícies asféricas simétricas de modo não rota- cional, - definir pelo menos uma primeira porção (Portion1) na área temporal (Area_temporal) e pelo menos uma segunda porção (Portion2) na área nasal (Area_nasal); - determinar, para pelo menos uma dentre a primeira ou a segunda porções da superfície frontal (Portion1, Portion2), respectivamente, um primeiro ou um segundo eixos geométricos de referência (ri, r2), sendo que o primeiro eixo geométrico de referência (H) é definido em um valor compreendido entre [YT - 20°, YT + 20°], com YT sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo da função óptica alvo para as direções do olhar que fazem interseção com a superfície frontal sobre a primeira porção temporal (Portioni), e o segundo eixo geomé- trico de referência (r2) é definido em um valor compreendido entre [YN - 20°, YN + 20°], com YN sendo o eixo geométrico médio de astigmatismo da função óptica alvo para as direções do olhar que fazem interseção com a superfície frontal sobre a segunda porção nasal (Por- tion2), e o eixo geométrico médio (yN, yT) de astigmatismo da função óptica alvo define uma direção da menor potência óptica; - modificar a superfície frontal de modo que: - sobre a primeira porção (Portion1), o valor de esfera (SPH(D) ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera (SPH(±H)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência (SPH(H) > SPH(±PI)); ou - sobre a segunda porção (Portion2), o valor de esfera (SPH(r2)) ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera (SPH(±r2)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência (SPH(r2) > SPH(±r2)), sendo que o método também compreende a etapa de fabricar a lente oftálmica progressiva que tem a superfície frontal modificada.
2. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro e o segundo eixos geométricos de referência (H, r2) são determinados, respectivamente, para a primeira e a segunda porções da superfície frontal (Portion1, Portion2) e em que a superfície frontal é modificada de modo que: - sobre a primeira porção (Portion1), o valor de esfera (SPH(D) ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera (SPH(±H)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência (SPH(H) > SPH(±PI)); e - sobre a segunda porção (Portion2), o valor de esfera (SPH(r2)) ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera (SPH(±r2)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência (SPH(r2) > SPH(±r2)).
3. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro eixo geométrico de referência (H) é determinado para a primeira porção da superfície frontal (Portion1) e em que a superfície frontal é modificada de modo que: - sobre a primeira porção (Portion1), o valor de esfera (SPH(n)) ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera (SPH(±H)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência (SPH(H) > SPH(±PI)); e - sobre a segunda porção (Portion2), o valor de esfera (SPH(n)) ao longo do primeiro eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera (SPH(±H)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao primeiro eixo geométrico de referência (SPH(H) > SPH(±n)).
4. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o segundo eixo geométrico de referência (r2) é de-terminado para a segunda porção da superfície frontal (Portion2) e em que a superfície frontal é modificada de modo que: - sobre a primeira porção (Portion1), o valor de esfera (SPH(r2)) ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja superior ao valor de esfera (SPH(±r2)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência (SPH(r2) > SPH(±R)); e - sobre a segunda porção (Portion2), o valor de esfera (SPH(r2)) ao longo do segundo eixo geométrico de referência seja su- perior ao valor de esfera (SPH(±r2)) ao longo de um eixo geométrico perpendicular ao segundo eixo geométrico de referência (SPH(r2) > SPH(±r2)).
5. Método, de acordo com a reivindicação 3 ou 4, caracterizado pelo fato de que a superfície frontal é modificada de modo que a superfície frontal seja uma superfície tórica com um eixo geométrico de cilindro (YAX) em cada ponto definido para o eixo geométrico de referência determinado (r ou r2).
6. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que o primeiro eixo geométrico de referência (A) é definido para o eixo geométrico médio de astigmatismo (yT) sobre a primeira porção temporal (Portion1) e em que o segundo eixo geométrico de referência (r2) é definido para o eixo geométrico médio de astigmatismo (yN) sobre a segunda porção nasal (Por- tion2).
7. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que cada respectivo eixo geométrico de referência (H, r2) é definido pela otimização óptica para minimizar a distorção sobre a respectiva porção (Portion1, Portion2).
8. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que a superfície frontal tem uma parte superior constituída por pontos de interseção com as direções do olhar que correspondem a um ângulo de abaixamento negativo (α) e uma parte inferior da lente constituída por pontos de interseção com as direções do olhar que correspondem a um ângulo de abaixamento positivo (α), sendo que um eixo geométrico vertical é definido com base em micromarcações da lente, e a superfície frontal também é modificada de modo que: - sobre a primeira porção (Portion1), o valor de esfera média (SPHmédio) diminua ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical orientada da parte superior para a parte inferior, e - sobre a segunda porção (Portion2), o valor de esfera média (SPHmédio) diminua ao longo de qualquer linha paralela ao eixo geométrico vertical orientada da parte superior para a parte inferior.
9. Conjunto de dados caracterizado pelo fato de que compreende dados relacionados a uma superfície frontal de uma lente determinada de acordo com o método conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 8.
10. Método para a fabricação de uma lente oftálmica pro-gressiva de acordo com o método como defino em qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que o método com-preende as etapas de: - fornecer dados em relação aos olhos de um usuário, - transmitir dados em relação ao usuário, - transmitir dados em relação à superfície frontal, - executar uma otimização óptica da lente com base nos dados transmitidos em relação à superfície frontal, - transmitir o resultado da otimização óptica, - e a etatapa de fabricar a lente oftálmica progressiva e exectada de acordo com o resultado da otimização óptica.
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